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*FEMM FUNDAÇÃO EDUCACIONAL MIGUEL MOFARREJ FIO FACULDADES INTEGRADAS DE OURINHOS

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Academic year: 2021

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*FEMM – FUNDAÇÃO EDUCACIONAL MIGUEL MOFARREJ

FIO – FACULDADES INTEGRADAS DE OURINHOS

CURSO DE FARMÁCIA

EVOLUÇÃO DOS SERVIÇOS CLÍNICOS FARMACÊUTICOS NO BRASIL: UMA REVISÃO NARRATIVA.

ÉRICA TATIANE DA SILVA ZANDONI

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ÉRICA TATIANE DA SILVA ZANDONI

EVOLUÇÃO DOS SERVIÇOS CLÍNICOS FARMACÊUTICOS NO

BRASIL: UMA REVISÃO NARRATIVA.

OURINHOS 2014

Trabalho de conclusão de curso apresentado como pré-requisito para conclusão do Curso de Farmácia das Faculdades Integradas de Ourinhos – FIO.

Orientador: Prof. PhD. Paulo Roque Obreli Neto

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FOLHA DE APROVAÇÃO

ÉRICA TATIANE DA SILVA ZANDONI

EVOLUÇÃO DOS SERVIÇOS CLÍNICOS FARMACÊUTICOS NO

BRASIL: UMA REVISÃO NARRATIVA.

Avaliador 1: Professor Pós Doutor Paulo Roque Obreli Neto Assinatura:___________________ Avaliador 2: Professor Mestre Mauricio Massayuki Nambu Assinatura:____________________ Avaliador 3: Professor Mestre Cristiane Fátima Guarido Assinatura:______________________

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Dedicatória

Dedico este trabalho primeiramente а Deus, pоr ser essencial еm minha vida, e a todos que me ajudaram e que me apoiaram e incentivaram sempre.

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Epígrafe

“Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível”.

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AGRADECIMENTOS

Quero agradecer, еm primeiro lugar, а Deus, pela força е a coragem que me concedeu também ао mеυ esposo, Marcos H. Zandoni, qυе dе forma especial

е carinhosa me ajudou e meu Orientador Paulo Roque Obreli Neto que não mediu esforços para me auxiliar com toda paciencia e sabedoria. E todos que

me ajudaram direta e indiretamente para que esse sonho se tornasse realidade.

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EVOLUÇÃO DOS SERVIÇOS CLÍNICOS FARMACÊUTICOS NO

BRASIL: UMA REVISÃO NARRATIVA.

EVOLUTION OF PHARMACEUTICAL SERVICES IN BRAZIL:

NARRATIVE REVIEW.

¹OBRELI NETO,P.R; ZANDONI, E.T.S.

1Curso de Farmácia – Faculdades Integradas de Ourinhos-FIO/FEMM

RESUMO

O objetivo deste estudo foi descrever a evolução temporal dos serviços clínicos farmacêuticos realizados em farmácias comunitárias no Brasil. Foi realizada uma revisão narrativa utilizando as bases de dados Scielo e Pubmed, livros, leis, resoluções. Foi verificado que diversas resoluções sanitárias e profissionais foram publicadas nos últimos anos para regulamentar a execução de serviços clínicos farmacêuticos em farmácias comunitárias. A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) n°44, de 17 de agosto de 2009, estabelece que podem ser realizadas aferições de parâmetros fisiológicos e bioquímicos em farmácias como forma de rastreamento e monitoramento da efetividade e segurança do tratamento de pacientes; e regulamenta a existência de prontuário farmacêutico nas farmácias e a realização de atenção farmacêutica. A Resolução do Conselho Federal de Farmácia n° 585, de 29 de agosto de 2013, estabelece os serviços farmacêuticos clínicos que podem ser ofertados pelos farmacêuticos, como: anamnese farmacêutica, consulta farmacêutica, solicitação e interpretação de exames laboratoriais, entre outros serviços. A Resolução do Conselho Federal de Farmácia n° 586, de 29 de agosto de 2013, regulamenta a prescrição farmacêutica. Apesar dos diversos avanços na legislação sanitária e profissional, ainda é insipiente a prática de serviços clínicos farmacêuticos em farmácias comunitárias no Brasil; entretanto, vários avanços ocorreram nesta área nos últimos anos.

