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Diálogo tônico corporal em psicomotricidade

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA - PPGEF

ANIELY APARECIDA FERNANDES RODRIGUES SOARES

DIÁLOGO TÔNICO CORPORAL EM PSICOMOTRICIDADE.

NATAL/RN 2018

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ANIELY APARECIDA FERNANDES RODRIGUES SOARES

DIÁLOGO TÔNICO CORPORAL EM PSICOMOTRICIDADE.

Anteprojeto apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Psicomotricidade Clínica e Escolar da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para a seleção do Mestrado em Educação Física na linha de pesquisa Estudos Pedagógicos sobre o Corpo e o Movimento Humano.

NATAL/RN 2018

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“Psicomotricidade é a evolução das relações recíprocas, incessantes e permanentes dos fatores neurológicos, psicológicos e sociais que intervêm na interação do movimento humano” (Fonseca, 1989, p. 9).

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Sumário

1. INTRODUÇÃO ... 4 2. PROBLEMA DE PESQUISA ... 6 3. OBJETIVOS ... 6 4. JUSTIFICATIVA ... 6 5. REFERENCIAL TEÓRICO ... 7 6. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: ... 10 7. CRONOGRAMA ... 12 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 13

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1. INTRODUÇÃO

O presente projeto de pesquisa aborda o tema diálogo tônico corporal em Psicomotricidade. Trata-se de uma linguagem onde o corpo é o meio de comunicação. Ele também remete a expressão da individualidade. Graças ao corpo nós assumimos um lugar concreto no espaço e no tempo. O corpo fala: em suas diversas expressões corporais é pura comunicação. O corpo, como todo elemento material, tem seus limites físicos e, nesta perspectiva, funciona como um limite entre o mediato e o imediato. Está ligado diretamente à minha psique e aos meus hábitos, mas é – ao mesmo tempo – o meio que me liga àquilo que eu não sou. Daí entra a psicomotricidade como um agente mediador para essa descoberta.

O psicomotricista é um agente de transformação. Em sua relação com outro produz um salto qualitativo nos vínculos e laços sociais. Acolhe e, com seu olhar, pode ser um agente de mudança, de reconhecimento do outro, de suas singularidades e das diversas subjetividades. (FERREIRA; HEINSIUS; BARROS, 2008).

Cada ser humano foi analisado de maneiras diferentes ao longo dos tempos e nos diversos campos do saber. Uma das primeiras formas pelas quais se procurou compreender o ser humano na antiguidade foi o dualismo. Platão (século IV a.C), deu início a visão dicotômica em torno do ser humano, mas este pensamento tem suas raízes na Índia e Pérsia antiga. Apesar de Platão ter sistematizado o dualismo numa época tão distante de nós, ou seja, mais de 3000 anos atrás, ainda é possível perceber sua influência e resquícios não só na sociedade de um modo geral, mas, principalmente, na educação religiosa atual, sendo inclusive bastante viva nos discursos que a norteiam mesmo que de forma mais sutil. (ROSA 2010).

Outra compreensão de corpo está presente na obra de Lacan (1972), nos primeiros momentos da sua trajetória pela psicanálise, trazendo a importância da imagem do corpo próprio na formação do “eu”, baseado na ideia de que esse “eu” se constrói primeiramente a partir do outro, em especial a partir da imagem que lhe é devolvida pelo semelhante. O autor marca o desconhecimento e a alienação como constitutivos do “eu”.Essa discussão sobre o corpo também se deve a um dos grandes nomes da psicanálise, Freud. Sua obra deixa um grande legado na invenção do inconsciente, trazendo a ideia de que o “eu” – instância a qual atribuímos não só a consciência e a percepção, mas também a experiência de um corpo unificado; a própria unidade corporal – não é consequência de um processo de maturação, de um desenvolvimento natural que culminaria na sua formação.

