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A Formação Docente nas Dimensões Ética, Estética e Política 2

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Academic year: 2021

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A Formação Docente nas Dimensões Ética, Estética e Política 2 Capítulo 2

CAPÍTULO

RESERVADO PARA TITULO

A Formação Docente nas Dimensões Ética, Estética e Política 2 Capítulo 2

CAPÍTULO

RESERVADO PARA TITULO

A Formação Docente nas Dimensões Ética,

Estética e Política 2

Atena Editora

2019

Gabriella Rossetti Ferreira

(Organizadora)

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2019 by Atena Editora Copyright © Atena Editora Copyright do Texto © 2019 Os Autores Copyright da Edição © 2019 Atena Editora

Editora Executiva: Profª Drª Antonella Carvalho de Oliveira Diagramação: Natália Sandrini

Edição de Arte: Lorena Prestes Revisão: Os Autores

O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores. Permitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.

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Profª Drª Natiéli Piovesan – Instituto Federal do Rio Grande do Norte

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Prof.ª Msc. Renata Luciane Polsaque Young Blood – UniSecal Prof. Dr. Welleson Feitosa Gazel – Universidade Paulista

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (eDOC BRASIL, Belo Horizonte/MG)

F723 A formação docente nas dimensões ética, estética e política 2 [recurso eletrônico] / Organizadora Gabriella Rossetti Ferreira. – Ponta Grossa, PR: Atena Editora, 2019. – (A Formação Docente nas Dimensões Ética, Estética e Política; v. 2)

Formato: PDF

Requisitos de sistema: Adobe Acrobat Reader Modo de acesso: World Wide Web

Inclui bibliografia

ISBN 978-85-7247-569-3 DOI 10.22533/at.ed.693190209

1. Educação – Pesquisa – Brasil. 2. Ética. 3. Professores – Formação – Brasil. I. Ferreira, Gabriella Rossetti. II. Série.

CDD 370.71

Elaborado por Maurício Amormino Júnior – CRB6/2422

Atena Editora

Ponta Grossa – Paraná - Brasil www.atenaeditora.com.br contato@atenaeditora.com.br 

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APRESENTAÇÃO

A obra “A formação Docente nas Dimensões Éticas, Estética e Política 1” traz diversos estudos que se completam na tarefa de contribuir, de forma profícua, para o leque de temas que envolvem o campo das ciência humanas.

Atualmente, o modelo de desenvolvimento econômico, o processo de globalização, os avanços tecnológicos, que geram rápidas e constantes mudanças em todos os setores da sociedade, têm exigido das instituições, principalmente da escola, maior eficácia, produtividade, qualidade e competitividade, suscitando a necessidade de profissionais competentes e atualizados, capazes de assumir os diferentes papéis no mercado de trabalho e no contexto em que vivem.

Os saberes adquiridos nas formações iniciais já não oferecem suporte para exercer a profissão com a devida qualidade, como acontecia até pouco tempo, conforme alude Lévy (2010, p.157): “pela primeira vez na história da humanidade, a maioria das competências adquiridas por uma pessoa no início do seu percurso profissional, estarão obsoletas no fim da sua carreira”.

Na atividade docente torna-se ainda mais premente que ocorra a formação continuada, pois o ofício de professor não é imutável, suas mudanças incidem principalmente pelo surgimento e a necessidade de atender as “novas competências”. Este ofício vem se transformando, exigindo: prática reflexiva, profissionalização, trabalho em equipe e por projetos, autonomia e responsabilidades crescentes, pedagogias diferenciadas, sensibilidade à relação com o saber e com a lei. Tudo isso leva a um repensar da prática e das competências necessárias para o desempenho do papel de educador.

A educação é uma atividade que se expressa de formas distintas, envolvendo processos que tem consequências nos alunos, possui métodos que precisam ser compreendidos; envolve o que se pretende, o que se transmite, os efeitos obtidos, agentes e elementos que determinam a atividade e o conteúdo (forças sociais, instituição escolar, ambiente e clima pedagógico, professores, materiais e outros) (SACRISTÁN, 2007).

Conforme Imbernón (2001) a formação continuada, entendida como fomento do desenvolvimento pessoal, profissional e institucional dos professores, eleva o trabalho para que ocorra a transformação de uma prática. Tal prática está para além das atualizações científicas, didáticas ou pedagógicas do trabalho docente. A formação continuada supõe uma prática cujo alicerce é balizado na teoria e na reflexão para a mudança e a transformação no contexto escolar. Dessa forma, os professores passam a ser protagonistas de sua história, do seu fazer pedagógico, e de uma prática mobilizadora de reflexão sobre tudo o que vêm realizando (Nóvoa 1999; Schon 1997).

O conceito de educação é inseparável do ente subjetivo que lhe dão atributos diferenciados. A educação é algo plural que não se dá de uma única forma, nem

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provém de um único modelo; ela não acontece apenas na escola, e às vezes a escola em sempre é o melhor lugar para que ela ocorra. A escola deve estar pronta para atender a diversidade cultural, conduzindo a aceitação e o respeito pelo outro e pela diferença, pois se valoriza a ideia de que existem maneiras diversas de se ensinar e consequentemente diferentes formas de organização na escola, onde seja levado em consideração a complexidade da criação de um currículo que atenda o desafio de incorporar extensivamente o conhecimento acumulado pela herança cultural sem perder a densidade do processo de construção do conhecimento em cada indivíduo singular.

A escolaridade faz parte da realidade social e é uma dimensão essencial para caracterizar o passado, o presente e o futuro das sociedades, dos povos, dos países, das culturas e dos indivíduos. É assim que a escolarização se constitui em um projeto humanizador que reflete a perspectiva do progresso dos seres humanos e da sociedade. Em uma escola democrática não há barreiras educacionais, eliminam-se a formação de grupos com base na capacidade dos alunos, provas preconceituosas e outras iniciativas que tantas vezes impedem o acesso e permanências de todos na escola, proporcionando um ensino de qualidade para todos, sem exclusão.

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SUMÁRIO SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 ...1 ESTADO, POLITICA PÚBLICA E EDUCAÇÃO DO CAMPO: ALGUNS DESAFIOS

Marilene Santos

Tereza Simone Santos de Carvalho DOI 10.22533/at.ed.6931902091

CAPÍTULO 2 ...12 EXERGAMES DESAFIOS E POSSIBILIDADES NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Keyne Ribeiro Gomes

Daniel Bramo Nascimento de Carvalho Marília Gabriele Melo dos Santos DOI 10.22533/at.ed.6931902092

CAPÍTULO 3 ...28 FORMAÇÃO DE PROFESSORES NA PREFEITURA DE ARACAJU: REFLEXÃO-AÇÃO DAS TDIC NA EDUCAÇÃO

José Fonseca da Silva Sheilla Silva da Conceição Henrique Nou Schneider

DOI 10.22533/at.ed.6931902093

CAPÍTULO 4 ...40 INCLUSÃO OU SEGREGAÇÃO? UM ESTUDO DE CASO SOBRE A “INCLUSÃO”

