Política Pública em Exploração Mineral
e Aproveitamento dos Subprodutos
(PPEMINAS)
Coordenador: José Augusto Vieira Costa
Colaboradores: Eduardo Fernandes
Willian Souto
Euler Loyola da Silva
Seminário Prospectiva
Política Pública em Exploração Mineral
e Aproveitamento dos Subprodutos
Política pública é um instrumento de orientação dos planos de governo, sendo base
para tomada de decisões, desenvolvimento de programas específicos, realização de
ações e alocação de recursos financeiros quando disponíveis. A política pública
específica para exploração mineral está a cargo principalmente do Ministério de Minas
e Energia – MME.
A mineração é um conjunto de processos cujo o objetivo é explorar e extrair bens
minerais encontrados em lugares específicos na natureza. O aumento da produção
mineral induziu a necessidade de se elaborar medidas de descarte e controle
dos rejeitos e resíduos da mineração. Os resíduos da atividade mineradora podem ser
separados em resíduos estéreis ou resíduos sólidos de extração.
DESCRIÇÃO DA VARIÁVEL
A quantidade de resíduos gerada pela atividade depende do processo utilizado para
extração do minério, da concentração da substância mineral estocada na rocha
matriz e da localização da jazida em relação à superfície.
Política Pública em Exploração Mineral
e Aproveitamento dos Subprodutos
EVOLUÇÕES PASSADAS
Anteriormente, todos os resíduos sólidos oriundos da mineração era descartado em lugares inapropriados constituído por lixões de resíduos por vezes perigosos a saúde humana ou dispostos em barragens de contenção na forma de lamas.
Estudos do Ipea (2012) demonstra que existem ainda outros resíduos, constituídos por um conjunto bastante diverso de materiais, tais como efluentes do tratamento de esgoto gerado nas plantas de mineração, resíduos eletroeletrônicos e outros provenientes da operação das plantas de extração e de beneficiamento das substâncias minerais.
A Atividade Garimpeira de ouro é uma das mais nocivas pois utiliza mercúrio e deixa durante a extração do minério grande parte do mercúrio depositados nos sedimentos dos rios. Uma vez que esse metal é cumulativo no organismo, torna-se bastante perigoso, pois os peixes transformam o metal em metil-mercúrio, e o homem ao consumi-lo tem um processo de acumulação no organismo que leva a sérios problemas de saúde.
Política Pública em Exploração Mineral
e Aproveitamento dos Subprodutos
O Brasil é o quarto maior exportador de rochas ornamentais no mundo, segundo dados de 2018 da Associação Brasileira de Rochas Ornamentais (Abirochas). Com tamanha demanda, os resíduos gerados neste segmento necessitam de destinação sustentável e economicamente viável. Foi na busca de soluções para este desafio, que 63 micros e pequenas empresas, que formam o consórcio Assobege (Associação dos Empreendedores de Mármore Bege Bahia), se uniram para o desenvolvimento de projetos inovadores com a Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), por meio de sua unidade credenciada Senai Cimatec, e o Sebrae/BA.
A gestão sustentável dos resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (REEE) é considerada um desafio, em face da alta taxa de crescimento da geração desses resíduos atualmente, em comparação às de outras categorias de materiais descartados. O lado positivo disso é que os REEE constituem uma fonte extraordinariamente rica de diversos componentes metálicos e não metálicos, alguns deles sendo considerados materiais críticos ou estratégicos para as economias dos países desenvolvidos.
VARIÁVEIS QUE PROVOCARAM AS EVOLUÇÕES
Muitas são as doenças oriundas dos rejeitos da mineração, como silicose (extração de anfibolitos fibrosos), a ingestão do mercúrio, contaminação por chumbo de jazidas proveniente de cobre, chumbo e zinco, diversos tipos de particulados finos derivados de rochas ornamentais, finos e grande volume de partículas como resultado de extração de minério de ferro.
Os recentes acontecimentos com ampla divulgação na mídia, nas quais se destacam o rompimento da barragem de Fundão (Vale / Samarco) em Mariana/MG, em novembro de 2015, que ceifou 19 vítimas e destruiu o distrito de Bento Rodrigues e o colapso da barragem I do Córrego do Feijão em Brumadinho/MG que vitimou 257 até o dia 11 de dezembro/2019, e 13 pessoas continuam desaparecidas, dentre outros, levaram as autoridades a estabelecerem uma série de atitudes de políticas públicas para que esses e outros tipos de acidentes não ocorram mais, seja por meio de legislação, bem como pelo estabelecimento de parcerias entre empresas e academia para o aproveitamento de subprodutos da mineração.
Política Pública em Exploração Mineral
e Aproveitamento dos Subprodutos
SITUAÇÃO ATUAL DAS VARIÁVEIS PROVOCADORAS DAS EVOLUÇÕES
Política Pública em Exploração Mineral
e Aproveitamento dos Subprodutos
Problemas relacionados à saúde provenientes de resíduos da mineração como a questão da silicose envolvia principalmente a empresa Sama que tomou uma série de atitudes ambientais para evitar emissão de poeira mineral.
Problemas relacionados aos rejeitos da mineração de ferro em grande parte está sendo resolvida através de estudos, em especial na UFMG. Esses subprodutos podem ser transformados na indústria da construção civil (calcinação do rejeito drenado do minério de Fe - Pozolana) como aditivo para o cimento e para o concreto, blocos para alvenarias e pavimentação, além de outros produtos (agregados para a pavimentação de estradas, pelotas para utilização na hidroponia e piscicultura).
