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(1)

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MINISTE.RIO DA AGRICULTURA· MA

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Univ8C1idade fadaral da Mato Grosso do $01 . UFMS Corumbâ, rvtS

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.-ANAIS

DO la SIMPÓSIO SOBRE RECURSOS

NATURAIS E SÓCIO·ECONÓMICOS

DO PANTANAL

Corumbá, MS

• ~ J

28 de novembro a 4 de dezembro de 1984

Anais . .

1986 PC· 1988.00246

Departamento de Difusão de Tecnologia Brasilia, DF

1986

(2)

EMBRAPA·CPAP. Documentos, 5

Exemplares desta publicação podem ser solicitadas ao: Centro de Pesquisa Agropecuária do Pantanal· CPAP Rua 21 de setembro, 1.880

Bairro Nossa Senhora de Fátima

Caixa Postal 109 Telex: 067.3198 Telefone: (0671 231.1430 79300 Corumbá, MS. Tiragem: 2.000 exemplares

mr

l

Simpósio sobre Recursos Naturais e Sócio-econômi· cas do Pantanal, l., Corumbá, MS, 1984.

Anais do 1. Simpósio sobre Recursos Naturais e

Sócio-econômicos do Pantanal, por Empresa Brasilei-ra de Pesquisa Agropecuária. Centro de Pesqui.sa Agro-pecuária do Pantanal/Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Brasília, EMBRAPA-DDT, 1986.

265p. (EMBRAP A.{:PAP. Documento" 5) 1. Recurso natural - Congresso - Brasil - Mato

Grosso -Pantanal. 2. Recurso sócio-econômico -

Con-gresso - Bra;;il - Mato Grosso - Pantanal. L Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Centro de

Pesqui-sa Agropecuária do Pantanal, Corumbá, MS. 11. Ma.to Grosso do Sul. Uruver.üdade Federal. 111. Título. IV.

Série.

(3)

APRESENTAÇÃO

Não há duvida que o Pantanal Mato-grossense ascendeu, nos últimos anos, a uma posição de destaque no cenário na-cional. Esta notoriedade foi alcançada graças às suas belezas naturais, facilmente constatadas por quem tem a oportunidade de percorrê-Io e, mais recentemente, às custas de denúncias dando conta da depredação dos seus recursos naturais e de ameaças à integridade do seu ecossistema.

Deixando de lado o caráter algumas vezes emocional destas denúncias, o crescimento da consciência nacional, em fa-vor da preservação e exploração racional dos recursos naturais em geral, e não apenas do Pantanal, constitui fato da mais alta significação política e social na história recente do País.

Já não era sem tempo, então, que a comunidade científica em geral, sintonizada com as preocupações de grande parte da sociedade brasiJeiril, se reunisse para um momento de reflexão sobre as contribuições e responsabilidades da pesquisa nac on-figuração do futuro desta importante região e de seu povo.

Este momento de reflexão foi o I Simpósio sobre Recursos Naturais e Sócio-econômicos do Pantanal, que teve lugar em Corumbá, MS, no período de 28 de novembro a 4 de dezembro de 1984.

Promovido pelo Centro de Pesquisa Agropecuária do Pantanal (CPAP) - EMBRAPA e o Centro Universitário de Co-rumbá/FUFMS, com O apoio do CNPq, FINEP, SUDEPE e outras instituições, este Simpósio buscou encerrar a fase do esforço isolado e descontinuado da pesquisa no Pantanal. Em contrapartida, teve como meta sancionar uma nova fase: a da cooperação em torno de uma proposta integrada, tanto do ponto de vista institucional quanto da ótica das várias disciplinas que concorrem para a melhor compreensão do Pantanal como um todo.

Assim, através de sessões temáticas, procurou-se colher subsídios para a subseqüente formulação de uma poUtica de pesquisa, consoante com a realidade da região, que poderá servir de diretriz aos programas voltados ao desenvolvimento cientí-fico e ao progresso tecnológico, pautados segundo objetivos de realização integrada das potencialidades do homem e da natu-reza, atendendo ao anseio de satisfação das necessidades da população, porém sem preju ízo à base de recursos naturais em que se apoia a sua existência.

ARA" BOOCK

Chefe do Centro de Pesquisa Agropecuária do Pantanal - CPAP

(4)

PROGRAMA .. CLIMATOLOGIA

SUMARIO

O Sistema Climático do Pantanal: da Compreensão do Sistema à Definição de Prioridades de Pesquisa Climatológica. José Roberto Tarifa.

Condições Climáticas para a Região do Pantanal Mato-grossense. Rogério Remo Alfonsi e Marcelo Bento Paes de Ca-margo.

RECURSOS HIDRICOS

HidfOlogia da Bacia do AlfO Paraguai. Newton de Oliveira Carvalho.

A Dinâmica das Inundações no Pantanal. Jorge Addmo/i. GEOLOGIA. GEOMORFOLOGIA E SOLOS

Aspectos Geológicos do Pantanal Mato-grossense e de sua Área de Influencia. José Domingues de Gado; FillJo. Contribuição da Geomorfologia para o Conhecimento e Valorização do Pantanal. Tereza Cardoso da Silva.

Solos do Pantanal Mato-grossense. Zebino Pacheco do Amaral Filho. VEGETAÇÃO E FLORA

Fitogeografia do Pantanal. Jorge Adámoli.

Contribuição para o Conhecimento da Flora do Pantanal Mato-grossense e sua Relação com a Fauna e o Homem.

Cláudio de Almeida Conceição e José Elias de Paula.

Formas Atuais e Potenciais de Aproveitamento das Espécies Nativas e Exóticas do Pantanal Mato-grossense. Maria

pág. 7 9 29 43 51 63 77 91 105 107

Elisabeth Van Den Berg. .. . .. _ . . . . . . . . 131

FAUNA TERRESTRE E AQUÁTICA

Zoogeografia da Região do Pantanal Mato·grossense. Keith S. 8rown Jr. Fauna Terrestre e Aquática. Julio Cesar CaravelJo.

Manejo da Fauna Silvestre. CleberJosé ROdrigues Alho.