Taiana do Vale Figueiredo da Conceição Kátia Regina Lopes Costa

DOI 10.22533/at.ed.6931902094

CAPÍTULO 5 ...50 O CANTINHO DE LEITURA EM UMA SALA DE AULA DO ENSINO FUNDAMENTAL

Suely Cristina Silva Souza Adeilma Oliveira da Silva José Valdicélio Alves da Silva DOI 10.22533/at.ed.6931902096

CAPÍTULO 6 ...64 O INDIVÍDUO E A SOCIEDADE: CONSIDERAÇÕES ACERCA DA NOÇÃO DE HABITUS EM BOURDIEU E AS RELAÇÕES INTERSUBJETIVAS EM MERLEAU-PONTY

Markus de Lima Silva

Luiz Anselmo Menezes Santos DOI 10.22533/at.ed.6931902097

CAPÍTULO 7 ...75 O MUNDO DO TRABALHO E A PROFISSÃO DOCENTE NA NOVA (DES)ORDEM MUNDIAL

Isabel Cavalcante Ferreira Ivanete Rodrigues dos Santos DOI 10.22533/at.ed.6931902098

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SUMÁRIO CAPÍTULO 8 ...103 O PAPEL DA PESQUISA NA FORMAÇÃO DO PEDAGOGO

Nágila Waldvogel Gringo da Silva Silvana Oliveira da Silva

Isaura Francisco de Oliveira DOI 10.22533/at.ed.6931902099

CAPÍTULO 9 ... 116 O WHATSAPP NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE BIOLOGIA

Mariana Morais Azevedo Adriana Alves Novais de Souza Leticia Maciel dos Reis

DOI 10.22533/at.ed.69319020910

CAPÍTULO 10 ...128 FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES PARA A ATUALIDADE: TECENDO RELAÇÕES, TRAJETÓRIAS E DESAFIOS ENTRE UNIVERSIDADE E ESCOLA

Stella Alves Rocha da Silva Jane Rangel Alves Barbosa DOI 10.22533/at.ed.69319020911

CAPÍTULO 11 ...138 ORIENTAÇÃO SEXUAL E DIVERSIDADE DE GÊNERO NO ENSINO BÁSICO

Wylamys Santos de Lima Mariana Santos Lima

Márcia Eliane Silva Carvalho DOI 10.22533/at.ed.69319020912

CAPÍTULO 12 ...147 ORIENTAÇÕES MOTIVACIONAIS PARA PRÁTICA DE NATAÇÃO ESCOLAR: UMA REVISÃO NARRATIVA

Fábio Brum

Francisco de Assis Andrade Diego da Costa dos Santos Diogo Dias de Paula Muniz

DOI 10.22533/at.ed.69319020913

CAPÍTULO 13 ...163 PANORAMA DE TESES E DISSERTAÇÕES ACERCA DA FORMAÇÃO CONTINUADA EM MATEMÁTICA E TECNOLOGIAS

José Elyton Batista dos Santos Bruno Meneses Rodrigues Manoel Messias Santos Alves André Ricardo Lucas Vieira DOI 10.22533/at.ed.69319020914

CAPÍTULO 14 ...175 PROFESSORES ARTICULADORES TECNOLÓGICOS: MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA EM ESCOLAS DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE ARACAJU SE

Sheilla Silva da Conceição Henrique Nou Schneider

Adriana Santos de Jesus Meneses DOI 10.22533/at.ed.69319020915

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SUMÁRIO CAPÍTULO 15 ...191 RELAÇÕES DE GÊNERO NA GESTÃO ESCOLAR A DICOTOMIA ENTRE MULHERES E HOMENS NO CARGO DE DIRETORA/DIRETOR ESCOLAR

Alane Martins Mendes Pedro Paulo Souza Rios André Ricardo Lucas Vieira DOI 10.22533/at.ed.69319020916

CAPÍTULO 16 ...203 RESSIGNIFICAÇÃO DA CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E AS EXIGÊNCIAS DE FORMAÇÃO PARA O TRABALHO DOCENTE

Márcia Alves de Carvalho Machado Alice Virgínia Brito de Oliveira DOI 10.22533/at.ed.69319020917

CAPÍTULO 17 ...215 SER PROFESSOR/A: A IMPORTÂNCIA DA PRÁTICA PEDAGÓGICA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO NO ENSINO DE CIÊNCIAS, ARACAJU/SE

Elaine Fernanda dos Santos Mayane Santos Vieira

Sindiany Suelen Caduda dos Santos DOI 10.22533/at.ed.69319020918

CAPÍTULO 18 ...227 SIMULAÇÕES COMPUTACIONAIS CORROBORADA COM UNIDADE DE ENSINO POTENCIALMENTE SIGNIFICATIVA PARA O ENSINO DE ÓPTICA GEOMÉTRICA

Rosiel Camilo Sena Júlio Ferreira Falcão

Igor Bartolomeu Alves de Barros Paulo Sérgio Carlos Arruda Sergio Augusto Nunes Monteiro Jose Augusto Figueira da Silva Pablo Marques da Silva

Maria Rosângela Marinho Souza Fabiann Matthaus Dantas Barbosa Edmilson Ferreira de Lima

Jones Montenegro da Silva Sandrezza Lima Coelho

DOI 10.22533/at.ed.69319020919

CAPÍTULO 19 ...234 TOBIAS BARRETO E A ALMA DA MULHER: PRÁTICAS E REFLEXÕES ACERCA DA EDUCAÇÃO FEMININA NO SÉCULO XIX

Juselice Alves Araujo Alencar

Rozevania Valadares de Meneses César Rafaela Virginia Correia da Silva Costa DOI 10.22533/at.ed.69319020920

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SUMÁRIO CAPÍTULO 20 ...243 TRANSTORNO DE DEFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE: NARRATIVAS DE PROFESSORES E ESTUDANTES

Judith Mara de Souza Almeida Fernanda Ambrósio Testa Carolina Beiro da Silveira

DOI 10.22533/at.ed.69319020921

CAPÍTULO 21 ...254 VER NO MUNDO DOS CEGOS E SER CEGO NO MUNDO DOS QUE VEEM

Maria de Fátima Vilhena da Silva Ítalo Rafael Tavares da Silva DOI 10.22533/at.ed.69319020922

CAPÍTULO 22 ...267 EDUCAÇÕES PARA A CIDADANIA: CAMINHO PARA UMA CULTURA DE PAZ

Maria Kéllia de Araújo

Mariluze Riani Diniz dos Santos Themis Gomes Fernandes

DOI 10.22533/at.ed.69319020923

SOBRE A ORGANIZADORA ...277 ÍNDICE REMISSIVO ...278

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A Formação Docente nas Dimensões Ética, Estética e Política 2 Capítulo 14 175

PROFESSORES ARTICULADORES TECNOLÓGICOS:

MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA EM ESCOLAS DA REDE

MUNICIPAL DE ENSINO DE ARACAJU SE

CAPÍTULO 14

Sheilla Silva da Conceição

Secretaria Municipal de Educação/CEAFE Aracaju - SE

Henrique Nou Schneider

Universidade Federal de Sergipe São Cristóvão - SE

Adriana Santos de Jesus Meneses

Secretaria Municipal de Educação/CEAFE Aracaju - SE

RESUMO: O presente artigo faz uma análise acerca da formação continuada dos professores articuladores tecnológicos da rede pública municipal de ensino de Aracaju SE e o uso das tecnologias educacionais por meio de processos colaborativos de aprendizagem. Apresenta a prática pedagógica dos professores articuladores tecnológicos com relação à incorporação de tecnologias no processo da construção do conhecimento. Destaca ainda a importância de incorporar nos currículos escolares, discursos novos, novos conhecimentos tecnológicos, na tentativa de eliminar as distâncias entre ensino e aprendizagem. A pesquisa é qualitativa com abordagem em estudo de caso. Apesar de o professor ter conhecimento sobre a necessidade de mudar a sua prática pedagógica, a falta de tempo e de conhecimento técnico para o uso das tecnologias apontam como as principais

barreiras para a mudança de paradigma, além do fato de alguns professores desconhecerem os artefatos tecnológicos como instrumentos de aprendizagem interativa. Nesse sentido há a necessidade de redirecionar a formação do professor com apresentações reais de como utilizar as tecnologias disponíveis na escola oportunizando e seduzindo para repensar a sua prática pedagógica e fazê-lo ver que a tecnologia pode ser um importante aliado no desenvolvimento de seu trabalho quando utilizada para esse fim.

PALAVRAS-CHAVE: Educação. Formação Continuada do Professor articulador tecnológico. TIC.

TEACHERS TECHNOLOGIES ARTICULATORS: PEDAGOGICAL MEDIATION IN SCHOOLS OF THE MUNICIPAL TEACHING NETWORK OF

ARACAJU SE

ABSTRACT: This article is an analysis on the continuing education of technological articulators teachers of the municipal public network of Aracaju-SE teaching and the use of educational technologies through collaborative learning processes. Presents the pedagogical practice of teachers with respect to the incorporation of technology in the process of

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A Formação Docente nas Dimensões Ética, Estética e Política 2 Capítulo 14 176 knowledge construction. Also highlights the importance of incorporating into school curricula, new discourses, new technological knowledge in an attempt to eliminate the gap between teaching and learning. The research approach is qualitative experience reports. Although the teacher aware of the need to change their practice, lack of time and technical knowledge to use the technology point as the main barriers to the paradigm shift, besides the fact that some teachers unaware of technological artifacts as interactive learning tools. Accordingly there is a need to redirect teacher training presentations with actual how to use the technologies available at the school and providing opportunities enticing to rethink their practice and make him see that technology can be an important ally in the development of their work when use properly. KEYWORDS: Education. Continuing Education Professor technological articulator. TIC.

1 | INTRODUÇÃO

O século XXI tem como uma das características a Era da Informação, cuja concepção leva a refletir sobre as práticas implementadas nas escolas para a manutenção de um ensino em consonância com a sociedade. Encontra-se também em todos os relacionamentos das atividades humanas, sejam eles nos campos social, político, econômico ou educacional. Toda essa representação em desenvolvimento é definida como segundo Dertouzos (1997, p. 17) “um mercado comunitário do século XXI”, em que as pessoas e os computadores vendem, compram e trocam livremente informações e serviços informáticos.

É o avanço tecnológico transformando o mundo e sendo transformado no dia a dia das pessoas. Para alguns, tentar mostrar aspectos humanos representados pela tecnologia pode parecer estranho e até mesmo idealista. Por outro lado, os céticos apresentam uma visão negativa da tecnologia para a humanidade. Essas pessoas, ao não aceitar uma aproximação com a tecnologia e mostrando-se resistência para interagir com a máquina criam limitações para o desenvolvimento de tarefas do cotidiano. Seja qual for o motivo dessa resistência, é necessário refletir, procurando inteirar-se sobre as tecnologias digitais, aplicá-las e não se afastar delas, pois o desenvolvimento da humanidade influencia o desenvolvimento da ciência que também será influenciada por esta capaz de realizar aprendizados continuamente em busca de novos caminhos para um presente e futuro que permita o bem estar social.

A educação é um dos caminhos para refletir sobre as tecnologias digitais como instrumentos capazes de promover mudanças a depender do uso que se façam delas. A escola não pode passar ao largo do desenvolvimento da ciência. Ao contrário, deve caminhar junto com ela, instrumentando seus professores a se apropriarem no cotidiano do processo ensino-aprendizagem e direcionando a educação para o desenvolvimento da sociedade. O século XX foi muito rico em transformações,

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A Formação Docente nas Dimensões Ética, Estética e Política 2 Capítulo 14 177 principalmente na tecnologia que trouxe novas necessidades para a sociedade. Nessa nova fase da sociedade, duas forças passaram a agir: o conhecimento como fator crucial e as constantes mudanças.

Neste século atual, o foco passa do ensino para a aprendizagem, levando o aluno a aprender a investigar e apurar de forma consciente a informação. Nesse sentido, este trabalho vem mostrar quão é fundamental a formação continuada a partir de uma prática de como fazer fazendo. Mostrando o que possuem de recursos disponíveis, o que pode buscar e criar. Essa perspectiva parte de inquietações nossas enquanto profissionais da educação básica e superior.

2 | A FIGURA DO PROFESSOR ARTICULADOR TECNOLÓGICO NO MUNICÍPIO DE ARACAJU

A função do professor articulador tecnológico existe no município de Aracaju desde 2013. É um professor efetivo da rede de ensino municipal de Aracaju que atua no ensino fundamental do sexto ao nono ano em escolas que possuem tecnologias digitais tais como a lousa digital interativa, os notebooks e tablets distribuídos pela prefeitura de Aracaju, bem como os laboratórios de informática do Programa Proinfo. Além de sua atribuição de professor regente de sala, ou seja, vinte horas semanais, possui essa outra função de articulador tecnológico em horário contrário à sua regência de classe, com mais vinte horas semanais, totalizando para esse professor articulador tecnológico uma carga horária semanal de quarenta horas em atividades diferentes.

Esse professor articulador passava por um processo de seleção em que são analisados, pela equipe da Coordenação de Tecnologia Educacional – COTED/ SEMED e hoje pelo Centro Aperfeiçoamento e Formação Continuada da Educação – CEAFE, o projeto para trabalhar como articulador tecnológico, o tempo de serviço na rede municipal de ensino, e currículo lattes. Esses professores desenvolvem projetos colaborativos junto aos professores regentes das escolas e os alunos. Até o ano de 2015 dezoito escolas das vinte e duas que possuem o sexto ao nono ano e que possuem laboratórios e outras tecnologias eram atendidas por esses professores articuladores. As quatro que não são é devido a não disponibilidade de tempo e ou não querer participar do processo seletivo. Atualmente, o CEAFE está com processo em andamento para esses professores articuladores.

Esse estudo se revela como um estudo de caso, uma vez que, de acordo com olhar de Laville e Dione (1999, p. 155) “É um estudo de um caso, talvez o de uma pessoa, mas também o de um grupo, de uma comunidade, de um meio, ou então fará referência a um acontecimento especial”. A abordagem desta pesquisa é qualitativa, pois se mostra como sendo a mais coerente para os estudos em âmbito educativo, pertencente às ciências humanas e se referir a um estudo específico de um caso.

