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Projeto creche: estratégias promotoras do desenvolvimento da comunicação e linguagem em crianças surdas

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Academic year: 2021

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Projeto Creche:

Estratégias Promotoras do

Desenvolvimento da Comunicação e

Linguagem em Crianças Surdas

Maria José Sant’Ana Morais Cascalho

Casa Pia de Lisboa

Maria.cascalho@casapia.pt

F rancisco V

az d a Silv a

E sc ol a S u p er ior de E du c aç ã o de Lisboa

Resumo

O nosso obj etiv o é div ulg ar um proj eto de interv enção numa sala de crech e com crianças surdas, idades entre os 1 2 e os 36 meses, seg uindo uma abordag em educativ a biling ue. O proj eto parte de necessidades sentidas pelos prof issionais env olv idos e do seu desej o de melh orar a q ualidade dos serv iços. F oi realiz ada uma av aliação inicial relativ a à ling uag em e env olv imento das crianças em ativ idades de “ h ora do conto” e à s necessidades sentidas pelos pais q ue lev ou à f ormulação de obj etiv os em trê s planos complementares: i) P romoção da ling uag em e comunicação das crianças, ii) env olv imento das f amí lias e, iii) aprof undar a cooperação entre os prof issionais.

O proj eto adotou o modelo de inv estig ação-ação para a interv enção. Ao long o de trê s meses um conj unto de oito h istó rias f oram adaptadas e contadas pela educadora oralmente e pela f ormadora de lí ng ua g estual portug uesa em lí ng ua g estual. As f amí lias f oram env olv idas no proj eto participando em ativ idades na sala e promov endo ativ idades no contex to f amiliar. O s resultados nas v ariá v eis usadas para monitoriz ar o processo mostraram uma ev olução muito positiv a em relação aos obj etiv os f ormulados. Numa ref lex ão f inal, procurá mos interpretar alg uns dos resultados apresentados à luz da literatura.

P alav ras-ch av e: Surdez ; H istó rias Inf antis; D esenv olv imento da Ling uag em; Env olv imento; Estilos de interação.

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Introdução

Este trabalh o tem por obj etiv o div ulg ar um proj eto de interv enção realiz ado em contex to de crech e com um g rupo de crianças surdas motiv ado pela preocupação dos prof issionais env olv idos em g arantir serv iços de q ualidade adeq uados à s necessidades das crianças e das suas f amí lias.

Não tendo um impacto direto no desenv olv imento da criança, a surdez tem, contudo, ef eitos sobre a relação da criança com o seu ambiente, desig nadamente no q ue alg uns autores desig nam por f enó meno de atenção div idida ( W ood, W ood, G rif f ith s & H ow ard, 1 986 ; Lederberg , 1 993; V az da Silv a, 20 1 2) . P or causa do f enó meno de atenção div idida, a criança surda poderá ter menos de oportunidades de interação com os outros, comparativ amente com o q ue se v erif ica com crianças ouv intes ( G allaw ay , 1 998; Lederberg , 1 993; Marsch ark , 1 993; Meadow -O rlans & Stainberg , 20 0 4; Sing leton & Morg an, 20 0 6 ; V az da Silv a, 20 1 2) . A surdez pode també m ter ef eitos sobre a relação de outros ( cuidadores) com a criança. D esde log o a surdez pode inf luenciar as ex petativ as das pessoas pró x imas da criança inf luenciando as f ormas como interag em com ela, af etando, desig nadamente, os estilos de interação. Em particular, no caso de crianças surdas f ilh as de pais ouv intes, o desconh ecimento e, ev entualmente, menor sensibilidade ao modo essencialmente v isual de contato com o mundo pode ter um impacto neg ativ o nas interaçõ es dos outros com a crianças surda ( G allaw ay , 1 998; Lederberg , 1 993; Spencer & G utf reund, 1 990 ; Spencer, Sw ish er & W ax man, 20 0 4) .

