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DIREITO ADMINISTRATIVO - AULA 3 PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS QUESTÕES COMENTADAS

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ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DE PERNAMBUCO

DIREITO ADMINISTRATIVO - AULA 3

PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS

QUESTÕES COMENTADAS

1) (FCC - 2011 - DPE-RS - Defensor Público)

Na relação dos princípios expressos no artigo 37,

caput, da Constituição da

República Federativa do Brasil, NÃO consta o princípio da

a) moralidade.

b) eficiência.

c) probidade.

d) legalidade.

e) impessoalidade.

COMENTÁRIOS: Resposta: Letra C

Conforme art. 37,

caput

, da CF, não consta probidade.

“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:”

a) Errado. Moralidade.

“A moralidade administrativa constitui, hoje em dia, pressuposto de

validade de todo ato da Administração Pública (CF, at. 37, caput)”. (MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 38ª ed. São Paulo: Malheiros, 2012, p. 90).

“A denominada moral administrativa difere da moral comum, justamente por ser jurídica e pela possibilidade de invalidação dos atos administrativos que seja praticados com inobservância deste princípio.

(2)

É importante compreender que o fato de a Constituição haver erigido a moral administrativa em princípio jurídico expresso permite afirmar que ela é um

requisito de validade do ato administrativo, e não de aspecto atinente ao mérito. Vale dizer, um ato contrário à moral administrativa não está

sujeito a uma análise de oportunidade e conveniência, mas a uma análise de legitimidade, isto é, um ato contrário à moral administrativa é nulo, e não meramente inoportuno ou inconveniente.

Em conseqüência, o ato contrário à moral administrativa não deve ser

revogado, e sim declarado nulo. Mais importante, como se trata de

controle de legalidade ou legitimidade, este pode ser efetuado pela Administração e, também, pelo Poder Judiciário (desde que provocado).” (ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 19ª ed.. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2011, p. 192). (grifos nossos).

“O inegável é que a moralidade administrativa integra o Direito como elemento indissociável na sua aplicação e na sua finalidade erigindo-se em fator de legalidade. Daí por que o TJSP decidiu, com inegável acerto, que „o controle jurisdicional se restringe ao exame da legalidade do ato administrativo; mas por legalidade ou legitimidade se entende não só

a conformação do ato com a lei, como também com a moral administrativa e com o interesse coletivo”. (MEIRELLES, Hely Lopes. Direito

administrativo brasileiro. 38ª ed. São Paulo: Malheiros, 2012, p. 90). (grifos nossos).

Uma das formas de manter a moralidade administrativa foi com a edição da súmula vinculante nº. 13 do STF, que veda o nepotismo:

“A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.”

Conforme a jurisprudência do STF, é vedada, ainda, o nepotismo cruzado ou transverso, ou seja, aquele resultante de ajuste mediante designações recíprocas:

“(...) configurada a prática de nepotismo cruzado, tendo em vista que a assessora nomeada pelo impetrante para exercer cargo em comissão no TRT 17ª Região, sediado em Vitória/ES, é nora do magistrado que nomeou a esposa do impetrante para cargo em comissão no TRT 1ª Região, sediado no Rio de Janeiro/RJ. A nomeação para o cargo de assessor do impetrante é ato formalmente lícito. Contudo, no momento em que é apurada a finalidade contrária ao interesse público, qual seja, uma troca de favores entre membros do Judiciário, o ato deve ser invalidado, por violação ao princípio da moralidade administrativa e por estar caracterizada a sua ilegalidade, por desvio de finalidade.” (MS 24.020 Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 6-3-2012, Segunda Turma, DJE de 13-6-2012.). (grifos nossos).

(3)

b) Errado. Eficiência.

”A EC 19/1998 incluiu a eficiência como princípio expresso, no caput do art. 37 da Constituição (...).

A introdução da eficiência, como princípio explícito, no caput do art. 37 da Carta da República, aplicável a toda atividade administrativa de todos os Poderes de todas as esferas da Federação, demonstra bem a acepção de Administração Pública propugnada pelos arautos da corrente política e econômica comumente denominada – em que pese mas críticas a esta expressão – neoliberalismo.

Esse modelo de administração Pública, em que se privilegia a aferição de

resultados, com ampliação de autonomia dos entes administrativos e

redução dos controles de atividade-meio, identifica-se com a noção de

administração gerencial e tem como postulado central exatamente o

princípio da eficiência.” (ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 19ª ed.. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2011, p. 192). (grifos nossos).