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A Formação Docente nas Dimensões Ética, Estética e Política 2 Capítulo 14 178 Segundo Minayo (2001, p. 21) “ela trabalha com o universo dos significados, dos motivos, das aspirações, das crenças, dos valores e das atitudes, e, assim sendo, pode retratar de modo mais apropriado o nosso objeto de estudo”.

3 | A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES ARTICULADORES TECNOLÓGICOS

As escolas precisam aproximar-se da sociedade e esta da escola, porque uma fornece a matéria-prima para a outra. Esta aproximação é fundamental atualmente, uma vez que o mercado de trabalho requer profissionais capazes de aprender em suas múltiplas dimensões. A grande promessa é que a educação que visa formar o cidadão crítico, participativo, torna-se fundamental para o funcionamento da sociedade democrática, e com esse movimento busca-se uma melhor educação para se viver em sociedade, ao mesmo tempo em que atende às exigências do mercado de trabalho.

No aprender a apreender e aprender a ensinar pelo fazer, o professor é visto como educando em potencial, pois parte-se do princípio de acordo com Freire (1980) de quem educa, também aprende, transforma-se no próprio ato de educar, na relação que estabelece entre professor e aluno. Sob esse prisma seu papel é o de colaborador para com a aprendizagem do aluno, mantendo diálogos com ele e constituindo-se na ponte entre “... o texto, o contexto e o seu produto, colaborando para que ocorra integração nos mais diferentes níveis: entre sujeito e objeto, indivíduo e contexto, mente e corpo, consciente e inconsciente, educando e educador, traduzindo os diversos processos interativos, vivos, que surgem a cada momento” (MORAES, 1997, p. 150 - 151).

Na questão do diálogo, o professor deve encorajar seu aluno a mantê-lo com diferentes pessoas e de diferentes formas, procurando ainda explorar as alternativas que a modernidade oferece. Sendo assim, esse educador não é aquele que simplesmente aceita as verdades históricas, mas ele também é um questionador, que não tem medo nem vergonha de errar e não aceita as verdades tidas como absolutas, mas que no seu papel de aprendiz como bem disse Demo (2001) utiliza-se da pesquisa para colaborar com o processo de aprendizagem do utiliza-seu aluno.

Nesse sentido, a criatividade deve ser considerada um processo dinâmico, ágil e flexível que deve ser cultivado, e por isso, deve-se contemplar outros espaços que não apenas as salas de aulas. Além disso, a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade devem permear o trabalho pedagógico. Já que tudo está conectado, que não há separação nas coisas, as disciplinas também não podem ser estanques e, por isso, torna-se necessária uma integração entre os conteúdos com o objetivo de construir o conhecimento global. É preciso ainda promover de acordo com Behrens (1999, p. 73), “... encontro entre a teoria e a prática, caracterizando uma opção que busque

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A Formação Docente nas Dimensões Ética, Estética e Política 2 Capítulo 14 179 equilíbrio entre os pressupostos teóricos e práticos numa interdependência direta”.

Essa relação teoria e prática tem como função social a formação de um ser humano consciente. Para isso, é necessário que a educação seja considerada como processo valioso de acompanhamento e da tecnologia para o bem estar da sociedade. E, nessa perspectiva, a aula expositiva, verbalista, a mais tradicional das técnicas de ensino, já se encontra superada. O diálogo, o trabalho em equipe, conduz agora à nova prática do professor em sala de aula. Nesse contexto, o professor já não é a autoridade, o detentor do poder, e nem toma as decisões de sua prática sozinho. Vale ressaltar com isso que não se quer dizer subtrair a importância do professor no ensino, até porque não existe educação sem professor, aluno, escola e sociedade.

A apropriação da tecnologia como recurso pedagógico deve ser uma escolha bem pensada entre os envolvidos no processo ensino-aprendizagem. No entanto, não se deve confundir tecnologia com a capacidade de aquisição de equipamentos. Tecnologia é, antes de tudo, uma questão de ponto de vista das pessoas. Ela é produto de uma sociedade e de uma cultura, como enfatiza Lévy (1999). Usar uma lata de água, um pedaço de madeira e uma pedra para demonstrar a flutuação dos corpos é tecnologia; mandar que os alunos apertem uma tecla o computador para assistirem passivamente a algum assunto não é tecnologia. Tecnologia é utilizar instrumentos que consigam levar os alunos a transporem obstáculos.

Apropriar-se da tecnologia é colaborar com a aprendizagem dos alunos para resolverem, criarem e inventarem problemas e soluções, dando-lhes consistência. Mas a tecnologia é um meio, ou um artefato que armazena as informações e exige uma técnica de acesso. E aqui falamos de didática, quer dizer, a maneira de ser utilizado, ou seja, depende de encaminhamento sob pena de se transformar em mais um instrumento de transmissão do conhecimento, e não da sua construção. A inovação está assentada em apropriar-se da tecnologia para provocar aprendizagens significativas.

Essas aprendizagens com as tecnologias digitais, partiram do surgimento dos computadores por ser uma tecnologia da informação e da comunicação que por meio de suas imagens atrativas, variedades de textos sobre um mesmo tema, possibilidade de navegação de um lugar para o outro, exerce fascínio sobre o aluno e professores. Entretanto, não é qualquer texto ou qualquer imagem que terá pertinência e é aí que entra o trabalho do professor, enquanto mediador do processo ensino-aprendizagem. Como afirma Perrenoud (2000, p. 128):

Formar para as novas tecnologias é formar o julgamento, o senso crítico, o pensamento hipotético e dedutivo, as faculdades de observação e de pesquisa, a imaginação, a capacidade de memorizar e classificar, a leitura e a análise de textos e imagens, a representação de redes, de procedimentos e de estratégias de comunicação.

O computador pode ser utilizado para leituras, escritas, comunicação, desenhos, jogos, exercícios, pesquisa, simulações, armazenamento, processamento,

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A Formação Docente nas Dimensões Ética, Estética e Política 2 Capítulo 14 180 recuperação e transmissão de informações, tudo isso disponibilizado ao aluno que pode fazer suas escolhas, motiva-o e favorece a aprendizagem. A Internet, enquanto rede de computadores é um potencial transmissor para acessar informações e trocar mensagens em qualquer parte do mundo. A velocidade com que as tecnologias avançam faz com que o homem assuma uma nova postura frente à realidade, e cabe à escola buscar novas formas de ensino-aprendizagem para trabalhar com uma geração de alunos que cresce em ambientes ricos de multimídia.

Assim, o docente precisa ser capacitado para utilizar os modernos artefatos de mídia como instrumentos de apoio didático-pedagógico em suas práticas educacionais, assumindo o seu novo papel de orientador e motivador da aprendizagem, objetivando uma educação com qualidade e a qualificação do profissional assim como um cidadão consciente e crítico, agente de transformações sociais. Desse modo, a educação deve servir para libertar o homem, dando-lhe ferramentas para conduzir suas atividades e é esta a educação necessária para o século atual.

Quando a escola adota uma tecnologia inovadora como a informática é necessário alterar a pedagogia conservadora para que os efeitos do ensino informatizado não se tornem limitados, pois uma utilização adequada da internet como instrumento de ensino amplia as possibilidades dos professores e enriquece seu modo de ensinar e de aprender. A informatização no ensino deve provocar mudanças pedagógicas, e não “automatizar o ensino” ou promover a alfabetização em informática. O relacionamento entre aluno e professor deverá mudar. É necessário que tanto o educador quanto o aprendiz se engajem nos trabalhos com o uso pedagógico do computador e da internet.

