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UNIJUÍ UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL ALICE KIELING

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ALICE KIELING

A CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO AO DESPORTO E SUA EFETIVAÇÂO NO ÂMBITO MUNICIPAL

Ijuí (RS) 2013

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ALICE KIELING

A CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO AO DESPORTO E SUA EFETIVAÇÂO NO ÂMBITO MUNICIPAL

Monografia final apresentada ao Curso de Graduação em Direito, objetivando a aprovação no componente curricular Monografia.

UNIJUÍ – Universidade Regional do Noro-este do Estado do Rio Grande do Sul. DCJS – Departamento de Ciências Jurídi-cas e Sociais

Orientadora: Ms. Eloísa Nair de Andrade Argerich

Ijuí (RS) 2013

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edico este trabalho à minha família, pelo incentivo, apoio e confiança em mim depositados durante toda a minha jornada acadêmica.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, acima de tudo, pela vida, força e coragem.

À minha orientadora, pela sua dedicação e disponibilidade.

A todos que colaboraram de uma maneira ou de outra durante a trajetória de construção deste estudo, meus agradecimentos!

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“Interpretar a lei é revelar o pensa-mento que anima as suas palavras.”

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RESUMO

O presente estudo monográfico faz uma análise da constitucionalização do direito ao desporto, cujo tema possui uma seção específica na CF/88. Busca-se, portanto, analisar o art. 217, o qual garante a todos o direito ao desporto, seja por meio da educação formal ou não formal. Também, aborda-se a atuação da justiça desportiva no seu conjunto de instâncias autônomas e independentes para, posteriormente, discutir a sua efetivação no âmbito municipal e sua importância no desenvolvimento do ser humano.

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ABSTRACT

The present research monograph analyzes the constitutionalization of the right to sport with the inclusion of a specific section in CF/88, trying to analyze art. 217, which guarantees everyone the right to sport, either through formal or non-formal. Also addressed will be on the role of sports justice in its set of autonomous and independent bodies, and then briefly discuss its realization within the municipality and its importance in human development.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 9

1 DESPORTO NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO ... 11

1.1 A constitucionalização do desporto ... 11

1.2 O regime jurídico-desportivo ... 13

1.2.1 A legislação desportiva e o direito desportivo ... 15

1.2.2 A atuação da justiça desportiva ... 20

2 A CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO AO DESPORTO E SUA EFETIVAÇÃO NO ÂMBITO MUNICIPAL ... 23

2.1 Direito ao desporto: direito individual ou social ... 23

2.1.1 Conceito e características ... 24

2.1.2 Políticas públicas para proteção e o incentivo às manifestações desportivas municipais... 28

CONCLUSÃO ... 31

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INTRODUÇÃO

O presente estudo visa compreender a constitucionalização do direito ao desporto, cujo tema possui inserção específica na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CF/88). Esta busca é necessária para investigar a sua efetiva atuação, ou seja, observar se realmente o Estado vem proporcionando a todos o direito ao desporto, atividade que está atrelada ao lazer e que objetiva integrar todos os cidadãos na vida social, proporcionando-lhes melhores condições de vida.

Para efetivar a realização deste estudo foi utilizado o método de abordagem hipotético-dedutivo, observando procedimentos que dizem respeito a pesquisas bibliográficas e eletrônicas. Dessa forma, buscou-se analisar as mais diversas informações coletadas a respeito do assunto, a fim de garantir o conhecimento do direito ao desporto e seu funcionamento no âmbito jurídico e administrativo, solucionando conflitos na área esportiva.

Inicialmente, o primeiro capítulo apresenta uma abordagem referente à constitucionalização do desporto, haja vista sua recente inclusão como norma constitucional e como direito do cidadão. Esta análise tem o intuito de verificar como vem sendo reconhecida a sua disciplinação na legislação infraconstitucional. O texto analisa, também, o regime jurídico desportivo, e como a Justiça Desportiva atua em contraposição à jurisdição.

O segundo capítulo analisa de forma mais pontual a constitucionalização do Direto ao Desporto e sua efetivação no âmbito municipal, conceitos e características,

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políticas públicas para proteção e incentivo às manifestações desportivas municipais. Também, visa verificar os benefícios proporcionados pelas atividades à saúde e à cultura, bem como a possibilidade de inserção social das mais diversas camadas sociais, e a real importância do papel do Estado/Município na implementação das políticas públicas.

A partir deste estudo pretende-se verificar a necessidade e a importância da atuação dos Poderes públicos no sentido de fomentar as práticas desportivas formais e não formais, objetivando a formação do ser humano mediante a busca do bem-estar e da integração social.

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1 DESPORTO NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO

Neste capítulo são abordados aspectos referentes à constitucionalização do desporto, haja vista ser bastante recente a sua inclusão como norma constitucional e como direito do cidadão. A abordagem sobre o desporto exige, inicialmente, que o debate seja devidamente situado, a fim de se verificar como o tema vem sendo disciplinado na legislação infraconstitucional, já que apesar de se tratar de uma disciplina autônoma, está condicionada a princípios e regras constitucionais.

Outrossim, igualmente será feita uma abordagem sobre o regime jurídico desportivo, bem como sobre a atuação da Justiça Desportiva que, na realidade, é uma exceção do princípio da jurisdição, mas que o constituinte originário assim entendeu proceder ante as peculiaridades de tal disciplina.

1.1 A constitucionalização do desporto

Anterior à promulgação da CF/88 nenhuma das Constituições contemplou em seus textos algo sobre o direito ao Desporto. Pode-se afirmar até que anteriormente os textos constitucionais não demonstraram grande preocupação com a questão específica da escolarização em detrimento de um processo educativo mais abrangente, tampouco com o direito ao Desporto. Todavia, falar em direito ao desporto implica falar em direito à educação escolar e, como se sabe, o acesso à educação escolar ainda não foi plenamente concretizado. Portanto, muitas etapas deverão ser cumpridas até que se possa afirmar que o direito ao desporto é objeto de políticas públicas e sociais.

O direito do Desporto teve a sua primeira redação oficializada na CF/88, quando estabeleceu no caput do seu art. 217 ser “dever do estado fomentar práticas desportivas formais e não formais, como direito de cada um.” É a primeira vez, portanto, na história do constitucionalismo pátrio, que se garante a cada cidadão o direito ao desporto.

Neste sentido, Capez (2003, p. 122) assevera que o desporto “é um valor cultural protegido, estimulado e fomentado pelo Estado, representando a sua prática

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regular elevado benefício social [...] e é interesse direto da União protegê-lo.” Por essa razão, a CF/88 adotou uma renovada e abrangente conceituação do fenômeno desportivo existente no cenário internacional:

A constitucionalização do desporto através do art. 217 da Carta Magna de 1988 teve, primacialmente, a virtude de ressaltar que as decantadas potencialidades do desporto brasileiro ganham mais consistência e força expressiva, quando é a própria Constituição que aponta diretrizes para que as atividades desportivas desenvolvam-se em clima de harmonia, de liberdade e de justiça com sentido de responsabilidade social, além de dotar o desporto nacional de instrumentos legais para, se não reduzir, pelo menos resolver desportivamente grande parte das demandas entre os atores desportivos. (MELO FILHO, 2004, p. 32).

Observa-se, assim, a importância do desporto para o desenvolvimento do homem e sua integração social. É nesse sentido que no texto constitucional, inciso IV do art. 217 fica evidente que é dever do Estado proteger e incentivar as manifestações desportivas e, com isso, fomentar a política da saúde, do bem-estar e do lazer.

