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Academic year: 2017

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(1)

Instituto de Físia de São Carlos

Departamento de Físia e Informátia

Modelo de Anderson de dois anais

João Vítor Batista Ferreira

Tese apresentada ao Instituto de Físia de

São Carlos, Universidade de São Paulo, para

obtenção do Título de Doutor em Ciênias:

Físia Básia

Orientador: Prof. Dr. Valter L. Líbero

São Carlos

(2)

Nozières e Blandin generalizaram o Modelo Kondo através da inlusão de mais graus de

liberdade. Eles investigaram um sistema formado de uma impureza magnétia em um metal

hospedeiro, onsiderando a estrutura orbital da impureza, ampo ristalino e interações

spin-órbita. EstesistemaérepresentadopeloHamiltonianodeKondoMultianal: ainteraçãoentrea

impurezaloal e abanda de ondução éfeita via anais (ada analrepresenta um onjunto de

númerosquântiosbemdenidos). Nozières e Blandinmostraramo apareimento de umponto

xoanmalo noregime de aoplamento nito.

Esseponto xoanmalo podeexpliar oomportamento não-líquidode Fermideompostos

de terras-raras e atinídeos. Cox e olaboradores usaram o Hamiltoniano Kondo

Quadrupo-lar para representar sistemas de férmions pesados em urânio e óxidos superondutores de alta

temperatura, osquaispodemser mapeadosemumModeloKondo de doisanais.

Como o Modelo Kondo tradiional (um anal) é o limite de baixa temperatura do Modelo

Anderson,é interessantetambém generalizareste últimopara inluir maisanais.

Nestatese nósmostramosqueomesmoproedimento trivial, oqualgeneraliza o

Hamiltoni-ano Kondo, não funiona parao Modelo de Anderson. Nós usamosum Hamiltoniano proposto

por Cox para representar o Modelo de Anderson de dois anais. Usando a transformação de

Shrieer-Wol nósdemonstramos queesteHamiltoniano éequivalenteaoHamiltonianoKondo

dedoisanaisembaixastemperaturas. Enalmente,nósapliamos oGrupodeRenormalização

Numério para investigar os níveis de mais baixa energia, a susetibilidade magnétia e o alor

(3)

Nozières and Blandin generalized the Kondo Model by inluding more degrees of freedom.

They investigated a system made of magneti impurity in a metal host, onsidering impurity

orbital struture, rystalline eld and spin-orbit interations. This system is represented by

multihannel Kondo Hamiltonian: the interation between loal impurity and ondution band

is done via hannels (eah hannel represents a set of well dened quantum numbers). They

showed thatanomalous xedpoint appears atnite oupling.

The anomalous xed point an explain the non-Fermi Liquid behaviour of rare earths and

atinides ompounds. Cox et al used a quadrupolar Kondo Hamiltonian for uranium

heavy-fermion materials and high-temperature superonduting oxides, whih an be mapped to a

two-hannelKondo Model.

Sine Kondo Model is a low temperature limit of Anderson Model, would be interesting to

generalize thislast one inluding manyhannels.

Inthisthesisweshowthatthesametrivialproedure,whihgeneralizestheKondo

Hamilto-nian,doesnotworkwiththeAnderson Model. WeuseamodelHamiltonianproposedbyCoxto

represent the two-hannel Anderson Model. Using theShrieer-Wolf transformation we prove

this Hamiltonian is equivalent to the two-hannel Kondo Hamiltonian. And nally, we have

applied Numerial Renormalization Group alulations to investigate the lowest energy levels,

(4)

Ao Prof. Valter pela paiênia.

Aos olegas de grupo Vivaldo, Luís Ramos, Nilva, Marelo, Neemias, Kerson,

An-tnio,Klaus, Sandra,Cíntia eprof. LuísNunes.

AosamigosHenrique,Nazareno,AnaTereza,PauloRoberto,Viviane,Paulo

Alexan-dre, Roberto, Reginaldo,Queite,Carlos Alberto, ...

Aos funionáriosdoIFSC: Wladerez, Bruno, Luiano,Nilzeli,Cristina, Mateus, ...

À minha namorada Sueli e à minha família pelo apoio e inentivo: minha mãe

Nanuh, minhasirmãs Patríiae Joanie.

Espeialmenteaos amigos e onheidosque esquei de itar...

ÀDeus, riadordasduasmaçãs: adaonsiênia(Eva)eadoonheimento

(New-ton).

(5)

1 Apresentação 16

1.1 Introdução . . . 16

1.2 Modelo de Anderson de dois anais . . . 21

1.3 Grupo de RenormalizaçãoNumério(GRN) . . . 23

1.4 Resultado: omportamentonão-líquidode Fermi . . . 24

1.5 Organização datese . . . 27

2 Modelos de Anderson 28 2.1 Modelo de Anderson de um anal . . . 29

2.2 Modelo de Anderson de dois anais . . . 35

2.2.1 Proposta de Cox . . . 36

2.2.2 Transformação de Shrieer-Wolpara dois anais. . . 39

3 Diagonalização do Hamiltoniano de Anderson de dois anais pelo GRN 44 3.1 Grupo de RenormalizaçãoNumério: histório . . . 44

3.2 Hamiltonianode Anderson de dois anais . . . 45

3.3 Disretização logarítmia . . . 46

3.3.1 Primeira etapa dadisretização . . . 48

3.3.2 Segunda etapa dadisretização . . . 50

3.4 Simetrias. . . 53

3.5 Diagonalização iterativa . . . 55

(6)

3.5.3 Invariantes . . . 61

3.5.4 Iteração N = 1 . . . 62

3.5.5 Iteração N =0 . . . 64

3.6 Equivalênia om o Modelo de Kondo de dois anais . . . 66

3.7 GRN e pontosxos . . . 68

3.8 Cálulo dasusetibilidademagnétia e doalor espeío . . . 70

3.9 Implementaçãoomputaional . . . 72

4 Resultados 77 4.1 Pontosxos doHamiltonianode Anderson de dois anais . . . 77

4.1.1 Regime de impureza livre: V 1 =V 2 =0 e qualquer . . . 80

4.1.2 Regime anisotrópio: V 1 6=V 2 . . . 83

4.1.3 Regime isotrópio: V 1 =V 2 . . . 85

4.2 Susetibilidade magnétia . . . 87

4.2.1 Regime anisotrópio: V 1 6=V 2 . . . 88

4.2.2 Regime isotrópio: V 1 =V 2 . . . 90

4.3 Calor espeío . . . 93

4.4 Sugestões para trabalhos futuros. . . 96

A Construção dos vetores da base 98

B Construção dos elementos de matriz 102

C Construção dos Invariantes 109

(7)

1.1 Dados experimentais da susetibilidade do Th 1 x

U x

R u 2

Si 2

, retirado da

Ref. [8℄. Estesdadosmostramdivergênialogarítmiaembaixatemperatura. 17

1.2 Efeito Kondo multianal. S é o spin da impureza, s é o spin dos elétrons

de ondução e S 0

é o spin resultante. Nozières e Blandin analisaramuma

impureza magnétia onsiderando sua estrutura orbital, ampo ristalino

e desdobramento spin-órbita. Isso resulta no aoplamento da impureza

om a banda de ondução através de anais (ada anal representa um

onjunto de números quântios). Quando os aoplamentos de ada anal

om a impureza forem iguais e o número de anais n for diferente de 2S,

o spin da impureza não é devidamente ompensado. No item a) temos a

situação em que n < 2S resultando num spin total S 0

diferente de zero

paralelo ao spin da impureza. No item b) n >2S,resultando emum spin

total S 0

diferentede zero antiparaleloaospin da impureza. . . 19

1.3 DiagramadomodelodeAndersondedoisanais. Trata-sedeumaimpureza

magnétiaemummetalhospedeironãomagnétio. Ometalérepresentado

pelasuabandade ondução,queésemi-preenhida,isotrópiaede largura

2D. A impurezaérepresentada peloseu estadofundamentalepordois dos

seus estados exitados. O estado fundamental é um dubleto que tem m

elétrons, spin total = 1=2 e energia E o

. Os estados exitados são dois

dubletos quetêm m1elétrons, spintotal nulo, energiaE ex

eanal =1

ou2. Otermode hibridizaçãoentre abanda de onduçãoea impurezaé V

(8)

T=T K

para o Modelo de dois anais. V

é o termo de hibridização entre

a impureza e os elétrons de ondução do anal ( = 1;2), D é a meia

largura dabanda de ondução dometal e =E ex

E 0

,sendo E 0

o nível

de energia do estado fundamental da impureza e E ex

a energia do estado

exitado. A linha heia é a urva universal obtida por Tsvelik et al para

o EfeitoKondo de um anal. . . 26

2.1 Esquema do Modelo de Anderson tradiional. A banda de ondução do

metal é semi-preenhida e isotrópia. A impureza é representada pelas

suas quatro ongurações possíveis, sendo " d

a energia do orbital quando

oupadoomapenasumelétrone2" d

+ U quandooupadopordoiselétrons.

