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A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA O ENSINO MÉDIO E FUNDAMENTAL: UMA PERSPECTIVA DA LINGÜÍSTICA APLICADA

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Academic year: 2021

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A FORMAÇÃO DO PROFESSOR

DE LÍNGUA PORTUGUESA

PARA O ENSINO MÉDIO E FUNDAMENTAL:

– UMA PERSPECTIVA DA LINGÜÍSTICA APLICADA

Márcio Lázaro Almeida da Silva

Tais Oliveira de Amorim da Silva

∗∗

RESUMO: O objetivo deste trabalho é avaliar a formação do professor de língua

por-tuguesa tendo em vista o arcabouço teórico da Lingüística Aplicada. Investiga-se se as di-ferentes abordagens nos cursos de graduação interferem na diversificação do ensino de língua portuguesa no Ensino Médio e Fundamental. A pesquisa mostrou que, dependendo da abordagem – lingüística ou gramatical, os futuros professores tendem a se comportar de maneira diferente em virtude dos conceitos adquiridos em seu curso.

ABSTRACT: This paper aims at evaluating the Portuguese teacher’s graduation ac-cording to the framework of Applied Linguistics. The study investigates if the different ap-proaches that we can find in graduation courses interfere in the diversification of the Portuguese language’s teaching for students in middle and fundamental teaching. Our re-search show that, depending on the approach, linguistic or grammatical, the “new” teach-ers tend to behave differently by means of what they have learnt during their graduation course.

Palavras-chave: Lingüística Aplicada, Ensino de Língua Portuguesa. Keywords: Applied Linguistics, Portuguese language’s teaching.

1. NTRODUÇÃO

Neste trabalho, procuramos aplicar o arcabou-ço teórico da Lingüística Aplicada para avaliar a formação do professor de Língua Portuguesa para as últimas séries do Ensino Fundamental e as

ries do Ensino Médio com o objetivo de verificar em que pontos o tipo de orientação dado pela Ins-tituição que forma o professor influencia no seu comportamento perante os alunos em sala de aula.

––––––––––

Mestrando em Lingüística pela UFRJ, professor do Curso de Letras da UNISUAM e da Faculdade de Filosofia de Campo Grande

– FFCG/FEUC.

∗∗Especialista em Psicopedagogia pela UCAM, mestranda em Educação pela UFRJ, professora de Língua Portuguesa da rede particular

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A motivação para este trabalho deriva do fato de termos verificado, há algum tempo, que, de-pendendo da Instituição em que os professores de Língua Portuguesa graduaram-se em Letras, há uma forte tendência à diversificação do ensino em relação ao que é dado na disciplina em ques-tão, por esses professores, em sala de aula.

Os aspectos que nos interessam aqui dizem respeito, portanto, ao modo como os futuros pro-fessores de Português vão agir em sala de aula em razão do tipo de orientação que tiveram durante o curso de Graduação. Atualmente, tem-se percebi-do que algumas Instituições de Ensino Superior tratam, no curso de Graduação em Letras, mais de aspectos lingüísticos aplicados à teoria da gramá-tica (procurando fazer com que o futuro professor tenha uma visão aprofundada sobre diversos as-pectos da linguagem humana) do que o mero es-tudo prescritivo da Gramática Tradicional.A título de exemplificação, podemos citar a Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em que os alunos aprendem, durante todo o curso, o arcabouço teórico da Lingüística aplicado à gramática. Entretanto, outras Instituições assu-mem um papel.

O resultado desta pesquisa, como veremos posteriormente, mostrou que, em função da dife-rença de abordagem da Faculdade, o professor de Língua Portuguesa tratará a língua, com seus alu-nos em sala de aula, ou como uma unidade flexí-vel que apresenta variações dependentes de vários fatores ou como uma unidade estática que deve ser mantida e falada igualmente por todos. No primeiro caso, o professor tende a trabalhar o conteúdo programático da disciplina através da análise de textos. Já no segundo, percebeu-se que o professor tende a ensinar a língua com base nas próprias regras da gramática.