Quanto ao controle, a doutrina diverge afirmando, de um lado:

“O controle judicial, entretanto, sofre limitações e só pode incidir quando se tratar de comprovada ilegalidade. Como em consagrado corretamente a doutrina, o Poder Judiciário não pode compelir a tomada de decisão

que entende ser de maior grau de eficiência, nem invalidade atos administrativo invocando exclusivamente o princípio da eficiência.”

(CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 24ª ed. Rio de janeiro: Lúmen Júris, 2011, p. 28). (grifos nossos).

De outro lado:

“Note-se que, sendo um princípio expresso, a eficiência indiscutivelmente integra o controle de legalidade ou legitimidade, e não de mérito administrativo. (...) Com isso, é possibilitada, em tese, a apreciação pelo Pode Judiciário de um ato administrativo quanto a sua eficiência (o ato ineficiente é ilegítimo, o que enseja sua anulação, ou, se a anulação causar ainda mais prejuízo ao interesse público, responsabilização de quem lhe deu causa).” (ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 19ª ed.. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2011, p. 200).

José dos Santos Carvalho Filho faz uma interessante distinção entre eficiência, eficácia e efeividade:

“A eficiência não se confunde com a eficácia nem com a efetividade. A eficiência transmite sentido relacionado ao modo pelo qual se processa o desempenho da atividade administrativa; a idéia diz respeito, portanto, à conduta dos agentes. Por outro lado, eficácia tem relação com os meio e instrumentos empregados pelos agentes no exercício de seus misteres na administração; o sentido aqui é tipicamente instrumental. Finalmente, a efetividade é voltada para os resultados obtidos com as ações administrativas.” (CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito

(4)

administrativo. 24ª ed. Rio de janeiro: Lúmen Júris, 2011, p. 28). (grifos nossos).

c) Correto. Probidade. É reconhecida como derivada do princípio da moralidade. d) Errado. Legalidade.

“(...) A Administração, além de não poder atuar contra a lei ou além da lei, somente pode agir segundo a lei (a atividade administrativa não pode ser conta legem nem praeter legem, mas apenas secundum legem). Os atos administrativos praticados em desobediência a tais parâmetros são atos inválidos e podem ter sua invalidade decretada pela própria Administração que os haja editado (autotutela administrativa) ou pelo Poder Judiciário. (ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 19ª ed.. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2011, p. 190). (grifos nossos).

e) Errado. Impessoalidade.

“O princípio objetiva a igualdade de tratamento que a Administração deve dispensar aos administrados que se encontrem em idêntica situação jurídica. Nesse ponto, representa uma faceta do princípio da isonomia. Por outro lado, para que haja verdadeira impessoalidade, deve a Administração voltar-se exclusivamente para o interesse público, e não para o privado, vedando-se, em conseqüência, sejam favorecidos alguns indivíduos em detrimento de outros e prejudicados alguns para favorecimento de outros. Aqui reflete a aplicação do conhecido princípio da finalidade (...)”(CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 24ª ed. Rio de janeiro: Lúmen Júris, 2011, p. 19). (grifos no original).

2) (FCC - 2012 - TJ-PE - Técnico Judiciário - Área Judiciária – e

Administrativa)

Tendo em vista os princípios constitucionais que regem a Administração Pública

é INCORRETO afirmar que a

a) eficiência, além de desempenhada com legalidade, exige resultados

positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades

da comunidade e de seus membros.

b) lei para o particular significa

pode fazer assim, e para o administrador

público significa deve fazer assim.

c) moral administrativa é o conjunto de regras que, para disciplinar o

exercício do poder discricionário da Administração, o superior hierárquico

impõe aos seus subordinados.

(5)

d) publicidade não é elemento formativo do ato; é requisito de eficácia e

moralidade

e) impessoalidade permite ao administrador público buscar objetivos ainda

que sem finalidade pública e no interesse de terceiros.

COMENTÁRIOS: Resposta: Letra E

Todas as letras foram tiradas do livro de Hely Lopes Meirelles. a) Correto.

