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UNICESUMAR - CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA

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UNICESUMAR - CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA

AVALIAÇÃO DE HIPOMINERALIZAÇÃO MOLAR INCISIVO EM PACIENTES ODONTOPEDIÁTRICOS

LARA MARASCA BARRIONUEVO SEBASTIÃO

MARINGÁ – PR 2019

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LARA MARASCA BARRIONUEVO SEBASTIÃO

AVALIAÇÃO DE HIPOMINERALIZAÇÃO MOLAR INCISIVO EM PACIENTES ODONTOPEDIÁTRICOS

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de graduação em odontologia da Unicesumar – Centro Universitário de Maringá, como requisito para o recebimento do Bacharel em Odontologia.

Professor Orientador: Luciana Manzotti De Marchi

MARINGÁ – PR 2019

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AVALIAÇÃO DE HIPOMINERALIZAÇÃO MOLAR INCISIVO EM PACIENTES ODONTOPEDIÁTRICOS

Lara Marasca Barrionuevo Sebastião

RESUMO

A Hipomineralização Molar Incisivo (HMI) é conhecida como uma anomalia de desenvolvimento do esmalte dentário de origem sistêmica, caracterizado por envolver um ou até os quatros primeiros molares permanentes, envolvendo também os incisivos, quando afetados. O objetivo do presente trabalho foi realizar um levantamento da prevalência dos casos de HMI dos pacientes atendidos na Clínica Integrada Infantil da Unicesumar. Foram avaliados 39 pacientes atendidos na clínica sob autorização dos responsáveis por meio de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Foram analisadas fotografias contidas nas documentações ortodônticas, totalizando 136 prontuários avaliados. Os dados dos pacientes foram digitados em planilhas do Microsoft Excel e analisados com o auxílio do software Statistica Single User (versão 13), por meio de tabelas de frequência simples e de dupla entrada e do teste qui-quadrado, (com nível de significância de: 5%). Foram avaliados 39 pacientes com idade média de 8,4±2,4 anos, sendo que a faixa etária mais prevalente foi de 5 a 8 anos. A prevalência de HMI foi de 17,9% (7/35). Foram avaliados 136 prontuários, com idade média de 9,5±1,7 com prevalência de 3 casos de HMI 3/136 ou 2,2%. As avaliações mostraram que ser portador de HMI está associado estatisticamente (p= 5% de significância) ao paciente acometido de doença ou problemas de saúde nos três primeiros anos de vida. Os resultados obtidos que relacionam a HMI com enfermidades nos três primeiros anos de vida corroboram com a literatura, como evidenciada por alguns autores. O estudo concluiu que enfermidades nos três primeiros anos de vida foi a variável mais importante dentre as abordadas na manifestação de HMI, sendo essencial o acompanhamento do odontopediatra nessa fase inicial da vida.

Palavras – Chaves:

Esmalte dentário. Cárie dentária. Promoção da saúde.

EVALUATION OF MOLAR INCISOR HYPOMINERALIZATION IN PEDIATRIC PATIENTS

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Molar Incisor Hypomineralization (MIH) is known as a developmental enamel anomaly of systemic origin characterized by involving one to four permanent first molars, also involving the incisors, when affected. The objective of this study was to conduct a survey about the prevalence of MIH cases in patients treated at the Unicesumar Integrated Children's Clinic. Thirty-nine patients treated at the clinic were evaluated with the consent of their parents or guardians through Informed Consent Form. Photographs contained in the orthodontic documentation were analyzed, totalling 136 medical records evaluated. The patient data were entered into Microsoft Excel spreadsheets and analyzed with the aid of Statistica Single User (version 13) software, using simple and double-entry frequency tables and the chi-square test (with significance level of: 5%). Thirty-nine patients were evaluated with an average age of 8.4±2.4 years, and the most prevalent age group was 5 to 8 years. The prevalence of MIH was 17.9% (7/35). A total of 136 medical records were evaluated, with an average age of 9.5±1.7, with a prevalence of 3 cases of MIH 3/136 or 2.2%. The evaluations showed that having MIH is statistically associated (p = 5% of significance) to the patient with disease or health problems in the first three years of life. The results that relate the MIH with diseases in the first three years of life confirm the literature, as evidenced by some authors. The study concluded that diseases in the first three years of life was the most important variable among those adressed in the manifestation of MIH, being essential the monitoring of pediatric dentists in this early stage of life.

