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Transcrição da Teleconferência Resultados do 3T15 PDG Realty (PDGR3 BZ) 05 de novembro de Operadora:

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Academic year: 2021

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Operadora:

Bom dia. Sejam bem-vindos à teleconferência da PDG, referente aos resultados do 3T15. Estão presentes conosco o Sr. Márcio Trigueiro, Diretor Presidente; o Sr. Mauricio Teixeira, Diretor Vice-Presidente Financeiro; o Sr. Rafael Espírito Santo, Diretor de Relações com Investidores; e o Sr. Antônio Guedes, Diretor de Operações. Informamos que a apresentação é gravada e todos os participantes estarão apenas ouvindo a teleconferência durante a apresentação da Empresa. Em seguida, iniciaremos a sessão de perguntas e respostas para analistas, quando mais instruções serão fornecidas. Caso alguém necessite de alguma assistência durante a conferência, por favor, solicite a ajuda de um operador, digitando *0.

Gostaríamos de informar que perguntas só poderão ser feitas através do telefone. Caso você esteja conectado pelo webcast, sua pergunta deverá ser enviada diretamente para a equipe de RI da PDG, pelo e-mail ri@pdg.com.br.

O áudio e os slides desta teleconferência estão sendo transmitidos simultaneamente pela Internet, no endereço www.pdg.com.br/ri. Neste endereço é encontrada a respectiva apresentação para download, na plataforma do webcast.

Antes de prosseguir, gostaríamos de esclarecer que eventuais declarações que possam ser feitas durante esta teleconferência, relativas às perspectivas de negócios da PDG, projeções e metas operacionais e financeiras, constituem-se em crenças e premissas da Diretoria da Companhia, bem como em informações atualmente disponíveis. Elas envolvem riscos, incertezas e premissas, pois se referem a eventos futuros e, portanto, dependem de circunstâncias que podem ou não ocorrer. Investidores devem compreender que condições econômicas gerais, da indústria e outros fatores operacionais podem afetar o desempenho futuro da PDG e conduzir a resultados que diferem materialmente daqueles expressos em tais considerações futuras.

Agora gostaríamos de passar a palavra ao Sr. Márcio Trigueiro, Diretor Presidente, que iniciará a apresentação. Por favor, Sr. Márcio Trigueiro, pode prosseguir.

Márcio Trigueiro:

Obrigado. Bom dia a todos, e obrigado pela presença em nossa conferência de resultados. Faremos uma apresentação o mais breve possível, para deixar espaço para perguntas, e falaremos inicialmente sobre como vemos na Companhia a mudança de cenário e de estratégia.

Entendemos que a Companhia vinha há algum tempo em um cenário bastante diferente do atual, onde havia liquidez tanto de dívida corporativa quanto de crédito para os clientes que pudessem comprar imóveis, um cenário macroeconômico que, embora não fosse brilhante, era relativamente estável, gerando, portanto, uma demanda mais ou menos estável por imóveis.

E a Companhia, nesse cenário, tinha uma estratégia de continuar entregando seus projetos, fazer o repasse, gerar caixa no curto prazo, e tinha sido capaz de rolar as dívidas, especialmente as corporativas, no curto prazo, seja via rolagem ou novas captações.

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No cenário atual, que entendemos que deteriorou bastante nos últimos seis a nove meses, experimentamos uma redução grande de liquidez, tanto na captação de dívida corporativa, quanto para os clientes consumidores dos nossos produtos, dos imóveis. Além disso, uma deterioração muito grande no cenário macroeconômico e consequente queda na confiança do consumidor.

Portanto, optamos por uma estratégia de mais impacto, que busca basicamente reestruturar o endividamento da Companhia de forma ampla. Continuamos com grande foco em acelerar os repasses, adotamos um foco maior na venda de ativos, e temos total intenção de continuar vendendo todos os ativos que não sejam necessários para a Companhia, e focar em concluir as obras em andamento.

Nesse cenário, o que temos hoje em termos de ativos líquidos, valor de mercado e passivos, é uma diferença bastante expressiva, de R$4,4 bilhões, que é como o mercado entende o custo de carrego do estoque, contencioso, SG&A, serviço da dívida e eventuais descontos que tenhamos que aplicar, tanto em nosso estoque, quanto terrenos ou recebíveis.

O market cap da Companhia hoje está em aproximadamente R$100 milhões, então esse é o custo estimado pelo mercado para a Companhia neste momento.

