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Flora e chave de identificação interativa de Cactaceae Juss. no Estado do Rio Grande do Norte

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Academic year: 2021

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FLORA E CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO INTERATIVA DE CACTACEAE JUSS. NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

BYANCA DOS SANTOS MARTINS

Macaíba/RN Julho de 2020

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO

UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS - UAECIA

ESCOLA AGRÍCOLA DE JUNDIAÍ - EAJ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FLORESTAIS

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BYANCA DOS SANTOS MARTINS

FLORA E CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO INTERATIVA DE CACTACEAE JUSS. NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Ciências Florestais (Área de Concentração em Ciências Florestais - Linha de Pesquisa: Biodiversidade, Conservação e Uso dos Recursos Genéticos Florestais).

Orientador (a): Prof.ª Dra. Alice Calvente

Macaíba/RN Julho de 2020

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Rodolfo Helinski - Escola Agrícola de Jundiaí - EAJ

Martins, Byanca dos Santos.

Flora e Chave de Identificação Interativa de Cactaceae Juss. no Estado do Rio Grande do Norte / Byanca dos Santos Martins. - 2020.

47f.: il.

Dissertação (Mestrado) Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias Campus Macaíba, Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais, Macaíba, RN, 2020.

Orientador: Prof.ª Dra. Alice Calvente.

1. Caatinga - Dissertação. 2. Conservação - Dissertação. 3. Taxonomia- Dissertação. I. Calvente, Alice. II. Título. RN/UF/BSPRH CDU 574

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FLORA E CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO INTERATIVA DE CACTACEAE JUSS. NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

Byanca dos Santos Martins

Dissertação julgada para obtenção do título de Mestre em Ciências Florestais (Área de Concentração em Ciências Florestais - Linha de Pesquisa: Biodiversidade, Conservação e Uso dos Recursos Genéticos Florestais) e aprovada pela banca examinadora em 30 de julho de 2020.

Banca Examinadora

________________________________________________ Prof.ª Dra. Alice Calvente

DBEZ/UFRN Presidente

________________________________________________ Prof. Dr. Leonardo Versieux

DBEZ/UFRN Examinador interno

________________________________________________ Prof.ª Dra. Fernanda Antunes Carvalho

ICB - UFMG

Examinador externo à instituição

Macaíba/RN Julho de 2020

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À minha mãe, que sempre acreditou em mim.

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AGRADECIMENTOS

_________________________________________________________________________ À CAPES, o presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.

À UFRN, ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais, pela oportunidade de estudo através das disciplinas, material utilizado, e idas à campo, bastante satisfatórias e de muito conhecimento absorvido em especial aos professores: Fábio Vieira, Cristiane Fajardo, Leonardo Versieux, Márcio Dias, Mauro Pacheco.

Aos colegas do Laboratório de Botânica e Sistemática e Herbário-UFRN pela receptividade, trocas de conhecimento, momentos de descontração, além da colaboração com análises dos espécimes depositados, e em sanar dúvidas: Ana Paula, Ana Clara, João Paulo, Anderson, Antoniela, Victor, Maurício, Mari, Mayara e Fernanda.

À minha orientadora Prof ª. Alice pela disponibilidade, por compreender minhas dificuldades, pelo apoio e paciência que sempre demonstrou desde o início do trabalho.

A Deus, minha família e amigos que sempre incentivaram a conclusão desse estudo, deram apoio nos dias difíceis, e comemoraram pequenas vitórias, junto comigo, até a conclusão deste trabalho. Obrigada pelo apoio, não somente no mestrado, mas também, em toda a minha caminhada até aqui, em especial a minha mãe Josi, minha irmã Emilly, meu padrasto Walter e meus amigos João, Sylmara, Giovanna, Jhenison, Marcele, Nayara, Bruna, Karol, Rodrigo, Lílian, Mariane e Ana Karolina.

Ao Gleidson e Ornela, meus grandes amigos, que fiz no RN, e que se disponibilizaram em me ajudar nas coletas. Aprendemos muito sobre a Caatinga, e nos aventuramos por diversos locais desconhecidos até aquele momento, para nós. Os dias de lazer, até aqui vividos, nunca serão esquecidos e levarei essas lembranças até o fim da minha vida. Agradeço por toda parceria.

Ao Francisco Souza, Adson Santos, Leonardo Versieux, Amanda Souza, Juci Martins e Mayara Alves pela disponibilização das ilustrações. E também, a todos que contribuíram direta, ou indiretamente com este estudo, meus sinceros agradecimentos. Muito obrigada!

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RESUMO

__________________________________________________________________________ FLORA E CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO INTERATIVA DE CACTACEAE JUSS. NO

ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

A família Cactaceae Juss. encontra-se distribuída em todo o território brasileiro, representada por 39 gêneros e 287 espécies. No Nordeste do Brasil, essas espécies são de grande interesse econômico e são utilizadas para diversas finalidades, como forragem, alimento humano, uso medicinal e ornamental, além de serem importantes na manutenção da biodiversidade regional. Os estudos de floras reúnem informações que descrevem a diversidade, uso e conservação de espécies de plantas de uma determinada região, incluindo chaves de identificação, tradicionalmente no formato dicotômico. Já as chaves eletrônicas interativas são ferramentas mais recentes que, associadas aos estudos de floras, contribuem substancialmente para a popularização da taxonomia e para o avanço dos estudos florísticos, sistemáticos e de conservação. Neste trabalho, objetivou-se elaborar uma flora das espécies da família Cactaceae e uma chave de identificação interativa para as espécies ocorrentes no Rio Grande do Norte, listando a sua distribuição, informando dados de conservação e descrição das espécies no estado. Na elaboração da chave foi utilizado o software de livre acesso Xper² e, em seguida, a base de dados foi exportada para a plataforma Xper³, sendo disponibilizada de forma on-line. A partir da coleta de dados em campo e consulta de acervos botânicos de herbários, foi possível documentar e descrever o registro de 9 gêneros e 18 espécies: Brasiliopuntia (1), Cereus (2),

Melocactus (3), Nopalea (1), Opuntia (2), Pereskia (1), Pilosocereus (4), Rhipsalis (1) e Tacinga (3). Foi realizado o mapeamento com grade vetorial de células de 0.5° x 0.5° para

identificar a ocorrência das espécies de Cactaceae do estado, demonstrando também as mesorregiões (“Oeste Potiguar”, “Central Potiguar”, “Agreste Potiguar” e “Leste Potiguar”) em que elas ocorrem, observou-se que de 167 municípios do estado, 111 municípios não possuem registros das espécies de Cactaceae. São apresentados também, dados de distribuição geográfica, fenologia, ecologia e informações de conservação sobre as espécies.

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ABSTRACT

_________________________________________________________________________ FLORA AND KEY FOR CACTACEAE JUSS INTERACTIVE IDENTIFICATION. IN

THE STATE OF RIO GRANDE DO NORTE

The family Cactaceae Juss. is distributed throughout the Brazilian territory, represented by 39 genus and 287 species. In Northeastern Brazil, these are species of great economic interest and used for various purposes, such as forage, human food, medicinal and ornamental use, in addition to being important in maintaining regional biodiversity. Flora studies gather information that describes the diversity, use and conservation of plant species in a specific region, and include identification keys traditionally in the dichotomous format. Interactive electronic keys are more recent tools that associated to floras contribute substantially to the popularization of taxonomy and to the advancement of floristic, systematic and conservation studies. In this work, we aim to present a flora of species of Cactaceae and an interactive identification key for species that occur in Rio Grande do Norte, Brazil, listing their distribution, information on conservation data and description of species in the state. The construction of the key was in the free access software Xper² and, further on, the database was exported to the Xper³ platform and made available online. From data collection in the field and herbaria data, it was possible to document and describe 9 genera and 18 species: Brasiliopuntia (1), Cereus (2), Melocactus (3), Nopalea (1), Opuntia (2), Pereskia (1), Pilosocereus (4), Rhipsalis (1) and

Tacinga (3). Mapping was carried out with vectorial degree of cells of 0.5 ° x 0.5 ° to identify the occurrence of Cactaceae species in the state, also demonstrating as mesoregions (“Oeste Potiguar”, “Central Potiguar”, “Agreste Potiguar” and “Leste Potiguar”) in which they occur, it is observed that of 167 municipalities in the state, 111 do not have records of Cactaceae species. Data on geographic distribution, phenology, and ecology and conservation about the species were also presented.