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ABSTRACT

O objetivo deste estudo foi descrever a evolução temporal dos serviços clínicos farmacêuticos realizados em farmácias comunitárias no Brasil. Foi realizada uma revisão narrativa utilizando as bases de dados Scielo e Pubmed, livros, leis, resoluções. Foi verificado que diversas resoluções sanitárias e profissionais foram publicadas nos últimos anos para regulamentar a execução de serviços clínicos farmacêuticos em farmácias comunitárias. A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) n°44, de 17 de agosto de 2009, estabelece que podem ser realizadas aferições de parâmetros fisiológicos e bioquímicos em farmácias como forma de rastreamento e monitoramento da efetividade e segurança do tratamento de pacientes; e regulamenta a existência de prontuário farmacêutico nas farmácias e a realização de atenção farmacêutica. A Resolução do Conselho Federal de Farmácia n° 585, de 29 de agosto de 2013, estabelece os serviços farmacêuticos clínicos que podem ser ofertados pelos farmacêuticos, como: anamnese farmacêutica, consulta farmacêutica, solicitação e interpretação de exames laboratoriais, entre outros serviços. A Resolução do Conselho Federal de Farmácia n° 586, de 29 de agosto de 2013, regulamenta a prescrição farmacêutica. Apesar dos diversos avanços na legislação sanitária e profissional, ainda é insipiente a prática de serviços clínicos farmacêuticos em farmácias comunitárias no Brasil; entretanto, vários avanços ocorreram nesta área nos últimos anos.

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INTRODUÇÃO

Desde o início da história do homem as doenças já existiam; e devido a presença das doenças existia o interesse pela cura. No início, da história do homem, acreditava-se que as doenças eram um castigo dos deuses, e que acometiam apenas pessoas pecadoras. Neste período o processo de cuidado prestado aos doentes envolvia basicamente rituais religiosos, prestados por curandeiros; sendo que todas as ações eram cercadas de muito mistério e feitas de acordo com rituais supersticiosos, incluindo a prepação de remédios (BURLAGE, LEE, RISING, 1959).

A medicina moderna teve início na Grécia, com uma abordagem da doença desvinculada de pecados, e sim ao desequilíbrio do corpo humano. Nesta época os médicos andavam com pequenas caixas contendo remédios preparados por eles mesmos, esta caixa era chamada apothéke; que corresponde a palavra apotecário ou boticário. Os médicos eram responsáveis por prescrever, preparar e dispensar os remédios; que eram na maioria formulações simples, contendo apenas uma substância ativa (BURLAGE, LEE, RISING, 1959; PEREIRA, 2013).

Em 1240, o imperador romano do oriente Frederico II escreveu a carta magna da profissão farmacêutica, regulamentando a criação da profissão farmacêutica; que a princípio seria a responsável pela preparação dos remédios. Frederico II justificou a necessidade da preparação dos remédios não ser mais uma atividade dos profissionais médicos com o seguinte argumento: “[...] a preparação das fórmulas requer conhecimentos e habilidades específicas para garantir a segurança das pessoas [...]”. Assim surgia a profissão farmacêutica, com o intuito de garantir preparações de remédios mais seguras para os pacientes. Com o surgimento da profissão farmacêutica, as preparações começaram a ficar mais complexas, com a presença de várias substâncias ativas (algumas chegavam a conter 52 ingredientes). Após esta regulamentação no império romano do oriente, outras civilizações seguiram o mesmo caminho (PEREIRA, NASCIMENTO, 2011; PEREIRA, 2013). Esta primeira fase da profissão farmacêutica é conhecida como fase tradicional e perdurou até o período das duas guerras mundias.