Estudos sobre o desenv olv imento da ling uag em e da comunicação, bem como dos resultados escolares, de crianças e j ov ens surdos consistentemente reportam atrasos comparativ amente com crianças ouv intes ( Marsch ark , Lang & Albertini, 20 0 2; Moores, 20 0 1 ) . U m dos f atores q ue tem mostrado uma marcada inf luê ncia nestes resultados é a of erta de serv iços de educação de q ualidade, tomando em conta as necessidades das f amí lias e interv indo atempadamente ( Marsch ark et al. , 20 0 2; Meadow -O rlans & Steinberg , 20 0 4; Moores, 20 0 1 ) .

1. O CONTEXTO

O proj eto de inv estig ação desenv olv eu-se numa instituição pú blica v ocacionada para a educação de crianças surdas q ue contempla v á rias v alê ncias, desde a Interv enção P recoce e a crech e, até respostas no ensino secundá rio e cursos de educação e f ormação ( C EF ) . A instituição adota o modelo de educação biling ue.

P ara as crianças surdas mais nov as a instituição of erece serv iços de apoio à f amí lia desenv olv idos por uma eq uipa interdisciplinar integ rando educadores de inf â ncia, f ormadores de LG P , audiolog istas, assistentes sociais e psicó log os q ue, em parceria com as f amí lias, elaboram prog ramas indiv iduais de apoio à s f amí lias, contribuindo indiretamente para o desenv olv imento da criança.

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2 . ID ENTIF ICA Ç Ã O D O P R OB L EM A E OB J ETIV OS D O P R OJ ETO

O proj eto de interv enção pretende responder a preocupaçõ es q ue f oram identif icadas em trê s dimensõ es das prá ticas educativ as no contex to de crech e e q ue seg uidamente se ex planam.

A primeira destas dimensõ es diz respeito ao desenv olv imento da ling uag em e da comunicação por esta ser uma das á reas do desenv olv imento em risco nas populaçõ es com surdez . O proj eto de interv enção tev e iní cio com a av aliação do desenv olv imento da ling uag em das crianças participantes no estudo, com recurso a um instrumento adaptado de “ T h e insite dev elopental ch eck list – a compreh ensiv e dev elopmental ch eck list f or multih andicaped sensory impaired inf ants and Y oung ch ildren, ag es 0 -6 ” . Esta av aliação inicial considerou trê s g randes domí nios: o primeiro relativ o ao desenv olv imento da ling uag em, de cuj os resultados se salientam as limitaçõ es na utiliz ação e desenv olv imento de v ocabulá rio; o seg undo relativ o à s interaçõ es com pares e adultos, v erif icando-se q ue alg umas crianças rev elam alg uma dif iculdade na iniciação e resposta a iniciativ as de interação de outros, adultos ou pares; e o terceiro relativ o aos comportamentos das crianças durante e apó s ativ idades em q ue se contam h istó rias ( h ora do conto) , v erif icando-se q ue as crianças não se mantê m env olv idas e q ue, de seg uida, mostrav am dif iculdade na identif icação de aspetos importantes das h istó rias: identif icação dos personag ens, de acontecimentos marcantes da h istó ria ou de sentimentos ou sensaçõ es ( ex : f icar contente, ter f rio) das personag ens.

A seg unda dimensão diz respeito à parceria entre os pais e os prof issionais. Em conv ersas inf ormais os pais rev elaram aos prof issionais um conj unto de preocupaçõ es q ue se relacionam com as dif iculdades de comunicação e as interaçõ es com os seus f ilh os, desig nadamente no q ue concerne ao contar h istó rias ou manter interaçõ es sig nif icativ as durante perí odos crescentes de tempo, mas també m ex primindo as suas ex pectativ as e anseios em relação ao f uturo e preocupaçõ es com f alta de inf ormação sobre a surdez e as suas implicaçõ es. C omo se sabe, no q uadro de prá ticas de crech e de q ualidade a parceria entre as f amí lias e os prof issionais, o env olv imento dos pais nos proj etos educativ os são considerados f atores essenciais ( NAEY C , 20 0 9) , e esta é uma prá tica q ue se procura desenv olv er neste contex to particular.