Insta ressaltar o posicionamento de Miranda (2011, p. 10) sobre o assunto:

O estado tende a assumir a função de protagonista na sua implementação e desenvolvimento, haja vista a contribuição que o desporto dá para o desenvolvimento sociocultural da sociedade, seja como fator da produção da saúde ou da educação da comunidade.

Assim, dar destaque ao esporte é contextualizá-lo desde as origens do ser humano até as inúmeras maneiras ou formas atuais de sua prática. Outrossim, ele se manifesta num simples aspecto lúdico caracterizado pelo gosto de brincar, desatrelado de qualquer outro interesse ou, ainda, como uma maneira de competição e enfrentamento saudável na busca de resultados.

A Carta Magna atrela o desporto ao lazer com o objetivo de integrar socialmente todos os cidadãos, constituindo-se numa ferramenta utilizada pelo Estado para melhorar a condição de vida da população, principalmente para as classes sociais inferiores. Nesse aspecto, Miranda (2011, p. 9) enfatiza que:

[...] o lazer, através do desporto, uma prestação a ser implementada pelo poder público como utensílio que busca atingir a igualdade material entre as pessoas, dotando-as de instrumentos capazes de conduzi-las a uma existência reconhecidamente digna [...].

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Ademais, o desporto tem contribuído de forma relevante para melhorar e preservar a saúde de todos os cidadãos, proporcionando-lhes uma ocupação saudável no tempo livre. Além disso, o desporto educa, faz com que o indivíduo se desenvolva e, por meio do respeito, do empenho, do sacrifício, da superação de limites, expandem-se os seus valores e objetivos.

Atualmente, as atividades desportivas são importantes para o crescimento e desenvolvimento do indivíduo, proporcionando um bem-estar físico, psíquico e social. Tudo isso em função da vida que se leva na contemporaneidade, quando é difícil encontrar o bem-estar. Certamente, a promoção do desporto, seja pelos meios oficiais ou particulares, auxilia muito a integração social.

Até recentemente era impossível pensar na inserção do direito ao desporto como uma disciplina que apresenta autonomia. Isso porque durante muito tempo sofreu isolamento e falta de atenção do legislador constituinte originário. Mas, aos poucos, ganhou visibilidade e deixou de ser visto apenas como um direito voltado ao esporte de alta rentabilidade e rendimento, e passou a ser entendido por outra lógica: a de que é muito mais amplo do que a prática desportiva. Trata-se, na verdade, de um conjunto de atividades necessárias ao pleno desenvolvimento humano, possuindo, inclusive, um regime jurídico próprio.

1.2 O regime jurídico-desportivo

Para melhor compreender o regime jurídico do desporto é necessário entender o que significa essa expressão na área administrativo-constitucional, quando se faz referência ao regime jurídico do desporto.

Pode-se afirmar que na área administrativa são dois os regimes jurídicos conhecidos, ou seja, o regime jurídico de direito público e o regime de direito privado. No primeiro caso, segundo Di Pietro (2011, p. 479), “a norma sempre impõe desvios ao direito comum para permitir à Administração Pública, quando dele se utiliza, alcançar os fins que o ordenamento jurídico lhe atribui”, com prerrogativas, restrições e sujeições que lhe permitem assegurar a supremacia do interesse público sobre o particular. No segundo caso, o que se verifica não é uma sujeição e

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prerrogativas às regras de direito público, onde as decisões se originam da vontade do Estado, e sim, pessoas privadas, criadas com origem na vontade do particular, apresentando nítida finalidade de interesse próprio e com fins lucrativos, verificando-se, portanto, a ausência de prerrogativas autoritárias.

É possível, assim, entender o regime jurídico do desporto. Outrossim, é interessante ressaltar que não é tarefa das mais fáceis fazer o seu enquadramento, pois mesmo sendo considerada uma disciplina autônoma, ainda encontra suporte e validação em institutos do direito constitucional e administrativo, embora em termos de legislação seja autossuficiente. Assevera Schmitt (2004, p. 1) nesse sentido que:

A existência de uma disciplina autônoma está condicionada a um conjunto sistematizado de princípios e normas, identificadoras e peculiares de uma realidade, distintas de demais ramificações do Direito. O reconhecimento do Direito Desportivo passa, portanto, pela formação de uma unidade sistemática de princípios e normas.

A peculiaridade do direito aplicável ao desporto é inegável. Álvaro Melo Filho sintetiza com maestria o emaranhado de normas desportivas, ao asseverar que o “desporto é, sobretudo, e antes de tudo, uma criatura da lei. Na verdade, não há nenhuma atividade humana que congregue tanto o direito como o desporto: os códigos de justiça desportiva, as regras de jogo, regulamentos de competições, as leis de transferências de atletas, os estatutos e regimentos das entidades desportivas, as regulamentações do doping, as normas de prevenção e punição da violência associadas ao desporto, enfim, sem essa normatização o desporto seria caótico e desordenado, à falta de uma regulamentação e de regras para definir quem ganha e quem perde.”

Celso Antônio Bandeira de Mello, assevera que surge o regime jurídico administrativo embasado na “composição de elementos, sob perspectiva unitária, denominada sistema. Um sistema coerente, lógico e harmônico de elementos em todo unitário, integrado em uma realidade maior.” Nesse panorama sistêmico, que emprestamos do Direito Administrativo, é que se pretende fundamentar a existência do Direito Desportivo a partir de um determinado regime jurídico, o regime jurídico desportivo.

O Direito Desportivo, portanto, possui particularidades que o diferenciam das demais áreas do direito, mas na realidade é uma área que possui regras, e uma normatização que congrega todas as atividades desportivas. Observa-se que mesmo convivendo harmonicamente com as demais áreas do direito,

[...] o novo Código Brasileiro de Justiça Desportiva conceitua o processo desportivo como sendo o instrumento pelo qual os órgãos judicantes aplicam o Direito Desportivo aos casos concretos. Nesse contexto, com elogiável originalidade em uma única frase, o CBJD tanto contempla a figura de um processo (desportivo) dissociado dos tradicionais civil, penal, administrativo, dentre outros -, como reconhece expressamente a existência de um regime jurídico próprio ao desporto. (SCHMITT, 2004, p. 23).

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Necessário se faz frisar que mesmo sendo considerado autossuficiente, o Direito Desportivo encontra sua sustentação em outras áreas do conhecimento humano. Não há como subsistir sem a utilização das demais áreas do direito e do conhecimento humano, tais como a Psicologia, a Psicanálise, a Economia, entre outras.

Schmitt (2004, p. 22) ressalta ainda que:

As relações humanas regidas por normas jurídicas, formadoras do Direito, são enriquecidas pela interpretação do saber existente em diferentes campos de estudo, como na Filosofia, Antropologia, Psicanálise, entre outros. Para a superação do dualismo cartesiano, Merleau-Ponty assinala que “O corpo não é mais um objeto. [...] sua unidade é sempre implícita e confusa.” Com isso, nem mesmo o ser humano, essência da expressão e do comportamento, pode ser objeto de um estudo fragmentado.

De fato, hoje é inadmissível que uma área do Direito sobreviva autonomamente, mesmo reconhecendo um regime próprio do desporto, pois há necessidade de relacionar-se com as demais áreas do conhecimento para tornar-se mais forte e mais dinâmica. A interdisciplinaridade existente entre as áreas do conhecimento são imprescindíveis para que se possa realizar atividades que complementem a mente e o corpo.

