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Rev. esc. enferm. USP vol.24 número2

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Academic year: 2018

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E D I T O R I A L

SISTEMA ÜNICO DE SAÚDE: UM DESAFIO AS ESCOLAS DE ENFERMAGEM

Os anseios e a luta por uma Reforma Sanitária que viabilizasse, técnica e politicamente, uma transformação da atual situação sanitária do país evidenciam-se já há duas décadas e, fruto deste movimento, tem-se hoje, enquanto proposta concreta, o Sistema Único e Descentra-lizado de Saúde (SUDS) — que visualiza como horizonte o Sistema Ünico de Saúde (SUS) e a consolidação da própria Reforma Sanitária Brasileira.

O novo modelo proposto propugna uma assistência à saúde norteada pelas diretrizes da universalidade, da integralidade, da eqüidade e da resolutividade das ações e eles serviços de saúde, com administração des-centralizada e comando único e garantia da efetiva participação popular.

Tem como perspectiva o desenvolvimento de um trabalho assistencial que integre intervenções do modelo de assistência médica individual — modelo clínico — e práticas voltadas à saúde coletiva — modelo epide-miológico.

Sem dúvida, a viabilização de tais proposições significa não só mu-danças operacionais mas também exige um novo modo de pensar, olhar

e abordar as questões relacionadas à saúde e às práticas em saúde.

Neste contexto, os recursos humanos do Setor Saúde passam a as-sumir um papel de extrema relevância, enquanto sujeitos e agentes do processo de transformação, bem como em relação ao repensar das prá-ticas em saúde e, conseqüentemente, à reinterpretação dos perfis ocupa-cionais. Neste processo de reorientação e rearticulação entre as diversas práticas está também colocada às Instituições de Ensino entre elas as Escolas de Enfermagem, a responsabilidade de revisão urgente de suas propostas curriculares.

As diretrizes para a formulação da política de desenvolvimento de recursos humanos para o SUS foram discutidas em um Seminário Na-cional, promovido em 1969 pela Secretaria de Modernização Administra-tiva e Recursos Humanos da Secretaria Geral do Ministério da Saúde,

com a cooperação da Organização Panamericana da Saúde. Como prio-ridades e estratégias relativas ao ensino de graduação dos profissionais

de saúde, foram apontadas, entre outras:

— necessidade de repensar as propostas pedagógicas com base nos prin-cípios da integralização do conhecimento e da valorização da inte-gração ensino/serviço.

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— introdução de novos conhecimentos nos currículos de graduação que incorporem áreas descobertas e necessárias permitindo a compreen-são dos determinantes do processo saúde-doença.

— ter presente a configuração do mercado de trabalho na área em que deverão atuar os profissionais, de modo que as instituições formado-ras possam adequar-se às necessidades dos serviços no SUS.

Evidencia-se assim, por referência às questões acima colocadas, que cabe argüir a condução que vem sendo dada pelas Escolas de Enferma-gem diante da nova realidade posta, pois a estas cabe enfrentar o desafio de buscar estratégias que possibilitem contemplar as transformações curriculares que se farão necessárias frente à reinterpretação do perfil profissional delineado pelo Setor Saúde a partir de um modelo assisten-cial bastante distinto.

Neste sentido, é oportuno ressaltar que no citado evento apontou-se, como um dos principais problemas enfrentados para a implementação do SUS, o "descompromisso da Universidade com o novo modelo assis-tencial e com a Reforma Sanitária Brasileira".

Assumir o enfrentamento das questões colocadas significa engajar-se num processo maior de construção da democracia no país que, em última instância, propõe caminhar em busca de uma qualidade de vida, no mínimo digna, à totalidade da população brasileira, pois conforme salienta um de seus mentores, AROUCA, "Reforma Sanitária" é parte do conjunto de uma mudança social. Esse conjunto pressupõe a recupe-ração da cidadania, o seu pleno exercício, o direito de expressão, de livre manifestação e organização, sempre no sentido deste país se firmar como uma nação de cidadãos . . . "

Portanto não podemos permanecer à margem deste processo, en-quanto cidadãos, como Instituição de Ensino e como trabalhadores.

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM EM SAÚDE COLETIVA Brigitta Elza P. Castellanos

Chefe do Departamento Hisako Shima

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