A terceira dimensão do proj eto diz respeito à q ualidade do contex to de educação f ormal e ao trabalh o de parceria entre a educadora responsá v el pelo g rupo e a f ormadora de Lí ng ua G estual P ortug uesa. Apesar de desej á v el, dirí amos mesmo indispensá v el, esta cooperação não é sempre f á cil por raz õ es h istó ricas, de desig ualdade dos ní v eis de f ormação e estatuto prof issional, bem como de oportunidades de f ormação ao long o da carreira ( V az da Silv a, 20 0 9) . No â mbito do proj eto de interv enção esta parceria compreende a planif icação de ativ idades a desenv olv er com as crianças; a escolh a, criação e adaptação de materiais; a interv enção articulada com as crianças e, numa perspetiv a de autof ormação, a ref lex ão sobre as estraté g ias de interação com as crianças. Esta parceria entre os prof issionais f oi considerada um f ator inf luenciando a dimensão de q ualidade de processo ( Bairrão, 1 998) , desig nadamente as estraté g ias usadas pelos prof issionais nas interaçõ es com as crianças.

P ara responder à s preocupaçõ es acima descritas f oi concebido um proj eto q ue se desig nou: “ P roj eto crech e: As h istó rias inf antis – estraté g ias promotoras da comunicação e ling uag em em crianças surdas” ( C ascalh o, 20 1 2) , com obj etiv os em trê s planos distintos:

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I . P l a n o d o d esen v ol v i men t o d a l i n g ua g em e d a c omun i c a ç ã o: i) P romov er a aq uisição e desenv olv imento da ling uag em das crianças (lé x ico) e a sua utiliz ação espontâ nea em interaçõ es com pares e adultos; ii) F acilitar a aq uisição precoce de comportamentos emerg entes de leitura e escrita; iii) F omentar as interaçõ es sociais entre os pares e entre criança/ adulto; iv ) Aumentar os tempos de env olv imento indiv iduais durante uma h istó ria.

I I . P l a n o d e p a r c er i a c om a s f a mí l i a s: i) Env olv er as f amí lias no proj eto promov endo a sua participação na “ h ora do conto” , a par com outras ativ idades na sala da crech e, bem como na av aliação f inal do proj eto; ii) P romov er h á bitos de conto de h istó rias em contex to f amiliar, usando estes momentos como momentos de interação; iii) Env olv er os pais no processo de av aliação do desenv olv imento da ling uag em e da comunicação das crianças.

I I I . P l a n o d a c oop er a ç ã o en t r e os p r of i ssi on a i s: i) P romov er a cooperação entre os prof issionais env olv idos na escolh a das h istó rias, na preparação de materiais, na planif icação das ativ idades, ii) Identif icar as estraté g ias de interação usadas pelos adultos na ativ idade “ h ora do conto” .

3 . C A RA C T E RI Z A Ç Ã O D O S P A RT I C I P A N T E S

P articiparam no proj eto oito crianças e as suas f amí lias. As crianças tinh am idades entre os 1 2 e os 36 meses, com perdas auditiv as de g rau prof undo e sev ero-prof undo.

P articiparam ainda no proj eto a educadora de inf â ncia titular da sala, licenciada em educação pré -escolar e especializ ação em surdez e problemas de ling uag em, e a f ormadora de LG P , detentora do certif icado de f ormadora de LG P pela Associação P ortug uesa de Surdos e a f req uentar o curso de prof essores de LG P para a obtenção do g rau de licenciatura.

4 . P RO J E T O D E I N T E RV E N Ç Ã O

4 . 1 . D esc r i ç ã o d o p r oj et o d e i n t er v en ç ã o

T endo em conta o contex to da crech e, as necessidades das crianças e das suas f amí lias, e os obj etiv os do proj eto, procurou-se escolh er ativ idades q ue env olv essem as crianças, mas també m as f amí lias, e q ue pudessem ser implementadas em dif erentes contex tos (escolar e f amiliar) de uma f orma transv ersal v isando o desenv olv imento g lobal de cada criança, mas com especial enf oq ue nas interaçõ es sociais e na á rea da comunicação e ling uag em.