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No Brasil, as primeiras boticas surgiram em 1640, e eram meras casas comerciais ou lojas onde o público se abastecia de remédios. Estes estabelecimentos eram dirigidos por boticários, que eram profissionais empíricos, às vezes analfabetos, que possuiam uma carta de aprovação do físico-mor de Coimbra (GOMES-JÚNIOR, 1988; RIBEIRO FILHO, BATISTA, 2011). Somente em 1824 o ensino de farmácia teve início no Brasil, primeiramente como uma cadeira do curso de medicina; e a partir de 1839 como uma escola específica (Ouro Preto e São João Del Rey, ambas no estado de Minas Gerais). Após diversas batalhas o farmacêutico conseguiu tomar seu lugar esclusivo no preparo de medicamentos, em 1886 (PEREIRA, NASCIMENTO, 2011).

A produção artesanal de remédios ficou obsoleta com a descoberta da penicilina e o desenvolvimento e mecanização da indústria farmacêutica após 1940. As substâncias ativas começaram a ser manipuladas em condições mais controladas, e os medicamentos seguiam rigorosos controles comparados à produção artesal das farmácias; e eram mais baratos e produzidos mais rapidamente (PEREIRA, 2013).

Neste período muitos farmacêuticos migraram para trabalhar na indústria de medicamentos, proporcionando o desenvolvimento de novas tecnologias nesta área; e grande parte migrou para trabalhar em laboratórios de análises clínicas. Os farmacêuticos não eram mais tão requisitados para a manipulação de medicamentos, e muitos profissionais não viam a necessidade de sua presença nas farmácias; pois o produto já estava preparado e devidamente acondicionado. Mesmo com a publicação da lei n° 5991, de 17 de dezembro de 1973, que determina a necessidade de presença obrigatória de responsável técnico durante todo o período de funcionamento de farmácias e drograrias; o farmacêutico não cumpria esta lei (BRASIL, 1973). Muitos farmacêuticos apenas “assinavam” documentos dizendo que era responsável técnico do estabelecimento, mas na prática nunca ficavam neste estabelecimento. Vários farmacêuticos possuiam mais de um emprego (muitos atuavam em laboratórios de análises clínicas e assinavam como responsável técnico de uma ou mais farmácias ou drogarias). Com esta prática, o farmacêutico ficou cada vez mais

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distante do paciente e de suas origens: garantir a segurança do uso de remédios (PEREIRA, NASCIMENTO, 2011; PEREIRA, 2013).

Na década de 1960, um grupo de estudantes de farmácia, professores e farmacêuticos hospitalares da Universidade de São Francisco, nos Estados Unidos da América, iniciaram uma série de discussões sobre o futuro da profissão farmacêutica, e o desejo de se aproximar do paciente e dos demais profissionais de saúde. Era o final da fase de transição da profissão farmacêutica, e o início da fase de cuidado ao paciente; fase a qual ainda perdura até a presente data (PEREIRA, 2013).

O objetivo deste trabalho foi descrever a evolução temporal dos serviços clínicos farmacêuticos ofertados em farmácias comunitárias do Brasil.

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Metodologia

Foi realizada uma revisão narrativa utilizando as bases de dados Pubmed e Scielo; além de livros, monografias, teses, leis e resoluções sanitárias e profissionais.

Referencial Teórico

Dispensação de medicamentos

A dispensação de medicamentos é o serviço mais ofertado para a população em farmácias comunitárias, entretando na maioria das vezes é realizado de maneira inadequada e não agrega nenhum benefício para o uso racional de medicamentos (OBRELI NETO et al. 2013). Com a nova fase da profissão farmacêutica (fase de cuidado ao paciente), entidades profissionais, instituições de ensino e ministério da saúde têm realizado medidas para tornar a dispensação de medicamentos em um serviço mais relacionado à clínica do que ao comércio. Exemplos destes esforços são a Resolução do Conselho Federal de Farmácia (CFF) n° 499, de 17 de dezembro de 2008 (BRASIL, 2008) e a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) n° 44, de 17 de agosto de 2009 (BRASIL, 2009).