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ix SUMÁRIO __________________________________________________________________________ Página 1. INTRODUÇÃO ... 1 2. REVISÃO DE LITERATURA ... 3

2.1. Distribuição e características da família Cactaceae ... 3

2.2. Evoluções adaptativas das espécies ... 4

2.3. Floras e chaves de identificação ... 5

2.4. Conservação... 7

2.5. Potencial econômico e alimentar ... 10

2.6. Flora do Rio Grande do Norte...11

3. MATERIAL E MÉTODOS ... 13

3.1. Área de estudo ... 13

3.2. Estudo Taxonômico ... 13

3.3. Chave interativa: Construção e Software utilizado... 14

3.4. Mapeamento das espécies ... 14

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 16

4.1. Distribuição e ocorrência das espécies ... 16

4.2. Espécies ameaçadas...18

4.3. Chave de identificação interativa ... 19

4.4. Tratamento Taxonômico ... 19

5. CONCLUSÕES ... 37

LITERATURA CITADA... 38

ANEXO 1 Lista dos caracteres ordenada por grupos, descritores e estados ... 44

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LISTA DE FIGURAS

__________________________________________________________________________ Figura 1. Estado do Rio Grande do Norte com grade vetorial de células de 0.5° x 0.5° (A1-E5) e mesorregiões do estado, adaptado de Tomáz e Versieux (2019) ...17 Figura 2. Chave interativa na plataforma on-line Xper³ para a Família Cactaceae no estado do Rio Grande do Norte, os táxons organizam-se a lista da direita e os possíveis descritores e estados que irão ser selecionados organizam-se na esquerda...18 Figura 3. Cactaceae no Rio Grande do Norte – A. Hábito colunar de Pilosocereus gounellei (F.A.C.Weber) Byles & Rowley subsp. gounellei; B. Pilosocereus pachycladus subsp.

pernambucoensis (F.Ritter) Zappi,; C. Pilosocereus chrysostele (Vaupel) Byles & G.D.Rowley;

D. Pilosocereus catingicola subsp. salvadorensis (Werderm.) Zappi; E. Ambiente de ocorrência de Cactaceae em Cerro Corá, RN; F. Hábito prostrado dos ramos de Cereus fernambucensis Lem. subsp. fernambucensis; G. Cereus jamacaru DC. subsp. jamacaru; H. Vegetação de alfloramentos rochosos em Martins, RN.

Fotos: M. A. Pereira (A); B. S. Martins (B-C); A. C. D. Souza (D-G); L. M. Versieux (F); F. V. Souza (E-H) ...24 Figura 4. Cactaceae no Rio Grande do Norte. A. Melocactus ernestii Vaupel; B. Melocactus

violaceus Pfeiff.; C. Melocactus zehntneri (Britton & Rose) Luetzelb.; D. Hábito epífito de Rhipsalis baccifera (Sol.) Stearn; E. Cefálio de Melocatus zehtneri recebendo visita de animais;

F. Ramos e frutos de R. baccifera; G. Ramos folhosos de Pereskia grandifolia Haw.; H. Ramos complanados de Brasiliopuntia brasiliensis (Willd.) A. Berger.

Fotos: A. C. D. Souza (A); B. S. Martins (B, D, F, G, H); F. V. Souza (C, E) ...27

Figura 5. Cactaceae no Rio Grande do Norte – A. Tacinga inamoena (K.Schum.) N.P.Taylor & Stuppy; B. Tacinga subcylindrica M.Machado & N.P.Taylor; C. População de indivíduos de T.

subcylindrica; D. Tacinga palmadora (Britton & Rose) N.P.Taylor & Stuppy; E. Opuntia ficus-indica (L.) Mill.; F. Opuntia stricta (Haw.); G. Nopalea cochenillifera (L.) Salm-Dyck.

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LISTA DE TABELAS

__________________________________________________________________________ Tabela 1. Cactaceae no estado do Rio Grande do Norte, subfamília e gêneros ...15 Tabela 2. Número total de espécimes por municípios (*) do estado do Rio Grande do Norte, mesorregiões (Oeste Potiguar, Central Potiguar, Agreste Potiguar e Leste Potiguar) e códigos alfanuméricos de áreas correspondentes ...16

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LISTA DE ABREVIATURAS

__________________________________________________________________________ IPNI- Índice Internacional de Nomes de Plantas

IUCN- União Internacional para a Conservação da Natureza SUDENE- Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste INSA- Instituto Nacional do Semiárido

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1. INTRODUÇÃO

__________________________________________________________________________ Cactaceae Juss. compreende 127 gêneros e 1.438 espécies com ampla distribuição na região Neotropical, exceto por Rhipsalis baccifera (Muel.) Stern, que ocorre também na África, Madagascar e Sri Lanka (HUNT; TAYLOR; CHARLES, 2006). Posicionada na ordem Caryophylalles (APG IV, 2016), a família divide-se em quatro subfamílias: Cactoideae (97 gêneros), Opuntioideae (5 gêneros), Pereskioideae (1 gênero) e Mauhuenioideae (1 gênero), esta última sem representantes no Brasil (HUNT; TAYLOR; CHARLES, 2006). Em trabalhos com dados moleculares a subfamília Pereskioideae emergiu parafilética, enquanto as demais emergiram monofiléticas (HERNÁNDEZ-HERNÁNDEZ et al., 2011). No Brasil são registrados 39 gêneros e 287 espécies, sendo 200 endêmicas do país. A grande maioria ocorre no Sudeste e Nordeste brasileiro, habitando preferencialmente a Caatinga e a Mata Atlântica (FLORA DO BRASIL, 2020), obtendo um número de espécies elevado em estudos sobre Floras estaduais e regionais (ROCHA; AGRA, 2002; ROCHA; MELO; CAMACHO, 2012; MENEZES; TAYLOR; LOIOLA, 2013; SOLLER et al., 2014).

Nos últimos anos, um maior esforço amostral tem aumentado o conhecimento sobre a Flora do Rio Grande do Norte, como por exemplo os tratamentos taxonômicos realizados com Turneraceae (ROCHA; MELO; CAMACHO, 2012), Poaceae (OLIVEIRA et al., 2013), Fabaceae – Papilionoideae (SÃO-MATEUS et al., 2013), Erythroxylaceae (COSTA-LIMA; LOIOLA; JARDIM, 2014), Capparaceae (SOARES NETO; JARDIM, 2015), Bignoniaceae (COLOMBO; KAHELER; CALVENTE, 2016), Lamiaceae (SOARES; PASTORE; JARDIM, 2017), Boraginales (MELO et al., 2018), Combretaceae (SOUSA et al.,2018), Bromeliaceae (TOMAZ; VERSIEUX, 2019), os quais registraram numerosas novas ocorrências para o estado. Porém, até o momento, ainda não foi publicada uma flora para a família Cactaceae, apesar de os dados listados até o momento indicarem a ocorrência de 21 espécies no estado (FLORA DO BRASIL, 2020).

Estudos taxonômicos são essenciais na construção do conhecimento biológico. Encontra-se possível através de estudos de floras, obter informações sobre dados fenológicos, padrões de distribuição das espécies e também dados sobre conservação (FUNK, 2006). Portanto, estes estudos sempre irão utilizar ferramentas que dinamizem as informações de forma organizada, atualizada e com a máxima rapidez na sistematização da divulgação para a comunidade científica. Se faz preciso ainda considerar, que o estudo da flora é fundamental

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para o monitoramento de uma determinada área e para descrever a sua biodiversidade (CERQUEIRA, 2001). Nesse sentido, os estudos de floras locais são fontes confiáveis para identificação das espécies, o que pode ser ainda mais ampliado com a elaboração de chaves de identificação eletrônicas de múltiplo acesso, ou chaves interativas (CERQUEIRA, 2001).

Torna-se importante enfatizar, que as chaves interativas contribuem para a popularização da taxonomia e o avanço dos estudos sobre espécies (SILVA et al., 2011; BITTRICH et al., 2012). Como elas podem ser atualizadas frequentemente, é possível inserir informações continuamente sobre novas ocorrências, bem como, novas ilustrações e características das espécies. Atualmente existem várias opções de programas que facilitam a criação dessas chaves de forma rápida. Essas plataformas colaborativas permitem a dinamização das informações como exemplo no Xper³, que possibilita a inclusão de comentários adicionais sobre as espécies e a inserção de imagens que auxiliam a identificação das espécies com mais facilidade, em particular, por não especialistas e até o público em geral (DALLWITZ; PAINE; ZURCHER, 2013).

Tendo consciência da complexidade de caracteres taxonômicos e representatividade de Cactaceae no Brasil, objetivou-se apresentar nesta dissertação o tratamento taxonômico da família no Rio Grande do Norte, incluindo descrições e comentários sobre a distribuição e conservação das espécies, e ainda uma chave eletrônica de múltiplo acesso para a sua identificação. Buscamos assim, reunir, sistematizar e disponibilizar os dados existentes sobre o grupo nesta região para a comunidade científica e público em geral.

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2. REVISÃODELITERATURA

__________________________________________________________________________ 2.1. A família Cactaceae no Brasil

A família Cactaceae é composta por mais de 1400 espécies, sendo estas divididas em 124 gêneros (HUNT; TAYLOR; CHARLES, 2006). São plantas nativas do Novo Mundo, exceto Rhipsalis baccifera (J.M. Muell.) Stearn que ocorre naturalmente também na África Continental, Madagascar e Sri-Lanka (OLDFIELD, 1997). Os cactos são encontrados nas américas desde a floresta tropical até em ambientes áridos, como no Deserto de Atacama, no Chile (ANDERSON, 2001), mas ocorrem com maior densidade e riqueza em regiões áridas e semiáridas (BARBOSA et al., 2017).