Ex periê ncias precoces em q ue um adulto lê para e com as crianças num contex to ag radá v el são um f ator q ue inf luencia positiv amente o desenv olv imento da ling uag em e a emerg ê ncia de competê ncias de literacia. Nas orientaçõ es curriculares para o pré -escolar (Lopes da Silv a, 1 997) , os obj etiv os relacionados com o desenv olv imento da ling uag em estão estreitamente associados à f acilitação da emerg ê ncia da literacia, relativ amente à q ual as orientaçõ es ex plicitam q ue “esta abordag em à escrita situa-se numa perspectiv a de literacia enq uanto competê ncia g lobal para a leitura no sentido de interpretação e tratamento da inf ormação q ue implica a “ leitura” da realidade, das “ imag ens” e de saber para q ue serv e a escrita, mesmo sem saber ler f ormalmente. ” (p. 66)

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C ontar h istó rias e trabalh á -las pareceu, assim, uma boa f orma de proporcionar momentos em q ue as crianças adq uirem e desenv olv em v ocabulá rio, interag indo com os seus pares e com os adultos q ue as rodeiam, no contex to de educação f ormal e em contex to f amiliar.

O proj eto de interv enção decorreu de j aneiro a março de 20 1 0 . As duas prof issionais selecionaram 8 h istó rias inf antis, tendo em conta o plano anual de ativ idades da crech e, q ue depois adaptaram ao ní v el da ling uag em usada, do tratamento de imag ens, associação das imag ens a tex to em lí ng ua portug uesa e a imag ens representando g estos da lí ng ua g estual portug uesa. Estas h istó rias f oram contadas num total de 1 6 sessõ es, sendo em 8 das sessõ es contadas ao g rupo de crianças pela educadora de inf â ncia (ouv inte) em lí ng ua portug uesa (oral) (LP ) acompanh ada de g estos e nas 8 outras sessõ es contadas/ repetidas ao g rupo de crianças pela f ormadora (surda) em Lí ng ua G estual P ortug uesa (LG P ) .

F oram ig ualmente consideradas 8 sessõ es de brincadeira liv re em q ue as crianças usav am elementos das h istó rias contadas (ex : brincav am com o liv ro de h istó ria ou personif icav am personag ens da h istó ria) e ainda sessõ es em contex to f amiliar e momentos de partilh a entre contex tos.

4 . 2 . M é t od os

F oi adotada uma metodolog ia de inv estig ação-ação na medida em q ue, partindo-se do estudo de uma situação educativ a, de um determinado problema, se procuraram f ormas de melh orar e de responder à s dif iculdades encontradas. A metodolog ia de inv estig ação-ação é def inida como um mé todo cientí f ico q ue obrig a à recolh a sistemá tica de inf ormação q ue f undamente a prá tica e monitoriz a o processo de mudança (C armo & F erreira, 20 0 8; Bog dan & Bik len, 1 991 ) .

Ao long o do proj eto recorremos a té cnicas de recolh a e aná lise de dados q ualitativ os e q uantitativ os. F oram realiz adas f ilmag ens de todas as sessõ es de conto de h istó rias e de brincadeiras liv res em contex to de crech e e notas de campo reg istando ocorrê ncias sig nif icativ as, conv ersas inf ormais com os pais. F oram recolh idos dados dos processos dos alunos e, para a av aliação f inal do proj eto, para alé m de notas das reuniõ es de av aliação, f oi usado um peq ueno q uestioná rio respondido pelos pais. P or f orma a reportar as ocorrê ncias em contex to f amiliar usá mos os reg istos q ue pais f iz eram nos cadernos diá rios.

P ara a descrição da narração das h istó rias e das estraté g ias usadas pelos prof issionais, bem como para a descrição da ling uag em usada pelas crianças, q uer nas sessõ es de “ h ora do conto” , q uer nas brincadeiras liv res, recorremos à aná lise q ualitativ a do material f ilmado e das notas de campo.

P ara av aliar o env olv imento das crianças nas ativ idades e a q uantidade de interv ençõ es comunicativ as das crianças realiz á mos aná lises q uantitativ as.

P ara av aliação do env olv imento nas sessõ es de “ h ora do conto” , o comportamento de cada criança f oi codif icado de acordo com os tipos de env olv imento considerados a cada 30 seg undos ao long o dos 1 0 minutos de duração da f ilmag em. Assim, para cada criança, os

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comportamentos f oram codif icados em 20 momentos ao long o de 1 0 minutos de cada sessão, num total de 320 reg istos correspondentes à s 1 6 sessõ es de “ h ora do conto” realiz adas.

