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POLÍTICA DE CONTEÚDO LOCAL: LIÇÕES DA EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL MERCOSUL: CAMINHOS PARA FOMENTAR A AGENDA ECONÔMICA E COMERCIAL

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Abril/Maio Junho de 2017

131

POR UMA NOVA POLÍTICA INDUSTRIAL:

REFORMA OU ESTAGNAÇÃO?

MUDANÇA DA ORIENTAÇÃO EXTERNA

INDÚSTRIA BRASILEIRA

MERCOSUL:

CAMINHOS

PARA FOMENTAR A

AGENDA ECONÔMICA E

COMERCIAL

POLÍTICA DE

CONTEÚDO LOCAL:

LIÇÕES DA EXPERIÊNCIA

INTERNACIONAL

(2)

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09 E 10 DE AGOSTO

patrocínio | Diamante patrocínio | Ouro patrocínio | Prata patrocínio | Bronze apoio realização apoio institucional

Brazilian Council for Import and Export Houses

“Reduzir Custos para Exportar

,

(3)

1

Sumário

2

EDITORIAL

Políticas industriais e de comércio exterior em debate

Ricardo Markwald

40

Mudança da orientação externa da indústria brasileira

no período recente

Samantha Cunha e Renato Fonseca

... ...

...

... ...

24

Reforma ou estagnação: por uma nova política industrial

Cláudio R. Frischtak

...

...

50

Caminhos para fomentar a agenda econômica e

comercial no Mercosul

Fabrizio Sardelli Panzini e Carolina Telles Matos

6

Políticas de conteúdo local: a experiência internacional recente

(4)

Caminhos para fomentar a agenda

econômica e comercial no Mercosul

Fabrizio Sardelli Panzini

é Especialista em Negociações Internacionais da Confederação Nacional da Indústria

Carolina Telles Matos

é Analista em Negociações Internacionais da Confederação Nacional da Indústria

Em abril de 2017 os governos de Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, os quatro países fundadores do Mercado Co-mum do Sul (Mercosul), assinaram o Protocolo de Cooperação e Facilitação de Investimentos (PCFI). O acordo, que disciplina e estimula luxos de investimentos dentro do bloco, pode ser a entrega símbolo de um início da retomada da agenda econômica entre os países do Mercosul e ser o passo inicial para eliminar obstáculos acumulados para o melhor funcionamento da União Aduaneira.

Até 2016, os temas econômicos encontravam-se em estado quase de paralisia. O bloco vivia uma situação de grande imprevisibilidade para o setor empresarial, de proliferação de barreiras não tarifárias ao comércio (BNTs), estagnação da agenda de negociações de acordos comerciais com terceiros países e baixíssima capacidade de aprovar e implementar normas que contribuíssem para a efetividade da integração.

Como pano de fundo, as decisões e resoluções normativas do bloco na parte política passaram a ter primazia em rela-ção aos temas econômicos. Este cenário foi ainda mais agravado pelos indicadores econômicos negativos das maiores economias do Mercosul nos anos mais recentes.

Apesar dos desaios que a integração do Mercosul ainda enfrenta, o momento é de olhar para frente e buscar extrair os maiores ganhos possíveis de uma conjuntura de maior alinhamento econômico e político dos principais sócios do bloco, sobretudo porque o segundo semestre de 2017 terá o Brasil na Presidência Pro Tempore do bloco.

Com o objetivo de traçar uma análise recente da qualidade da integração do bloco e apontar caminhos para uma agen-da mais intensiva na parte econômica, este artigo está dividido em duas grandes partes. A primeira apresenta um diag-nóstico do estágio atual da qualidade da integração do Mercosul e a segunda uma proposta de agenda para favorecer os negócios dentro no bloco, ambas em quatro áreas: macroeconomia, integração intrabloco, política comercial frente a terceiros países e institucionalidade do Mercosul.