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Esse corpo humano tem sido estudado há séculos. Diversas áreas do conhecimento científico procuram estudá-lo sob muitos aspectos. Correia Junior (2000), afirma que ultimamente, todo o corpo humano foi mapeado por meio das pesquisas em torno do genoma humano. Hoje, mais do que nunca, muitas dessas ciências têm procurado fazer – na perspectiva do diálogo interdisciplinar – uma abordagem holística do corpo.

Esse presente estudo, traz uma proposta pedagógica do livro simbologia do corpo que foge dos parâmetros tradicionais de ensino, onde Lapierre e Aucouturier (2004), sugerem na sua prática uma vivencia simbólica, arraigada no inconsciente, que é possível atingir por meio dessas situações, as camadas mais profundas da personalidade, abordando esse núcleo psicoafetivo que, em última análise, determina todo o povir do ser.

A Psicomotricidade tem sido cada vez mais sensível ao diálogo com o ser humano. Ela é a ciência que trata da relação entre o homem, seu corpo, o meio físico e sociocultural na qual convive, assim esse diálogo além de combater a arrogância, a prepotência e a hegemonia de determinada ciência como única possuidora da verdade, aumenta a percepção da comunidade científica sobre a vida em suas múltiplas e sutis interconexões e faz crescer a sensibilidade ética de defesa e promoção da vida do homem, desde o pensamento ao movimento.

Isso significa que o corpo humano além de continuar sendo objetivamente abordado de diversas formas, ele leva cada vez mais em conta sua dimensão subjetiva: ele é elemento constitutivo do ser humano, algo fundamental para que tal ser esteja no mundo e possa existir como alguém em particular, e como parte da humanidade. Essa mudança de abordagem, apesar de parecer uma necessidade óbvia, é, contudo, incomum nas práticas pedagógicas, mas está completamente assimilada a outras disciplinas que trabalham o corpo humano.

Vimos ao mundo para aprender, e a vida é nossa maior escola. A Psicomotricidade não descobriu as noções de desenvolvimento humano e de imagem e esquema corporal. Contudo, seu campo de estudo, atravessando por diversas disciplinas, aponta a possibilidade de compreendermos o ser humano de uma forma mais complexa e, assim, podermos atuar no campo da prevenção e da educação. (FERREIRA; HEINSIUS; BARROS, 2008).

Essa busca pelo saber reflete na flexibilidade no olhar daqueles que tem como foco de trabalho o “corpo humano”. Assim, através de um olhar relacional esse trabalho pretende dialogar com a psicanálise compondo esse corpo e trazendo uma perspectiva de união desses conceitos fragmentados.

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2. PROBLEMA DE PESQUISA

Como as revistas brasileiras de Educação Física, nos recortes Qualis A e B, abordam o tema do diálogo tônico corporal em Psicomotricidade?

3. OBJETIVOS

3.1 Geral

Analisar o tema do diálogo tônico corporal em Psicomotricidade nas revistas brasileiras de Educação Física, nos recortes Qualis A e B.

3.2 Específicos

3.2.1 Descrever como o tema do diálogo tônico corporal em Psicomotricidade vem sendo tratado nas revistas brasileiras de Educação Física, nos recortes Qualis A e B.

3.2.2 Categorizar o tema diálogo tônico associado com as diferentes formas que ele se apresenta nas revistas Qualis A e B.

4. JUSTIFICATIVA

Ao longo da minha vivência na dança, vim percebendo uma valorização do corpo a qual me submetia uma visão do belo, do corpo ideal, em que as emoções eram sempre performáticas. Depois, no estudo da Psicomotricidade, passei a desejar ir mais profundo no conhecimento daqueles corpos e não mais me preocupar como professora em ver uma ponta perfeita, uma boa flexibilidade, mas que a cada criança que chegava naquela sala tinha uma história que te marcava e que refletia no seu “corpo aprendiz”, seja na sua imagem corporal, ou na sua relação social e motora.

