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CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES CURSO DE NUTRIÇÃO ANA JUSTINA SOARES LAURENTINO KEYLLA CARLA FRANÇA DA SILVA LORENA SANTOS FONSECA

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CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES CURSO DE NUTRIÇÃO

ANA JUSTINA SOARES LAURENTINO KEYLLA CARLA FRANÇA DA SILVA

LORENA SANTOS FONSECA

INCIDÊNCIA DE CÂNCER DE CAVIDADE ORAL EM ALAGOAS

Maceió/AL 2020

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ANA JUSTINA SOARES LAURENTINO KEYLLA CARLA FRANÇA DA SILVA

LORENA SANTOS FONSECA

INCIDÊNCIA DE CÂNCER DE CAVIDADE ORAL EM ALAGOAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Tiradentes - UNIT, como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Nutrição.

Orientadora: Profº Dr. Cesário da Silva

Souza.

Coorientador: Profª Ms. Ariana de

Alencar Gonçalves Ferreira do Amaral.

Maceió/AL 2020

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ANA JUSTINA SOARES LAURENTINO KEYLLA CARLA FRANÇA DA SILVA

LORENA SANTOS FONSECA

INCIDÊNCIA DE CÂNCER DE CAVIDADE ORAL EM ALAGOAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Nutrição do

Centro Universitário Tiradentes em

Alagoas como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Nutrição.

Aprovado no dia / /_____. ________________________________________________________

Profº Dr. Cesário da Silva Souza (Orientador)

__________________________________________________________ Profª Ms. Ariana de Alencar Gonçalves Ferreira do Amaral. (Coorientadora)

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________ Ma. Danielle Alice Vieira da Silva (Examinadora interna)

___________________________________________________________ Ma. Jaqueline Fernandes Gomes (Examinadora interna)

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INCIDÊNCIA DE CÂNCER DE CAVIDADE ORAL EM ALAGOAS

INCIDENCE OF ORAL CAVITY CANCER IN ALAGOAS EVALUACIÓN DE LA INCIDENCIA DEL CÁNCER DE CAVIDAD ORAL EN ALAGOAS

Ana Justina Soares Laurentino Graduanda em Nutrição- UNIT annajustinny@hotmail.com

Keylla Carla França da Silva

Graduanda em Nutrição- UNIT

keyllacarlaf@hotmail.com Lorena Santos Fonseca

Graduando em Nutrição-UNIT fonsecalorenas@gmail.com

Ariana de Alencar Gonçalves Ferreira do Amaral Docente – UNIT-AL Mestre - UFAL arianaamaral@hotmail.com Cesário da Silva Souza Docente UNIT-AL Doutor- USP cesario.filho@gmail.com

RESUMO

Introdução: O câncer é um grave problema de saúde pública, sendo os tumores de cavidade oral é o sexto tipo mais comum em todo o mundo, sendo no Brasil o terceiro mais comum entre os homens, e o sexto entre as mulheres. O tabaco e o álcool são os principais fatores de risco para a doença. Objetivo: Avaliar a incidência de câncer de cavidade oral no estado de Alagoas nos últimos 10 anos por meio de dados de órgãos oficiais. Método: Estudo observacional longitudinal com base em dados secundários coletados a partir das publicações dos últimos 10 anos do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Resultados e Discussão: O biênio 2016-2017 apresentou as maiores estimativas de incidência da doença no Brasil (30.980 casos) e apesar da diminuição esperada para o País no biênio 2020-2021, Alagoas apresenta um crescimento da estimativa (380 casos) em comparação com os anos anteriores. Os anos de 2016 e 2018 apresentaram maiores percentuais de fumantes e etilistas na Capital Alagoana segundo dados da Vigitel. O tabaco e o álcool são ainda os principais fatores associados ao aumento da incidência da doença apesar de fatores como exposição solar, dieta inadequada e infecções pelo Papilomavírus Humano (HPV) estarem também ligados a etiologia. Conclusão: O câncer de cavidade oral é um problema de saúde que vem aumentando nos últimos anos em Alagoas e conhecer os fatores na população que estariam relacionados a maior incidência da doença é essencial para que se adotem medidas preventivas e de diagnóstico precoce.