PROBLEMAS E PERSPECTIVAS SÓCIO·ECONÓMICAS DO PANTANAL

137

179 183

Retrospectiva Histórica do Pantanal. Lécio Gomes de Souza. 199

Diagnóstico da Área de Estudo· Resumo. Manuel Palma Antunes. 207

Propostas de Política de Desenvolvimento do Pantanal. 229

Plano de Desenvolvimento Integrado da Sacia do Alto Paraguai, EDIBAP. Programaçâo Agropecuária. Manuel Palma Antunes. . . . . . . . . . . . . . . .. 237

Propostas para uma Política de Desenvolvimento do Pantanal. Adalberto S. Eberhard. . . . 257

(5)

PROGRAMA

1~ SeS5Õo: CLIMATOLOGIA

Palestrantes: José Roberto Tarifa· USP

Coordenador: Debatedor:

Rogério Remo Alfonsi . IAC

Eduardo Alfonso Cadavid Garcia· CPAP

Clóvis Luis Vicentini . CEUAlUFMS ~ Sessão: RECURSOS HfDRICOS

Palestrantes: Newton de Oliveira Carvalho- DNOS Jorge Adámoli -CPAP

Coordenador:

Debatedor:

Francisco de A~is Esteves - USCar

Vangil Pinto Silva -UFMT

Antonio Eduardo lana -IPH

~ Sessão: GEOLOGIA, GEOMORFOLOGIA E SOLOS

Palestrantes: José Domingues de Gadoi Filho· UFMT

Tereza Cardoso da Silva -RADAMBRASll

Zebino Pacheco do Amaral Filho· RADAMBRASI L Coordenador: Gise-la Angelina Levatti Alexandre· CEUe

Debatedor: Rubens Luis Monteiro -UFMT ~ Sessão: VEGET AÇÃO E FLORA

Palestrantes: Jorge Adámoli -CPAP

Cláudio de Almeida Conceição -CEUe Maria Elisabeth Van Den Berg -MPEG Coordenador: Ieda L.S. Carneiro da Paixão -SEMA/DF Oabatedor: Arnildo Pott· CPAP

~ Sessão: FAUNA TERRESTRE E AQUÁTICA Palestrantes: Keith S. 8rown Jr.· UNICAMP

Julio Cesar Caravello . USCar Cleber José Rodrigues Alho -UnS Coordenador: Renato Petry Leal

Oebatedor: Melqu íades Pinto Paiva

~ Sessão: PROBLE.MAS E PERSPECTIVAS SÓClo-ECONÓMICOS 00 PANTANAL Palestrantes:

Coordenador: Debatedor:

Lécio Gomes de Souza· I.LA.

Joacy da Silva· ESG (")

Manoel Palma Antunes -Ex-integrante do EDIBAP

Caio Benjamin Dias Filho -IDESUl Ronaldo Garcia· IPEAlSEPLANIOF

7~ Sessão: PROPOSTAS DE POLlTICA DE DESENVOLVIMENTO DO PANTANAL Palestrantes:

Coordenador: Debatedor:

Fadah Scaff Ganas· Representante de Produtores (OI, Moisés dos Reis Amaral -Representante do CIDEPAN Manoel Palma Antunes -Ex-integrante do EDIBAP Adalberto S. Eberhard· FUNDEPAN

Paulo Shiguenori Kanazawa . Apresentador das propostas de MT e MS Paulo Shiguenori Kanazawa -SEPLAN/MS

Adalberto S. Eberhard· FUNOEPAN ~ Sessão: D EBA TES

Tema: Discussão dos problemas levantados durante o Simpósio e sugestões para pesquisas.

(6)

o

SISTEMA CLlMATICO DO PANTANAL. DA COMPREENSÃO DO SISTEMA A DEFINiÇÃO DE PRIORIDADES DE PESQUISA CLlMATOLOGICA

José Roberto Tarda I RESill1Q - Procurou-se ctirecionar as propÇ>Stas de análise e abordagem climatológica segundo pressu-postos.teóricos ligados à noção de ritmo e sucessão dos estados atmosféricos. Após a delimitação fís.ica dos limites do sistema climátieo do Pantanal, selecionaram-se a~ variaveis que configuram os resultados e análises. Os resultados e discussões envolveram tópicos referentes a:

1) os sistemas atmosféricos 2) o balanç.o de radiação 3) os atributos climáticos

Nas conclusões são apresentadas sugestões e propostas para a definição de um programa priori-tário de climatologia aplicada ao planejamento dos recursos naturais do Pantanal.

THE CLIMATIC SYSTEM DF PANTANAL: FROM ITS UNOERSTANDING TO A CLlMATQLOGICAL AESEARCH PAOGRAM

ABSTRACT - The primary aim of this work is to provida a climatic analysis of Pantanal region based upon the concept of "rhythm" in geographical climatology. t.\fter the configuratíon of the geophysical setting Ihat controls the inpu"tS to lhe system, lha followingclimatic variables were analysed:

al tropospheric low levelscircularion through satellite brightness· 1967·1970 bl solar radiation balance (net radiationl

cl climatic attributes

Concluding remarks hava given supPOrt to a proposal for a research climatological programo where the temporal variabllity of short lerm climate is fundamental for lhe groW1h·developmenl biologic rhythm of crops and farming production.

INTRODUÇÃO

o

conjunto de terras baixas lnteriorizadas da América do Sul, genericamente denomi.nadas ,tChaco", apresenta um qua· dro de referência fisiográfico muito semelhante. Localização geográfica à leste de uma cordilheira montanhosa de dimensões continent ·s e com altitudes médias superiores a 3 quilômetros. PosiÇãô topográfica deprimida, se constituindo na maior área de planícies (abaixo de 200 metros) do hemisfério Sul,

corta-das ao meio pelo Trópico de Capncómio.

O extremo norte dessa área, acima do paralelo 220 >

se

constitui na bacia do alto Paraguai, cuja extensao territorial é da ordem de, aproximadamente, 500.000 quilômetros qua· drados. Esta bacia é bordejada por um sistema de serras e chapadões (Guimarães, Parecis, Maracaju) com um desnl·vel altimétrico de 400 a 600 metros em relação à caJha do Para-guai. Exceptuando·se as áreas drenadas pelos altos cursos dos rios que nascem nas chapadas, boa parte deste território (aproximadamente 150.000 k.m1

) é representada por planícies

cujo nível de base está entre 80 a 130 m e que, regionalmente, conhecemos por Pan tanal.

O Pantanal 10caJjza-se, portanto, no core do continente Sul-americano, a 1.500 quilômetros a Oeste da costa do AtJãn-tico e, aproximadamente, entre 130 a 220 de latitude Sul e entre 530e 61 0 de longitude Oeste de Greenwich. Este tipo de

Do Laboratório de Climatologia· Instituto de Geografia da Universi· dade de São Paulo.