Existem três grandes áreas de riqueza e endemismo de espécies dessa família. A região com maior centro de diversidade de espécies encontra-se no México e no sudeste dos Estados Unidos, que apresentam as tribos Cacteae e Pachycereeae, respectivamente. A segunda região localiza-se na central dos Andes, envolvendo o Peru, Bolívia, sul do Equador, nordeste do Chile e noroeste da Argentina, que são representados pelas tribos Browningieae, Cacteae e Trichocereeae (ANDERSON, 2001). O terceiro maior centro de diversidade dessa família ocorre na região leste do Brasil, com ênfase no nordeste e parte do sudeste brasileiro (OLDFIELD, 1997).

O primeiro estudo documentando a existência de espécies de cactos no Brasil foi a Flora

Brasiliensis elaborada por Schumann em (1890), que contava com 131 espécies sendo elas

nativas e exóticas. No Brasil, registra-se hoje para a família Cactaceae 287 espécies nativas, das quais 200 são endêmicas, o que mostra expressivamente a importância das espécies no país (FLORA DO BRASIL, 2020). Os cactos são observados em todos os biomas brasileiros: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal (LUCENA et al., 2013).

Porém, assim como os outros centros de diversidade de Cactaceae, no Brasil as espécies se concentram em regiões de climas semiáridos, como no bioma Caatinga e também em regiões de vegetações rochosas e montanhosas (ANDERSON, 2001). Vale destacar, que a Caatinga possui um grande número de espécies endêmicas, entretanto, esta região vem sofrendo grande impacto devido a pressão antrópica, alterando de forma significativa o habitat das espécies nativas (ZAPPI, TAYLOR; SANTOS, 2011). A Caatinga apresenta mais de 81 espécies de Cactaceae, devido as condições favoráveis de habitat para os cactos (ZAPPI, TAYLOR; SANTOS, 2011).

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Cactaceae ocorre em todos os estados e domínios fitogeográficos do país brasileiro, principalmente, na Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica. As regiões semiáridas dos estados da Bahia e Minas Gerais, são caracterizadas por apresentarem admiráveis bacias fluviais e suas floras ricas em cactáceas endêmicas (TAYLOR; ZAPPI, 2004). Do ponto de vista ecológico, as cactáceas desempenham um papel vital onde ocorrem, já que frequentemente são dominantes e constituem importantes elementos da estrutura das comunidades vegetais, servindo de recursos fundamentais para a sobrevivência de animais polinizadores e dispersores (RIBEIRO SILVA et al., 2016).

2.2. Evoluções adaptativas das espécies

A sobrevivência dos cactos em regiões sazonalmente secas evoluiu a partir das adaptações morfológicas e fisiológicas à baixa pluviosidade, fatores importantes que garantem a sua existência em regiões semiáridas (ZAPPI; TAYLOR, 2017). Em face disso, as adaptações estão nos cladódios, que são suculentos, e em folhas na forma de espinhos, onde ocorrem o armazenamento de água durante a estação seca. Essa característica de depósito evita a perda de água por evaporação (DUQUE, 2004). Os cactos possuem extrema plasticidade, dessa forma, faz-se possível encontrá-los em diversos habitats, devido as interessantes estratégias de sobrevivência que foram desenvolvidas em suas diferentes linhagens (ZAPPI; TAYLOR, SANTOS, 2011). Os vegetais do metabolismo MAC, incluindo Cactaceae, tem alta flexibilidade metabólica, o que garante melhor fixação de CO2, ou seja, essas espécies obtêm

respostas adaptativas favoráveis a possíveis estresses ambientais (CUSHMAN; BOHNERT, 1997).

A família Cactaceae se divide em quatro subfamílias Maihuenioideae (1 gênero), Pereskioideae (1 gênero), as Opuntioideae que possuem 5 ou mais gêneros e apresentam espinhos; e por fim as Cactoideae que apresentam morfologia bastante complexa e ausência de folhas (97 gêneros) (DUQUE, 2004). Os cactos sobrevivem durante anos, em diversos tipos de habitats e possuem uma infinidade de formas, desde simples até com inúmeras ramificações, globosas, colunares e mesmo outros formatos variados e, ainda, algumas espécies podem ser basicamente subterrâneas (ANDERSON, 2001). Dentre as subfamílias, Pereskioideae é a mais distinta, por apresentar estados plesiomórficos divergentes dos demais, como o caule não suculento e ramos folhosos desenvolvidos, onde as áreolas do caule podem apresentar também o surgimento de folhas (RIZZINI, 1987).

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A diversificação e evolução ao longo do tempo na família resultou em aparência distinta e beleza singular, sua ambientação em terras secas, florestas úmidas e até mesmo montanhas chamam atenção de pessoas em todo o mundo (CAVALCANTE; VASCONCELOS, 2016).

Opuntia e outros gêneros da subfamília Cactoideae foram naturalizadas por humanos no

Mediterrâneo, África, Ásia e Austrália; já outras subfamílias de cactos são encontradas apenas na América do Sul ou do Norte. Os gêneros Harrisia, Hylocereus, Melocactus, Pereskia,

Pilosocereus e Rhipsalis são observados em regiões mais equatoriais. Mammillaria

encontra-se nos continentes e também no Caribe, ou encontra-seja, as espécies de cactos encontra-sempre apreencontra-sentam exemplares em diversos ambientes (ANDERSON, 2001).

As plantas dessa família, geralmente, são caracterizadas como espécies xerofíticas, suculentas e mucilaginosas, com espinhos, e possuem parênquima aquoso preenchendo o córtex, com estômatos que podem ser protegidos para diminuir a transpiração superficial (SOUZA; LORENZI, 2008). O que difere os cactos de outras famílias, como por exemplo, às espécies da família Euphorbiaceae, se deve ao fato de possuírem meristemas axilares representados por aréolas, característica interessante que garante o surgimento de tricomas, espinhos, flores ou em poucos casos folhas. Suas flores vistosas, surgem de aréolas modificadas ou não, grande parte delas são solitárias, actinomorfas, hipanto com ovário ínfero receptacular, apresentando escamas e aréolas ou também pode ser glabro na parte externa, tubo-floral curto a conspícuo (OLDFIELD, 1997). Existem segmentos do perianto dispostos espiraladamente, os externos sepaloides e os internos petaloides, seguido por um conjunto de estames numerosos, espiralados, inseridos dentro do tubo floral, que pode estar ausente em alguns casos, ovário unilocular com placentação parietal com óvulos numerosos, frutos geralmente bacáceos, deiscentes ou indeiscentes, globosos a turbinados, e com sementes cocleariformes. (OLDFIELD, 1997).

2.3. Floras e chaves de identificação

Ao realizar estudos que objetivam o conhecimento de espécies, levantamentos em herbários são essenciais para a confirmação das espécies ocorrentes de uma determinada região. Os herbários contam com uma vasta coleção de amostras de plantas secas herborizadas, devidamente armazenadas e preparadas, visando a sua conservação a longo prazo; dessa forma pode ser feita a comparação de amostras de herbários com espécimes coletados em campo (MOREIRA, 2017). Em virtude disso, podemos entender que os materiais registrados em

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herbários possuem grande importância para estudos taxonômicos e conservacionistas sobre qualquer espécie e a compreensão dela no seu ecossistema (FUNK, 2006).

Dessa maneira, estudos taxonômicos, inventários, e floras são estudos essenciais para a conservação e desenvolvimento sustentável (JIN; TAN; QUAN, 2018). Para obter informações iniciais sobre as espécies, se faz necessário conhecer a região geográfica de ocorrência, sua distribuição, a interação das plantas com a fauna e conhecer o ecossistema em que os seres estão inseridos. Ao realizar o estudo que possibilite a identificação de uma espécie, pesquisadores recorrem a herbários, onde é possível obter amostras de espécies, com suas determinadas características sendo possível comparar com outras amostras no intuito de compreender suas características vegetativas e reprodutivas, locais de ocorrência e entre outras informações (MOREIRA, 2017).

Estudos que permitem o conhecimento de floras de determinados locais são úteis em diversos aspectos, sendo possível a interação com diversos outros ramos da ciência. Amplamente utilizada em estudos de biodiversidade, as floras incluem períodos intercalados de coletas de amostras, identificação de espécies e descrição taxonômica e, assim, requerem um tempo de execução maior para finalização (FUNK, 2006). Por esse motivo, as floras têm grande importância para produção de conhecimentos, tanto sobre a biodiversidade em si, quanto para produzir dados que permitem sua utilização em outros estudos, como em biologia de conservação, biologia reprodutiva e evolução (FUNK, 2006).

