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PROJETO DE PESQUISA. A VOLATILIDADE ELEITORAL: Uma análise socioeconômica e espacial sobre o voto em Santa Maria.

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

CURSO DE CIÊNCIAS SOCIAIS – BACHARELADO

GUSTAVO ANDRÉ AVELINE MÜLLER

PROJETO DE PESQUISA

A VOLATILIDADE ELEITORAL:

Uma análise socioeconômica e espacial sobre o voto em Santa Maria

.

Santa Maria – RS

Novembro 2010

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INTRODUÇÃO

Em sociedade, as pessoas sempre procuram manter opiniões coerentes com as opiniões gerais do grupo a que pertencem. “Para isso selecionam informações e mensagens que recebem, dando atenção àquilo com o que concordam e privando-se do que as desagrada. Ao desprezar mensagens contrárias às atitudes do grupo, os homens vêem essas mesmas atitudes nos companheiros, que exibem tendências seletivas similares” (CORREA,1990, p. 12).

A complexidade das interações sociais que produzem o comportamento eleitoral de cada cidadão tem sido objeto de inúmeros esforços teóricos e empíricos nas ciências sociais. A volatilidade eleitoral1 é um dos instrumentos mais utilizados, pela literatura, para mensurar os padrões de variação do apoio eleitoral às ofertas do sistema partidário, a estabilidade eleitoral indica não só que os partidos têm apoio e enraizamento na sociedade, mas que, também, são instrumentos de canalização dos conflitos e demandas da sociedade.

O papel das variáveis socioeconômicas e demográficas na explicação do impacto dos partidos na escolha eleitoral, tem por objetivo identificar alterações no comportamento do eleitor nas diferentes regiões e condições sócio-econômicas do município, tendo o sufrágio consolidado em uma nova etapa institucional a partir da constituição de 1988.

No momento atual, voto é definido, de modo geral, em função do candidato e não do partido, não se trata de um voto personalista tradicional, como um voto dado em função de devoção, subordinação ou fidelidade pessoal. O voto desse novo eleitor muda de direção freqüentemente, dependendo da capacidade de sedução das diferentes alternativas políticas. Ele não está sujeito a coerções e imposições que o obriguem a seguir certa orientação. “Não estando subordinado aos compromissos do tipo tradicional, o novo eleitor tem condições de assumir o comportamento volátil, independente ou infiel” (SILVEIRA, 2000, p. 134). Esse novo eleitor escolhe em determinadas circunstâncias em função de elementos conjunturais, que podem ser alterados a todo momento. OBJETIVOS

O trabalho buscará examinar se há sustentação qualitativa e quantitativa para a formulação da hipótese que as condições geográficas e socioeconômicas de determinados grupos apresentam significativa volatilidade eleitoral entre duas eleições, sendo analisados as bases socioeconômicas e geográficas de bairros representativos de extratos sócias, A, C e E do município de Santa Maria.

Visando caracterizar um paralelo para determinar se a relação social e econômica do voto entre as eleições de 2006/2010 para presidente da republica do Brasil, caracterizada em espaços geográficos do município de Santa Maria apresentou significativa volatilidade da ação eleitoral. Por tratar-se de uma eleição majoritária, a análise da distribuição geográfica dos votos e de suas características pode explicar o comportamento dos eleitores e suas relações com os partidos implicados na disputa eleitoral.

O estudo não buscará explicar as motivações dos eleitores para a volatilidade, pois para isso seria necessário outro instrumento de coleta de dados, que permitisse conhecer as aspirações dos indivíduos, e é nesse sentido que não procuro explicar os motivos da mudança nas preferências dos eleitores nos bairros caracterizados. O trabalho terá como objetivo a apresentação de dados que mostram relação direta das variáveis socioeconômica, geográficas com a volatilidade do eleitor frente aos candidatos nas democracias contemporâneas.

Com bases dos dados vamos analisar se há ou não relação do padrão socioeconômico e geográfico do eleitorado com a volatilidade eleitoral entre dois pleitos eleitorais. A investigação será efetuada através de uma perspectiva sociológica e política sobre o tecido social constituído por representações espaciais, sociais e econômicas da realidade empírica do município de Santa Maria, pertencente a unidade federativo do Rio Grande do Sul.