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1. INTRODUÇÃO

O termo Hipomineralização Molar Incisivo Molar (HMI) foi apresentado pela primeira vez em 2003 por Weerheijim e colaboradores, caracterizado por uma alteração de ordem sistémica que envolve um ou até os quatros primeiros molares permanentes, envolvendo também os incisivos centrais, quando afetados. (WEERHEIJM et al., 2003).

Clinicamente o esmalte vai apresentar uma superfície porosa, apresentando zonas de colorações diferentes, como branca opaca, amarela ou castanha e manchas assimétricas acometendo principalmente 2/3 oclusais da coroa, tanto nos molares como nos incisivos. (SILVA et al., 2010; WEERHEIJM 2001; WEERHEIJM et al., 2003).

Por apresentar defeitos e porosidades na região do esmalte, os dentes acometidos por essa alteração acabam se tornando mais susceptíveis ao acúmulo de placa bacteriana e ao desenvolvimento de lesões cariosas, o que resultará em sensibilidade dentária e desconforto do paciente. Isso acaba resultando em problemas na hora do manejo odontológico, por exemplo, a criança pode apresentar medo e ansiedade durante o atendimento devido à necessidade recorrente de tratamentos nos casos mais graves de HMI e também à sensibilidade que apresenta. (JALEVIK B et al., 2001; FAGRELL TG, et al., 2008; LYGIDAKIS NA, et al., 2010).

A etiologia dessa alteração é complexa e bastante discutida, acredita-se que as doenças na infância, junto com seu tratamento, possam ter um papel etiológico importante. (WEERHEIJM et al., 2001; JALEVIKB et al.; 2001; CrombieF et al., 2009). Doenças mais comuns ao três primeiros anos de vida da criança que possam ter relação com esta alteração dentária são: problemas do trato respiratório, amigdalites, otites, varicelas, complicações nos períodos perinatais, períodos febris e carências nutricionais. (WEERHEIJM et al., 2003; MAST et al., 2013).

A HMI pode ser confundida com outras alterações, como, fluorose e a amelogênese imperfeita, por isso precisamos de um diagnóstico diferencial. Em relação ao diagnóstico diferencial quanto a fluorose dentária, deve-se observar que as opacidades da HMI são bem demarcadas, enquanto na fluorese são difusas, seguindo as linhas de Hetzius e que a etiologia da fluorose está relacionada a

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exposição de altos níveis de flúor durante o desenvolvimento dentário. Em relação ao diagnóstico diferencial da amelogênese imperfeita, existe o envolvimento de toda a dentição e a origem é genética. (MAHONEY et al., 2004; MAHONEY et al., 2004).

Como essa condição vem se mostrando cada vez mais frequente no contexto do atendimento ao paciente odontopediátrico, observou-se que essa alteração de desenvolvimento contribui de modo a predispor a progressão da doença cárie, além de prejuízos estéticos. Desse modo, se faz necessário um maior estudo das características envolvidas ao perfil epidemiológico dessa anomalia. Sendo assim, o objetivo geral desse trabalho foi avaliar a prevalência de Hipomineralização Molar Incisivo Molar (HMI) nas clínicas de atendimento infantil de terceiro e quarto ano de odontologia da Unicesumar, por meio de avaliação de prontuário, documentação ortodôntica e exame clínico.