A presente pesquisa poderá contribuir para uma compreensão de corpo em que o ser humano é corpo, não tem um corpo e que é impossível cuidar da mente sem se preocupar com o corpo, como também não é possível tratar do corpo ou ensinar o corpo sem considerar o aspecto psicológico. Insistimos: o ser humano é uma unidade (corpo) que precisa ser tratada na sua inteireza, completude. O mundo moderno dividiu as funções do nosso corpo, mas o corpo do ser humanos não pode ser desmembrado entre físico e psíquico. A busca pelo saber e

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o estudo na psicomotricidade relacional com a psicanálise será fundamental para uma visão holística (do grego holos, totalidade) do ser humano.

5. REFERENCIAL TEÓRICO

O nosso corpo é definido como um organismo vivo. através desse corpo se expressamos, se fazemos presente, se relacionamos com outros seres humanos, intervemos no mundo das coisas, transformamos e criamos cultura. O corpo é, dessa forma, nossa mensagem mais importante para nossos semelhantes porque compõem características próprias de nossa individualidade como a fisionomia, estatura, história pessoal, talentos, limites, fraquezas, enfim, com os elementos que formam a nossa personalidade. Por causa do seu caráter humano, o corpo serve para ser a presença, a expressão, a ação primeira, a palavra, o símbolo, a interioridade que se abre e o meio pelo qual o ser humano marca a sua presença pessoa no mundo.

Para Ajuriaguerra 1984, O corpo é sinônimo de evolução, quando uma criança tem consciencialização e conhecimento mais profundo do seu corpo, ou seja, do seu eu total, ela obtém evolução. É com o corpo, diz nos este autor, que a criança elabora todas as suas experiências vitais e organiza a sua personalidade única, total e evolutiva. Esta perspectiva, que constitui indubitavelmente um contributo original para a compreensão da evolução da criança e do jovem no plano científico, tem, por isso mesmo, encontrado resistências de várias ordens, principalmente filosóficas e até culturais.

Na visão filosófico, o corpo é embasado no dualismo teológico e cartesiano onde há uma fragmentação clássica e histórica do corpo que deu início na Índia e na Pérsia antiga, antes mesmo do surgimento da filosofia grega. Mas é na Grécia, a partir dos pitagóricos e, mais tarde, com Platão (séc. IV a.C.), que essa visão recebe uma vigorosa formulação teórica.

A primeira visão Platônica trazia para história uma relação corpo-alma de duas maneiras. Na primeira, na obra Fédon (do período médio do autor), a relação é apresentada de forma muito negativa: a alma se encontra prisioneira do corpo e dos sentidos, o corpo é limitação da alma, por isso o filósofo verdadeiro deseja a morte para se libertar do corpo. A segunda maneira de apresentar a relação corpo-alma se encontra nas obras Timeu e, sobretudo, Leis(obra inacabada), do último período de Platão. Aqui, a relação é vista de maneira bastante positiva: a alma é comparada ao marinheiro e o corpo, ao navio. Tal comparação sugere uma perspectiva de colaboração para que seja possível a mediação entre o mundo sensível e o mundo das ideias. (RUBIO 1980, P.77)

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Já no século XVII, com René Descartes, chega-se a uma visão sobre o ser humano rigorosamente dualista: o corpo é apenas matéria espacial, vida biológica, res extensa (mera extensão mensurável matematicamente, aspecto objetivo); a alma, ou espírito, ou consciência, é a essência do ser, res cogitans, (substância pensante, aspecto subjetivo). (CORRÊA, 2002)

Nesse âmbito se quebra toda a ideia de corpo total, vivo, que se expressa, que se relaciona, que interioriza, que cria e se faz presente no mundo. Torna essa visão mecanicista e de corpo fragmentado remetendo a uma perspectiva de Fonseca (2008), nos afirma, nunca é demais desmistificar as características e considerações desse corpo massa e físico, que foi constituído por um conjunto de ossos e de articulações “empilhados” de baixo para cima em um esqueleto de vísceras e de músculos revestido e envolvido por pele e pelos.