Este trabalho é, portanto, uma tentativa de estudar a formação de professor de Português, através de um vínculo entre a Lingüística Apli-cada e a Pedagogia (cf. a revisão bibliográfica, p. 6).

Com o objetivo de fundamentar a nossa pes-quisa, os próximos itens tratarão da metodologia e dos pressupostos teóricos utilizados. Assim, no item 2, discorre-se sobre a metodologia adotada. No item 3, faremos uma breve revisão bibliográ-fica da Lingüística Aplicada, procurando rever

definições e objetivos. No item 4, mostraremos os resultados da pesquisa e, finalmente, em 5, ex-pomos as conclusões a que chegamos a partir da análise dos dados.

2. METODOLOGIA APLICADA

Como o objetivo do nosso trabalho é verificar as diferenças de abordagem que os professores de Língua Portuguesa adotarão para ministrar suas aulas, dependendo da orientação que eles tiveram na Faculdade, procuramos fazer um questionário avaliativo com seis perguntas baseadas em alguns tópicos sobre a concepção de língua que foram retirados de Bagno (2001). Essas perguntas estão relacionadas à concepção de língua e linguagem desses alunos, e objetivam verificar:

a) como eles consideram a língua portuguesa

falada hoje no Brasil;

b) como eles julgam as diferenças entre o

por-tuguês falado no Brasil e o porpor-tuguês falado em Portugal;

c) qual o julgamento que eles fazem em

rala-ção às dificuldades para ensinar / aprender a lín-gua portuguesa;

d) quais são suas concepções de norma culta; e) qual região do Brasil eles julgam falar

me-lhor a língua.

O questionário foi entregue a 100 alunos regu-larmente matriculados no curso de Letras da Fa-culdade de Letras da UFRJ e a 100 alunos do curso de Letras de outras Instituições, cujos no-mes preferimos não mencionar, em que se preva-lece um ensino de língua portuguesa mais con- servador, perfazendo um total de 200 entrevista-dos. A codificação dos dados dessa entrevista po-de ser visto no item 4.

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A Lingüística Aplicada

Assim que a Lingüística Aplicada (LA) entrou em foco, a concepção que se tinha era a de uma

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ciência que derivava da Lingüística Pura (LP). De um modo geral, a Lingüística Aplicada era vista como, simplesmente, a aplicação de todo a arca-bouço teórico da Lingüística, suas teorias e sua li-teratura, a uma questão específica de língua. Uma outra concepção que se tinha de início era a de que a LA teria por objetivo investigar e resolver os problemas no que diz respeito ao ensino de línguas estrangeiras.

Segundo Moita Lopes (1996, p. 19), a LA po-de ser conceituada como a “pesquisa po-de natureza aplicada em Ciências Sociais que focaliza a lin-guagem do ponto de vista processual de natureza interdisciplinar e mediadora que envolve formu-lação teórica e que utiliza métodos de investiga-ção de base positivista e interpretativista”. A par- tir desta definição, podemos verificar que a LA deve ser vista como uma disciplina que não ne-cessita diretamente dos conceitos e teorias já cri-ados pela LP, mas como um método de inves- tigação interdisciplinar à LP, com teorias e mé- todos próprios para a análise e interpretação de problemas acerca da linguagem, mas especifica-mente acerca de questões relacionadas ao ensino e aprendizado de línguas.

A LA deve ser vista, de acordo com Spillner (1995), como uma mediadora de questões, mé-todos e conhecimentos e não como a simples aplicação ou instrumentalização de modelos. Nessa perspectiva, a LA tem um objeto de es- tudo mais complexo que a Lingüística Geral e que a Lingüística Descritiva por abranger a solução de problemas relacionados a diversas áreas de conhecimento. Ainda nessa perspectiva, pode-se dizer que a LA é uma disciplina pluri-dimensional por ser a mediadora entre a LP e a prática.