Estas resoluções determinam as informações mínimas que devem ser fornecidas ao paciente durante a dispensação de medicamentos, e determinam as condições (infra-estrutura física, recursos humanos) necessárias para a realização da dispensação de medicamentos. Segundo estas resoluções o farmacêutico deve garantir ao paciente o acesso a informações sobre posologia prescrita, influência de alimentos na terapia medicamentosa, reações adversas potenciais, e condições de armazanamento (BRASIL, 2008; BRASIL, 2009). Entretanto, estudos realizados no Brasil verificaram que a dispensação não ocorre em local adequado para possibilitar esta interação farmacêutico-paciente, ocorre em tempo muito breve (menos de um minuto), e envolve

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pouca interação entre farmacêutico e paciente (MESQUITA et al., 2013; OBRELI-NETO et al., 2013; SANTOS, NITRINI, 2004).

Algumas farmácias criaram locais mais apropriados para interação farmacêutico-paciente durante a dispensação de medicamentos; rebaixando o balcão e possibilitando que o atendimento ocorra na posição sentada, em local com menor fluxo de pessoas.

Assistência domiciliar

A Resolução do CFF n° 386, de 12 de novembro de 2002, dispõe sobre as atribuições do farmacêutico no âmbito da assistência domiciliar em equipes multidisciplinares. O farmacêutico pode prestar assistência domiciliar quando atua em equipes de Estratégia da Saúde da Família (ESF), ou hospitais (terapia oncológica, suporte nutricional e infecção de controle hospitalar) (BRASIL, 2002).

O farmacêutico deverá desenvolver serviços clínicos na assistência domiciliar para promover o uso racional de medicamentos. Podemos citar como serviços clinicos: orientar pacientes, familiares e cuidadores sobre cuidados para armazenamento, preparo e administração de medicamento, orientar formas de garantir assepsia dos sistemas de administração de medicamentos e nutrição enteral, acompanhar os resultados clínicos do uso dos medicamentos (exames laboratoriais, exames clínicos e queixas do paciente), preparar soluções de medicamentos para uso intravenoso, orientar demais profissionais da equipe multidisciplinar, realizar conciliação medicamentosa após alta hospitalar (BRASIL, 2002).

As experiências de serviços clínicos na assistência domiciliar em nível ambulatorial ainda são escassas, e principalmente relacionadas ao Sistema Único de Saúde; com ausência de relatos de experiências destes serviços realizados por farmácias comunitárias privadas (BRASIL, 2002). As farmácias comunitárias privadas visualizam assistência domiciliar apenas como uma forma de entrega de medicamentos e, aplicação dos mesmos na residência. Relatos de experiências nos municípios de Florianópolis e Ribeirão Preto, descrevem a implantação de assistência domiciliar em Nucleos de Atenção à

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Estratégia da Saúde da Família (NASF). Nestes municípios os farmacêuticos realizam orientação à população sobre o uso de medicamentos, e aumentaram significativamente indicadores de uso de medicamentos como a adesão à terapia medicamentosa (BRASIL, 2013).

Aferição de parâmetros fisiológicos e bioquímicos

A Resolução do CFF n° 499, de 17 de dezembro de 2008, e a RDC n° 44, de 17 de agosto de 2009

Aferição de pressão arterial(BRASIL, 2009) regulamentam a prestação de serviços de aferição de parâmetros fisiológicos e bioquímicos em farmácias comunitárias (BRASIL, 2008)., determinação quantitativa do teor sanguíneo de glicose, colesterol total e triglicérides (mediante coleta de amostras de sangue por punção capilar, utilizando-se de medidor portátil), e aferição de temperatura corporal são serviços clínicos importantes para ações de promoção de saúde (detecção precoce de alterações, possibilitando encaminhamento para atendimento médico precoce) para monitorar a efetividade e a segurança do tratamento dos pacientes. Como o número de farmácias comunitárias é indiscutivelmente superior ao número de unidades de saúde e consultórios médicos disponíveis no Brasil, a aferição destes parâmetros fisiológicos e bioquímicos em farmácias comunitárias facilita o acesso da população a estes serviços, e já é realidade em diversos países como Itália e Austrália.