JUSTIFICATIVA

A volatilidade eleitoral como importante indicador de maturidade de um regime democrático, demonstrando grande relevância para análise da realidade social, é de suma importância seus indicadores, trata-se de uma eleição majoritária, a análise da distribuição geográfica e o perfil socioeconômico dos votos e de suas características pode explicar o comportamento dos eleitores e suas relações com os partidos. Em ordem que fatores estruturais, culturais e históricos como formadores das esferas sociais, econômicas e políticas de uma sociedade, impõem clivagens sociais

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que na esfera política sendo representados por diferentes partidos políticos, com os quais parcelas do eleitorado identificam-se e manifestam seu apoio ou oposição, buscaremos ampliar formulações teóricas para melhor conhecer essa face social.

REVISÃO TEÓRICA

No Brasil estudos do comportamento eleitoral fazem relação direta entre ideologia e o voto, a atual constituição da democracia possui formas próprias que pouco ou não podem ser identificadas em formações democráticas anteriores a promulgação da nova constituição em vigor desde 1988.

O voto possui formas multivariadas, não sendo possível atribuir ao comportamento do eleitor a uma variável apenas, baseada na perspectiva microssocial ou do individualismo metodológico, Anthony Downs2, propõem que “seria possível explicar os comportamentos políticos considerando que os indivíduos são racionais e agem intencionalmente, procurando maximizar seus ganhos, tal como fazem os consumidores no mercado econômico!” (DOWNS,1999, p. 58).

No meio social, as pessoas sempre procuram manter opiniões em sintonia com o pensamento geral do grupo a que pertencem. Para isso selecionam informações e mensagens que recebem, dando atenção àquilo com o que concordam e privando-se do que as desagrada. “Ao desprezar mensagens contrárias às atitudes do grupo, os homens vêem essas mesmas atitudes nos companheiros, que exibem tendências seletivas similares” (CORREA,1990,p.12).

Mesmo pertencendo há um grupo o individuo ainda é dono de uma particularidade cognitiva. No Brasil, a complexidade da ação eleitoral do brasileiro passa por sua identificação ideológica, um elemento de grande importância na orientação do voto e de seu comportamento eleitoral. Os grupos socias distintos possuem identificação com candidatos e partidos que julgam ser representados e compreendidos nas suas particularidades sociais e econômicas, mesmo quando ocorre a identificação entre eleitor e candidato não há submissão total. O eleitor mantém-se independente, podendo sensibilizar-se pelos apelos de outras lideranças a quem o melhor o representam naquele momento.

O grau de escolaridade do eleitor coloca-se como um indicador da “sofisticação política”, que compreende “três níveis: o conhecimento da política, a capacidade de conceituação política por parte do eleitor e, por fim, a “saliência”, que inclui aspectos como o interesse, o envolvimento político e sua exposição aos meios de comunicação”(Quadros, 2003, p.154). Carreirão entende que se pensarmos em um “eleitor brasileiro médio”, esse eleitor não será do tipo informado ou que vota por identificação ideológica no partido, como sugere a vertente sociológica. “O voto informado e ideológico acontece em uma minoria de eleitores brasileiros – os que possuem maior escolaridade” (CARREIRÃO, 2002, p. 17).

Na esfera democrática atual podemos notar que “eleitor define seu voto a partir de cálculos racionais de ganhos, mas não se pode desprezar os constrangimentos socioeconômicos e de acesso às informações direta ou indiretamente recebidas para tomar suas decisões”(CERVI, 2002, p.128), com a consolidação democrática brasileira buscará a consolidação do sistema político fornecendo mecanismos para o aperfeiçoamento do voto lógico da população brasileira.

METODOLOGIA

A ação metodológica visa estruturar a ação do conhecimento que pretende ser reconhecido como cientifico. Em sentido etimológico, metodologia significa o estudo dos caminhos dos meios, dos meios de uma teoria(Baquero,2009, p22)3.

Este trabalho terá como guia a aplicação de variadas metodologias, se utilizará de análises quantitativas e qualitativas, pretendo-se buscar melhor resultado, valendo-se de variadas formas cientificas para alcançar os objetivos propostos.

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3BAQUERO,Marcello, A pesquisa quantitativa nas Ciências Sociais. Porto Alegre. Editora da UFRGS, 2009.

