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A Origem Da Língua Portuguesa

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Academic year: 2021

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A origem da Língua Portuguesa A origem da Língua Portuguesa

Estudar a língua portuguesa e

Estudar a língua portuguesa e o seu processo histórico é o seu processo histórico é fundamental para a compreensão defundamental para a compreensão de sua formação. Sendo assim, estudar o

sua formação. Sendo assim, estudar o português arcaico é refletir sobre as diferenças entre oportuguês arcaico é refletir sobre as diferenças entre o passado e o presente, estabelecendo as relações l

passado e o presente, estabelecendo as relações lingüísticas mais justapostas, e não verdadesingüísticas mais justapostas, e não verdades pretendidas sobre esse tempo recuado da língua

pretendidas sobre esse tempo recuado da língua portuguesa.portuguesa.

A partir dessa aproximação, podemos reunir e interpretar o conhecimento tradicional e A partir dessa aproximação, podemos reunir e interpretar o conhecimento tradicional e recente sobre vários aspectos relativos do português no

recente sobre vários aspectos relativos do português no seu primeiro período documentado,seu primeiro período documentado, tendo como fundamento as questões gerais relativas à

tendo como fundamento as questões gerais relativas à documentação remanescente dodocumentação remanescente do período arcaico e às fontes bibliográficas para o seu estudo respectivo à fonética, fonologia, período arcaico e às fontes bibliográficas para o seu estudo respectivo à fonética, fonologia, morfossintaxe, sintaxe e léxico do português

morfossintaxe, sintaxe e léxico do português arcaico.arcaico.

Em meados dos anos oitenta do

Em meados dos anos oitenta do século XX, houve um retorno século XX, houve um retorno ao interesse pelos estudosao interesse pelos estudos

histórico-diacrônicos, tanto pela via da Sociolingüística laboviana, com a sua teoria da variação histórico-diacrônicos, tanto pela via da Sociolingüística laboviana, com a sua teoria da variação e mudança, como pela via do gerativismo diacrônico, que passou a se interessar pela mudança e mudança, como pela via do gerativismo diacrônico, que passou a se interessar pela mudança das línguas, como argumento para a

das línguas, como argumento para a construção de uma “teoria da gramática”, maisconstrução de uma “teoria da gramática”, mais recentemente, pela via do funcionalismo, sobretudo no que

recentemente, pela via do funcionalismo, sobretudo no que se refere aos estudos dese refere aos estudos de gramaticalização.

gramaticalização.

Com esse retorno, novos pesquisadores começaram a se

Com esse retorno, novos pesquisadores começaram a se dedicar ao passado da línguadedicar ao passado da língua portuguesa, tanto no Brasil, como

portuguesa, tanto no Brasil, como em Portugal, também lusitanistas estrangeiros. Assimem Portugal, também lusitanistas estrangeiros. Assim sendo, pesquisas novas e renovadas, em termos teórico-metodológicos, sobre o período sendo, pesquisas novas e renovadas, em termos teórico-metodológicos, sobre o período

arcaico do português foram se desenvolvendo, não só no Brasil como em Portugal e em outros arcaico do português foram se desenvolvendo, não só no Brasil como em Portugal e em outros lugares, em geral em forma de

lugares, em geral em forma de teses e dissertações, em geral inéditas, além de artigos teses e dissertações, em geral inéditas, além de artigos ee comunicações em periódicos e congressos da

comunicações em periódicos e congressos da especialidade. Também, com o Retorno àespecialidade. Também, com o Retorno à Filologia (Castro 1995), novas edições de textos medievais ou do período arcaico vêm sendo Filologia (Castro 1995), novas edições de textos medievais ou do período arcaico vêm sendo publicadas e outras re-editadas. E, para

publicadas e outras re-editadas. E, para a análise lingüística do passado, a a análise lingüística do passado, a base fundamentalbase fundamental empírica são os documentos do

empírica são os documentos do passado essenciais, em edições confiáveis para estudospassado essenciais, em edições confiáveis para estudos lingüísticos, já que, quase sempre, é

lingüísticos, já que, quase sempre, é impossível trabalhar sobre os manuscritos originais.impossível trabalhar sobre os manuscritos originais.