Na apresentação, não focaremos em números contábeis, coisas desse tipo, porque isso está bem detalhado no release, mas falaremos um pouco sobre nossa visão de gestão dos ativos e passivos da Companhia, que é a grande tônica da página anterior. Indo para a página sete, o que notamos é que a Companhia tem mantido um recebimento constante e expressivo nos últimos trimestres. Temos tido uma média de R$1,2 bilhão de caixa que entra na Empresa, e uma monetização bastante expressiva do seu contas a receber e estoque. Se olharmos os últimos 12 meses, diminuímos o contas a receber e estoque em R$2,8 bilhões, e recebemos da ordem de R$3,5 bilhões.

Esperávamos receber mais rapidamente, ou diminuir esse saldo de contas a receber e estoque mais rapidamente, mas, dado o cenário em que estamos, essa velocidade caiu um pouco.

E ela caiu, olhando para a página oito, fundamentalmente porque temos uma elevação substancial no volume de distratos, que até o ano passado vinham na ordem de R$200 milhões, R$250 milhões, e agora estão próximos de R$500 milhões por trimestre.

O aumento de distratos, como podemos olhar na página nove, advém de três razões básicas: uma razão é um grande volume de entregas da Companhia, o que é natural, nós lançamos muito há alguns anos e agora estamos na fase de entrega, e a hora em que você entrega é o momento da verdade, de saber se o cliente tem ou não crédito e propensão à compra. Essa é uma razão clara do aumento de distratos que temos, e não há nada que possamos fazer a respeito.

Outra razão importante do aumento de distratos é, como mencionei no início, a redução de funding para os clientes, notadamente pela redução da participação da Caixa Econômica, mas outros bancos também estão um pouco mais criteriosos em sua análise de crédito.

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Aqui, temos tomado uma série de ações. Por exemplo, hoje, quando analisamos um cliente, fazemos várias pastas, para vários bancos, o que maximiza a chance de obter crédito. Temos algumas promoções e mecanismos de ajudar a fazer com que a renda dele e o imóvel sejam compatíveis, e eventualmente aplicamos alguns descontos também, quando achamos que há a possibilidade de concretizarmos a venda. Então, temos uma série de ações, que controlamos bastante aqui, para mitigar esse efeito. E outro efeito, também muito importante, é o fato de que, se olharmos o 3T15, que pegamos como exemplo, 74% dos distratos ocorreram para unidades vendidas antes de 2013, quando a Companhia tinha critérios de análise de créditos que eram, talvez, menos rigorosos do que temos hoje, porque temos desde 2013.

Além do que, de lá para cá, mesmo um cliente que tinha boa qualidade de crédito, com toda a deterioração, também teve sua capacidade de compra afetada, coincidindo também com o aumento de juros, o que torna a prestação mais alta.

Aqui, no cliente que não tem renda para comprar, não há o que fazer. O que nós faremos, sistematicamente, é distratar e revender, porque temos unidades prontas, e temos tido um êxito considerável na revenda de distratos.

Antes de passar para o detalhamento de revenda de distratos, na página seguinte, número dez, acho importante salientar que, ao contrário do que eventualmente algumas pessoas possam pensar, o distrato, pelo menos na experiência da PDG, que tem um portfólio grande de imóveis prontos ou quase prontos, é bastante positivo, do ponto de vista de geração de caixa.

É claro que receber o recebível é o melhor cenário, mas, dado que temos que distratar, temos conseguido gerar bastante caixa com os distratos.

Por que isso acontece? Por dois motivos: um, porque distratamos pagando o cliente em oito parcelas, em geral, sendo a primeira em 90 dias; e nós, como temos muitas unidades prontas, temos um repasse muito imediato. Se conseguimos vender aquela unidade, o repasse é rápido, porque a unidade já está pronta e, portanto, não tem um período grande entre a venda e o recebimento do valor integral do imóvel. Então, o distrato para a Companhia é gerador de caixa. É isso que mostramos na página dez. Na página seguinte, número 11, mostramos por que acreditamos que, dado que temos um volume grande de clientes com problemas de insuficiência de renda e temos que distratar, estamos confiantes de que nossa capacidade de revenda desses distratos tem se mantido bastante forte.

Se olharmos os últimos cinco trimestres, na média temos vendido da ordem de 40% dentro do próprio trimestre, e consistentemente, quase 90% em até 12 meses. Isso também é relativamente simples de entender, porque estamos vendendo unidades prontas, que têm mais liquidez no mercado, é mais fácil de analisar um crédito, de obter e fazer um repasse.