PALAVRAS-CHAVE: Câncer de cabeça e pescoço; Epidemiologia; Neoplagias

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ABSTRACT RESUMEN

Introduction: Cancer is a serious public health problem, with oral cavity tumors or the most common type of sex worldwide, with Brazil or the third most common among men and women. Tobacco and alcohol are the main risk factors for the disease. Objective: to evaluate the incidence of oral cavity cancer in the state of Alagoas in the last 10 years using data from official agencies. Method: Longitudinal observational study based on secondary data collected from publications from the last 10 years of the National Cancer Institute (INCA). Results and Discussion: The 2016-2017 biennium has the highest disease incidence rates in Brazil (30,980 cases) and, despite the expected loss for the country in the 2020-2021 biennium, Alagoas presents a statistic growth (380 cases) in comparison with previous years. The years 2016 and 2018 had the highest percentage of smokers and alcoholics in the Alagoas Capital according to data from Vigitel. Tobacco and alcohol are still the main factors associated with the increase in diseases caused by factors such as sun exposure, inadequate diet and infections by human papillomavirus (HPV), also associated with aetiology. Conclusion: Cancer of the oral cavity is a health problem that has caused in recent years in Alagoas and knows the factors in the population that is related to the higher incidence of essential disease for those who adopted preventive measures and early diagnosis.

KEY WORDS: Head and neck cancer; Epidemiology; Mouth Neoplasms. RESUMEN

Introducción: El cáncer es un grave problema de salud pública, con tumores de la cavidad oral o el tipo de sexo más común en todo el mundo, con Brasil o el tercero más común entre hombres y mujeres. El tabaco y el alcohol son los principales factores de riesgo para la enfermedad. Objetivo: evaluar la incidencia de cáncer de cavidad oral en el estado de Alagoas en los últimos 10 años utilizando datos de agencias oficiales. Método: estudio observacional longitudinal basado en datos secundarios recopilados de publicaciones de los últimos 10 años del Instituto Nacional del Cáncer (INCA). Resultados y discusión: El bienio 2016-2017 tiene las tasas más altas de incidencia de enfermedades en Brasil (30,980 casos) y, a pesar de la pérdida esperada para el país en el bienio 2020-2021, Alagoas presenta un crecimiento estadístico (380 casos) en comparación con años anteriores Los años 2016 y 2018 tuvieron el mayor porcentaje de fumadores y alcohólicos en la capital de Alagoas según los datos de Vigitel. El tabaco y el alcohol siguen siendo los principales factores asociados con el aumento de enfermedades causadas por factores como la exposición al sol, la dieta inadecuada y las infecciones por el Virus del Papiloma Humano (HPV), también asociadas con la etiología. Conclusión: El cáncer de la cavidad oral es un problema de salud que ha causado en los últimos años en Alagoas y conoce los factores en la población que están relacionados con la mayor incidencia de enfermedades esenciales para aquellos que adoptaron medidas preventivas y diagnósticos tempranos.

PALABRAS CLAVE: Neoplasias de Cabeza y Cuello; Epidemiología; Neoplasias

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ... 6 2. MÉTODOS ... 7 4. DISCUSSÃO ... 11 5. CONCLUSÃO ... 13 REFERÊNCIAS ... 14

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1. INTRODUÇÃO

O Câncer é dividido como um conjunto de mais de cem patologias que têm em comum o aumento desordenado de células, que dominam tecidos e órgãos. Dividindo-se de forma acelerada, as células tendem a ser mais agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores, que podem espalhar-se para outras áreas do corpo ocasionando metástase (INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER, 2006).

Esse agravo é a segunda principal causa de morte no mundo (9,6 milhões), tendo uma em cada seis mortes relacionadas a ela. Em média 70% destas ocorrem em países de baixa e média renda. (OMS, 2018). No Brasil, para o triênio 2020-2022, a estimativa segundo o Instituto Nacional Do Câncer (INCA) é de 625 mil novos casos a cada ano, sendo os tipos mais frequentes, mama e próstata, em mulheres e homens respectivamente.

O câncer de cavidade oral engloba as neoplasias das superfícies mucosas dos lábios, assoalho da boca, língua, mucosa bucal, superfícies gengivais inferior e superior, palato duro e trígono retromolar. É o sexto tipo mais comum em todo o mundo, sendo no Brasil o terceiro mais comum entre os homens, e o sexto entre as mulheres (HUANG e O'SULLIVAN, 2013).

A etiologia é multifatorial, sendo o tabaco e o álcool os fatores de risco mais importantes. O fumo é um dos mais potentes agentes cancerígenos, sendo a taxa de mortalidade similar em qualquer forma de tabaco utilizada (cigarro, cachimbo, charuto, cigarro de palha, fumo de rolo e rapé) (INCA, 2002). Quando associado ao tabagismo, o consumo de bebida alcoólica aumenta em 35 vezes o risco da doença. A ação carcinogênica do álcool é atribuída principalmente a um de seus metabólitos, o acetaldeído, que tem capacidade de causar mutações no ácido desoxirribonucleico (ADN) da célula (OLIVEIRA, et al., 2015).

