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PROJETO DE MELHORIA DOS POSTOS DE TRABALHO DA BIBLIOTECA DE UM CENTRO UNIVERSITÁRIO

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Academic year: 2021

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PROJETO DE MELHORIA DOS POSTOS DE TRABALHO DA BIBLIOTECA DE UM CENTRO UNIVERSITÁRIO

FERNANDES, Kamila Borges Santos (UNITRI) kamila_udi@hotmail.com GUERRA, Clever Jesus Zarate (UNITRI) czarate@uol.com.br

Resumo

Esse artigo objetiva analisar a Biblioteca de um Centro Universitário, onde a estrutura conta com um quadro de funcionários que lida diretamente com o público, sendo uma função que necessita de um ambiente adequado de trabalho, respeitando a sua integridade física e mental. São apresentadas algumas melhorias que poderão ser colocadas em práticas, dentro do setor analisado, projetando o posto de trabalho ergonomicamente correto, proporcionando aos funcionários condições adequadas para que estes possam exercer atividades com conforto, segurança e bem-estar que irão resultar numa maior satisfação dos funcionários, que diretamente aumentará qualitativamente o nível do atendimento ao público. Palavras-chave: Ergonomia, Posto de trabalho, Biblioteca.

INTRODUÇÃO

Nos dias de hoje, é cada vez mais comum encontrar funcionários afastados por doenças, consequências de um posto de trabalho ergonomicamente incorreto ou por atos inseguros, de imprudência ou de negligência por parte do funcionário.

O ambiente de trabalho deve oferecer aos funcionários condições favoráveis para que estes executem as tarefas com segurança, conforto e bem estar.

“A Ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho às características fisiológicas e psicológicas do ser humano”. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ERGONOMIA – ABERGO pode contribuir para solucionar um grande número de problemas sociais relacionados com a saúde, segurança, conforto e eficiência.” (WEERDMEESTER, DUL, 1995).

“O êxito de qualquer atividade empresarial é diretamente proporcional ao fato de se manter a sua peça fundamental – o trabalhador – em condições ótimas de saúde.” (FILHO, 1974)

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Os ambientes de trabalho estão sujeitos ao cumprimento de normas ergonômicas. A partir de 23 de novembro de 1990, através da Lei 6.514 Norma Regulamentadora nº 17 ,Ergonomia (NR 17), do Ministério do Trabalho e Emprego, foi instituída uma normatização para questões ergonômicas no Brasil. O objetivo da NR 17, conforme sua seção 17.1, é o estabelecimento de um conjunto de especificações para adaptar as condições de trabalho às características psicológicas e físicas do profissional.

Segurança do trabalho é o estado no qual as pessoas, materiais, edifícios e outros elementos encontram-se livres de dano, perigo ou moléstia. É o conjunto de verificações e medidas práticas que visam à prevenção de acidentes do trabalho.

De acordo com a Lei 8213 – artigo 19 acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

A falta de condições ergonomicamente corretas pode ter consequências como falta de concentração, queda de produtividade, alterações da saúde física e até mesmo da saúde mental e consequentemente trazem prejuízos para empresa. “As más posturas causam fadiga, dores lombares e câimbras, que se não forem corrigidas podem provocar anormalidades permanentes na coluna.” (LIDA, 1997).

Dentre os vários fatores que prejudicam o trabalho citam-se: RUÍDOS

A presença de ruídos elevados no ambiente de trabalho pode perturbar e, com o tempo, acaba atrapalhando a audição.

“As perturbações nas comunicações e no trabalho intelectual ocorrem a partir dos 80 dB (A) de ruído. Um ruído que ultrapassa a média de 80 dB (A) em oito horas de exposição, pode provocar surdez. Se o ruído tiver uma intensidade constante de 80 dB (A), o tempo de exposição máximo permitido é de oito horas.” (WEERDMEESTER e DUL, 1995).

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ILUMINAÇÃO

“A intensidade de luz que incide sobre a superfície de trabalho deve ser suficiente para garantir uma boa visibilidade.” (WEERDMEESTER e DUL, 1995),” [...] e os níveis gerais de iluminação recomendados para trabalhos normais em escritórios são de 500 a 700 lux.” (LIDA, 1997).

MOBILIÁRIO

É importante ressaltar que para os projeto dos postos de trabalho, máquinas e móveis, sempre existem diferenças individuais entre os seus usuários potenciais. Daí a importância dos postos de trabalho ter regulagem de altura.

“Quando a mesma bancada é usada por várias pessoas, sua altura deve ser regulável. Para acomodar as diferenças individuais, a faixa de ajustes deve ser de pelo menos 25 cm.” (WEERDMEESTER e DUL, 1995).

“Segundo WEERDMEESTER, DUL, 1995 a postura sentada por muito tempo como no caso da biblioteca é importante o uso de cadeiras com ajustes reguláveis no encosto, assento, apoio de braços e que também pode ser giratória.”