DIAGNÓSTICO DA INTEGRAÇÃO

Macroeconomia e comércio

As variáveis macroeconômicas dos principais sócios do Mercosul formam um tema de primeira ordem a ser endereça-do e, não à toa, a agenda de ajustes tem tomaendereça-do a atenção das equipes econômicas de Brasil e Argentina. A Argentina

Fabrizio Sardelli

(5)

RBCE - A revista da

51

Se por um lado a composição do comércio de bens entre os países do Mercosul continua sendo considerado um aspec-to positivo – o bloco representa 69% das exportações de produtos industriais do Paraguai, 52% do Uruguai, 45% da Argentina e 20% do Brasil – por outro, o comércio intra-bloco tem perdido importância para os membros.

A participação das exportações intrazona, que já che-garam a representar 16,2% em 2010, caíram para ape-nas 13,7% em 2016. A participação das importações intrazona, por sua vez, eram de 18,9% em 2006 e fe-charam 2016 em 15,1%.

exibe ainda taxas de inlação elevadas (projeção de 21% em 20171) e, tanto o Brasil quanto a Argentina convivem

com déicits iscais altos, respectivamente 9,5% e 7,4% em relação ao produto interno bruto (PIB) em 2016 (resulta-do primário (resulta-do PIB).

A boa gestão macroeconômica é tema de grande in-teresse do bloco, na medida em que conduz ao cres-cimento mais sustentado e cria melhores expectativas para o investimento empresarial, e também por evitar perdas de divisas, que gera, por parte de alguns países do bloco, a introdução de BNTs às importações.

1Banco Central da Argentina.

2Dados da consultoria Abeceb (sigla em espanhol).

...

GRÁFICO 1

PARTICIPAÇÃO DAS EXPORTAÇÕES INTRAZONA (%)

Fonte: Commodity Trade Statistics Database (Comtrade).

15,0 15,7 15,8 16,1 16,2 15,7 14,8 15,1 14,1 13,7 13,7 12,0 12,5 13,0 13,5 14,0 14,5 15,0 15,5 16,0 16,5 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 GRÁFICO 2

PARTICIPAÇÃO DAS IMPORTAÇÕES INTRAZONA (%) Fonte: Comtrade. 18,9 18,5 17,1 17,6 16,7 16,1 14,8 14,2 13,0 13,4 15,1 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 16,0 18,0 20,0 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 ...

Livre circulação e integração intrabloco

Concebido para ser uma União Aduaneira que incluísse a livre circulação de bens e serviços, estabelecesse uma tarifa comum e harmonizasse legislações, o Mercosul alcançou êxito apenas em seu impulso inicial, de eliminação tarifá-ria do comércio intrazona. Mesmo assim, alguns setores icaram de fora, como o automotivo, com restrições quan-titativas, e o sucroalcooleiro, com preferências tarifárias. Os avanços no Mercosul foram mais modestos em relação à eliminação de BNTs. Ao comércio do bloco são impostas principalmente barreiras técnicas, sanitárias e itossanitárias, bem como demoras injustiicadas em processos de liberação de licenças não automáticas de importação. Estima-se que BNTs impostas pelo Brasil atingem 12,6% das importações intrabloco e pela Argentina ao redor de 28%, quando incluí-das as licenças, hoje vigentes para 1.629 linhas tarifárias.2

(6)

Uma análise histórica das trocas comerciais no bloco cons-tata sucessivas medidas para manter protegidos setores sen-síveis, sobretudo no comércio bilateral entre o Brasil e a Ar-gentina. Após período de adaptação previsto para que esses setores eliminassem a cobrança de tarifa de importação, houve aplicação de medidas de defesa comercial, acordos entre setores para restringir voluntariamente importações e, atualmente, vigoram vários tipos de BNTs.