V é a energia de hibridização. Se 2" d

+U = 0 temos o hamado Modelo

de Andersonsimétrio,que exibe simetriapartíula-burao.. . . 29

2.2 No Modelo de Kondo o spin da impureza é xo, podendo apenas mudar

sua orientação quando espalhaos elétrons de ondução. . . 31

2.3 Temperatura multipliada pela susetibilidade magnétia em função de

k B

T=D do Modelo de Anderson de um anal. A linha heia é a urva

universal do Modelo de Kondode um anal. No inset podemosperebero

omportamentolinear embaixas temperaturas. . . 33

2.4 Representação hipotétia da energia de valênia de uma impureza om

orbital semi-preenhido para as ongurações de energia mais baixas. A

parábolaé dada pelaexpressão E m

=E

d

m+Um( m 1)=2, onde E d

é a

energiadoorbital(emrelaçãoaoníveldeFermi),eméonúmerodeelétrons

no orbital. Veja que fazendo m = 0, m = 1, ou m = 2 reproduzimos os

(9)

dubleto om m partíulas e spin total = 1=2 e dois dubletos omo

estadosexitados,omm1partíulas,spintotaligualazeroeomanal

.. . . 38

2.6 Esquema de interações entre osestados da impureza e oselétrons de

on-dução. m é o número de elétrons no orbital da impureza. = 1=2,

quando = 1, = 2 e vie-versa. Em a) um elétron de ondução

(k;; ) se hibridiza om o estado loal (m 1; ) e forma o estado de

spin . Emb)um elétronde ondução(k; ; )sehibridizaomoestado

loal (m;) em uma ombinação singleto, resultando em estado de anal

(m+1; ) (spin 0). Logiamenteproessos inversos são permitidos. . . 39

2.7 No esquema superior temos o Modelo de Andersontradiional (um anal)

na onguração de aso simétrio. Logo abaixo, temos o mesmo modelo

mas agora om notaçãojm;i onde mé onúmero de elétrons e éo spin

total doestado. Noesquema inferior temoso Modelo de Anderson de dois

anaisemqueoestado fundamentalé umdubletoom mpartíulas espin

total edois dubletos omo estadosexitados,om m1partíulas, spin

total igual a zero e om anal . . . 40

3.1 a) Banda de ondução om largura 2D, semi-preenhida e isotrópia. b)

A bandaédisretizada logaritmiamentepelos parâmetros >1, sendo

um número inteiro,ez >0onde z éum númeroreal. Oprimeirointervalo

é 1 < " k

< z

e os demais são obtidos pela divisão por (para o lado

negativo da banda o proedimento é análogo). )Multipliando por n

, n

inteiro positivo, a estrutura de níveis de mais baixa energia (próximos ao

(10)

tam asbasesdosoperadores dabandade ondução. a)Basede operadores

";;

, onde os estados têm energia bem denida mas são deloalizados

es-paialmente. A impureza está loalizadaemr =0. b)Base de operadores

{a y n;;

; b y n;;

} onde as energias dos estados estão restritas aos valores

mé-dios de ada intervalo. Veja que quanto maior é a energia assoiada aos

operadores a eb, mais emtornodaimpureza eles são (asaixasde

taman-hos diferentes mas rasuradas da mesma forma representam o mesmo par

de operadores). )Base de operadores {f y n;;

} onde osestados somentese

aoplamom estadosvizinhos de aordo oma transformaçãode Lanzos.

f 0

é o estado mais loalizadoespaialmenteem torno da impureza, mas é

o menos loalizadono espaçodas energias. Ooposto oorrepara n grande. 51

3.3 Pontos xos e trajetórias no espaço de fase. Em a) temos um ponto xo

estável. Em b) temos um ponto xo que é estável em uma direção (linha

reta), mas instável nas outras o que signia que ele tem pelo menos um

operador relevante. . . 70

3.4 Esquemadoproedimentointeraladomostrando,omoexemplo,uma

ban-dadisretizadaom =4ez =1:0(em ima),outraom =4ez =0:5

(no meio) e outra om = 2 e z = 1:0 (em baixo). Podemos ver que

interalando a banda de ima om a bandado meio teremosa banda om

=2 ez =1:0. . . 71

3.5 Duas urvas de alor espeo om os mesmos parâmetros V

1

= 0:005,

V 2

= 0:01 e = E ex

E 0

= 0:002, mas em um deles foi feito o

proedi-mento interalado. Podemos observar que as osilações são sensivelmente

(11)

N 1

já está ompletamente diagonalizado, portanto são onheidos seus

auto-estados e seus autovalores. Cada auto-estado vai gerar vários estados de

basenaiteraçãoseguinte(N),omnovosnúmerosquântiosdeaordoom

osproedimentosdelineadosnaTabela3.2. Estesnovosvetoressão

agrupa-dos de aordoomosnúmerosquântios formandosub-espaços.

Enontra-dos os elementos de matriz, os sub-espaços são diagonalizados resultando

nos autovalorese autovetores de H N

. . . 73

4.1 Diagrama do modelo de Anderson de dois anais. O estado fundamental

tem m elétrons, spin total diferente de zero e energia E o

. Os estados

exitados têm m1elétrons, spin total nulo e energiaE ex

. Esses estados

são hibridizados om a banda de ondução através do termo proporional

a V

emH N

. A diferençade energiaE ex

E 0

denominamosde . . . 79

4.2 Dois pares de gráos de banda livre V 1

= V 2

= 0. Em (a) temos = 0

enquanto que em (b) = 0:2. Como a energia mantém-se onstante em

grandepartedasiteraçõesdizemosqueosistemaestánumregimedeponto

xo, noaso, de bandalivre. A estruturados níveisde energia igualmente

espaçados arateriza omportamentode líquido de Fermi. Observe a

na-tureza dos estados fundamentais para N par ou ímpar através dos seus

(12)

dução livres (desaoplados). A banda é separada em anais 1 e 2. Cada

analtembandaparebandaímpar. Existeumadefasagemintrínseaentre

abandapar eímpardevidoàdisretizaçãologarítmia,sendoqueabanda

par temumnívelomenergiazero(oquesigniaqueelapodeestarvazia,

om um ouom doiselétrons). Como nãohánenhum tipode aoplamento

entre osanaiseaimpureza, asbandaspar eímparde adaanalmantêm

essa defasagemintrínsea. . . 82

4.4 Os gráostêm parâmetros do regimeanisotrópio V 1

6=V 2

6=0. Podemos

observar que esse ponto xo independe dos valores de V

e os níveis de

mais baixaenergia são igualmenteespaçados. Oestado fundamental para

N ímparédegeneradomostrandoqueumdosanaisoulivre(aqueleom

j0;0;1=2i) e o outro anal blindou a impureza perfazendo efeito Kondo e

resultando em spin total zero ( j0;1=2;0i para V 1

<V 2

ou j1=2;0;0i para

V 1

> V 2

). Análise semelhante pode ser feita para N par. Como expliado

no texto, não há distinçãoentre os níveisde energia para N par ouímpar

no pontoxo. . . 83

4.5 Preenhimento dos níveis de energia dosistema impureza e bandade

on-duçãoparaoregimeanisotrópioV 1

6=V 2

. Essediagramarepresentaoaso

partiular emque V 1

<V 2

, oquesignia quenopontoxoo anal1 está

livre e o anal 2 está totalmente aoplado om a impureza, blindando-a

(efeito Kondo). Podemosobservarque abandapar eímpardoanal 1não

semodiam(bandalivre),enquantoquenoanal2osníveisdeenergiada

banda par e dabanda ímpar se inverteram, efeitojá onheido naténia

(13)

1 2

xo independe dos valores de V 1

e V 2

. Os níveis de energia não são

resul-tados da ombinação de N par e N ímpar do ponto xo de banda livre,

nem são igualmenteespaçados. O estado fundamentaltem spin total 1/2,

reetindo a superompensaçãodos elétronsde ondução dos dois anais. . 86

4.7 Diagramas de pontos xos. a) Diagrama do Modelo de Anderson de um

anal: OL é o ponto xo de orbital livre, ML é o ponto xo de momento

loaleFAéopontoxofortementeaoplado. b)Diagramade pontosxos

do Modelo de Anderson de dois anais. Além dos pontosxos anteriores,

queapareemnoregimeanisotrópio,apareeumnovopontoxonoregime

isotrópio. Como veremos, esse novo ponto xo têm omportamento de

sistema não-líquidode Fermi. . . 87

4.8 Regimeanisotrópio-temperaturavezessusetibilidadeemfunçãodek B

T=D,

para vários parâmetros do modelo, todos em unidade da meia-largura da

banda D. Para >0o sistemadesenvolve momentoloaleT se

aprox-ima de 1/4 (a,b,). Para <0, não háformação de momento loale T

vaia zero rapidamente (d). . . 88

4.9 Regimeanisotrópio-temperaturavezessusetibilidadeemfunçãoda

tem-peraturaT esalada pelatemperaturaKondo T K

. A urvaheia

represen-ta o omportamento universal de T do Modelo de Kondo de um anal.

