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Contexto do Streaming e Mídias Tradicionais: Audiência, Alcance e Transformações na Atualidade 1

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Academic year: 2021

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Contexto do Streaming e Mídias Tradicionais: Audiência, Alcance e Transformações na Atualidade1

Ana Carolina Conesa Monteiro2 Beatriz Fonte Boa Albernaz3

Mateus Tavares Ferreira4

Matheus Antônio Vieira5

Janaína Visibeli Barros6

Universidade do Estado de Minas Gerais, Divinópolis, MG

Resumo

O presente texto visa analisar o cenário atual dos streaming em relação com as mídias tradicionais. Com o objetivo de obter um registro do cenário atual em um mercado em constante mudança, o trabalho busca compreender o cenário que as compõe. Contextualizando transformações no mercado midiático, são abordadas questões do alcance, audiência e novas estratégias. Assim expondo um cenário no qual essas mídias não se aniquilam mas provocam mudanças econômicas, técnicas e de público, na medida em que se relacionam.

Palavras-chave: streaming; mídias tradicionais; dados; audiência;

Introdução

O streaming e os serviços de streaming ocupam um papel central crescente entre as mídias. Esse novo cenário começa compor relações, transformações e hibridismos de componentes complexos com as mídias tradicionais. O composto de audiência, alcances e suas transformações são apresentados no presente artigo, com base dados divulgados midiaticamente, pesquisas de mercado e teórias das mídias, para compor uma análise do atual cenário da relação do streaming com as mídias tradicionais.

O streaming é uma técnica de conteúdo sobre demanda, principalmente no modelo que é conhecido como video on-demand, vídeo sobre demanda. Essa técnica é proporcionada pela internet em que o aumento das conexões e a velocidade, popularizou

1 Trabalho apresentado na IJ 05 – Comunicação Multimídia da Intercom Júnior – XVI Jornada de Iniciação

Científica em Comunicação, evento componente do 43º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação

2 Estudante de Graduação. 6° semestre no curso de Comunicação Social - Publicidade e Propaganda na

Universidade do Estado de Minas Gerais, email: conesamonteiro@hotmail.com.

3 Estudante de Graduação. 6° semestre no curso de Comunicação Social - Publicidade e Propaganda na

Universidade do Estado de Minas Gerais, email: bia-fonteboa@live.com.

4 Estudante de Graduação. 6° semestre no curso de Comunicação Social - Publicidade e Propaganda na

Universidade do Estado de Minas Gerais, email: mateusttavares@outlook.com.

5 Estudante de Graduação. 6° semestre no curso de Comunicação Social - Publicidade e Propaganda na

Universidade do Estado de Minas Gerais, email: matheusuantonio@outlook.com.

6 Orientadora em Gestão de Negócios em Comunicação na Universidade do Estado de Minas Gerais.

Doutora e mestre em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, email: jvisibeli@gmail.com.

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o uso mundial do modelo. Os serviços de streaming, ou também reconhecidas como plataformas de streaming, são os responsáveis por oferecer o conteúdo sob demanda, podendo ou não cobrar diretamente por isso. Destacamos no presente artigo, os principais serviços de streaming no Brasil e no mundo, que chegam a tornarem o sinônimo da técnica, como o caso da Netflix.

A possibilidade do usúario estar sob controle flexibilizado ao acesso de contéudo, provocou mudanças em outras mídias tradicionais. Apesar de não provomeverem o fim dessas mídias atualmente, a sua popularização afetou os índices de consumo e principalmente a forma no qual as audiências consomem. Dessa forma, as mídias tradicionais começaram a movimentar a forma no qual produzem e fornecem contéudo e disputarem a atenção mídiática.

O presente texto pretende analisar os contextos que apresentam essas mídias quanto as suas audiências, pretensões, alcances e transformações em uma visão do streaming para e com as mídias tradicionais, a fim de definir o cenário complexo que elas compõem. Foi desenvolvido com metodologia exploratória para movimentar saberes sobre a comunicação e as tecnologias que a envolvem.