Neste contexto surge a necessidade da elaboração de regras que possibilitem às atividades ligadas ao esporte se pautarem em leis claras, sérias, sem casuísmo. O futuro do desporto profissional no Brasil depende de uma estrutura jurídica que lhe dê segurança.

1.2.1 A legislação desportiva e o direito desportivo

Com o advento da CF/88, e com a institucionalização de normas constitucionais voltadas ao desporto formal e não formal no seu art. 217, surgiu a necessidade de se elaborar uma legislação mais moderna e adequada à realidade brasileira. Impõe-se de pronto, por questão de justiça, enfatizar que em boa hora surgiu o novo Código Brasileiro de Justiça Desportiva a fim de “modernizar e aprimorar parte importante do desporto brasileiro, [...] melhorando grandemente o

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aperfeiçoamento de aplicação da Justiça Desportiva em todos seus patamares, dada a sua abrangência multifacetada.” (NUNES, 2004, p. 3).

Isso significa dizer que o novo Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), aprovado pela Resolução CNE nº 1, de 24 de dezembro de 2003, publicada no D.O.U. - Seção 1, p. 182, de 24 de dezembro de 2003; republicada, em parte, no D.O.U. - Seção 1, p. 98, de 29 de dezembro de 2003; alterado pela Resolução nº 11, de 29 de março de 2006, publicada no D.O.U. – Seção 1, p. 169, de 31 de março de 2006; e referendado pela Resolução nº 13, de 4 de maio de 2006, publicada no D.O.U. – Seção 1, p. 55, de 23 de maio de 2006, passou a ser o documento oficial da Justiça Desportiva. Seu intuito foi consolidar um conjunto de medidas, ou seja, um autêntico “código de conduta, disciplina e justiça desportivas à altura das necessidades do desporto nacional” (NUNES, 2004, p. 3), o que será melhor explicitado posteriormente neste estudo.

Esse Código veio substituir, em boa hora, as famosas e polemizadas Leis Zico e Pelé, respectivamente Leis n. 8.672/93 e 9.615/98, consideradas verdadeiras colchas de retalhos legislativos.

Necessário se faz retroagir no tempo e analisar a legislação desportiva a partir das leis acima mencionadas, as quais em nada contribuíram para a melhoria do desporto em âmbito nacional.

Observa-se que a Lei Zico (Lei n. 8.672/93) contribuiu muito para o descrédito do desporto no Brasil, pois tratava de temas que envolviam situações entre empresários e atletas, como a polêmica Lei do Passe. Segundo Rodrigues e Gonçalves Advogados Associados (2012), sua intenção era promover a autonomia, a soberania, o prazer e a melhoria da qualidade de vida do homem, da mulher e da comunidade. Sua implementação transformou o esporte em "testa de ferro" da malandragem, ao permitir a reabertura da jogatina no País. A lei sofreu muita pressão das entidades desportivas e dirigentes, que pediam principalmente a retirada do artigo que revogava a Lei do Passe.

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A compreensão que se tem desta lei não é das mais favoráveis ao desporto, pois aquela que deveria gerar a segurança entre atletas, empresários e agremiações, promovendo o desenvolvimento do esporte, transformou-se em um verdadeiro campo de batalha. Se por um lado, a Lei Zico visava à melhoria da qualidade do esporte, em qualquer de suas modalidades, por outro trouxe para o âmbito das discussões as mazelas e crises que envolviam dois grandes clubes do Estado de São Paulo e seus dirigentes, envolvidos em desvio de recursos e em denúncias de corrupção (SILVA, 2010, p. 65-67).

Essa Lei previa pesadas sanções aos dirigentes, proteção desmedida das agremiações, proteção da saúde dos atletas, enfim, exercia um controle muito grande das atividades dos empresários da área desportiva. Isso criou uma insegurança entre os envolvidos na Justiça Desportiva e conflitos começaram a surgir de forma muito acentuada, exigindo sua reformulação ou revogação.

Necessário se faz, ainda, mencionar que essa lei abordava também a “regulamentação formal de direitos de imagem e de arena” (RODRIGUES E GONÇALVES ADVOGADOS ASSOCIADOS, 2012) e foi um dos aspectos que mais contendas gerou entre atletas profissionais, principalmente jogadores de futebol e empresários que, sentindo-se lesados em seus direitos, buscaram a solução via judicial, o que ainda ocorre nos dias de hoje.

Neste sentido, as manifestações de Rodrigues e Gonçalves Advogados Associados (2012) acerca do tema vêm ao encontro do exposto, quando enfatizam que,

Hoje nos tribunais, por exemplo, uma das questões mais discutidas no direito desportivo trata do recebimento de valores a título de direito de arena e direito de imagem. Embora digam respeito a todos os atletas profissionais, essas matérias em sua maioria compõem conflitos entre clubes e jogadores de futebol.

Asseveram Rodrigues e Gonçalves Advogados Associados (2012) que essa lei desportiva trouxe em seu bojo muitas novidades, entre elas:

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[...] a responsabilização dos dirigentes por gestão temerária, a proteção dos interesses das agremiações que investem em jovens atletas, proteção da saúde dos atletas, cláusulas penais indenizatória e compensatória, controle da atividade dos empresários, regulamentação formal de direitos de imagem e de arena, entre outros aspectos. Hoje nos tribunais, por exemplo, uma das questões mais discutidas no direito desportivo trata do recebimento de valores a título de direito de arena e direito de imagem. Embora digam respeito a todos os atletas profissionais, essas matérias em sua maioria compõem conflitos entre clubes e jogadores de futebol. (RODRIGUES E GONÇALVES ADVOGADOS ASSOCIADOS, 2012).

Contudo, como se vê, a Lei Zico, apesar de ser uma legislação que se preocupava com a melhoria e desenvolvimento das condições relativas ao desporto como um todo, ao invés de melhorar as relações entre atletas profissionais, agremiações desportivas e empresários, provocou o seu acirramento. A Lei Zico começou então a sofrer pressões para retirar de seu texto a Lei do Passe, ou que fosse criado outro texto que modificasse o atual.

Cumpre referir que em 1998 foi a vez da Lei Pelé (Lei 9.615/98) propor, entre outras mudanças:

[...] o fim da Lei do Passe, redefinir mecanismos fiscalizadores e regulamentar as novas formas comerciais no futebol. Para os especialistas, o principal marco de mudança no cenário do esporte foi a Lei 9.615/1998 (Lei Pelé), que substituiu a Lei do Passe, e trouxe um novo regime, com mecanismos de controle das agremiações, composição dos tribunais desportivos e incentivo à profissionalização.

Verifica-se, assim, que cedendo às pressões exercidas pelos dirigentes dos grandes clubes de futebol, estes acabaram vencendo e surgiu a Lei nº 9.615/98 – chamada de Lei Pelé. A referida lei repercutiu diretamente na esfera dos interesses de todos que fazem parte da área desportiva, atingindo “todos os atores desportivos, destacadamente, dirigentes, atletas, árbitros, julgadores, empresários, jornalistas desportivos e torcedores.” (MELO FILHO, 2004, p. 34).

Profundo conhecedor do assunto, Melo Filho (2004, p. 34) afirma que:

Note-se, estamos diante de um avançado ordenamento desportivo com princípios e regras próprias, além de novos institutos jurídico-desportivos de que são exemplos maiores a cláusula indenizatória desportiva e a cláusula compensatória desportiva, que materializam um "jogo de contrapartidas" de interesses, garantias e riscos jusdesportivo-trabalhistas de atletas e clubes.