Quando T =T K

temos que T K

(T K

)=0:0705. Usamos esse ritério para

desobrir atemperaturaKondo de adaurva aima. . . 89

4.10 Regime isotrópio - susetibilidade magnétia versus temperatura. Para

> 0 (urvas b,,d,e) há formação de momento loal, enquanto para

(14)

de T=T K

para vários esalados pela temperatura de Kondo T K

. A linha

heia é a urva universal de Kondo para um anal. A urva ontínua

indiadapelasetamostraoomportamento T lnT embaixastemperaturas. 92

4.12 Nográodeimatemosaontribuiçãodaimpurezaaoalorespeíoem

função de k B

T=D para o regime anisotrópio e para o regime isotrópio.

Comoéesperado,emaltastemperaturasasurvasoinidem. Jáembaixas

temperaturas a urva azul (anisotrópia) tem omportamento de líquido

de Fermi, enquanto a outra mostra omportamento não-líquidode Fermi,

omo pode ser observado noinset. A linha ontínua sobre pio àesquerda

na urva anisotrópia é a urva universal de Kondo de uma anal om

T k

= 1:2 10 6

D. No gráo de baixo temos os graus de liberdade da

impureza obtidos através da exponenial da entropia. A temperatura T K

para a urvaisotrópiaé 1:810 7

(15)

3.1 Vetores formados pelas ombinações dos estados de ada anal. Vetores

om mesmos númerosquântios estão nomesmo grupo, difereniadospelo

índie r. Devido àdenição de arga axial3.16 e 3.17, um par de elétrons

em um anal naiteraçãoN é aompanhado pelo sinal ( 1) N

. . . 57

3.2 Tipoeombinação. NestaTabelaj 0 1

,j 0 2

e s 0

sãonúmerosquântiosdos

auto-estados da iteração N 1. . . 57

3.3 Estados que ombinam entre si. Por exemplo, oestado formadopelotipo

8 sóse ombina om osestados formados pelos tipos 2,3,5 e6. . . 60

3.4 4 ombinações possíveispara osinvariantes. . . 61

3.5 Auto-estados da iteração N = 1 e orrespondentes vetores da base de

N = 0 (lhos), riados a partir dele segundo a Tabela 3.2. Usamos a

notação jj 1

;j 2

;s;ri tipo

, onder éo índie de ontagemdos vetores que têm

o mesmo número quântio e tipo india qual o proedimento que resultou

neste vetor. . . 64

3.6 Na iteração N 1 temos um sub-espaço om tamanho 44, três om

tamanho33,dois om tamanho22e inosub-espaços om tamanho

11. . . 64

3.7 Níveis de energia de H 0

até ordemV 2

= onde F =

q V

4 1

+V 4 2

2V 2 1

V 2 2

. . 67

3.8 Oito onjuntosde parâmetrospara realizaçãodoproedimentointeralado

(16)

proedimento tipo 4 enquanto j12i N

signia vetor gerado pelo

(17)

Apresentação

Estatese temporprinipalobjetivoadiagonalizaçãode umHamiltonianoquerepresenta

oModelode Andersonparadoisanais,utilizandooGrupode RenormalizaçãoNumério.

Este apítulo apresenta a motivação para este trabalho, resume o proedimento

desen-volvido eapresenta brevemente o prinipalresultado.

1.1 Introdução

A teoria do omportamento de líquido de Fermi para sistemas em baixas temperaturas,

desenvolvida prinipalmente por Landau, pode ser onsiderada omo um dos grandes

pilares em matéria ondensada. Sua premissa básia é que elétrons de ondução

intera-gentes, mas om energiassuientementepróximosdo nível de Fermi, podem formar um

onjunto de quase-partíulas que se omportam omo livres. Por isso as propriedades

advindasdesse gásde elétronspodemsermapeadasnaquelasde elétronslivres,om

algu-masgrandezasrenormalizadas,omoporexemploamassados elétrons. Essateoriaprevê

omportamentolinearparaoalorespeíoevaloronstanteparaasusetibilidade

mag-nétia (omo funções da temperatura), em energias abaixo de uma esala araterístia

paraadaomposto. Inúmerossistemasfísiosseguemessas leissimples,partiularmente

(18)

Indubitavelmente, oModelode Kondo tradiional[1℄ está entre osmais relevantes na

obtençãode propriedadesdotipodas de umlíquidode Fermi. Essemodeloonsidera um

gás de elétrons de ondução, om spin~s, sendo espalhados por uma impureza magnétia

loalizada, om spin ~

S, segundo o termo de troa J~s ~

S. No regime de temperaturas

baixas,próximoaumvaloraraterístioonheidoomotemperaturaKondo,oselétrons

de ondução do metal hospedeiro blindam o spin da impureza, anulando o seu aráter

magnétio (fenmenoonheido omo EfeitoKondo).

A teoria de Landau e o Modelo de Kondo tiveram suesso em desrever vários

fen-menos,mas algunsmateriais,porexemplo ompostos de terras-rarasouatínideos,

apre-sentam propriedades físias que muito diferem daquelas previstas pela teoria do líquido

de Fermi [2℄. Partiularmente, medidas de alor espeío e susetibilidade magnétia

em temperaturas muito baixas mostram omportamentos não-líquido de Fermi em tais

sistemas[3℄,omo porexemplomostrado naFig. 1.1. A preisãodessasmedidaspermite

(19)

Seria por demais extenso, embora bastante interessante, desrever aqui os diversos

modelos que ontribuem para a nossa ompreensão dos sistemas não-líquido de Fermi.

Emtodos, noentanto,háaidéiabásiadeumaoumaisimpurezas aopladasaoselétrons

deonduçãoeresultandoemEfeitoKondoisoladoouoletivo. Destaamosapenasalguns

estudosrepresentativos. Na Ref. [5℄, usando um tratamentode ampomédio viafunções

de Green, o efeito de desordem em redes de Anderson (ex., UCu 5 x

Pd x

) leva a uma

distribuiçãoespaialde temperaturas Kondo sobre aamostra,induzindo omportamento

não-líquidode Fermi. Uma solução exata noaso partiular de dimensão innita para a

redede Anderson,om asimpliaçãoadiionalde orrelaçãoeletrnianula, émostrada

naRef. [6℄. Nessa abordagemoproblema éreduzidoefetivamenteaoaso de umsítioeé

tratadoporampomédiodinâmioeenontra-seumregimemetálioparaaresistividade

ompropriedadesnão-líquidode Fermi. PartiularmenteinteressanteéotrabalhodaRef.

[7℄ em que as propriedades anmalas de uma rede em uma dimensão e em temperatura

nulasão estudadas viateoria de saling de fenmenos rítios.

O nosso trabalho não foge à regra e utiliza também uma generalização do Modelo

de Kondo aima menionado. Está na ategoria dos modelos de impurezas loalizadas

e não-interagentes, oposto aos modelos de rede de impurezas. Esse limite de impurezas

isoladas tem sido tratado om muita frequênia e detalhe na literatura (uma exelente

revisão é a Ref. [8℄), onde proura-se tratá-lo de forma mais realista levando em onta

efeitos do ampo ristalino nos níveis dos multipletosde mais baixa energia (originários

do efeito spin-órbita). O modelo que utilizamos tem sua origem na análise realizada

por Nozières e Blandin [9℄ em que uma impureza omplexa ao interagir om o gás de

elétrons de ondução os divide em dois grupos, ou anais omo aram denominados.

Eles observaram, dentre outras oisas, que existiria a possibilidade da oorrênia de um

EfeitoKondosuper-ompensado,emqueaimpurezaseaoplariaomoselétronsdabanda

de ondução do metal e o resultado não seria um spin total nulo, mas sim, diferente de

(20)

S

z

z

S

z

S´z

z

z

S - impureza

z

s - eletron da banda

S´z

S´z

a)

b)

- spin resultante

Figura1.2: Efeito Kondo multianal. S é o spin da impureza, s é o spin dos elétronsde onduçãoeS

0

éospinresultante. NozièreseBlandinanalisaramumaimpurezamagnétia onsiderando sua estrutura orbital, ampo ristalino e desdobramento spin-órbita. Isso resulta no aoplamento da impureza om a banda de ondução através de anais (ada anal representa um onjunto de números quântios). Quando os aoplamentos de ada analom a impureza forem iguaise onúmerode anais n for diferente de 2S, ospin da impureza não é devidamente ompensado. No item a) temos a situação em que n <2S resultando num spin total S

0

diferente de zero paralelo aospin daimpureza. No item b) n>2S,resultandoemumspintotalS

0

diferentedezeroantiparaleloaospindaimpureza.