“O princípio da eficiência exige que a atividade administrativa seja exercida com presteza e rendimento funcional. É o mais moderno princípio da função administrativa, que já não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, exigindo resultados positivo para o serviço público e

satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros.” (MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 38ª

ed. São Paulo: Malheiros, 2012, p. 100). (grifos nossos). b) Correto.

“Na Administração Pública não há liberdade nem vontade pessoal. Enquanto na administração particular é lícito fazer tudo que a lei não proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza. A lei para o

particular significa ‘pode fazer assim’; para o administrador público significa ‘deve fazer assim’.” (MEIRELLES, Hely Lopes. Direito

administrativo brasileiro. 38ª ed. São Paulo: Malheiros, 2012, p. 89). (grifos nossos).

c) Correto.

“(...) Tal conceito coincide com o de Lacharrière, segundo o qual a moral

administrativa ‘é o conjunto de regras que, para disciplinar o exercício do poder discricionário da Administração, o superior hierárquico impõe aos seus subordinados’.” (MEIRELLES, Hely Lopes.

Direito administrativo brasileiro. 38ª ed. São Paulo: Malheiros, 2012, p. 91). (grifos nossos).

d) Correto.

“A publicidade não é elemento formativo do ato; é requisito de

eficácia e moralidade. Por isso mesmo, os atos irregulares não se

convalidam com a publicação, nem os regulares a dispensam para sua exeqüibilidade, quando a lei ou o regulamento a exige.” (MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 38ª ed. São Paulo: Malheiros, 2012, p. 96). (grifos nossos).

(6)

“O princípio da impessoalidade, referido na Constituição/88 (art. 37, caput), nada mais é que o clássico princípio da finalidade, o qual impõe ao administrador público que só pratique o ato para o seu fim legal. E o fim legal é unicamente aquele que a norma de Direito indica expressa ou virtualmente como objetivo do ato, de forma impessoal.” (MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 38ª ed. São Paulo: Malheiros, 2012, p. 93). (grifos nossos).

3) (FCC - 2010 - TCE-AP - Procurador)

O princípio constitucional da eficiência, que rege a Administração Pública,

apresenta-se em

a) nível materialmente superior ao princípio da legalidade, uma vez que

autoriza a Administração Pública a adotar medidas formalmente em

desacordo com a lei em prol do aumento de produtividade e agilidade.

b) hierarquia superior aos demais princípios constitucionais, uma vez que

deve nortear toda a atuação da Administração Pública.

c) relação ao modo de estruturação da Administração Pública, uma vez que

autoriza a derrogação do regime jurídico de direito público e a aplicação do

direito privado quando este se mostrar financeiramente mais atrativo.

d) mesmo nível de hierarquia do princípio da supremacia do interesse

público, eis que também possui prevalência superior apriorística.

e) relação ao modo de organizar, estruturar e disciplinar a Administração

Pública, não apenas em relação a atuação do agente público.

COMENTÁRIOS: Resposta: Letra E

“Para a professora Maria Sylvia Di Pietro o princípio em foco apresenta dois aspectos:

a) relativamente à forma de atuação do agente público, espera-se o melhor desempenho possível de suas atribuições, a fim de obter os melhores resultados.

b) quanto ao modo de organizar, estruturar e disciplinar a

administração pública, exige-se que este seja o mais racional possível, no

intuito de alcançar melhores resultado na prestação dos serviços públicos.” (ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 19ª ed.. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2011, p. 199). (grifos nossos).

(7)

4) (FCC - 2010 - PGM-TERESINA-PI - Procurador Municipal)

Princípios da Administração Pública.

I. Dos princípios da legalidade e da indisponibilidade do interesse público

decorre, dentre outros, o da especialidade, concernente à ideia de

desconcentração administrativa.

II. O princípio da presunção de legitimidade ou de veracidade dos atos

administrativos trata de presunção relativa, sendo o efeito de tal presunção o

de inverter o ônus da prova.

III. Como decorrência do princípio da autotutela, a Administração Pública direta

fiscaliza as atividades exercidas pelos entes da Administração indireta.

IV. A motivação, em regra, não exige formas específicas, podendo ser ou não

concomitante com o ato, além de ser feita, muitas vezes, por órgão diverso

daquele que proferiu a decisão.

SOMENTE estão corretas as assertivas

a) II e IV.

b) I e II.

c) I e III.

d) I e IV.

e) II e III.