9

posicionamento de transiçao entre as zonas equatorial, lropical revestida de Cerrados e o grande Chaco ao sul pan.'c..:: ser, do ponto de vista natural, uma de suas características marcantes. Além deste aspecto, a pràpria distribuição das terras sul-ame-ricanas com maior extensão latiwd.inai do território junto ao Equador, bordejada na fachada Atlântica Oriental porplanaJtos e a Oeste seccionada pela Cordilheira dos Andes.induz. o forta-lecimento das trocas meridionais (N-SjS·N). formada poresse imcnso correJor de terras baixas. tais como a Plan I·eie Platina, o Grande Chaco, o Pantanal e, galgados os degraus do PlanaJto Ceniral, descer em direçãn :lS lerras baixas e úmidas da Ama· zônia.

Toda eSTa configuração de fatore~ geofísiCOS são funda· mentais para se ..::ompreender o Sistema ClimátJco RegionaJ do Pantanal, de cuja anáJise e aplicação emanam os principais objetiva; da presente contribuiçâo. Tratando·se de um Simpó-sio sobre Recursos Naturais e Sócio·econàmicos, a abordagem aqui apresentaJa reveste-se. também, de um paislvel caràLef

aplicado a ouuas áreas do cunhttinlénlO. DC~li! forma, sempit:

que possível, procurar·s~,á estabelecer um ~mbasamentO climático voltado para os ilSpectOS ou fatos fundamentais para a compreensão das inter-relações enlf~ os fenómenos flsicos e biológicos. Dentro desta perspectiva. toma·<;e neccssârio encarar o clima não apenas como o resultado médio dos processos aunosfêricos em um determinado lugar, mas sim

(7)

como "o ritmo e a sucessão habitual dos estados atmosfé· ricos" (Sorre 1934). A importância do ritmo e a suces.s~o são básicas para a concepção do clima corno regulador do desem· penho das atividades biológicas) pois somente assim podem-se respeitar, na análise climática, as chamadas regras

para

a

deB-ruça0

biológica dos climas, formuladas por este autor, e que s[o:

1. os valores numéricos que devem ser usados para

as

escalas são os valores críticos para as principais fun-ções orgânicas;

2. uma definição climatológica deve abranger a totali· dade dos elementos do clima, susceptíveis de agir sobre o organismo;

3. os elementos climáticos devem ser considerados em suas interações;

4. qualquer classificação climática deve acompanhar de perto a realidade viva;

5. o fator tempo (duração) é essencial oa definição dos clima.'i.

Essa linha de investigação climatológica foi introduzida e desenvolvida por Monteiro e seguidores, junto ao Labora-tório de Climatologia do Instituto de Geografia da Universi-dade de São Paulo. Maiores detalhes sobre este tipo de meto-dologia de análise geográfica do clima podem ser encontrados em Monteiro (1969,1971,1976) ou em Tarifa (1972, 1975). Resta ainda considerar que, dada a exigüidade do tempo para a análise e redaç[o desta contribuiç~o, OS resultados aqui apresentados revelam· se como preliminares. Este aspecto, aliado ao fato do pouco conhecimento de uma climatologia de campo junto à realidade viva do Pantanal, n[o exclui a possibilidade de eventuais interpretações ou propostas fora da práxis do homem pan taneiro.

MATERIAL E MÉTODOS

A principal fonte de dados para a presente análise foram as oormais climatológicas (1931-60) do Ministerio da Agricul-tura (1969), referentes às estaç.l"es meteorológicas de:

Latitude Slrl Lonptude W Cr Altitude (metros)

AquidaWllI 20° 28' sso 48' IS2

CJc:e~s 16()OO' 51°4'- li'

CampoCrandl: 20()27' 54° 37'

,

..

Corumb' t"OO' S7() 39' 139

Cuiab' Uo 36' S6()06' 172

Dentre os poucos trabalhos publicados sobre o Pantanal, é notâvel o acervo de dados hidrometeorológicos reunidos pelo estudo hidrológico da bacia do alto Paraguai (DNOS 1973 e UNESCO 1973). NeslCs relatórios técnicoo são apresentados resultados interessantes sobre a hidrologia de superfície e sub-terrànea da bacia. Por outro lado, fica evidente que muitas das informações coletadas durante o período de testes do modelo matemático (SSARR)1 não foram exploradas, conveniente-mente, para estudos agro e ecoclirnatológicos. Como exemplo, podem ser citadas as importantes informações sobre radiaça:o solar, evaporação de tanques classe A, capacidade evaporativa do ar (tipo Piche), temperatura da água de rios, lagos e corixos, bem como os pr6prios dados de pluviosidade que foram e

con-tinuam sendo utilizados somente para a calibragem e previsões do referido modelo matemático.

O

acervo de dados revantados foi ainda enriquecido com as informações constantes sobre balanço de energia

(FWlaO

1984) e cobertura de nuvens, obtidas por intermédio de ima-gens de sa téli te me teorológico (Miller & Feddes 1971).

O tratamento metodológico adotado na presente análise procurou respeitar os pressupostos teóricos, já fundamentados na introduç<1'o deste trabalho. Desta forma, a ênfase foi de se tentar a compreensão do sistema climático do Pantanal, através de

uma

abordagem temporo-espacial, em diferentes níveis de escala, A estruturaç[o e organização das unidades climáticas regionais nasceu das inter-relações entre a circulação atmosfé-rica e a orientação e disposição do relevo a nível de macrocom-partimentação, A análise dos sistemas atmosféricos, realizada com base na cobertura de nuvens, n<1'o se estendeu para os níveis da média e alta troposfera, tendo em vista a falta de estudos específicos desta área central da América do Sul.

Por outro lado, acredita-se que para urna aplicaçfo do conhecimento climatológico ao complexo das relaçOes bio.geo--econômicas, a relevância das interações se encontra na camada geográfica da tropoofera (abaixo de 3 k.m).

'

lrtilização

de uma seqüência mensal (Fig. IA e IB) permitiu perceber as contri-buições de larga escaJa em seus movimentos sazonais e suas interferências na bacia do alto Paraguai.