Omodelo maisestudado naliteraturaequeenglobaasidéias de NozièreseBlandin é

ohamado Modelo de Kondo de dois anais, ujotermo de troa(J 1

~s 1

+J 2

~s 2

) ~

S é uma

generalizaçãoimediata do Modelo de Kondo desrito iniialmente(J~s ~

S). Esse modelo

tem sido proposto por vários pesquisadores para desrever sistemas om

omportamen-to não líquido de Fermi [10℄. Sua apliação abrange até mesmo os modernos sistemas

mesosópios[11℄.

NoModelode Kondo de dois anaisquando osaoplamentosJ 1

eJ 2

(aoplamentode

ada anal om a impureza de spin S = 1=2) são iguais, as propriedades de baixa

tem-peratura fogem das araterístias de líquido de Fermi. Conjeturou-se que esse modelo

serviria para desrever o Efeito Kondo quadrupolar em íons de Urânio [12, 13℄ e outros

sistemas om propriedades anmalas de baixa temperatura. Um estudo sobre o Efeito

Kondo multianalusandoo Grupode RenormalizaçãoNumério(GRN) ombinado om

ténias de Invariânia Conforme [14℄ também indiou um omportamento não-líquido

(21)

alulassem algumas propriedades termodinâmias omo também a densidade espetral

da impureza. Para essa última, o Hamiltoniano de Kondo de dois anais não é mais

adequado, vistoque nele a valênia daimpureza é xa.

O Modelo de Kondo de um anal é o aso limite de valênia inteira do Modelo de

Andersontradiional (um anal), que ébemsuedido na ompreensãode sistemas

forte-mente orrelaionados,apesar de ser bastante simplistaseomparado àomplexidadede

materiaisreais. OHamiltoninode Andersontradiionalfoidiagonalizadonumeriamente

peloGRN [15℄ e algebriamente poransatz de Bethe [16℄. Sua generalização para o aso

de dois anais, no entanto, não é trivial, omo foi no aso Kondo. O objetivo deste

tra-balho é mostraruma possível generalização, que permite obter propriedades não triviais

em baixatemperaturae, obviamente, ter o modelotradiional omo aso partiular.

Emnosso trabalho de tese nós:

i)AnalisamosageneralizaçãodoHamiltonianodeAndersonparaoasodedoisanais.

ii)Utilizandoa Transformação de Shrieer-Wol demonstramosque oHamiltoniano

pornósutilizado(Hamiltonianode Andersonde doisanaisproposto porD.L.Cox) tem

oHamiltonianode Kondo de dois anais omo limiteem baixatemperatura.

iii) Esolhendo simetrias onvenientes do modelo, diagonalizamos numeriamente o

Hamiltonianode dois anais usando o GRN. Ao ontrário de outras métodos em que os

álulos de propriedades termodinâmias se restringem ao limite de baixas energias ou

aproximações inontroláveis, o GRN permite o álulode altas até baixas temperaturas,

e é um método não-perturbativo. Veriamos que os reentes avanços na ténia do

GRN,paraeliminaçãode osilaçõesespúriasorigináriasdoálulonumério,sãotambém

eazes emsistemas sem araterístiasde líquidode Fermi.

iv) Analisamos o omportamento do Modelo de Anderson de dois anais para dois

asos: quandoosaoplamentos(V 1

eV 2

)daimpurezaomoselétronsdeonduçãoatravés

deanaissão diferentes entre si(asoanisotrópio: V 1

6=V 2

)equandoestesaoplamentos

são iguais (aso isotrópio: V 1

=V 2

(22)

domodelo para o aso isotrópio.

v) Calulamos, pela primeiravez usando o GRN, a susetibilidade magnétia

multi-pliada pela temperatura e o alor espeío deste modelo, desde altas até baixas

tem-peraturas e para diferentes valores de aoplamentos (V 1

e V 2

). Mostramos que no aso

anisotrópio V 1

6= V 2

o Modelo de Anderson de dois anais apresenta omportamento

semelhante a um modelo de um anal (líquido de Fermi) e no aso isotrópio V 1

= V

2

apresentaomportamentonão-líquidode Fermi.

Na próximaseção vamos apresentar oModelo de Anderson de dois anais.

1.2 Modelo de Anderson de dois anais

Nestatese nós utilizamosoHamiltonianoproposto porD. L.Cox[17℄, quedenominamos

deHamiltonianodeAndersondedois anaisouHamiltonianodedoisanais. Este

Hamil-tonianoé uma generalizaçãodo Hamiltonianotradiional,onde ao invésdo aoplamento

entre a bandade ondução dometal ea impureza oorrer através de apenas um anal, o

aoplamentopodeoorreratravésde dois anaisdistintos. Osistemaaser representando

peloHamiltonianode Anderson de dois anais é uma impureza magnétia dentro de um

metalnão magnétioe está esquematizado naFig. 1.3.

Ometalérepresentadopelasuabandadeondução. Estaéisotrópia,semi-preenhida

etem umalarguratotal de 2D (2D 10eV). Aimpureza érepresentada peloseu estado

fundamental e por dois dos seus estados exitados. O estado fundamental jm;i é um

dubleto que tem m elétrons, spin total = 1=2 e energia E 0

. Os estados exitados

jm+1; i e jm 1; isão dois dubletos quetêm m1elétrons, spin total nulo, energia

E ex

eanal=1ou2. Otermode hibridizaçãoentre abandade ondução eaimpureza

éV

.

(23)

Hamil-α

V

000000

000000

000000

000000

111111

111111

111111

111111

D

-D

ε

F

|m,

σ

|m-1,

α

|m+1,

α

E

ex

E

ex

Modelo de Anderson de dois canais

∆ =

E

0

E

0

Figura1.3: Diagrama domodelo de Anderson de dois anais. Trata-sede uma impureza magnétia em um metal hospedeiro não magnétio. O metal é representado pela sua banda de ondução, que é semi-preenhida, isotrópia e de largura 2D. A impureza é representada peloseu estadofundamentalepordoisdos seusestadosexitados. Oestado fundamental é um dubleto que tem m elétrons, spin total = 1=2 e energia E

o . Os estadosexitadossão dois dubletosque têmm1elétrons, spintotal nulo, energiaE

ex e anal=1ou2. Otermo de hibridizaçãoentre abandade ondução eaimpureza éV

.

toniano:

H =

X

! k;;

k

y !

k;; !

k;;

+E

ex X

(jm 1; ihm 1; j+jm+1; ihm+1; j)+

+ E

0 X

jm;ihm;j+ X

! k;;

V

(f y

1;; !

k

+h::);

onde

y k;;

ria um elétron na banda de ondução om energia " k

e spin = 1=2 e

anal . Ooperador f y

1;;

hibridiza o estado fundamentalom os estadosexitados da

impureza eé denido da seguinte forma

f y

1;;

=jm;ihm 1; j+(2)jm+1; ihm; j:

Por exemplo, o termo jm;ihm 1; j!

k

representa o proesso em que a impureza

passa do estado jm 1; i para o estado jm;i ao reeber um elétron da banda de

ondução om momentum

!

k, spin e anal . No Cap. 2 vamos expliar o Modelo de

(24)

dizemosqueosistemaestánoregimeisotrópio. Comomostraremosnestatese, enquanto

oregimeanisotrópioorrespondeaoomportamentodoModelode Andersontradiional,

em que o spin da impureza é ompletamente blindado pelos elétrons de ondução, o

omportamentoisotrópioresultaemumEfeitoKondo super-ompensadoresultando em

um spin líquidoe emum omportamentonão-líquidode Fermi.

Omodeloentãopropostomisturaspin edoisanaisdeondução. Eletem uma

poten-ialapliaçãoemompostos taisomo U x

Th 1 x

Ru 2

Si 2

noregime de baixaonentração,

emque propriedadesde impurezas isoladas são esperadas [18℄.

1.3 Grupo de Renormalização Numério (GRN)

DiagonalizamosoHamiltonianodeAndersondedois anaisutilizandooGrupode

Renor-malizaçãoNumério(GRN).Esta téniafoiutilizadaporK.G.Wilsonparasoluionaro

problemaKondo[15℄. Usandoomesmoproedimento,Krishna-murthy,WilsoneWilkins

investigaramoHamiltonianodeAndersontradiional(umanal)[19℄. Importanteavanço

no GRN foi proposto no trabalho de Yoshida, Oliveira e olaboradores, que onsiste no

uso de um parâmetro adiionalde disretização da banda de ondução [20℄, ténia que

usamos nesta tese. Este novo parâmetro mostrou-se útil para o álulo de propriedades

termodinâmiasomo alor espeíoe susetibilidademagnétia [21, 22℄.

Em linhas gerais, o GRN estabelee uma transformação no Hamiltonianotal que as

esalas de energia são aresentadas ordenadamente ao problema. Assim, onstrói-se

um método iterativo em que o Hamiltoniano H é diagonalizado numeriamente a ada

iteração. O número de iterações (N) é arbitrário e está relaionado om a temperatura

que desejamos alançar. A ténia do GRN permite alançar temperaturas tão baixas

quantose queira.

