POR QUE TRABALHAR COM ALMEIDA JÚNIOR?
SUGESTÃO DE PROJETO PEDAGÓGICO PARA
TURMAS DE 1
aA 4
aSÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL:
PINTURA DE GÊNERO
Se o professor fez a atividade proposta an-tes da leitura, ele poderá remeter à obra A fa-mília de Antônio Augusto Pinto (página 26).
Essa é uma pintura de gênero?
✦ Roteiro de apreciação da obra reproduzida
no livro: Recado difícil (página 27)
Você poderá conduzir a leitura dessa obra partindo de algumas perguntas:
◗ O que acontece nessa cena?
◗ O que terá ocorrido antes dessa cena? ◗ Como é o menino?
◗ Como ele está vestido? O que ele está segurando?
◗ Para onde está olhando? ◗ O que ele está fazendo?
◗ E a mulher? Que idade aparenta ter? Ela se parece com o menino? Será parente dele?
◗ Como é a casa? A porta? As paredes? ◗ E a rua?
◗ Por que o menino está descalço? ◗ Que nome você daria a essa obra? ✦ Contextualização (veja quadro na página 7 deste suplemento)
ATIVIDADES PARA DEPOIS DA LEITURA ✦ Produção
O professor pode propor aos alunos que
De Nereide Schilaro Santa Rosa
(Formada em Pedagogia, com aperfeiçoamento na Faculdade de Educação da USP, é autora premiada de livros infanto-juvenis.)
JOSÉ FERRAZ DE
ALMEIDA JÚNIOR
Muito antes do movimento antropofágico, Almeida Júnior já buscava uma identidade na-cional. Pintou cenas históricas, paisagens e re-tratos sob encomenda, mas não se esqueceu de pintar a gente de sua terra.
Se não ousou na linguagem — embora a luminosidade de suas obras seja muito espe-cial —, Almeida Júnior experimentou e ino-vou na escolha dos temas. Os caipiras repre-sentados por ele realmente mostram poses e cenas inéditas do cotidiano.
Diferentemente de Bruegel, que escolheu
pintar a gente do povo com uma crítica áci-da, Almeida Júnior pintou as pessoas simples do campo em momentos de incrível doçura, talvez como referência à sua própria vida em Itu ou, quem sabe, para ressaltar os seus “caipirescos” modos de agir.
A homenagem que faz às pessoas simples torna-se uma ação muito digna num perío-do de arte orientada e patrocinada pelas eli-tes. Os motivos que levaram Almeida Júnior à escolha de seus temas já representam uma interpretação de sua obra. Vale conferir.
SUPLEMENTO DIDÁTICO
Elaborado por
Rosa Iavelberg — Pós-graduada em Arte-educação pela Escola de Comunicações e Artes da USP. Trabalhou na elaboração dos PCNs de Arte e atualmente leciona no
Depar-tamento de Metodologia de Ensino da Faculdade de Educação da USP.
Luciana Arslan — Mestre em Artes Visuais, leciona no ensino fundamental e médio da Escola de Aplicação da USP e em cursos de capacitação de professores.
Professor
Neste suplemento você encontrará duas sugestões de projetos pedagógicos para desenvolver com alunos do ensino fundamental: a primeira é destinada a tur-mas de 1a a 4a série do ensino fundamental; a segunda, a turmas a partir da 5a série. Cada um desses projetos tem como base o conteúdo do livro estudado. Para apoiar o trabalho do professor são aprofundadas questões sobre o movimento a que pertence o artista, além da contextualização de uma de suas obras.
Fica a critério do professor aproveitar as atividades para outros projetos, adap-tando-as ao perfil de sua turma.
A Editora
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façam uma pintura de gênero, desenhando uma cena da própria família.
O que fazem quando estão reunidos? Onde costumam se sentar? Como é a casa? Eles assistem à televisão? Sentam-se juntos à mesa?
Peça que tentem desenhar o máximo de detalhes. Você pode ajudar perguntando sobre coisas que não vê no desenho, como, por exemplo, como é o chão (se de madeira ou acarpetado), se ali não existem janelas, qual a estampa da cortina etc.
Explique a eles que esse trabalho deverá mostrar os mínimos detalhes do cotidiano. O aluno pode levar o desenho para casa para registrar coisas que não tenha conse-guido lembrar.
Depois de pronto o desenho, o professor pode sugerir que, a partir dele, o aluno faça uma pintura.
✦ Avaliação
Promova uma troca de trabalhos: cada aluno comenta a cena do colega. Promova uma exposição dos trabalhos perto do cená-rio montado na atividade antecená-rior à leitura (caso ele ainda esteja na sala).
O professor pode comparar as cenas do cotidiano de Almeida Júnior com as cenas pintadas pelos alunos.
✦ Objetivo
Conhecer a pintura de gênero por meio da observação e da leitura interpretativa das obras de Almeida Júnior e da produção de uma pintura.
✦ Conteúdos gerais (com referência
nos PCNs de Arte)
◗ Identificação dos significados expressi-vos e comunicatiexpressi-vos das formas visuais.
◗ Contato sensível, reconhecimento e aná-lise de formas visuais presentes na natureza e nas diversas culturas.
✦ Conteúdos do projeto ◗ Pintura de gênero. ◗ Cenário.
◗ Vida e obra de Almeida Júnior.
✦ Tema transversal: Ética e Sociedade — a presença moral da cultura.
✦ Trabalho interdisciplinar: História. ATIVIDADE PARA ANTES DA LEITURA ✦ Sensibilizando os alunos
Antes de apresentar o livro sobre Almeida Júnior, o professor pode propor um jogo a par-tir de uma das obras reproduzidas no livro: A família de Antônio Augusto Pinto (página 26). A partir dessa obra, é possível promover uma encenação e a montagem de um cenário:
◗ Os alunos deverão trazer para a sala de aula diversos acessórios, como roupas dos pais, sapatos, bonecas, lençóis. A partir des-ses objetos, eles podem montar um cenário próximo ao do ambiente mostrado na
ima-gem: os instrumentos musicais podem ser de faz-de-conta; a cadeira, emprestada da se-cretaria etc.
◗ Depois de pronto o cenário (o que tal-vez leve alguns dias), os alunos podem en-cenar o quadro, vestindo-se como os perso-nagens e ficando na mesma posição deles.
Durante a execução desse cenário, o pro-fessor pode instigar os alunos a refletirem sobre o cotidiano daquelas pessoas: a mãe está ensinando a menina a costurar? O que o homem está fazendo? Aquele ambiente parece barulhento? Há aparelho de televi-são ou computador na sala?
Se você puder deixar o cenário montado, poderá aproveitá-lo para a leitura do livro.
ATIVIDADES PARA DURANTE A LEITURA ✦ Orientações para ler o livro em sala de
aula
Se estiver trabalhando com alunos da pri-meira série, o professor pode sugerir que lei-am o livro em casa para depois realizar uma leitura em conjunto na sala de aula. Traba-lhando assim, o aluno que já sabe ler terá oportunidade de fazê-lo individualmente, e o que não sabe poderá realizar a leitura co-letiva na sala.
Após a leitura apresente aos alunos a pin-tura de gênero (que mostra cenas da vida cotidiana) e peça que eles encontrem al-guns exemplos entre as obras reproduzidas no livro.
Antes dessa atividade, será melhor certi-ficar-se de que os alunos sabem o que é uma cena do cotidiano: peça que brinquem de mímica, imitando cenas do dia-a-dia.
POR QUE TRABALHAR COM ALMEIDA JÚNIOR?
SUGESTÃO DE PROJETO PEDAGÓGICO PARA
TURMAS DE 1
aA 4
aSÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL:
PINTURA DE GÊNERO
Se o professor fez a atividade proposta an-tes da leitura, ele poderá remeter à obra A fa-mília de Antônio Augusto Pinto (página 26).
Essa é uma pintura de gênero?
✦ Roteiro de apreciação da obra reproduzida
no livro: Recado difícil (página 27)
Você poderá conduzir a leitura dessa obra partindo de algumas perguntas:
◗ O que acontece nessa cena?