2. MATERIAL E MÉTODOS

Foram avaliados dois grupos de pacientes selecionados conforme os seguintes critérios de inclusão: pacientes atendidos nas clínicas integradas infantis de terceiro e quarto ano de odontologia da Unicesumar, 5 a 13 anos de idade; pacientes em dentição mista ou dentadura permanente, foi considerado que o paciente tenha tido hipomineralização desde que houvesse 1 dente (molar ou incisivo) com as características dessa alteração. A metodologia ainda contou com o seguinte critério de exclusão: ausência de um dos Incisivos e/ou Molares permanentes superiores e/ou inferiores.

O primeiro grupo foi avaliado por meio da análise das fotografias das documentações ortodônticas. No segundo grupo, foram avaliados os pacientes atendidos nas Clínicas Integradas Infantis da Unicesumar e que foram autorizados pelos responsáveis que assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Para avaliação clínica, foi utilizado luz artificial e espelho bucal. Os pais dos pacientes avaliados em clínica responderam um questionário sobre a condição de saúde da criança (ANEXO 1) (OLIVEIRA, 2015).

Os dados dos pacientes foram digitados em planilhas de Excel e analisados com o auxílio do Software Statistica Single User (versão 13) por meio de tabelas de

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frequência simples e de dupla entrada e do teste qui-quadrado conforme necessidade (nível de significância adotado: 5%).

3. RESULTADOS

Foram avaliados 136 prontuários, com idade média de 9,5±1,7, com prevalência de 3 casos de HMI 3/136 ou 2,2%.

Foram avaliados clinicamente 39 pacientes com idade média de 8,2±2,4 anos. O período médio de amamentação foi de 13,7±13,0 meses e o peso ao nascer foi de 3305,9±637,9 kg (Tabela 1).

Variáveis Média ± Desvio

Padrão Mínimo Máximo

Idade 8,2 ± 2,4 5,0 16,0

Período amamentação (meses) 13,7 ± 13,0 1,0 60,0 Peso ao nascer 3305,9 ± 637,9 101,0 4200,0

A faixa etária mais prevalente foi de 5 a 8 anos, 64,1%, 25 crianças no total. A prevalência de HMI foi de 17,9%, sendo observados 7 casos num total de 39 avaliados. A maioria das mães não teve gravidez de risco; 79,5% (n=31) parto cesáreo. A maioria das crianças avaliadas era do sexo feminino, (56,4%; n=22); em 15,4% (n=6) dos casos, a mãe teve complicações durante o parto; 23,1% (n=9) a mãe teve alguma doença/infecção durante a gestação; somente 7,7% (n=3) a mãe teve desnutrição na gestação. A minoria, 7,7% (n=3), dos partos foi prematuro; 15,4% (n=6) tiveram icterícia após o parto; 7,7% (n=3) precisaram de incubadora; somente uma criança (2,6%) não foi amamentada. Pouco mais da metade (46,2%; n=18) das crianças tiveram doenças/problemas de saúde nos três primeiros anos de vida; 10,3% (n=4) já bateram ou tiveram alguma infecção na boca; 28,2% (n=11) tiveram febre alta nos três primeiros anos de vida; 69,2% (n=12) usaram antibiótico nos três primeiros anos; e 15,4% têm o dente permanente manchado (Tabela 2).

Tabela 2. Distribuição das variáveis avaliadas nos entrevistados.

Variáveis n %

Faixa etária

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De 9 a 12 anos 10 25,6 De 13 a 16 anos 4 10,3 HMI Ausência 32 82,1 Presença 7 17,9 Gravidez de risco Não 31 79,5 Sim 8 20,5 Tipo de Parto Cesárea 31 79,5 Parto normal 8 20,5 Gênero Feminino 22 56,4 Masculino 17 43,6

Complicações durante o parto

Não 33 84,6

Sim 6 15,4

Alguma doença/infecção durante a gestação

Não 30 76,9 Sim 9 23,1 Desnutrição na gestação Não 36 92,3 Sim 3 7,7 Prematuro Não 36 92,3 Sim 3 7,7