Para failitaradiagonalização,utilizaram-seassimetriasexistentes nomodelo. Como

(25)

onservado (S). Assim, utilizamos esses números quântios para designar um estado

durante o proesso iterativo (jj 1

; j 2

; si). Mesmo utilizando essas simetrias, o grande

númerode grausde liberdadedoproblema torna-obastanteompliado, oqueexigiuque

desenvolvêssemos um proedimento omplexopara aimplementaçãodaténiadoGRN.

No GRN a diagonalização das matrizes é feita numeriamente. Construímos o

ódi-go omputaional utilizando o método de Programação Orientada a Objeto (POO) e a

linguagemC++. Nesse métododeprogramação,aênfase éaonstruçãode objetos:

on-juntos onstituídos por dados relaionados e suas operações. No ódigo omputaional

que desenvolvemos, um dos objetos prinipais é aquele denido pela lasse Indies, pois

guardaosvaloresimportantes para amanipulação de ada subespaçodo Hamiltonianoe

de seus elementos. Estes valores são otamanho dosub-espaço, autovalores, autovetores,

et. A lasse Indies não ontém nenhuma referênia aos números quântios j 1

, j 2

e s,

sendo esta uma araterístia que a torna fáil de ser reutilizada. O resultado é que o

ódigo omputaionaléreutilizável ompouas adaptações emnovosproblemas. Outras

araterístias da POO é a failidade da depuração do ódigo e a aloação e liberação

dinâmia,quepermite aproveitamentoeiente de memória.

Com a diagonalização dos subespaços temos os autovalores do Hamiltoniano, que já

permitemaanálise dos regimes anisotrópio(V 1

6=V 2

) eisotrópio(V 1

=V 2

) ea

identi-açãodoomportamentode líquidode Fermi ede não-líquidode Fermi respetivamente.

Com osautovalores tambémobtemos asusetibilidade magnétia eo alor espeío em

função datemperatura.

1.4 Resultado: omportamento não-líquido de Fermi

Nesta seção vamosmostrar susintamente oresultado prinipaldesta tese. Com a

diago-nalizaçãodoHamiltonianopodemosentãoveriaroomportamentodosseusautovalores

(26)

pro-aoplamentos entre aimpureza eos anais(V 1

e V 2

) , o nível de energiaE 0

do estadoda

impurezanãoionizadajm;ieonívelde energiaE ex

paraosestadosdaimpureza

ioniza-dajm+1; i e jm 1; i. Podemos analisardiferentes regimessimplesmentearbitrando

valores onvenientes para esses parâmetros.

Conforme já anteipamos e que mostraremos om mais detalhes nesta tese, o regime

anisotrópio, V 1

6= V 2

, apresenta omportamento equivalente ao Modelo de Anderson

tradiional (um anal), onde o aráter magnétio da impureza é anulado em baixa

tem-peratura[23℄.

Restringir-nos-emos nesta seção a relatar o regime isotrópio, V 1

= V

2

, no qual a

blindagem pelos elétrons de ondução, vindos de dois anais, exede o spin da impureza

(n > 2S), resultando em um spin líquido diferente de zero. Isso é responsável pelo

omportamento anmalo, ou de não-líquido de Fermi, por exemplo, da susetibilidade

magnétiaoudoalorespeío. NaFig. 1.4apresentamosTemfunção deT=T K

,onde

T K

éatemperaturaKondo,paraduasurvasnoregimeisotrópio. Podemospereberque

elasapresentamomportamentossimilaresentresi,masbemdiferentesdoomportamento

universalaraterístiodoEfeitoKondotradiional(umanal). Embaixas temperaturas

Tomporta-seproporionala Tln(T=T K

),resultadojáprevistonaliteratura[24,25,8℄

e veriado através da expressão de ajuste mostrada na Fig. 1.4. Isso ontrasta om o

omportamentolinear araterístio dos líquidos de Fermi.

Esses resultados foramapresentados noInternational Conferene onMagnetism 2000

(ICM2000) e onstarão no ICM200 Proeedings, que será publiado no Journal of

Mag-netismand Magneti Materials, em2001 [26, 27℄.

Análise semelhanterealizamos paraoalor espeío,omoestá mostrado noCap. 4.

Caberessaltarqueoálulodoalorespeíoexigeumesforçoomputaional

onsiderá-vel,esóobtivemosalgumsuessoomousodalinguagemC++,pelasuamaiorfailidade

emmanusear grandes quantidadesde memóriade proessamento. Mesmoassim, esforços

(27)

10

-4

10

-3

10

-2

10

-1

10

0

10

1

10

2

10

3

10

4

0

0

0.05

0.05

0.1

0.1

0.15

0.15

0.2

0.2

0.25

0.25

V1=V2=0.02 =0.002 k T =4.0 10 (b)

V1=V2=0.01 =0.002 k T =1.8 10 (c)

V1=V2=0.01 =0.006 k T =1.0 10 (d)

Curva universal do Kondo de um canal

χ

0.0705

T

K

µ

B

B

k T

(g )

2

-0.103 (T/T )ln(T/T )

T

K K

B K

B K

-7

-11

-5

B K

b

c

d

Figura1.4: TemperaturavezessusetibilidademagnétiadaimpurezaemfunçãodeT=T K paraoModelo dedois anais. V

éotermode hibridizaçãoentreaimpurezaeoselétrons de ondução do anal ( = 1;2), D é a meia largura da banda de ondução do metal

e =E

ex E

0

, sendo E 0

(28)

1.5 Organização da tese

Finalizandoeste apítulo,apresentaremos a estrutura datese.

No Capítulo2 apresentamos o Hamiltonianode Anderson de dois anais: motivação,

omparaçãoomoHamiltonianodeAndersontradiionaledemonstração daequivalênia

omoHamiltonianodeKondodedoisanaisatravésdatransformaçãodeShrieer-Wol.

No Capítulo3apresentamos adiagonalizaçãodoHamiltonianopeloGRN:

disretiza-çãologarítmiadabandadeondução,onstrução dabase onveniente, métodoiterativo,

pontos xos, desenvolvimento do ódigo omputaional, métodos para eliminação das

osilaçõesespúrias, et.

No Capítulo 4 apresentamos os resultados: uxos dos níveis de energia dos

autova-lores do Hamiltoniano, susetibilidade magnétia e alor espeío. No nal do apítulo

(29)

Modelos de Anderson

O Modelo de Anderson tradiional é bastante onheido na literatura e desreve uma

impurezamagnétialoalizadaemum metalnão-magnétio. OModelo de Andersontem

o Modelo de Kondo omo um aso partiular, onde a impureza apresenta uma valênia

xa inteira e um momento magnétio diferente de zero. Nestes dois asos a impureza

é tratada apenas omo um orbital S representado por um nível de energia. Nozières e

Blandin[9℄analisaramaimpurezaloalizadademaneiramaisrealista,omoporexemplo,

onsiderandoseusgrausdeliberdadeorbitaleoefeitodoamporistalinodarede. Apesar

daaparenteomplexidadedessaabordagem,elesmostraramqueoefeitonaléaseparação

dabandade onduçãoemdois gruposde elétrons, denominadosgeneriamentede anais.

Omodelo om dois anais, ertamente a generalização mais simples, já é suiente para

exibiromportamento não-líquidode Fermi.

Neste apítulovamostrabalharexatamentenessadireção,mostrandoadiuldadena

generalizaçãodoModelode Andersonusualpara ummodelode doisanais.

Apresentare-mosum Hamiltonianode Andersongeneralizado esua orrespondênia om oModelode

Kondo de dois anais, atravésda transformação de Shrieer-Wol [28℄. Primeiramente,

no entanto, será bastante oportuno mostrarmos o Modelo de Anderson de um anal,

que não só motiva o trabalhoom dois anais, mas servirá para denir várias grandezas

(30)

F

ε = 0

000000

000000

000000

000000

111111

111111

111111

111111

,

-D

V

0

ε

d

d

+U

Figura2.1: EsquemadoModelode Andersontradiional. Abandade onduçãodometal ésemi-preenhidaeisotrópia. Aimpurezaérepresentadapelassuasquatroongurações possíveis, sendo"

d

aenergiadoorbitalquandooupadoomapenasum elétrone2" d

+U quando oupado por dois elétrons. V é a energia de hibridização. Se 2"

d

+U =0 temos ohamado Modelo de Andersonsimétrio,que exibe simetriapartíula-burao.