Metodologia

A pesquisa realizada neste trabalho pode ser classificada como exploratória. Propõe estabelecer maior familiaridade com a questão e torná-la mais explícita, embora seja necessário entender que ainda existem muitas dúvidas e cenários nebulosos em relação ao tema estudado.

Para facilitar o entendimento, separamos o estudo por tópicos: o que é o streaming; perspectiva para o mercado da comunicação nesse setor; cenário incerto para as mídias tradicionais; impacto na mídia publicitária e dados flutuantes. A pesquisa bibliográfica tem o intuito de colocar o pesquisador em contato com o que foi produzido sobre o determinado assunto (LAKATOS E MARCONI, 1996).

A parte documental é amparada por livros, artigos, teses, notícias jornalísticas e pesquisas bibliográficas. O levantamento possibilita que o leitor verifique os autores e seus conteúdos para propor novas ideias à temática.

Mesmo com materiais previamente elaborados, tivemos dificuldade em encontrar dados brasileiros ou oriundos de pesquisas nacionais, por isso nos embasamos em jornais e documentos de outros países. Entretanto, por meio da pesquisa qualitativa, é possível

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verificar os impactos gerados pela mudança de hábitos do público consumidor do streaming e a sua influência cultural, e classificar as vantagens e desvantagens da mídia em questão.

Nossas escolhas derivaram da permissão de explorar os objetivos e exemplificar o uso de novas mídias como ferramentas de inovação no mercado comunicacional, proporcionando um conhecimento didático e explanatório sobre o tema abordado, de modo a organizar informações que são pouco discutidas no cenário atual, resultando na percepção de um futuro inconclusivo sobre mídias tradicionais, mas expondo estratégias eficazes para a fusão com as novas.

Streaming:

Pensarmos na televisão em meio as diversas possibilidades proporcionadas pela internet, tecnologia de dados, web 2.0 e as frequentes mudanças que acontecem no meio virtual, parece pensarmos em uma tecnologia ultrapassada e que será brevemente substituída pelo inevitável avanço em rede. Entretanto, pensar a televisão dentro de um contexto tão acelerado e abundante de ideias, ainda que confuso, parece ser a oportunidade perfeita de levar a tradicional TV a um novo nível de transmissão e atendimento de público, muito mais condizente com as demandas do atual mercado e menos preso as noções de TV aberta ou TV a cabo (SILVA, 2019). Nesse sentido o streaming é a tecnologia que parece dar uma longa sobrevida à ideia de televisão e um fim ao atual modelo como ela se apresenta.

A tecnologia streaming é aquela que nos permite acessar um conteúdo de áudio, vídeo, jogo ou livro sem a necessidade de fazermos o download de um arquivo em nosso dispositivo eletrônico. Significa que se quisermos assistir a um filme, por exemplo, basta acessarmos a plataforma de distribuição do streaming on-demand, ou seja, sob demanda, pronto para consumo, procurar pelo conteúdo desejado e apertar o play. Quando fazemos isso, o conteúdo do filme é enviado ao nosso dispositivo em pequenas doses a medida em que o assistimos. Ou melhor, nós o assistimos à medida em que ele nos é enviado. Acontece que essa transmissão ocorre tão imediatamente que não há tempo de espera entre o início da entrega e o recebimento dos dados. Dessa forma, estamos fazendo uso de um software como um serviço de transmissão de conteúdo e não como um produto disponível para download (COUTINHO, 2014).

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A técnica de streaming existe desde os anos 90, mas devido à baixa velocidade da internet ainda naquela época, dificilmente a experiência de receber um conteúdo sem a necessidade de realizar um download era tão satisfatória quanto é hoje em dia. Com a popularização do serviço de internet e sua melhoria, o streaming acabou por se tornar o modo mais conveniente de enviar e receber dados (LATTO, 2020), e a grande tendência é que seja cada vez mais comum que os telespectadores estejam no controle do que vão assistir, quando e onde (COUTINHO, 2014), a não ser que estejamos falando do streaming de um evento ao vivo.

As lives, como são chamados os eventos transmitidos online simultaneamente ao seu acontecimento, são streamings que se realizam de forma semelhante ao serviço on-demand, exceto pelo fato de todo dado enviado ser descartado logo após a visualização (LATTO, 2020). Significa que o conteúdo nunca será entregue por completo e é por isso que não conseguimos retroceder, acelerar ou pular cenas de uma live.