Com relação ao preço que praticamos na revenda de distratos, ele naturalmente tem algum elemento de desconto, se considerarmos o VGV atualizado pelo INCC, que dá da ordem de 15%, o que não é nada diferente de descontos que fazemos em campanhas, ou mesmo na venda de estoque. A revenda do distrato ocorrem em preços compatíveis com a venda de estoque que temos, não há uma diferença substancial aqui.

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Acho muito importante salientar que a revenda do distrato é final. Nós não temos distrato do distrato. Isso também, naturalmente, é fácil de entender, porque estamos revendendo fundamentalmente unidades prontas, ou quase prontas, onde o cliente faz o repasse e não tem um grande período de incerteza no meio. Além do que, nossa análise de crédito hoje é bem mais rigorosa.

Seguindo adiante, na página 12, procuramos separar aqui o conceito de venda bruta, distrato e a consequência, que é venda líquida. Por que é muito importante separar isso? Para mim, como gestor da Companhia, gestão de venda é uma coisa, e gestão de distrato é outra. Gestão de venda tem a ver com campanhas, com incentivo da força de vendas, com política de descontos, eventualmente com aplicação de PDG Facilita etc.; e gestão de distrato tem a ver com tentar encaixar o imóvel na renda do cliente, tentar convencer os clientes que estão inseguros – e são muitos – a concretizar a venda, buscar fazer uma retenção, mas, se não for possível, efetuar o distrato, porque é isso que temos feito e temos conseguido revender. Então, são equipes distintas e movimentos separados.

Além do que, na parte de distrato, venda líquida e venda bruta, quando pensamos em uma companhia que tenha um volume de lançamentos relativamente constante ao longo do tempo, a venda líquida é um bom indicador da sua saúde financeira, saúde de mercado.

No caso da PDG, que tem uma concentração de lançamentos gigantesca há alguns anos, e uma ausência de lançamentos, pelo menos neste ano praticamente não houve e lançamentos, e não há perspectiva de lançamentos pelos próximos trimestres, esse número não significa muita coisa, porque o distrato está relacionado ao estoque do que foi vendido, e a venda está relacionada ao nosso desempenho de vendas trimestral.

Colocando mais alguns pontos, tivemos uma venda de quase R$700 milhões nesse trimestre, tivemos bastante sucesso em nossa campanha de vendas, que falarei um pouco mais; e tivemos uma queda de venda em relação ao 3T14, mas continuamos com um volume de vendas bastante expressivo.

Nosso volume de vendas trimestral, se olharmos ao longo deste ano, é superior a R$600 milhões. Se pensarmos que nosso estoque é de R$3 bilhões, estamos falando de aproximadamente cinco trimestres para vender o estoque.

É claro que isso não é a verdade completa, porque temos um volume de recebíveis, e haverá distratos nesses recebíveis; é difícil precisar qual será o volume neste momento, mas haverá distratos nos recebíveis que temos. Mas, claramente, o número de trimestres necessários para fazer a venda do estoque e venda de unidades que serão distratadas é bem menor que a conta que poderia ser feita, de venda líquida sobre estoque.

Se nossa venda líquida está na ordem de R$100 milhões, vamos supor, para um estoque de R$3 bilhões, isso seria 30 trimestres, o que claramente não tem nenhuma correlação com a realidade.

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Na página 13, de novo, salientando a diferença entre venda líquida e venda bruta, estamos com gestão focada na venda bruta e na retenção, quando possível, dos distratos, e nossa venda bruta se mantém relativamente saudável. Mesmo em um trimestre difícil como foi o 3T, nossa venda bruta foi de 24%, em um momento de muita insegurança econômica, ausência de crédito etc.

A equipe comercial da PDG tem tido um bom desempenho, e hoje mais de 65% das nossas vendas ocorrem pela nossa equipe, sobre a qual temos total gestão.

Na página 14, de novo, coincidindo com o fato de que temos um portfólio grande de unidades entregues, observamos como a Companhia obteve um crescimento expressivo no volume de vendas à vista.

Nós tivemos um crescimento acumulado no ano de 85% em vendas à vista, e tivemos a campanha Na Ponta do Lápis, que ocorreu em agosto, e que entendemos como um sucesso; tivemos uma taxa de conversão de 37%, mais de um em cada três clientes resultou em uma venda, e tivemos um volume de venda bastante expressivo.