2.1 Modelo de Anderson de um anal

OModelo de Anderson tradiional foionebido para representar ligasmagnétias

diluí-das [29℄. Considera-se uma liga magnétia diluída aquela onde metais magnétios estão

dissolvidos em metais não-magnétios om uma onentração menor que um por ento,

sendoporissoonsideradosomo impurezas. Estas impurezas riammomentos

magnéti-osloalizadosquandotêmamadasdevalêniainterna(orbitaisd ouf)inompletas. Na

Figura2.1representamosoModelodeAnderson,ondeometalnãomagnétioé

simboliza-dopor uma banda de ondução de largura 2D semi-preenhida e isotrópia. Oselétrons

destabanda têm energia" k

emomento !

k. Aimpureza é representada peloseu orbitald

ouf,om energia" d

epode ganharouperder elétronsparaabanda de ondução,ando

em uma das quatro ongurações: vazia, om um elétron om spin para ima ou para

baixo, ou duplamente oupada (dois elétrons om spins ontrários). No aso da dupla

oupaçãoexiste arepulsãoCoulombianaU entre elétronsomspinopostos. Abandaestá

aoplada om a impureza através de um elementode matriz não-diagonalV e,usando a

Regra de Ouro de Fermi, a taxa de transição entre a banda de ondução e a impureza é

dada por = (" F

)V 2

, onde (" F

) é a densidade de estados de ondução por spin no

nível de Fermi. O estado fundamental depende do valorda energia " d

(31)

oloaçãode um segundo elétronom spin oposto aresentaa repulsãoCoulombiana U.

Emlinguagem de segunda quantização,o Hamiltonianopode ser esrito assim

H =

X

k; "

k

y k;

k;

+" d

X

y d;

d;

+U y d;"

d;"

y d;#

d;#

+ X

k; V

y k;

d;

+

y d;

k;

; (2.1)

onde

y k;;

ria um elétron na banda de ondução om energia " k

e om spin = 1=2,

e y d;

ria um elétron noorbital daimpureza om spin =1=2.

Noaso em que oorbitaldaimpureza tem dois elétronsom spins opostos,o nívelde

energia é 2" d

+U. Se esse valor for zero, o Hamiltonianoapresenta simetria

partíula-burao(não muda sob a transformação k;

!

y k;

e d;

!

y d;

). Nesse aso reebe o

nomedeModelode Andersonsimétrio,efoiiniialmenteexploradoporK.G.Wilsonno

desenvolvimentodaténiadoGrupode RenormalizaçãoNumério(GRN).Apesar dessa

partiularidade, o modelo ainda apresenta as araterístias mais relevantes, omo por

exemplo, o limite Kondo em baixas temperaturas. O aso generalizado para dois anais

quetrataremosmaisàfrenteorrespondeaoasosimétrio,sendoassimnosrestringiremos

amostrar apenas resultados doModelo de Anderson tradiional simétrio.

Quando " d

<0e arepulsãoCoulombiana U émuito maiorque ataxade transição ,

aonguraçãoom apenas um elétronéfavoreida. Shrieere Wol [28℄ demonstraram

queestasituaçãolimiteéequivalenteaoModelo deKondoom interaçãode troaJ igual

a

J =

8 U

(2.2)

onde =V

2

. A interaçãode troa J é, noModelo de Kondo, o termo quepermiteque

os elétrons de ondução sejam espalhados pelo spin loalizado !

S. Enquanto no Modelo

de Andersonexistetroade elétronsentre aimpureza eabandade ondução,noModelo

de Kondo a impureza tem um número xo de elétrons, om spin resultante igual a 1=2.

Por isso arma-se que o Modelo de Kondo é o limite de valênia inteira do Modelo de

(32)

000000

000000

000000

000000

111111

111111

111111

111111

-D

F

ε = 0

J

,

Figura2.2: No Modelo de Kondo o spin da impureza é xo, podendo apenas mudar sua orientação quando espalhaos elétronsde ondução.

xo, podendo apenas mudar a sua orientação. Observe a semelhança entre as Fig. 2.2e

2.1 quando no Modelo de Anderson os níveis vazio e duplamente oupado da impureza

tiverem energiamuito maiorque " d

. O Hamiltonianode Kondo de um anal édado pela

expressão

H =

X

! k;

" k

y k;

k;

1 2

X

! k;

! k

0 ;;

J

y !

k; !

;

! k

0 ;

!

S; (2.3)

onde ; são osíndies de spin. y 0;;

ria elétronsno sítioda impureza e !

é um vetor

ujas omponentes são as matrizes da Pauli. !

S = 1=2 é o spin da impureza e " k

é a

energiados elétrons de ondução medida apartir do nívelde Fermi.

O Hamiltonianode Kondo desreve um fenmenoobservado desde a déadade 1930,

bastante onheido na literatura atualmente (por exemplo ver Ref. [30℄) e que, por

is-so, relataremos aqui apenas de maneira suinta. O Efeito Kondo é um fenmeno que

se observa em várias substânias, prinipalmente ligas metálias, a baixas

temperatu-ras (em torno de 10K). À medida que a temperatura diminui, a resistividade derese

monotoniamenteaté que,emdeterminadatemperaturadiferente de zero,observa-se um

mínimo na resistividade elétria. Veriou-se experimentalmente que esse mínimo está

relaionado om a presença de impurezas magnétias no metal hospedeiro. Em geral as

impurezasquemostramesseomportamentosãoelementosdetransição3douterras-raras

4f databelaperiódia. OutraonstataçãoexperimentaléqueoEfeitoKondoéuma

(33)

expliaçãodesse fenmeno ao propor que esse efeito era resultado dainteração entre um

spinloalizado(proveniente, porexemplo de umaimpureza)om osspins doselétronsde

onduçãodometal hospedeiro. Utilizando-sede um modelobastantesimplista,omodelo

s disotrópio (que já existiae mais tardeou onheido omo Modelo de Kondo [1℄),

ele fez um álulo perturbativo e deduziu a existênia de um mínimo na resistividade.

Apesar dessesuesso, aresoluçãoperturbativade Kondosusitouoapareimentode uma

divergênia logarítmiana resistividade em uma dada temperatura, que ou onheida

omotemperaturade Kondo T K

:

k B

T K

De

1 2jJj

(2.4)

A ausa dessa divergênia é o método perturbativo que se mostra-se ineiente para

resolveroHamiltonianode Kondo paratemperaturas muito baixas. Em1975 o

Hamilto-nianode KondofoidiagonalizadosemaproximaçõespeloGRN[15℄. Emseguida,também

usandooGRN,diagonalizou-seo Modelo de Anderson[19℄,que apresenta avantagemde

permitiro álulo dadensidade espetral uma vez que não possui valênia xa.

Comoexemplo,mostraremosaseguirasusetibilidademagnétiaealorespeíodo

Modelode Anderson, obtidosatravésdoGRN.Comoessa téniaserádetalhadanoCap.

3aquinão mostraremosnenhum detalheténiodoGRN. Asusetibilidademagnétia

édenida pelarelação

k B

T (g

B )

2 =hS

2 z

i hS

z i

2

; (2.5)

onde S z

é a omponente z do spin total. A média termodinâmia é alulada usando os

autovaloresdo Hamiltonianode Andersonobtidos através doGRN [31, 22℄.

AFig. 2.3mostraaontribuiçãodaimpurezaàsusetibilidade,queéobtida

subtraindo-seovalorde T dabandalivredaquelealulado pelaEq. 2.5,emfunção da

temperatu-ra T. Podemos destaar três regiões importantes nessa gura. Em altas temperaturas,

k B

T " d

(34)

10

-8

10

-6

10

-4

10

-2

10

0

0

0

0.05

0.05

0.1

0.1

0.15

0.15

0.2

0.2

U=0.005 V=0.01

Curva universal de Kondo

4e-08

8e-08

0

0.005

0.01

0.015

0.02

k T

um canal

B

2

µ

χ

k T

D

B

B

T ~ 8.0 10 D

(g )

K

-7

1/8

Figura 2.3: Temperatura multipliada pela susetibilidade magnétia em função de k

B

T=D do Modelo de Anderson de um anal. A linha heia é a urva universal do Modelo de Kondo de um anal. No inset podemos pereber o omportamentolinear em baixas temperaturas.

o aoplamento V om a banda pode ser desonsiderado. Com isso, temos duas

ongu-rações não-magnétias (a vazia e a duplamente oupada) e duas magnétias (uma om

spin+1=2eoutraomspin 1=2)eportantoamédiadeS 2 z

vale(0+2(1=2) 2

+0)=4=1=8,

sendo o denominador 4 o valor da função de partição nesse limite de alta temperatura.