◗ O que terá ocorrido antes dessa cena? ◗ Como é o menino?
◗ Como ele está vestido? O que ele está segurando?
◗ Para onde está olhando? ◗ O que ele está fazendo?
◗ E a mulher? Que idade aparenta ter? Ela se parece com o menino? Será parente dele?
◗ Como é a casa? A porta? As paredes? ◗ E a rua?
◗ Por que o menino está descalço? ◗ Que nome você daria a essa obra? ✦ Contextualização (veja quadro na página 7 deste suplemento)
ATIVIDADES PARA DEPOIS DA LEITURA ✦ Produção
O professor pode propor aos alunos que
De Nereide Schilaro Santa Rosa
(Formada em Pedagogia, com aperfeiçoamento na Faculdade de Educação da USP, é autora premiada de livros infanto-juvenis.)
JOSÉ FERRAZ DE
ALMEIDA JÚNIOR
Muito antes do movimento antropofágico, Almeida Júnior já buscava uma identidade na-cional. Pintou cenas históricas, paisagens e re-tratos sob encomenda, mas não se esqueceu de pintar a gente de sua terra.
Se não ousou na linguagem — embora a luminosidade de suas obras seja muito espe-cial —, Almeida Júnior experimentou e ino-vou na escolha dos temas. Os caipiras repre-sentados por ele realmente mostram poses e cenas inéditas do cotidiano.
Diferentemente de Bruegel, que escolheu
pintar a gente do povo com uma crítica áci-da, Almeida Júnior pintou as pessoas simples do campo em momentos de incrível doçura, talvez como referência à sua própria vida em Itu ou, quem sabe, para ressaltar os seus “caipirescos” modos de agir.
A homenagem que faz às pessoas simples torna-se uma ação muito digna num perío-do de arte orientada e patrocinada pelas eli-tes. Os motivos que levaram Almeida Júnior à escolha de seus temas já representam uma interpretação de sua obra. Vale conferir.
SUPLEMENTO DIDÁTICO
Elaborado por
Rosa Iavelberg — Pós-graduada em Arte-educação pela Escola de Comunicações e Artes da USP. Trabalhou na elaboração dos PCNs de Arte e atualmente leciona no
Depar-tamento de Metodologia de Ensino da Faculdade de Educação da USP.
Luciana Arslan — Mestre em Artes Visuais, leciona no ensino fundamental e médio da Escola de Aplicação da USP e em cursos de capacitação de professores.
Professor
Neste suplemento você encontrará duas sugestões de projetos pedagógicos para desenvolver com alunos do ensino fundamental: a primeira é destinada a tur-mas de 1a a 4a série do ensino fundamental; a segunda, a turmas a partir da 5a série. Cada um desses projetos tem como base o conteúdo do livro estudado. Para apoiar o trabalho do professor são aprofundadas questões sobre o movimento a que pertence o artista, além da contextualização de uma de suas obras.
Fica a critério do professor aproveitar as atividades para outros projetos, adap-tando-as ao perfil de sua turma.
A Editora
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façam uma pintura de gênero, desenhando uma cena da própria família.
O que fazem quando estão reunidos? Onde costumam se sentar? Como é a casa? Eles assistem à televisão? Sentam-se juntos à mesa?
Peça que tentem desenhar o máximo de detalhes. Você pode ajudar perguntando sobre coisas que não vê no desenho, como, por exemplo, como é o chão (se de madeira ou acarpetado), se ali não existem janelas, qual a estampa da cortina etc.
Explique a eles que esse trabalho deverá mostrar os mínimos detalhes do cotidiano. O aluno pode levar o desenho para casa para registrar coisas que não tenha conse-guido lembrar.
Depois de pronto o desenho, o professor pode sugerir que, a partir dele, o aluno faça uma pintura.
✦ Avaliação
Promova uma troca de trabalhos: cada aluno comenta a cena do colega. Promova uma exposição dos trabalhos perto do cená-rio montado na atividade antecená-rior à leitura (caso ele ainda esteja na sala).
O professor pode comparar as cenas do cotidiano de Almeida Júnior com as cenas pintadas pelos alunos.
✦ Objetivo
Conhecer a pintura de gênero por meio da observação e da leitura interpretativa das obras de Almeida Júnior e da produção de uma pintura.
✦ Conteúdos gerais (com referência
nos PCNs de Arte)
◗ Identificação dos significados expressi-vos e comunicatiexpressi-vos das formas visuais.
◗ Contato sensível, reconhecimento e aná-lise de formas visuais presentes na natureza e nas diversas culturas.
✦ Conteúdos do projeto ◗ Pintura de gênero. ◗ Cenário.
◗ Vida e obra de Almeida Júnior.
✦ Tema transversal: Ética e Sociedade — a presença moral da cultura.
✦ Trabalho interdisciplinar: História. ATIVIDADE PARA ANTES DA LEITURA ✦ Sensibilizando os alunos
Antes de apresentar o livro sobre Almeida Júnior, o professor pode propor um jogo a par-tir de uma das obras reproduzidas no livro: A família de Antônio Augusto Pinto (página 26). A partir dessa obra, é possível promover uma encenação e a montagem de um cenário:
◗ Os alunos deverão trazer para a sala de aula diversos acessórios, como roupas dos pais, sapatos, bonecas, lençóis. A partir des-ses objetos, eles podem montar um cenário próximo ao do ambiente mostrado na
ima-gem: os instrumentos musicais podem ser de faz-de-conta; a cadeira, emprestada da se-cretaria etc.
◗ Depois de pronto o cenário (o que tal-vez leve alguns dias), os alunos podem en-cenar o quadro, vestindo-se como os perso-nagens e ficando na mesma posição deles.
Durante a execução desse cenário, o pro-fessor pode instigar os alunos a refletirem sobre o cotidiano daquelas pessoas: a mãe está ensinando a menina a costurar? O que o homem está fazendo? Aquele ambiente parece barulhento? Há aparelho de televi-são ou computador na sala?
Se você puder deixar o cenário montado, poderá aproveitá-lo para a leitura do livro.
ATIVIDADES PARA DURANTE A LEITURA ✦ Orientações para ler o livro em sala de
aula
Se estiver trabalhando com alunos da pri-meira série, o professor pode sugerir que lei-am o livro em casa para depois realizar uma leitura em conjunto na sala de aula. Traba-lhando assim, o aluno que já sabe ler terá oportunidade de fazê-lo individualmente, e o que não sabe poderá realizar a leitura co-letiva na sala.
Após a leitura apresente aos alunos a pin-tura de gênero (que mostra cenas da vida cotidiana) e peça que eles encontrem al-guns exemplos entre as obras reproduzidas no livro.
Antes dessa atividade, será melhor certi-ficar-se de que os alunos sabem o que é uma cena do cotidiano: peça que brinquem de mímica, imitando cenas do dia-a-dia.
POR QUE TRABALHAR COM ALMEIDA JÚNIOR?
SUGESTÃO DE PROJETO PEDAGÓGICO PARA
TURMAS DE 1
aA 4
aSÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL:
PINTURA DE GÊNERO
Se o professor fez a atividade proposta an-tes da leitura, ele poderá remeter à obra A fa-mília de Antônio Augusto Pinto (página 26).
Essa é uma pintura de gênero?
✦ Roteiro de apreciação da obra reproduzida
no livro: Recado difícil (página 27)
Você poderá conduzir a leitura dessa obra partindo de algumas perguntas:
◗ O que acontece nessa cena?
◗ O que terá ocorrido antes dessa cena? ◗ Como é o menino?
◗ Como ele está vestido? O que ele está segurando?
◗ Para onde está olhando? ◗ O que ele está fazendo?
◗ E a mulher? Que idade aparenta ter? Ela se parece com o menino? Será parente dele?
◗ Como é a casa? A porta? As paredes? ◗ E a rua?
◗ Por que o menino está descalço? ◗ Que nome você daria a essa obra? ✦ Contextualização (veja quadro na página 7 deste suplemento)
ATIVIDADES PARA DEPOIS DA LEITURA ✦ Produção
O professor pode propor aos alunos que
De Nereide Schilaro Santa Rosa
(Formada em Pedagogia, com aperfeiçoamento na Faculdade de Educação da USP, é autora premiada de livros infanto-juvenis.)