Os descontos que concedemos nessa campanha foram consistentes com os descontos que concedemos na campanha no 1S, alguma coisa da ordem de 15%, o que coincide também com os descontos que mencionamos na parte dos distratos. Mudando um pouco de assunto de vendas para estoque, na página 15 damos um pouco mais de detalhes, e na página seguinte também, sobre a qualidade do nosso estoque. Nós temos mais da metade do nosso estoque hoje entregue; ou, considerando que 2015 praticamente já acabou, temos 56% do nosso estoque já pronto, com 75% sendo produtos residenciais.

Na página 16, para darmos um detalhamento um pouco melhor, talvez tenhamos algumas informações que não abríamos antes, e que acho importante salientar. A primeira coisa é que 72% do nosso estoque residencial – e vamos falar por um momento de residencial, depois eu abordo o tema comercial – estão em unidades onde temos empreendimentos com mais de 60% vendidos. Empreendimentos que são sucesso e têm liquidez.

Metade do nosso estoque residencial está em São Paulo e Rio de Janeiro, e acho que também é importante ressaltar que, ao contrário do que algumas pessoas pensam, nossa velocidade de vendas fora de Rio de Janeiro e de São Paulo tem sido muito saudável; inclusive, tem sido superior à velocidade de vendas em São Paulo e Rio de Janeiro. Estamos com 34% de velocidade de vendas fora de São Paulo e Rio de Janeiro e 26% em São Paulo e Rio de Janeiro.

Temos tido uma velocidade de vendas muito baixa no comercial, e acho que isso tem a ver com uma dinâmica diferente de demanda por esse produto neste momento, é um fato; além do que, nosso produto comercial está concentrado em alguns produtos de peso que não estão prontos, e estarão prontos mais para o final de 2016 ou em algum momento de 2017. É uma venda mais difícil neste momento, mas continuaremos terminando os empreendimentos e vamos avaliar opções mais à frente nessa linha. Concluindo a parte de gestão dos nossos ativos, como mencionei, temos uma decisão clara de continuar a venda de ativos, acelerando quando possível. Temos tido algumas vendas de terrenos pontuais, estamos buscando parceiros para alguns dos projetos que temos em andamento, alienamos recentemente a participação no Jardim

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das Perdizes no valor de R$160 milhões, e utilizamos esses recursos integralmente para amortizar a dívida.

Quando olhamos para os passivos da Companhia, acho importante fazer um update sobre a reestruturação, na página 19. Falarei algumas coisas sobre essa página 19. Primeiro, a tipologia da nossa dívida. Temos 77% do endividamento da Companhia com seis grandes bancos, 17% com credores menores e 6% com credores a mercado – CRIs, debêntures, coisas desse tipo.

Na relação a credores a mercado e credores menores, temos tido um êxito considerável em fazer rolagens, algumas amortizações, ou dar ação em pagamento para vários desses credores. Eu diria que essa situação está muito bem endereçada e hoje não representa um peso forte no caixa da Companhia, o que eu considero uma grande vitória.

Com relação ao endividamento mais expressivo da Companhia, 77% com grandes credores, já tivemos reuniões com eles, estamos com uma proposta concreta na mesa. Eu não adiantarei detalhes e natureza dessa proposta, mas posso falar que temos um diálogo bastante construtivo com todos os credores, e existe um esforço de todas as partes para equacionar este problema.

Quando colocamos que estamos reestruturando a dívida, até retiramos da apresentação o cronograma de amortização, porque neste momento não temos um cronograma definido, e ele claramente não representa o que será o cronograma após a reestruturação.

Olhando no gráfico da parte direita, um dos motivos importantes pelos quais os credores têm manifestado uma boa vontade e um diálogo construtivo é porque temos amortizado dívida de forma muito expressiva.

Aliás, vale ressaltar como nós interpretamos o endividamento da Companhia. Nós o interpretamos com três hierarquias: a dívida mais sênior da Companhia é o custo de obra, porque se eu não concluir a obra, eu não pago o SFH, eu tenho um passivo com o cliente, e se eu tiver essa situação, muito menos chance eu terei de pagar o corporativo. Então, a dívida mais importante da Companhia, que temos que amortizar, é obra; depois SFH, que vem como consequência do repasse das obras prontas; e finalmente, o corporativo. É absolutamente consistente com essa hierarquia a velocidade de amortização da Companhia.