Ovalorassintótio 1/8 pode ser visto laramentenaFig. 2.3; esse limite orresponde ao

queédenominadode pontoxode impureza (banda) livre. À medidaque atemperatura

abaixa,a separação entre osníveisnão-magnétios eosmagnétios passa aser perebida

e a média de S 2 z

agora tende para o valor 2(1=2) 2

=2 = 1=4 (agora a função de partição

vale2,poistemosapenasasduas onguraçõesmagnétias). A urvade Ttendea esse

valor para k B

T=D próximo a 10 3

omo se pode ver na Fig. 2.3. Esse regime reebe o

nome de pontoxo de momento loal. O aoplamento V om a banda de ondução não

deixa T se aproximar do valor 1/4 e o apareimento da ressonânia Kondo aaba por

blindaromomentomagnétiodaimpurezaatravésdaformaçãode umanuvemeletrnia

em volta do spin loalizado, dessa forma levando T a zero. Esse regime, que aontee

para temperaturas menores que a temperatura Kondo T K

, é denominado de fortemente

(35)

(T T k

), o que arateriza omportamento líquido de Fermi. Do gráo estimamos

(T =0)=1:3210 5

. Da Eq. 5.36 da Ref. [19℄, relaionamos(0) om atemperaturade

Kondo por

(0) (g

B )

2 =

0:103 k

B T

K

: (2.6)

Assim, nossa estimativaé k B

T k

=7:810 7

Dpara a urvada Fig. 2.3.

A temperatura de Kondo é a únia esala de energia relevante no modelo embaixas

temperaturas. Assim,espera-sequetodasasgrandezasmostremomportamentouniversal

quandoexpressasemfunção deT=T K

,para T T K

. Aurvade TnaFig. 2.3podeser

justaposta,em baixas temperaturas, pelaurvaheia querepresentaa urva universalde

Kondo para T, alulada analitiamente por Bethe ansatz [16℄ ou numeriamente por

WilsonusandooGRN[15℄. Paraissoutilizamosk B

T K

=7:710 7

D,emboaonordânia

om oforneido pelovalorde (0) aima.

Enquanto a urva universal de Kondo de T sai do valor 1/4 à medida que a

tem-peraturadiminui,reetindo alei de Curie para um spin 1/2 livre,a urva do Modelo de

Andersonsaido limite1/8. Isso aontee porque enquanto oModelo de Kondotem

ape-nas duas ongurações, o Modelo de Anderson emtemperaturas muito altas (k B

T D)

tem as suas quatro ongurações (vazia, duplamente oupada e duas singelamente

ou-padas) igualmente aessíveis. Mas, à medida que a temperatura abaixa e a da ordem

de K B

T " d

+U,apenas asduas onguraçõesmagnétias (ongurações singelamente

oupadas)ontinuamaessíveis, eporissoaurvadoModelodeAndersonseaproximada

urva do Modelo de Kondo. Assim oModelo de Anderson e o Modelo de Kondo passam

adesrever efetivamentea mesmaimpureza (om spin 1/2) e aurva de Anderson tende

ase aproximar daurvauniversal de Kondo.

Tendo disutidoosaspetos físiosrelevantes doModelode Andersontradiional

(36)

Como desrito no Cap. 1, na busa de uma representação mais realista do sistema de

impurezas em um metal, Nozières e Blandin onsideraram o efeito da estrutura interna

da impureza, ampo ristalino, et [9℄. O resultado prátio disto foi a ompreensão de

quetodos estesfatores fazemom queoselétronseaimpurezainterajamatravésde mais

de um onjuntode números quântios, ada onjunto denominadode um anal.

Ooneito de anal permitea generalizaçãotrivialdo Hamiltonianode Kondo: basta

aresentar um índie a ada operador da banda de ondução: ~ k ;

!

~ k ;;

, onde =1

ou2noaso de termosdois anais. Sendoassim,o Hamiltonianoque deneoModelode

Kondo de dois anais é

H =

X

! k;;

k

y k;;

k;;

1 2

X

! k;

! k

0 ;;;

J

y !

k;; !

;

! k

0 ;;

!

S: (2.7)

Utilizando o mesmo proedimento que levou da Eq. 2.3 à Eq. 2.7, do Hamiltoniano

de Anderson tradiionalobtemos aexpressão para o modelo de dois anais:

H =

X

! k;;

" k

y !

k;; !

k;; +"

d X

y d;

d;

+

+ U

y d;"

d;"

y d;#

d;#

+ X

! k;

! k

0 ;

V

y !

k;;

d;

+

y d;

! k

0 ;;

!

: (2.8)

Assimomonomodelotradiional" d

éaenergiadoelétronnaimpurezaeU éaorrelação

eletrnia. Mas agoratem-seV

queé oparâmetrode hibridizaçãoentre aimpureza eos

elétronsde ondução do anal .

É fáil mostrar que o modelo denido pelo Hamiltonianoaima na verdade ontinua

desrevendoainteraçãodeumaimpurezamagnétiaomelétronsdometalviaapenasum

(37)

0 B B

g! k;;+ g!

k;; 1 C C A

= 0 B B

#

#

1 C C A

0 B B

! k;;1 !

k;;2 1 C C A

; om =

V 1 q

V 2 1

+V 2 2

; #= V

2 q

V 2 1

+V 2 2

; (2.9)

onde g!

k;;

são os operadores de destruição de elétrons dos novos anais = +; . A

Eq. 2.8 a, então,

H =

X

! k;;

k

g y !

k;;+ g!

k;;+ +g

y !

k;; g!

k;; !

+E

d

y d;

d;

+

+U

y d;"

d;"

y d;#

d;#

+ q

V 2 1

+V 2 2

X

! k;

g y !

k;;+

d; +h::

!

; (2.10)

que é o Hamiltoniano de Anderson tradiional om o termo de hibridização dado por q

V 2 1

+V 2 2

, junto om uma banda de ondução ompletamente desaoplada ( = ).

Portanto,aEq. 2.8nãorepresentaoModelo deAndersongeneralizado,eassim,devemos

prourarporum proedimentoalternativoque resulte num modelo não-trivial.

2.2.1 Proposta de Cox

As impurezas em nosso modelo são átomos om amadas d ou f semi-preenhidas, onde

deve-se levarem onsideraçãoa degeneresênia orbitaldestes estados de aordo om as

regrasdeHund, interaçõesspin-órbitaeefeitos doambienteloal(amporistalino). Um

proedimentoparalevarestasinteraçõesemonsideraçãoéomeçaromasongurações

de mais baixas energias do íon isolado, e então onsiderar omo elas são modiadas

quandomisturadasomoselétronsdeonduçãodohospedeiro. NaFig. 2.4representamos

uma impureza hipotétia onde seus três estados de mais baixa energia orrespondem ao

orbital de valênia semi-preenhido, um orbital om um elétron a mais e outro om um

elétrona menos.

Omodeloinio[32℄ onsideraahibridizaçãoentre oselétronsdoorbitaldaimpureza

(38)

de

eletrons

energia

Figura2.4: Representação hipotétiadaenergiade valêniade umaimpurezaomorbital semi-preenhido para as ongurações de energia mais baixas. A parábola é dada pela expressão E

m

= E

d

m +Um( m 1)=2, onde E d

é a energia do orbital (em relação ao nível de Fermi), e m é o número de elétrons noorbital. Veja que fazendo m=0, m=1, ou m = 2 reproduzimos os níveis de energia da impureza do Modelo de Anderson (Fig. 2.1).

do Modelo de Anderson. Infelizmente, este modelo é difíil de ser diagonalizado devido

aograndenúmerode parâmetros envolvidos para representar asmais diversas interações

[30℄.

Como mostrado porNozières e Blandin, usando argumentos de simetria e

universali-dadeépossívelagruparestasinteraçõesemonjuntosdenúmerosquântiosbemdenidos,

anais, reduzindo sensivelmente os números de graus de liberdadedo sistema. Esse

pro-edimentofoiseguidoporváriospesquisadores[23,18,33,34℄. Emomuniaçãopartiular

[17℄,D. L.Cox propsum HamiltonianodeAndersongeneralizadoparadois anais,onde

oestado fundamentalda impureza érepresentado porjm;i om energiaE 0

, m elétrons

espin total =1=2. Aimpurezatem aindadoisestadosexitadosjm1; i deenergia

E ex

, om m 1 elétrons, spin total zero e anal = 1 ou 2. Todos esses níveis estão

hibridizados om os elétrons de ondução do metal através dos anais = 1 ou 2. Sem

a hibridização om a banda, isto é, desaoplando banda e impureza, é fáil de se denir

esse novoHamiltoniano:

H 0

= X

! k;;

k;;

y !

k;; !

k;; +E

0 X

jm;ihm;j+

+E ex

X

(39)

α

V

000000

000000

000000

000000

111111

111111

111111

111111

D

-D

ε

F

|m,

σ

|m-1,

α

|m+1,

α

E

ex

E

ex

Modelo de Anderson de dois canais

∆ =

E

0

E

0

Figura2.5: ModelodeAndersondedoisanaisemqueoestadofundamentaléumdubleto ommpartíulasespintotal =1=2edoisdubletosomoestadosexitados,omm1 partíulas, spin total igual azero e om anal .

onde o primeiro termo da direita é a banda de ondução e os outros termos denem as

energiasdosníveisloalizadosjm;iejm1; i(verFig. 2.5). Comoosestadosjm+1; i

ejm 1; i têm amesma energia, omodelo apresenta simetriapartíula-burao e assim

podemos denominá-lode simétrio,aexemplo do modelotradiional de um anal.