A análise do balanço de energia, estimado mensalmente por intermédio de método empírico (Funari 1984), contou com apenas duas estações com dados de radiação

solar

global medidos, por pireliômetros tipo Epley, ou seja Fazenda São João e Fazenda Rio Negro, para o período de 1967/1970. A estação meteorol6gica de Cuiabá também forneceu dados de radiação solar, medidos por interméctio de actin6grafo, que foram devidamente extrapolados para Cáceres e Corumbá

(Fig.3).

Qualquer análise do sistema climático do Pantanal não estaria razoável se na:o levasse em conta os processos ligados ao ciclo hidrológico. Mesmo ad.rrUtindo n[o ser pos-sível, com base 000 dados levantados de bibliografia(principal-menlC o relatório da UNESCO -DNOS 1973), chegar a resul-tados conclusivos, é essencial levar em conta as possíveis inte-raÇÕes entre os processos de transferência de massa ligados ao escoamento superficial e subsuperficial da bacia e aqueles de natweza da atmosfera. Principalmente, em funçJo da extensa área de acumulação de superfícies líquidas que alteram o perfil hídrico do solo e que, conseqüentemente, influem decisiva-mente nas condições micro, topo e locais do clima.

Com relação ao tratamento dado aos atributos climáticos de superfície (temperatura, wnidade e pluviosidade), optou-se por trabalhar com transectos tem poro-espaciais, uma vez que a densidade da rede de postos meteorológicos n[o é absoluta-mente suficiente para um mapeamento confiável, principal-mente na parte baixa da bacia onde os desníveis altimétricos s[o de pouca monta, O que toma muito difícil o ajuste de qual-quer modelo estatístico para esti.mar os dados, Para o

(8)

menta da pluviosidade, seria necessária uma análise mais

apro-f\l1dada para epis6ctios e anos específicos~ no entanto, a

limi-LaÇIo de tempo, para a apresentaçáo da palestra durante o

Simpósio, bem como a posterior entrega do texto, forçou a ulilizaça:o do mapearoen to médio para três anos -1967/1970 -,

realizado pejo projeto hidrológico conduzido em colaboraÇ<fo, pelo PNUD e DNOS (! 973).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Uma das maiores limitações à realização de estudos de climatologia a sin6tíca, aplicados à Amazônia e ao Centro--oeste brasileiros, ê a carência de dados_ Essa carência se refere, principalmente,

às

sondagens de altitude. A distância média

entre as estações é superior a 300 quilômetros; no entanto,

especificamente quanto à bacia do alto Paraguai, a rede meteo-rológica de superfície é surpreendentemente razoável para as cmdiçOes do Brasil, tanto em deruidade como em período de observaça:o, principalmente depois da década de 70, quando o DNOS-PNUD ampliou consideravelmente os postos pluvio-métricos, pluviográficos e instalou, até mesmo, uma rede de transmissl5es telemé tricas. As únicas informações difíceis de se conseguir, na literatura e nos acervos de dados meteorológi-cos, foram as observaçOes de ventos de superfície para as diferentes áreas do Pantanal. Portanto, este aspecto fica a exi~ um maior detalhamento para eventuais novas contri-buições nesta área do conhetimento.

Sistemas atmosféricos

o

conjunto formado pela seqüência temporal da cober-tura de nuvens mensais, adaptadas do trabalho de Miller &

Feddes (1971), que foram originalmente construidas a partir da restituiçlo do brilho da nebulosidade donúnante em ima -gens de satélites meteorológicos para o período 1967/1970 (Fig. I(A) e 1(B), caracteriza o que se aproxima da situaç~o

média da circulação para a América do Sul. A primeira consta -taçl'o que pode ser observada na seqüência apresentada nas Fig. 1 (A) e I(B) são as áreas totadmente brancas (cobertura em cx:tas de O aI) e as á as totalmente escuras (coberturas em oelas de 5 a 8), domúiando. respectivamente, na regjfo central do Brasil, de maio a junho (céu limpo) e ~ novembro a feve -leiro (céu com o máximo de nebulosidade). Estas duas situa -ÇOes contrastantes representam OS trimestres mais secos

e

mais chuvosos para a região do Pantanal. Esta área de céu tOtalmeD -te limpo, de forma tigeíramente circular, representa a perma-nência de um anticiclone, fonnado pelo ramo descendente da circulaçá"o de HadJey; confonne pode ser observado na Fig. I(A), atinge o seu pon to de máxima descida lati tudinal em maio, deslocando-se para norte-nordeste em junho e julho. respectivamente. A ex.tensa banda de nebulosidade que corta a Amazônia e o Brasil Central de Noroeste para Sudeste (máxi-ma concentração em novembro-dezembro), que aumenta em mtensidade progressivamente a partir da primavera-verlo (setembro· outubro), oriunda da Amawnia Central e Ocidental, e que se desloca para Sul-Sudeste, é responsável pela produyá"o da maior parte das chuvas de primavera-verfo, principalmente do setor norte da bacia do al to Paraguai.

11

Em que pese a ausência de estudos específicos sobre os deslocamentos destes sistemas da Amazônia

para

o Centro--oeste, o fato é que durante a estação das chuvas, no Brasil Central, é muito freqüente o deslocamento destas pertur-bações vindas de Noroeste em direçlo à Depressão Continental do Chaco. Este tipo de fluxo foi denominado, por Serra (1942), de Massa Equatorial Continental. Portanto, a maior parte das precipitações da bacia do alto Paraguai depende deste tipo de fluxo. Em tennos de macro-escala, este tipo de transporte de umidade parece também depender da transferência de vapor d'água, trazido do Atlântico Norte. Esse fluxo equatorial e oceânico carrega, para a Amazônia adentro, grande parte da umidade em baixos níveis, sendo que o anfiteatro formado pelos Andes e a Depressão Continental do Chaco afuoUam para la titudes mais altas, no in terior do Brasil Central.

Nlfo podemos, entretan to, nos esquecer da atuaç:ro da Frente Polar Atlântica, sendo ela o sistema atmosférico com maior mobilidade e grau de penetração em território brasileiro. Quando precedida de forte ciciogênese acima ou em torno do paralelo de 300, próximo da costa do Rio Grande do Sul (Tarifa & Hamilton 1978), inclica que vai penetrar fun-do no Planalto Central e, eventualmente, atingir o sul da Amazônia. Se no inverno ela produz graus diferenciados de resfriamentos episódicos, nas outras estações é parcialmente responsável pela produção de chuvas.