A partir do avanço tecnológico, surgiram ferramentas, como a utilização de softwares, muito úteis para os estudos taxonômicos, e que auxiliam de forma eficiente os estudos de flora. As chaves interativas, facilitam o acesso à identificação de espécies para qualquer pessoa, em razão, principalmente, da dinâmica ao utilizar ilustrações que possibilitam reconhecer estruturas e chegar facilmente a espécies por múltiplo acesso (ZUQUIM; TUOMISTO; PRADO, 2017). As ilustrações disponíveis nas chaves interativas facilitam enormemente o uso nos trabalhos taxonômicos, o que pode resultar em identificações mais rápidas (MARTELLOS; NIMIS, 2015).

As chaves interativas podem também utilizar outras informações que agregam características adicionais a espécie como mapas de distribuição, versões em PDF de publicações taxonômicas e também fornecem links para informações de diversos dados que já foram publicadas na internet (ZUQUIM; TUOMISTO; PRADO, 2017). Estudos de floras são um conjunto de informações sobre espécies vegetais de uma determinada região. Em estudos botânicos, este termo é bastante utilizado em trabalhos descritivos que possibilitam a identificação de espécies de um espaço geográfico. Assim, é possível através destes estudos ter

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conhecimentos sobre dados fenológicos, padrões de distribuição das espécies e também conhecimentos sobre conservação (FUNK, 2006). Pode-se, desse modo, ainda considerar, que floras são fundamentais para o monitoramento de uma área e para descrever a sua biodiversidade (CERQUEIRA, 2001).

As primeiras chaves de identificação de espécies surgiram muitos anos atrás (GRIFFING, 2011). Elas eram no formato de chaves dicotômicas, as quais são limitadas à entrada única e podem requerer assistência de especialistas para acessar características ás vezes não disponíveis na amostra que se tem acesso, o que pode dificultar na divulgação das informações sobre as características das espécies (HARDISTY; ROBERTS, 2013). Portanto, é comum que a utilização das informações taxonômicas de espécies fique restrita ao uso de especialistas, os quais já estão familiarizados com os termos e grupos específicos (ZUQUIM; TUOMISTO; PRADO, 2017).

Como os estudos taxonômicos são essenciais na construção do conhecimento biológico, o acesso facilitado através de plataformas, que dinamizem as informações de forma organizada, atualizada e com a máxima rapidez na sistematização da divulgação para a comunidade científica, sobre as informações taxonômicas, são extremamente úteis. Existem, atualmente, diversos programas especializados em construir chaves eletrônicas como: ActKey (BRACH; SONG, 2005), o sistema Delta (Description Language for Taxonomy, http://delta-intkey.com/) e o Lucid (http://www.lucidcentral.com) (DALLWITZ et al., 2013). Outro exemplo de programa que facilita a criação dessas chaves, de forma rápida e que permite a dinamização das informações, denomina-se Xper³. Este possibilita a inserção de imagens que auxiliam a identificação das espécies com mais facilidade (DALLWITZ et al., 2013). Para o entendimento da biodiversidade, é imprescindível analisar todos os aspectos desta, seja em micro ou em um macro escala, abrangendo seu conjunto de informações (HARDISTY; ROBERTS, 2013).

2.4. Conservação

No Brasil, o principal argumento para a conservação das Cactaceae relaciona-se com o grau de singularidade que as espécies endêmicas brasileiras possuem, no âmbito das Américas como um todo (ZAPPI, TAYLOR; SANTOS, 2011). A dispersão das espécies de cactos por várias regiões sejam elas desérticas ou úmidas, resultaram em diversas formas e tamanhos que chamam a atenção da população quanto as suas características marcantes, como aréolas, espinhos, caules suculentos, entre outros (ANDERSON, 2001). Tendo em vista esses aspectos, muitas espécies de Cactaceae despertam interesse para as pessoas, e espécies endêmicas de

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regiões brasileiras estão sofrendo grande risco de extinção, devido a degradação ambiental (BARROSO, 1978).

Nessa perspectiva, as regiões do semiárido hospeda cactos com características singulares, que sofreriam grande impacto ambiental com a sua perda, dessa forma, torna-se necessário medidas protetivas para conservação das espécies endêmicas da região, como a criação de unidades de conservação para manter a diversificação das espécies nativas. Devido a isso, o governo definiu um plano de ação conservacionista (PAN-Cactáceas), tendo como um dos resultados, uma lista com 28 espécies de cactos ameaçadas (Instrução Normativa nº 06/2008) através do Ministério do Meio Ambiente (MMA) (SILVA et al., 2011; LUCENA et al., 2013). Existem muitas Unidades de Conservação Federais e Estaduais com o intuito de proteger as espécies, porém não se sabe exatamente o número de cactáceas preservadas nessas áreas protegidas (SILVA et al., 2011).

Um estudo recente feito por Lavor et al. (2020), buscou informações sobre a conservação de espécies do gênero Pilosocereus, e a sua distribuição em ambientes xéricos dos neotrópicos. O estudo demonstrou atenção para criação de unidades de conservação, na região leste brasileira, pois estas áreas abrigam grande diversidade e singularidade de espécies do gênero. Outro estudo apontou a família Cactaceae, como o quinto grupo taxonômico mais ameaçado, dos grupos de espécies que já foram avaliados de forma abrangente, onde 30% das espécies estão ameaçadas de extinção (GOETTSCH et al., 2015). Vale enfatizar, a importância do conhecimento sobre técnicas que possam garantir a sobrevivência dessas espécies a longo prazo, como conservação ex situ ou in situ. Encontra-se documentado em pesquisa, informações sobre uma forte ameaça à vida dessas espécies de cactos, por perda e degradação do habitat e pela coleta ilegal, foi observado também, que o uso da terra é um dos fatores que mais contribui com a perda da biodiversidade (OLDFIELD, 1997; NOBEL et al., 2002).

Em estudos que buscam técnicas de conservação ex situ, uma das grandes gamas de espécies ameaçadas ocorrem fora de áreas protegidas (GOETTSCH; DURÁN; GASTON, 2019). Logo, medidas devem ser tomadas nessas áreas protegidas, que devem ser remanejadas no intuito de melhorar a conservação in situ de Cactaceae, visto que algumas espécies dessa família sofrem grande risco de extinção. Existem planos de ação para conservação de cactos em regiões de hotspots porém deve ser pensado a melhor forma de expandir as áreas protegidas, de modo que, beneficie as espécies que estão fora das áreas protegidas (GOETTSCH; DURÁN; GASTON, 2019).

Os cactos estão expostos à pressão dos coletores devido a sua facilidade de uso (OLDFIELD, 1997); como plantas ornamentais, plantas medicinais, alimentos e madeira

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9

(ANDERSON, 2001). A maioria das espécies são coletadas com frequência em seu ambiente natural. Como exemplo, temos espécies de cactos globulares do gênero Melocactus, as quais sofrem grande pressão de coleta ilegal. Embora muitas espécies sejam cultivadas e técnicas de propagação de espécies sejam desenvolvidas (ANDERSON; BROWN, 2001), a coleta ilegal ainda é uma ameaça significativa para espécies da família (BORGES; SILVA, 2018).

Apesar da regulamentação, o comércio de cactos cultivados funciona como um mercado de plantas selvagens que são colhidas incessantemente (OLDFIELD, 1997). Consequentemente, há a necessidade do controle do comércio internacional e nacional. Para isso, a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação Natureza (IUCN) fornece uma categorização de espécies baseada no risco relativo de extinção em escala global, que inclui pelo menos 104 espécies de cactos (7% de todas as espécies vulneráveis à extinção) (IUCN, 2008). Dessa forma, torna-se necessária ações de conservação para proteger espécies de cactos na região, com trabalhos de conscientização da importância das espécies em comunidades locais (SILVA et al., 2018).

Ao considerar as diferentes situações, vale ressaltar que as práticas com relação às atividades pecuárias utilizadas por agricultores familiares do Nordeste do Brasil, também são identificadas como um dos problemas que aceleram a degradação ambiental. Assim, por diversas vezes, essas práticas são extrativistas e predatórias, degradando o meio ambiente e os recursos naturais (INSA, 2018). Diante deste contexto, ocorre a diminuição do habitat natural de espécies endêmicas, então, não somente a pressão antrópica, como o extrativismo para comercialização de espécies ornamentais, ameaçam a distribuição natural das espécies nativas, mas também a diminuição do habitat natural, que ocorre por diversas atividades que exercem pressão sobre a vegetação nativa (CAVALCANTE; DE VASCONCELOS, 2016).

Nesse contexto, ações conservacionistas do Rio Grande do Sul (CARNEIRO et al., 2016), visam a preservação das espécies ocorrentes no estado, entre as diversas ações recomendadas estão: a criação de unidades de conservação, conservar todas as espécies em banco de germoplasma em Jardins Botânicos, regulamentar a produção e comercialização de cactos nativos, incentivar boas práticas em atividades rurais, estimular a criação de programas e estudos de recuperação de espécies ameaçadas, etc. Essas ações podem ser adaptadas e aplicadas em regiões do nordeste Brasileiro como forma de incentivo para conservação e preservação das espécies de cactos existentes na região. Se estas atividades forem monitoradas da forma adequada de acordo com as recomendações técnicas e econômicas que geram desenvolvimento a atividade pode ser considerada de grande colaboração para agricultores e extrativistas da região nordestina (CAVALCANTE; VASCONCELOS, 2016).