Neste estudo as categ orias de env olv imento usadas f oram inspiradas no sistema de classif icação propostos por McW illiam e de K uif (1 998) e no sistema usado por O dom, Brow n, Scw artz , Z erch er e Sandall (20 0 7) . Assim f oram consideradas as seg uintes categ orias de env olv imento:

a) Atenção ao adulto: C riança tem o seu olh ar f ocado no adulto nos 3 seg undos antecedentes ao momento de cotação;

b) Atenção aos pares: C riança tem o seu olh ar f ocado no par nos 3 seg undos antecedentes ao momento da cotação,

c) Atenção aos obj etos utiliz ados: C riança tem o seu olh ar f ocado nos obj etos nos 3 seg undos antecedentes ao momento da cotação,

d) Interação com o adulto: C riança está em interação com adulto no momento da cotação,

e) Interação com os pares: C riança está em interação com par no momento da cotação,

f ) Interação com obj etos: C riança está em interação com obj eto (tem obj eto na mão e manipula-o de alg uma f orma)

g ) Não env olv ido: Implica f alta de ocupação. Inclui esperar, olh ar f ix amente o v az io, v ag uear sem obj etiv o, ch orar, q ueix ar-se, atos ag ressiv os ou destrutiv os e comportamentos de inf ração a reg ras (adaptado de McW illiam & de K ruif , 1 998) .

P ara a av aliação da ling uag em usada pelas crianças f oram usadas as f ilmag ens das sessõ es de “ h ora do conto” e as de brincadeiras liv re, també m com 1 0 minutos de duração. A primeira aná lise q ualitativ a deste material permitiu identif icar dif erentes tipos de produçõ es (responde a perg untas, coloca perg untas, reconta, f az comentá rios) , bem como o modo de comunicação usado (Lí ng ua P ortug uesa, Lí ng ua G estual P ortug uesa, Ambas simultaneamente) . O material f ilmado das sessõ es de h ora do conto e de brincadeiras liv res f oi analisado no sentido de contabiliz ar as produçõ es das crianças com base nesta categ oriz ação acima descrita.

Neste sentido a abordag em adotada no estudo poderá ser descrita como uma abordag em mista.

5 . I M P L E M E N T A Ç Â O D O P RO J E T O E A P RE S E N T A Ç Ã O D O S RE S U L T A D O S

5 . 1 A d a p t a ç ã o d a s H i st ó r i a s

A escolh a das h istó rias f oi da responsabilidade da educadora e da f ormadora LG P tendo em conta o P lano Anual de Ativ idades da C rech e e os temas q ue iriam ser trabalh ados, por

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ex emplo, para abordar o tema elementos do ambiente escolh emos a h istó ria “ O R af a tem f rio” .

À escolh a das h istó rias seg uiu-se a preparação e adaptação de materiais para f acilitar a comunicação e a compreensão das mesmas. F oram adaptadas imag ens v isando centrar a atenção das crianças (ex : eliminando elementos passí v eis de conf undir sig nif icados ou de dispersar a atenção da linh a de narração da h istó ria) , bem como os tex tos de acordo com o ní v el de ling uag em das crianças sempre q ue se j ustif icav a. F oram criados materiais (cartaz es e “ liv ros” ) com as imag ens adaptadas, a q ue se j untaram os tex tos e imag ens do v ocabulá rio “ ch av e” em LG P usando material f otog rá f ico f eito pela educadora de inf â ncia e pela f ormadora de LG P . P ara alg umas h istó rias f oi utiliz ado material dig ital (D V D ’ s) també m adaptado no q ue respeita a imag em, tex to, LG P , v oz e sons.

C ada h istó ria f oi contada e trabalh ada, primeiro, oralmente (LP ) com recurso a imag ens e posteriormente recontada e trabalh ada em LG P . As h istó rias, ou temas relacionados com elas, f oram retomados em dif erentes ativ idades ao long o da semana (ex : em ativ idades de ex pressão plá stica) , sendo trabalh adas de f orma transv ersal de acordo com as dif erentes á reas do currí culo. O s materiais usados estav am disponí v eis para serem usados pelas crianças nos momentos de ativ idades liv res, o q ue v eio a acontecer, permitindo reg istos f ilmados usados na av aliação da ling uag em das crianças, como ref erimos.