Pode-se observar, nas Fig. I(A) e I(B), que a partir do mês de maio ocorre um aumento de nebulosidade (3 a 4 octas), de Sudoeste para Nordeste, que atinge o Pantanal em junho e permanece até agosto com a mesma orientaçá'o_ Esta faixa de nebulosidade é ligada aos deslocamentos frontais da Frente Polar, em território brasileirol

. Existem resultados que de-monstram que esse elevado grau de penetração da Frente Polar estaria relacionado a um "trough" estacionário, ligado à Cordi-lheira dos Andes (Satyamurti et aIü 1980)e orientado no mes-mo sentido da banda de nuvens presentes Das Fig. l(A) e I(B), nos meses de novembro e dezembro.

Balanço de radiação solar

Balanço de radiação é o resultado das trocas de energia que se estabelecem na aunosfera, condicionadas pelo fluxo da radiaçãoeroitida pelo sol, predominantemente em ondas curt.a.s, e pela radiação terrestre, de ondas longas, emitida por sua superfa'cie. A estimativa da radiaçá'o líquida, para um dado espaço geográfico, permite conhecer não só as trocas estabe-Lecidas entre a superfície da terra e a troposfera, mas, princi-palmente, investigar os processos de consumo desta [raç3'o da radiação solar global que permanece no sistema climático, para ser utilizada em processos vitais, tais como a fotossíntese, o aquecimento do ar (calor sensível) e a evaporação (calor laten-te de evaporação). Assim sendo, estes são parâmetros básicos

Durante

°

p9Tíc::do do Simp6sio, no domingo, dia 02.12.1984, ocorreu uma evidente pa~agem de sistema axtratropical que provo-cou chuvas fortes, um resfriamento de bulbo seco de 2SoC (S.OO ho-ras local) para 20.5. às 12:00 horas. no pedodo anterior à chuva. O pogto de ocvalho caiu de 24 para 20, e o bulbo úmido de 25 para 20 C. Essas mudenças foram acompanhadas pelo giro dos ventos de Nort~Noroesle. para SSE (T 300 a 1700 ).

(9)

para qualquer con tribuição a nível das relações bioclimáticas. Procurou-se representar, na Fig. 2, a variação mensal do balanço de radiação para localidades situadas em condiçoes climáticas equatoriais (alto Tapajós) e subtropicais (Fol de

Iguaçu), demonstrando, novamente, o caráter de transiça-o

climática do Pan tanal.

Este mesmo fato aparece bem marcado na Fig. 3. onde se percebe que ao none de Cuiabá (latitudes inferiores a 150 L S) n[o se observa diminuição da radiaç[o solar global, no período de outono/inverno. Na parte central do Pantanal, entre a Fazenda S[o Jogo e a Fazenda Rio Negro, os valores de radiaçáo chegam a cair abaixo de 300 cal/em" /dia'.

Os

máximoo de radiaçã'o solar são aJcançados de outubro a feve-reiro, variando entre 450 e 500 cal/em" /dia·'.

A Tabela 1 mostra, mensalmente, os principais

compo-nentes do balanço de radiaçáo solar para o Pantanal, que sáo:

temperatura média mensal do ar (0C), insolação real (horas mensais), QG: radiaçáo solar global mensal (cal/em" /dia'), RB: radiação efetiva terrestre mensal (cal/cm"/dia') e QN: radiaçáo líquida mensal (cal/em" jdia').

Considerando que a maior parte da radiação líquida é utilizada como calor latente de evaporação, os totais anuais de

evaporaçáo devem girar em tomo de 1.300 a 1.400 mOI. No

entanto, dados levantados em campo (Fazenda Sá"o João e Fazenda Rio Negro), para anos específicos (1971·1972), acuo saram valores de evaporaç[o de tanque classe A da ordem de 2.200 nun. Sabendo-se que a evaporaçáo do tanque classe A é comwnente reduzida 25%. para estimar a evaporação de

lagos

,

atinge·se wn valor an ual da ordem de 1.650 mOI. Este dado difere, substancialmente, daquele encontrado por intermédio do balanço de radiaÇI"o. No entanto, se deve esclarecer que o albedo utilizado para a estimativa do balanço de radiaçáo

(0,11 e 0,12) é maior do que aquele que nonnalmente se veri· fica em supenfícies tivres de água (albedo de 0,3 a 0,5). Por outro lado, a temperatura utiJizada na estimativa, bem como os valores de insolaçãO, se referem a médias de um longo período (1931·1960) que, em anos individuais, podem apresen· tar valores bem mais elevados do que a média.

Seria muito interessante testar estes tipos de determi-nações empíricas com os dados de campo, o que permitiria extrapolar, para unidades climáticas homogêneas, OS resultados experimentais médios em apenas um ou dois locais,

Os atributos climáticos

Considerou-se, como atributos clümticos, as propdeda-des específicas do sistema em análise, ou seja, os elementos que definem, junto

à

superficie do solo, o ambiente c limá-tico. Esses atributos serio analisados separadamente das pro-priedades dinimicas do clima: "vento-pressio-circulaç[o", propriedades essas mais cfuetamente vinculadas aos movi-mentos gerais da atmosfera.

Temperatura

A localização do sistema climático em análise, em plena faixa tropical (160 a 220 de Latitude Sul) e distante, aprox.i..madamente, 1.500 quilômetros a oeste da fachada

Atlântica brasileira, condiciona a ocorrência de altas tempe· raturas, bem como as maiores amplitudes anuais do território brasileiro; portanto, os dois principais fatores, latitude tropical e continentalidade, aliados à condiǧo topográfica deprimida e baixa (variando na calha do Paraguai entre 70 e 140 m), determinam o caráter megatérmico do Pantanal.

Tomando-se como referéncia o período padnTo 1931· -1960, com

os

valores médios mensais de temperatura repre· sentados na Fig. 4, percebe-se, claramente, que as variações mensais oscilam entre 19,9 Gulho em Aquidauana) e 27,4 (dezembro em Corumbá).