Quando olhamos ao final de 2014, nós tínhamos R$8,8 bilhões de alavancagem expandida, e temos agora R$6,8 bilhões. Quando olhamos classe a classe, reduzimos em aproximadamente 50% o custo de obra, 33% o SFH e 5% o corporativo, sem contar todo o serviço dessa dívida, que estamos falando em centenas de milhões de Reais.

Então, a Companhia tem gerado um caixa muito expressivo. De novo, geramos aproximadamente R$5 bilhões nos últimos 12 meses, recebemos R$5 bilhões nos últimos 12 meses, e temos destinado esses recursos para amortizar de forma substancial o nosso endividamento. Apenas no último trimestre, no conceito de alavancagem expandida, nós reduzimos em R$400 milhões.

Dado que a Companhia tem reduzido sua alavancagem de forma expressiva, e dado que a Companhia está muito próxima de zerar a alavancagem de obras, nós

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antecipamos uma contínua redução da alavancagem, em velocidade bastante expressiva, como eu salientei antes.

Além da parte de gestão de endividamento e desalavancagem, nós temos outras coisas em nosso passivo, uma delas é a parte de SG&A, em que temos tido uma redução expressiva. Apenas neste ano, reduzimos o quadro administrativo de aproximadamente 1.600 para 1.000 funcionários. A redução de obras foi ainda mais expressiva, porque naturalmente concluímos as obras e não estamos lançando, não estamos engajados em novos projetos. E acho que podemos pensar que a Companhia continuará ajustando o seu tamanho à realidade que ela tem neste momento.

Olhando a página 21, para concluir, vemos uma perspectiva em um pouco mais de longo prazo de redução de complexidade da Companhia e redução de dívida de obra. Nós chegamos a ter mais de R$7 bilhões em 2012, e pela primeira vez temos, hoje, menos de R$1 bilhão em custo a incorrer; e um volume de projetos bastante menor, temos 48 projetos.

O número de 48 projetos não é nem uma boa figura em relação à complexidade administrativa e de engenharia de obra que temos, porque muitos desses projetos estão prontos ou com pequenos ajustes a serem feitos, e já no trâmite de Habite-se e averbação. Esperamos uma redução acentuada desse número de projetos nos próximos um a dois trimestres.

Isso é o que tínhamos para dividir, e com isso abrimos para perguntas. Gustavo Cambaúva, BTG Pactual:

Bom dia a todos. Eu gostaria de perguntar com relação à dívida. Vocês comentaram que não falarão muito sobre essas renegociações que estão sendo feitas com os credores, mas quando vocês comentam que estão falando com esses seis grandes bancos a respeito da rolagem, eu queria entender se o que está sendo feito é de fato uma negociação conjunta com esses seis bancos, todos eles aceitando as mesmas condições, de fato resolvendo a questão do endividamento de forma efetiva para a Companhia.

Ou vocês citaram seis bancos aqui, mas as negociações estão sendo feitas individualmente, naquele processo de sempre rolar uma dívida e não rolar outra, vendo a caso. Se de fato esses seis bancos estão sentando com vocês à mesa para negociar e alongar de uma vez só. Essa é a minha primeira pergunta.

E a segunda, ainda em relação a endividamento, quando eu olho a dinâmica dos seus passivos aqui no 2T contra o 3T, boa parte da dívida que estava mais no longo prazo passou para o circulante e, ao mesmo tempo, o seu caixa caiu muito. Vocês tinham um caixa de mais de R$1 bilhão que foi para R$500 milhões. Vocês veem que isso eventualmente exigirá algum tipo de aumento de capital novo, também? Se os credores de alguma forma pedirão que haja algum aporte de equity também para aceitar essa rolagem de dívida, ou o aporte que foi feito no passado já seria o suficiente para deixar os credores confortáveis? São essas duas perguntas. Obrigado. Maurício Teixeira:

Gustavo, quanto à condução da negociação, não estamos fazendo uma negociação coletiva no sentido de um comitê de credores, algo assim. Chamamos todos esses

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seis credores para explicarmos o conceito da negociação, os grandes termos, que são homogêneos e serão tratados de forma bem similar nos credores, mas as negociações estão sendo bilaterais, guardando a questão específica e os termos que cada credor tem. Nós chamamos a todos uma primeira vez, para apresentar qual é o nosso plano, mas agora estamos tendo reuniões bilaterais com cada credor.