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Em primeiro plano, será feita revisão bibliográfica para buscar informações para alicerçarem a pesquisa social, através de periódicos, artigos, dissertações e teses. Em segundo momento será estudado banco de dados de instituições de pesquisas publicas e privadas, tendo como destacado referencial de dados o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE), senso utilizado como principal referencial o censo demográfico de 2010.

O estudo usará como auxilio para a compilação e compreensão dos dados, metodologias informacionais, representados por programas computacionais, SPSS(Statistical Package for the Social Sciences) e ARCGIZ, um grupo de programas informácionais que constitui um Sistema de informação geográfica, que permetirá o georeferenciamento terretorial.

A análise da distribuição geográfica dos votos tem por objetivo identificar alterações no comportamento do eleitor nos diferentes bairros e condições sócio-econômicas de Santa Maria em eleições distintas, será utilizada como fonte para o estudo o banco de dados do tribunal regional eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS).

A partir dos dados fornecidos pelo IBGE, com indicadores socioeconomicos da cidade de Santa Maria, analisaremos os bairros que se enquadram em faixas de renda representativas à extratos socias A, C e E, coletando em suas respectivas secções eleitorais, resultados das eleições 2006/2010 para presidente da republica, a par dos dados eleitorais, aplicaremo-os ao estudo estatístico multivariado para formulações do resultado da pesquisa.

O trabalho pretende viabilizar a partir de múltiplas bases de dados o “controle das variáveis dependentes,(participação politica)”(Baquero, 2009, p.63), para buscar bases para o entendimento da volatilidade eleitoral associada a bases socioeconômicas e geográficas da ação do ator social eleitor no seu comportamento eleitoral entre dois pleitos majoritários, representados nas eleições de Presidente da Republica do Brasil nas disputas de 2006 e 2010.

Cronograma de Trabalho

As atividades serão desenvolvidas seguindo os seguintes cronogramas, planejado para nove meses e com início em abril de 2011:

Atividades de 2011

MES/ETAPAS ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Levantamento

bibliográfico X X X X x

Coleta de dados X X X X

Análise dos dados X X X X

Atividades 2012

MES/ETAPAS Jan FEV Organização do roteiro/partes X Redação do trabalho X X Revisão e redação final X Entrega X

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1. Carga horária: 20 horas de atividades semanais; 2. Revisão bibliográfica ;

3. Coleta de dados;

4. Sistematização e análise dos dados coletados;

5. Mapeamento Geográfico de Bairros de santa Maria / RS;

6. Apresentação dos resultados na JAI e de trabalhos em Congressos Científicos da área, etc.; 7. Elaboração de relatórios parciais e final

BIBLIOGRAFIA

DOWNS, A. 1999. Uma teoria econômica da democracia. São Paulo : Edusp.

CASTRO, M. M. M. 1994. Determinantes do comportamento eleitoral. A centralidade da sofisticação política. Rio de Janeiro. Tese (Doutorado em Sociologia). Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro.

FIGUEIREDO, M. 1991. A decisão do voto. São Paulo : Sumaré/Associação Nacional de Pós graduação e Pesquisa em Ciências Sociais.

CORREA, T. G. 1990. Contato imediato com a opinião pública. Os bastidores da ação política.

SILVEIRA, F. E. 2000. A dimensão simbólica da escolha eleitoral. In : FIGUEIREDO, R. (org.).

Marketing

político e persuasão eleitoral. São Paulo : Fundação Konrad Adenauer.

SINGER, A. 1999. Esquerda e direita no eleitorado brasileiro. São Paulo : USP.

BOHN, S. & PAIVA, D. 2006. Política estadual e regional e volatilidade eleitoral no Brasil. Artigo

apresentado no Relatório Final de Pesquisa do Projeto “Bases Socioeconômicas da Volatilidade Eleitoral no Brasil”, Processo n. 401 912/2004-3, Edital n. 032/2004, Brasília,CNPq.

CARREIRÃO, Yan de Souza. 2002. A decisão do voto nas eleições presidenciais brasileiras.Rio de Janeiro : Fundação Getúlio Vargas.

BAQUERO,Marcello, A pesquisa quantitativa nas Ciências Sociais. Porto Alegre. Editora da UFRGS, 2009.

CERVI, Emerson Urizzi . Comportamento eleitoral volátil e reeleição: as vitórias de Jaime Lerner no

Referências

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