A amplitude térmica anual (diferença entre o mês mais frio e o mais quente) diminui do Sul para o Norte. Assim sen-do, em Aquídauana. a djferença

e

da ordem de 6,60C; em Corwnbá

e

de 6,00; e em C<iceres e Cuiabá é de s,J o e 4,40C, respectivamente. Explica-se este fato pela diminuiç[o progres-siva da latitude e conseqüente diminuição da atuação dos siste-mas exuatropicais, ou seja, a diferença entre as estações do ano vai se aproximando do regime tipicamente equatorial. Este mesmo fato pode ser observado no traçado das isotermas mé-dias mensais (Fig. 4), onde se nota que as temperaturas médias mensais em Cuiabá são sempre superiores a 22,8~enquan[Q que nas localidades situadas mais ao sul se regiStram valores iguais ou abaixo de 21.50C. No entanto, com relação aos meses de primavera-verão (perlodo mais quente), o local que acusou valores médios mais elevados foi a parte central da calha do Paraguai (ver os dados de Corumbá), cujos valores, no periodo de novembro a janeiro, ullrapassam OS 27 0C.

.t importante, ainda

, ressaltar que devido ao fatorconti-neotalidade, as amplitude!' térmicas mensais (diferença entre a médja mensal das máximas e das mínimas) s.[o também eleva-das, principalmente no período de junho a setembro. quando entfo ultrapassam 00 15°C.

Tendo em mente que os valores extremos de temperatu-ra slfo muito importantes para as funçoes orgânicas dos seres vivos, procurou-se caracterizar as variaçO"es sazonais dos máxi-roas e mínimos absolutos, para o periodo J 931·1960 (Fig. 5 e 6).

A observação das minimas absolutas de temperatura demonstra que. a partir de abril e até setembro, são comuns, em quase todoo 00 anos.

os

resfriamentoo abaixo de 10°C (Fig. 5), em que pese a duraç[o ser de poucos dias (2 a 3, no máximo); o frio episódico, produzido pela rápida passagem dos anticiclones .polares continentais,

é

um parâmetro físico a ser levado em conta no planejamento das atividades agropecuárias e ecológicas. Pode-se ainda verificar que o extremo sul da área é submetido a resfriamentos que chegam a cair abaixo de zero, enquanto que de Corumbá para Cáceres 00 valores minimos extremos oscilam entre 0,5 e 20C. A própria regiio de Cuiabá, embora localizada numa latitude de 150 16', ainda mostra

.resfriamentos abaixo de 2°C.

Toma-se importante ainda salientar que, mesmo durante os meses de primavera·verão, ocorrem abaixamentos signifi -cativos de temperatura, se bem que episódica e excepcional-mente. No entanto, o fato de se registrarem temperaturas abaixo de 16°C, durante todos os meses do peri'odo tipica-mente quente-úmido. significa ser.poosível que as descontinui-dades associadas com a Frente Poiar atinjam a regi~o do Pan·

(10)

tanal, não s6 provocando abaixamentos de temperatura, como ai que estão representados na Fig. 5, mas, principalmente, porque as perturbações associadas

às

passagens das frentes frias e suas calhas induzidas podem provocar substancial au-mento da pluviosidade.

Com a intençã"o de caracterizar a amplitude máxima do "stress" climático a que

°

Pantanal está submetido, represen-tou-se, na Fig. 6, as máximas absolutas de temperatura para

°

periodn 1931-1960. Esses valores, quando comparados com os da Fig. 5 (mínimas absolutas), levam

à

conclusao de que essa região, em termos de amplitude térmica anual absoluta, pooealcançar máximos da ordem de 35 0 a 400C,

principal-mente porque, se levarmos em conta que as máximas

absolu-tas dos meses mais frios oscilam em tomo dos 30 a 380, e que em situaçôes sinóticas de penetração de ondas frias as tempe-raturas podem cair próximo de zero, esse brusco abaixamento representa lUll grande «stress" climático para a flora, a faWla e os próprios seres humanos cujos organismos se encontram adaptados a um regime' climático com grande excedente de calor.

A época em que as temperaturas máximas absolutas ultrapassam 40 0C coincide com o final do inverno (agosto) e a primavera (setembro-outubro-novembro), período que coincide com o nível mínimo de inW1dação na planície panta-neira. Localmente, parece ser no extremo norte do Pantanal (região de Câceres e Cuiabá) que os valores chegam e pisodica-mente a atingir 420C.

Umidade do a r

o

teor de umidade do ar se mantém elevado (acima de 76%) no período de dezembro a maio/jW1'ho, enquanto que no período de dezembro a março, no setor norte do Pantanal (Cáceres e Cuiabá), os valores de umidade relativa do ar s110 superiores a

80%,

com um piso de 84% nos meses de fevereiro e março (Fig. 7). Da mesma forma, este setor norte apresenta um regime um pouco diferenciado do setor central e me ridio-nal do Pantanal, ou seja, uma maior definiçéTo das estações chuvosa e seca. :oe~ modo, a umidade relativa em Cuiabá, na primavera

(agostõ~~'~tembro),

cal abaixo de 58%, enquanto que no restante do Pantanal os menores valores são encontrados no decorrer do final do inverno (agosto) e no início da primavera (setembro-outubro), embora estes valores não desçam 00 62%.

Os

resultados contidos na Fig. 7, quando comparados

às

isotermas de mínimas absolutas (Fig. 5), demonstram que a diminuiçao das temperaturas que ocorrem a partir do mês de abril não é acompanhada com a mesma intensidade na dimi-nwç[o do teor de umidade, embora também as chuvas já tenham diminuído na estação do outono. Esta constataçã'o pode significar que a contribuiç[o da área inWldada por evapo-raç50 é significativana manutcnçã'o dos níveis do valor de água, cujo decréscimo somente vai OCOrrer no fim do inverno e no início da primavera, quando a área inundada é sensivelmente menor. Exigem-se, entretanto, estudos mais específicos para quantificar a contribuição dos processos de evaporação e trans -piração do próprio Pantanal, nos processos de transferência de vapor de água e pluviosidade, na própria regiéTo.

13

Pluviosidade

A distribuição sazonal da pluviosidade no Pantanal (Fig. 8) ocorre, em média, por uma alternância de outono --inverno com menor intensidade (abaixo de 100 mm), e uma concentração substancial das chuvas no período de primavera--verão (250 a 300 mm). No entanto, a observaçao do traçado das isoietas, constantes na Fig. 8, evidencia que essa distri· buiçã"o não é wliforme para o Pantanal. As principais modifi· caçOes constatadas tanto em termos quantitativos como no regime s[o:

diminui~ção progressiva das chuvas (principalmente, as de primavera~verão), das bordas para a calha princi pal do Para-guai, bem como dos sítios mais elevados (escarpas e cha pa-das), para as terras baixas da plan ície (Fig. 8 e 9);

elevada concentraçéTo de chuvas de verão (isoietas acima de 200 mm) no setor setentrional da bacia, principalmente nos altos cursos dos rios que nascem das Chapadas dos Pareeis e dos Guimarães;

outono-inverno com maior diminuição da intensidade men-sal das chuvas (menores que 10 mm) no setor setentrional da bacia.