Por essa construção, este autor, também afirma ter sido fácil e frequente ter-se caído e continuar-se a cair na alienação do corpo, quer no trabalho, quer no esporte, quer na arte, quer na educação, quer em outra atividade qualquer. O corpo surge, então, como uma ferramenta de produção ou máquina industrial, que, racionalizada ao extremo, adquire um potencial de alto rendimento, transforma-se em um recorde ou em um mister ou miss mundo qualquer!

A obra de Ajuriaguerra (1984), nos mostra o contrário e traz como resposta um grito de alarme contra tal perspectiva fácil, vulgar, mediática e simplista, colocando o corpo em uma dimensão antropológica e ontológica de grande amplitude, isto é, a criança não tem um corpo “a criança é o seu corpo”. E por essa afirmação entramos no segundo conceito de corpo, no ponto de estudo da psicanalise e que pensando no parâmetro que para “ser corpo” precisamos compreende-lo enquanto o que eu sou e o que eu preciso aprender para ser, coloco uma segunda ordem de pensamento que também faz parte das resistências humana enquanto compreensão de corpo.

Essa proposta é feita por freud e relida por Lacan, traz uma abordagem do narcisismo, formando uma distinção do eu ideal e o ideal do eu, e constrói o pensamento nos seguintes termos:

O eu ideal, “possuído de toda perfeição de valor”, é aquilo em direção a que surge o narcisismo do sujeito. Em outras palavras, parece-nos que o eu se constitui como tal tendo em face esta imagem de perfeição e completude, fruto, adverte-nos Freud, do próprio narcisismo dos pais. O ideal do eu, em contrapartida, seria uma nova forma de ideal, já atravessada pelos valores culturais, morais e críticos, forma através da qual o sujeito procura recuperar a perfeição narcísica de que teria outrora desfrutado. O ideal do eu seria, assim, o que o sujeito projeta diante de si como sendo seu ideal.

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Ao mesmo tempo, Freud refere-se à formação do ideal como o fator condicionante do recalque. (NOVAES 2005 P.1)

É perceptível que os dois aspectos de visão sobre o corpo interferem na evolução e desenvolvimento infantil. O Narcisismo, quando a criança nasce já sendo um corpo de desejo do seus pais causando conflito e interferência na construção da sua personalidade ou quando ela tem resistência causada do âmbito cultural ou religioso. São nesses aspectos que deparamos com crianças que necessitam de uma educação ou terapia psicomotora, relacionada ao processo de maturação onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e motoras.

A psicomotricidade tem chegado como a evolução das relações recíprocas, incessantes e permanentes dos fatores neurológicos, psicológicos e sociais que intervêm na interação do movimento humano” (FONSECA, 1989).

Lapierre e aucoutoturier traz para todos esses fatores de problemas que interferem na identificação do corpo uma prática pedagógica que torna essencial enquanto construção da criança, denominado de simbologia do movimento, que são as pulsões mais primitivas ligadas as vivencias afetivas permitindo que a criança organize e estruture sua visão de mundo através de uma vivencia do brincar.

É necessário aceitar e reconhecer essas pulsões de vida, encontra-las no seu nível mais primitivo, isto é, no seu nível corporal, não “recalca-las” mas, ao contrário, deixa-las se exprimir e favorecer a sua evolução progressiva até atingirem meios de expressão mais abstratos. (LAPIERRE E AUCOUTOTURIER, 2004).

Segundo Fonseca (1989), em psicomotricidade, o corpo não é entendido como fiel instrumento de adaptação ao meio envolvente ou como instrumento mecânico que é preciso educar, dominar, comandar, automatizar, treinar ou aperfeiçoar, pelo contrário, o seu enfoque centra-se na importância da qualidade relacional e na mediatização, visando à fluidez eutônica, a segurança gravitacional, a estruturação somatognósica e a organização práxica expressiva do indivíduo.