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Certamente que tal lei apresentou radicais medidas ao desporto e desportistas, uma vez que “materializou alterações tortuosas na roupagem jurídica das normas de direito desportivo, às vezes ao sabor das conveniências e de projetos pessoais, debilitando a estabilidade e segurança das relações jusdesportivas.” (MELO FILHO, 2004, p. 35).

Regulado pela Lei 9.615/98 (Lei Pelé), o direito de arena decorre de participação do atleta nos valores obtidos pela entidade esportiva com a venda da transmissão ou retransmissão dos jogos em que ele atua. Ou seja, do montante negociado, a lei diz que o atleta tem direito a um percentual, que deverá ser proporcionalmente rateado entre todos os jogadores, inclusive os reservas. A doutrina e a jurisprudência trabalhistas têm entendido que o valor pago a título de direito de arena integra a remuneração do empregado e se equipara às gorjetas, uma vez que é pago por terceiros, e não diretamente pelo empregado.

Desta forma, como referido anteriormente, a jurisprudência e a doutrina trabalhista entendem que a remuneração do atleta se refere ao direito de arena, diferentemente do direito de imagem, que é uma negociação entre atleta e clube, um contrato particular. Trata-se, portanto, da “[...] exploração da imagem do atleta, que não se confunde com relação trabalhista dele com o clube, embora normalmente a intermediação entre os atletas e os patrocinadores seja feita pelo clube.” (RODRIGUES E GONÇALVES ADVOGADOS ASSOCIADOS, 2012).

O ministro do Tribunal Superior do Trabalho (BRASIL, 2012), Guilherme Caputo Bastos, defende que a legislação trabalhista deve elaborar uma lei específica para o futebol, pois a Justiça do Trabalho só pode analisar questões referentes a contrato de trabalho.

A Justiça do Trabalho só pode analisar questões que advenham do contrato de trabalho. Atletas de natação, voleibol, basquetebol, por exemplo, nenhum deles tem contrato de trabalho com o clube. As remunerações são fruto de patrocínio, de investimentos, marcas esportivas, que acabam retornando ao atleta em forma de bolsa. As pessoas perguntam muito por que nós não analisamos essas questões, e eu digo que é porque não há contrato de trabalho. É um contrato de prestação de serviços remunerada, não é de emprego. Portanto, se não há contrato de trabalho, deve ser dirimida na Justiça Comum. Os atletas são profissionais, apenas não há um contrato de trabalho. Acredito que seria mais razoável que o Sindicato dos Atletas fizesse essa averiguação. Ninguém sabe o que rege a situação desses atletas.

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Percebe-se que a legislação desportiva ainda necessita de reajustes nesta área, havendo ainda muito a se trabalhar com ela, pois precisa se adequar às necessidades e interesses, buscando uma proteção com referência ao trabalho do atleta. Sobretudo no que diz respeito à atividade laboral exercida pelos atletas (seja pela modalidade que for), que se diferencia da atividade exercida pelo trabalhador regido pela CLT, exige uma atuação da justiça desportiva de forma adequada aos interesses do atleta-trabalhador a fim de proteger seus direitos.

1.2.2 A atuação da justiça desportiva

Para analisar a atuação da Justiça Desportiva é relevante abordar a forma como essa ocorre, ou seja, compreender o princípio constitucional da jurisdição que se dá no âmbito do Poder Judiciário.

Para tanto, convém assinalar que o postulado constitucional no qual a jurisdição é monopólio do Poder Judiciário do Estado, deixa evidenciado que “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito, conforme artigo 5˚, inciso XXXV, da CF/88.”

Não é difícil, porém, compreender porque o constituinte de 1988 trouxe como novidade a exceção constante no art. 217, § 1º, que determina que os conflitos em matéria desportiva sejam resolvidos por um tribunal especializado e à parte da jurisdição comum, sem que o Juiz de Direito, com competência para tal, seja o encarregado.

Claro está que isso se dá devido à premência/urgência em se obter os resultados na solução dos conflitos na área do desporto, haja vista a morosidade do Poder Judiciário decorrente de razões que não cabe aqui discorrer.

Em sendo a Justiça Desportiva a encarregada de dirimir conflitos referentes ao desporto, enfatiza-se que a mesma tem origem constitucional e é o instrumento específico e limitado administrativamente ao processo que tem por fim solucionar as infrações disciplinares na área desportiva. Reafirma-se, assim, que a Justiça Desportiva é formada por um conjunto de instâncias desportivas autônomas e

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independentes, que têm a finalidade de apreciar as questões concernentes às disciplinas e às competições desportivas, isto é, trata-se da organização judiciária instituída constitucionalmente para aplicar o Direito Desportivo.

Para corroborar com o exposto, Schmitt (2004, p. 10) ressalta que:

Justiça Desportiva pode ser conceituada como o conjunto de instâncias desportivas autônomas e independentes das entidades de administração do desporto dotadas de personalidade jurídica de direito público ou privado, com atribuições de dirimir os conflitos de natureza desportiva e de competência limitada ao processo e julgamento de infrações disciplinares definidas em códigos desportivos.

Na Exposição de Motivos do Código Nacional de Justiça Desportiva às Competições da Administração Federal – Ministério do Esporte 9, fazemos algumas considerações sobre o tema, quais sejam: (i) o reconhecimento constitucional da Justiça Desportiva com atribuições de dirimir os conflitos de natureza desportiva e competência limitada ao processo e julgamento de infrações disciplinares definidas em códigos desportivos; (ii) a estrutura orgânica da Justiça Desportiva proposta pela Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998, destinada às entidades de administração do desporto de cada sistema, sendo deferido à Administração Pública reconhecer suas peculiaridades e estabelecer a organização, o funcionamento e as atribuições da Justiça Desportiva incidente sobre suas competições, respeitados os princípios gerais insculpidos na legislação de regência.

Desta forma, ao julgar qualquer matéria de sua competência, observa-se que o fato só produz efeitos no mundo do desporto, o que não impede que a competência da Justiça Desportiva seja afastada e se permita a imediata busca do Judiciário para defesa dos interesses na área esportiva.

A CF/88, em seu texto constitucional, reconheceu um limite formal dos litígios desportivos perante o Poder Judiciário, podendo ser procurada a instância superior após o esgotamento da Justiça Desportiva.

[...] a Justiça Desportiva revela-se como meio ideal para solução de conflitos estabelecidos no âmbito desportivo, pois permite a solução rápida e devidamente fundamentada, a custos mínimos e de maneira eficiente, respeitados os princípios inerentes ao devido processo legal. (SCHMITT, 2004, p. 11).

Pode-se afirmar, enfim, que a Justiça Desportiva tem plena competência para atribuir sanções aos atletas no espaço de competições. Caso a sanção imposta aos competidores resulte numa lide de natureza criminal, tributária ou fira um princípio constitucional, não merece ser apreciada pela Justiça Desportiva.