Além destas considerações, baseadas na média de longo período, dada a extrema variabilidade mensal e anual das chu· vas no trópico brasileiro, é importante avaliar a distribuição em sHuações reais. Para esta análise, procurou-se utilizar os levantamentos e mapeamentos realizados pelo projeto PNUD--DNOs (1973), referentes ao período 1967/1969.

Com base nos mapeamentos das chuvas referentes a este período (1967/1969), construíram-se os transe elos constantes na Fig. 9, onde se obseNa que:

elevada correlaçao positiva entre alt~tude e intensidade das chuvas, ou seja, quanto maior a altitude, maiores serão os valores de pluviosidade;

a correlação é mais significativa no setor setentrional, en-quanto que no setor meridional, provavelmente pela orien· taçao do relevo face

às

correntes perturbadas da circulaçfo, esla relaç~o é parcialmente atenuada (vide perfil ESE-ONO); na parte baixa e plana, a distribuição da pluviosidade segue um padrao de manchas, ou ilhas com distribuição, ou ilhas com distribuição aleat6ria no espaço, o que pode significar serem geradas por processos convectivos dado o elevado aquecimento basal da colWla de arl.

A análise das chuvas médias deve, necessariamente, ser acompanhada da sua distribuição no tempo. A variabilidade temporal da precipitação pluviométrica é elevada tan to ao

Esses dados são corroborados pelos resultados anterionnente encon· trados nos estudos h idrol6gicos do alto Paraguai, que são: "de 50 a 64% da chuva diária no acampamento lIiqulra, Figueira, Porto Cer· cada e Retiro Seguro ocorrem num pedodO de 8 horas: esse interva-lo é das 1': 00 às 19:00 horas no acampamento I tlquira, das 10: 00 as 18:00 horas em Figueira, e de 13:00 às 21:00 haras em Porto Cercaoo e Retiro Seguro. A hora com maior concentração de chuva é a que vai de 13:00 as 14:00 horas para vários pOStos, exceto para Amolar e Retiro Seguro (das 15:00 as 16:00 horas) e Porto Cerca· do (das 16:00 às 17:00 noras). Obviamente, estes .oer(odos de alta precipitação t:orrespondem a horas do dia com correntes de ar ascen· dentes, aumentadas pelas alias temperaturas diárias e pelo relevo; por isso, essa corrente vertiCeJl começa nas terras ahas umas poucas horas antes das terras baixas" (PNUD·UNESCO·DNOS 19731.

(11)

longo das estações como nOS intervalos anuais. A observa~o das séries temporais de 1910 a 1970 registra, também, uma série de seqüências pluviais com desvios muito altos (freqüen· temente, acima de 30 a 40%) em relaçlfo à média. Com a fina-lidade de demonstrar essa variabifina-lidade anual das chuvas em

relaçlfo

à

média, foi organizada a Tabela 2; nela pode ser

observado que a freqüência de anos que caem dentro do inter-valo de

classe

(300

nun)

da média de loogo período varia entre 25%,. em Aquidauana, e um máximo de 43%, em Diamantino. Existe, desta forma, maior regularidade pluviométrica no setor norte da Bada do setor meridional. A regia-o de Aquidau-ana foi a que apresentou maior irregularidade, com 73% dos anos acusando desvios significativos.

Essas características s!o fWldamentais quando da

utili-zaçfo dos valores médios mensais e anuais para o cálculo de balanço hídrico médio, tomando sua aplicaçlfo, para a delimi-tação de t:eas ou zonas de diferentes aptidões agrícolas, muito limitada. Maiores detalhes, sobre a clistribuiçlfo temporal e espacial da pluviosidade na bacia do alto Paraguai, podem ser

encontrados em PNUD-DNOS (1973), PII'. 142 a 162.

CONCLUSÕES

Com base nos resultados deste trabalho, no ccnhecimen-to adquirido nas discussoes do Simpósio, bem como na troca de idéias com pan taneíros, acre di ta-se que:

há necessidade de se melhorar, substancialmente, a docwnentação cartográfica em escala adequada de toda a bacia do alto Paraguai;

em áreas selecionadas, esse levantamento

carto-gráfico (incluindo topografia, drenagem, vegetaç[o e

solos) poderia descer a níveis de escala maior do que I :25.000 ou, em alguns casos, até 1:10.000.

Este levantamento ou documentaça-o cartográfica básica

conduzíria à possibilidade de dar um tratamento diferenciado

segWldo a heterogeneidade topoaltimétrica e fitogeográfica de cada compartimento. Por exemplo, os altos cursos (nascentes) dos rios principais e afluentes da bacia a salvo,

pennanente-mente, de qualquer immdação seriam. utilizados apenas como áreas de controle para o modelo hidrológico (Chapada dos

Pa-.ceeis,

Guimarães, Serra de Maracaju etc). Dentro dos

compar-timentos rebaixados, toma-se necessário separar ou classificar,

cartograficamen te , as terras segundo níveis diferenciados de alagamento periódico. Este aspecto é importante devido

às

mudanças induzidas no perfil hídrico e, cooseqüentemente,

.na

definiça'o do método de abordagem para o conhecimento do. deficiências elou excedentes hídricos (ou disponibilidades

hídricos) ao loogo do ano.

ru áreas pennanentemente a salvo de alagamento

perió-dico podem sofrer "stress" hídrico e os problemas maiore'S poder:ro ser por falta de água ou seca. Por outro lado, as áreas

coJl1 sazonalidade marcante, com aJagamentos periódicos,

de\'trfo receber um tratamento metodológico específico que

oscile entre uma condiç[o hídrica saturada ou parcialmente

saturada e uma condição de tendência à seca sazooal.

Da mesma fomu, as áreas permanentemente alagadas deverlo receber um tratamento diferenciado.

Ao lado dessa cartografia básica que permitisse separar

ou "ronear" as terras do Pantanal, segoodo critérios ou graus de alagamento ou moditicaçílo do perfil hídrico, seria

impor-tante documentar a variabilidade temporal desses eventos e sua magnitude ou graus de intensidade no espaço.