JOSÉ FERRAZ DE
ALMEIDA JÚNIOR
Muito antes do movimento antropofágico, Almeida Júnior já buscava uma identidade na-cional. Pintou cenas históricas, paisagens e re-tratos sob encomenda, mas não se esqueceu de pintar a gente de sua terra.
Se não ousou na linguagem — embora a luminosidade de suas obras seja muito espe-cial —, Almeida Júnior experimentou e ino-vou na escolha dos temas. Os caipiras repre-sentados por ele realmente mostram poses e cenas inéditas do cotidiano.
Diferentemente de Bruegel, que escolheu
pintar a gente do povo com uma crítica áci-da, Almeida Júnior pintou as pessoas simples do campo em momentos de incrível doçura, talvez como referência à sua própria vida em Itu ou, quem sabe, para ressaltar os seus “caipirescos” modos de agir.
A homenagem que faz às pessoas simples torna-se uma ação muito digna num perío-do de arte orientada e patrocinada pelas eli-tes. Os motivos que levaram Almeida Júnior à escolha de seus temas já representam uma interpretação de sua obra. Vale conferir.
SUPLEMENTO DIDÁTICO
Elaborado por
Rosa Iavelberg — Pós-graduada em Arte-educação pela Escola de Comunicações e Artes da USP. Trabalhou na elaboração dos PCNs de Arte e atualmente leciona no
Depar-tamento de Metodologia de Ensino da Faculdade de Educação da USP.
Luciana Arslan — Mestre em Artes Visuais, leciona no ensino fundamental e médio da Escola de Aplicação da USP e em cursos de capacitação de professores.
Professor
Neste suplemento você encontrará duas sugestões de projetos pedagógicos para desenvolver com alunos do ensino fundamental: a primeira é destinada a tur-mas de 1a a 4a série do ensino fundamental; a segunda, a turmas a partir da 5a série. Cada um desses projetos tem como base o conteúdo do livro estudado. Para apoiar o trabalho do professor são aprofundadas questões sobre o movimento a que pertence o artista, além da contextualização de uma de suas obras.
Fica a critério do professor aproveitar as atividades para outros projetos, adap-tando-as ao perfil de sua turma.
A Editora
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façam uma pintura de gênero, desenhando uma cena da própria família.
O que fazem quando estão reunidos? Onde costumam se sentar? Como é a casa? Eles assistem à televisão? Sentam-se juntos à mesa?
Peça que tentem desenhar o máximo de detalhes. Você pode ajudar perguntando sobre coisas que não vê no desenho, como, por exemplo, como é o chão (se de madeira ou acarpetado), se ali não existem janelas, qual a estampa da cortina etc.
Explique a eles que esse trabalho deverá mostrar os mínimos detalhes do cotidiano. O aluno pode levar o desenho para casa para registrar coisas que não tenha conse-guido lembrar.
Depois de pronto o desenho, o professor pode sugerir que, a partir dele, o aluno faça uma pintura.
✦ Avaliação
Promova uma troca de trabalhos: cada aluno comenta a cena do colega. Promova uma exposição dos trabalhos perto do cená-rio montado na atividade antecená-rior à leitura (caso ele ainda esteja na sala).
O professor pode comparar as cenas do cotidiano de Almeida Júnior com as cenas pintadas pelos alunos.
✦ Objetivo
Conhecer a pintura de gênero por meio da observação e da leitura interpretativa das obras de Almeida Júnior e da produção de uma pintura.
✦ Conteúdos gerais (com referência
nos PCNs de Arte)
◗ Identificação dos significados expressi-vos e comunicatiexpressi-vos das formas visuais.
◗ Contato sensível, reconhecimento e aná-lise de formas visuais presentes na natureza e nas diversas culturas.
✦ Conteúdos do projeto ◗ Pintura de gênero. ◗ Cenário.
◗ Vida e obra de Almeida Júnior.
✦ Tema transversal: Ética e Sociedade — a presença moral da cultura.
✦ Trabalho interdisciplinar: História. ATIVIDADE PARA ANTES DA LEITURA ✦ Sensibilizando os alunos
Antes de apresentar o livro sobre Almeida Júnior, o professor pode propor um jogo a par-tir de uma das obras reproduzidas no livro: A família de Antônio Augusto Pinto (página 26). A partir dessa obra, é possível promover uma encenação e a montagem de um cenário:
◗ Os alunos deverão trazer para a sala de aula diversos acessórios, como roupas dos pais, sapatos, bonecas, lençóis. A partir des-ses objetos, eles podem montar um cenário próximo ao do ambiente mostrado na
ima-gem: os instrumentos musicais podem ser de faz-de-conta; a cadeira, emprestada da se-cretaria etc.
◗ Depois de pronto o cenário (o que tal-vez leve alguns dias), os alunos podem en-cenar o quadro, vestindo-se como os perso-nagens e ficando na mesma posição deles.
Durante a execução desse cenário, o pro-fessor pode instigar os alunos a refletirem sobre o cotidiano daquelas pessoas: a mãe está ensinando a menina a costurar? O que o homem está fazendo? Aquele ambiente parece barulhento? Há aparelho de televi-são ou computador na sala?
Se você puder deixar o cenário montado, poderá aproveitá-lo para a leitura do livro.
ATIVIDADES PARA DURANTE A LEITURA ✦ Orientações para ler o livro em sala de
aula
Se estiver trabalhando com alunos da pri-meira série, o professor pode sugerir que lei-am o livro em casa para depois realizar uma leitura em conjunto na sala de aula. Traba-lhando assim, o aluno que já sabe ler terá oportunidade de fazê-lo individualmente, e o que não sabe poderá realizar a leitura co-letiva na sala.
Após a leitura apresente aos alunos a pin-tura de gênero (que mostra cenas da vida cotidiana) e peça que eles encontrem al-guns exemplos entre as obras reproduzidas no livro.
Antes dessa atividade, será melhor certi-ficar-se de que os alunos sabem o que é uma cena do cotidiano: peça que brinquem de mímica, imitando cenas do dia-a-dia.
POR QUE TRABALHAR COM ALMEIDA JÚNIOR?
SUGESTÃO DE PROJETO PEDAGÓGICO PARA
TURMAS DE 1
aA 4
aSÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL:
PINTURA DE GÊNERO
Se o professor fez a atividade proposta an-tes da leitura, ele poderá remeter à obra A fa-mília de Antônio Augusto Pinto (página 26).
Essa é uma pintura de gênero?
✦ Roteiro de apreciação da obra reproduzida
no livro: Recado difícil (página 27)
Você poderá conduzir a leitura dessa obra partindo de algumas perguntas:
◗ O que acontece nessa cena?
◗ O que terá ocorrido antes dessa cena? ◗ Como é o menino?
◗ Como ele está vestido? O que ele está segurando?
◗ Para onde está olhando? ◗ O que ele está fazendo?
◗ E a mulher? Que idade aparenta ter? Ela se parece com o menino? Será parente dele?
◗ Como é a casa? A porta? As paredes? ◗ E a rua?
◗ Por que o menino está descalço? ◗ Que nome você daria a essa obra? ✦ Contextualização (veja quadro na página 7 deste suplemento)
ATIVIDADES PARA DEPOIS DA LEITURA ✦ Produção
O professor pode propor aos alunos que
De Nereide Schilaro Santa Rosa
(Formada em Pedagogia, com aperfeiçoamento na Faculdade de Educação da USP, é autora premiada de livros infanto-juvenis.)
JOSÉ FERRAZ DE
ALMEIDA JÚNIOR
Muito antes do movimento antropofágico, Almeida Júnior já buscava uma identidade na-cional. Pintou cenas históricas, paisagens e re-tratos sob encomenda, mas não se esqueceu de pintar a gente de sua terra.
Se não ousou na linguagem — embora a luminosidade de suas obras seja muito espe-cial —, Almeida Júnior experimentou e ino-vou na escolha dos temas. Os caipiras repre-sentados por ele realmente mostram poses e cenas inéditas do cotidiano.