5 . 2 . E n v ol v i men t o d a s C r i a n ç a s n a s a t i v i d a d es “ H or a d o C on t o”

O s resultados da av aliação mostram um prog ressiv o aumento das percentag ens de tempo q ue as crianças despendem env olv idas nas ativ idades. V erif icamos q ue uma g rande parte do tempo de atenção é f ocado no adulto, o q ue poderá estar relacionado com a naturez a e estrutura da ativ idade: é uma ativ idade dirig ida pelo adulto q ue conta a h istó ria e tem a responsabilidade de g estão dos materiais utiliz ados (mostrar liv ros, imag ens, outros) . D e ig ual modo, v erif icamos um aumento da percentag em de tempo despendido em interaçõ es. Este aumento é notó rio, q uer nas interaçõ es dirig idas ao adulto, q uer dirig idas a pares, sendo os v alores relativ os à s interaçõ es com o adulto mais elev ados do q ue as interaçõ es dirig idas a pares. Aos aumentos v erif icados nos comportamentos de env olv imento, de atenção e interaçõ es, contrapõ em-se a diminuição do tempo de não env olv imento.

O aumento do tempo de env olv imento é mais marcado nas crianças mais v elh as (24 a 36 meses) , comparativ amente à s mais nov as (1 2 aos 23 meses) , o q ue nos lev a a q uestionar a adeq uação desenv olv imental das ativ idades propostas relativ amente a este ú ltimo g rupo de participantes.

5 . 3 L i n g ua g em e c omun i c a ç ã o

F oram consideradas as produçõ es relativ as aos temas tratados nas h istó rias, dirig idas a adultos e pares, nas dif erentes modalidades usadas: Lí ng ua P ortug uesa (oral) (LP ) , LG P ou ambas em simultâ neo (O G ) . O reg isto f oi f eito com base em f ilmag ens das ativ idades, pela educadora e um outro prof issional, contabiliz ando-se as produçõ es reconh ecí v eis por estas pessoas q ue tê m ex periê ncia de trabalh o com pessoas surdas e conh ecem as crianças q ue participaram no estudo.

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D a aná lise dos resultados salientamos a ev olução v erif icada na utiliz ação de ling uag em pelas crianças nas suas interaçõ es com adultos e pares. Nesta medida consideramos q ue as ativ idades propostas no â mbito do proj eto proporcionaram oportunidades de interação, potencialmente contribuindo para do desenv olv imento da ling uag em e da comunicação. Estes resultados v ão ao encontro dos obj etiv os q ue se pretendiam alcançar com este proj eto de interv enção.

C onsiderá mos importante reportar ainda os prog ressos conseg uidos pelas crianças em relação à intenção comunicativ a. Inicialmente a observ ação mostrou q ue as crianças participav am apenas respondendo à s q uestõ es colocadas e f az endo um nú mero de comentá rios muito reduz idos. Ao long o do proj eto o ní v el de participação das crianças prog ride també m em relação à q ualidade das interv ençõ es passando a reg istar-se em f req uê ncia crescente interv ençõ es de v ariedade dif erenciada: comentá rios, reconto de h istó rias, descriçõ es e perg untas dirig idas, q uer aos adultos, q uer aos pares.

5 . 4 E n v ol v i men t o d a s F a mí l i a s

D esde o iní cio do proj eto os pais participaram com interesse nas ativ idades propostas. V ieram à sala da crech e contar h istó rias ou, simplesmente, assistir à h ora do conto, mas també m participaram em outras ativ idades propostas e em trabalh os relacionados com as h istó rias contadas na “ h oras do conto” e ex perimentaram lev ar as h istó rias adaptadas para as contarem à s crianças no contex to f amiliar. T odas as f amí lias participaram na av aliação do proj eto.