Climaticamente, a região pantaneira acus~ nitidamente, "ciclos". para mais ou

para

menos, de intensidade das chuvas,

resultando daí níveis diferentes I'je problemas para a pecuária desta região ..

Apesar dos problemas de eseaJa (ainda relativamente pequena) que as imagens de satélite oferecem, acredita-se ser possível "aliar" trabalho de campo usando indicadores, tais como temperatura (do solo ou das superfícies líquidas) e a

própria vegetaçlfo (arbórea, cerrado, campo sujo, campo limpo,

campo alagado etc), no sentido de se desenvolver algoritmos

que permitissem uma classificaç.[o automática e contínua ao

longo dos diferentes períodos do ano. No entanto, cumpre

salientar que um levantamento de campo bem feito toma-se imprescindível para se poder quantificar e diferenciar áreas

com características ou propriedades diferentes, mas que

apresentam a mesma reOectância

para

o senso r utiliz.ado. O

trabalho de campo e a classificaçofo automática das ima~ns poderão, neste caso, chegar a urna escala de 1: l}lO~, o que

seria extremamente

útil

no avanço do conhecimento do Panta-nal.

Retomando a idéia dos "ciclos" e a periodicidade dos eventos em sua sucessão, é inaceitável realizar "zoneamento

agrícola" baseado tão somente nos valores médios de tempe-ratura, pluviosidade ou balanço hídrico. Toma~se necessário levar em conta o ritmo climático ao longo de cada ano, pois são dessas combinações que resultam fenômenos significativos para a flora, a fauna e a pecuária. A prod utividade a o rendi-mento são, na maioria das vezes, hmçáo da freqüência de eventos extremos mais do que das condições médias; vejamos dois exemplos:

- Os

pecuaristas do Pantanal afirmam que a seca é mais prejudicial do que as enchentes, uma vez que as inundações são

esperadas e eles já sabem como enfrentá·lat;. Da mesma manei-ra, o calor excessivo, que é o atributo climático mais mareante do Pantanal, também não chega a se constitui.r em ônus para a produção; no entanto, o frio episódico e intenso das ondas

de inverno provoca maiores prejuÍzos, principalmente onde o

gado nao conta com proteção natural (vegetaçã'o arbórea

entre-meada no p1!Sto).

Urna vez conhecidas as áreas com diferentes niveis de comprometimento com inundações e a freqüência com que são atí.ngidas. poder-se-iam detalhar os estudos em

áreas

selecionadas, procurando mapear a distribuição das chuvas

em anos específicos. Por exemplo: anos de máximos pluvit> I:Ilêtricos, anos de médios e anos de mlnimos. Ainda nestas

áreas experimentais, se poderiam (talvez em colaboraç,lo com

o DNOS/rede) ampliar as medidas com tanques de evaporaçlfo classe A. Na própria Nhumirim, se poderiam estabelecer prt>

gramas experimentais ligados

à

agromete orologia e ã Dlicrome -teorologia, com instalaçã'o de medidas de radiaçá"o solu, vento (anemógrafo e perfiJ de vento em diferentes coberturas de soJo vegetado ou alagado), evaporaçã'o e temperatura do solo ou da água. quando for o caso.

(12)

aprooreitaI melhor a rede de estaçOes pluVÍD-Ouviomé·

ID"'"

do

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NOS.

DO sentido de melhorar a mocklagem

utilizada na prevençao de evenlos extremos.

Contri-buir também para uma di vulgaç.ro mais ampla dos resultados e previsões, 0[0 fornecendo t<'io-somente as cotas dos rios, mas fornecendo sugestões e/ou pro-ba.l:ilidades de ocorrência de cheias ou secas;

aproveitar melhor as séries históricas de pluviosidade e nzã> dos rios (em alguns casos como Ladário. des·

de 1900). para efeluar análises estatísticas de séries tempornis (autocorrelaçâ"o. periodograrnas. aoálise .. pedra! etc). com a nnalidade de melhorar

os

prog-nósticos a médio e longo prazo

;

instalar equipamento (na EMBRAPA ou

DNOS)

para

receber previs~o do tempo a médio e longo prazo do

exb:rior (30 dias. por exemplo). e também " curto

prazo (24 ou 48 horas) de Brasilia (INEMED. prin·

cipalmente il'!i previsOes ~teorológicas de inverno

(geadas) cuja margem de arerto é maior.

Além disso, é preciso salientar que face

às

restrições da falta de conhecimento

de

campo

dentro da realidade objetiva

do

Pantanal Mato-grossense, as sugestOes apresentadas

se

reves-tem de um caráter preliminar, se constituindo, apenas, numa plataforma para conjecturas e discussões com outras disciplin~ ou áreas do conhecimento.

AGRADECIMENTOS

Queremos deixar registrados os nossos agradecimentos

às

seguintes pessoas:

Sr. Hélio Rodrigues. desenhista do Instituto de

Geo-grafia da US?;

Eliana Hanae Yojo. aluna do Departamento de

Geo-grafia. pelo auxilio na elaboraçâ"o dos gráficos; Herminia Muzanek. pela amiude e revisa:o do rexto.

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QN : Raditçio Ifquida mensal (Iv/dia)

(13)

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Pluviosidada anual (mm)

Localidades Muito baixa Baixa Média Alta Muito alta Excepcional

< 1.000 1.000/1.300 1.300/1.600 1.600/1.900 1.900/2.200

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2.200 Totel 1+ I F % F % F % F % F % F % F % Diamantino 6 17,1 15 42,8 13 37.2 1 2.8 36 100 1.805 mm

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Cuiabá 1.348 mm 30 43,5 31 44,9 7 10,1 1 1.5 69 100 CfK:eres 10 16,9 24 40,7 22 37.3 3 6.1 59 100 1.250 mm Corumbé 27 48,2 18 32,1 9 16,1 2 3.6 66 100 1.089 mm Aquidauana 4 7,7 21 40,4 13 25,0 13 13.5 6 11,5 1 2.9 54 100 '.402 rnm - - -- - - -- _ .- - -

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FIG.2. Variação mensal da radiação solar liquida (net radiation), estimada cf Linacre (1967). Fonte: Funari & Tarifa (1984), Laboratório de Climatologia, Instituto de Geografia da USP.

(17)

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JAN FEV

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MAR 26 ABR 25 MAl JUN .26.5 .26.1r .26.2

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(24)

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