Strevens (1991) aponta que até os anos 50, a LA manteve-se ligada ao ensino de língua es-trangeira (L2). A partir do momento em que se reconheceu, entre outras coisas, a importância de treinamento de professores, materiais didáticos e recursos financeiros, o foco da LA mudou. Em vez de focalizar o ensino, passou a enfatizar a aprendizagem. Tal mudança de foco ocorreu em virtude do “reconhecimento de que a linguagem é comunicação e que a necessidade de comuni-cação é fator de motivação na aprendizagem”. Em razão disso, o autor mostra que, a partir da

década de 50, a LA começou a expandir sua área de investigação e passou a abranger outros cam-pos de pesquisa relacionados à linguagem, tais como: lexicografia, tradução, distúrbios de fa- la, usos da língua em contextos profissionais, letramento etc.

Objetivando delimitar os limites da LA e da LP, Kehoe (1968), aponta que a LP, como estudo histórico ou diacrônico das línguas, envolve di-versos aspectos, entre os quais, cita:

a) a classificação;

b) os métodos de coleta de dados sobre a

lín-gua;

c) análise do material colhido;

d) mudança lingüística através do tempo; e) estudo comparativo de línguas em sua

for-ma escrita (associação à Filologia); e

f) outros assuntos relacionados à tradução,

es-tilística e Gramática Normativa. À LP cabe, por-tanto, estudar como as línguas mudam através do tempo, verificar a variação lingüística existente de um lugar para outro, de uma época para outra, de um grupo social para outro. Além disso, cabe ainda à LP, analisar e descrever como as línguas funcionam. Outro ponto que a autora menciona é o fato de a LP ter como foco central a capacidade que duas pessoas têm para conversar. Segundo e-la, o processo de comunicação verbal envolve, basicamente, 11 estágios diferentes, discrimina-dos em três aspectos, a saber, a codificação da

mensagem, a transmissão da mensagem e a deco-dificação da mensagem. O primeiro aspecto,

rela-cionado ao emissor (o falante), envolve, respec- tivamente, a codificação semântica, a codificação gramatical e codificação fonológica. Já o segundo envolve a ação cerebral (de quem fala), os órgãos da fala, as ondas sonoras, o aparelho auditivo e a ação cerebral (de quem ouve). O último, relacio-nado ao receptor (o ouvinte), envolve a decodifi-cação fonológica, a decodifidecodifi-cação gramatical e a decodificação semântica, respectivamente.

Já a LA, na visão de Kehoe (1968), é uma te-oria lingüística que se coloca em prática em di-versos campos de atuação. Nesse sentido, ela pode ser vinculada à Geografia, à Lexicografia, à Medicina, à Engenharia e à Pedagogia. Quando a LA se vincula à pedagogia, ela estuda a

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estru-––––––––––

tura lingüística e aplica tal estrutura a situações de ensino.

Portanto, nosso trabalho se justifica pelo fato de a LA poder se prestar ao estudo de questões re-lacionadas ao aprendizado. Em função do que foi estabelecido em nossa introdução e com base no que acabamos de verificar nesta revisão biblio- grafia, trata-se de uma pesquisa que vincula a LA à Pedagogia, em particular à questão relacionada à formação de professores.

4. ANALISANDO O PROBLEMA

A PARTIR DA CODIFICAÇÃO

DOS DADOS

4.1. A Formação do Professor

de Português:

– a Questão Orientação

Lingüística ou Gramatical

Como dissemos em nossa introdução, a forma-ção dos professores de Língua Portuguesa, que trabalharão com os aspectos da linguagem exis-tentes nos conteúdos de português das escolas, apresenta-se, basicamente, com duas orientações, o que vai depender da Instituição a que o futuro professor estiver vinculado. De um lado, existem Faculdades de Letras cujo objetivo é fazer com que o aluno termine o curso com uma visão críti-ca sobre a linguagem. Nessas Faculdades, dá-se preferência ao ensino de questões relacionadas à variação lingüística, aos tipos de linguagem, a as-pectos sociolingüísticos, psicolingüísticos e etno-gráficos, além dos assuntos gerais como a fono- logia, a morfologia, a sintaxe, a semântica e a his-tória da língua. Há, portanto, uma sobreposição da Lingüística ao ensino da Gramática Tradicio-nal, pois se parte do pressuposto de que o estu-dante deva trazer o conhecimento da norma culta da língua de formações anteriores.