Diferentemente de Bruegel, que escolheu
pintar a gente do povo com uma crítica áci-da, Almeida Júnior pintou as pessoas simples do campo em momentos de incrível doçura, talvez como referência à sua própria vida em Itu ou, quem sabe, para ressaltar os seus “caipirescos” modos de agir.
A homenagem que faz às pessoas simples torna-se uma ação muito digna num perío-do de arte orientada e patrocinada pelas eli-tes. Os motivos que levaram Almeida Júnior à escolha de seus temas já representam uma interpretação de sua obra. Vale conferir.
SUPLEMENTO DIDÁTICO
Elaborado por
Rosa Iavelberg — Pós-graduada em Arte-educação pela Escola de Comunicações e Artes da USP. Trabalhou na elaboração dos PCNs de Arte e atualmente leciona no
Depar-tamento de Metodologia de Ensino da Faculdade de Educação da USP.
Luciana Arslan — Mestre em Artes Visuais, leciona no ensino fundamental e médio da Escola de Aplicação da USP e em cursos de capacitação de professores.
Professor
Neste suplemento você encontrará duas sugestões de projetos pedagógicos para desenvolver com alunos do ensino fundamental: a primeira é destinada a tur-mas de 1a a 4a série do ensino fundamental; a segunda, a turmas a partir da 5a série. Cada um desses projetos tem como base o conteúdo do livro estudado. Para apoiar o trabalho do professor são aprofundadas questões sobre o movimento a que pertence o artista, além da contextualização de uma de suas obras.
Fica a critério do professor aproveitar as atividades para outros projetos, adap-tando-as ao perfil de sua turma.
A Editora
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façam uma pintura de gênero, desenhando uma cena da própria família.
O que fazem quando estão reunidos? Onde costumam se sentar? Como é a casa? Eles assistem à televisão? Sentam-se juntos à mesa?
Peça que tentem desenhar o máximo de detalhes. Você pode ajudar perguntando sobre coisas que não vê no desenho, como, por exemplo, como é o chão (se de madeira ou acarpetado), se ali não existem janelas, qual a estampa da cortina etc.
Explique a eles que esse trabalho deverá mostrar os mínimos detalhes do cotidiano. O aluno pode levar o desenho para casa para registrar coisas que não tenha conse-guido lembrar.
Depois de pronto o desenho, o professor pode sugerir que, a partir dele, o aluno faça uma pintura.
✦ Avaliação
Promova uma troca de trabalhos: cada aluno comenta a cena do colega. Promova uma exposição dos trabalhos perto do cená-rio montado na atividade antecená-rior à leitura (caso ele ainda esteja na sala).
O professor pode comparar as cenas do cotidiano de Almeida Júnior com as cenas pintadas pelos alunos.
✦ Objetivo
Conhecer a pintura de gênero por meio da observação e da leitura interpretativa das obras de Almeida Júnior e da produção de uma pintura.
✦ Conteúdos gerais (com referência
nos PCNs de Arte)
◗ Identificação dos significados expressi-vos e comunicatiexpressi-vos das formas visuais.
◗ Contato sensível, reconhecimento e aná-lise de formas visuais presentes na natureza e nas diversas culturas.
✦ Conteúdos do projeto ◗ Pintura de gênero. ◗ Cenário.
◗ Vida e obra de Almeida Júnior.
✦ Tema transversal: Ética e Sociedade — a presença moral da cultura.
✦ Trabalho interdisciplinar: História. ATIVIDADE PARA ANTES DA LEITURA ✦ Sensibilizando os alunos
Antes de apresentar o livro sobre Almeida Júnior, o professor pode propor um jogo a par-tir de uma das obras reproduzidas no livro: A família de Antônio Augusto Pinto (página 26). A partir dessa obra, é possível promover uma encenação e a montagem de um cenário:
◗ Os alunos deverão trazer para a sala de aula diversos acessórios, como roupas dos pais, sapatos, bonecas, lençóis. A partir des-ses objetos, eles podem montar um cenário próximo ao do ambiente mostrado na
ima-gem: os instrumentos musicais podem ser de faz-de-conta; a cadeira, emprestada da se-cretaria etc.
◗ Depois de pronto o cenário (o que tal-vez leve alguns dias), os alunos podem en-cenar o quadro, vestindo-se como os perso-nagens e ficando na mesma posição deles.
Durante a execução desse cenário, o pro-fessor pode instigar os alunos a refletirem sobre o cotidiano daquelas pessoas: a mãe está ensinando a menina a costurar? O que o homem está fazendo? Aquele ambiente parece barulhento? Há aparelho de televi-são ou computador na sala?
Se você puder deixar o cenário montado, poderá aproveitá-lo para a leitura do livro.
ATIVIDADES PARA DURANTE A LEITURA ✦ Orientações para ler o livro em sala de
aula
Se estiver trabalhando com alunos da pri-meira série, o professor pode sugerir que lei-am o livro em casa para depois realizar uma leitura em conjunto na sala de aula. Traba-lhando assim, o aluno que já sabe ler terá oportunidade de fazê-lo individualmente, e o que não sabe poderá realizar a leitura co-letiva na sala.
Após a leitura apresente aos alunos a pin-tura de gênero (que mostra cenas da vida cotidiana) e peça que eles encontrem al-guns exemplos entre as obras reproduzidas no livro.
Antes dessa atividade, será melhor certi-ficar-se de que os alunos sabem o que é uma cena do cotidiano: peça que brinquem de mímica, imitando cenas do dia-a-dia.
SUGESTÃO DE PROJETO PEDAGÓGICO PARA TURMAS
A PARTIR DA 5
aSÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL:
PENSANDO E PINTANDO O CAIPIRA
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cessivamente, a desempenhar o papel que ele não pôde, não soube ou não quis encarnar. E, quando não se fez citadino, foi progressivamente marginalizado, sem re-nunciar aos fundamentos da sua vida econô-mica [...]” (Candido, 1971: 82).
ATIVIDADES PARA DURANTE A LEITURA ✦ Orientações para ler o livro em sala de
aula
Logo após a leitura do livro, peça aos alu-nos que identifiquem os temas que Almeida Júnior pintou. Eles podem destacar:
◗ temas regionais (a vida e o trabalho do homem simples, do campo);
◗ temas históricos; ◗ paisagens;
◗ pinturas de gênero (cenas cotidianas). Peça que selecionem todos os quadros com a temática regionalista:
◗ Caipira picando fumo (página 3) ◗ Cozinha caipira (página 6)
◗ Apertando o lombilho (página 7) ◗ Caipiras negaceando (página 18) ◗ Pescando (página 20)
◗ Amolação interrompida e Caipira pitan-do (página 21)
◗ Recado difícil (página 27)
Pensando na discussão que foi feita na atividade anterior à leitura, peça aos alunos que escrevam sobre o caipira retratado por Almeida Júnior.
Quem é esse caipira? Almeida Júnior re-tratou o caipira de sua época de forma rea-lista ou idealizada? A visão parece preconceituosa? Qual a atividade desse cai-pira? Como se veste? Como se comporta? De que maneira Almeida Júnior trabalha com a luz e com as cores em seus quadros?
✦ Roteiro de apreciação da obra reproduzida
no livro: Recado difícil (página 27)
Você pode conduzir a leitura da obra par-tindo de algumas perguntas:
◗ Como são as pessoas representadas? ◗ Como estão vestidas?
◗ Que idade aparentam ter?
◗ Como são as suas características físicas? ◗ O que parece estar acontecendo? ◗ Para onde a mulher está olhando? ◗ E o menino, para onde olha? O que ele tem nas mãos?
◗ Como é o local? Descreva-o.
◗ Qual a relação do título Recado difícil com a cena representada?
◗ Almeida Júnior pintou a cena de modo naturalista? A pintura parece fotográfica?
◗ Repare nos pés do garoto. Andando descalço ele estaria com os pés tão limpos?
◗ O que mais você poderia comentar so-bre essa obra?
✦ Contextualização (veja quadro na página 7 deste suplemento)
ATIVIDADES PARA DEPOIS DA LEITURA ✦ Produção
Como produção, após a leitura do livro, o professor pode pedir aos alunos que elabo-rem uma pintura regional. Siga estes passos:
◗ Peça para que definam a cena.