Para denir otermo de hibridização émais ompliado. Podemos imaginardois

pro-essos: emumdelesoestadode elétrondeondução omosnúmerosquântiosf !

k;; g

é destruído e o estado loal muda de jm 1; i para jm;i; o spin iniial do elétron

neste proesso é arbitrário. O outro proesso é quando o elétron de ondução forma um

estadosingleto om jm;i o qual,por sua vez, muda para o estadonal jm+1; i.

Ess-es proessos de hibridização podem ser visualizados pelos diagramas da Fig. 2.6 e são

desritos peloHamiltoniano

H V

= X

! k;;

V

(f y

1;; !

k

+h::); (2.12)

onde V

éo aoplamentoentre a impureza eo anal (por onvenção se =1, =2

evie-versa). O operador f y

1;;

é denido assim

f y

1;;

=jm;ihm 1; j+(2)jm+1; ihm; j: (2.13)

(40)

m,

σ

σ,α

k,

m,

σ

−σ,α

k,

a)

b)

Figura2.6: Esquemadeinteraçõesentreosestadosdaimpurezaeoselétronsdeondução. m é o número de elétrons no orbital da impureza. = 1=2, quando = 1, = 2 e vie-versa. Em a) um elétron de ondução (k;; ) se hibridiza om o estado loal (m 1; ) e forma o estado de spin . Em b) um elétron de ondução (k; ; ) se hibridiza om o estado loal (m;) em uma ombinação singleto, resultando em estado de anal (m+1; ) (spin 0). Logiamente proessosinversos são permitidos.

é,então, H =H 0

+H

V :

H =

X

! k;;

k;;

y !

k;; !

k;;

+E

ex X

(jm 1; ihm 1; j+jm+1; ihm+1; j)+

+E 0

X

jm;ihm;j+ X

! k;;

V

(f y

1;; !

k

+h::): (2.14)

ÉfáilompararoModelodeAndersontradiional(umanal)simétrioomoModelo

de Anderson de dois anais proposto por Cox. Na Fig. 2.7 mostramos o Modelo de

Andersonde um analsimétrioemnotaçãosemelhanteàusada noModelo de Anderson

generalizado.

Para veriar seo Hamiltoniano dado pela Eq. 2.14 desreve o Modelo de Kondo de

dois anaisem baixas temperaturas, demonstramossua equivalêniaao Hamiltonianode

Kondo de dois anais, Eq. 2.7, através doproedimento de Shrieer-Wol.

2.2.2 Transformação de Shrieer-Wol para dois anais

ShrieereWol[28℄demonstraramqueoHamiltonianodeKondoeraumasopartiular

doHamiltonianode Anderson tradiional (um anal). Seguindo os passos de Shrieer e

(41)

000000

000000

000000

000000

111111

111111

111111

111111

D

-D

ε

F

ε

D

+U

D

V

000000

000000

000000

000000

000000

111111

111111

111111

111111

111111

D

-D

ε

F

|0,0

|2,0

|1,

σ

+U

D

ε

D

V

000000

000000

000000

000000

000000

111111

111111

111111

111111

111111

D

-D

ε

F

|m,

σ

|m-1,

α

|m+1,

α

E

ex

E

0

Modelo de Anderson de dois canais

V

α

Modelo de Anderson de um canal

ou, de maneira equivalente

,

(42)

2.14 daseguinte forma

H =H

0

+H

V

(2.15)

onde

H 0

= X

! k;

k

y !

k;; !

k;;

+E

0 X

jm;ihm;j+ (2.16)

+E ex

X

(jm 1; ihm 1; j+jm+1; ihm+1; j) (2.17)

H V

= X

! k;;

V

(f y

1;; !

k

+h::): (2.18)

A idéia é transformarH num Hamiltoniano f

H que não ontenha termos linearesem V

.

Essa transformação é feita utilizando-se um operador P , denido apropriadamente a

posteriori talque

f H=e

P He

P

=H+[P;H℄+ 1 2!

[P;[P;H℄℄+ : (2.19)

Então,

f

H =H

0

+H

V

+[P;H 0

℄+[P;H V

℄+O(V 3

): (2.20)

Ooperador P deve ser talque

[P;H 0

℄= H

V

(2.21)

eassim eliminar ostermos linearesem V

. Dessaforma teremos(desprezando ostermos

de ordem V 3

eaima),

f

H =H

0

+[P;H V

℄ : (2.22)

Enontramos o operador P usando dois auto-estados (jai e jbi) de H 0

(43)

hajH 0

P PH

0

jbi = hajH V

jbi (2.23)

eportanto

hajP jbi= H

Va;b E

a E

b ;

onde E a

e E b

são as energias dos estados jai e jbi. Multipliando à direita por jai e à

esquerdaporhbj e somando em a eb temos,

X

a;b

jaihajP jbihbj = X

a;b H

Va;b E

a E

b

jaihbj: (2.24)

Portanto,

P =

X

a;b H

Va;b E

a E

b

jaihbj: (2.25)

H Va;b

onetaestadosquesedifereniamapenasporumapartíulanaimpureza: jm;i!

jm 1; i,queorrespondeàenergia" q

E 0

+E ex

;oujm+1; i!jm;i,queorresponde

àenergia" q

+E 0

E ex

. Coleionandotodas essas possibilidadesonstruímos ooperador

P da formadaEq. (2.25 ) resultando em:

P =

X

q V

"

jm 1; ihmj

" q

E 0

+E ex

+(2)

jm; ihm+1;j "

q E

ex

+E

0 !

! q;;

h:: #

; (2.26)

onde q indiamomento,india spin e indiaanal.

Para demonstrarque o operadorP satifazà ondição [P;H 0

℄= H

V

imposta

anteri-ormentebastaonsiderarmosque,omoéusualnatransformaçãoShrieer-Wol,apenas

asenergias de exitaçãoda banda próximas àenergia de Fermi são importantes, ouseja,

" k

;" q

0(q;k k F

). Devemosobservarque

jm;ihm;j;! k;;

=0;poisjm;ihm;j

não ria ou destrói elétron, e que

jm1; ihm;j; ! k;;

= 0 pois jm1; ihm;j

(44)

[P;H V

℄= X

! k;;

2V 2 E

ex E

0

jm;ihm; j

y !

k; ; !

k;;

+

y !

k;; !

k; ; !

; (2.27)

que, usando notaçãoonveniente, pode ser esrito daseguinte forma:

[P;H V

℄= X

; J

!

S: !

s

; (2.28)

onde

! s

=

X

! k;

! q

y !

k;; !

; 2

! q ;;

; (2.29)

!

S = hmj

!

; 2

jmi; (2.30)

J

=

8V 2 E

ex E

0

; (2.31)

sendo !

;

matrizesde Pauli.

Finalmentea Eq. 2.20 a

f H

=H

0 +

X

J

!

s

!

S: (2.32)

A Eq. 2.32 é equivalente à Eq. 2.7 e representa a forma do Hamiltonianode Kondo de

dois anais. Quando E ex

> E 0

o aoplamentoJ

da impureza om a banda é

antiferro-magnétio,omo no Modelo de Kondousual.

Portanto, o Hamiltoniano dado pela Eq. 2.14 desreve o Modelo de Kondo de dois

anais.

No próximo apítulo apliaremos a ténia do Grupo de Renormalização Numério

(45)

Diagonalização do Hamiltoniano de

Anderson de dois anais pelo GRN

Nestatese utilizamosoGRNparaadiagonalizaçãodoHamiltonianodeAndersonde dois

anais. Essa ténia estabelee uma transformação no Hamiltoniano que a ada passo

aresentauma esalade energiaaoproblema. Constrói-seummétodoiterativoemqueo

HamiltonianoH é diagonalizadonumeriamente em ada iteração. Nas próximasseções

detalhamosa apliaçãodoGRN no Hamiltonianode Andersonde dois anais.

3.1 Grupo de Renormalização Numério: histório

O Grupo de Renormalização Numério (GRN) surgiu em meados de 1970, quando K.

G. Wilson, formalizando um onjunto de idéias de saling, investigou expoentes rítios

em transições de fase de segunda ordem [35, 36℄. Posteriormente Wilson apliou esta

ténianoproblema Kondo, utilizandoálulosnúmeriosnadiagonalizaçãode matrizes

[15℄. Usando o mesmo proedimento Krishna-murthy, Wilson e Wilkins investigaram o

Hamiltoniano de Anderson tradiional [19℄, sendo estes dois artigos onsiderados omo

base do GRN. Desde então uma série de trabalhos foram exeutados om esta ténia

Imagem

Figura 1.2: Efeito Kondo multianal. S é o spin da impureza, s é o spin dos elétrons de
Figura 1.3: Diagrama do modelo de Anderson de dois anais. Trata-se de uma impureza
Figura 1.4: T emperatura vezes susetibilidade magnétia da impureza em função de T =T
Figura 2.1: Esquema do Modelo de Anderson tradiional. A banda de ondução do metal
+7

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