Uma das mídias que mais tem sofrido movimentações com a popularização do streaming é a televisão (SILVA, 2019), mas, como dissemos anteriormente, trata-se de pensar a TV de uma nova forma, e não de descarta-la em nome das novas possibilidades online. Streaming e TV ainda têm algo em comum. O que os diferencia é justamente o que tem feito aquele tão querido entre internautas.

De acordo com o funcionamento de uma live, percebemos que ela se aproxima mais do que entendemos por televisão do que o streaming em formato on-demand, afinal, quando assistimos a um conteúdo ao vivo, não escolhemos a plataforma e nem o horário da transmissão. Essas duas características são fatores que limitam o telespectador na audiência de programas de TV, mas existem ainda barreiras mais rígidas que distanciam o público do produto audiovisual na maneira como a TV o entrega, característica essa que foi abolida pelas plataformas streaming.

Versatilidade do streaming

A grande diferença entre TV e streaming é a capacidade do telespectador escolher o que quer assistir ao acessar uma plataforma on-demand, diferente daquela que, mesmo sendo a cabo, apesar de conteúdo exclusivo, costuma apresentar uma programação repetitiva (SILVA, 2019) e nunca deu ao telespectador a oportunidade de escolher precisamente o que gostaria de assistir.

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A versatilidade do streaming, além da conveniência de não ocupar memória nos computadores e dispositivos que o reproduzem, fez com que, no Brasil, ele tivesse mais acesso que todas as emissoras de TV a cabo e todas as de TV aberta, com exceção apenas da rede Globo, como mostra pesquisa detalhada adiante no presente artigo.

O sucesso desse modelo de entrega de conteúdo tem sido tanto, que emissoras de TV tradicionais estão se adaptando também ao universo em rede, e as plataformas já existentes estão investindo em estúdios de gravação próprios, onde conseguem produzir seu respectivo conteúdo para lançamento somente dentro de seu ponto de distribuição (SILVA, 2019).

Outra característica que é, na verdade, uma preocupação gerada pelo conteúdo on-demand, é o volume de dados e informações pessoais associados a seus usuários quando a empresa começa a descobrir seus gostos com base em sua movimentação em rede (LATTO, 2020). É também com base nesses dados que as plataformas planejam seus futuros lançamentos e é feita a curadoria dos conteúdos que entram e saem dos portais.

Esse dispositivo de monitoramento é, ao mesmo tempo, tanto um motivo para fazer do streaming uma tecnologia executada cada vez mais sob a medida de seus consumidores quanto fazer de quem nos vigia, organizações cada vez mais por dentro de nossa vida privada.

Streaming e as mídias tradicionais em dados

Ao analisarmos a presença, crescimento e consumo de streaming na internet, consideraremos as principais plataformas voltadas para este serviço, que são também os parâmetros das pesquisas apresentadas adiante. Entre as analisadas estão Youtube, Youtube Music, Youtube Kids, Amazon Prime Video, GloboPlay, Spotify e Google Play Store, colocadas em comparação as duas principais mídias tradicionais: rádio e televisão. O uso de streaming no Brasil, segundo pesquisa realizada por Toluna (2019), em parceria com Meio & Mensagem em 2019, divulgada pela IstoÉ (2019), mostrou que 9 a cada 10 pessoas com acesso à internet no Brasil consomem algum produto em formato streaming. Na pesquisa da Opinion Box (2019), ¾ citam a Netflix como referência ao streaming. O Youtube, cujo acesso foi considerado único, independente das especificidades das plataformas Premium e Music, foi visitado por 133 milhões de brasileiros no último ano, número crescente em 138% e divulgado pela We Are Social (2019) Digital Global em 2019.

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Segundo o estudo do State of Mobile 2019 pesquisa feita por AppAnnie (2019), o Brasil está em segundo lugar no consumo de streaming no mundo, ficando atrás apenas da Índia, segundo país mais populoso do planeta. Entre 2016-2018 o Brasil apresentou uma crescente de 130% no consumo de streaming de vídeo, considerando dispositivos como computadores, tablets e celulares. Uma das plataformas mais crescentes nesse mercado é o Youtube Premium, que tem assinatura híbrida entre plataforma de streaming e vídeo (APPANNIE, 2019).