◗ Deixe que decidam se vão utilizar fotos ou observação de pessoas para a pintura. Lembre que Almeida Júnior utilizava mode-los para suas pinturas.
◗ Auxilie-os quanto ao uso da cor e da tin-ta (que pode ser guache ou acrílica).
✦ Avaliação
Para avaliar o trabalho o professor pode promover uma conversa coletiva sobre as pin-turas, apoiando-se em algumas perguntas:
◗ Quais foram os tipos regionais represen-tados?
◗ Todos moram na mesma região?
◗ Os trabalhos ficaram mais realistas ou são idealizados?
◗ Como foi a escolha e a utilização do material (aplicação das cores, formato do papel)?
◗ O que acharam mais significativo na produção da pintura?
CONTEXTUALIZAÇÃO: PINTURA ACADÊMICA NO BRASIL
Com a prosperidade trazida pelo culti-vo do café, em meados do século XIX, ali-ada à estabilidade política do reinado de Dom Pedro II, uma série de incentivos ao desenvolvimento da cultura foi gradativa-mente se estabelecendo no país.
Artistas como Pedro Américo, Vítor Meireles e Almeida Júnior surgiram des-se contexto: todos estudaram na Acade-mia de Belas Artes do Rio de Janeiro.
A Academia de Belas Artes ensinava a partir dos princípios da arte neoclássica introduzida pela Missão Francesa no Bra-sil: na pintura a proposta era a retoma-da do estilo clássico retoma-da arte greco-roma-na, da beleza ideal e da preferência por temas nobres ou que propagassem uma moral patriótica.
Almeida Júnior e “a pintura regional”
Almeida Júnior é rotulado como pin-tor acadêmico. No entanto, ele superou a orientação da academia, onde apren-dera a ordenar quase matematicamente ✦ Objetivo
Pensar na representação de um tipo re-gional, através de algumas representações do caipira e da observação da obra de Almeida Júnior.
✦ Conteúdos gerais (com referência nos
PCNs de Arte)
◗ Representação e comunicação das for-mas visuais, concretizando as próprias inten-ções e aprimorando o domínio dessas ainten-ções. ◗ Discussão, reflexão e comunicação sobre o trabalho de apreciação das imagens por meio da fala, da escrita ou de registros (grá-fico, sonoro, dramático, videográfico etc.), mobilizando a troca de informações com os colegas e outros jovens.
◗ Conhecimento crítico de diferentes in-terpretações de artes visuais e da cultura brasileira, produzidas por brasileiros e es-trangeiros no país.
✦ Conteúdos do projeto
◗ Vida e obra de Almeida Júnior. ◗ Temática regionalista.
◗ A representação do caipira na arte. ✦ Tema transversal: Pluralidade Cultural — o ser humano como agente cultural e pro-dutor de cultura.
✦ Trabalho interdisciplinar: História. ATIVIDADE PARA ANTES DA LEITURA ✦ Sensibilizando os alunos
Como esse projeto se baseia nos tipos re-gionais e nos homens simples que foram
pin-tados por Almeida Júnior, o professor pode aproveitar esse assunto para polemizar sobre a visão caricata do caipira, construída a partir de estereótipos.
Para discutir esse assunto é fundamental que o professor conheça o que os alunos identificam como caipira: O que é um caipi-ra? Como utilizamos esse termo cotidiana-mente?
Algumas referências antigas podem ser pesquisadas na Internet ou em livros: o Jeca Tatu (personagem de Monteiro Lobato), o personagem criado por Mazzaropi no cine-ma, a dupla sertaneja Alvarenga e Ranchinho etc.
Outros personagens também podem ser levados à sala de aula para uma análise, como Chico Bento, o caboclo alegre e folga-do das histórias em quadrinhos, criafolga-do por Maurício de Sousa.
Converse com os alunos sobre as associa-ções preconceituosas feitas em relação ao caipira: atrasado, preguiçoso, atrapalhado, matuto etc. Explique que muitas vezes o ho-mem do campo teve dificuldade de se des-fazer de algumas características de sua cul-tura, e que o seu estilo de vida nem sempre foi aceito. Ainda assim, sua cultura é riquíssima. Segundo Antonio Candido:
“Como já se tinha visto no seu antepassado índio, verificou-se nele certa in-capacidade de adaptação rápida às formas mais produtivas e exaustivas de trabalho, no latifúndio da cana e do café. Esse caçador subnutrido, senhor do seu destino graças à independência precária da miséria, refugou o enquadramento do salário e do patrão, como eles lhe foram apresentados, em mol-des traçados para o trabalho servil. O escra-vo e o colono europeu foram chamados,
su-a composição, e produziu umsu-a série de trabalhos com temática regional, mos-trando a vida interiorana, que ele, ituano, conhecia muito bem.
O crítico Gonzaga Duque escreveu so-bre os temas pintados por Almeida Júnior:
“Os quadros de Almeida Júnior se in-culcam antes pela simplicidade do assun-to e pela maneira com que foram pinta-dos, do que pela preocupação da escolha. É o assunto que lhe comove e impressio-na que vai para a tela. Não joeira, não mira e remira o sujeito, com intento de fazer bonito e parecer agradável. Nada. Há de ser a impressão que recebeu, a cena que observou, a idéia que se coordenou na sua imaginação, a causa de trabalho. Poderia escrever na porta de seu atelier o aforismo atribuído a Alberto Dürer: ‘toda preocupação da beleza é inútil na arte’”. Essa crítica de Gonzaga Duque, con-temporâneo de Almeida Júnior, explicita que a obra do artista está distante do ide-al de beleza que buscavam os artistas aca-dêmicos.
PARA SABER MAIS
Cézane Paul Cézane (1839-1906) Pintor francês, um dos maiores do pós-impressionismo. Courbet (1819-1877) Pintor francês, in-fluenciou muito os pintores realistas.
Degas (1834-1917) Impressionista fran-cês, pintou muitas bailarinas e cavalos, além de cenas da vida parisiense.
Impressionismo Movimento que valori-za a pincelada e a cor. Os impressionistas procuravam registrar os aspectos efêmeros e fugidios da natureza.
obra modernista foi classificada em três fa-ses: fase pau-brasil, fase antropofágica e fase social.
BIBLIOGRAFIA Almeida Júnior
CANDIDO, A. Os parceiros do Rio Bonito. São Paulo: Livraria Duas Cidades, 1971.
DUQUE, G. A arte brasileira — introdução e notas de Tadeu Chiarelli. Campinas: Mer-cado de Letras, 1995.
MORAIS, F. Panorama das artes plásticas séculos XIX e XX. São Paulo: Instituto Cultu-ral Itaú, 1989.
MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. 22 e a idéia do moderno (catálogo da exposição realizada entre 18 de fevereiro e 30 de junho de 2002).
PROENÇA, G. História da Arte. São Paulo: Ática, 1995.
ZANINI, W. História geral da arte no Brasil. São Paulo: Instituto Walter Moreira Salles e Fundação Djalma Guimarães, 1983. v. 1 e 2.
Arte-educação
ARGAN, G. C. Arte Moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
BARBOSA, A. M. Arte-educação: conflitos / acertos. São Paulo: Ateliê Editorial, 1997.
_________. A imagem do ensino da arte: anos oitenta e novos tempos. São Paulo / Porto Alegre: Perspectiva / Fundação Iochpe, 1981.
_________. Arte-educação no Brasil: das Monet (1840-1926) Pintor impressionista
francês. Sua obra Impressão: sol nascente inspirou o nome do movimento.
Renoir (1841-1919) Pintor impressionista francês, trabalhava com cores leves. Pintou muitos retratos do cotidiano, além de cenas de família e de crianças.
Tarsila do Amaral (1886-1973) Pintora que fez parte do grupo dos cinco, com Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Menotti Del Picchia e Anita Malfatti. Sua
origens ao modernismo. São Paulo: Perspec-tiva, 1997.
GOMBRICH, E. H. Arte e ilusão. São Paulo: Edusp,1992.