Em outros temas da integração econômica e comercial, ou não houve aprofundamento de disciplinas (à exceção do recém-assinado PCFI), ou as negociações geraram proto-colos que não foram internalizados por todos os membros do Mercosul. No primeiro caso, pode-se citar a negociação de disciplinas em facilitação de comércio e, no segundo, o acordo sobre o Protocolo de Contratações Públicas e o Visto Mercosul, para facilitar a movimentação de pessoas, assinado e não ratiicado por todos os membros, e o Proto-colo de Montevidéu sobre Comércio de Serviços, limitado em sua cobertura e não ratiicado por todos os membros. Em vez do aprofundamento da integração por meio da negociação de novos temas, o Mercosul optou nos últi-mos anos pelo alargamento, com a adesão de novos mem-bros, o que gerou crise política desnecessária e relexo negativo para os negócios, como apontam os setores em-presariais brasileiros em consulta feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com 37 entidades setoriais.

Política Comercial frente a terceiros mercados e agenda de negociações

Tarifa externa comum

Os países do Mercosul aplicam a chamada Tarifa Exna Comum (TEC) para importações oriundas de ter-ceiros mercados. A tarifa média simples aplicada pelo bloco é de 10,2%, e a ponderada é de 9,5%. O número é elevado quando comparado com a média ponderada na China, que é de 6,8%, na Colômbia de 4,1% e nos Estados Unidos de 1,4%.

No entanto, o Mercosul convive com um grande núme-ro de perfurações da TEC, ou seja, importações feitas em que não há a aplicação do mesmo nível tarifário por todos os membros.

Há quatro principais regimes de exceção à TEC (listas nacionais de exceção, elevação da TEC por conjuntura internacional, bens de tecnologia de informação, bens de capital), sem contar o regime de adequação da Venezue-la. Estima-se que o volume de importações do bloco em que não há aplicação da TEC represente cerca de 30% do universo tarifário e 40% do valor de importações totais.3

GRÁFICO 3

PRINCIPAIS DIFICULDADES PARA FACILITAÇÃO DE NEGÓCIOS INTRABLOCO (NÚMERO DE ASSINALAÇÕES)

Fonte: Pesquisa realizada pela CNI em 2016.

1 1 1 1 2 3 3 4 6 8 8 16 21 22

Barreiras regulatórios para investimentos, serviços ou compras Não se aplica ao setor Falta de deinição sobre regimes comuns para BK e BIT Dupla cobrança de tarifas Grade número de exceções à TEC Lentidão na internalização nos países das modiicações aprovadas no bloco Insuiciência dos mecanismos de solução de controvérsias Código Aduaneiro Comum incipiente para o funcionamento do bloco Incertezas sobre regimes aduaneiros especiais e tratamento do drawback Insuiciência na harmonização técnica, sanitária e itossanitaria de certiicações Lentidão no processo de decisão e consulta para alterações da TEC Falta de acordo de simpliicação de procedimentos aduaneiros intrazona Falta de priorização da agenda econômica para o bloco Crises econômicas e diiculdades de pagamentos de importação

...

(7)

RBCE - A revista da

53

Negociações comerciais com terceiros países

Dado que o Mercosul é uma União Aduaneira, e segue uma TEC, os membros devem negociar – no caso dos te-mas tarifários – acordos comerciais em conjunto, exceto aqueles assinados previamente à existência do bloco. A exigência de negociação em conjunto é entendida por parte do setor empresarial como obstáculo para o au-mento da rede de acordos comerciais do bloco com ter-ceiros mercados. No entanto, é preciso reconhecer tam-bém que a preocupação de alguns setores com a abertura comercial ainda é um fator importante.

Os acordos comerciais celebrados pelo Mercosul com terceiros países ou blocos são poucos e, ao mesmo tem-po, possuem alcance limitado. Não incluem disciplinas consideradas além da Organização Mundial do Comér-cio (OMC) e não se aprofundam em temas tradiComér-cionais, como em barreiras técnicas (TBTs) e medidas sanitárias

e itossanitárias (SPS, sigla em inglês), inclusive intraMer-cosul, o que impede maior acesso a mercados externos por empresas brasileiras. A Tabela 1 demonstra o conte-údo geral das disciplinas centrais nos acordos do bloco. Ressalta-se, no entanto, que as negociações em curso en-tre Mercosul e União Europeia, e Mercosul e Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), se concluídas, de-vem resultar em acordos mais abrangentes e com novos temas. O mesmo se dará na possível conclusão das nego-ciações entre o Brasil e o México.

