Há pouco de um ano, o time de hó-quei Boston Bruins inaugurou um novo centro de treinamento, a Warriors Ice Arena. Mais do que uma modernização nos instrumentos de trabalho dos atle-tas, a estrutura representou um avanço comercial à equipe, que seguiu ten-dência de outras entidades da cidade e dos Estados Unidos.
No país, centros de treinamento são pensados como mais uma plataforma
comercial. A Máquina do Esporte visi-tou a Warriors Ice Arena e pôde acom-panhar de perto como a estrutura é pensada. Área de eventos corporati-vos, exposições, 650 assentos na arqui-bancada, alimentação, estacionamen-to e até abertura pública da pista de patinação fazem parte de como o time arrecada com seu CT.
E até sua concepção foi graças a um suporte comercial. A New Balance,
pa-Treinamentos viram ativos
comerciais nos EUA
POR DUDA LOPES, DE BOSTON (EUA)
B O L E T I M
NÚMERO DO DIA
EDIÇÃO • 908 QUARTA-FEIRA, 27 DE DEZEMBRO DE 2017
Pista de gelo do Boston Bruins fica aberta para o público, tanto
para patinação quanto para jogos amadores de hóquei.
No restante da estrutura, há espaço
para convenções e alimentação. No lado de fora, há uma
loja-conceito da New Balance.
45mi
De reais poderá gastar o Cruzeiro para ter Fred
por três anos; valor inclui salários, prêmio e
luvas, além de possível multa a ser paga.
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AV I A N C A AT I VA V O O E N B B
A Avianca fez uma ação com o jogador americano Larry Taylor, do Novo Basquete Brasil, da LNB. Patrocinadora do torneio de basquete, a empresa ativou o aporte para demonstrar um novo trajeto internacional de seus voos.
Na ação, a empresa levou o atleta para visitar o filho nos Estados Unidos, para celebrar o fim de ano. A ação foi transformada em um vídeo de 10 minutos, para o Youtube.
D I R E T O R A P E D E P R I S Ã O D E C R 7 A diretora do Fisco espanhol, Caridad Gómez Mourelo, pediu à Justiça do país para que analisasse um pedido de prisão ao jogador do Real Madrid, Cristiano Ronaldo.
A informação foi divulgada pelo jornal "El Mundo". Segundo a publicação, a diretoria calcula que o atleta deixou de pagar 14,7 milhões de euros em impostos, em esquema que envolveu 'laranjas' e contas em paraísos fiscais.
T R I B U N A L A B S O LV E P E R U A N O
Após condenar José Maria Marin, o Tribunal Federal do Brooklin, nos Estados Unidos, resolveu absolver o peruano Manuel Burga, ex-presidente da federação de futebol de seu país.
Burga era acusado de lavagem de dinheiro e de receber propinas em negociações por direitos de televisão, assim como seus colegas condenados, o ex-presidente da Conmebol, Juan Napout, e o brasileiro Marin. trocinadora do Bruins, foi quem arcou com a construção e quem
faz a manutenção de toda a estrutura do CT. A arena foi erguida ao lado da sede da empresa em Boston e conta com uma loja conceito da companhia.
Com a nova arena, o Bruins passou a faturar com um espaço além do ginásio que carrega seus jogos oficiais, o TD Garden,
local dividido com o Boston Celtics, da NBA. A construção de um CT com apelo comercial, por outro lado, foi apenas uma atu-alização do time de hóquei. Nos Estados Unidos, essa possibili-dade já é uma realipossibili-dade.
Em Boston mesmo há outros bons exemplos. O mais notável é do New England Patriots, time de futebol americano da NFL. Hoje, a equipe está alocada na cidade vizinha, Foxborough, que faz parte da região metropolitana da capital do Massachusetts. E, por lá, o ‘training camp’ do time faz sucesso.
O CT do Patriots é um anexo do estádio do time, o moder-no Gillette Stadium. O local tem até naming right da Optum, empresa ligada à área de saúde. E ele funciona como um elo entre o time e os torcedores, com calçada da fama, uma série de brincadeiras para crianças e até área para pegar autógrafos dos jogadores. O local conta com estacionamento e food truck, além de acesso com preços longe do que se pratica em jogos oficiais, com ingressos que partem de US$ 80.
A entrada mais em conta é também um apelo do Boston Red Sox, time de beisebol que tem o tíquete médio mais alto da liga do país, a MLB. No centro de treinamento do time, é possível ter acesso às arquibancadas por US$ 5. O tíquete mais caro é de US$ 49, US$ 1 a menos que a entrada para um jogo oficial.
Esta é a última coluna de 2017 es-crita por nossa equipe da Máquina do Esporte. Quis o rodízio que coubesse a mim fazer o balanço de fim de ano.
Parece fácil, mas não é. Relembrar o que passou e projetar o que virá é uma tarefa boa de reflexão. Ajuda-nos a re-ver o que acertamos, o que erramos e o que podemos esperar pela frente.
Em 2017 tivemos a alegria de cele-brar o melhor ano da Máquina do Es-porte. Tivemos o recorde de parceiros ao longo do ano (obrigado Bradesco, Brahma, Nissan e Bridgestone).
Desde o início, vendemos patrocí-nio, não anúncio. Queremos ajudar o parceiro a trabalhar a imagem,
produ-zir conteúdo, criar soluções para auxi-liar na ativação do patrocínio esporti-vo que eles já fazem via nossas mídias.
Por que fazer isso sendo uma empre-sa de mídia? Tem um sentimento que move quem faz a Máquina do Espor-te: Não vamos nunca nos acomodar!