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Observa-se, assim, que caso a matéria não seja expressamente regulada na legislação desportiva, ou afete direitos de ordem profissional e econômica, não é necessário que se esgotem as instâncias da Justiça Desportiva, devendo ser procurado diretamente o Poder Judiciário. Schmitt (2004, p. 15) ressalta que:

O assunto em exame é relativamente polêmico e já foi objeto de intenso estudo publicado na Revista Brasileira de Direito Desportivo, o qual recomendamos integral leitura e que apresenta a seguinte síntese conclusiva: (i) O conflito entre os princípios de esgotamento da instância desportiva e do acesso ao Judiciário é apenas aparente e tais comandos constitucionais podem conviver harmoniosamente pela aplicação do princípio estruturante da cedência recíproca, inexistindo negação interna ou qualquer obstáculo de compatibilidade de conteúdo; (ii) a precitada convivência harmoniosa dos artigos 5º, XXXV e 217, §§ 1º e 2º, a CF/88 está diretamente relacionada com a observância da competência conferida pela Carta da República à justiça desportiva em matéria de competições e disciplina desportiva. Com efeito, a regra geral é o esgotamento da instância desportiva. Todavia, qualquer vício capaz de produzir lesão ou ameaça de lesão a direito configurará o não cumprimento do seu papel constitucional. Tais vícios decorrem comumente de inobservância dos prazos constitucionais, composição irregular das instâncias desportivas, supressão de instância desportiva ou mesmo de análise de matéria que refoge da área delimitada, como, por exemplo, lides de ordem trabalhista, societária, penal, dentre outras que não estão diretamente relacionadas a competições e disciplina.

Assim sendo, caberá ao lesado provar perante o Poder Judiciário que seus direitos foram violados. Além disso, não poderá ficar atrelado às decisões meramente administrativas e que não fazem coisa julgada, mesmo que tenha ocorrido a constitucionalização do direito ao desporto. Não se pode deixar de ressaltar ainda, que a lesão ou ameaça à lesão de direito é um postulado constitucional que não pode ser deixado de lado para contemplar uma justiça que é meramente administrativa.

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2 A CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO AO DESPORTO E SUA EFETIVA-ÇÃO NO ÂMBITO MUNICIPAL

É notório que o constituinte originário teve a intenção de constitucionalizar o Direito ao Desporto com o objetivo de tutelar direitos relacionados à área desportiva, haja vista que com a procura do Judiciário para dirimir os conflitos desportivos pode ocorrer uma obstaculização à efetivação dos direitos submetidos à sua atuação. É evidente que o caráter administrativo da Justiça Desportiva contribui muito para a celeridade das decisões que são tomadas nessa área.

Ressalta-se, contudo, que a solução dos conflitos no âmbito desportivo e a procura da instância desportiva possuem nítido caráter administrativo. Além disso, é mais célere, informal e oferece resposta imediata aos problemas apresentados, enquanto que na Justiça comum isso pode se alongar. Muitas vezes a morosidade da Justiça comum, aliada ao desconhecimento e despreparo dos operadores do Direito com relação às regras jurídico-desportivas, conduz à denegação da Justiça ao caso concreto.

Observa-se ainda que o art. 217 da CF/88 reconhece que o desporto apresenta peculiaridades que necessitam ser trabalhadas em todos os seus aspectos, ou seja, que envolvam a saúde, educação e desenvolvimento sociocultural, incluindo políticas voltadas à inserção das camadas sociais e à efetivação desses direitos.

É necessário ressaltar que é no âmbito municipal que as políticas públicas podem ser implementadas e propiciarem a prática desportiva para jovens, idosos e grupos sociais hipossuficientes. Pergunta-se, portanto: o direito ao desporto é um direito social ou individual?

2.1 Direito ao desporto: direito individual ou social

Antes de adentrar no tema em questão é importante mencionar que o art. 217, caput, da CF/88, dispõe: “É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não formais, como direito de cada um, observados: [...].” (grifo nosso). A partir disso é possível afirmar se o direito ao desporto é individual ou social.

(25)

Tal dispositivo, ao mencionar que o direito ao desporto é considerado direito

de cada um, permite realizar uma leitura do que Silva (2010, p. 190) afirma sobre o

assunto. Nesse sentido, o autor refere que “direitos fundamentais do homem-indivíduo são aqueles que reconhecem autonomia aos particulares, garantindo a iniciativa e a independência aos indivíduos, diante dos demais membros da sociedade política e do próprio Estado.”

Numa análise rápida do caput do art. 217, da CF/88, em confronto com o pensamento de Silva (2010), é evidente que o direito ao desporto pode ser considerado um direito individual. Entretanto, se analisado sob a ótica de que o Estado deve ser o fomentador das políticas públicas, então nessa área é um direito social.

Não é tarefa das mais fáceis catalogar o direito ao desporto e colocá-lo em apenas uma dimensão, pois tanto os direitos civis, de primeira dimensão/geração, como os direitos de terceira dimensão/geração, possibilitam o enquadramento do desporto como direito individual ou social, dependendo da ótica a ser analisado. Por isso, torna-se relevante para este estudo abordar o conceito e as características dos direitos fundamentais, mesmo que sem aprofundá-los.

2.1.1 Conceito e características

Muitas têm sido as expressões utilizadas para denominar os direitos humanos. Por ora será utilizada a expressão direitos fundamentais, pois foram positivados e acolhidos pela CF/88, e também porque o direito ao desporto é um direito reconhecido a todos.

Pode-se, assim, em linhas gerais, afirmar que os direitos fundamentais são considerados normas declaratórias, pois ao estabelecer prerrogativas ao cidadão está declarando que o Estado deve abster-se de interferir na esfera privada, salvo se houver violação por parte do particular na liberdade do outro.

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Direitos fundamentais do homem constituem a expressão mais adequada a este estudo, porque, além de referir-se a princípios que resumem a concepção do mundo e informam a ideologia política que cada ordenamento jurídico, é reservada para designar, no nível do direito positivo, aquelas prerrogativas e instituições que ele concretiza em garantias de uma convivência digna, livre e igual de todas as pessoas. No qualificativo fundamental acha-se a indicação de que se trata de situações jurídicas sem quais a pessoa humana não se realiza, não convive e, às vezes, nem mesmo sobrevive; fundamentais do homem no sentido de que todos, por igual, devem ser, não apenas formalmente reconhecidos, mas concreta e materialmente efetivos do homem, não como o machado da espécie, mas no sentido de pessoas humanas. Direitos fundamentais do homem significa direitos fundamentais da pessoa humana ou direitos fundamentais. É com esse conteúdo do que a expressão direitos fundamentais encabeça o Título II da Constituição, que se completa, com direitos fundamentais da pessoa humana expressamente, no art. 17.

É imprescindível, portanto, analisar os conceitos trabalhados pela doutrina para depois enquadrar o direito ao desporto como um direito individual ou social, subespécie dos direitos fundamentais. Para alguns constitucionalistas, apenas as expressões “direitos humanos” e “direitos fundamentais” diferem, mas o significado é o mesmo, sendo a primeira a denominação preferida dos tratados e documentos internacionais (SILVA, 2010, p. 175-176).

No entendimento de Silva (2010), ambos os significados são corretos. Assim, as expressões direitos humanos e direitos individuais se revestem de importância para o entendimento do proposto:

Direitos humanos é a expressão preferida nos documentos internacionais. Contra ela, assim, como contra a terminologia “direitos do homem”, objeta-se que não há direitos que não objeta-seja humano ou do homem, afirmando-objeta-se que só o ser humano pode ser titular de direitos. Talvez já não mais assim, porque, aos poucos, se vai formando um direito especial de proteção dos animais.

Direitos individuais dizem-se os direitos do indivíduo isolado. Ressumbra individualismo que fundamentou o aparecimento das declarações do século XVIII. É terminologia que a doutrina tende a desprezar cada vez mais. Contudo, é ainda empregada para denotar um grupo dos direitos fundamentais, correspondente ao que se tem denominado direitos civis ou liberdades civis. É usada na Constituição para exprimir o conjunto dos direitos fundamentais concernentes à vida, à igualdade, à liberdade, à segurança e à propriedade. (SILVA, 2010, p. 176).