Assim eles podem acessá-la com facilidade e oferecer a oportunidade para que a sociedade em geral perceba a necessidade e as vantagens do computador no e para o ensino. Ao assumir o papel de tutor na Educação Informatizada, o professor se põe a disposição do aluno para auxiliá-lo na construção do próprio caminho. O professor não dará mais somente aulas expositivas, ele orientará a aprendizagem dos alunos, ajudará no esclarecimento de suas dúvidas, identificará dificuldades, irá sugerir novas leituras ou atividades, organizará novas formas de estudo.

Tais constatações fazem com que hoje o professor sinta-se motivado e preparado para realizar seu trabalho consciente de que vivemos num mundo onde diversos meios podem levar ao raciocínio e ao conhecimento e de que a aprendizagem pode acontecer de várias maneiras e em diversos espaços, além da tradicional sala de aula. O uso crescente dos meios audio visuais e da tecnologia em geral na sociedade diversificou as estratégias de aprendizagem informal. Além disso, há um grande volume de informação que circula com muita rapidez e através de múltiplos meios.

É necessário sempre transformação no papel do professor e do seu modo de atuar e, consequentemente, transformação na sua formação para que ele se volte para a análise e compreensão da realidade, bem como para a busca de maneiras de agir pedagogicamente diante dela. Este professor vai precisar adquirir competências

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A Formação Docente nas Dimensões Ética, Estética e Política 2 Capítulo 14 181 técnicas que o ajudem a compreender e organizar a lógica de aprendizagem construída pelo aluno mediante sua vivência no meio social, ou seja, vai precisar trazer as tecnologias para a escola para desmistificá-las e quebrar a relação passiva que muitas vezes existe com relação a elas.

Dentro desta concepção, percebe-se que a formação de professores pode ser relacionada às características da circulação do conhecimento e da informação presentes em nossa sociedade. Estes últimos estão em toda parte, vindos das mais diversas fontes, fazendo com que se torne importante para o professor aprender diariamente no contato com seus alunos, nos momentos de troca com seus colegas, na reflexão a respeito dos acontecimentos sócio-político-econômicos, das teorias e da sua própria prática, num processo constante de estudo para repensar suas práticas e concepções. A formação contínua é uma necessidade fundamental para o professor.

Nessa perspectiva, o domínio das tecnologias digitais da informação e comunicação se traduz em uma percepção do papel das tecnologias na organização do mundo atual – no que se referem os aspectos locais e globais – e na capacidade do professor em lidar com essas diversas tecnologias, interpretando sua linguagem e criando novas formas de expressão, além de distinguir como, quando e por que são importantes e devem ser utilizadas no processo educativo.

Pode-se dizer, portanto, que, ao lado da alfabetização da leitura e da escrita, as tecnologias digitais também poderão constituir-se em ferramenta para o trabalho e a comunicação, além de um meio de: superação de uma percepção ingênua e apriorística do mundo e do preconceito em relação às diferentes culturas e modos de expressão; formação de uma concepção própria do mundo através da interação com a informação e com o conhecimento; construção do homem-sujeito, ativo e criador de cultura; enfim um meio de expressão e libertação.

Ao enfatizar que o aluno deve ser sujeito do conhecimento, as iniciativas de formação de professores devem também ver este profissional como sujeito do conhecimento e trabalhar com ele nesta perspectiva. Se o objetivo é conscientizar os alunos e torná-los participativos, a educação dos professores não pode visar apenas à internalização do saber, mas deve incluir também a sua problematização, a sua conscientização, percebendo o professor também como sujeito ativo do conhecimento.

Nesse sentido, a escola pode ser um espaço onde ambientes de aprendizagem podem ser criados propiciando ao aluno vivenciar e desenvolver habilidades compatíveis com seus próprios interesses e com as necessidades atuais da sociedade. Porém, não basta a escola adquirir recursos tecnológicos e outros materiais pedagógicos sofisticados e modernos. É preciso ter professores capazes de atuar e de recriar ambientes de aprendizagem. Isto significa formar professores críticos, reflexivos, autônomos e criativos para buscarem novas possibilidades, novas compreensões, em vista a contribuir para o processo de mudança do sistema

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A Formação Docente nas Dimensões Ética, Estética e Política 2 Capítulo 14 182 de ensino.

4 | O PROCESSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFESSORES ARTICULADORES TECNOLÓGICOS

A Coordenadoria de Tecnologia Educacional – COTED, era composta por sete professores efetivos da rede e um coordenador geral que não necessariamente é professor efetivo da rede. Hoje essa coordenadoria passou a integrar o CEAFE que, a partir das demandas das coordenadorias da educação infantil, ensino fundamental e educação de jovens e adultos desenvolve processos de formação continuada para o universo de professores das escolas da rede municipal de ensino. No estudo de caso em questão será direcionada a análise apenas para os dezoito professores articuladores tecnológicos do ano de 2015 para identificar e compreender o papel desses profissionais. Se agrega valor ao processo de aprendizagem por meios do uso das tecnologias disponíveis nas escolas. A coordenadoria desde 2012 desenvolveu cursos de Formação do Programa Nacional de Formação Continuada em Tecnologia Educacional – PROINFO INTEGRADO – do Ministério da Educação que utiliza como ambiente de aprendizagem o e-Proinfo. No primeiro semestre foi ofertado o curso de Introdução à Educação Digital com um total de 12 turmas, distribuídas nos três turnos de segunda a sábado. As turmas foram compostas com um mínimo de 30 cursistas, perfazendo um total de 350 professores.

No segundo semestre de 2012 a oferta de formação de professores pelo NTM-AJU foi ampliada com mais um curso do Programa Nacional de Formação do MEC, o Curso de Tecnologias Educacionais: Ensinando e Aprendendo com as TIC, curso com carga horária de 100 horas, desenvolvido em 07 turmas perfazendo um total de 250 professores. Em 2013 as formações através do ambiente colaborativo de aprendizagem, pois outras formações como oficinas de lousa digital aconteceram, só puderam ser realizadas no segundo semestre devido a regularização dos coordenadores estaduais e municipais do PROINFO. Nesse sentido, de agosto do ano de 2013 até dezembro deste ano, o NTM-AJU promoveu o curso de elaboração de projetos do Programa Nacional de Formação do MEC com carga horária de quarenta horas, sendo dezoito horas com encontros presenciais e vinte e duas horas com atividades a distância através do ambiente colaborativo de aprendizagem e-Proinfo. Esse curso é estruturado em torno de três eixos conceituais que integram com a prática pedagógica durante a realização das atividades propostas ao longo do curso: Projeto, Currículo e Tecnologias. Foi ofertado a cinco turmas atendendo em média de trezentos professores da rede municipal de Aracaju SE.