Quanto à sua segunda pergunta, na prática, como temos dívidas vencendo no curto prazo e estamos nesse momento de renegociação, não temos formalmente ainda essas dívidas alongadas, então realmente tem muita dívida que está no curto prazo, mas estamos à mesa, conversando com os bancos. A partir do momento em que chegarmos à conclusão da renegociação e mudarmos esse cronograma, isso será refletido na demonstração financeira.

Gustavo Cambaúva:

Entendi. Mas o ponto da minha dúvida é que pelo montante que vocês tinham de dívida vencendo no 3T e no 4T, vocês tinham R$900 milhões no 3T e mais uns R$500 milhões no 4T, e isso é bem mais do que vocês têm em caixa hoje. Imagino que essas dívidas do 3T nem foram pagas. Vocês estão ainda no processo de negociar as que teriam vencido no 3T também, então?

Maurício Teixeira:

Neste momento, esse cronograma não é relevante. Estamos revendo tudo com os bancos. Na prática, usamos caixa no curto prazo, mas um caixa que era garantia, colateral de algumas dívidas específicas que estavam com um carrego ruim para nós, aplicado a CDI e remunerando mais que os bancos. Mas todo esse cronograma será revisto agora, e nos próximos meses esperamos concluir essa negociação.

Gustavo Cambaúva:

Entendi. Essas dívidas do 3T, esses R$900 milhões, não foram pagas, mas os credores não exerceram nenhuma garantia nem nada, e vocês estão ainda em um processo de renegociar. É mais ou menos por aí, não é?

Maurício Teixeira: É, por aí.

Gustavo Cambaúva: OK. Obrigado.

Daniel Gasparetti, Merrill Lynch:

Bom dia a todos. Obrigado pelo call. Antes de mais nada, parabéns pela melhoria do disclosure nos relatórios. Os gráficos a respeito de distrato e a explicação estão bastante claros.

Minha pergunta é um pouco mais na parte de execução. Vocês mencionam a respeito da desaceleração do repasse, fruto da saída da Caixa, mas minha pergunta é um pouco mais sobre os processos anteriores. Notamos que o ciclo de obra, por mais que tenha aumentado a conclusão física, as expectativas quanto a término dos canteiros

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de obra aumentaram. Por exemplo, em 2015 saiu de 29 para 34 canteiros. Queria entender um pouco mais essa parte da execução, como ela está andando, a redução no Habite-se e também na averbação. Entender um pouco com vocês a perspectiva de melhoria disso.

E também, se puderem relacionar a potencial retomada do volume de averbação com o quarterly inflow, com esse nível de recebimento que vocês têm apresentado, que é bastante estável, foi de R$1,2 bilhão; se esse número poderia melhorar por essa tendência. É isso. Obrigado.

Antônio Guedes:

Em relação às obras, nós temos cinco obras em que estamos prevendo a finalização de Habite-se, tirar o Habite-se neste ano. As obras estão com praticamente 90%, 100%, em processo de Habite-se. Duas obras estão com processo de Habite-se atrasado mesmo, de documentos para janeiro, fevereiro; e há três obras em que postergamos o Habite-se propositalmente porque estamos fazendo o repasse na fração.

E quando há repasse na fração, não tiramos o Habite-se para não interromper o processo de repasse. Então, para ganho de caixa, geração de caixa, estamos fazendo na fração. São três obras em Salvador, e nessas três obras tiraremos o Habite-se em fevereiro, mas é proposital. Por isso que você está vendo isso.

Quanto a risco de execução de obra, não há. Elas estão praticamente com 100% já feitos, com clientes fazendo vistoria. Mesmo você fazendo o repasse na fração, o cliente sempre quer fazer a vistoria na sua unidade. Então, mesmo tendo o Habite-se para janeiro e fevereiro, o cliente está fazendo a vistoria na sua unidade dele, para ele poder assinar o contrato mesmo sendo na fração, já que a obra já está com mais de 90% adiantada.

Essas três horas foram propositais, e duas outras são questões documentais mesmo. Fisicamente, a obra está pronta, e também não há risco de documento. É só questão de prazo.

A sua segunda pergunta, poderia repetir? Daniel Gasparetti:

A segunda pergunta era mais ainda a respeito da primeira, como uma potencial retomada desse nível de averbação e aumento de recuperação de repasses está relacionada a esse seu nível de recebimento, que tem ficado estável, perto de R$1,2 bilhão, R$1,3 bilhão por trimestre. Se isso poderia aumentar de uma forma significativa, ajudando a desalavancagem. Era isso.