COMENTÁRIOS: Resposta: Letra A

I – Errado. O princípio da especialidade concerne à idéia de descentralização e não desconcentração.

II – Correto. A presunção de legitimidade é um atributo presente em todos os atos administrativos:

“Dessarte, em regra, o ato administrativo obriga os administrados por ele atingidos, ou produz os efeitos que lhe são próprios, desde o momento de sua edição, ainda que alguém aponte a existência de vícios em sua formação, que possam acarreta a futura invalidação do ato. (...)

De toda sorte, como decorrência da presunção de legitimidade, o ônus da prova da existência de vício no ato administrativo é de quem alega, ou seja, do administrado (...) porque os fatos que a administração declara terem

(8)

ocorrido são presumidos verdadeiros (...). Frise-se que essa presunção é relativa (iuris tantum), significa dizer, admite prova em contrário (...).(ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 19ª ed.. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2011, p. 464).

III – Errado.

“Enquanto pela tutela a Administração exerce controle sobre outra pessoa jurídica pó ela mesma instituída, pela autotutela o controle se exerce sobre os próprios aos, com a possibilidade de anula os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos, independentemente de recurso ao Pode Judiciário.” (DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 23ª ed. São Paulo: Atlas, p. 69).

“O princípio da autotutela instrumenta a Administração para a revisão de seus próprios atos, consubstanciando um meio adicional de controle de atuação da Administração pública, e no que respeita ao controle de legalidade, reduzindo o congestionamento do Poder judiciário.

Diz-se que o princípio da autotutela autoriza o controle, pela Administração, dos atos por ela praticados, sob dois aspectos:

a) de legalidade, em que a Administração pode, de ofício ou provocada,

anular os seus atos ilegais;

b) de mérito, em que examina a conveniência e oportunidade de manter ou desfazer um ato legítimo, nesse último caso mediante a denominada

revogação.” (ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 19ª ed.. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2011, p. 206). (grifos no original).

O princípio da autotutela está previsto na súmula 473 do STF:

“A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.”

Quanto a sua aplicabilidade à Administração Indireta:

“Por fim, alertamos que não se deve confundi poder de autotutela com

tutela administrativa, expressão empregada como sinônimo de controle finalístico, ou supervisão, que a Administração Direta exerce, nos termos

e limites da lei, sobre as entidades da Administração Indireta.” IV - Correto.

“Motivo, como vimos, é a situação de fato (...) por meio da qual é deflagrada a manifestação de vontade da Administração. Já a motivação, como bem sintetiza CRETELLA JR., é a justificativa do pronunciamento tomado‟ (...).

Quanto ao motivo, dúvida não subsiste de que é realmente obrigatório. Sem ele, o ato é írrito e nulo. (...).

(9)

No que se refere à motivação, porém, temos para nós, com o respeito que nos merecem as respeitáveis opiniões dissonantes, que, como regra, a obrigatoriedade inexiste. (...) Assim só se poderá considera a motivação obrigatória se houver norma legal expressa nesse sentido.” (CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 24ª ed. Rio de janeiro: Lúmen Júris, 2011, p. 105-106). (grifos nossos).

“Na verdade, há inúmeros atos oriundos da prática administrativa, que, embora tenham motivo, não em motivação. (...) No bojo o ato não constar as razões do Administrador, mas no processo administrativo estarão presentes na condição de motivo. Daí ser possível distinguir duas formas de exteriorização do motivo: uma delas referida no próprio ato, como é o caso de atos que contêm inicialmente as justificativas iniciadas por „considerando‟ (motivo contextual); outra forma é a que se aloja fora do ato (motivo

aliiunde ou per relationem), como é a hipótese de justificativas

constantes de processos administrativos ou mesmo em pareceres prévios que sirvam de base para o ato decisório. (CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 24ª ed. Rio de janeiro: Lúmen Júris, 2011, p. 108). (grifos nossos).