De outro lado, estão Faculdades que objetivam ensinar a língua culta aos seus alunos. Assim, há uma maior preocupação com o ensino das regras da Gramática Tradicional (GT) que predizem o que é certo falar e escrever. Assim, o aluno

estu-da os campos de descrição gramatical, como a fonologia, a fonética, a morfologia, a sintaxe e a semântica, com base na própria Gramática Tradicional. Verifica-se também que o ensino das regras da GT é feito a partir da análise de palavras e orações isoladas, com poucas aplica-ções destas unidades a um texto específico. O estudante também tem acesso, durante alguns períodos do curso, à visão lingüística nas disci-plinas de Lingüística e Filologia. Entretanto, o tempo é curto para que ele forme conceitos próprios nessas áreas e os aplique à descrição gramatical.

4.2. Análise Estatística dos Dados

O objetivo das duas primeiras perguntas da en-trevista é verificar se o aluno é capaz de detectar a existência de variação lingüística em termos re-gionais. De acordo com os nossos dados, pode-mos verificar que o aluno da UFRJ tende a tratar a língua como uma unidade variante (cf. A: 13; B: 87)1 e que, dependendo do local em que o falante se encontra, haverá uma tendência a pronuncia-rem as formas da língua de acordo com as peculi-aridades lingüísticas da região em questão. Em outras instituições, percebe-se justamente o opos-to (cf. A: 72; B: 28), pois o maior parte dos alu-nos afirma que, no Brasil, a língua portuguesa não é uma unidade variável, o que talvez decorra do fato de eles não terem tido uma orientação mais extensa acerca deste fato. No que diz respei-to à concepção de diferenças entre o português fa-lado no Brasil e o português fafa-lado em Portugal, verifica-se que o aluno da Instituição Pública jul-ga que o que existe é simplesmente a variação (cf. A: 13; B: 14; C: 73) e que não é cabível dizer em qual país se fala a melhor língua, visto que jul-gamentos desse tipo são de ordem social e não encontram nenhum respaldo na ciência da lingua-gem. Já o aluno da Instituição Privada acredita que o português de Portugal é mais correto que o do Brasil (cf. A: 43; B: 27; C: 30).

Em relação à terceira questão, cujo objetivo é verificar o tipo de orientação do aluno, verifica-1Lê-se: “13 alunos responderam a letra A e 87 alunos responderam

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se, mais uma vez, uma grande diferença entre os dois grupos. O aluno de

Instituição particular acredita que o aprendi-zado do português torna-se fácil e prazeroso se o professor explica corretamente as regras da gramática e não se detém a outras questões de natureza lingüística e não gramatical (cf. A: 19; B: 20; C: 61). Por outro lado, o aluno da públi-ca vê que a língua portuguesa é muito difícil, principalmente quando se tem que aprender to-das as regras ditato-das pela Gramática Tradicio-nal para falar bem e escrever corretamente (cf. A: 67; B: 24; C: 4).

A quarta questão do questionário procura i-dentificar a definição de norma culta. Podemos verificar que os alunos da Instituição privada tendem a julgá-la como um tipo real de língua portuguesa, que é aquela ensinada nas escolas, explicada nas gramáticas e catalogada nos dicio-nários (cf. A: 67; B: 19; C: 14). Entretanto, os alunos da pública afirmam que norma culta e nor- ma não-culta constituem formas variantes que pó- demos encontrar numa mesma língua (cf. A: 25; B: 25; C: 50).