IAVELBERG, Rosa. Para gostar de apren-der arte: sala de aula e formação de profes-sores. Porto Alegre: Artmed, 2002.
JANSON, H. W. Iniciação à História da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
MARTINS, M. C. et alii. Didática do ensino da arte: a língua do mundo — Poetizar, fruir e conhecer arte. São Paulo: FTD, 1998.
PARSONS, M. J. Compreender a arte. 1. ed. Lisboa: Presença, 1992.
ROSSI, M. H. W. A compreensão das ima-gens da arte. Arte & Educação em revista. Porto Alegre: UFRGS / Iochpe. I: 27-35, out. 1995.
DICIONÁRIOS
DICIONÁRIO DA PINTURA MODERNA. São Paulo: Hemus, 1981.
DICIONÁRIO OXFORD DE ARTE. São Pau-lo: Martins Fontes, 1996.
MARCONDES, Luís Fernando (org.). Dicio-nário de termos artísticos. Rio de Janeiro: Pinakotheke, 1988.
READ, Herbert (org.). Dicionário da arte e dos artistas. Lisboa: Edições 70, 1989.
ENCICLOPÉDIA
ENCICLOPÉDIA DOS MUSEUS, Museu de Arte de São Paulo, São Paulo: Melhoramentos, 1978.
SUGESTÃO DE PROJETO PEDAGÓGICO PARA TURMAS
A PARTIR DA 5
aSÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL:
PENSANDO E PINTANDO O CAIPIRA
5 6 7
cessivamente, a desempenhar o papel que ele não pôde, não soube ou não quis encarnar. E, quando não se fez citadino, foi progressivamente marginalizado, sem re-nunciar aos fundamentos da sua vida econô-mica [...]” (Candido, 1971: 82).
ATIVIDADES PARA DURANTE A LEITURA ✦ Orientações para ler o livro em sala de
aula
Logo após a leitura do livro, peça aos alu-nos que identifiquem os temas que Almeida Júnior pintou. Eles podem destacar:
◗ temas regionais (a vida e o trabalho do homem simples, do campo);
◗ temas históricos; ◗ paisagens;
◗ pinturas de gênero (cenas cotidianas). Peça que selecionem todos os quadros com a temática regionalista:
◗ Caipira picando fumo (página 3) ◗ Cozinha caipira (página 6)
◗ Apertando o lombilho (página 7) ◗ Caipiras negaceando (página 18) ◗ Pescando (página 20)
◗ Amolação interrompida e Caipira pitan-do (página 21)
◗ Recado difícil (página 27)
Pensando na discussão que foi feita na atividade anterior à leitura, peça aos alunos que escrevam sobre o caipira retratado por Almeida Júnior.
Quem é esse caipira? Almeida Júnior re-tratou o caipira de sua época de forma rea-lista ou idealizada? A visão parece preconceituosa? Qual a atividade desse cai-pira? Como se veste? Como se comporta? De que maneira Almeida Júnior trabalha com a luz e com as cores em seus quadros?
✦ Roteiro de apreciação da obra reproduzida
no livro: Recado difícil (página 27)
Você pode conduzir a leitura da obra par-tindo de algumas perguntas:
◗ Como são as pessoas representadas? ◗ Como estão vestidas?
◗ Que idade aparentam ter?
◗ Como são as suas características físicas? ◗ O que parece estar acontecendo? ◗ Para onde a mulher está olhando? ◗ E o menino, para onde olha? O que ele tem nas mãos?
◗ Como é o local? Descreva-o.
◗ Qual a relação do título Recado difícil com a cena representada?
◗ Almeida Júnior pintou a cena de modo naturalista? A pintura parece fotográfica?
◗ Repare nos pés do garoto. Andando descalço ele estaria com os pés tão limpos?
◗ O que mais você poderia comentar so-bre essa obra?
✦ Contextualização (veja quadro na página 7 deste suplemento)
ATIVIDADES PARA DEPOIS DA LEITURA ✦ Produção
Como produção, após a leitura do livro, o professor pode pedir aos alunos que elabo-rem uma pintura regional. Siga estes passos:
◗ Peça para que definam a cena.
◗ Deixe que decidam se vão utilizar fotos ou observação de pessoas para a pintura. Lembre que Almeida Júnior utilizava mode-los para suas pinturas.
◗ Auxilie-os quanto ao uso da cor e da tin-ta (que pode ser guache ou acrílica).
✦ Avaliação
Para avaliar o trabalho o professor pode promover uma conversa coletiva sobre as pin-turas, apoiando-se em algumas perguntas:
◗ Quais foram os tipos regionais represen-tados?
◗ Todos moram na mesma região?
◗ Os trabalhos ficaram mais realistas ou são idealizados?
◗ Como foi a escolha e a utilização do material (aplicação das cores, formato do papel)?
◗ O que acharam mais significativo na produção da pintura?
CONTEXTUALIZAÇÃO: PINTURA ACADÊMICA NO BRASIL
Com a prosperidade trazida pelo culti-vo do café, em meados do século XIX, ali-ada à estabilidade política do reinado de Dom Pedro II, uma série de incentivos ao desenvolvimento da cultura foi gradativa-mente se estabelecendo no país.
Artistas como Pedro Américo, Vítor Meireles e Almeida Júnior surgiram des-se contexto: todos estudaram na Acade-mia de Belas Artes do Rio de Janeiro.
A Academia de Belas Artes ensinava a partir dos princípios da arte neoclássica introduzida pela Missão Francesa no Bra-sil: na pintura a proposta era a retoma-da do estilo clássico retoma-da arte greco-roma-na, da beleza ideal e da preferência por temas nobres ou que propagassem uma moral patriótica.
Almeida Júnior e “a pintura regional”
Almeida Júnior é rotulado como pin-tor acadêmico. No entanto, ele superou a orientação da academia, onde apren-dera a ordenar quase matematicamente ✦ Objetivo
Pensar na representação de um tipo re-gional, através de algumas representações do caipira e da observação da obra de Almeida Júnior.
✦ Conteúdos gerais (com referência nos
PCNs de Arte)
◗ Representação e comunicação das for-mas visuais, concretizando as próprias inten-ções e aprimorando o domínio dessas ainten-ções. ◗ Discussão, reflexão e comunicação sobre o trabalho de apreciação das imagens por meio da fala, da escrita ou de registros (grá-fico, sonoro, dramático, videográfico etc.), mobilizando a troca de informações com os colegas e outros jovens.
◗ Conhecimento crítico de diferentes in-terpretações de artes visuais e da cultura brasileira, produzidas por brasileiros e es-trangeiros no país.
✦ Conteúdos do projeto
◗ Vida e obra de Almeida Júnior. ◗ Temática regionalista.
◗ A representação do caipira na arte. ✦ Tema transversal: Pluralidade Cultural — o ser humano como agente cultural e pro-dutor de cultura.
✦ Trabalho interdisciplinar: História. ATIVIDADE PARA ANTES DA LEITURA ✦ Sensibilizando os alunos
Como esse projeto se baseia nos tipos re-gionais e nos homens simples que foram
pin-tados por Almeida Júnior, o professor pode aproveitar esse assunto para polemizar sobre a visão caricata do caipira, construída a partir de estereótipos.
Para discutir esse assunto é fundamental que o professor conheça o que os alunos identificam como caipira: O que é um caipi-ra? Como utilizamos esse termo cotidiana-mente?
Algumas referências antigas podem ser pesquisadas na Internet ou em livros: o Jeca Tatu (personagem de Monteiro Lobato), o personagem criado por Mazzaropi no cine-ma, a dupla sertaneja Alvarenga e Ranchinho etc.
Outros personagens também podem ser levados à sala de aula para uma análise, como Chico Bento, o caboclo alegre e folga-do das histórias em quadrinhos, criafolga-do por Maurício de Sousa.