5) (FCC - 2010 - TRT - 22ª Região (PI) - Analista Judiciário - Área

Judiciária)

Sobre os princípios básicos da Administração Pública, é INCORRETO afirmar:

a) O princípio da eficiência alcança apenas os serviços públicos prestados

diretamente à coletividade e impõe que a execução de tais serviços seja

realizada com presteza, perfeição e rendimento funcional.

b) Em observância ao princípio da impessoalidade, a Administração não

pode atuar com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, vez

que é sempre o interesse público que tem que nortear o seu

comportamento.

c) Embora não se identifique com a legalidade, pois a lei pode ser imoral e a

moral pode ultrapassar o âmbito da lei, a imoralidade administrativa produz

efeitos jurídicos porque acarreta a invalidade do ato que pode ser decretada

pela própria Administração ou pelo Judiciário.

d) O princípio da segurança jurídica veda a aplicação retroativa de nova

interpretação de lei no âmbito da Administração Pública, preservando assim,

situações já reconhecidas e consolidadas na vigência de orientação anterior.

e) Em decorrência do princípio da legalidade, a Administração Pública não

pode, por simples ato administrativo, conceder direitos de qualquer espécie,

criar obrigações ou impor vedações aos administrados; para tanto, ela

depende de lei.

(10)

COMENTÁRIOS: Resposta: Letra A

a) Errado. O erro está em “apenas”.

“Para a professora Maria Sylvia Di Pietro o princípio em foco apresenta dois aspectos:

a) relativamente à forma de atuação do agente público, espera-se o melhor desempenho possível de suas atribuições, a fim de obter os melhores resultados.

b) quanto ao modo de organizar, estruturar e disciplinar a

administração pública, exige-se que este seja o mais racional possível, no

intuito de alcançar melhores resultado na prestação dos serviços públicos.” (ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 19ª ed.. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2011, p. 199). (grifos nossos).

b) Correto.

“O princípio objetiva a igualdade de tratamento que a Administração deve dispensar aos administrados que se encontrem em idêntica situação jurídica. Nesse ponto, representa uma faceta do princípio da isonomia. Por outro lado, para que haja verdadeira impessoalidade, deve a Administração voltar-se exclusivamente para o interesse público, e não para o privado, vedando-se, em conseqüência, sejam favorecidos alguns indivíduos em detrimento de outros e prejudicados alguns para favorecimento de outros. Aqui reflete a aplicação do conhecido princípio da finalidade (...)”(CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 24ª ed. Rio de janeiro: Lúmen Júris, 2011, p. 19). (grifos no original).

c) Correto.

“É importante compreender que o fato de a Constituição haver erigido a moral administrativa em princípio jurídico expresso permite afirmar que ela é um requisito de validade do ato administrativo, e não de aspecto

atinente ao mérito. Vale dizer, um ato contrário à moral administrativa não

está sujeito a uma análise de oportunidade e conveniência, mas a uma análise de legitimidade, isto é, um ato contrário à moral administrativa é

nulo, e não meramente inoportuno ou inconveniente.

Em conseqüência, o ato contrário à moral administrativa não deve ser

revogado, e sim declarado nulo. Mais importante, como se trata de

controle de legalidade ou legitimidade, este pode ser efetuado pela Administração e, também, pelo Poder Judiciário (desde que provocado).” (ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 19ª ed.. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2011, p. 192). (grifos nossos).

d) Correto. Conforme positivado no art. 2º, parágrafo único, XIII, da lei federal nº. 9.784/99

(11)

Art. 2º. A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.

Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:

XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa

de nova interpretação. (grifos nossos).

e) Correto.

“É importante enfatizar que a edição de atos normativos pela Administração Pública ó é legítimo quando exercida nos estritos limites da lei, para o fim de dar fiel execução a esta. A atividade normativa administrativa típica

não pode inovar o ordenamento jurídico, não pode criar direitos ou obrigações novos, que não estejam, previamente, estabelecidos em lei, ou dela decoram.

Devemos observar que a possibilidade de o Poder Executivo expedir atos que inaugurem o direito positivo somente existe nas situações expressamente previstas no próprio texto constitucional.” (ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 19ª ed.. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2011, p. 191). (grifos nossos).

6) (FCC - 2009 - TRT - 7ª Região (CE) - Analista Judiciário - Área

Administrativa)

Sobre os princípios básicos da Administração Pública, considere:

I. O princípio da publicidade é absoluto, no sentido de que todo ato

administrativo, sem exceção, deve ser publicado.

II. O princípio da impessoalidade tem dois sentidos: um relacionado à

finalidade, no sentido de que ao administrador se impõe que só pratique o ato

para o seu fim legal; outro, no sentido de excluir a promoção pessoal das

autoridades ou servidores públicos sobre suas realizações administrativas.