Associado ou não ao álcool e ao fumo, as infecções pelo papiloma Vírus Humano (HPV) também têm sido associadas a aumento da taxa de incidência de câncer de cavidade oral em amígdala, base da língua e orofaringe e vem aumentando na população entre adultos e jovens em ambos os gêneros (SYRJANEN, 2005).

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Além dos fatores já citados, as deficiências nutricionais e dietas inadequadas (alto aporte em lipídeos e um baixo teor de proteína, vitaminas A, E, C, B2, assim como alguns minerais incluindo o cálcio e selênio) funcionam como fontes de radicais livres responsáveis por alterações no ADN, tornando-o mais vulnerável ao desenvolvimento do câncer. O hábito de consumir comida ou bebidas quentes não é considerado um fator isolado tão importante, apesar da agressão térmica que causa as células da mucosa. Não foi estabelecida nenhuma relação de causa e efeito entre o uso de condimentos e a neoplasia (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003).

Neste tipo de câncer, prejuízos ao estado nutricional dos pacientes são comuns, pois a localização do tumor e os tratamentos levam ao surgimento de múltiplos sintomas como perda de peso não intencional, dificuldades de deglutição e reduzida ingestão alimentar, que podem levar a perda de massa muscular, a um pior prognóstico de cura e diminuição na qualidade de vida dos pacientes (CARLSON, et al. 2013).

Com base no referencial teórico, o objetivo do presente estudo foi avaliar a incidência de câncer de cavidade oral no estado de Alagoas nos últimos 10 anos.

2. MÉTODOS

Trata-se de um estudo observacional longitudinal, do tipo levantamento com base em dados secundários coletados a partir das publicações de estimativas de Incidência de Câncer no Brasil dos últimos 10 anos, do Instituto Nacional do Câncer (INCA).

A execução desse artigo foi dividido em três etapas: A primeira etapa foi

composta do levantamento de dados dos últimos 10 anos sobre câncer de

cavidade oral. Na segunda etapa foi realizada a coleta dos dados a partir dos relatórios de acesso público, disponibilizado pelo Ministério da Saúde (MS) na sua página eletrônica e a terceira etapa constituiu na análise dos índices.

Visando otimizar a forma de exposição, os dados foram divididos em tabelas elaboradas no Excel versão 2010, separados por biênio, com a incidência do Câncer de Cavidade Oral no Brasil, na cidade de Maceió, no estado de Alagoas e capitais da Região Nordeste.

A análise dos dados foi realizada por meio de estatística descritiva, em que foram confeccionadas planilhas e tabelas dinâmicas. Nelas foram extraídos sendo

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os resultados expressos em números reais e absolutos, médias, medianas e frequências.

Por tratar-se de dados de acesso público, disponibilizados por sistemas oficiais do Ministério da Saúde não há a necessidade de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa.

3. DISCUSSÃO

A estimativa de Incidência de Câncer de Cavidade Oral no Brasil é apresentada na Figura 1. Nota-se que o biênio 2016 – 2017 apresentou estimativa de 30.980 casos da doença, valores mais elevados entre todos os avaliados. A diminuição para 29.400 casos é observada no biênio seguinte (2018 – 2019), e aumento para 30.380 casos é esperado para o biênio 2020 – 2021. A média de casos dos últimos 10 anos foi de 29.653.

Figura 1 – Estimativas de Incidência de Câncer de Cavidade Oral no Brasil,

segundo o INCA nos últimos 10 anos.

Fonte: Instituto Nacional do Câncer (2010- 2020).

No Estado de Alagoas o biênio 2016 -2017 apresentou a segunda maior estimativa, com 340 novos casos da doença, seguida por uma diminuição nos anos 2018-2019 e um aumento para 380 novos casos para o biênio 2020-2021 maiores valores observados em todos os anos avaliados, como mostrado na (Figura 2). Apesar de se observar uma diminuição de casos no País pelas estimativas mais recentes, Alagoas tem uma perspectiva de aumento dos casos. A média de casos no Estado nos últimos 10 anos foi de 293,3 casos.

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Figura 2 – Estimativas da Incidência do Câncer de Cavidade Oral em Alagoas dos

últimos 10 anos segundo o INCA.

Fonte: Instituto Nacional do Câncer (2010- 2020).