No momento de av aliação do proj eto os pais ref eriram a importâ ncia destas oportunidades para a aprendiz ag em da LG P . R ef eriram ainda como positiv o o f acto de criar h á bitos de contar h istó rias em casa, não só pela contar em si, mas també m pelo f acto de este env olv imento representar tempo para estar e brincar com os f ilh os. Salientamos, nos reg istos das f amí lias em q ue ex istem irmãos mais v elh os (ouv intes) , o f acto de estes q ue també m participarem contando h istó rias aos mais nov os (surdos) , “ inv entando” f ormas de comunicação q uando não sabiam q ual o g esto a f az er ou a palav ra a diz er. D esta f orma indiciando a apropriação de prá ticas q ue proporcionam momentos de interação estimulante e ag radá v el pelos membros da f amí lia.

5 . 5 C oop er a ç ã o en t r e os P r of i ssi on a i s

A cooperação entre as prof issionais env olv idas incluiu a criação de materiais, a planif icação de ativ idades e f oi també m importante na ref lex ão sobre as prá ticas, mais precisamente, sobre as estraté g ias de interação usadas. O s resultados mostraram alg umas dif erenças nas estraté g ias usadas: A F ormadora LG P parecia usar com maior f req uê ncia estraté g ias g eralmente usadas por mães surdas com os seus f ilh os surdos para captar e manter a sua atenção (Math er, 1 990 ; V az da Silv a, 20 1 2) . P elo seu lado, a educadora recorria mais f req uentemente a materiais e a peq uenas dramatiz açõ es com materiais, procurando relacionar aspetos do tema tratado com

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as v iv ê ncias das crianças. A educadora é també m q uem permitia com mais f req uê ncia a ex ploração liv re dos materiais durante a ativ idade mantendo uma atitude mais responsiv a (NAEY C , 20 0 9) .

Ao long o do desenrolar do proj eto e decorrente da ref lex ão conj unta q ue se f oi sempre realiz ando, v erif icamos q ue as duas prof issionais f oram g radualmente alterando as suas prá ticas: a f ormadora alterou o seu modo de começar a contar as h istó rias passando a f az er a introdução das mesmas e utiliz ando mais imag ens para obter a atenção das crianças (estraté g ias menos intrusiv as) , enq uanto a educadora passou a usar mais ex pressõ es f aciais e corporais (estraté g ias usadas por mães surdas com os seus f ilh os surdos) q ue inicialmente não estav am tão presentes. D este modo a articulação do trabalh o realiz ado entre a educadora e a f ormadora f oi essencial para a adeq uação das estraté g ias de interv enção, constituindo em si pró prio, um processo de autof ormação.

6 . N O T A S F I N A I S

Neste trabalh o f oi assumida a promoção do env olv imento das crianças na ativ idade “ h ora do conto” como estraté g ia para promov er o desenv olv imento da ling uag em e comunicação das crianças. Este obj etiv o f oi, em g rande medida alcançado, v erif icando-se um prog ressiv o aumento do tempo de env olv imento. Atribuí mos particular sig nif icado a este resultado na medida em q ue, de acordo com os pressupostos teó ricos do env olv imento, o tempo q ue as crianças despendem env olv idas em ativ idades adeq uadas à idade é uma condição necessá ria, se não suf iciente, para q ue ocorra mudança desenv olv imental (McW illiam, T riv ette & D unst, 1 985) . P orq ue a participação em ativ idades e a interação com pares, com adultos e com materiais proporciona mais oportunidades para praticar capacidades j á adq uiridas, aperf eiçoar comportamentos emerg entes e adq uirir nov as competê ncias, alg uns autores tê m sug erido q ue o env olv imento de ní v el sof isticado poderá constituir um mediador crí tico para a aprendiz ag em e o desenv olv imento (McW illiam & Bailey , 1 995; McW illiam et al. , 1 985) . Estudos recentes de de K ruif , McW illiam e R idley (20 0 1 ) reportam q ue o env olv imento de crianças peq uenas em ní v eis sof isticados tem v alor prog nó stico relativ amente ao seu desenv olv imento g lobal, medido atrav é s de escalas f ormais de av aliação cog nitiv a.