Os serviços de streaming representam hoje a segunda maior audiência do mercado de entretenimento brasileiro em relação a televisão aberta, e esse número é considerado crescente segundo especialistas da área (IBOPE, 2020). Os serviços das plataformas Netflix, Amazon Prime Video e outros acumularam, em junho de 2020, 15% de market share e uma média de sete pontos no Ibope, um total que só é superado pelos números da Globo, com 15 pontos e 32,6% de participação no mercado. Cada ponto corresponde a 250 mil casas nas maiores regiões metropolitanas do país. Os resultados foram divulgados pela coluna de Ricardo Feltrin, no portal UOL (2020), com base em dados recolhidos entre as 7h da manhã e 0h pelo Ibope Media (2020), considerando somente a exibição em televisores7.

Figura 1 – Tabela de índice de audiência junho de 20208

Fonte: UOL (2020)

Todos esses elementos são compatíveis também com a mudança da plataforma utilizada. Em 2019, ao que demonstra uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio

7 O Ibope Media de julho de 2020, Figura 1 UOL (2020), considera o consumo de streaming e televisão

apenas por aparelhos televisivos, não sendo considerado consumo móvel, computadores, tablets entre outros dispositivos que não estão conectados ou integram totalmente um aparelho televisivo.

8 Figura 1: Tabela retirada de divulgação UOL (2020), considerando as informações divulgadas por Ibope

Media. RICARDO, Feltrin. Streaming já é o 2º maior ibope do país e só perde para Globo. São Paulo, 24 ago. 2020. Disponível em: https://tvefamosos.uol.com.br/noticias/ooops/2020/07/08/streaming-ja-e-o-2-maior-ibope-do-pais-e-so-perde-para-globo.htm. Acesso em: 8 jul. 2020

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Vargas de São Paulo (FGV-SP) em divulgação pela VEJA (2019), é calculada a existência 420 milhões de aparelhos digitais ativos atualmente no Brasil.

Na industrial fonográfica, segundo a pesquisa realizada pela Federação Internacional da Industria Fonográfica (IFPI) (2020), 89% dos brasileiros ouvem rádio, considerando também o consumo de programação de rádio digital. Na pesquisa, 92% dos consumidores ouvem música pelo smartphone no Brasil. Nesse caso, o país também é o segundo em todo mundo. Desses, 77% dos consumidores usam streaming, principalmente em plataformas pagas. O Spotify representa 66% dos acessos ao streaming. Hoje, esse mercado, ao que informa IFPI (2020), representa 56,1% dos lucros provindos do consumo de conteúdo fonográfico. Um aumento de 22,1% do consumo de streaming em relação a 2018, e a queda de 5,3% do mercado de cópias físicas.

O futuro das mídias

Não há muitas publicações que tratem das previsões para esse mercado, mas grande parte dos blogs especializados apontam para o crescimento não somente do mercado, como também sua participação em premiações, o aumento de banda de internet por preços mais acessíveis em outros países do mundo e o aumento da competição entre organizações do setor, além da migração de parte das próprias rádios, televisão para os setores de streaming.

No ano de 2020, em decorrência da pandemia de Covid-19, esperava-se um aumento do consumo de plataformas de streaming, o que realmente ocorreu, como informa a empresa de pesquisa Conviva (2020) em uma pesquisa de mercado. Algumas rádios e emissoras de TV também tiveram um aumento significativo em sua audiência, o que demonstra que o público ainda possui interesse em consumir essas mídias.

O que podemos considerar é que a adequação ao áudio e vídeo por demanda é crescente da mesma forma que o público da internet é crescente. A exemplo disso, a Rede Globo investe atualmente em sua própria plataforma, de forma a criar conteúdo crossmídia e transmídia e essa mudança deve acontecer de forma cada vez mais intensa. As prospecções futuras apontam que até 2022, 87% da banda global de internet será de streaming de mídias audiovisuais dessas plataformas, análise feita pela Cisco (2020).