“O apoio de pés também é importante para facilitar a mudança de postura durante a jornada, contribuindo, assim, para a redução da fadiga. É necessário que haja espaço mínimo para as pernas, abaixo da superfície de trabalho, na postura sentada.” (WEERDMEESTER e DUL, 1995).

Os teclados e os mouses devem ser ergonômicos, para evitar doenças ocupacionais, como L.E.R (Lesão por esforço repetitivo) e D.O.R.T. (Distúrbio Osteomuscular relacionado ao trabalho).

O teclado ergonômico tem como finalidade diminuir o estresse nos punhos e antebraço e o mouse ergonômico exige um menor esforço. Os monitores CRT causam reflexos na tela atrapalhando o desempenho do funcionário e prejudicando a visão, o recomendado é a utilização de monitores LCD com ajuste de altura, pois proporciona maior conforto.

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FIGURA 1: Postura correta no trabalho

Fonte: http://www.orientacoesmedicas.com.br

Através de observação foi percebido que os funcionários da biblioteca não têm postura correta, o que pode desenvolver doenças do trabalho. Com a intenção de melhorar os postos de trabalho dos mesmos foi executada uma pesquisa, para o desenvolvimento ergonômico do local, pois na natureza de prestação de serviços pensar ergonomicamente nos funcionários é um grande diferencial.

O objetivo deste estudo é contribuir para solucionar problemas relacionados à saúde, segurança, conforto e eficiência dos funcionários da biblioteca, projetando os equipamentos ergonomicamente corretos e sugerindo algumas melhorias.

“A implantação das medidas de controle deverá ser acompanhada de treinamento dos trabalhadores quanto aos procedimentos de trabalho que assegurem a sua eficiência e as possíveis limitações. Deverão ser estabelecidas normas de execução correta das tarefas de maneira a reduzir geração de riscos ocupacionais” (SALIBA, CORRÊA, AMARAL, 2002).

METODOLOGIA

O projeto foi desenvolvido com fundamentação teórica através de pesquisas em livros, internet e revistas, cujo objetivo foi respaldar cientificamente os conceitos e proposta desenvolvidos.

Na sequência foi feita uma pesquisa laboral,que através de questionário, aplicou-se a 10 funcionários, na data de 14 de setembro de 2011, composto por 23 perguntas, os quais foram preenchidos nas dependências da biblioteca. Esse questionário teve o intuito de verificar os principais problemas ergonômicos do local.

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Após a coleta dos dados, foi feito o levantamento dos temas abordados no questionário, estes procedimentos seguiram os princípios da estatística com a utilização do software SPSS.Também foi feita uma análise observacional, onde foram verificadas as condições físicas do local.

FIGURA 2 – Postos de trabalho.

FIGURA 3 – Iluminação da biblioteca.

A intensidade de ruídos foi medida através de um decibelímetro, e a intensidade da luz foi medida através de um luxímetro digital, seguindo orientação da Lei 6.514 NR 17 em seu subitem 17.5.3.3. Na sequência a temperatura do aparelho de ar condicionado também foi verificada.

RESULTADOS

Pelos dados levantados pela pesquisa realizada com funcionários e devidamente analisadas pelo software estatístico SPSS, 40% dos pesquisados possuem algum problema relacionado com dores nas pernas e nas costas. A correlação destes sintomas com o trabalho sentado é positiva e extremamente significante( aproximadamente 0,62).

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Através dessa pesquisa, percebe-se que quanto maior a idade maior a necessidade de se adequar o assento corretamente. A idade média dos entrevistados que relataram sentir dores nas pernas, costas e coluna está em torno de 36 anos, enquanto que os que declaram não sentir nenhuma dor, em torno de 25 anos. Todos os colaboradores consultados relataram que trabalham na maior parte do tempo sentados.

Através da análise, foi percebido que a iluminação do local estava adequada, pois há iluminação natural, e a artificial estava dentro dos níveis gerais de iluminação recomendados para trabalhos normais em escritórios. Foi constatado na medição que a intensidade de luz do ambiente é de 500 lux, de acordo com (LIDA, 1997) “os níveis gerais de iluminação recomendados para trabalhos normais em escritórios são de 500 a 700 lux.”

O nível de ruído de 45 dB, também não é prejudicial à saúde, pois está abaixo de 80 dB, segund WEERDMEESTER e DUL, 199) “as perturbações nas comunicações e no trabalho intelectual ocorrem a partir dos 80 dB (A) de ruído.”

Alguns funcionários reclamaram da ventilação, mas foi percebido que o local possui aparelhos de ar condicionado funcionando e regulados com temperatura de 22º, o que está entre os 20 e 23 que é recomendado pela NR 17 em seu subitem 17.5.2, porém percebeu-se a falta de ventilação natural, o que pode ser melhorado mantendo a porta de vidro aberta em alguns momentos.