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10

2.5. Potencial econômico e alimentar

As florestas tropicais sazonalmente secas possuem quantidade considerável de espécies endêmicas, o que torna o bioma um dos mais ricos em biodiversidade, em relação a outras unidades biológicas, e apresenta um número significativo de espécies do grupo Cactaceae por proporcionar condições climáticas favoráveis, que auxiliam na adaptação das espécies ao ambiente. As regiões do semiárido brasileiro abrigam cactos com características singulares. Elas sofreriam grande impacto ambiental com a extinção dessas espécies, que são particularidades da região nordestina, sendo amplamente utilizadas pela população (ZAPPI; TAYLOR, 2017). Grande parte dos frutos carnosos dos cactos são comestíveis e diversos tipos são consumidos em regiões áridas do Novo Mundo, principalmente pelos nativos americanos (ANDERSON; BROWN, 2001). No México, muitas plantas foram domesticadas devido ao uso das frutas (ARELLANO; CASAS, 2003). Em Cuba, espécies são utilizadas de forma medicinal (PEREIRA, 2009) e também, nos Estados Unidos, elas apresentam alto valor cultural (JIMÉNEZ SIERRA; EGUIARTE, 2010).

Diversas espécies ocorrentes na Caatinga são coletadas em seus ambientes naturais e, posteriormente, consumidas ou comercializadas nas comunidades da zona rural, das regiões nordestinas. Dentre essa variedade de espécies, os cactos também são alvos de comercialização, pondo em risco sua conservação no ambiente natural. Dessa forma, o extrativismo das espécies deve ser feito de forma controlada e sustentável. Essa comercialização pode obter melhoria de renda para agricultores locais, mas para evitar perda da biodiversidade, deve ser feita de forma orientada e com conscientização da sua preservação (CAVALCANTE; VASCONCELOS, 2016).

Uma das formas mais utilizadas das espécies de cactos são de espécies forrageiras na alimentação de animais, como bovinos, caprinos e ovinos, principalmente, durante os períodos menos chuvosos, essas espécies garantem aumento da produção de leite (DUQUE, 2004). Em regiões secas, muitos animais silvestres ou domesticados não possuem muitas fontes alternativas de alimento e água. Dessa maneira, os cactos contribuem suprindo essas necessidades de sobrevivência como uma fonte de nutrientes (ANDERSON; BROWN, 2001). Ainda no que diz respeito ao uso, muitas espécies de cactos com valores ornamentais, são utilizadas de forma desordenada, levando ao grande risco de extinção, influenciando na sua distribuição natural local, principalmente as espécies globulares, que são obtidas de sementes, e que demoram a se reestabelecer (COELHO; JÚNIOR; NASCIMENTO, 2015).

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Diante dessas considerações, se faz importante relatar que os cactos são fontes de alimentos para vários organismos vertebrados e invertebrados das regiões da Caatinga. Eles apresentam grande importância econômica, por serem utilizados na alimentação animal, na alimentação humana, e também, como fonte de madeira, na construção de casas e cercas-viva (LIMA, 1996). Existem estudos feitos em variedades de espécies de cactos de palmas forrageiras na forma de silagem, evidenciando resultados que apresentam pH adequado, indicando uma boa fermentação na alimentação de ruminantes, tornando a prática de utilização dessas espécies cada vez mais comum (NOGUEIRA, 2016; CARVALHO, 2018). Nota-se, que a palma demonstra ser um recurso de extrema importância forrageira em regiões de climas secos no Brasil, por mais que a utilização dessas espécies seja feita de forma emergencial (NETO et al., 2016).

Além disso, algumas comunidades rurais utilizam os cactos em construções de casas, através da produção de ripas de Pilosocereus pachycladus em telhados (PEREIRA, 2009). Eles também são utilizados em receitas de biscoitos, doces e diversos tipos de guloseimas; as espécies utilizadas no preparo são Pilosocereus gounellei (xiquexique), P. pachycladus (facheiro) e Melocactus bahiensis (coroa de frade), que garantem uma boa fonte de renda para agricultores familiares (ANDRADE; MARQUES; ZAPPI, 2006). Não descartando também o uso de cactos por agricultores familiares em tratamento de doenças como infecções, gripe e problemas de uretra (ANDRADE; MARQUES; ZAPPI, 2006).

Considerando a grande diversidade de uso e a riqueza de espécies de cactos no Brasil, são de suma importância, trabalhos que enfoquem a conservação dessa família em seus habitats naturais. Visto que, fatores como comércio ilegal, destruição do habitat e práticas extrativistas desordenadas ocorrem cada vez mais, ameaçando as espécies e colocando-as em perigo de extinção (SANTOS; MEIADO, 2015). Porém, atualmente, comunidades rurais necessitam intimamente de recursos vegetais locais, apesar dos avanços de centros urbanos e tecnologia, pois o cultivo e o uso de espécies complementam a alimentação e outras necessidades básicas para a subsistência de diversas famílias da zona rural (LEÃO et al., 2016).

2.6. Flora do Rio Grande do Norte

Existe um grande esforço amostral por pesquisadores em documentar espécies existentes no estado do Rio grande do Norte. Atualmente, já foram publicadas inúmeras ocorrências de espécies para o estado como o trabalho realizado por Versieux et al. (2017) onde registraram 71 espécies de plantas para o Rio Grande do Norte. Outro estudo importante, que

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evidenciou novas ocorrências foi o estudo de Moura et al (2018) que registraram através de consultorias ambientais 5 gêneros e 10 novas espécies para o estado do Rio Grande do Norte. Foram realizados diversos tratamentos taxonômicos, das famílias: Turneraceae (ROCHA; MELO; CAMACHO, 2012), Poaceae (OLIVEIRA et al., 2013), Fabaceae – Papilionoideae (SÃO-MATEUS et al., 2013), Erythroxylaceae (COSTA-LIMA; LOIOLA; JARDIM, 2014), Capparaceae (SOARES NETO; JARDIM, 2015), Bignoniaceae (COLOMBO; KAHELER; CALVENTE, 2016), Lamiaceae (SOARES; PASTORE; JARDIM, 2017), Combretaceae (SOUSA et al.,2018), Bromeliaceae (TOMAZ; VERSIEUX, 2019), os quais registraram diversas ocorrências para o estado. Realizaram-se também estudos com a Ordem Boraginales (MELO et al., 2018). Porém, até o momento, ainda não foi publicada uma flora para a família Cactaceae, apesar de os dados listados até o momento indicarem a ocorrência de 21 espécies no estado (FLORA DO BRASIL, 2020).

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3. MATERIALEMÉTODOS

__________________________________________________________________________ 3.1. Área de estudo

O estudo foi realizado no estado do Rio Grande do Norte, com área de aproximadamente 53.015,3 km² e 150 municípios presentes no estado. Situando-se no Nordeste brasileiro, entre os paralelos de 04º51’54”– 06º58’18”S e os meridianos 34º57’08”–38º35’12” W. O estado limita-se com o oceano Atlântico ao Norte e a Leste, ao Sul com o estado da Paraíba e ao Oeste, com o estado do Ceará. Apresenta temperatura média anual de 25,5ºC, com climas variando do Árido, Semiárido, Subumido Seco ao Clima Úmido (SUDENE, 1971).

Na composição da vegetação do Estado, encontram-se as Caatingas (Hiperxerófila e Hipoxerófila e Seridó), Cerrados, Florestas (Caducifólia, Subcaducifólia, Subperenifólia e Estacional Mista Dicótilo-Palmácea), Vegetação de Dunas, Vegetação de Restinga, Formações rupestres, Campos (de várzea e antrópicos), Manguezais, Desertos Salinos, Capoeiras e Vegetação Aquática (SUDENE, 1971).

3.2. Estudo Taxonômico

Para a obtenção das amostras, foram realizadas coletas aleatórias no estado do Rio Grande do Norte no período entre 2018-2019, seguindo-se metodologia usual em taxonomia vegetal (MORI et al., 1989), com posterior inclusão do material no acervo do Herbário UFRN, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Além dos materiais coletados no estado e da coleção do herbário UFRN, foram analisadas amostras provenientes dos seguintes herbários, incluindo fotos e materiais adicionais de estruturas ausentes: EAC, IPA, HUEFS, HURB, HVASF, RB, UFP e VIES (acrônimos de acordo com THIERS, 2014). Buscou-se preencher lacunas de coletas em todas as regiões e tipos de vegetações no estado.