Observa-se, contudo, que os direitos fundamentais e direitos humanos não podem ficar separados por diferenças meramente metodológicas, ou seja, à mercê da classificação adotada pelo autor, uma vez que ambos se complementam.

(27)

Galindo (2006, p. 48-49) não discorda quanto à existência de uma diferenciação entre os direitos humanos e direitos fundamentais, pois entende que

[...] os primeiros como aqueles imanentes, inerentes a todos os serem humanos em qualquer época e lugar, enquanto os segundos são os direitos humanos efetivamente positivados e reconhecidos pelos ordenamentos jurídicos na esfera estatal e internacional. Todos os direitos fundamentais são direitos humanos, mas nem todos os direitos humanos se tornam fundamentais, pois [...] a expressão “direitos fundamentais” é que tem um sentido mais restrito, já que se refere, no nosso entender, apenas aos direitos humanos positivados, enquanto que a locução “direitos humanos” é mais abrangente, abarcando todo e qualquer direito inerente à pessoa humana, positivado ou não.

Nesse sentido, os direitos humanos podem ser considerados como um conjunto de valores absolutos, indispensáveis para a dignidade e vida humana. Precisam, porém, estar consolidados pelo Direito Constitucional brasileiro para produzirem eficácia.

Os ensinamentos de Pes (2010, p. 41) nesse sentido esclarecem que:

Qualquer tentativa neste sentido que almeje abranger a forma definitiva, completa e abstrata, isto é, com validade universal, o conteúdo material, ou seja, a fundamentabilidade material dos direitos fundamentais, está fadada, no mínimo, a um certo grau de dissociação da realidade de cada ordem constitucional individualmente considerada.

[...] A definição material está no sentido de que os direitos fundamentais são, em sua essência, direitos humanos transformados em direito constitucional positivo.

[...] Direitos fundamentais, portanto, são todas aquelas posições jurídicas concernentes às pessoas que, do ponto de vista do Direito Constitucional Positivo, foram, por seu conteúdo e importância (fundamentabilidade em sentido material), integradas ao texto da Constituição.

Nessa linha de raciocínio, os direitos fundamentais, como ressaltado anteriormente, são disposições declaratórias que integram o texto das constituições modernas e estão presentes em todos os ordenamentos jurídicos. Salienta-se, porém, que não se resumem apenas àqueles tipificados na Lei Maior de um Estado, uma vez que a CF/88 é considerada um sistema aberto de normas e princípios, e nele se encontra inserido o Direito ao Desporto.

Outrossim, os direitos fundamentais podem ser classificados em gerações ou dimensões, sendo denominadas por Bedin (1998, p. 42) como:

(28)

A classificação proposta por T. H. Marshall (1967) é, sem sombra de dúvidas, a mais aceita e valorizada pelos estudiosos da área. No entanto, temos que reconhecer, neste momento, que ela possui uma grande lacuna: não abrange (e não poderia abranger, pois foi proposta em 1950) um fenômeno novo, que é a questão dos direitos do homem no âmbito internacional. Por isto, para efeito deste trabalho, propomos a seguinte classificação:

a) Direitos civis ou direitos de primeira geração; b) Direitos políticos ou direitos de segunda geração;

c) Direitos econômicos e sociais ou direitos de terceira geração; d) Direitos de solidariedade ou direitos de quarta geração.

Em relação ao período histórico em que teriam sugerido as fases ou geração de direitos relacionadas aceitamos, em grande parte, as datas indicadas por T. H. Marshall (1967) e, em parte, as datas apontadas por Germán Bidart de Campos (1991), Celso Lafer (1991) e Paulo Bonavides (1993). Assim, para nós, os direitos civis sugiram no século XVIII, os direitos políticos no século XIX, os direitos econômicos e sociais no início do século XX e os direitos de solidariedade no final da primeira metade deste século.

Nesse diapasão não se pode deixar de mencionar que os direitos fundamentais apresentam algumas características importantes para a compreensão deste estudo. Estudos de Lenza (2012, p. 864, grifo nosso) revelam as seguintes características dos direitos fundamentais:

Historicidade: possuem caráter histórico, nascendo com o Cristianismo, passando pelas diversas revoluções e chegando aos dias atuais; universidade: destinam-se, de modo indiscriminado, a todos os seres humanos. Como aponta Manoel Gonçalves Ferreira Filho, “[...] a ideia de se estabelecer por escrito um rol de direitos em favor de indivíduos, de direitos que seriam superiores ao próprio poder que os concedeu ou reconheceu, não e nova. Os forais, as cartas de franquia continham enumeração de direitos com esse caráter já na Idade Média [...]’; limitabilidade: os direitos fundamentais não são absolutos (relatividade), havendo, muitas vezes, no caso concreto, confronto, conflito de interesse. A solução ou vem discriminada na própria Constituição (ex.: direito de propriedade versus desapropriação), ou caberá ao intérprete, ou magistrado, no caso concreto, decidir qual direito deverá prevalecer, levando em consideração a regra da

máxima observância dos direitos fundamentais envolvidos,

conjugando-a com a sua mínima restrição; concorrência: podem ser exercidos cumulativamente, quando, por exemplo, o jornalista transmite uma notícia (direitos de informação) e, juntamente, emite uma opinião (direitos de opinião); irrenunciabilidade: o que pode ocorrer é o seu não exercício, mas nunca a sua renunciabilidade.

Vale observar que o Direito ao Desporto pode ser classificado como um direito social, haja vista que faz parte do rol dos direitos fundamentais inseridos no capítulo dos direitos individuais e coletivos da CF/88. Não resta dúvida, portanto, que o Direito ao Desporto é um direito social e ao mesmo tempo individual.

Isso pode ser explicado da seguinte forma: por um lado sustenta-se que o Direito ao Desporto é um direito social porque o Estado tem o dever de fomentar

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políticas públicas, possibilitando que os entes políticos (Estados – Membros, Municípios e Distrito Federal) implementem e desenvolvam ações e programas para inclusão social. Por outro, constata-se que o Direito ao Desporto é também considerado um direito individual, pois cada indivíduo é responsável pela prática não formal das atividades desportivas, conforme prescrito no art. 217 da CF/88. Isso quer dizer que mesmo o Estado tendo o dever de promover a prática formal no âmbito escolar, o cidadão tem o direito de escolher no que concerne a sua participação, com autonomia, determinação e disciplina.

Uma vez superada a questão do entendimento quanto ao Direito ao Desporto ser social ou individual, convém identificar as políticas públicas desenvolvidas no âmbito municipal, e compreender a dimensão sociocultural, educacional que as permeia.

2.1.2 Políticas públicas para proteção e o incentivo às manifestações desportivas municipais

Cabe lembrar que o Direito ao Desporto envolve também as manifestações relacionadas com o lazer, recreação e entretenimento. A CF/88 trata de forma acentuada em seu art. 217, § 3º, ao estabelecer que “o poder público incentivará o lazer como promoção social”, incluindo-o como um direto social.

Observa-se que Lenza (2012, p. 1069) discorre sobre o assunto, ressaltando que “os diretos sociais objetivam a formação do ser humano integral [...]. Assim, o desporto, que como forma de lazer, que como parte a atividade educativa [...]”, tem íntima relação com a sadia qualidade de vida.

Cabe ao Estado, enfim, o dever de fomentar práticas desportivas formais e não formais, conforme determina o art. 217, caput, da CF/88. Quando se fala em fomento se está querendo dizer que é dever dos entes federativos, no caso específico do município, exercer o papel preponderante de implementar políticas públicas para proteção e incentivo às manifestações desportivas.