A maior percentag em de tempo de env olv imento associou-se a prog ressos na utiliz ação de ling uag em pelas crianças, q uer na “ h ora do conto” , q uer nas brincadeiras liv res, indiciando uma real apropriação de nov o v ocabulá rio pelas crianças. Num contex to educativ o biling ue, em q ue as crianças são ex postas, e podem utiliz ar, a Lí ng ua P ortug uesa (oral) e a Lí ng ua G estual P ortug uesa, é interessante notar q ue se v erif icou um prog resso nas duas lí ng uas sem q ue, aparentemente, se v erif iq uem interf erê ncias neg ativ as de uma sobre a outra. Este é um dado importante no contex to da permanente polé mica relativ a à escolh a e implementação de mé todos de apoio ao desenv olv imento da ling uag em (oralismo v ersus g estualismo) q ue ainda recentemente Spencer e Marsch ak (20 1 0 ) descrev em como um debate q uente e emotiv o (“q u e s t i o ns … c o nt i nu e t o b e h o t l y , e v e n e m o t i o na l y , d e b a t e d ” , p. 49) .

O g rau de surdez parece ter, neste peq ueno g rupo de participantes, uma inf luê ncia sig nif icativ a no modo de comunicação utiliz ado (LP ou LG P ) , mas não será certamente o ú nico f ator inf luente. Assim, v erif icá mos q ue as crianças com surdez prof unda tendem a usar principalmente LG P , enq uanto q ue as crianças com surdez sev era-prof unda tendem a usar

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mais a LP e/ ou as duas em simultâ neo. C ontudo, num contex to educativ o biling ue em todas estas f ormas de comunicação são possí v eis e estimuladas, não encontrá mos associaçõ es sig nif icativ as entre q ualq uer das trê s modalidades de comunicação consideradas e a f req uê ncia total das produçõ es observ adas, isto é , não encontramos dif erenças na f req uê ncia do uso de ling uag em nas interaçõ es em f unção do modo de comunicação usado.

Ex iste um alarg ado consenso sobre os ef eitos positiv os para o desenv olv imento e aprendiz ag em da criança do env olv imento das f amí lias nos processos de educação f ormal de crianças surdas (C alderon, 20 0 0 ; Marsch ark et al. , 20 0 2; Moores, 20 0 1 ) . Estas ev idê ncias tê m suportado recomendaçõ es sobre a q ualidade dos serv iços para crianças surdas (e. g . C D E, 20 0 4) em termos semelh antes aos q ue são propostos para prá ticas desenv olv imentalmente adeq uadas para prog ramas de educação (e. g . NAEY C , 20 0 9) . O proj eto de interv enção contemplav a, por isso, uma componente de env olv imento das f amí lias q ue se inscrev eu numa prá tica de parceria j á ex istente na instituição estudada. A adesão das f amí lias a estas ativ idades f oi considerada muito positiv a, não tendo a contabiliz ação das participaçõ es ref letido de f orma cabal a importâ ncia e v erdadeira dimensão desse env olv imento e dos seus ef eitos, q uer para as crianças, q uer para os pais.

A cooperação entre os prof issionais tev e, para alé m de aspetos relacionados com a adaptação de materiais, sentido como uma das necessidades iniciais, uma dimensão da prá tica prof issional: as estraté g ias usadas pelos prof issionais. Estraté g ias q ue, aq ui, estão muito centradas nos processos de interação entre os adultos e as crianças, nomeadamente as relacionadas com captar e manter a atenção das crianças e a necessidade de utiliz ação de inf ormação v isual mais f acilmente processada pelas crianças (V az da Silv a, 20 1 2) .

Sintetiz ando, o proj eto de interv enção: i) F av oreceu o desenv olv imento da comunicação e da ling uag em das crianças em LG P e em LP , q uer com adultos, q uer com pares, ii) F acilitou o env olv imento parental, respondendo a alg umas das necessidades das f amí lias, of erecendo inf ormação e promov endo o desenv olv imento de competê ncias de comunicação melh or adaptadas à s caracterí sticas das criança, ii) C ontribuiu para uma melh or q ualidade da interv enção com crianças surdas em contex to de crech e melh orando a q ualidade das estraté g ias de ensino, da articulação entre prof issionais e da adaptação de materiais.

Esperamos com este trabalh o ter contribuí do para a div ulg ação deste proj eto e, interessando outros prof issionais, para a melh oria da q ualidade dos serv iços de educação prestados a crianças surdas peq uenas e suas f amí lias.

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Referências

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