Pesquisadores, nessa última década, têm desvendado sobre o primeiro período em Pesquisadores, nessa última década, têm desvendado sobre o primeiro período em que aque a língua portuguesa aparece escrita e que pode se situar dos inícios do século XIII e prolonga-se língua portuguesa aparece escrita e que pode se situar dos inícios do século XIII e prolonga-se pelo século XVI, sendo uma data significativa para o início do período moderno, que é o início pelo século XVI, sendo uma data significativa para o início do período moderno, que é o início da gramatização da língua portuguesa.

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É importante ressaltar que a formação da língua portuguesa está envolvida de elementos que foram cruciais para esse processo, tais como os fatores políticos, econômicos e religiosos. O português arcaico, dessa forma, foi uma etapa de consolidação da formação da língua que temos nos tempos atuais. E não tem como falar do português arcaico sem falar de outras variações lingüísticas, como o latim vulgar, por exemplo, que como qualquer outra língua, é a expressão da cultura histórica de um povo cuja influência e dominação predominou.

Dentro deste contexto histórico, está a romanização da Península Ibérica, no século III a. C., difundindo então o uso do latim, de certo modo através de uma política de imposição. Com a invasão dos bárbaros germanos, no século V, à Península, a unidade política do império romano foi dissolvida e consequentemente, a dialetação do latim vulgar. Já no século VIII, os árabes também invadiram a Península e portando uma cultura superior, impuseram sua língua oficial, embora os peninsulares continuassem a falar o romance, que é o latim vulgar já

modificado. Surgem então os dialetos moçárabes, a partir do contato do árabe com o latim. Com a expulsão definitiva dos árabes por Fernando de Aragão e Isabel de Castela, no século XV, ficaram os resquícios de sua influência no léxico português, caracterizados pelo prefixo AL (álgebra, alface, álcool, etc.).

Após a expulsão dos mouros do território peninsular, um novo reino foi fundado, o reino de Portugal. Nessa região falava-se o dialeto galeziano, ou galego-português, expressão lingüística comum à Galiza e Portugal. Todavia, Portugal foi se distanciando politicamente de Galiza

através de seus domínios e diferenciações lingüísticas, e essa evolução continuou até formar a língua portuguesa que conhecemos hoje. Esse período de transição, conhecido como galego-português, é o período do português arcaico que iremos estudar, que compreende entre o século XII até o século XVI. Foi uma língua falada durante a idade média, variação do romance, que é uma variante do latim.

Em 1290, o Rei Dom Dinis (ou Denis) criava a primeira universidade portuguesa em Lisboa (o Estudo Geral) e decretou que o português, que então era chamado "linguagem" fosse usado em vez do latim em contexto administrativo. Em 1296, o português foi adoptado pela

Chancelaria Real. A partir deste momento o português passou a ser usado não só na poesia, mas também na redação das leis e nos notários. Até 1350, a língua galego-portuguesa

permaneceu apenas como língua nativa da Galiza e Portugal; mas em meados do século XIV, o português tornou-se uma língua elaborada, dotada de uma tradição literária riquíssima, e

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também foi adotado por muitos poetas Leoneses, Castelhanos, Aragoneses e Catalães. Durante essa época, a língua na Galiza começou a ser influenciada pelo castelhano

(basicamente o espanhol moderno), tendo-se também iniciado a introdução do espanhol como única forma de língua culta. Em Portugal, a fixação da corte em Lisboa, o surgimento da imprensa e a profunda textualização das classes dominantes (aristocracia, clero e burguesia) levaram ao desenvolvimento e elaboração de uma língua padrão a partir dos séculos XV-XVI de características centro-meridionais e à “exportação” de variedades linguísticas despojadas de marcas setentrionais para os novos territórios descobertos e colonizados pelos portugueses.

Com os decobrimentos portugueses, entre os séculos XIV e XVI, a língua portuguesa espalhou-se por muitas regiões da Ásia, África e América, e tornou-se uma “Língua Franca”, utilizadas não só pela administração colonial, mas também para a comunicação entre os oficiais locais e europeus de todas as nacionalidades. A propagação da língua portuguesa foi favorecida por mesclagens entre portugueses e gentes locais e também por missionários católicos, tornando-se então uma língua bastante popular.