Icterícia após o parto

Não 33 84,6 Sim 6 15,4 Precisou de incubadora Não 36 92,3 Sim 3 7,7 Amamentação

(9)

Sim 38 97,4

Não 1 2,6

Doença/problemas de saúde nos 3 primeiros anos de vida

Sim 18 46,2

Não 21 53,8

Já bateu ou teve alguma infecção na boca

Não 35 89,7

Sim 4 10,3

Febre alta com frequência nos 3 primeiros anos de vida

Não 28 71,8

Sim 11 28,2

Uso de antibiótico nos 3 primeiros anos

Sim 27 69,2

Não 12 30,8

Dente permanente manchado

Sim 6 15,4

Não 33 84,6

Ficou evidenciada associação estatisticamente significativa entre o gênero das crianças e se já bateu ou teve alguma infecção na boca (p=0,0163), pois somente os meninos tiveram essa característica (Tabela 3).

Tabela 3. Distribuição das variáveis avaliadas nos entrevistados segundo o gênero.

Variáveis Gênero p Feminino Masculino n % n % Faixa etária 0,4089 De 5 a 8 anos 15 38,5 10 25,6 De 9 a 12 anos 6 15,4 4 10,3 De 13 a 16 anos 1 2,6 3 7,7 Gravidez de risco 0,2343 Não 16 41,0 15 38,5 Sim 6 15,4 2 5,1

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Tipo de Parto

0,2343

Cesárea 16 41,0 15 38,5

Parto normal 6 15,4 2 5,1

Complicações durante o parto

0,1482

Não 17 43,6 16 41,0

Sim 5 12,8 1 2,6

Alguma doença/infecção durante a gestação 0,4793 Não 16 41,0 14 35,9 Sim 6 15,4 3 7,7 Desnutrição na gestação 0,1130 Não 19 48,7 17 43,6 Sim 3 7,7 0 0,0 Prematuro 0,4015 Não 21 53,8 15 38,5 Sim 1 2,6 2 5,1

Icterícia após o parto

0,7307 Não 19 48,7 14 35,9 Sim 3 7,7 3 7,7 Precisou de incubadora 0,7092 Não 20 51,3 16 41,0 Sim 2 5,1 1 2,6 Amamentação 0,3732 Sim 21 53,8 17 43,6 Não 1 2,6 0 0,0

Doença/problemas de saúde nos 3 primeiros anos de vida

0,2318

Sim 12 30,8 6 15,4

Não 10 25,6 11 28,2

Já bateu ou teve alguma infecção na boca

0,0163*

Não 22 56,4 13 33,3

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Febre alta com frequência nos 3 primeiros anos de vida

0,5584

Não 15 38,5 13 33,3

Sim 7 17,9 4 10,3

Uso de antibiótico nos 3 primeiros anos

0,5904

Sim 16 41,0 11 28,2

Não 6 15,4 6 15,4

Dente permanente manchado

0,7307

Sim 3 7,7 3 7,7

Não 19 48,7 14 35,9

*p valor significativo pelo teste qui-quadrado considerando nível de significância de 5%.

Ficou evidenciada associação estatisticamente significativa entre a presença de HMI e desnutrição na gestação (p=0,0221), doença/problemas de saúde nos 3 primeiros anos de vida (p=0,0204), dente permanente manchado (p=0,0001), como se verifica na Tabela 3.