III. Por força do princípio da segurança jurídica não é possível retroagir

interpretação de lei a casos já decididos com base em entendimento anterior.

IV. A necessidade de institutos como a suplência, a delegação e a substituição

para preencher as funções públicas temporariamente vagas, é consequência do

princípio da eficiência.

É correto o que se afirma APENAS em

a) I e IV.

(12)

b) I e III.

c) I e II.

d) II e III.

e) III e IV.

COMENTÁRIOS: Resposta: Letra D

I – Errado. Não é absoluto, conforme art. 5º, da CF Art. 5º. (...)

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo

sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;

(grifos nossos).

II – Correto. Conforme art. 37, §1º, da CF e lição de José dos Santos Carvalho Filho “Art. 37. (...)

§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.”

“O princípio objetiva a igualdade de tratamento que a Administração deve dispensar aos administrados que se encontrem em idêntica situação jurídica. Nesse ponto, representa uma faceta do princípio da isonomia. Por outro lado, para que haja verdadeira impessoalidade, deve a Administração voltar-se exclusivamente para o interesvoltar-se público, e não para o privado, vedando-se, em conseqüência, sejam favorecidos alguns indivíduos em detrimento de outros e prejudicados alguns para favorecimento de outros. Aqui reflete a aplicação do conhecido princípio da finalidade (...)”(CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 24ª ed. Rio de janeiro: Lúmen Júris, 2011, p. 19). (grifos no original).

III – Correto. Conforme positivado no art. 2º, parágrafo único, XIII, da lei federal nº. 9.784/99

Art. 2º. A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.

(13)

Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:

XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa

de nova interpretação. (grifos nossos).

IV – Errado. É decorrência do princípio da continuidade do serviço público.

7) (FCC - 2010 - DPE-SP - Defensor Público)

A capacidade da Administração Pública de poder sanar os seus atos irregulares

ou de reexaminá-los à luz da conveniência e oportunidade, reconhecida nas

Súmulas 346 e 473 do Supremo Tribunal Federal, está em consonância direta

com o princípio da

a) moralidade.

b) autoexecutoriedade.

c) indisponibilidade do interesse público.

d) segurança jurídica.

e) autotutela.

COMENTÁRIOS: Resposta: Letra E

“Enquanto pela tutela a Administração exerce controle sobre outra pessoa jurídica pó ela mesma instituída, pela autotutela o controle se exerce sobre os próprios aos, com a possibilidade de anula os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos, independentemente de recurso ao Pode Judiciário.” (DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 23ª ed. São Paulo: Atlas, p. 69).

“O princípio da autotutela instrumenta a Administração para a revisão de seus próprios atos, consubstanciando um meio adicional de controle de atuação da Administração pública, e no que respeita ao controle de legalidade, reduzindo o congestionamento do Poder judiciário.

Diz-se que o princípio da autotutela autoriza o controle, pela Administração, dos atos por ela praticados, sob dois aspectos:

a) de legalidade, em que a Administração pode, de ofício ou provocada,

anular os seus atos ilegais;

b) de mérito, em que examina a conveniência e oportunidade de manter ou desfazer um ato legítimo, nesse último caso mediante a denominada

(14)

administrativo descomplicado. 19ª ed.. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2011, p. 206). (grifos no original).

Súmula STF nº. 346 - A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.

Súmula STF nº. 473 - A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

8) (FCC - 2011 - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Analista Judiciário - Área

Judiciária)

O direcionamento da atividade e dos serviços públicos à efetividade do

bem-comum é característica básica do Princípio da

a) Eficiência.

b) Legalidade.

c) Impessoalidade.

d) Moralidade.

e) Proporcionalidade.

COMENTÁRIOS: Resposta: Letra A

“Esse modelo de administração Pública, em que se privilegia a aferição de

resultados, com ampliação de autonomia dos entes administrativos e

redução dos controles de atividade-meio, identifica-se com a noção de

administração gerencial e tem como postulado central exatamente o princípio da eficiência.” (ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito

administrativo descomplicado. 19ª ed.. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2011, p. 192). (grifos nossos).