Após anos ativos de negociações de acordos com países da América do Sul nos anos de 1990 e início dos anos 2000, as negociações passaram a ocupar um lugar mar-ginal na agenda do Mercosul. Foram assinados apenas acordos de livre comércio (ALCs) com o Egito, Israel e Palestina e outros acordos muito limitados de preferên-cias tarifárias com Índia e União Aduaneira da África Austral (SACU, sigla em inglês).

Disciplinas Conteúdo geral

TBT Acordos estabelecem conformidade com as regras da OMC.

Medidas sanitárias e itossanitárias

Estabelecem conformidade com as regras da OMC. Exceção:  Acordos de Complementação Econômica (ACE) 35 (Mercosul – Chile), que prevê compatibilização de procedimentos de inspeção, controle e avaliação de conformidade em SPS para buscar reconhecimento mútuo de resultados e o ACE 59 (Colômbia e Equador) que prevê prazo para notiicar a declaração de emergência sanitária e itossanitária. Defesa comercial Medidas antidumping e antisubísidios devem estar em conformidade com a OMC. Permissão de uso de salvaguarda contra o parceiro, em alguns casos, só por um período de transição.

Regras de origem

Em geral, quando se utilizam materiais não originários, deve-se cumprir percentual de conteúdo regional que varia entre 40% e 60%. Há discussões sobre o baixo aproveitamento dos ACEs e sua ligação com regras de origem muito estritas no bloco.

Solução de controvérsias Estabelecem procedimentos com tribunais ou com grupos de especialistas. Vários acordos, incluindo o Protocolo de Olivos, permitem recorrer à OMC, mas é excludente com o procedimento do acordo. Propriedade intelectual Aqueles que incluem o tema se referem aos acordos da OMC e ao Convênio sobre diversidade biológica.

Serviços

Os únicos acordos do bloco sobre o tema são o Protocolo do Mercosul para Compras Públicas (PMCSM, intraMercosul), Mercosul-Chile, Uruguai-México e Brasil-Peru. O resto dos acordos contém disposições gerais ou nenhuma menção.

Investimentos

Os investimentos são regulados, em geral, não por Acordos de Livre Comércio (ALCs), mas por acordos bilaterais especíicos. O Brasil tem impulsionado novo modelo, os Acordos de Cooperação e Facilitação de Investimentos (ACFIs).

Compras públicas

Em geral, os acordos do Mercosul não incluem compromissos em compras governamentais, salvo os acordos Argentina-México, Uruguai-México que incluem disposições gerais e Brasil-Peru com disposições especíicas. O PMCSM sobre o tema nunca entrou em vigor.

TABELA 1

DISCIPLINAS CENTRAIS NOS ACORDOS COMERCIAIS DO MERCOSUL

Fonte: Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). Elaboração do autor.

(8)

O retorno das negociações no centro da agenda de política comercial do Mercosul, como se vê atualmente, é positivo para reduzir o impacto negativo que o ativismo negociador de grandes economias nos últimos anos trouxe ao bloco como: i) desvio de exportações; ii) elevação dos custos com padrões mais exigentes adotados; iii) aumento da diiculda-de para atrair investimento estrangeiro direto (IED); e iv) não participação da deinição de novas normas e padrões. Institucionalidade do Mercosul