Tabela 4. Distribuição das variáveis avaliadas nos entrevistados segundo presença de HMI. Variáveis HMI p Presença Ausência n % n % Faixa etária 0,8922 De 5 a 8 anos 4 16,0 21 84,0 De 9 a 12 anos 2 8,0 8 32,0 De 13 a 16 anos 1 4,0 3 12,0 Gravidez de risco 0,6524 Não 6 24,0 25 100,0 Sim 1 4,0 7 28,0 Tipo de Parto 0,6524 Cesárea 6 24,0 25 100,0 Parto normal 1 4,0 7 28,0

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Gênero

0,4247

Feminino 3 12,0 19 76,0

Masculino 4 16,0 13 52,0

Complicações durante o parto

0,9291

Não 6 24,0 27 108,0

Sim 1 4,0 5 20,0

Alguma doença/infecção durante a gestação 0,1096 Não 7 28,0 23 92,0 Sim 0 0,0 9 36,0 Desnutrição na gestação 0,0221* Não 5 20,0 31 124,0 Sim 2 8,0 1 4,0 Prematuro 0,3991 Não 7 28,0 29 116,0 Sim 0 0,0 3 12,0

Icterícia após o parto

0,9291 Não 6 24,0 27 108,0 Sim 1 4,0 5 20,0 Precisou de incubadora 0,4699 Não 6 24,0 30 120,0 Sim 1 4,0 2 8,0 Amamentação 0,6356 Sim 7 28,0 31 124,0 Não 0 0,0 1 4,0

Doença/problemas de saúde nos 3 primeiros anos de vida

0,0204*

Sim 6 24,0 12 48,0

Não 1 4,0 20 80,0

Já bateu ou teve alguma infecção na boca

0,3234

Não 7 28,0 28 112,0

(13)

Febre alta com frequência nos 3 primeiros anos de vida

0,3416

Não 4 16,0 24 96,0

Sim 3 12,0 8 32,0

Uso de antibiótico nos 3 primeiros anos

0,8894

Sim 5 20,0 22 88,0

Não 2 8,0 10 40,0

Dente permanente manchado

0,0001*

Sim 6 24,0 0 0,0

Não 1 4,0 32 128,0

*p valor significativo pelo teste qui-quadrado considerando nível de significância de 5%.

4. DISCUSSÃO

Houve grande diversidade entre os achados relacionados a prevalência de HMI em crianças, como evidenciados por alguns autores. Acredita-se que isso se deva principalmente as diferenças de delineamento metodológico entre os diferentes estudos, conceitos diversos de HMI de acordo com a disparidade de apresentações clínicas e limitações intrínsecas da natureza do questionário utilizado (ANEXO 1).

De acordo com Fernandes, em 2012, observou uma prevalência que variou entre os 2,8% e os 22% nos países do norte da Europa. Segundo Côrtes, em 2015, Hipomineralização Molar Incisivo (HMI) trata-se de uma alteração na estrutura do esmalte dental cuja prevalência mundial varia de 2,4% a 40,2%. Conforme Seow, em 1996, relatou uma prevalência superior de defeitos de esmalte em primeiros molares permanentes, em crianças com nascimento pré-termo e baixo peso ao nascimento (21% e 11%). Acredita-se que isso se deva a diferenças na metodologia utilizada nos trabalhos citados.

Em relação às possíveis condições causais relacionadas a HMI, não houve alterações que envolvam a saúde materna durante o período da gravidez suficiente capazes de justificar anormalidade de desenvolvimento em seu filho.

No que diz respeito às adversidades relacionadas ao período que tange que o nascimento, uma variedade de anormalidades médicas pode estar correlacionada à

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HMI, foram sugestionadas: parto cesariana, parto prolongado e parto prematuro. (LYGIDAKIS NA, 2010. TRAVIS CC, 1991).

Porém, a literatura não tem evidência suficiente neste sentido, pois, apesar de haver relação previamente relatada entre adversidades nos primeiros anos de vida e HMI (CYPRIANO S, 2007), demais trabalhos ainda não foram capazes de identificar tal associação (BALMER RC, 2005). Isso converge com os resultados obtidos no presente trabalho, uma vez que as avaliações mostraram que ser portador de HMI está associado estatisticamente (p= 5% de significância) ao paciente acometido de doenças ou problemas de saúde nos três primeiros anos de vida.