9) (FCC - 2011 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Analista Judiciário - Área

Judiciária)

No que concerne à Administração Pública, o princípio da especialidade tem por

característica

(15)

a) a descentralização administrativa através da criação de entidades que

integram a Administração Indireta.

b) a fiscalização das atividades dos entes da Administração Indireta.

c) o controle de seus próprios atos, com possibilidade de utilizar-se dos

institutos da anulação e revogação dos atos administrativos.

d) a relação de coordenação e subordinação entre uns órgãos da

Administração Pública e outros, cada qual com atribuições definidas em lei.

e) a identificação com o princípio da supremacia do interesse privado,

inerente à atuação estatal.

COMENTÁRIOS: Resposta: Letra A

“No caso da descentralização por serviço, o ente descentralizado passa a deter a titularidade e a execução do serviço; em conseqüência, ele desempenha o serviço com independência em relação à pessoa que lhe deu vida, podendo opor-se a interferências indevidas; estas somente são admissíveis nos limites expressamente estabelecidos em lei e têm por objetivo garantir que a entidade não se desvie dos fins para os quais foi instituída. Essa a razão do controle ou tutela a que tais entidades se submetem nos limites da lei.

Esse processo de descentralização envolve, portanto:

1. reconhecimento de personalidade jurídica ao ente descentralizado;

2. existência de órgãos próprios, com capacidade de autoadministração exercida com certa independência em elação ao pode central;

3. patrimônio próprio, necessário à consecução de seus fins;

4. capacidade específica, ou seja, limitada à execução do serviço público determinado que lhe foi transferido, o que implica sujeição ao princípio da

especialidade, que impede o ente descentralizado de desviar-se dos fins

que justificaram a sua criação;

5. sujeição a controle ou tutela, exercido nos limites da lei, pelo ente instituidor; esse controle tem que ser limitado pela lei precisamente para assegurar certa margem de independência ao ente descentralizado, sem o que não se justificaria a sua instituição.” (DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 23ª ed. São Paulo: Atlas, p. 413).

10) (FCC - 2011 - TRT - 4ª REGIÃO (RS) - Analista Judiciário - Área

Judiciária)

O conteúdo do princípio constitucional da legalidade,

a) não exclui a possibilidade de atividade discricionária pela Administração

Pública, desde que observados os limites da lei, quando esta deixa alguma

(16)

margem para a Administração agir conforme os critérios de conveniência e

oportunidade.

b) impede o exercício do poder discricionário pela Administração, haja vista

que esse princípio está voltado para a prática dos atos administrativos

vinculados, punitivos e regulamentares.

c) autoriza o exercício do poder discricionário pelo administrador público,

com ampla liberdade de escolha quanto ao destinatário do ato,

independentemente de previsão normativa.

d) impede a realização de atos administrativos decorrentes do exercício do

poder discricionário, por ser este o poder que a lei admite ultrapassar os

seus parâmetros para atender satisfatoriamente o interesse público.

e) traça os limites da atuação da Administração Pública quando pratica atos

discricionários externos, mas deixa ao administrador público ampla liberdade

de atuação para os atos vinculados internos.

COMENTÁRIOS: Resposta: Letra A

“Para o desempenho de suas funções no organismo Estatal, a Administração Pública dispo de poderes que lhe assegurem posição de supremacia sobre o particular e sem os quais ela não conseguiria atingir os seus fins. Mas esses poderes, no Estado de Direito, entre cujos postulados básicos se encontra o princípio da legalidade, são limitados pela lei, de forma a impedir os abusos e as arbitrariedades a que as autoridades poderiam se levadas.

Isto significa que os poderes que exerce o administrador público são regrados pelo sistema jurídico vigente. Não pode a autoridade ultrapassar os limites que a lei traça à sua atividade, sob pena de ilegalidade.

(...) o regramento não atinge todos os aspectos da atuação administrativa; a lei deixa certa margem de liberdade de decisão diante do caso concreto, de tal modo que a autoridade poderá optar por uma dentre várias soluções possíveis, todas válidas perante o direito. Nesses casos, o poder da Administração é discricionário, porque a adoção de uma ou outra solução é feita segundo critério de oportunidade, conveniência, justiça, equidade, próprios da autoridade, porque não definidos pelo legislador. Mesmo aí, entretanto, o poder de ação administrativa, embora discricionário, não é totalmente livre, porque, sob alguns aspectos, em especial a competência, a forma e a finalidade, a lei impões limitações. Daí por que se diz que a

discricionariedade implica liberdade de atuação nos limites traçados pela lei.” (DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 23ª ed.

Referências

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