Em um estudo realizado pela empresa estadunidense Ampere Analysis (2019), reportagem por Folha de Pernambuco, o mercado de streaming de vídeo seria maior que $50 bilhões de dólares ao fim de 2019, em comparação a 40 bilhões do cinema em todo

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mundo. Não há divulgações que confirmem a concretização dessa previsão em 2019. É notável ainda que em 2020, a impossibilidade de pessoas irem ao cinema afeta ainda mais esse cenário. O que se espera não é o fim dessas mídias, mas a transformação do seu conteúdo para algo mais condizente com o que acontece em seu entorno, a fim de acomodar as mudanças de consumo de seus públicos. A exemplo disso temos as rádios mudando sua programação musical para estilos de programa de conversação e entrevistas, e as televisões com o jornalismo de esportes e programas de interatividade multiplataforma.

Para os streamings, a tendência é o crescimento de seu consumo na mesma medida em que cresce o consumo de tecnologias de internet rápida, como a 5G e internet via satélite, possibilitando a transmissão de conteúdo de alta qualidade em diferentes ambientes. Segundo pesquisa da Cisco (2018), em 2023 prevê-se que 2/3 da população mundial (5.3 bilhões de pessoas) terão acesso à internet com capacidade de consumo de streaming. Para a Forbes (2020) consumidores passarão a ver o streaming como um serviço essencial, pressionando outras mídias a se adaptarem e encontrarem formas de coexistir. A televisão digital, também chamada no Brasil de DTV, integrada a televisores com conexão à internet, também permitem que canais transmitam conteúdo exclusivo juntamente a conteúdos abertos e publicidades.

Rearranjos das mídias tradicionais

Nos últimos anos vimos a forte consolidação do streaming, na qual a internet e os avanços tecnológicos serviram como fornimento para sua sustentação, como é formulado por Amanda Lotz (2014, 167-206) “os sistemas de medição de audiência se tornaram cada vez mais sofisticados e as redes a cabo introduziam novas opções durante a transição multicanal”, este formato de conteúdo encontrado em plataformas online como as famosas Netflix e Amazon. Assim, para não perder audiência, as emissoras de televisão começaram os seus próprios serviços “on demand”, ou seja, o telespectador pode assistir ao programa desejando a hora que quiser desde que tenha comprado pacotes de assinatura nessas plataformas. Nesse sentido, a internet continua proporcionando maior liberdade enquanto a televisão e o rádio se mantêm influenciando o dia a dia e a rotina de seus públicos, movimentando o conteúdo e os horários em que o consomem, segmentando o espectador.

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As plataformas de streaming não servem mais apenas como espaço virtual para disponibilização de filmes e programas de TV, também é possível perceber o investimento na produção e licenciamento de seu próprio conteúdo. A revolução moderna permite a conexão generalizada e o consumo de conteúdo virtual globalizado. Em contrapartida, movimentos estratégicos da televisão têm efeitos importantes sobre suas futuras relações com o consumidor e a estrutura do mercado tradicional, por consequência ocasionando evoluções distintas para ambos coexistirem.

Ainda podemos dizer sobre a existência de um conteúdo bem enraizado que valoriza as mídias tradicionais: programas ao vivo, como esportes e grandes eventos, demonstram a grande importância da televisão linear tradicional. Em regiões com baixo sinal de banda larga, o consumo televisivo é massivo. Essas mídias ainda atuam fortemente no mercado com a sua maior capacidade de distribuição e seria equivocado visualizar um cenário em que todos têm acesso à internet. Portanto é necessário pensar que um mercado com variedade de oferta de serviços funcionará melhor que um monopolizado, até porque apenas aquele conseguiria atender a própria diversidade de consumidores dentro de suas particularidades de acesso.

Uma pesquisa feita pela Cisco Systems (2018) prevê que atualmente 63% da população de 18 a 34 anos desfruta de conteúdo de streaming ao vivo diariamente. A Amazon está investindo cerca de US$ 5 bilhões por ano em conteúdo (THE ECONOMIST, 2019) e a expectativa é de que a Netflix invista US$ 15 bilhões este ano (THE ECONOMIST, 2019).