Estes serviços devem ser devidamente documentados, conforme estabelecido pela RDC n° 44, de 17 de agosto de 2009, e arquivados em prontuário do paciente, para consultas posteriores (BRASIL, 2009).

Atualmente inexistem estudos que avaliaram como as farmácias comunitárias privadas estão desenvolvendo estes serviços de aferição de parâmetros fisiológicos e bioquímicos. No Sistema Único de Saúde existem diversos relatos de farmácias que ofertam estes serviços, e permitem que a farmácia auxilie na detecção de pacientes com riscos para determinadas doenças e possam ser encaminhados para atendimento médico, permitindo o monitoramento da efetividade e segurança da terapia medicamentosa de determinadas doenças.

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Gerenciamento clínico de transtornos menores

A atenção farmacêutica foi definida por Hepler e Strand como a provisão responsável do tratamento medicamentoso com o objetivo de alcançar resultados clínicos definidos, melhorando a qualidade de vida do paciente (HEPLER, STRAND, 1990). Era o final da fase de transição da profissão farmacêutica, e o início da fase de cuidado ao paciente; fase a qual ainda perdura até a presente data (PEREIRA, 2013).

No Brasil, a implantação de serviços de farmácia clínica ainda é insipiente, com poucos hospitais possuindo farmacêuticos clínicos; merecendo destaque os esforços do professor Tarcísio José Palhano da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que implantou em 1979 o primeiro serviço de farmácia clínica brasileiro no Hospital das Clínicas da UFRN (PEREIRA, 2013).

Os serviços de farmácia clínica iniciaram-se no ambiente hospitalar, e apresentaram resultados muito satisfatórios, sendo propagados para hospitais de diversos países, e também migrando para a atenção ambulatorial (PEREIRA, 2013). No final dos anos 1970, farmacêuticos e professores norte-americanos iniciaram estudos para ampliar o campo de atuação clínica do farmacêutico, e após anos de discussão e pesquisa surgia uma nova área da farmácia, a atenção farmacêutica (PEREIRA, 2013).

Era o surgimento do movimento denominado farmácia clínica. A farmácia clínica consiste na ciência da saúde cuja responsabilidade é assegurar, mediante a aplicação de conhecimentos e funções relacionadas com o cuidado dos pacientes, que o uso de medicamentos seja seguro e eficaz (PEREIRA, 2013).

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Conforme estabelecido pelas Resoluções do CFF n°585, de 29 de agosto de 2013, e n°586, de 29 de agosto de 2013, o farmacêutico deve realizar anamnese farmacêutica, bem como verificar sinais e sintomas de pacientes que procurem atendimento em farmácia apresentando transtornos menores. O farmacêutico deve coletar e organizar outros dados do paciente que julgar necessário, e com base nas informações obtidas nesta etapa de avaliação decidir se o paciente deve ser tratado com medicamento isento de prescrição (MIP) ou encaminhado para atendimento médico. Pacientes que requeiram atendimento médico devem ser encaminhados para este profissional, de preferência por escrito. Para pacientes apresentando transtorno menores que podem ser manejados com MIP, o farmacêutico pode elaborar prescrição farmacêutica; devidamente documentada conforme estabelecido pela Resolução do CFF n° 586, de 29 de agosto de 2013 (BRASIL, 2013a; BRASIL, 2013b).

Diversas iniciativas do Conselho Federal de Farmácia (CFF) e dos Conselhos Regionais de Farmácia (CRF) estão ocorrendo para estimular os farmacêuticos a ofertarem estes serviços. Estudos descrevendo a execução destes serviços no Brasil ainda não foram publicados. Outro aspecto que merece destaque é como o Sistema Único de Saúde irá lidar com o gerenciamento clínico de transtornos menores por farmacêuticos; no Reino Unido os farmacêuticos recebem reembolso por este tipo de atendimento e foram responsáveis por reduzir filas de atendimento médico (PAUDYAL et al., 2013).

Acompanhamento farmacoterapêutico

O farmacêutico pode coletar e organizar dados do paciente, identificar problemas relacionados ao uso de medicamentos (PRM) com base nestas informações coletadas, elaborar um plano de cuidados para resolver estes PRM, e reavaliar o paciente para verificar se os PRM foram resolvidos (BRASIL, 2009; BRASIL, 2013a).