A identificação dos táxons foi realizada por meio do uso de chaves de identificação e análise comparativa com descrições em obras já publicadas (BARTLOTT; TAYLOR, 1995; ANDERSON, 2001; HUNT; TAYLOR; CHARLES, 2006; TAYLOR; ZAPPI, 2004; ZAPPI, 1994) e a abreviação dos nomes dos autores das espécies no texto segue o IPNI e Trópicos (MOBOT, 2020). Espécies exóticas amplamente difundidas, consideradas naturalizadas, foram mantidas no estudo. A análise morfológica para descrição do material foi baseada em Gibson e Nobel (1986), Harris e Harris (2001), Taylor e Zappi (2004) utilizando material herborizado, fresco ou fixado em álcool a 70%. Os comentários sobre a etimologia dos nomes científicos das

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14

espécies foram feitos com base no Dicionário Etimológico de Nomes de Plantas Suculentas (EGGLI; NEWTON, 2004).

O conhecimento sobre o grau de preservação das espécies foi feito a partir da consulta da Lista vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), e foram incluídas as categorias de ameaça estabelecidas para cada espécie a nível global, sendo DD – sem dados, NE – não avaliada, LC – não ameaçada, NT – quase ameaçada, VU – vulnerável, EN – ameaçada e CR – criticamente ameaçada.

3.3. Chave interativa: Construção e Software utilizado

Foi utilizado o software de livre acesso Xper², versão 2.3.2 (http://www.infosyslab.fr/) para a construção de uma base de dados sobre as espécies. Foram inseridos na base de dados uma lista (Anexo 1) com 37 descritores, sendo 22 vegetativos e 15 reprodutivos, e 135 estados para a descrição dos táxons, os quais foram classificados conforme suas características morfológicas. Os descritores dividiram-se em 4 principais grupos, sendo o grupo de “hábito e formato caulinar” com 13 descritores, o grupo “aréolas e espinhos” com 9 descritores, o grupo “Flor” com 9 descritores e o grupo “frutos e sementes” apresentaram 6 descritores para auxiliar na descrição taxonômica das espécies. Em seguida, a base de dados foi exportada para a plataforma on-line Xper³ (http://www.xper3.fr/), em formato sdd. A plataforma digital possui editor que mantém descrições taxonômicas padronizadas e diversas outras funcionalidades que possibilitam a identificação das espécies, além de comparar e computar dissimilaridades morfológicas, e também, a inclusão de ilustrações e informações adicionais das espécies coletadas em campo.

3.4. Mapeamento das espécies

Foi elaborada uma grade de coordenadas baseada nos estudos de Tomás e Versieux (2019) e Versieux e Wendt (2006), contendo células de 0,5° x 0,5°, que foram sobrepostas e plotadas no mapa do estado do Rio Grande do Norte, destacando também suas mesorregiões: “Leste Potiguar”, “Oeste Potiguar”, “Central Potiguar” e “Agreste Potiguar”. As células receberam um código alfanumérico de mapeamento de A1-E5 (Fig. 1), demonstrando a ocorrência das espécies nos municípios do estado. O registro das ocorrências das espécies nos municípios foi observado a partir do rótulo das amostras de 168 espécimes de Cactaceae depositadas no Herbário UFRN e coletas em campo e, assim, foram listados códigos de células para todos os espécimes, afim de demonstrar a distribuição das espécies no estado (Tab. 1). O

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15

mapeamento da ocorrência das espécies foi elaborado no software de livre acesso QGIS 3. 12. 2 (QGIS Development Team, 2018).

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16

4. RESULTADOSEDISCUSSÃO

__________________________________________________________________________ 4.1. Distribuição e ocorrência das espécies

Foram registradas 18 espécies de Cactaceae no Rio Grande do Norte, distribuídas em nove gêneros e 3 subfamílias (Tab.1). A subfamília Cactoideae foi a que apresentou o maior número de espécies (10) divididos em quatro gêneros: Cereus (2), Melocactus (3), Pilosocereus (4) e Rhipsalis (1). Para a subfamília Opuntioideae foram listados quatro gêneros:

Brasiliopuntia (1), Nopalea (1), Opuntia (2) e Tacinga (3), totalizando sete espécies. E, por fim,

para a subfamília Pereskiodieae, com o gênero Pereskia, foi listada apenas uma espécie. A partir da análise dos rótulos de 168 espécimes depositados no Herbário UFRN, foi possível observar que de 167 cidades existentes no estado, 53 apresentam espécies de Cactaceae em seus territórios (Tab. 2). Ás células com códigos alfanuméricos (A1, A3, B1, B2, C1, C3, D1, D2, D9, E1, E4, E5), e cidades (114) que não foram realizadas coletas foram excluídas.

Tabela 1. Cactaceae no estado do Rio Grande do Norte, subfamília e gêneros.

Fonte: B. S. Martins.

Cactoideae Cereus (2) Cereus fernambucensis Lem. subsp. fernambucensis

Cereus jamacaru DC. subsp. jamacaru

Melocactus (3) Melocactus ernestii Vaupel.

Melocactus violaceus Pfeiff.

Melocactus zehntneri (Britton & Rose) Luetzelb.

Pilosocereus (4) Pilosocereus catingicola subsp. salvadorensis (Werderm.) Zappi

Pilosocereus chrysostele (Vaupel) Byles & G.D.Rowley.

Pilosocereus gounellei subsp. gounellei (F.A.C.Weber) Byles & Rowley Pilosocereus pachycladus subsp. pernambucoensis (Ritter) Zappi

Rhipsalis (1) Rhipsalis baccifera (J.M.Muell.) Stearn.

Opuntioideae Brasiliopuntia (1) Brasiliopuntia brasiliensis (Willd.) A. Berger

Nopalea (1) Nopalea cochenillifera (L.) Salm-Dyck.

Opuntia (2) Opuntia ficus-indica (L.) Mill.

Opuntia stricta (Haw.) Haw

Tacinga (3) Tacinga inamoena (K.Schum.) N.P.Taylor & Stuppy.

Tacinga palmadora (Britton & Rose) N.P.Taylor & Stuppy. Tacinga subcylindrica M.Machado & N.P.Taylor.

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17

Tabela 2. Número total de espécimes por municípios (*) do estado do Rio Grande do Norte, mesorregiões (Oeste Potiguar, Central Potiguar, Agreste Potiguar e Leste Potiguar) e códigos alfanuméricos de áreas correspondentes.

Fonte: B. S. Martins, adaptado de Tomáz e Versieux (2019).

Rhipsalis baccifera, Pereskia grandifolia e Brasiliopuntia brasiliensis, tem sua

distribuição nas formações do domínio da Mata Atlântica (fig. 4-C), as espécies M. Violaceus,

C. fernambucensis e O. stricta, ocorrem em vegetações de dunas na mesorregião “Leste

Potiguar” (Fig. 1) ou em zonas de transição de vegetações. As demais espécies ocorrem amplamente em dois ou mais domínios fitogeográficos (Fig. 3-E, H), nas vegetações de afloramentos rochosos, em regiões de alta altitude ou amplamente na Caatinga. Em estudos realizados por Silva (2015), o Rio Grande do Norte, possui ilhas de coletas, áreas que possuem maiores esforços de coletas na capital e municípios próximos, demonstrando pouco esforço amostral em áreas da Caatinga. Neste trabalho, as quadrículas que identificaram maiores índices de coletas foram (C6, C7 e D8) nas mesorregiões “Agreste Potiguar” e “Leste Potiguar” áreas

Códigos alfanumé ricos

Total de espécimes de Cactaceae por municípios Mesorregiões

A2 Areia Branca (1), Grossos (2), Oeste Potiguar

B3 Alto do Rodrigues (1), Macau (3), Oeste; Central Potiguar

B4 Jandaíra (1), Agreste Potiguar

B5 Parazinho (1), São Miguel do Gostoso (4), Agreste e Leste Potiguar

B6 Rio do Fogo (5), Touros (2), Leste Potiguar

C2 Apodi (3), Felipe Guerra (1), Oeste Potiguar

C4 Assú (1), Angicos (1), Fernando Pedroza (1), Santana do Matos (1), Oeste e Central Potiguar

C5 Bodó (1), Lajes (5), Pedro Avelino (1), São Tomé (1), Central Potiguar

C6 Barcelona (1), Bento Fernandes (4), Bom Jesus (2), Caiçara do Rio do Vento (1), João Câmara (14), Taipu (1),

Agreste Potiguar

C7 Ceará-Mirim (4), Extremoz (1), Macaíba (4), Maxaranguape (2), Natal (28), Parnamirim (3), Leste Potiguar

D3 Martins (1), Oeste Potiguar

D4 Caicó (2), Jucurutu (4), Oeste e Central Potiguar

D5 Acari (5), Currais Novos (12), Central Potiguar

D6 Campo Redondo (1), Lagoa Nova (5), Santa Cruz (2), Central e Agreste Potiguar

D7 Japi (1), Monte das Gameleiras (1), Serra Caiada (2), Serra de São Bento (2), Tangará (1),

Agreste Potiguar

D8 Baía Formosa (3), Espírito Santo (1), Nísia Floresta (9),Pedro Velho (3), São José de Mipibu (1), Tibau do Sul (3),

Agreste e Leste Potiguar

E2 São João do Sabugi (2), Serra Negra do Norte (3) e Central Potiguar

(30)

18

próximas a Universidades e o litoral do estado. 111 municípios do estado não apresentaram registros de coletas de Cactaceae, nota-se um déficit de coleta nas mesorregiões “Oeste Potiguar” e “Central Potiguar”.