Em 2014 a coordenadoria ofereceu aos professores da rede não cursos com parceria do MEC por meio do Proinfo Integrado, devido a não priorização por parte dos gestores em elaborar um edital para selecionar os professores formadores dos

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A Formação Docente nas Dimensões Ética, Estética e Política 2 Capítulo 14 183 cursos. Todavia, a equipe da coordenadoria deu continuidade a seus trabalhos de formação continuada. Para isso, a equipe criou oficinas de cursos para os professores regentes de classe e os articuladores tecnológicos para que estes pudessem multiplicar o conhecimento acerca do conteúdo das oficinas: gravação de áudio com o programa audacity, blog, como criar slides, lousa digital interativa e tecnologias assistivas. Em 2015 essas oficinas deram continuidade com professores que não puderam participar em 2015 e professores novatos da rede de ensino de Aracaju SE. Além dos cursos ofertados para os professores de forma geral, os articuladores tecnológicos participavam a cada fim de mês de discussões e relatos do uso das tecnologias na educação.

Os professores articuladores elaboram um relatório mensal das atividades desenvolvidas nas escolas com resultados, desafios e inquietações para que junto com a equipe de coordenação construíssem uma melhor forma de exercer a função de articulador tecnológico e consequentemente ajudar no processo de aprendizagem tanto desses profissionais quanto dos alunos. Nessa perspectiva o processo de formação continuada está sustentado em um modelo de ensino e aprendizagem híbrido, permeado por momentos presenciais e virtuais, onde docentes e discentes estendem o debate de sala de aula para o âmbito virtual, construindo o conhecimento de forma colaborativa, contínua e atemporal.

5 | RESULTADOS DO USO DAS TIC PELOS PROFESSORES ARTICULADORES TECNOLÓGICOS

Para análise dos resultados foi elaborado um questionário aos professores articuladores tecnológicos com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre a relação uso ou desuso das TDIC na educação. Sobre os dados de uso das TDIC na educação respondidos pelos professores, todos possuem computador e já participaram de curso na área de informação e comunicação. O que de fato acontece é que o resultado desse desenvolvimento é, não só a ampliação do binômio homem/ máquina, mas também mudanças na natureza das habilidades intelectuais humanas exigidas para atuar no mundo. “O computador é um dos recursos que devem ser inseridos no cotidiano da vida escolar, visto que já estão inseridos no cotidiano de todos nós, mesmo dos que pertencem às classes econômicas menos favorecidas” (TAJRA, 2000, p. 140)

Com relação a utilização dos recursos tecnológicos na prática pedagógica, cinquenta por cento responderam utilizar com frequência, quarenta e dois por cento disseram utilizar regularmente e oito por cento raramente usa. Os equipamentos não podem tornar-se elemento de decoração ou estarem na escola somente para validar uma propaganda de que a instituição está acompanhando as mudanças de seu tempo e, portanto, oferece aulas de informática. Eles precisam estar na escola e fazer parte

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A Formação Docente nas Dimensões Ética, Estética e Política 2 Capítulo 14 184 das aulas, precisam ser usados como eficiente instrumento pedagógico. O momento exige que se instale um processo de modernização no processo educacional que leve em consideração a ética de apropriação das tecnologias.

Dos recursos tecnológicos mais utilizados pelos professores abordados nessa pesquisa pode-se destacar: computador (editores de textos, slides) com cem por cento de uso; trinta e cinco por cento usam retroprojetor, noventa por cento utilizam a lousa digital, cem por cento a internet, sessenta por cento usam o facebook por meio de grupos fechados com os alunos das turmas de nono ano; sessenta por cento também usam os aparelhos celulares/smathphones e noventa por cento utilizam os jogos no processo de aprendizagem. Esse percentual de uso dos jogos se dá porque a secretaria possui uma parceria com uma empresa de jogos digitais educacionais (OJE).

As tecnologias digitais vêm exigindo do educador novas maneiras de pensamentos. Os velhos padrões didáticos não têm atendido nem as mudanças que batem à porta da escola e nem as necessidades dos alunos. À luz das ideias de Lèvy (1998), as tecnologias da inteligência possibilitam uma transformação da ecologia cognitiva, pois elas reorganizam, de uma forma ou de outra, a visão de mundo de seus usuários e modificam seus reflexos mentais. Na medida em que a informatização avança, certas funções são eliminadas, novas habilidades aparecem e a ecologia cognitiva se transforma. Com relação aos aspectos gerais de uso das tecnologias na educação pode-se destacar diante das respostas dos professores:

CATEGORIAS AVALIADAS NÃO SIM PARCIAL

As políticas públicas de inserção das TIC favorecem o uso, em sua realidade enquanto

professor (a), no processo educativo? - 46% 44% A sua escola oferece as TIC para uso pelo

professor em sala de aula? 22,22% 61,12% 16,66% Há um desuso das TIC na escola em que leciona? 22,22% 22,22% 55,56% Há uma avaliação por parte dos gestores, da real

necessidade dos professores em utilizar as TIC na

educação? 33,33% 33,33% 33,34%

Há uma política de formação continuada para o uso

das TIC? 8,33% 33,33% 58,33

E quando há, é satisfatória? 8,33% 16,66% 75,33% O desuso das TIC ocorre pela falta de

planejamento dos gestores? 33,33% 25% 41,67%

O desuso das TIC ocorre pelo pouco interesse por

parte dos professores? 8,33% 33,33% 58,34%

Acredita que as políticas de uso das TIC redimensionam a concepção de educação e a

prática pedagógica? - 100%

-Quadro 1: Dados obtidos pelo questionário aplicado aos dezoito professores articuladores tecnológicos da rede de ensino do municipal de Aracaju.

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A Formação Docente nas Dimensões Ética, Estética e Política 2 Capítulo 14 185 A última pergunta do questionário se refere a alguma consideração que não foi contemplado no questionário e apenas 25% dos professores responderam. Esses enfatizaram que a manutenção dos equipamentos não ocorre de forma a atender as implantações das TIC nas unidades de ensino impossibilitando um trabalho mais efetivo. Ressaltaram também, que os envolvidos nos processos de ensino e aprendizagem devem atentar-se urgentemente para o uso das TIC como ferramenta na busca incessante do conhecimento. Outros enfocaram a estrutura física precária das escolas favorecendo para o não uso das TIC.

Todas essas questões, de fato são empecilhos para o processo de aprendizagem por meio das tecnologias. A tecnologia é então um suporte à aprendizagem. A aprendizagem ocorrerá com a ajuda da tecnologia e não por causa da tecnologia! O aprendiz se apoiará na tecnologia para construir o próprio conhecimento. Nessa perspectiva, o uso da tecnologia como recurso pedagógico deve ser uma escolha bem pensada entre os envolvidos no processo ensino-aprendizagem. No entanto, não se deve confundir tecnologia com a capacidade de aquisição de equipamentos. Tecnologia é, antes de tudo, uma questão de cabeça. Ela é produto de uma sociedade e de uma cultura, como bem enfatizou Lèvy (1998).

Com relação a primeira categoria analisada na tabela acima apresentada – as políticas públicas de inserção das TIC – pode-se entender diante das respostas que as políticas públicas de inserção das TIC precisam ter um caráter articulador entre educação e inclusão digital. Enquanto estas dimensões não estiverem juntas continuar-se-á acreditando na inclusão das tecnologias digitais numa perspectiva de consumo de informações ao invés de possibilitar o processamento dessas informações para construção e reconstrução do conhecimento numa análise de reflexão constante. Para Gatti (2008), a multiplicação da oferta de educação continuada, afirma que uma das preocupações centrais dos administradores públicos tem sido exatamente a escolha de instituições reconhecidas para auxiliar o poder público na implementação das propostas de formação continuada, fator importante nesse processo.