A televisão em meio aos algoritmos

A televisão, desde o seu surgimento, não mudou apenas historicamente, mas se encontra em um ambiente incerto de acordo com as perspectivas e os interesses do público, além de estar constantemente se adaptando aos desafios regulamentários. Enquanto plataformas digitais detêm de regulamentos flexíveis, devemos entender o seu foco e como atuam. Por exemplo, o YouTube é um ambiente de mídia híbrida na qual os usuários e empresas distribuem seu conteúdo sem custos, apenas contribuindo na alimentação da plataforma e atraindo acessos aos vídeos que têm maior número de visualizações. Por outro lado, a Netflix distribui conteúdo produzido profissionalmente para assinantes pagantes e compete diretamente com o conteúdo televisivo. Ela está adaptada aos gostos e preferências individuais de cada assinante, além de usar o conteúdo

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interativo (utilizando-se de algoritmos para o consumidor possuir facilidade na hora da pesquisa de conteúdo, dando sugestões possivelmente de seu interesse), se afastando da prática da televisão tradicional que trabalha com uma grade de programação normalmente rígida (KREMER, 2015).

Os algoritmos, principalmente os de sugestão, ajudaram a plataforma a crescer e a manter os usuários entretidos explorando o catálogo e, em 2005, a Netflix já contava com 4,2 milhões de assinantes. Em 2011, a empresa alcançou a América Latina e em 2012, os países europeus começaram a fazer parte da crescente lista de nações atendidas pelo serviço (SILVA, 2015). Em 2016, a Netflix atingiu capitalização de mercado superior a 30 milhões de dólares na bolsa de Nova York, superando grandes redes de canais como CBS. Em um curto período de tempo, sua alavancada cresceu os olhos de diversos investidores e trouxe maior credibilidade para a empresa (MIRANDA, 2017).

O poder das recomendações tem o viés de avaliações e preferências assinaladas pelo próprio receptor, trazendo maior comodidade para o usuário, mesmo que o catálogo possa ser influenciado geograficamente. Na televisão tradicional é possível notar alguns recursos como a divisão em atos bem delimitada, pensada para acomodar intervalos comerciais, e um tempo de duração total dos episódios bem determinado, para que se possa encaixar na rotina dos espectadores e na programação do canal de forma previsível (MIRANDA, 2017).

Assim, mesmo com seus recursos separados, os intermediários digitais juntos pressionam economicamente e tecnologicamente mais uma vez o flutuante histórico da televisão, agora com a fragmentação da sua audiência, tendendo a se inovar e continuar sendo um meio econômico, cultural e social importante. Como quando ocorrido com os canais generalistas que foram subdivididos em canais de nicho, entendendo que o desenvolvimento da televisão não é linear e universal em vários aspectos culturais, é formada, no entanto, por diversos fatores tecnológicos, econômicos, políticos e históricos, e por essa razão não é possível fundamentar que a televisão passa por um declínio ao ponto de se desfazer. É válido ressaltar que, o que é novidade, se torna obsoleto em pouco tempo, então da mesma forma que a televisão tem que se inovar, as plataformas de streaming também, pois novos concorrentes fortes estão surgindo e querem espaço no mercado. Foi constatado pelo IBGE (2019) que em 2019 o Brasil subiu para 135,8 milhões de pessoas conectadas, correspondendo a 74,7% da população de idade ativa,

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segundo o que mostra a Pnad Contínua(2019), e a televisão está sendo recorrida como plataforma de acesso por 23,1% de brasileiros.

Os hábitos de consumo estão sempre em oscilação e o desejo é o de oferecer experiências realmente diferenciadas a cada usuário. Os canais de televisão fechada trazem como novidade a possibilidade de maratona de conteúdo em série. É anunciado o dia e horário e qual canal irá disponibilizar o seriado ou trilogia de filmes, conseguindo, dessa maneira, atrair novos espectadores, uma maior audiência e interatividade. Esse método se diferencia do antigo binge-watching, ou seja, exibindo conteúdo inéditos semanalmente, dando tempo ao receptor para “digerir” cada capítulo, o que vai contra o assistir compulsivamente, e proporciona um hábito.