Antônio Guedes:

O cronograma de recebimento e a averbação está normal. Vamos entregar mais obra, vamos averbar e teremos mais recebimento. Está dentro do esperado. Não tem atraso disso.

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Daniel Gasparetti:

Perfeito. Obrigado. Bom dia. Márcio Trigueiro:

Chegou uma pergunta pelo RI, sobre o cancelamento de um projeto que tivemos neste trimestre, um projeto em Campinas, sobre o porquê de ter sido cancelado e se há perspectiva de outros cancelamentos.

Ele basicamente foi cancelado porque sua performance de vendas não estava boa, e nós temos uma disciplina grande e não vamos empreender um projeto que acreditamos que não será um êxito.

E com relação a eventuais outros cancelamentos, estamos avaliando todos os nossos projetos. Estamos aqui há menos de três meses, e eu diria que, neste momento nem sim, nem não; não sabemos exatamente nesse momento, mas não está no radar, não tem nenhuma decisão tomada sobre nenhum outro projeto.

Marcelo Motta, JPMorgan:

Bom dia. Se vocês pudessem comentar um pouco sobre a estratégia de venda de ativos, vimos a venda de Jardim das Perdizes, e queria saber se podemos ver uma aceleração nessa linha. Uma coisa que é sempre discutida pelo mercado é a REP, mas a Empresa também tem um land bank bastante robusto que poderia ser vendido. Tem algumas negociações nesse sentido também, alguma coisa que pode ser comentada?

Márcio Trigueiro:

Com relação à venda de ativos, o que nós fizemos foi basicamente o seguinte: nós selecionamos dentro do nosso land bank um conjunto de terrenos no Rio de Janeiro, São Paulo e outra praça, que eu prefiro não entrar neste momento, em que decidimos guardar uma reserva técnica, que é aquilo que nos permite passar desse momento mais difícil da Companhia, e também do País e do setor, essa combinação tripla, para poder retomar com um volume de VGV de lançamento razoável pelos próximos anos. E essa reserva técnica excluída, todos os demais ativos que temos em land bank estão ou em negociação, ou em conversas de mercado. Portanto, esperamos ter uma aceleração.

Por outro lado, o mercado não é tão receptivo neste momento, e não temos muito apetite para fazer uma venda de terreno por permuta, coisa de muito longo prazo, mas estamos trabalhando para ter uma aceleração na venda do land bank que nós temos. A venda, inclusive, pode ocorrer na forma de dar ação em pagamento de alguns ativos que temos para os credores.

Marcelo Motta:

Você pode abrir mais ou menos quanto é esse land bank que ficou como uma reserva técnica, em grandes números?

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Márcio Trigueiro:

Nós não vamos abrir essa informação neste momento. Direcionalmente, o que posso dizer é que isso nos dá alguns bilhões de Reais de VGV, que retomaríamos mais à frente, de forma faseada.

Marcelo Motta: Perfeito. Obrigado. Operadora:

A sessão de perguntas e respostas está encerrada. Gostaria de passar a palavra ao Sr. Márcio Trigueiro para as considerações finais.

Marcio Trigueiro:

Obrigado. Agradecemos a todos que participaram do conference call, e a Companhia está à disposição para mais esclarecimentos necessários. Obrigado, e tchau.

Operadora:

Obrigada. A teleconferência dos resultados do 3T15 da PDG está encerrada. Por favor, desconectem suas linhas agora.

“Este documento é uma transcrição produzida pela MZ. A MZ faz o possível para garantir a qualidade (atual, precisa e completa) da transcrição. Entretanto, a MZ não se responsabiliza por eventuais falhas, já que o texto depende da qualidade do áudio e da clareza discursiva dos palestrantes. Portanto, a MZ não se responsabiliza por eventuais danos ou prejuízos que possam surgir com o uso, acesso, segurança, manutenção, distribuição e/ou transmissão desta transcrição. Este documento é uma transcrição simples e não reflete nenhuma opinião de investimento da MZ. Todo o conteúdo deste documento é de responsabilidade total e exclusiva da empresa que realizou o evento transcrito pela MZ. Por favor, consulte o website de relações com investidor (e/ou institucional) da respectiva companhia para mais condições e termos importantes e específicos relacionados ao uso desta transcrição.”

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