O modelo de integração escolhido pelo Mercosul foi essen-cialmente intergovernamental e não supranacional. As deci-sões, portanto, são tomadas por consenso entre os membros. Uma das principais diiculdades que se observam no Mercosul é o déicit de implementação das normas apro-vadas. Inúmeras medidas ou acordos aprovados não pos-suem prazos para entrada em vigor e também não são internalizados pelos países, ou o são com muito atraso. É importante que as decisões no nível técnico do Merco-sul tenham amparo na vontade política de implementar. Ademais, é necessário melhorar os instrumentos vigentes, tornando-os mais eicazes e estabelecendo prazos. A demora para análise e aprovação, pelo Conselho do Mercado Co-mum (CMC), de pleitos de alteração temporária da TEC por razão de desabastecimento, por exemplo, tem prejudica-do o planejamento e geraprejudica-do prejuízos às empresas. Há atual-mente 19 pleitos de empresas brasileiras sem decisão desde que foram protocolados, alguns com até 18 meses de espera. Além do déicit de implementação de normas, alguns dos principais instrumentos da estrutura institucional do Mercosul apresentam desaios, tais como:

• Fundo de convergência estrutural do Mercosul: A criação do instrumento tem grande mérito, dada a assi-metria entre as economias do bloco. Sua reformulação em 2010 foi importante ao criar a igura do Conselho de Administração. Porém, há um baixo índice de execução dos projetos. De 34 projetos num valor de US$ 992 mi-lhões, foram executados US$ 38 milhões (3,8%). O fun-ding é outro desaio. A entrada da Bolívia deve reduzir o valor que cada país tem a receber, pois os aportes da Bo-lívia serão inferiores ao valor que tem direito a receber. • Secretaria do Mercosul: Principal órgão na estrutura institucional do bloco, sua atuação tem se restringido a arquivar a documentação oicial, organizar aspectos logísticos das reuniões dos órgãos, publicar e difundir normas adotadas, deixando de trabalhar em aspectos mais estratégicos e técnicos.

PROPOSTAS PARA FOMENTAR

A AGENDA ECONÔMICA DO

MERCOSUL

Há várias formas para impulsionar a agenda econômi-ca no Mercosul. Uma saída eiciente é combinar ações nas diversas áreas abordadas na parte de diagnóstico deste artigo, ou seja, na macroeconomia, na integra-ção intrabloco, na política comercial frente a terceiros e na institucionalidade do bloco.

A seguir uma lista de encaminhamentos possíveis que, se implementadas, podem ampliar os luxos de comér-cio e investimentos.

Macroeconomia

• Estabelecer metas de indicadores econômicos mais importantes para contribuir com um ambiente macro-econômico que favoreça os negócios, tais como dívida pública, dívida externa, déicit iscal primário e níveis de inlação. Como salientado antes, bons ambientes eco-nômicos reduzem a aplicação de barreira comerciais. Livre circulação e integração intrabloco

• Reduzir o impacto das barreiras técnicas ao comércio in-trabloco. É possível um trabalho em etapas, fortalecendo a estrutura de avaliação de conformidade no bloco, prepa-rando laboratórios para fazerem testes com padrões inter-nacionais, harmonizando requisitos e dando transparência. • Elevar os padrões sanitários e itossanitários nos países membros do Mercosul e trabalhar para harmonizar ou re-conhecer mutuamente padrões adotados, o que possibili-taria aumento de investimentos e exportações intrabloco. • Celebrar protocolos para liberalização de compras públicas e facilitação de comércio dentro do bloco, in-cluindo disposições além da OMC no último caso, em disciplinas como soluções de consultas, encargos e taxas, automatização e liberação de mercadorias.

• Renegociar o Protocolo de Serviços do Mercosul com o intuito de ampliar o número de setores abrangidos, como serviços em setores ligados ao agronegócio e outros, tais como tecnologia da informação, serviços proissionais, saúde, construção e engenharia.

• Terminar o processo de ratiicação do Acordo para cria-ção do Visto Mercosul a im de facilitar a entrada, a resi-dência temporária e a permissão de trabalho temporário para certas categorias de trabalhadores.

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RBCE - A revista da

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• Aderir a tratados internacionais como Convenção de Istambul (para adoção do documento aduaneiro ATA Carnet, já vigente no Brasil) e o Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes (para simplificar e acelerar processos de concessão de patentes). • Incluir o setor sucroalcooleiro no livre comércio intra-Mercosul, a partir de um cronograma negociado e que respeite as sensibilidades no bloco.