Figura 1. Estado do Rio Grande do Norte com grade vetorial de células de 0.5° x 0.5° (A1-E5) e mesorregiões do estado.

Fonte: B. S. Martins, adaptado de Tomáz e Versieux (2019).

4.2. Espécies ameaçadas

Melocactus violaceus, Pilosocereus chrysostele e Tacinga subcylindrica se enquadram

nas categorias de ameaça segundo os critérios da IUCN (2001), a nível global sendo considerada como “Vulnerável” (VU), “Quase ameaçada” (NT) e “ameaçada” (EN), respectivamente, já as demais são tidas como “Não ameaçadas de extinção” (LC) ou não constam na lista, por não terem sido avaliados como no caso de N. cochenillifera e O. ficus

indica. A espécie Melocactus violaceus, teve a sua população global extremamente reduzida

em áreas de ocorrência em campos dunares, devido à intensa ação antrópica do crescimento mobiliário e turístico das cidades em que as espécies ocorrem (GOETTSCH; DURÁN; GASTON, 2019). T. subcilindrica deve ser mantida em áreas de conservação devido a sua distribuição restrita, para que não corra risco de extinção, bem como a espécie P. chrysostele

(31)

19

que deve ter seu ambiente preservado, para que essa espécie não entre nas categorias de ameaça mais críticas.

4.3. Chave de Identificação Interativa

A chave interativa pode ser consultada on-line e está disponível em (<http://www.xper3.fr/xper3GeneratedFiles/publish/html/-4113899952707383514/>). Na plataforma on-line da chave interativa ao clicar em uma espécie é possível observar diversas informações e caracteres morfológicos relacionados ao táxon existente na chave. Também é possível observar as diferenças entre os descritores que estão divididos em escalas, na cor verde, sendo os mais discriminantes, em tons de verde escuro, e os menos discriminantes, em tons mais claros (Fig. 2).

Figura 2. Chave interativa na plataforma on-line Xper³ para a Família Cactaceae no Estado do Rio Grande do Norte. Os táxons organizam-se a lista da direita e os possíveis descritores e estados que irão ser selecionados organizam-se na esquerda.

Fonte: B. S Martins.

4.4. Tratamento taxonômico

1. Brasiliopuntia brasiliensis (Willd.) A. Berger, Entwicklungslin. Kakt.: 94. 1926. Fig. 4-H

Arbusto ou arborescente, 1.5-5 m alt., ramos dimórficos, cilíndricos ou complanados, ramos primários eretos, secundários divergentes; tronco 1.5-3 m comp.; artículos complanados elípticos a obovais, 2-3 cm comp., 1-2 cm diâm.; ramificação primária mediana a subapical, secundária apical. Aréolas ca. 3-5 mm diâm., gloquídeos abundantes, espaçadas 12-20 mm; espinhos 1-3, marrom claros, apíce amarelo claro, aciculares, 20 mm comp. Flor rotácea,

(32)

0.25-20

0.35 x 0.45 cm diâm., amarela; pericarpelo com aréolas pilosas e gloquídeos abundantes; estile ca. 0.09-0.15 cm comp., estigma ca 0.4 cm comp. Fruto 2-3 cm diâm., vermelho ou alaranjado, indeiscente, polpa funicular translúcida; semente 8-10 mm diâm., castanho claro.

Material examinado: Mun. Ceará-Mirim, Fazenda Diamante, 14.XII.2011, est., J.G.

Jardim 6168 (UFRN); ca. de 0,5 km do Rio Ceará-Mirim, 25.I.2013, est., A.C.D. Souza et al. 27 (UFRN); Mun. Macaíba, Colégio Agrícola de Jundiaí, 02.VIII.2001, est., L.A. Cestaro 01-50 (IPA).

Material adicional: Bahia, Mun. Contendas. Floresta Nacional Contendas do Sincorá, 3.IV.2015, M.B. Medeiros 603 (HURB), Atibaia, X. 2001, L.Y.S. Aona et al. 776 (UEC).

Comentários: Pode ser encontrada nos países Argentina, Bolívia, Brasil, Peru, Paraguai e Estados Unidos (HUNT, 2016). No Brasil, a espécie ocorre em Rondônia, Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. No RN, ocorre em restingas e Caatinga. Seu status de conservação de acordo com a lista vermelha da IUCN é “Pouco preocupante” (LC). A floração e frutificação foram observadas em abril. O nome da espécie refere-se a relação com o gênero Opuntia e a ocorrência no Brasil. Mesorregião:”Leste Potiguar”.

Quadrícula: C7.

2. Cereus fernambucensis Lem. subsp. fernambucensis Cact. Gen. Sp. Nov.: 58. 1839. Fig. 3-F

Subarbusto colunar, prostrado a subereto, 0.4-0.6(-1) m comp.; artículos com estrangulações, 20-60 cm comp., 5-8 cm diâm.; ramificação basal ou próxima à base; costelas 3-5, ca. 15-15.3 mm alt., 7-8 mm espes., margem inteira e limites retilíneos. Aréolas ca. 4-6 mm diâm., geralmente glabras, pilosas em ramos jovens, espaçadas 5-25 mm; espinhos 4-9, castanho acizentados, ápice amarelo claro, aciculares, pungentes 0.3-25 mm comp. Flor infundibuliforme, 12-16 x 4.5-5 cm, alva, às vezes rosada; pericarpelo com aréolas pilosas; estilete ca. 10.5 cm comp., estigma ca. 0.5 cm comp. Fruto 3-4 cm diâm., vermelho rosado, deiscência longitudinal, polpa funicular branca; semente 2.0-2.5 mm diâm., negra.

Material examinado: Mun. Baía Formosa, Mata Estrela, 30.III.2012, fl. e fr., A.A. Roque

1341 (UFRN); Mun. Natal, Via Costeira, 27.IX.2010, est., M.V. Meiado & A.P. Fontana 254

(33)

21

Costa 60 (UFP, UFRN); Mun. Rio do Fogo, estrada para distrito de Zumbi, 01.IV.2012, fr., A.C.D. Souza et al. 06 (UFRN).

Comentários: Espécie com distribuição no Brasil, ocorre em Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe, Espírito Santo e Rio de Janeiro. No RN ocorre na mata atlântica, seu status de conservação de acordo com a lista vermelha da IUCN é “Pouco preocupante” (LC). Floração observada em março, maio, junho, outubro, novembro e dezembro. Frutificação observada em fevereiro, março, abril, junho, julho e novembro. O nome da espécie refere-se ao crescimento colunar do gênero Cereus e Fernambucensis se refere a erros de ortografia para a ocorrência no estado de Pemambuco, Brasil.

Mesorregião:”Leste Potiguar”. Quadrículas: B6, C7 e D8.

3. Cereus jamacaru DC. subsp. jamacaru, Prodr. 3: 467. 1828. Fig. 3-G Árvore colunar, ereta, 2-5 (-10) m alt.; tronco 3m comp., 7 cm diâm.; artículos com estrangulações, 60-200 cm comp., 7 cm diâm.; ramificação primária na parte mediana do ramo central, secundária apical; costelas 5-7, ca. 25 mm alt., 13 mm espes., margem inteira e limites retilíneos. Aréolas ca. 7-9 mm diâm., glabras, espaçadas 13-25 mm; espinhos 5-14, cinzas ou amarelos, aciculares, pungentes, centrais 13-23 mm comp., radiais 6-12 mm comp. Flor infundibuliforme, 15-18 x 11-15 cm, alva; pericarpelo com aréolas pilosas; estilete ca. 14 cm comp., estigma ca. 0.15 cm comp. Fruto 6-7.5cm diâm., vermelho ou vermelho rosado, deiscência longitudinal, polpa funicular branca; semente 2-3 mm diâm., negra.

Material examinado: Mun. Alto do Rodrigues, Comunidade Barrocas, 30.V.2010, fr.,

D.F. Torres & E.S. Oliveira 50 (UFRN); Mun. Angicos, margem da rodovia BR-304, 12.II.2012,

fl., A.C.D. Souza et al. 05 (UFRN); Mun. Apodi, Lajedo Soledade, 10.III.2014, est., P. Lavor

27, 28, 29 (UFRN); Mun. Bento Fernandes, Serra do Riacho do Sapo, 08.II.2012, fl., A.C.D. Souza et al. 04 (HUEFS, RB, UFRN); Mun. Caiçara do Rio do Vento, BR 304, 25.IX.2010,

est., M.V. Meiado & A.P. Fontana 249 (HURB, HVASF); Mun. João Câmara, Cauassú, 07.VII.2012, fl., M.R.O. Trindade 100 (UFRN).