A coleta e organização de dados deve ocorrer preferencialmente em consulta farmacêutica realizada em local específico da farmácia (pode ser a sala de aplicação de injetáveis; devendo somente ser um local reservado,

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longe do fluxo de pessoas). Dentre estas informações coletadas podem estar a aferição de dados fisiológicos e bioquímicos realizadas na própria farmácia e exames laboratoriais solicitados pelo farmacêutico e realizados em laboratórios de análises clínicas; pois segundo a Resolução do CFF no 585, de 29 de agosto de 2013, o farmacêutico pode solicitar e verificar o resultado de exames laboratoriais com a finalidade de monitorar a terapia medicamentosa do paciente (BRASIL, 2013a).

A elaboração do plano de cuidados deve ser realizada em conjunto com o paciente. O primeiro passo da elaboração do plano de cuidados e estabelecer os objetivos das intervenções. Depois devem ser estabelecidas as intervenções a serem realizadas. Estas intervenções podem envolver mudanças de estilo de vida, adequações no modo de utilizar o medicamento (exemplo: ingerir metformina após refeição), aumento ou redução da dose do medicamento, inserir medicamento adicional, retirar ou substituir algum medicamento. Intervenções que envolvam alterações do regime terapêutico devem envolver a participação de profissional médico; porém em situações onde o farmacêutico possua habilitação clínica concedida pelo CRF de sua área de atuação e protocolos de colaboração com profissionais médicos que permitam a prescrição farmacêutica de determinados medicamentos tarjados em determinadas condições, o próprio farmacêutico poderá realizar a prescrição farmacêutica, seguindo o estabelecido pela Resolução do CFF n°586, de 29 de agosto de 2013 (BRASIL, 2013b).

O CFF e os CRF têm atuado para difundir estes serviços, entretanto, ainda inexistem dados publicados sobre a oferta destes serviços. No âmbito do Sistema Único de Saúde esta prática pode facilitar o acesso dos pacientes ao uso de medicamentos. Em países com o Canadá, Estados Unidos da América e Reino Unido esta prática já ocorre em alguns de seus estados ou províncias.

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Conclusão

Vários avanços na legislação profissional e sanitária ocorreram no últimos anos para consolidar a prática de serviços clínicos em farmácias comunitárias, nos diversos macro-componentes da atenção farmacêutica. Entretanto, a prática destes serviços clínicos farmacêuticos ainda é insipiente, e esforços por partes das organizações profissionais são necessários. Mas é inegável que a farmácia comunitária progrediu significativamente para atuar como um estabelecimento de saúde. Entretanto muitos avanços ainda são necessários, como alterações de estrutura curricular, mudança de foco atuação de profissional Farmacêutico e em questão pagamento dos serviços ofertados como a consulta Farmacêutica.

Referências

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http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/386.pdf. Acesso em: 09 de junho de 2014.

BRASIL, AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da Diretoria Colegiada no. 44, de 17 de agosto de 2009. Disponível em:

http://portal.crfsp.org.br/legislacao-/113-juridico/legislacao/1696-resolucao-rdc-no-44-de-17-de-agosto-de-2009-html. Acesso em 10 de ago 2014. Acessado em: 01 de junho de 2014.

BRASIL, CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução no. 499, de 17 de dezembro de 2008. Disponível em:

http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/499.pdf. Acesso em: 09 de junho de 2014.

BRASIL, CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução no. 585, de 29 de agosto de 2013. Disponível em:

http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/585.pdf. Acesso em: 01 de junho de 2014.

BRASIL, CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução no. 586, de 29 de agosto de 2013. Disponível em:

http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/586.pdf. Acesso em: 01 de junho de 2014.

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BRASIL, CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Experiências exitosas de farmacêuticos no SUS. Disponível em:

http://www.cff.org.br/userfiles/file/noticias/Experiencias%20exitosas%20site.pdf. Acessado em: 19 de junho de 2014.

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