É necessário ultrapassar a concepção de uso das TIC como ferramentas didáticas para permanecer ensinando os mesmos conteúdos da escola. Muitas vezes, nesses espaços, os alunos são proibidos de levarem celular, entrar em redes socias, sites e utilizarem jogos. Enquanto isso acontece, os alunos vão sendo afastados de uma dinâmica social onde possam, por meio das tecnologias, gerarem transformações necessárias às demandas sociais, culturais e políticas.

Quanto a segunda categoria – uso das TIC em sala de aula – constata-se o uso das TIC numa perspectiva de construção e reconstrução do conhecimento, pressupõe seu uso com uma característica de mediação pedagógica, incentivando a participação e o envolvimento do aprendiz, o intercâmbio de informações, de diálogo e de debate entre os participantes. De acordo com Vasconcellos (2004), o método dialético em sala de aula consiste na construção do conhecimento a partir de informações desconexas, até um pensamento organizado e coerente. Do sucesso

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A Formação Docente nas Dimensões Ética, Estética e Política 2 Capítulo 14 186 desse trabalho, depende em muito o conhecimento do professor, da clareza que tenha de onde quer chegar e da carga afetiva envolvida.

Na terceira categoria – sobre o desuso das TIC – o resultado se dá porque há uma prática de desuso. Assim, é necessário introduzir no projeto escolar, a participação dos professores em cursos, visitas e assessorias a fim de aprender a ensinar com a ajuda das tecnologias da informação e comunicação e, saber como se portar em cada situação que poderá surgir. Pois, segundo Pretto (1995), as novas tecnologias da informação e comunicação estão possibilitando e influenciando a introdução de diferentes valores, de uma nova razão a fim de poder explicar os fenômenos desta sociedade em plena transformação.

A quarta categoria _ avaliação dos gestores quanto ao uso das TIC pelos professores – nas respostas dos professores o percentual ficou equilibrado. Assim, a escola deve ser o espaço de formação continuada do professor (através do processo de reflexão dos professores acerca do uso das TIC para favorecer o processo de construção do conhecimento do aluno), porém, como enfatizou Demo (2001), não pode e nem deve ficar à margem do avanço tecnológico da sociedade, sob pena de se tornar defasada, desinteressante, alienada, e de não cumprir suas funções.

Quanto a quinta categoria – formação continuada para o uso das TIC – pode-se considerar que a motivação do professor em ensinar está relacionada à necessidade instigadora de sua ação que está ligada às condições de formação inicial e continuada, bem como de materiais (estudo coletivo, possibilidade de trocas de experiências, desorganização da escola em termos de políticas de valorização do professor, salários, materiais didáticos, computadores novos e impressoras ) para que seu trabalho seja concretizado da melhor forma possível e não lhe traga desgaste psicológico e físico. Nesse sentido, “os saberes da experiência se fundam no trabalho cotidiano e no conhecimento de seu meio. São saberes que brotam da experiência e são por ela validados. Incorporam-se a vivencia individual e coletiva sob a forma de habitus e de habilidades, de saber fazer e de saber ser”. (CANDAU, 1997, p. 59)

A sexta categoria – planejamento de uso das TIC pelos gestores – a maioria dos professores respondeu que os gestores, de forma parcial, são culpados pela falta de planejamento de uso das TIC. Com isso, a escola de qualidade terá a função de resgatar os princípios éticos e morais, formar o cidadão autônomo, com competência técnica e política. Deve ser um dos espaços que possibilite aos alunos terem uma vida melhor. Nessa perspectiva será preciso redefinir o papel do educador. A complexidade de suas tarefas exige uma formação inicial e continuada totalmente nova. Como formar o professor que a Escola atual exige? Mantoan (1997) e Moran (2000) dizem que isto se referem a novas tendências na formação de professores. Muitas concepções do professor e do ensino podem ser englobadas por essa concepção mais ampla: o professor que experimenta, o professor pesquisador na ação, o professor como colaborador da aprendizagem, e muitas outras concepções.

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A Formação Docente nas Dimensões Ética, Estética e Política 2 Capítulo 14 187 Pode-se enfatizar, também, que as tecnologias organizam a gestão das atividades, as relações humanas e o controle da aprendizagem. Assim, se a Educação for tomada como um processo de influência consciente e intencional sobre os indivíduos, para se colocar em prática esse processo requer-se um programa de ação, o qual nos remeterá para a acepção de conhecimentos na ação, isto é, um processo reflexivo intenso de mudança conceitual, de percepção educacional e de uma revolução tecnológica.

A sétima categoria – desuso das TIC pelo pouco interesse dos professores – as respostas foram que a maioria considera ser parcial o pouco interesse dos professores e utilizar as tecnologias nas aulas. Isso mostra que ainda o professor é o vilão do desuso. Essa atitude precisa ser repensada pelos próprios professores, pois não existe um culpado, se assim pode-se referir, mas um conjunto de questões que estão envolvidas nesse processo. O desuso acontece, também e principalmente, por uma falta de organização e gerenciamento das políticas públicas. É importante frisar que todos utilizam uma forma de tecnologia nos sistemas educacionais, independente do enfoque instrumental que caracteriza a tecnologia apenas como o desenvolvimento de utensílios, aparelhos, ferramentas e técnicas instrumentais. A tecnologia pode proporcionar a interação entre professores e alunos no processo de aprendizagem quando apropriada para este fim. Nesse sentido e, segundo Gadotti (2000), a tecnologia serve como instrumento provocador da aprendizagem desde que o professor saiba selecionar as informações a serem manipuladas pelos alunos.

No que se refere a última categoria analisada – as políticas públicas e o redimensionamento da concepção de educação e da prática pedagógica – os professores articuladores foram unânimes em acreditar nessa perspectiva. Os desafios para o ensino de qualidade envolvem, segundo Moran (2000, p. 14) muitas variáveis.

Uma organização inovadora, aberta, dinâmica, com um projeto pedagógico coerente, aberto, participativo; com infraestrutura adequada, atualizada, confortável; tecnologias acessíveis, rápidas e renovadas. Uma organização que congregue docentes bem preparados intelectual, emocional, comunicacional e eticamente, bem remunerados, motivados e com boas condições profissionais, e onde haja circunstâncias favoráveis a uma relação efetivas com os alunos que facilite conhecê-los, acompanhá-los, orientá-los e uma organização que tenha alunos motivados, preparados intelectualmente e emocionalmente, com capacidade de gerenciamento pessoal e grupal.

As evoluções socioculturais e tecnológicas do mundo atual geram incessantes mudanças nas organizações e no pensamento humano e revelam um novo universo no cotidiano das pessoas. Isto exige independência, criatividade e autocrítica na obtenção e na seleção de informações, assim como na construção do conhecimento. Desta forma, o uso de redes de comunicação, dos recursos multimídia e o emprego da tecnologia computacional promovem a aquisição do conhecimento, o desenvolvimento de diferentes modos de representação e de compreensão do

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A Formação Docente nas Dimensões Ética, Estética e Política 2 Capítulo 14 188 pensamento.