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[...] o conjunto de ações desencadeadas pelo Estado, no caso brasileiro, nas escalas federal, estadual e municipal, com vistas ao atendimento a determinados setores da sociedade civil. Elas podem ser desenvolvidas em parcerias com organizações não governamentais e, como se verifica mais recentemente, com a iniciativa privada. (WIKIPÉDIA, 2013).

Não resta dúvida quanto à importância da participação do poder público nas ações voltadas às classes mais necessitadas, principalmente quando dizem respeito a temas voltados à sadia qualidade de vida, agregando saúde aos participantes, na qual se incluem as manifestações desportivas desenvolvidas também no âmbito municipal.

Nesse sentido, Miranda (2011, p. 8) manifesta que “[...] a concepção de que o desporto constitui importante vetor agregado à saúde restou evidenciado pelos profissionais da área médias em vários estudos realizados ao longo do século passado.”

O desenvolvimento dessas manifestações desportivas no âmbito municipal requer políticas públicas voltadas aos interesses dos envolvidos, o que é corroborado por Bastos (1998, p. 269):

A prática desportiva não é algo decorrente da natureza instintiva do homem, mas sim de toda uma história – neste sentido, apresenta-se unido à natureza cultural a qual já se fez menção. É por isto que há países que se esmeram e estacam em determinada categoria esportiva, o que demonstra que o desporto é nitidamente atrelado à cultura de um povo que a pratica, e, por outro lado, é a manifestação de uma cultura desse povo.

Pode-se afirmar então, que no Município de Panambi (RS) se destacam as políticas públicas implementadas pela Secretaria Municipal de Educação no atendimento a crianças, idosos e adolescentes. Além disso, o município conta com a atuação do Instituto Federal que, em parceria com o município, faz o atendimento em áreas prioritárias, nas quais o ente político não consegue atender as demandas.

Torna-se imperioso, neste momento, destacar que diversas forças sociais integram o Estado e isso é necessário, pois ao se juntarem, é possível realizar ações voltadas ao bem-estar da coletividade. Por isso mesmo,

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[...] as Políticas Públicas podem ser compreendidas como um sistema (conjunto de elementos que se interligam, com vistas ao cumprimento de um fim: o bem-comum da população a quem se destinam), ou mesmo como um processo, pois tem ritos e passos, encadeados, objetivando uma finalidade. (WIKIPÉDIA, 2013).

Denota-se daí, que a presença de interlocutores e parceiros institucionais contribuem para a consolidação e implementação das políticas voltadas ao desporto no município de Panambi, RS.

Percebe-se, com isso, que há indícios de que no Município de Panambi (RS) existe um envolvimento acentuado da municipalidade no fomento às manifestações desportivas em suas mais variadas atividades, as quais envolvem vôlei, basquete, futebol, dança, trilhas e academias ao ar livre.

Pedagogicamente essas ações estão corretas, haja vista que as práticas concretas desenvolvidas no âmbito municipal possibilitam a emancipação dos grupos envolvidos nas políticas públicas implementadas, as quais que visam à sadia qualidade de vida e a consequente minimização dos problemas de saúde.

Constata-se, assim, que a gestão dos recursos municipais aplicados às manifestações esportivas é, de certa forma, condizente com a realidade anteriormente exposta.

Por fim, pode-se afirmar que esse processo do envolvimento dos grupos supracitados gera dividendos para o próprio município, pois o atendimento das manifestações desportivas produz resultados satisfatórios, mesmo que essas atividades sejam realizadas por instituições privadas e federais de ensino (Anexo).

É importante, ainda, observar que as ações desencadeadas no âmbito municipal provocam transformações no convívio na sociedade. Ressalta-se, nesse sentido, o desenvolvimento psicossocial, físico e cultural, os quais promovem uma melhoria existencial na situação de vida da maioria da população.

(32)

CONCLUSÃO

A realização desta pesquisa proporcionou o esclarecimento de vários aspectos relacionados ao Direito do Desporto, os quais se encontram inseridos na CF/88, mais precisamente no art. 217. Pode-se afirmar que, se por um lado o desporto encanta o público, haja vista ser um instrumento que veicula a igualdade e possibilita o exercício da liberdade e do direito de escolha, enquanto direito de cada um, por outro precisa ainda ter a implementação por meio de políticas públicas como um objetivo por entes federativos.

Observou-se que é bastante recente a inclusão do Direito ao Desporto como norma constitucional e como direito do cidadão, e que o reconhecimento como tal se deu com o advento da CF/88, que confirmou a sua constitucionalização por meio do dispositivo inscrito no seu art. 217.

Outro aspecto relevante que não se pode deixar de mencionar é que há uma farta disciplinação do Direito ao Desporto na legislação infraconstitucional, assegurando os direitos dos atletas profissionais ou não, competidores, torcedores, educadores físicos, enfim a todos que de uma forma ou de outra atuam nesta área.

Percebeu-se, também, que ao longo do tempo, o desporto deixou de ser entendido apenas como um ideal para competições, em que interessava competir; ou então como um instrumento de uso político-ideológico, cujo objetivo era vencer; ou ainda para ser um negócio, importando tão somente lucrar.

Ora, isso permitiu verificar que o desporto possui um regime jurídico diferenciado, pois coexiste em um sistema no qual se tem, de um lado o Estado,

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visando aos interesses da coletividade e seu bem-estar, e de outro, o privado, que tem como interesse o particular ou de grupos dominantes.

Analisou-se de forma muito pontual a constitucionalização do Direto ao Desporto e sua efetivação no âmbito municipal. E constatou-se que para o Poder Público atingir seus objetivos são necessárias políticas públicas para proteção e incentivo às manifestações desportivas municipais.

A pesquisa também possibilitou a verificação dos benefícios que as atividades desportivas trazem para a saúde e a cultura, inserindo socialmente as mais diversas camadas sociais, bem como a real importância do papel do Estado/Município na implementação das políticas públicas.

O foco principal do estudo foi mostrar a importância do Direito ao Desporto e as diversas formas como pode ser desenvolvido, trazendo benefícios a toda sociedade e excluindo qualquer tipo de desigualdade e diferenças sociais, proporcionando, assim, uma sociedade livre de preconceitos.

(34)

REFERÊNCIAS

BASTOS, Celso Ribeiro. Justiça desportiva e defesa da ordem jurídica. Cadernos

de Direito Constitucional e Ciência Política. São Paulo, v. 6, nº 25, out./dez. 1998.

BEDIN, Gilmar A. Os direitos do homem e o neoliberalismo. Ijuí: Ed. Unijuí, 1998.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 28. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2009.

______. Tribunal Superior do Trabalho. Caputo Bastos afirma que CLT não

atende a atual realidade das relações esportivas. Disponível em: <http://www.tst.jus.br/ noticias/-/asset_publisher/89Dk/content/id/2187215>. Acesso em: 04 dez. 2012.

CAPEZ, Fernando. Consentimento do ofendido e violência desportiva: reflexos à luz da teoria da imputação objetiva. São Paulo: Saraiva, 2003.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 24. ed. São Paulo: Atlas, 2011.

GALINDO, Bruno. Direitos fundamentais – Análise de sua concretização constitucional. 4. ed. Curitiba: Juruá, 2006.