A quinta pergunta da entrevista também trata de variação lingüística e demonstra que os alu-nos da Faculdade particular tendem a dizer que se fala melhor no Rio de Janeiro, em especial, em Petrópolis, pois os moradores de lá ainda mantêm as marcas do português falado pela Fa-mília Imperial (cf. A: 14: B: 24; C: 40; D: 22). Em relação aos alunos da pública, percebemos uma incoerência entre a resposta dada e o que jul-gávamos que fosse ser respondido, pois, igual-mente à Faculdade privada, os alunos da pública acreditam que no Rio de Janeiro se fala melhor (cf. A: 6; B: 3; C: 43; D: 38). Nesse caso, so- mente com um número maior de dados é que po-deremos verificar se existe alguma diferença ou se ambos os grupos pensam realmente da mesma maneira.

A sexta pergunta também procura identificar a orientação recebida pelo aluno durante a gradua-ção. Verifica-se que o aluno da Instituição pública apresenta uma visão lingüística do fato (cf. A: 32; B: 59; C: 9). Quanto aos alunos da Instituição privada, percebe-se claramente o apego que eles têm pela GT (A: 11; B: 18; C: 71).

5. CONCLUSÕES

A partir da análise dos dados podemos concluir que a Lingüística Aplicada pode contribuir em muito para com a formação de professores não a-penas de língua estrangeira como também a de professores de língua materna. Vinculando a LA à Pedagogia, nosso trabalho procurou estabelecer as semelhanças e diferenças que podem ser encontra-das entre os futuros professores de Língua Portu-guesa, dependendo do local de formação. Assim, pudemos perceber que o aluno formado por uma Instituição que apresente a língua através de uma visão lingüística, será capaz de ter de imediato uma visão crítica da língua falada e escrita, o que não se verificou comumente entre os alunos de Instituição particular. Dentre as diferenças e seme-lhanças encontradas, podemos ressaltar que:

1o) o aluno da Instituição privada é muito

ape-gado às regras da Gramática Tradicional e apre- senta uma visão puramente normativa da língua- gem. Em contraposição, o futuro professor de português que sai da Instituição pública apresenta uma visão mais lingüística, respeitando os aspec-tos de ordem social que interagem na manifesta-ção da linguagem;

2o) são poucos os alunos de Instituição

priva-da que reconhecem a noção de variação lingüísti-ca e a aplilingüísti-cam no aprendizado da língua. Já os da pública, vêem a língua portuguesa como uma u-nidade bastante variável e que, dependendo da lo-calização do falante, haverá formas variantes para dizer a mesma coisa.

3o) ambos os grupos de alunos mantém uma

posição conservadora no que diz respeito ao fato de tentar determinar a região em que melhor se fala a língua portuguesa. No início de nossa pes-quisa, assumimos a hipótese de que o aluno com orientação lingüística não faria esse tipo de jul-gamento, o que não foi verificado. Acreditamos que somente com o aumento dos dados será pos-sível verificar alguma diferença.

4o) acreditamos que o aluno com orientação

lingüística terá a preocupação de passar para os alunos do Ensino Médio e Fundamental uma no-ção um tanto diferente de língua portuguesa, fa-zendo alusão a aspectos relacionados à variação e outras questões de ordem lingüística.

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6. APÊNDICE

6.1. Questionário Avaliativo

ATITUDES E CRENÇAS SOBRE A LÍNGUA PORTUGUESA E A LINGUAGEM EM GERAL

Questão 1: Como você considera a língua

portuguesa falada hoje no Brasil?

Pouco diversificada, em termos regionais e sociais, apresentando uma unidade surpreenden-temente sem variação devido ao uso da Gramá-tica Tradicional por grande parte dos falantes.

Diversificada, em termos regionais e sociais, apresentando uma unidade surpreendentemente variável.

Questão 2: Em relação às diferenças entre o

português falado no Brasil e o português falado em Portugal, poderíamos afirmar que:

O português falado em Portugal é muito mais correto do que o português falado no Brasil.

O português falado no Brasil é muito mais correto do que o português falado em Portugal.

O português do Brasil é simplesmente dife-rente do português de Portugal. Portanto, não é cabível dizer em qual país se fala melhor, uma vez que julgamentos desse tipo são de ordem meramente social.