Ademais, tem-se que levar em consideração que a aprendizagem resulta da relação sujeito-objeto como enfatizado por Piaget, Vygotsky e Freire, que solidários entre si, formam um todo. Dentro dessa visão a aprendizagem com a apropriação das tecnologias digitais passa do status individual para construtivo e colaborativo. Logo, o professor não é mais a única fonte de conhecimento, mas um construtor ativo que se relaciona com seus alunos numa perspectiva de aprender juntos e por meio das experiências.

6 | CONSIDERAÇÕES FINAIS

Podemos constatar que o professor do “chão da escola” – utilizando o termo de Vera Candau – necessita muito mais que a formação continuada que vem sendo oferecida. São muitas as angústias vivenciadas pelos profissionais da educação nesse modelo de sociedade onde o professor que teve sua formação inicial há algum tempo necessita atualizar-se frente a novos desafios. Um deles é a apropriação adequada das tecnologias da educação com vistas a contribuir com a aprendizagem de alunos na construção e reconstrução do conhecimento.

Destacamos nessa pesquisa revelada no ano de 2015 que a abordagem pedagógica valorizou a aprendizagem colaborativa e multiplicativa. E que de 2017 até os dias atuais, a nova gestão da diretoria do CEAFE vem desenvolvendo formações continuadas e em serviço para os professores da rede de ensino municipal de Aracaju SE, mas a figura do articulador tecnológico só voltou agora em 2019 devido à falta de recursos financeiros para pagamento desse profissional da educação. Assim, enfatizamos que depende dos professores e dos gestores da educação, que deverão tornar-se sensíveis aos projetos criativos e desafiadores através da apropriação das tecnologias digitais para os processos de aprendizagem.

Redimensionar a metodologia oferecida dentro da sala de aula demanda contemplar atividades que ultrapassem as paredes das salas, dos laboratórios e dos muros das universidades. Para responder às problemáticas existentes, as atividades desafiadoras necessitam da criação de espaços virtuais e presenciais dentro e fora da universidade. A abertura para contatos por meio da rede informatizada - que poderá ocorrer do professor para o professor, do professor para o aluno, dos alunos entre si, e dos alunos e professores com usuários da rede – propicia a inserção no universo mundial de informação e comunicação.

Para cumprir seu papel social, a escola não pode ignorar as tecnologias ou entrar em guerra contra elas e continuar utilizando uma linguagem distante da realidade. Essa constatação faz com que hoje o professor precise estar em constante formação continuada para realizar seu trabalho em colaboração com os alunos a fim de promover engajamentos destes. Neste sentido a formação do professor é aqui

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A Formação Docente nas Dimensões Ética, Estética e Política 2 Capítulo 14 189 entendida como um processo que se dá diariamente e está baseado em todas as suas experiências, vivências e relações, pois esta formação continua na prática, mediante os desafios que se lhe apresentam no dia-a-dia, na relação com os alunos e outros professores, na reflexão sobre a prática e nas discussões das teorias, das experiências e dos conflitos.

Se concordarmos que o aluno deve ser sujeito do conhecimento, as iniciativas de formação de professores devem também ver este profissional como sujeito do conhecimento e trabalhar com ele nesta perspectiva. E, nesse sentido, faz mister que os administradores da educação pública invistam mais na formação continuada de professores com o foco no aprender a fazer fazendo.

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A Formação Docente nas Dimensões Ética, Estética e Política 2 Índice Remissivo 278 ÍNDICE REMISSIVO A Acessibilidade 40 Análise 127, 139, 148, 201 Aprendizagem 61, 128, 133, 138, 139, 240, 243, 244, 255, 277 C Carreira 88, 113 Cultura 26, 159, 203, 214, 254, 279, 280, 288 D Desafios 201, 235 Diversidade 150, 158, 277 Docência 201 E EAD 220, 221, 222, 225 Educação 1, 2, 3, 4, 8, 9, 10, 11, 12, 16, 19, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 31, 34, 35, 36, 39, 40, 43, 45, 46, 47, 48, 49, 61, 63, 66, 70, 74, 75, 76, 86, 113, 116, 119, 120, 121, 122, 123, 126, 127, 139, 140, 141, 144, 146, 148, 149, 153, 155, 158, 159, 161, 171, 172, 176, 185, 186, 187, 189, 192, 194, 199, 201, 202, 203, 210, 213, 215, 216, 217, 218, 219, 221, 222, 225, 226, 229, 237, 238, 239, 244, 245, 246, 247, 254, 255, 257, 258, 266, 270, 273, 275, 277, 278, 279, 280, 287, 288, 289 Educação Sexual 289 Ensino 2, 12, 31, 35, 36, 37, 45, 62, 63, 65, 66, 68, 70, 73, 74, 116, 119, 122, 123, 127, 128, 129, 134, 138, 150, 167, 169, 175, 176, 178, 216, 227, 228, 229, 237, 238, 239, 240, 241, 243, 244, 249, 278, 284, 286 Escola 4, 10, 12, 18, 50, 51, 52, 55, 56, 59, 61, 62, 63, 70, 114, 138, 139, 142, 143, 144, 145, 146, 148, 185, 198, 235, 249, 251, 254, 280, 284, 286 Estética 2, 5 Ética 2, 281 Experiência 133, 138, 264 F Formação 2, 28, 31, 32, 39, 115, 127, 139, 141, 147, 148, 149, 158, 175, 178, 179, 183, 185, 186, 187, 189, 194, 201, 203, 215, 216, 219, 226, 229, 230, 237, 246, 266, 288, 289

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A Formação Docente nas Dimensões Ética, Estética e Política 2 Índice Remissivo 279 G Gênero 150, 151, 154, 158, 203, 213 Gestão 203 I Inclusão 49, 150, 158, 277, 278 Indivíduos 166 Informação 28, 29, 32, 129, 139, 188, 219 Intuir 50 L Ler 58, 65, 273 M Magistério 39, 119, 141, 148 P Pedagogia 116, 117, 119, 120, 121, 122, 123, 124, 126, 127, 201, 215, 237, 256, 257, 269, 287, 289 Perspectivas 139, 171, 201, 213 Pesquisa 1, 4, 7, 9, 11, 12, 113, 115, 116, 118, 122, 123, 126, 139, 148, 149, 172, 201, 203, 213, 246, 264, 277, 279, 284, 285, 286 Políticas 1, 148, 149, 172 Práticas 12, 75, 122, 148, 246, 257 Processo 50, 51, 85 Profissionais 219 Q Qualidade 173, 217, 218, 269 R Relações 11, 203 Respeito 150, 284 S Saberes 10, 149, 186, 201, 227, 230, 238 Sexualidade 289 Subjetividade 279

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A Formação Docente nas Dimensões Ética, Estética e Política 2 Ìndice Remissivo 280 T Tecnologias 28, 29, 31, 32, 35, 117, 129, 138, 175, 178, 179, 183, 194, 219, 226, 243, 244, 289 TIC 30, 31, 35, 179, 187, 188, 194, 195, 196, 197, 198, 199, 219, 222 Trabalho 8, 87, 112, 113, 150, 151, 155

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Referências

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