A falta de acomodação, a inovação e a transformação constante geram um enorme prazer em trabalhar e, isso fi-cou provado em 2017, gera resultado. Para 2018 é isso o que a Equipe Má-quina do Esporte deseja a todos.
Da nossa parte, o ano virá cheio: A partir de março teremos um cor-respondente fixo nos Estados Unidos.
Em abril, celebrando os 13 anos de
vida, lançaremos o "Clube da Máqui-na". Conteúdo exclusivo a assinantes. Pesquisas, estudos de caso, entrevistas especiais. Tudo com o selo de qualida-de qualida-de quem é pioneiro na indústria do esporte no Brasil. Material para auxi-liar empresas, agências e profissionais a tomarem as melhores decisões.
Ainda teremos novidades no "Me-lhores do Ano". A primeira delas vem já este ano. A partir de amanhã até 5 de janeiro, confira os detalhes de cada um dos 12 vencedores de nossa pre-miação. Anunciaremos dois por dia.
Feliz 2018 para todos nós!
Falta de acomodação, inovação
e transformação: Feliz 2018!
O P I N I Ã OWWW.MAQUINADOESPORTE.COM.BR
Envolvido nos escândalos de doping que abalaram o esporte na Rússia nos últimos me-ses, Vitali Mutko resolveu abrir mão de seu car-go de presidente do Comitê Organizador da Copa do Mundo no país. A decisão foi entre-gue à Federação Russa de Futebol no dia 25.
Além do cargo ocupado no esporte, Mutko é o atual vice-primeiro-ministro da Rússia. Na época dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, Mutko era o Ministro do Esporte. Foi nes-se período que teria acontecido as fraudes no sistema de doping dos atletas russos, segundo o Comitê Olímpico Internacional.
Com o suposto envolvimento estatal nos es-cândalos de doping de atletas russos, o COI
pediu o banimento de Mutko no esporte. Ago-ra, ele tentará se defender das acusações na Corte Arbitral do Esporte. A maior consequên-cia do caso foi anunconsequên-ciada no início de dezem-bro, com o time russo banido dos Jogos Olím-picos de Inverno de 2018, em PyeongChang, na Coreia do Sul.
Apesar de ter deixado o cargo, a demissão de Mutko ainda será avaliada pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin. É ele quem lidera a supervisão do Comitê Organizador da Copa.
A Fifa afirmou respeitar a decisão de Mutko, que teria sido decidida para prover o “melhor para a Copa do Mundo”. Um substituto deverá ser escolhido nos próximos dias.
Presidente do Comitê Organizador da
Copa na Rússia deixa cargo
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POR REDAÇÃO POR ERICH BETING
A Kroll, empresa americana es-pecializada em investigação cor-porativa, atua no Brasil há mais de duas décadas, com casos que vão do processo de impeachment de Fernando Collor a serviços na Operação Lava-Jato, graças à ex-periência em empresas públicas do país. Foi contratada, por exemplo, para esmiuçar os riscos de fraude na Eletrobrás neste ano. Agora, a companhia quer ter um foco tam-bém no esporte.
A participação da Kroll no meio esportivo não chega a ser uma novidade. Internacionalmente, a companhia conta até com a pre-sença de Alex Horne, ex-presiden-te da Football Association, a fed-eração de futebol da Inglaterra. O executivo atua hoje como consul-tor para a empresa no segmento de esporte na Europa.
No Brasil, já existiram trabal-hos focados em esporte, mas sem
um volume necessário para ter uma maior presença da Kroll no segmento. Mais recentemente, no entanto, com patrocínios finan-ceiramente mais significativos e com entidades esportivas envolvi-das nos mais diversos tipos de es-cândalos, a procura pelos serviços da companhia tem aumentado.
Em conversa com a Máquina do Esporte, o diretor sênior da Kroll, Ian Cook, contou que as marcas têm tido maior preocupação com os investimentos no esporte. “Ai-nda existem vários entraves para os patrocinadores no Brasil. Mas o principal são essas questões in-ternas em clubes e confederações, que geram desconfiança do mer-cado”, comentou o executivo.
Hoje, o principal trabalho da Kroll no país tem sido o levan-tamento de informações sobre entidades e clubes que possam levar mais segurança aos
investi-dores. Dessa maneira, a empresa levanta diversos dados sobre de-terminada entidade para que uma empresa interessada em investir tenha reduzido o risco do aporte. Com a Kroll, a marca sabe, então, o histórico financeiro, o histórico dos dirigentes, as relações comer-ciais que possuem esses dirigen-tes, entre outras informações que possam dar maior solidez ao pa-trocínio da empresa interessada.
Essa, no entanto, não é a única maneira de a Kroll trabalhar no segmento. “O investidor no es-porte quer mais segurança. Na Eu-ropa, tem a inversão. Com estru-tura mais profissionalizada, clubes pedem o levantamento de investi-dores, para evitar acordos suspei-tos”, ressaltou Ian Cook.
E não é a única possibilidade que a Kroll quer investir no Bra-sil. O trabalho mais convencional da empresa com outras compan-hias também deverá ser ofereci-do ao mercaofereci-do nacional, assim como acontece na Europa. “Somos contratados por clubes e confed-erações para realizar investigações internas, para mapear área com maior chance de fraude”, comple-mentou o executivo.
Para se fortalecer no esporte ao longo de 2018, a Kroll contará com sua credibilidade inserida em um mercado ainda pequeno. Para aumentar o alcance, planeja até evento com especialistas.
POR DUDA LOPES