Ao comparar a Estimativa de Incidência para Câncer de Cavidade oral entre as Capitais da Região Nordeste, podemos observar que Alagoas ocupa a 5ª posição, com estimativas de 1.760 casos nos últimos 10 anos. O Estado da Bahia ocupa a primeira posição, com estimativa de 7.220 casos enquanto Piauí e Sergipe apresentaram um menor número de casos.

Figura 3 – Estimativas de Incidência de Câncer de Cavidade Oral nas Capitais da

Região Nordeste, nos últimos 10 anos, segundo o INCA.

Fonte: Instituto Nacional do Câncer (2010- 2020).

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Figura 4 mostra o percentual de fumantes, por sexo, na Capital Alagoana nos anos de 2016, 2017, 2018 e 2019 segundo dados da Vigilância de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). Nos anos de 2016 e 2018 o percentual de fumantes em Maceió foi de 15%. No ano de 2017 os valores caíram para 8% e em 2019 o percentual de fumantes foi de 11%. Em todos os anos observa-se maior percentual de fumantes no sexo masculino.

Figura 4 – Percentual de fumantes (≥18 anos), por sexo, na capital alagoana no

período de 2016-2019 *.

Fonte: Vigitel Brasil - Ministério da Saúde (2016 – 2019).* 2016: Número total = 2017 (740 Homens e 1277 Mulheres); 2017: Número total = 2056 (693 Homens e 1363 Mulheres); 2018: Número total = 2051 (704 Homens e 1347 Mulheres); 2019: Número total = 2064 (634 Homens e 1430 Mulheres).

.

Figura 5 – Percentual de adultos (≥18 anos), que nos últimos 30 dias haviam

consumido quatro ou mais doses (mulher) ou cinco ou mais doses (homem) de bebida alcoólica em uma mesma ocasião, por sexo, na Capital Alagoana.*

Fonte: Vigitel Brasil - Ministério da Saúde (2016 – 2019).* 2016: Número total = 2017 (740 Homens e 1277 Mulheres); 2017: Número total = 2056 (693 Homens e 1363 Mulheres); 2018: Número total = 2051 (704 Homens e 1347 Mulheres); 2019: Número total = 2064 (634 Homens e 1430 Mulheres).

9% 10% 12% 6% 6% 4% 3% 5% 2016 2017 2018 2019 Homens Mulheres 28% 29% 29% 24% 14% 9% 9% 8% 2016 2017 2018 2019 Homens Mulheres

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Sendo o álcool um fator de risco também importante para o desenvolvimento deste câncer, na figura 5 pode-se ver os dados relativos ao consumo nos últimos 30 dias de 4 doses (mulher) ou 5 doses (homem) em uma mesma ocasião, nos anos de 2016 a 2019 segundo dados da Vigitel. O ano de 2016 mostrou o percentual de consumo mais elevado entre as mulheres; e os anos de 2017 e 2018 os percentuais mais elevados entre os homens. Entretanto, em todos os anos, os homens apresentaram um percentual de consumo maior do que o das mulheres.

Os anos de 2016 e 2017, com maior percentual de consumo de álcool (42% e 38%), teve também estimativa superior em número de casos de câncer de cavidade oral no Estado de Alagoas, relação não observada no biênio 2018-2019.

4. DISCUSSÃO

O câncer de cavidade oral tem apresentado um aumento em todo mundo, e representa cerca de 5% das neoplasias do corpo humano. Tem uma maior incidência a partir da quinta década de vida, com pico de incidência entre a sexta e a sétima décadas. A proporção de casos é maior no sexo masculino, fato que pode ser explicado por uma maior a exposição ao álcool e fumo, principais fatores de risco associados a doença. (SANTOS, et al. 2010). Além destes, dieta inadequada, infecção por HPV, má higiene bucal, e maior exposição ao sol associado ao uso de tabaco também estariam relacionados a etiologia da doença. (CARNEIRO, 2001)

No biênio 2016-2017 foi observado no Brasil a estimativa de maior número de casos entre os anos avaliados e para Alagoas, valores maiores são esperados para o biênio 2020-2021. Nos EUA, para o ano de 2016 a estimativa de casos a doença foi de 48.000 casos, valores mais elevados do que os observados no Brasil nos últimos anos, com uma estimativa de 9.500 mortes decorrentes da neoplasia. Para 2020, a estimativa de novos casos é de 53.260 casos, número superior as do Brasil para o biênio 2020 - 2021 (SOCIEDADE AMERICANA DE CÂNCER, 2020).