Converse com os alunos sobre as associa-ções preconceituosas feitas em relação ao caipira: atrasado, preguiçoso, atrapalhado, matuto etc. Explique que muitas vezes o ho-mem do campo teve dificuldade de se des-fazer de algumas características de sua cul-tura, e que o seu estilo de vida nem sempre foi aceito. Ainda assim, sua cultura é riquíssima. Segundo Antonio Candido:
“Como já se tinha visto no seu antepassado índio, verificou-se nele certa in-capacidade de adaptação rápida às formas mais produtivas e exaustivas de trabalho, no latifúndio da cana e do café. Esse caçador subnutrido, senhor do seu destino graças à independência precária da miséria, refugou o enquadramento do salário e do patrão, como eles lhe foram apresentados, em mol-des traçados para o trabalho servil. O escra-vo e o colono europeu foram chamados,
su-a composição, e produziu umsu-a série de trabalhos com temática regional, mos-trando a vida interiorana, que ele, ituano, conhecia muito bem.
O crítico Gonzaga Duque escreveu so-bre os temas pintados por Almeida Júnior:
“Os quadros de Almeida Júnior se in-culcam antes pela simplicidade do assun-to e pela maneira com que foram pinta-dos, do que pela preocupação da escolha. É o assunto que lhe comove e impressio-na que vai para a tela. Não joeira, não mira e remira o sujeito, com intento de fazer bonito e parecer agradável. Nada. Há de ser a impressão que recebeu, a cena que observou, a idéia que se coordenou na sua imaginação, a causa de trabalho. Poderia escrever na porta de seu atelier o aforismo atribuído a Alberto Dürer: ‘toda preocupação da beleza é inútil na arte’”. Essa crítica de Gonzaga Duque, con-temporâneo de Almeida Júnior, explicita que a obra do artista está distante do ide-al de beleza que buscavam os artistas aca-dêmicos.
PARA SABER MAIS
Cézane Paul Cézane (1839-1906) Pintor francês, um dos maiores do pós-impressionismo. Courbet (1819-1877) Pintor francês, in-fluenciou muito os pintores realistas.
Degas (1834-1917) Impressionista fran-cês, pintou muitas bailarinas e cavalos, além de cenas da vida parisiense.
Impressionismo Movimento que valori-za a pincelada e a cor. Os impressionistas procuravam registrar os aspectos efêmeros e fugidios da natureza.
obra modernista foi classificada em três fa-ses: fase pau-brasil, fase antropofágica e fase social.
BIBLIOGRAFIA Almeida Júnior
CANDIDO, A. Os parceiros do Rio Bonito. São Paulo: Livraria Duas Cidades, 1971.
DUQUE, G. A arte brasileira — introdução e notas de Tadeu Chiarelli. Campinas: Mer-cado de Letras, 1995.
MORAIS, F. Panorama das artes plásticas séculos XIX e XX. São Paulo: Instituto Cultu-ral Itaú, 1989.
MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. 22 e a idéia do moderno (catálogo da exposição realizada entre 18 de fevereiro e 30 de junho de 2002).
PROENÇA, G. História da Arte. São Paulo: Ática, 1995.
ZANINI, W. História geral da arte no Brasil. São Paulo: Instituto Walter Moreira Salles e Fundação Djalma Guimarães, 1983. v. 1 e 2.
Arte-educação
ARGAN, G. C. Arte Moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
BARBOSA, A. M. Arte-educação: conflitos / acertos. São Paulo: Ateliê Editorial, 1997.
_________. A imagem do ensino da arte: anos oitenta e novos tempos. São Paulo / Porto Alegre: Perspectiva / Fundação Iochpe, 1981.
_________. Arte-educação no Brasil: das Monet (1840-1926) Pintor impressionista
francês. Sua obra Impressão: sol nascente inspirou o nome do movimento.
Renoir (1841-1919) Pintor impressionista francês, trabalhava com cores leves. Pintou muitos retratos do cotidiano, além de cenas de família e de crianças.
Tarsila do Amaral (1886-1973) Pintora que fez parte do grupo dos cinco, com Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Menotti Del Picchia e Anita Malfatti. Sua
origens ao modernismo. São Paulo: Perspec-tiva, 1997.
GOMBRICH, E. H. Arte e ilusão. São Paulo: Edusp,1992.
IAVELBERG, Rosa. Para gostar de apren-der arte: sala de aula e formação de profes-sores. Porto Alegre: Artmed, 2002.
JANSON, H. W. Iniciação à História da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
MARTINS, M. C. et alii. Didática do ensino da arte: a língua do mundo — Poetizar, fruir e conhecer arte. São Paulo: FTD, 1998.
PARSONS, M. J. Compreender a arte. 1. ed. Lisboa: Presença, 1992.
ROSSI, M. H. W. A compreensão das ima-gens da arte. Arte & Educação em revista. Porto Alegre: UFRGS / Iochpe. I: 27-35, out. 1995.
DICIONÁRIOS
DICIONÁRIO DA PINTURA MODERNA. São Paulo: Hemus, 1981.
DICIONÁRIO OXFORD DE ARTE. São Pau-lo: Martins Fontes, 1996.
MARCONDES, Luís Fernando (org.). Dicio-nário de termos artísticos. Rio de Janeiro: Pinakotheke, 1988.
READ, Herbert (org.). Dicionário da arte e dos artistas. Lisboa: Edições 70, 1989.
ENCICLOPÉDIA
ENCICLOPÉDIA DOS MUSEUS, Museu de Arte de São Paulo, São Paulo: Melhoramentos, 1978.
SUGESTÃO DE PROJETO PEDAGÓGICO PARA TURMAS
A PARTIR DA 5
aSÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL:
PENSANDO E PINTANDO O CAIPIRA
5 6 7
cessivamente, a desempenhar o papel que ele não pôde, não soube ou não quis encarnar. E, quando não se fez citadino, foi progressivamente marginalizado, sem re-nunciar aos fundamentos da sua vida econô-mica [...]” (Candido, 1971: 82).
ATIVIDADES PARA DURANTE A LEITURA ✦ Orientações para ler o livro em sala de
aula
Logo após a leitura do livro, peça aos alu-nos que identifiquem os temas que Almeida Júnior pintou. Eles podem destacar:
◗ temas regionais (a vida e o trabalho do homem simples, do campo);
◗ temas históricos; ◗ paisagens;
◗ pinturas de gênero (cenas cotidianas). Peça que selecionem todos os quadros com a temática regionalista:
◗ Caipira picando fumo (página 3) ◗ Cozinha caipira (página 6)
◗ Apertando o lombilho (página 7) ◗ Caipiras negaceando (página 18) ◗ Pescando (página 20)
◗ Amolação interrompida e Caipira pitan-do (página 21)
◗ Recado difícil (página 27)
Pensando na discussão que foi feita na atividade anterior à leitura, peça aos alunos que escrevam sobre o caipira retratado por Almeida Júnior.
Quem é esse caipira? Almeida Júnior re-tratou o caipira de sua época de forma rea-lista ou idealizada? A visão parece preconceituosa? Qual a atividade desse cai-pira? Como se veste? Como se comporta? De que maneira Almeida Júnior trabalha com a luz e com as cores em seus quadros?
✦ Roteiro de apreciação da obra reproduzida
no livro: Recado difícil (página 27)
Você pode conduzir a leitura da obra par-tindo de algumas perguntas:
◗ Como são as pessoas representadas? ◗ Como estão vestidas?
◗ Que idade aparentam ter?
◗ Como são as suas características físicas? ◗ O que parece estar acontecendo? ◗ Para onde a mulher está olhando? ◗ E o menino, para onde olha? O que ele tem nas mãos?
◗ Como é o local? Descreva-o.
◗ Qual a relação do título Recado difícil com a cena representada?
◗ Almeida Júnior pintou a cena de modo naturalista? A pintura parece fotográfica?
◗ Repare nos pés do garoto. Andando descalço ele estaria com os pés tão limpos?
◗ O que mais você poderia comentar so-bre essa obra?
✦ Contextualização (veja quadro na página 7 deste suplemento)
ATIVIDADES PARA DEPOIS DA LEITURA ✦ Produção
Como produção, após a leitura do livro, o professor pode pedir aos alunos que elabo-rem uma pintura regional. Siga estes passos:
◗ Peça para que definam a cena.