• Modernizar as regras de origem (ROs), aproximando-as de requisitos especíicos para se adequar à nova realidade produtiva do bloco e permitir maior aproveitamento das preferências tarifárias.

• Estabelecer cronograma para adoção do Certiicado de Origem Digital (COD), que reduz tempo para emissão e traz ganhos de segurança nas operações comerciais. • Internalizar normativas do bloco, como o 96º Protocolo Adi-cional e a que atualiza a Nomenclatura Comum do Mercosul. A não internalização causa incertezas no bloco e custos desnecessá-rios, sobretudo a empresas exportadoras de menor porte.

Política Comercial frente a terceiros

mercados e agenda de negociações

• Priorizar a celebração de acordos de livre-comércio com União Europeia, Canadá, EFTA e Sistema de Integração Centro-Americana (Sica).

• Ampliar o número de produtos sujeitos a preferências tarifárias nos acordos comerciais com Índia e SACU. • Negociar convergência entre o Mercosul e a Aliança do Pacíico, sobretudo nos temas de regras de origem e faci-litação de comércio.

• Dar início às discussões dentro do Mercosul sobre a abertura de um diálogo exploratório para a celebração de um acordo de livre-comércio entre o bloco e os Estados Unidos, destino principal de exportações de bens de alta intensidade tecnológica no caso do Brasil.

• Criar um subgrupo técnico no âmbito do Mercosul para discutir a readequação da TEC, bem como para uma análise detalhada da estrutura tarifária que hoje não é cumprida, e que afeta a competitividade e atratividade do bloco para investimentos produtivos.

Institucionalidade do Mercosul

• Constituir um fundo para inanciar projetos produtivos intrabloco, que permita o aporte de recursos do setor pri-vado, bem como a associação com bancos e instituições de fomento internacionais para redução do risco e para tornar competitivo o custo do capital.

• Dar celeridade à aprovação de pleitos do setor privado na Comissão de Comércio do Mercosul (CMC), tais como re-duções tarifárias por desabastecimento. Essas rere-duções trazem diminuição de custos para as empresas, mas a demora tem pre-judicado o planejamento das mesmas.

• Reduzir o tempo, e aumentar a internalização das normas no Mercosul, assim como buscar vigência imediata de algu-mas noralgu-mas. Estima-se que, atualmente, 50% das noralgu-mas aprovadas pelo bloco não são internalizadas.

• Fortalecer a Secretaria do Mercosul para reforçar os traba-lhos conjuntos e solucionar problemáticas comuns. Os tra-balhos podem iniciar em temas que não são de sensibilidade para soberania dos países, como questões de regras de origem e alterações temporárias e deinitivas na TEC.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar do sucesso inicial do Mercosul com a desgravação tarifária e maior atração de investimentos, a agenda eco-nômica do bloco apresentou paralisia nos anos recentes, bem como aumento de imprevisibilidade e proliferação de BNTs ao comércio. Isso, somado à primazia dos temas políticos em relação aos econômicos, resultou na perda de importância do bloco para o comércio de seus membros. A conjuntura de maior alinhamento permite continuar colocando em prática uma agenda econômica que, para ter êxito, precisa ser abrangente tanto em maior conver-gência macroeconômica quanto na integração interna e externa do bloco. Na agenda interna de integração, a re-cente assinatura do PCFI é uma grande notícia e permite ao bloco buscar novos objetivos para a próxima Presidên-cia Pro Tempore, como a celebração de um novo Protoco-lo de Compras Públicas.