Com a Renascença, aumenta o número de palavras eruditas com origem no latim clássico e no grego arcaico, o que aumenta a complexidade do português. O fim do "português arcaico" é marcado com a publicação do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende, em 1516. Mas formas similares ao português arcaico são ainda faladas por muitas populações em São Tomé e Príncipe, no Brasil e Portugal rural.

O primeiro texto inteiramente redigido em português, segundo Dolores Garcia e Manoel Nascimento, é a Cantiga da Ribeirinha, de Paio Saio de Taveirós, em 1189. Considera-se,

portanto, como documento oficial da língua portuguesa, um documento oriundo do português arcaico, período que iremos estudar. Entre os séculos XIV e XVI, com a construção do império português, a língua portuguesa faz-se presente em várias regiões da Ásia, África e América, sofrendo influências locais (presentes na língua atual em termos como jangada, de origem malaia, e chá, de origem chinesa). Com o Renascimento, aumenta o número de italianismos e palavras eruditas de derivação grega, tornando o português mais complexo e maleável. O fim desse período de consolidação da língua (ou de utilização do português arcaico) é marcado pela publicação do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende, em 1516.

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Segundo outros estudiosos, o Pacto de Gomes e Ramiro Pais deve ser considerado o texto mais antigo escrito em português; no entanto, é apenas datável por conjectura (provavelmente anterior a 1173) e contém muitas formas gráficas latinas.

Outro importante documento, a Notícia de Torto, não datado, terá sido escrito entre 1211 e 1216: é uma longa narrativa dos agravos que o nobre Lourenço Fernandes da Cunha sofreu às mãos de outros senhores. Permanece o mais antigo documento particular datável conhecido escrito em português.

O Testamento de Dom Afonso II, datado de 1214, é o texto em escrita portuguesa mais antigo que se conhece (e é consensualmente aceite como tal pela comunidade científica): conservam-se dois testemunhos do documento, um em Lisboa, outro em Toledo. Foi o primeiro de três testamentos que o monarca lavrou, mas apenas este foi redigido na “scripta” portuguesa que na época se estava a desenvolver na corte.

Estes e outros documentos, inclusive aqueles literários, são usados co mo fontes para o estudo do português arcaico. Com este trabalho, pretende-se investigar os fenômenos linguísticos presentes no português arcaico, face às possibilidades do estudo da fonologia, morfologia e sintaxe que compreende o português arcaico. Todavia, a complexidade desse estudo

linguística é um fato, tendo em vista que encontramos algumas dificuldades referenciais e norteadores, que é mais disponível para a morfologia e escassa para a sintaxe. Mas, a

compreensão foi significativa e gratificante, pois a partir dessas investigações criamos um novo olhar sobre a língua portuguesa que falamos hoje, fruto da ambição humana e de suas

potencialidades.

Justifica-se assim este trabalho, onde o estudo contextualizado do português arcaico, da língua oral e escrita, permite a compreensão das variações do latim romano e outras influências até chegar no português moderno, período que se sucedeu após o fim do português arcaico. Iremos estudar os sintágmas nominais e verbais, a construção de frases e orações, bem como toda a sua estrutura linguística que compreende a língua portuguesa entre o século XII e o século XVI.

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Esta observação e reflexão do português arcaico é muito significativa para uma melhor

compreensão do percurso histórico da língua portuguesa, daí a importância dos documentos escritos para essas investigações.

Referências bibliográficas:

Gramática Histórica, Dolores Garcia Carvalho e Manoel Nascimento, Ed. Ática, São Paulo- SP. O Português arcaico: morfologia e sintaxe / Rosa Virgínia Mattos e Silva. 2. Ed. – São Paulo: Contexto, 2001. http://www.inventario.ufba.br/03/d03/03psouza.htm http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/p00001.htm http://www.filologia.org.br/viiicnlf/anais/caderno10-03.html http://www.wikipedia.com/ http://cvc.instituto-camoes.pt/tempolingua/07.html

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