Comentários: Espécie com distribuição no Brasil, ocorre em Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe e Minas Gerais. No RN ocorre em Vegetações de afloramentos rochosos e Caatinga, seu status de conservação de acordo com a lista vermelha da IUCN é “Pouco preocupante” (LC). Floração observada em janeiro, fevereiro, março, abril, maio, julho e outubro. Frutificação observada em janeiro,

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fevereiro, abril, maio, julho e outubro. O nome da espécie refere-se ao crescimento colunar do gênero Cereus e jamacaru do nome vernacular “Mandacaru” amplamente utilzado no Brasil. Mesorregiões: “Agreste Potiguar”, “Oeste Potiguar”, “Leste Potiguar” e “Central Potiguar”. Quadrículas: B3, C2, C4, C6, C7, D3, D4, D5, D7, D8 e E2 .

4. Melocactus ernestii Vaupel. Monatsschr. Kakteenk. 30: 8. 1920. Fig. 4-A Subarbusto globoso e/ou subgloboso, 20-35 cm comp., 14 cm larg., não ramificado; costelas 10-14, ca. 17-23 mm alt., 18-32 mm espes., margem inteira e limites retilíneos. Aréolas ca. 3-10 mm diâm., glabras, espaçadas 10-18mm; espinhos 9-15(-17), marrom avermelhados, centrais aciculares, 8-44 mm comp., radiais curvos 9-75 mm comp. Cefálio terminal, 5-9 cm comp., 8-11 diâm. com cerdas cinza claro e avermelhadas e aréolas lanosas. Flor tubular com lacínias patentes, 1.4-2.1 x 1.5 cm, rósea; pericarpelo glabro; tubo floral glabro; estilete ca. 1cm comp., estigma ca. 0.1 cm comp. Fruto 0.5-2 cm diâm., magenta e base esbranquiçada, indeiscente, polpa funicular translúcida; semente 1 mm diâm., negra.

Material examinado: Mun. Serra de São Bento, Sítio Jambre, 02.VIII.2012, est., A.C.D.

Souza et al. 13 (UFRN).

Comentários: Espécie com distribuição no Brasil, ocorre em Alagoas, Bahia, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe e Minas Gerais. No RN, ocorre em vegetação sobre afloramentos rochosos, na região serrana do Estado, seu status de conservação de acordo com a lista vermelha da IUCN é “Pouco preocupante” (LC). Floração e frutificação observados em novembro. O nome da espécie refere-se ao formato de melão ou maçã do arbusto e “ernestii” em homenagem ao botânico Ernst H. G. DIe (1854-1915).

Mesorregião:”Agreste Potiguar”. Quadrícula: D7.

5. Melocactus violaceus Pfeiff., Allg. Gartenzeitung (Otto & Dietrich) 3: 313. 1835. Fig. 4-B

Subarbusto subgloboso, raramente globoso, 10-20 cm comp., 12 cm larg., não ramificado; costelas 11-12, 21-24 mm alt., 25-43 mm espes., margem repanda e limites retilíneos. Aréolas ca. 0.3-0.6 mm diâm., glabras, espaçadas 9-15mm; espinhos 7-8(-9), castanho acizentados, curvos, ápice enganchado, centrais 9-20 mm comp., radiais 8-19 mm comp. Cefálio terminal, 1.2-1.8 cm alt., 6-9 cm diâm., com cerdas velutinas e lanosas, alvas a avermelhadas e aréolas lanosas. Flor tubular com lacínias patentes, 1.5-2 x 0.5cm, rósea;

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pericarpelo glabro; tubo floral glabro; estilete ca. 1.5 cm comp., estigma ca. 0.1 cm comp. Fruto 0.8-1.5 cm diâm., rosa a lilás e base esbranquiçada, indeiscente, polpa funicular translúcida; semente 1-2 mm diâm., negra.

Material examinado: Mun. Ceará-Mirim, Área do empreendimento Dunas de Muriú, 11.II.2016, fr., E.O. Moura & P.B.C.S. Moura 508 (UFRN); Mun. Maxaranguape, Comunidade Caraúbas, 27.VII.2010, est., D.F. Torres & E.S. Oliveira 110 (UFRN); Mun. Natal, Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte, 28.XII.2015, est., A.A. Roque 1692 (UFRN); Mun. Nísia Floresta, Dunas de Búzios, 30.III.2008, est., M.R.O. Trindade & F.S.R. Sousa 29 (UFRN); 20.IV.2008, est., A.E.C.S. Melo 24 (UFRN); Mun. Parnamirim, Barreira do Inferno, 15.X.2009, M.V.

Meiado & R.A. Costa 104 (UFP).

Comentários: Espécie com distribuição no Brasil, ocorre em Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe, Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. No RN, ocorre em vegetação de dunas, seu status de conservação de acordo com a lista vermelha da IUCN é “vulnerável” (VU). Floração observada em fevereiro, junho, julho e agosto. Frutificação observada em fevereiro, abril, junho, julho e agosto. O nome da espécie refere-se a cor violeta das flores. Mesorregião:”Leste Potiguar”e “Agreste Potiguar”.

Quadrículas: B5, B6, C6, C7 e D8.

6. Melocactus zehntneri (Britton & Rose) Luetzelb. Estud. Bot. Nordéste 3: 111. 1923. Fig. 4-C, E

Subarbusto globoso, raramente alongado, 15-30 cm comp., 20 cm larg., não ramificado; costelas 10-13, 12-26 mm alt., 20-38 mm espes., margem repanda e limites retilíneos. Aréolas ca. 5-10 mm diâm., glabras, espaçadas 4-14 mm; espinhos 7-9(-10), marrom avermelhados, apíce cinza escuro, curvos, centrais 26-31 mm comp., radiais achatados com ápice enganchado, 9-46 mm comp. Cefálio terminal, 2-5 cm alt., 5-9 cm diâm., com cerdas alvas e avermelhadas, aréolas lanosas. Flor tubular com lacínias patentes, 1-2.5 x 0.6 cm, rósea; pericarpelo glabro; tubo floral glabro; estilete ca. 1cm comp., estigma ca. 0.3 cm comp. Fruto 1.5-2cm diâm., quase esbranquiçado a rosa claro, indeiscente, polpa funicular translúcida; semente 1-1.5 mm diâm., negra.

Material examinado: Mun. Acari, BR 427 sentido Jardim do Seridó–Acari, 09.IX.2012, est., A.C.D. Souza et al. 17 (UFRN); Mun. Bento Fernandes, Serra do Riacho do Sapo, 08.II.2012, fl., A.C.D. Souza et al. 02 (UFRN); Mun. Caiçara do Rio do Vento, BR 304, 25.IX.2010, est., M.V. Meiado & A.P. Fontana 253 (HVASF, UFRN); Mun. Caicó, RN 288,

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sentido Currais Novos, 15.VIII.2009, fl., J.G. Jardim et al. 5515 (UFRN); Mun. Currais Novos, 28.VII.2014, fl. e fr., A.A. Roque 1637 (UFRN).

Comentários: Espécie com distribuição no Brasil, ocorre em Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. No RN, ocorre na Caatinga e vegetação de afloramentos rochosos, seu status de conservação de acordo com a lista vermelha da IUCN é “Pouco Preocupante” (LC). Floração observada em janeiro, fevereiro, março, junho, julho e agosto. Frutificação observada em janeiro, junho, julho, agosto e outubro. O nome “zehntner” em homenagem ao pesquisador botânico Leo Zehntner (1864-1961).

Mesorregiões: “Agreste Potiguar”, “Oeste Potiguar”, “Leste Potiguar” e “Central Potiguar”. Quadrículas: B4, B5, C2, C5, C6, D4, D5 e D6.

7. Nopalea cochenillifera (L.) Salm-Dyck, Cact. Hort. Dyck. (1849): 64. 1849 [1850]. Fig. 5-G

Arbusto com ramos complanados, ereto, 1-2 m alt.; artículos elípticos a obovados, 10.5-17 cm comp., 4-8 cm diâm.; ramificação apical. Aréolas ca. 2 mm diâm., pilosas, espaçadas 11-29 mm; gloquídeos abundantes. Flor ca. 6 x 1.5 cm, vermelha a roxa; pericarpelo tuberculado com aréolas pilosas e gloquídeos abundantes; estilete ca. 4.5 cm comp., estigma ca. 0.4 cm comp. Fruto 2.5 cm diâm., vermelho, indeiscente, polpa funicular branca; semente 3-4 mm diâm., negra.

Material Examinado: Mun. Natal, Matinha dos saguis, borda do fragmento próximo ao CB, 04-IV-2018, Moreira, V.P. 91(UFRN)

Comentários: Essa espécie ocorreu inicialmente no México, sua distribuição no Brasil ocorre em Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Distrito Federal, Goiás, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. No RN ocorre na Caatinga e vegetação de afloramentos rochosos, seu status de conservação de acordo com a lista vermelha da IUCN é “Dados Insuficientes” (DD) por ser uma espécie exótica amplamente difundida no país. Floração e frutificação observadas em abril e outubro. O nome da espécie refere-se a semelhança ao gênero Opuntia ou pêra espinhosa, e cochenillifera ao inseto cochonilha.

Mesorregiões: “Leste Potiguar”e “Agreste Potiguar” Quadrículas: C6 e C7.

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