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MÓDULO COMPLEMENTAR DE PEÇAS
PRÁTICA DE TRABALHO
3º EO 2011
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PEÇAA
CACILDA BARRANCOS, 62 anos, brasileira, casada, desempregada, portadora da CTPS 54621, série 00020-PR, RG 2357965/PR, inscrita no CPF sob o n.º 568.457-963-29, portadora do PIS n.º 1.256.745.125-8, residente e domiciliada na cidade de São José dos Pinhais, à Rua do Aeroporto, nº 250, Afonso Pena, cep 83.000-000, filha de Maria Aparecida Barrancos, compareceu em seu escritório na cidade de Curitiba no dia 17.08.2011 e informou o seguinte:
Laborou para a Supereconomia Ltda, inscrita no CNPJ sob o n.º 1.256.305/0027-56, com endereço à Rua dos Jardins, nº 630, Boqueirão, na cidade de Curitiba, cep 82.000,000, sendo admitida nesta localidade. Iniciou suas atividades em 10 de dezembro de 2000, tendo a sua CTPS anotada três meses depois. Quanto ao registro em CTPS consta que exerceu sempre a função de operadora de caixa, percebendo como último salário o valor de R$ 850,00 por mês. Porém, a cliente narra que desde maio de 2007 exercias as mesmas atividades que a colega Ana Bolena, a qual era auxiliar de fiscal de caixa e recebia pelo menos 30% a mais de salário que Cacilda.
A cliente narra ainda que sofria descontos em seu salário, decorrentes das faltas de valores no caixa, apuradas ao final do movimento do dia.
Diz que apesar de ter sido eleita para a CIPA e ter tomado posse em 15 de maio de 2011, foi despedida sem justa causa em 16 de junho de 2011, tendo sido indenizado o aviso prévio.
Informou que todo o contrato seu horário era das 8 até 12 horas e das 12:30 até as 19 horas, de segunda à sábado. Não laborava em domingos e feriados. Jamais foi assinado qualquer acordo de prorrogação ou compensação. Nunca recebeu qualquer hora extra.
Apresenta extrato analítico da conta do FGTS em que não constam depósitos do ano de 2002, estando todos os demais regulares.
Informa que somente recebeu suas verbas rescisórias em 10 de agosto de 2011.
Além disso, informa que todos os dias, ao fim do expediente, passava por revistas, as quais consistiam em apalpação de seu corpo, sendo esse procedimento realizado pelo segurança do sexo masculino, na saída do estabelecimento, na frente de clientes e outros colegas de trabalho.
QUESTÂO: Com base nos dados acima, você, como advogado do sindicato da categoria do empregado, deve apresentar a peça processual competente pelo rito ordinário em favor da ex-empregada, pleiteando todas as verbas não quitadas, com indicação da legislação, súmulas e/ou orientações jurisprudenciais da SDI do TST. No presente caso não existe Comissão de Conciliação Prévia. Cada pedido deverá ter a respectiva fundamentação legal.
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PEÇAB
Lauro, representante legal da empresa Rápido Distribuidora de Alimentos Ltda., procurou auxílio de profissional de advocacia, ao qual relatou ter sido citado para manifestar-se a respeito de reclamação trabalhista ajuizada por ex-empregado que desenvolvia a função de vendedor externo da empresa. Disse que o vínculo empregatício em questão ocorrera entre 17/3/2000 e 15/12/2009. A contrafé apresentada por seu interlocutor demonstra, além da data de propositura da demanda (12/3/2010), a elaboração de pedido de pagamento de horas extraordinárias por todo o liame empregatício, dada a alegação de prestação de serviços das 8 h às 20 h, de segunda-feira a sexta-feira. Também estão relatados descontos efetuados no salário do empregado, relativos a multas de trânsito a ele atribuídas quando em uso de veículo da empresa na realização de seu mister. Em face disso, o empregado requereu a devolução dos valores deduzidos do salário, alegando que tais penalidades são ínsitas ao risco da atividade econômica a cargo do empregador. Lauro apresentou contrato de trabalho firmado entre as partes, no qual constam a data de contratação, a função que deveria ser exercida, o valor salarial pactuado e a forma de responsabilização do empregado quanto aos danos que viessem a ser praticados, por culpa ou dolo deste, no uso do veículo da empresa. Apôs a fotocópia da CTPS e a folha de registro do empregado reclamante, na qual constam as informações do contrato, excetuando-se a informação concernente ao uso de veículo da empresa. Apresentou, ainda, multas de trânsito que demonstram ter sido o empregado flagrado, por três vezes, conduzindo veículo a 100 km/h em vias em que a velocidade máxima permitida era de 60 km/h. Considerando essa situação hipotética, redija, na condição de advogado(a) contratado(a) pelo empregador, a peça processual adequada aos interesses de seu cliente.