O marketing no streaming, análise de caso:

A publicidade sempre acompanha as mudanças de comportamento do consumidor, e não seria diferente no caso do streaming (KOTLER, 2017). A inclusão desse serviço no planejamento publicitário surge como uma solução e não apenas uma adequação. Essa nova forma de consumo de mídia abarca novas ferramentas para o publicitário, como a maior utilização de dados e a segmentação de público. Tal mudança possibilita uma proximidade mais íntima entre as plataformas de streaming e o público, gerando uma sensação intensa de pertencimento e influência (KOTLER, 2017).

Para exemplificar as vantagens do streaming em relação à mídia tradicional, podemos utilizar o case da Gatorade com o Spotify. A plataforma de streaming de música oferece diversas soluções para publicidade, como inserções de propaganda em músicas, vídeos e podcasts. É interessante observar que além de soluções tradicionais, o streaming também possibilita inovações, como as playlists patrocinadas. A campanha da Gatorade combinou áudio, displays mobile e Sessões Patrocinadas, que concedem 30 minutos de música sem intervalos a usuários que assistem a um vídeo da marca.

O que potencializou a campanha da marca, além de seu variado portfólio de soluções, foi a segmentação do Spotify. O objetivo da campanha era atingir jovens atletas hispânicos, entre 18 e 34 anos. O público foi alcançado, e melhor, atingido no momento certo. A análise de dados do Spotify mostrou que muitos jovens utilizam de playlists específicas e músicas para praticar esportes, e as inserções entraram nesse exato momento.

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O streaming neste caso, escancaram mais uma vantagem da mídia: a facilidade de mensuração. Segundo dados oferecidos pelo Spotify (2018), 82% dos ouvintes consideraram a propaganda relevante, e o número de pessoas que concordam que a associação do Spotify e Gatorade faz sentido, aumentou em 40%. A possibilidade de análise da dados para uma maior segmentação também se estende para os resultados, o modo de utilização do streaming possibilita uma mensuração maior da eficiência das campanhas.

Conclusão:

O presente artigo buscou apresentar um panorama do atual cenário de mídias tradicionais frente a aparição da mídia streaming, que chega ao público com a promessa de oferecer experiências nunca antes ofertadas ou possibilitadas pelas mídias convencionais.

Sem apresentar uma fixação do consumo do streaming no dia a dia das pessoas enquanto um produto essencial, apesar de os indicadores nos apresentarem uma enorme tendência para a ocorrência desse fato. Tampouco pretendemos declarar o desaparecimento da televisão. Pelo contrário, apesar da inegável potência do streaming no atual cenário, é possível observarmos que a TV, mesmo quando ameaçada, ainda busca versatilidade e encontra meios de não desaparecer no grande mercado de entretenimento. Trata-se, portanto, de uma reinvenção, e não da extinção do antigo para a emergência do novo.

É importante frisarmos ainda que a sobrevida dada tanto à TV quando à rádio, dizem respeito não só a maneira como as próprias organizações se flexibilizam nesse inconstante meio, mas muito diz sobre as variadas e discrepantes possibilidades de acesso do público aos conteúdos disponíveis para consumo, seja em rede ou seja por meio de um aparelho eletrônico. O mercado cultural e de entretenimento se mostra, portanto, um objeto inconstante, impreciso e nem sempre previsível, cuja formatação depende tanto do avanço e crescimento das organizações que o alimentam, quanto das demandas dos mais diversos públicos que o consomem.

Por fim, buscamos apresentar quais as novas possibilidades o streaming anuncia para o marketing segmentado, alinhado às facilidades proporcionadas pela geração de dados de usuários nas plataformas on-demand. Observa-se que o mesmo dispositivo que facilita e personaliza a navegação de espectadores em plataformas de streaming é aquele

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que constrói uma ponte direta entre propaganda e público alvo. É o aparecimento de um novo um ambiente no qual a divulgação e venda de conteúdos e produtos tem a oportunidade de encontrar seu consumidor, dessa vez com mais precisão do que nunca.

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Referências

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