◗ Deixe que decidam se vão utilizar fotos ou observação de pessoas para a pintura. Lembre que Almeida Júnior utilizava mode-los para suas pinturas.
◗ Auxilie-os quanto ao uso da cor e da tin-ta (que pode ser guache ou acrílica).
✦ Avaliação
Para avaliar o trabalho o professor pode promover uma conversa coletiva sobre as pin-turas, apoiando-se em algumas perguntas:
◗ Quais foram os tipos regionais represen-tados?
◗ Todos moram na mesma região?
◗ Os trabalhos ficaram mais realistas ou são idealizados?
◗ Como foi a escolha e a utilização do material (aplicação das cores, formato do papel)?
◗ O que acharam mais significativo na produção da pintura?
CONTEXTUALIZAÇÃO: PINTURA ACADÊMICA NO BRASIL
Com a prosperidade trazida pelo culti-vo do café, em meados do século XIX, ali-ada à estabilidade política do reinado de Dom Pedro II, uma série de incentivos ao desenvolvimento da cultura foi gradativa-mente se estabelecendo no país.
Artistas como Pedro Américo, Vítor Meireles e Almeida Júnior surgiram des-se contexto: todos estudaram na Acade-mia de Belas Artes do Rio de Janeiro.
A Academia de Belas Artes ensinava a partir dos princípios da arte neoclássica introduzida pela Missão Francesa no Bra-sil: na pintura a proposta era a retoma-da do estilo clássico retoma-da arte greco-roma-na, da beleza ideal e da preferência por temas nobres ou que propagassem uma moral patriótica.
Almeida Júnior e “a pintura regional”
Almeida Júnior é rotulado como pin-tor acadêmico. No entanto, ele superou a orientação da academia, onde apren-dera a ordenar quase matematicamente ✦ Objetivo
Pensar na representação de um tipo re-gional, através de algumas representações do caipira e da observação da obra de Almeida Júnior.
✦ Conteúdos gerais (com referência nos
PCNs de Arte)
◗ Representação e comunicação das for-mas visuais, concretizando as próprias inten-ções e aprimorando o domínio dessas ainten-ções. ◗ Discussão, reflexão e comunicação sobre o trabalho de apreciação das imagens por meio da fala, da escrita ou de registros (grá-fico, sonoro, dramático, videográfico etc.), mobilizando a troca de informações com os colegas e outros jovens.
◗ Conhecimento crítico de diferentes in-terpretações de artes visuais e da cultura brasileira, produzidas por brasileiros e es-trangeiros no país.
✦ Conteúdos do projeto
◗ Vida e obra de Almeida Júnior. ◗ Temática regionalista.
◗ A representação do caipira na arte. ✦ Tema transversal: Pluralidade Cultural — o ser humano como agente cultural e pro-dutor de cultura.
✦ Trabalho interdisciplinar: História. ATIVIDADE PARA ANTES DA LEITURA ✦ Sensibilizando os alunos
Como esse projeto se baseia nos tipos re-gionais e nos homens simples que foram
pin-tados por Almeida Júnior, o professor pode aproveitar esse assunto para polemizar sobre a visão caricata do caipira, construída a partir de estereótipos.
Para discutir esse assunto é fundamental que o professor conheça o que os alunos identificam como caipira: O que é um caipi-ra? Como utilizamos esse termo cotidiana-mente?
Algumas referências antigas podem ser pesquisadas na Internet ou em livros: o Jeca Tatu (personagem de Monteiro Lobato), o personagem criado por Mazzaropi no cine-ma, a dupla sertaneja Alvarenga e Ranchinho etc.
Outros personagens também podem ser levados à sala de aula para uma análise, como Chico Bento, o caboclo alegre e folga-do das histórias em quadrinhos, criafolga-do por Maurício de Sousa.
Converse com os alunos sobre as associa-ções preconceituosas feitas em relação ao caipira: atrasado, preguiçoso, atrapalhado, matuto etc. Explique que muitas vezes o ho-mem do campo teve dificuldade de se des-fazer de algumas características de sua cul-tura, e que o seu estilo de vida nem sempre foi aceito. Ainda assim, sua cultura é riquíssima. Segundo Antonio Candido:
“Como já se tinha visto no seu antepassado índio, verificou-se nele certa in-capacidade de adaptação rápida às formas mais produtivas e exaustivas de trabalho, no latifúndio da cana e do café. Esse caçador subnutrido, senhor do seu destino graças à independência precária da miséria, refugou o enquadramento do salário e do patrão, como eles lhe foram apresentados, em mol-des traçados para o trabalho servil. O escra-vo e o colono europeu foram chamados,
su-a composição, e produziu umsu-a série de trabalhos com temática regional, mos-trando a vida interiorana, que ele, ituano, conhecia muito bem.
O crítico Gonzaga Duque escreveu so-bre os temas pintados por Almeida Júnior:
“Os quadros de Almeida Júnior se in-culcam antes pela simplicidade do assun-to e pela maneira com que foram pinta-dos, do que pela preocupação da escolha. É o assunto que lhe comove e impressio-na que vai para a tela. Não joeira, não mira e remira o sujeito, com intento de fazer bonito e parecer agradável. Nada. Há de ser a impressão que recebeu, a cena que observou, a idéia que se coordenou na sua imaginação, a causa de trabalho. Poderia escrever na porta de seu atelier o aforismo atribuído a Alberto Dürer: ‘toda preocupação da beleza é inútil na arte’”. Essa crítica de Gonzaga Duque, con-temporâneo de Almeida Júnior, explicita que a obra do artista está distante do ide-al de beleza que buscavam os artistas aca-dêmicos.
PARA SABER MAIS
Cézane Paul Cézane (1839-1906) Pintor francês, um dos maiores do pós-impressionismo. Courbet (1819-1877) Pintor francês, in-fluenciou muito os pintores realistas.
Degas (1834-1917) Impressionista fran-cês, pintou muitas bailarinas e cavalos, além de cenas da vida parisiense.
Impressionismo Movimento que valori-za a pincelada e a cor. Os impressionistas procuravam registrar os aspectos efêmeros e fugidios da natureza.
obra modernista foi classificada em três fa-ses: fase pau-brasil, fase antropofágica e fase social.
BIBLIOGRAFIA Almeida Júnior
CANDIDO, A. Os parceiros do Rio Bonito. São Paulo: Livraria Duas Cidades, 1971.
DUQUE, G. A arte brasileira — introdução e notas de Tadeu Chiarelli. Campinas: Mer-cado de Letras, 1995.
MORAIS, F. Panorama das artes plásticas séculos XIX e XX. São Paulo: Instituto Cultu-ral Itaú, 1989.
MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. 22 e a idéia do moderno (catálogo da exposição realizada entre 18 de fevereiro e 30 de junho de 2002).
PROENÇA, G. História da Arte. São Paulo: Ática, 1995.
ZANINI, W. História geral da arte no Brasil. São Paulo: Instituto Walter Moreira Salles e Fundação Djalma Guimarães, 1983. v. 1 e 2.
Arte-educação
ARGAN, G. C. Arte Moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
BARBOSA, A. M. Arte-educação: conflitos / acertos. São Paulo: Ateliê Editorial, 1997.
_________. A imagem do ensino da arte: anos oitenta e novos tempos. São Paulo / Porto Alegre: Perspectiva / Fundação Iochpe, 1981.
_________. Arte-educação no Brasil: das Monet (1840-1926) Pintor impressionista
francês. Sua obra Impressão: sol nascente inspirou o nome do movimento.
Renoir (1841-1919) Pintor impressionista francês, trabalhava com cores leves. Pintou muitos retratos do cotidiano, além de cenas de família e de crianças.
Tarsila do Amaral (1886-1973) Pintora que fez parte do grupo dos cinco, com Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Menotti Del Picchia e Anita Malfatti. Sua
origens ao modernismo. São Paulo: Perspec-tiva, 1997.
GOMBRICH, E. H. Arte e ilusão. São Paulo: Edusp,1992.
IAVELBERG, Rosa. Para gostar de apren-der arte: sala de aula e formação de profes-sores. Porto Alegre: Artmed, 2002.
JANSON, H. W. Iniciação à História da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
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