Foi percebido que existem vários equipamentos que necessitam serem trocados, para melhor conforto, saúde e segurança dos funcionários. Os monitores, teclados e mouses já ultrapassaram sua vida útil e não são ergonômicos. As cadeiras não possuem regulagem de altura nem apoio para os braços, às mesas de trabalho são muito baixas, sem regulagem de altura e algumas não têm espaço embaixo para acomodação e movimentação das pernas.

Foram feitas algumas sugestões de melhoria que se aceitas irão trazer vários

benefícios, melhorando a qualidade de vida dos funcionários. Uma das sugestões foi a troca dos monitores por LCD e com regulagem de altura, teclados e mouses

ergonômicos, que irão trazer mais conforto e evitarão problemas de saúde. FIGURA 4 – Monitor LCD com ajuste de altura, teclado e mouse ergonômico.

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Também foi sugerida utilização de apoio de pés, para facilitar a mudança de posição, ajudar a relaxar a musculatura e melhorar a circulação sanguínea. “Para os postos de trabalho em que a pessoa passa horas sentada, é recomendado colocar apoio para os pés, para facilitar as mudanças de postura.” (LIDA, 1997).

FIGURA 5 – Apoio para os pés

As cadeiras devem ser substituídas por outras com ajuste de altura, apoio para os braços regulável, assento em tamanho razoável, com encosto maior que é mais indicado para trabalhos contínuos. Segundo (ORSELLI, 2004) “as cadeiras mais indicadas são as ergonômicas, com regulagens de altura no encosto, assento e apoio para braços”.

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FIGURA 6 – Projeto de cadeira ergonômica

Fonte: FERNANDES, Kamila Borges Santos

As mesas também devem ser substituídas por mesas ergonômicas, a superfície da mesa deverá conter bordas arredondadas, deve ser grande o bastante para o desenvolvimento das atividades e bom posicionamento dos equipamentos necessários, como suporte para CPU e teclado, “o teclado e o monitor devem localizar-se em unidades diferentes, para que cada um deles possa ser colocado na melhor posição” (LIDA, 1997).O mais importante, as mesas devem possuir regulagem de altura para acomodar tanto um funcionário com 2,00 metros de altura quanto um de 1,50 metros.

“O redesenho do posto de trabalho deve visar uma postura melhor do trabalhador, adaptando-o às suas dimensões antropométricas e facilitando a realização dos movimentos corporais.” (LIDA, 1997).

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Fonte: FERNANDES, Kamila Borges Santos DISCUÇÃO E CONCLUSÃO

O presente trabalho analisou os riscos físicos e ergonômicos dos postos de trabalho da biblioteca de um Centro Universitário, elaborando um projeto ergonômico busca se atingir maior satisfação e um ambiente mais saudável para todos os envolvidos no processo.

Dessa forma, acredita-se que se as opções de melhoria forem aceitas, os objetivos dessa pesquisa serão atingidos significativamente a qualidade de vida dos funcionários, o que será refletido na melhora do atendimento aos clientes (alunos).

A Ergonomia de Conscientização é essencial para a realização dos objetivos propostos pelo projeto, pois é pelos treinamentos, palestras e atualizações constantes que será possível fazer com que o funcionário entenda os meios de trabalho menos prejudiciais para a sua saúde.

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Segundo WEERDMEESTER e DUL, “os usuários devem receber instruções sobre a forma de ajustar os equipamentos reguláveis, como a altura da mesa que deve estar conjugada com a altura da cadeira”.

A empresa em questão possui um setor especializado em segurança e medicina do trabalho, que poderá realizar constantemente palestras e treinamentos em ergonomia e segurança do trabalho, pois não basta o posto de trabalho ser adequado, se o usuário não souber como usá-lo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1- BRASIL. Ministério do trabalho e Emprego. Segurança e medicina do trabalho. 37º ed. São Paulo: Atlas, 1997.

2- DUL, Jan; Weerdmeester Bernard. Ergonomia Prática. São Paulo: Editora Edgard Blücher Ltda, 1995.

3- LEI 8213 Artigo 19 Dísponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8213cons.htm (Acesso em 7 de setembro de 2011).

4- LIDA, Itiro. Ergonomia Projeto e Produção. 4 ed. São Paulo: Editora Edgard Blücher Ltda, 1997.

5- MEDEIROS, Elisa Girardi. Análise da Qualidade de Vida no Trabalho: um Estudo de Caso na Área da Construção Civil. Porto Alegre, 2002.

6- ORSELLI, Osny Telles, Como especificar uma cadeira operativa. São Paulo: CREA, 2004.

7- SALIBA, Tuffi M.; CORRÊA, Marcia Angelim Chaves; AMARAL, Lênio Sérvio. Higiene do Trabalho e Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. São Paulo: LTR, 2002.

Referências

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