A proposta trazida por Lapierre e Aucoutoturier (2004), é que possamos sair de uma pedagogia tradicional e retornar uma vivencia primitiva e “natural” onde o emocional é encontrado, inicialmente, no estado mais puro, no nível das situações espontâneas, que são determinadas, todas elas, pela busca do prazer de vivenciar o seu corpo na relação com o mundo, com o espaço, com os objetos e com os outros. Proposta essa trazida em um espaço de psicomotricidade relacional onde haverá “liberdade” no sentido do respeito à atividade

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espontâneo e que levará a privilegiar o aspecto simbólico, afetivo e emocional dessas noções que serão vivenciados mais espontaneamente, profundamente pela criança e pelo adulto à medida que for permitindo expressar-se livremente.

Assim, mostramos que esse trabalho tem como finalidade o diálogo tônico desse corpo que por ora tem marcas e por outras histórias que os tornam aquilo que é ou não é, e que, a psicomotricidade nos deixa acreditar que na sua nova forma pedagógica ela possa ser mediadora nesse processo da linguagem.

6. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:

Este projeto de pesquisa é de natureza qualitativa e teremos como procedimento metodológico a análise de conteúdo de BARDIN. Para Bardin (2009), a análise de conteúdo, enquanto método, torna-se um conjunto de técnicas de análise das comunicações que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens.

Primeira parte situará em Analisar o tema do diálogo tônico corporal em Psicomotricidade nas revistas brasileiras de Educação Física, nos recortes Qualis A e B. Logo após iniciará uma investigação que tem como tarefa: o jogo entre as hipóteses, entre a ou as técnicas e a interpretação das diferentes formas de abordagem do diálogo tônico. “Isto porque a análise de conteúdo se faz pela prática” (BARDIN, 2009, p.51).

Na segunda parte, que a análise de resultados é resultante de testes de associação de palavras. Iremos estudar objetivamente as conotações de diálogo tônico corporal espontaneamente partilhados por autores de um grupo relativo. Compreende-se que este teste no referencial sobre Análise de Conteúdo é utilizado para fazer surgir espontaneamente associações relativas às palavras exploradas ao nível das conotações que criam. Em suma, a aplicação do teste, segundo Bardin, é simples. Recomenda-se que os sujeitos associem, livre e rapidamente, a partir de audição das palavras indutoras (estímulos), outras palavras (respostas) ou palavras induzidas.

A terceira e quarta parte será feita uma referência em tela, aprofundando-se da questão do método e técnicas, respectivamente: a organização da análise; a codificação de resultados; as categorizações; as inferências; e, por fim, a informatização da análise das comunicações. Para uma aplicabilidade coerente do método, de acordo com os pressupostos de uma interpretação das mensagens e dos enunciados, a Análise de Conteúdo deve ter como ponto de partida uma organização. As diferentes fases da análise de conteúdo organizam-se em torno

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de três pólos, conforme Bardin: 1. A pré- análise; 2. A exploração do material; e, por fim, 3. O tratamento dos resultados: a inferência e a interpretação (2009, p.121).

A pré-análise, primeira fase desta organização de AC objetiva a sistematização para que o analista possa conduzir as operações sucessivas de análise. Assim, num plano inicial, a missão desta primeira fase é, além da escolha dos documentos a serem submetidos à análise, também a formulação de hipóteses para a elaboração de indicadores para a interpretação final. Para tanto, escolhemos como amostras as revistas de Educação física de Qualis A e B da mídia digital, que tem por temática “ Diálogo tônico corporal”, ou outras formas de linguagem corporal na psicomotricidade, isto é, são fontes de construção de conhecimento compartilhado no meio digital. Encontramos, nesse aspecto, uma problemática no que diz respeito à pré-análise e, principalmente à escolha dos documentos. Cabe dizer que, como partimos de um “universo de documentos de análise” (BARDIN, 2009, p.122), Trata-se, portanto, de reconhecer que para um trabalho mais profícuo de AC é necessário restringir as amostragens. “A análise pode efetuar-se numa amostra desde que o material a isso se preste. A amostragem diz-se rigorosa se a amostra for uma parte representativa do universo inicial” (Bardin, 2009, p.123).