GONÇALVES E RODRIGUES ADVOGADOS ASSOCIADOS. Lei Zico (Lei

8.671/93). Disponível em:

<http://www.rodriguesgoncalves.adv.br/tag/lei-zico-lei-8-67293>. Acesso em: 20 nov. 2012.

LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 16. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.

MELO FILHO, Álvaro. Direito desportivo. Novos Rumos. Belo Horizonte: Del Rey, 2004.

MIRANDA, Martinho Neves. O direito no desporto. 2. ed. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2011.

NUNES, Inácio. Novo código brasileiro de justiça desportiva. Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 2004.

(35)

PES, João Helio Ferreira. Direitos humanos. Crianças e adolescentes. Curitiba: Juruá, 2010.

SCHMITT, Paulo Marcos. Regime Jurídico e princípios do direito desportivo. Revista

Brasileira de Direito Desportivo. São Paulo: OAB/SP, 2004, n. 5.

SILVA, Jose Afonso. Curso de direito constitucional positivo. 34. ed. São Paulo: Malheiros, 2010.

WIKIPEDIA. Política pública. Disponível em: <http://www.pt.wikipedia.org/wiki/ Política_pública>. Acesso em: 8 abr.2013.

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA FARROUPILHA PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO

ANEXO II. PROJETO DE LONGA DURAÇÃO

1. IDENTIFICAÇÃO

1.1 Título do Projeto: Basquete em Cadeira de Rodas

1.2 Campus de Origem: PANAMBI

1.3 Curso ou Área de Vinculação: Educação Física

1.4 Outros Campi Envolvidos: SELECIONAR

1.5 Outras Instituições Envolvidas: Sim

1.6 Programa a que se vincula: (não preencher no momento)

1.7 Público-Alvo: Pessoas com necessidades educacionais específicas – Cadeirantes 1.8 N° de Pessoas a serem atingidas: 20

1.9 Período de Realização: Agosto a dezembro

1.10 Local a Ser Realizado: Ginásio Municipal de Esportes de Panambi 1.11: Carga Horária Total do Curso: 80

1.12 Situação do Projeto ( marcar com X):

Projeto: ( x ) Novo ( ) Reoferecimento ( ) Continuação

Relação com o Ensino: ( x ) Nível Técnico ( x ) Graduação ( ) Pós-Graduação

Relação com a Pesquisa: ( x ) Sim ( ) Não

Coordenador do Projeto: CPF: 001.277.680-76

Nome: JAUBERT MENCHIK SIAPE: 01.565.307.2

Categoria do Servidor: DOCENTE Telefone para contato: 55 96434942

Titulação: Especialista E-mail: jaubert@pb.iffarroupilha.edu.br

2. DADOS DO PROJETO:

2.1 Resumo:

2.2 Objetivos (Geral e Específicos - máximo 4):

Promover através da prática de atividade física a melhoria da qualidade de vida dos participantes - Promover a inserção dessas pessoas na comunidade - Desenvolver a coordenação motora ampla oferecendo assim uma autonomia maior dos participantes

2.3 Justificativa (técnica/ econômica/social):

Hoje em dia a maioria das pessoas está deixando de lado a prática esportiva, devido a falta de tempo ou de espaços reservados a essas atividades, o que muitas vezes leva a um estilo de vida sedentário, provocando distúrbios como má alimentação, obesidade e estresse. A prática regular de exercícios eleva a confiança do indivíduo, reflexos mais rápidos e confiança mais elevada. Exercícios mais vigorosos aumentam a taxa de HDL no sangue, fator associado à redução dos riscos de doenças coronarianas. As pessoas com depressão que praticam exercícios de 15 a 30 minutos em dias alternados experimentam uma variação positiva no humor já após a terceira

(38)

semana de atividade. Pessoas sedentárias apresentam riscos duas vezes maiores de desenvolver doenças cardíacas. A maioria dos PNes apresentam índices mais elevados que os citados acima devido a muitas vezes ficarem depressivos e com dificuldades de locomoção devido a sua deficiência. Através do projeto procuramos diminuir todos os fatores citados acima e, além disso, promover a inserção desses participantes na comunidade além de melhor sua qualidade de vida, por esses motivos justifica-se o projeto.

2.4 Resultados esperados:

Espera-se a que essa prática eleve a autoestima dos participantes e promova a sua inserção social na comunidade

2.5 Métodos:

Atividades de basquete adaptado uma vez por semana com duração de 2 h

2.6 Ações Previstas:

Divulgação do projeto na cidade e na região - Organização da turma - Acompanhamento mensal das atividades

2.7 Disciplinas/Ementas/Conteúdos Programáticos/ Avaliação

Educação Física - Basquete adaptado - Avaliação será realizada mensalmente juntamente com bolsistas e coordenador.

2.8 Referências:

2.9 Pré-Requisitos para o público-alvo:

PNEs de preferência cadeirantes.

3. OPERACIONALIZAÇÃO: a) Cronograma:

Etapas JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Divulgação x X x Preparação x X x x x Execução x x x x x Avaliação x x b) Inscrições: N° de Vagas: 25 Período: Junho e julho

Local de Inscrição: Campus Panambi c) Certificados:

Para Coordenador do Projeto ( x ) Sim ( ) Não

Para os Alunos Bolsistas ( x ) Sim ( ) Não

4. RECURSOS 4.1 Humanos:

a) Servidor Coordenador do Projeto

Nome Campus Regime de Trabalho SIAPE (nº) Bolsa

(39)

b) Número de Aluno(s) Bolsista(s) pretendido(s).

1 ( ) 2 ( ) 3 ( x ) 4 ( )

4.2 Recursos Financeiros e Materiais ( Preenchimento Obrigatório) a) Previsão Orçamentária para Materiais de Consumo Descrição Unidade Quantidade Valor Unit (R$) Valor Total (R$) Folders Unidade 1000 0,2 200 Cartazes Unidade 100 1 100 Bolas de Basquete Unidade 25 80 2000 0 0 0 0 0 0 0 TOTAL (R$) 2300 b) Previsão Orçamentária para Materiais Permanentes Descrição Unidade Quantidade Valor Unit (R$) Valor Total (R$) CADEIRA DE RODAS Unidade 10 3000 30000 0 0 0 0 0 TOTAL (R$) 30000 c) Previsão Orçamentária para Diárias Descrição Unidade Quantidade Valor Unit (R$) Valor Total (R$) Viagem curso capacitação Unidade 3 10000 30000 0

0

0

TOTAL (R$) 30000 d) Previsão Orçamentária para Coordenação e alunos bolsistas ( PIIEX ) Pessoal envolvido Descrição Quantidade (Bolsas) Valor Unit.(R$) Valor Total (R$) BS 2 300 600 BA 1 250 250 0

TOTAL (R$) - Recursos PIIEX 850 e) Valor Total de Recursos = (a+b+c+d) 63150

(40)

4.3 Previsão de Financiamento Externo:

( ) Sim ( x ) Não Especificar:

5. DECLARAÇÃO DE CEDÊNCIA DE DIREITOS AUTORAIS

Eu, JAUBERT MENCHIK, autorizo a destinação desse projeto ao Bando de Projetos de Extensão, de forma que possa ser utilizado por outros servidores, sem restrições de qualquer natureza, desde que citada a autoria. (autorizo/ não autorizo)

6. ASSINATURA DO COORDENADOR DO PROJETO

Data Nome Assinatura

7. REGISTRO DE RECEBIMENTO

Data Departamento Nome Assinatura

8. APROVAÇÃO - ASSINATURA DO DIRETOR/ COORDENADOR DE EXTENSÃO

Referências

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