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Peça CJOÃO ATIVISTA trabalhava na empresa SEMPRE ALERTA VIGILÂNCIA E SEGURANÇA LTDA., e ocupava o cargo de dirigente do Sindicato dos Vigilantes do Município de Tche Guevara/HH para o qual houvera sido eleito em 06 de maio de 2011. Em 12 de julho de 2011 o sindicato deflagrou greve, tendo o Sr. João Ativista participado da organização do movimento grevista e faltado por 11 (onze) dias consecutivos, momento em que o Tribunal Regional do Trabalho da 100ª Região proferiu liminar, em 23 de julho de 2011, determinando o retorno ao trabalho em virtude de não cumprimento de procedimentos prévios previstos na Lei no 7.783/89, como tentativa de conciliação e deliberação da pauta de reivindicações em assembléia geral, por parte do sindicato. Tendo recorrido daquela liminar, o Sr. João Ativista e outros sindicalistas ainda faltaram por mais 3 (três) dias e, não obtendo a suspensão da liminar, retornaram ao trabalho.
A empresa, em outubro de 2011 e sem qualquer formalidade prévia, demitiu o Sr. João Ativista por justa causa, com base no art. 482, alíneas “e” e “h”, da CLT, pagando-lhe a rescisão nessa modalidade. O Sr. João Ativista ingressou com Reclamação Trabalhista distribuída na 1ª Vara do Trabalho daquele município, pleiteando reintegração ao emprego com fundamento na estabilidade sindical, e pagamento dos salários desde a demissão. A empresa Reclamada contestou a ação alegando que o Tribunal Regional do Trabalho da 100ª Região houvera declarado a ilegalidade da greve (decisão está pendente de recurso).
O Juiz daquela Vara julgou totalmente improcedente a ação, sob os seguintes fundamentos: o de que o TRT houvera declarado a ilegalidade da greve, portanto havia incidência de faltas não justificadas; de que o Reclamante houvera descumprido a liminar que determinou o retorno ao trabalho, caracterizando insubordinação; de que a estabilidade sindical não impedia a aplicação de demissão fundamentada em falta grave.
Sendo você o advogado do Sr. João Ativista, e tendo ocorrido improvimento de Embargos Declaratórios, interponha a medida processual que entender cabível no caso, com todas as fundamentações que possam conduzir à garantia do direito de seu cliente.
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Peça D“A” propôs reclamação trabalhista contra “B”, denominada AÇÃO DE CUMPRIMENTO, requerendo o reajuste salarial no importe de 5% firmado em dissídio coletivo para sua categoria profissional. “B” contestou o feito alegando que o reajuste não foi repassado em razão de que, quando o sindicato foi intimado da decisão do TRT da 2ª Região, o recorrente estava suspenso em virtude de ter danificado materiais de propriedade da empresa, fato este confirmado pelo próprio reclamante em seu depoimento pessoal. Em razão disso, e levando em conta o depoimento do reclamante, o Juiz da 91ª Vara do Trabalho de São Paulo julgou improcedente a reclamação, decisão esta fundamentada na suspensão do empregado. Não se conformando, o prejudicado interpôs o recurso cabível, apelo este denegado por deserção. Por isso, a mesma parte interpôs novo recurso, desta vez com a intenção de destrancar o recurso anterior, alegando ser o prejudicado detentor da justiça gratuita. Este recurso foi provido, o que ocasionou o julgamento do recurso anteriormente denegado, cuja decisão manteve integralmente o julgado inicial. Como advogado de “A”, atue.
Peça E
Maria ingressou com reclamação trabalhista contra a empresa Brasil S.A., argumentando ter exercido função de confiança, com o conseqüente pagamento da gratificação salarial correspondente, durante seis anos consecutivos, tendo o empregador, sem justa causa e por ato unilateral, promovido sua reversão ao posto antes ocupado, quando, então, foi reduzida sua remuneração. Maria pediu
antecipação de tutela para que a reclamada procedesse à imediata incorporação da gratificação, bem como o pagamento das diferenças salariais correspondentes, desde a data da supressão da vantagem. Ao final, postulou a confirmação da medida liminar. Juntou prova documental para comprovar suas
alegações. O juiz da 1.ª Vara do Trabalho de São Paulo, argumentando estarem satisfeitos os pressupostos autorizadores da medida, deferiu o pedido de antecipação dos efeitos da tutela. Em face dessa situação hipotética, redija a medida cabível, argumentando a respeito da possibilidade de redução salarial na hipótese de reversão do empregado ao cargo efetivo, antes ocupado, quando este deixar de exercer função de confiança.