Nesse sentido, Bardin ainda afirma que

“Nem todo o material de análise é susceptível de dar lugar a uma amostragem, e, nesse caso, mais vale abstermos-nos e reduzir o próprio universo (e, portanto, o alcance da análise) se este for demasiado importante” (BARDIN, 2009, p.123).

A Análise de Conteúdo, enquanto conjunto de técnicas de análise de comunicações, ao longo dos anos, sofreu reformulações desde os primeiros preceitos da Análise de Conteúdo Clássica de acordo com estudos propostos por Krippendorff (1980) até os dias atuais, com uma análise mais contemporânea, já de acordo com preceitos metodológicos influenciados pelo uso do computador.

Consideramos que a obra de Laurence Bardin possui uma ancoragem consistente no rigor metodológico, com uma organização propícia à compreensão aprofundada do método e, ao mesmo tempo, traz aos pesquisadores um caminho multifacetado que caracteriza a Análise de Conteúdo como um método que, historicamente e cotidianamente, produz sentidos e significados na diversidade de amostragem presentes no mundo acadêmico.

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7. CRONOGRAMA

O conjunto de atividades que resultará na realização do estudo foi distribuído no seguinte cronograma:

ATIVIDADES PROGRAMADAS 2019.1 2019.2 2020.1 2020.2 Análise das revistas de educação física Caps A e B X

Descrever a análise encontradas X

Estudar as conotações encontradas em diálogo tônico

Corporal X

Categorizar a análise X

Elaboração dos capítulos com base nos resultados e

reflexões teóricas X X

Qualificação da Dissertação X

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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AJURIAGUERRA, J. e MARCELLI, D. Psychopathologie de l´Enfant, Masson, Paris. 1984

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOMOTRICIDADE. Histórico da

psicomotricidade. Disponível em < https://psicomotricidade.com.br/historico-da-psicomotricidade/ >. Acesso em 03 jun.2018.

BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa, Portugal; Edições 70, LDA, 2009.

CORRÊA, José de Anchieta. Corpo, invenção da minha história. “Corpo e ética”. Tempo e Presença 322, São Paulo: Koinonia, 2002.

CORREA JUNIOR, João Luiz . Corpo. Uma Abordagem Bíblica-Teológica. Ciberteologia - Revista de Teologia & Cultura - Ano VI, n. 27 2000.

FREUD, S. Sobre o narcisismo: uma introdução. In: Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas. 2. ed. Rio de Janeiro: Imago, 1987. v. XIV, p. 83-119.1914.

FERREIRA, C.A.M (ORG), HEINSIUS, A. e BARROS, D.R.(ORGS) Psicomotricidade escolar. Rio de janeiro,Wark., 2008.

FONSECA; Vitor Da. Psicomotricidade. 2ªed.São Paulo: Martins Fontes(1995). Manual de observação psicomotora. Porto Alegre.1989.

FONSECA, Vitor Da. Desenvolvimento psicomotor e aprendizagem. Porto Alegre : Artmed, 2008.

LACAN, J. (1953-4). O seminário. Livro 1. Os escritos técnicos de Freud. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1979.

LAPIERRE, A. E AUCOUNTURIER, B. A simbologia do movimento. Psicomotricidade e educação. Curitiba. Filosofar, 2004.

NOVAES, M. A. A. Como se faz o corpo? Considerações sobre o ideal em Freud e Lacan. Pulsional, revista de psicanálise n182, junho. 2005.

ROSA, Wanderley Pereira da. O dualismo a teologia cristã: A deformação da antropologia bíblica e suas consequências. 2010. 163 f. Dissertação de Mestrado – Escola Superior de Teologia, Programa de Pós-Graduação, São Leopoldo. 2010.

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