Um nova frente de obtenção de subprodutos é inerente a geologia urbana, em que a gestão dos resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (REEE - smartphones, TVs e notebooks) é considerada um desafio. Algumas iniciativas ainda tímidas no Brasil estão sendo feitas no sentido da recuperação desses resíduos.
Um dos avanços consideráveis em relação a gestão de subprodutos da mineração está
relacionado no Art. 5º do Decreto nº 9.406, de 12 de junho de 2018, o qual descreve que o
minerador é responsável pelo aproveitamento de rejeitos e estéreis da explotação mineral,
bem como pela recuperação ambiental das áreas degradadas.
A Lei do Regime de Permissão de Lavra Garimpeira (Lei nº 7805, de 18 de julho de 1989),
que depende de prévio licenciamento ambiental e preferencialmente na forma de
cooperativas, veio atenuar a questão de garimpos ilegais que utilizam mercúrio de forma
desordenada. Entretanto, a atividade ilegal persiste em alguns rincões principalmente da
Amazônia. Se bem aplicada e fiscalizada as questões dos garimpos ilegais com incentivo
de regularização, muito do mercúrio deixará de ser jogado na natureza, devendo se utilizar
outros métodos de recuperação do ouro, como o uso de retornas no processo de
amalgamação ou tanques de decantação com cianeto de forma controlada
.
Política Pública em Exploração Mineral
e Aproveitamento dos Subprodutos
Atualmente, apenas uma pequena parte de produtos eletrônicos (REEE)
obsoletos é coletada e direcionada para cadeias de reciclagem de última
geração. Estima-se que só 20% dos REEE gerados sejam reciclados no mundo;
no Brasil, apenas 5%. No país, após a promulgação da Lei nº 12.305/2010, que
institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), foram estabelecidos os
acordos setoriais federais, ou seja, acordos específicos firmados entre
produtores, recicladores e o poder público para a implementação do Sistema de
Logística Reversa (SLR) para as categorias priorizadas pela Lei. No entanto, em
razão da variedade e complexidade dos produtos pertinentes à categoria dos
equipamentos eletroeletrônicos, o acordo setorial deste segmento ainda não foi
estabelecido. Em substituição ao documento federal, termos de compromisso
foram estabelecidos.
Política Pública em Exploração Mineral
e Aproveitamento dos Subprodutos
Nesse sentido, é imprescindível o aprimoramento da Lei de Resíduos Sólidos para
incluir os subprodutos da mineração de ferro e outros produtos metálicos, materiais
destinados a construção civil e regulamentar os resíduos de equipamentos
eletroeletrônicos (REEE). Existem nas universidades e centros de pesquisa
estudos/tecnologias que em grande parte reutilizam a quantidade de resíduos e
subprodutos da exploração mineral.
Se adotadas a iniciativa de elaboração e aplicação efetiva de um Política Pública de
Exploração Mineral, o Setor Mineral terá ganhos sensíveis em toda a cadeia,
compreendendo uma atividade de mineração abrangente desde a pesquisa, a lavra,
o desenvolvimento da mina, o beneficiamento, a comercialização dos minérios, o
aproveitamento de rejeitos e estéreis e o fechamento da mina.
Política Pública em Exploração Mineral
e Aproveitamento dos Subprodutos
RUPTURAS FUTURAS DAS VARIÁVEIS PROVOCADORAS
O Ministério de Minas e Energia em conjunto com suas coligadas e em parceria com outros ministérios, empresas e academia devem estabelecer uma política pública para desenvolver e fomentar programas de aproveitamento de rejeitos e resíduos do setor de pedras coradas, buscando o desenvolvimento de subprodutos e de linhas de financiamento que viabilizem esse aproveitamento. Deverá ser estabelecida política pública exequível para aproveitamento dos rejeitos e resíduos da mineração quando da extração e produção das pedras coradas da região de Cristalina-GO. O MME deverá incentivar o estabelecimento de convênios, acordos de cooperação com universidades, centros tecnológicos de inovação para aproveitamento econômico dos rejeitos e resíduos do setor gemológico.
As mineradoras devem buscar no governo, na academia, bem como na indústria cimenteira, o estabelecimento de parcerias público-privadas para resolver a questão da grande produção de rejeitos resultantes da exploração mineral.
Política Pública em Exploração Mineral
e Aproveitamento dos Subprodutos
Hipóteses Sobre o Futuro das Variáveis
Hipótese 3
Hipótese 2
Hipótese 1
Se as políticas públicas para subprodutos da exploração
mineral não incentivar o melhoramento da “Lei dos
Resíduos Sólidos”, a qual não contempla resíduo da mineração continuaremos
com problemas de não aproveitamento de subprodutos da extração
mineral. A política pública para
aproveitamento de resíduos da mineração continuará a passos lentos, sem incentivo
e sem o estabelecimento de parcerias público-privadas resultará em pouca evolução
para o setor de pedra coradas da região de
Cristalina-GO As políticas públicas para o
aproveitamento dos subprodutos da mineração alinhada com o desenvolvimento sustentável e
com a questão ambiental propiciando fomento e exequibilidade dos programas e
projetos resultarão em redução de resíduos e agregação de
valor aos subprodutos da mineração.
O país que queremos
Política Pública em Exploração Mineral
e Aproveitamento dos Subprodutos
Agradecemos!
augusto.costa@mdr.gov.br
dudaeduardo@uol.com.br
willianjn2_@hotmail.com
euler.senai@sistemafieg.org.br
Política Pública em Exploração
Mineral e Aproveitamento dos
Subprodutos
Seminário Prospectiva