Na frente externa, a agenda de acordos comerciais deve estar no centro da política comercial do Mercosul, para consti-tuição de um bloco mais aberto, exportador e competitivo. Neste sentido, a conclusão das negociações de um acordo equilibrado entre Mercosul e União Europeia é tema priori-tário, seguida pela EFTA, a convergência com a Aliança do Pacíico e o lançamento das negociações com o Canadá. É necessário que os governos do Mercosul mantenham a prioridade na área econômica, inclusive com a construção de uma estratégia clara com cronogramas para alcançar alguns objetivos. O bloco tem ainda grande relevância para muitos setores empresariais brasileiros – nas expor-tações e nos investimentos – e um incremento nas ativi-dades do Mercosul é passo importante para o crescimento da economia brasileira.

(10)

... Presidente

José Rubens de la Rosa

Vice-Presidente

Soraya Saavedra Rosar

Vice-Presidente de R elações Institucionais

Rafael Benke

Diretor- Geral

Ricardo Markwald

Conselho Superior

Abrão Miguel Árabe Neto, Carlos Mariani Bittencourt, Carlos hadeu de Freitas Gomes, Cézar Luiz Müller, Claudia Regina Martins Lacerda, Conselheiro Félix Baes Baptista de Faria, Diego Zancan Bonomo, Embaixador Roberto Jaguaribe, Fa-biano Fontes, Fernando Honorato Barbosa, Guilherme Arcanjo Battisti, Heloísa Regina Guimarães de Menezes, Henrique

de Azevedo Ávila, Herlon Alves Brandão, João Carlos Mariz Nogueira, José Augusto de Castro, Lília Miranda de Souza, Marcio Eduardo Sette Fortes de Almeida, Marco Polo Sampaio Moreira Leite, Ministra Tatiana Rosito, Ministro Orlando Leite Ribeiro, Nelson Salgado, Octávio de Barros, Pedro O.G. dos Santos Bentancourt, Rodrigo Pires Tavares, Sandra Maria

Carreira Polónia Rios, homaz Marinho de Andrade Zanotto e Wagner de Medeiros.

Instituidores

Banco do Brasil S.A., Banco do Nordeste do Brasil S.A., Banco Itaú-Unibanco S.A., BNDES-Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social, Banco Santander (Brasil) S.A., Caixa Econômica Federal, IRB-Brasil Resseguros S.A.,

Petrobras - Petróleo Brasileiro S.A. e VALE.

Mantenedores Premium

Banco do Brasil S.A., Banco Santander (Brasil) S.A., BNDES-Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Banco Itaú-Unibanco S.A., CNC-Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo, CNI-Confederação

Na-cional da Indústria, FIESP-Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, FIRJAN – Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro e SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.

Mantenedores Especiais

ABIMAQ–Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, Apex-Brasil-Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, Banco Bradesco S.A., Banco Central do Brasil, Caixa Econômica Federal, CIERGS-Centro

das Indústrias do Rio Grande do Sul, EMBRAER-Empresa Brasileira de Aeronáutica, FIESC-Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina, IABr-Instituto Aço Brasil, IRB-Brasil Resseguros, Petrobras-Petróleo Brasileiro S.A.,

SEBRAE-Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa e VALE.

Mantenedores Simples

ABIQUIM-Associação Brasileira das Indústrias Químicas, Banco BTG Pactual S.A., Cisa Trading, LCA Consultores e MB Associados.

(11)

RBCE - A revista da

91

Conselho Editorial

Arturo O`Connel, César Souza, Eduardo Augusto Guimarães, Felix Peña, José Augusto Guilhon de Albuquerque, José Tavares de Araújo, Leane Naidin, Lia Valls Pereira, Mário Cordeiro de Carvalho Júnior, Maurício Mesquita, Pedro da Motta

Veiga, Roberto Bouzas, Roberto Lavagna, Rubens A. Barbosa e Samuel Pinheiro Guimarães.

Diretor e Editor Responsável

Ricardo Markwald Publicidade Adilene Toledo E-mail: adilene@funcex.org.br Designer e Diagramação Richard Oliveira

Dados para Catalogação

Edição N° 131, abril, maio e junho de 2017 Ano XXXI - ISSN-0102-5074

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Assinaturas

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...

RBCE

Revista Brasileira de Comercio Exterior

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131

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...

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