Os resultados obtidos que relacionam a HMI com enfermidades nos três primeiros anos de vida corroboram com a literatura, como evidenciada por (WEERHEIJM KL ET. AL., 2001; JALEVIK B ET. AL., 2010; JALEVIK B ET AL., 2001; CROMBIEF ET. AL., 2009; MAST ET AL., 2013).

Outra variável de interesse, abordada tanto no presente trabalho quanto na literatura atual, é a relação recorrente entre o uso de medicamentos antibióticos na infância e o desenvolvimento de HMI. Assim, constata-se que 41% dos pacientes avaliados que possuíam HMI fizeram uso de antibiótico na infância o que corrobora com dados de outros estudos que trazem essa associação como positiva (ANDREASEN, 2001). Porém, há pouca evidência no que diz respeito à classe de antibiótico utilizada. Associações mais frequentemente citam penicilinas. No entanto, são necessários mais estudos para caracterizar a associação entre o desenvolvimento de HMI e a classe de antibióticos utilizados nos primeiros anos de vida.

Em detrimento da variação na prevalência apresentada por artigos de países distintos, acredita-se que sejam necessários estudos mais amplos envolvendo uma amostragem de crianças de diferentes nacionalidades, para que se obtenha um valor de prevalência que traga uma evidencia mais sólida do perfil epidemiológico e da história natural da doença. Isso contribuirá para elaboração de abordagens preventivas em diferentes âmbitos, inclusive na atenção primária em saúde.

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Conclui-se que a prevalência de HMI em crianças atendidas na Clínica Integrada Infantil da Unicesumar foi de 17,9% entre aqueles que foram avaliados clinicamente e foi de 2,2% nas avaliações obtidas por meio de documentações ortodônticas, sendo que a variável enfermidades nos três primeiros anos de vida apresentou relação significante com a HMI.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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WEERHEIJM, K.L. (2003). Molar Incisor Hypomineralisation (MIH). European Journal of Paediatric Dentistry, pp. 1-6.

WEERHEIJM KL. Molar Incisor hypomineralization (MIH). Eur J Pediatr Dent 2003;4:114-20.

(19)

(ANEXO 1)

QUESTIONÁRIO HIPOMINERALIZAÇÃO INCISIVO MOLAR EM PACIENTES ODONTOPEDIÁTRICOS (OLIVEIRA, 2015) Sobre a gravidez: 1. Foi de risco? a. Sim. Porquê? b. Não. 2. Tipo de parto? a. Cesária; b. Parto Normal;

3. Você teve alguma complicação durante o parto? a. Sim. O quê?

b. Não

4.Você teve alguma doença ou infecção durante a gestação? a. Sim. Quais?

b. Não.

5. Seu médico chegou a dizer que você estava desnutrida? a. Sim

b. Não

Sobre o período após o nascimento até os três anos de idade de seu filho(a):

6. Seu filho(a) foi prematuro?

a. Sim. Quantos meses ele(a) nasceu? b. Não

7. Com quantos quilos seu filho(a) nasceu?

8. Seu filho(a) teve icterícia (aparência amarelada) ou faltou oxigênio (aparência azulada) logo após o parto?

a. Sim. Qual era a aparência? b. Não

9. Seu filho(a) precisou de incubadora? a. Sim. Por quanto tempo e porquê? b. Não

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10. Seu filho(a) mamou no peito? a. Sim. Por quanto tempo?

b. Não

11. Seu filho(a) teve alguma Doença ou problemas de saúde nos três primeiros anos de vida? Ex.: Problemas respiratórios?

a. Sim. Quais? b. Não

12. Seu filho já bateu ou teve infecção na boca? a. Sim

b. Não

13. Seu filho (a) tinha febre alta com frequência antes dos 3 anos de vida? a. Sim. Por quê?

b. Não

14. Seu filho (a) precisou tomar antibiótico antes dos 3 anos? a. Sim. Quais?

b. Não

15. Seu filho(a) tem algum dente permanente manchado? a. Sim

Referências

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