Dados da Índia sobre a incidência deste câncer em 2018 mostram 120.000 pacientes diagnosticados e número de mortes estimado em 72.000 em decorrência da neoplasia. A elevada incidência estaria associada ao uso de

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tabaco e álcool, visto que, nas últimas duas décadas observou-se um aumento no número absoluto de fumantes do sexo masculino com idade entre 15 e 69 anos de 79 milhões em 1998 para 108 milhões em 2015 (MUMMUDI, et al. 2019)

Os efeitos do sinergismo do álcool e tabaco ficam evidentes quando se compara a pacientes não tabagistas e não etilistas com pacientes etilistas e tabagistas. Estudos demonstram um efeito mais potente decorrente do consumo de bebidas alcoólicas destiladas na incidência de tumores de cavidade oral, faringe, laringe e esôfago em relação ao consumo de vinho ou cerveja.

Tal fato é observado no Brasil e especialmente na Região Nordeste, onde o alto risco na incidência de tumores de cabeça e pescoço estaria relacionado ao consumo abusivo de cachaça (POLEDNAK et al. 2005)

O consumo de álcool eleva a atividade metabólica do fígado podendo ativar substâncias cancerígenas, pode ainda alterar o metabolismo intracelular das células epiteliais com as quais entra em contato, isso pode ser acentuado quando o indivíduo possui deficiências nutricionais. Nos últimos cinquenta anos acumularam-se diversas evidências de que o consumo de bebida alcoólica, tanto no que diz respeito à quantidade, quanto á duração, aumenta os riscos dos tumores de cabeça e pescoço (cavidade oral, faringe e laringe) e esôfago (LEITE

et al; BAAN, et al. 2007).

Além do sinergismo entre álcool e tabaco, a associação deste último com a exposição ao sol aumenta a incidência de câncer de lábio, tumor de particular importância no Brasil e na Região Nordeste, pela elevada incidência em trabalhadores rurais, chegando a ser considerado de risco ocupacional. A exposição contínua ao sol favorece o desenvolvimento da quelite actínia que pode evoluir em carcinoma de células escamosas. Resssalta-se que no Estado de Alagoas o trabalho rural é uma atividade comum e a maior parte dos trabalhadores se expõe ao sol várias horas por dia sem a utilização de nenhum tipo de Equipamento de Proteção Individual (EPI) ou protetor solar, o que favoreceria o desenvolvimento de câncer de lábio, pescoço e face (HAYASHIDE, et al; CZERNINSKI, et al. 2010)

Outro fator que tem recebido destaque na etiologia deste tipo de tumor é a infecção pelo Papiloma Vírus Humano (HPV). Há poucos dados sobre infecções orais associados ao HPV na Região Nordeste e especialmente em Alagoas. De acordo com Matos, et al. (2015), ao avaliarem a prevalência de infecção oral e

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orofaríngea pelo HPV na população brasileira através de uma revisão sistemática, observaram uma prevalência de 38,5% de infecções por HPV em pacientes com câncer de cavidade oral. Não foram encontrados dados sobre a cobertura vacinal de HPV no estado de Alagoas e incidência da doença associada a este fator (BAÚ, et al, 2011; PETITO, et al. 2013).

Entretanto, os fatores destacados neste estudo parecem ser aqueles de maior impacto para o aumento da incidência da doença. Independente do agente causador, o câncer nessa região pode prejudicar seriamente o estado nutricional do paciente, levando a impactos negativos na qualidade de vida, morbidade e mortalidade (LEMOS, et al. 2013).

O Brasil e Alagoas apresentam um aumento do número de casos nos últimos anos, mas estudos que investiguem esse tipo de Câncer no Estado são escassos. Observa-se apenas que os diagnósticos são realizados tardiamente e há dificuldades de acesso ao tratamento. Uma das principais razões para estes diagnósticos tardio é o baixo nível de conhecimento dos indivíduos sobre os sinais e sintomas do câncer bucal, dos fatores de riscos, meios de prevenção e detecção precoce (CONWAY, et al. 2018).

A identificação de lesões do câncer em estágio inicial possibilita um melhor tratamento, com menos agressividade e, consequentemente, uma melhor sobrevida. (MILLER, et al. 2005).

5. CONCLUSÃO

O câncer de cavidade oral é um problema de saúde que vem aumentando nos últimos anos não somente em Alagoas, mas em todo o território brasileiro. O consumo de álcool e tabaco são os principais fatores associados a etiologia da doença.

No biênio de 2016 – 2017 foram observadas estimativas de Incidência mais elevadas tanto no Brasil quanto em Alagoas e apesar de uma elevação discreta para o corrente ano, conhecer os fatores na população que estariam relacionados a maior incidência da doença é essencial para que se adotem medidas preventivas e de diagnóstico precoce.

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REFERÊNCIAS

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Referências

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