Questão 3: Em termos de estudo da língua

portuguesa, poderíamos dizer que:

A língua portuguesa é muito difícil, princi-palmente quando se tem que aprender todas as regras ditadas pela Gramática Tradicional para falar bem e escrever corretamente.

A língua portuguesa é muito fácil a partir do momento que estudamos a Gramática Tradi-cional e entendemos perfeitamente as regras impostas por ela.

A língua portuguesa é difícil, mas seu apren-dizado torna-se fácil e prazeroso se o professor explica corretamente as regras da gramática e não se detém a outras questões de natureza lin-güística e não gramatical.

Questão 4: Segundo sua concepção de

nor-ma culta e nornor-ma não-culta, assinale o item a seguir:

Só existe um tipo real de língua portuguesa que é aquela ensinada nas escolas, explicada nas gramáticas e catalogada nos dicionários.

A norma culta é aquela privilegiada social-mente. Já a norma não-culta é aquela estigma-tizada, usada pelas pessoas sem instrução, que não tiveram acesso à escola. Assim, é mais conveniente fazer uso da norma culta se você não quiser ser ridicularizado socialmente.

Norma culta e norma não-culta constituem formas variantes que podemos encontrar numa mesma língua.

Questão 5: Qual o lugar do Brasil que

me-lhor fala o português? O Maranhão

Brasília

O Rio de Janeiro, em especial, em Petrópolis, pois os moradores de lá ainda mantêm as mar-cas do português falado pela Família Imperial.

Prefiro não responder, pois reconheço que cada região possui uma maneira de falar.

Questão 6: Marque o item que melhor

con-diz com os conhecimentos que você vem ad-quirindo na Faculdade:

A escrita não deve servir como modelo para a fala, pois devemos reconhecer a existência de um fenômeno chamado de variação que prediz que nenhuma língua é falada da mesma manei-ra em todos os lugares.

A importância da língua falada para o estudo científico está no fato de ser nela que ocorrem as mudanças e variações que vão transforman-do a língua.

O certo é falar da mesma maneira que se es-creve, pois, se todos saírem falando do jeito que quiserem, haverá um dia que não teremos mais a língua portuguesa formal que sempre ti-vemos.

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6.2. Codificação dos Dados da Entrevista

Outras Instituições UFRJ

Resposta A B C D A B C D Pergunta 1 72 28 13 87 Pergunta 2 43 27 30 13 14 73 Pergunta 3 19 20 61 67 24 9 Pergunta 4 67 19 14 25 25 50 Pergunta 5 14 24 40 22 6 3 43 38 Pergunta 6 11 18 71 32 59 9 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAGNO, Marcos. O Preconceito Lingüístico. SP: Edições Loyola, 2001.

CELANI, M. A. A. A Relevância da Lingüística Aplicada

na Formulação de uma Política Educacional Brasileira.

In: FORTKAMP, M. B. M. Aspectos da Lingüística

Apli-cada. Florianópolis: Insular, 2000.

GRABE, W; KAPLAN, R. (eds.). Introduction to Applied

Linguistics. Reading, Mass.: Addison-Wesley, 1991.

KEHOE, M. Applied Linguistics: A Survey for

Lan-guage Teachers. London: Collier-Macmillian

Internatio-nal, 1968.

LADO, Robert (1971). Introdução à Lingüística

Aplica-da. Petrópolis, Vozes, 1971.

MOITA LOPES, L. P. Oficina de Lingüística Aplicada: A

Natureza Social e Educacional dos Processos de Ensi-no/Aprendizagem de Línguas. Campinas, SP: Mercado de

Letras, 1996.

SPILLNER, B. Lingüística Aplicada. In: BAUSCH, K. R. (ed.). Handbuch Fremdsprachenunterricht. Tübingen; Basel: Francke, 1995, p. 24-31.

STREVENS, P. Applied Linguistics: An Overview. In GRABE, W; KAPLAN, R. (eds.). Introduction to Applied

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