Potência Potência
n Potência é a taxa de transferência de energia entre duas regiões do espaço. Essa transferência pode ser feita de várias maneiras. Como exemplos podem ser citados a troca de calor, conjugado mecânico acelerador, etc.
n Se a troca de energia for feita através de um circuito elétrico tém-se a potência elétrica, cuja medição será estudada.
Potência Instantânea Potência Instantânea
n Considere-se, então, duas regiões A e B, interconectadas por um par de fios.
A v(t) B
I(t)
n A potência elétrica transmitida neste caso é : p(t) = v(t) * i(t)
onde, v(t) é a tensão entre os fios e, i(t) é a corrente que circula nos fios.
n Como p(t) fornece a potência em cada instante ela é
denominada potência instantânea.
FORMAS DE ONDA FORMAS DE ONDA
n Se v(t) e i(t) forem periódicos e de mesma frequência, então, p(t) é também periódico. Porém de
períodicidade diferente dos sinais de tensão e corrente.
n p(t) pode ser obtido por simples manipulação de identidades trigonômetricas:
{
v Vm sen t
i t sen t
p t v t i t Vm sen t sen t
p t Vm
t
t
( )
* ( )
( ) Im* ( )
( ) ( ) * ( ) * Im* ( ) * ( )
( ) * Im
cos cos( )
=
= −
= = −
∴ = − −
ω
ω θ
ω ω θ
θ ω θ
ω
2 2
componente
constante componente de frequencia 2
1 2 4 4 3
n Nesse caso, foram obtidos uma componente de frequência ω=0 e outra de frequência 2 ω .
n Para sinais não senoidais, o produto v*i, também resulta num sinal com frequência diferente das dos sinais originais de tensão e corrente. (Isso pode ser verificado desenvolvendo os sinais em séries de Fourier).
n Na equação de p(t) acima observa-se que a potência varia com o tempo, podendo inclusive trocar de sinal em cada ciclo;
n A energia ora está fluindo em um sentido ora em outro, oscilando entre as regiões A e B.
n Se a região A é, por exemplo, um motor elétrico ou uma antena transmissora e o sistema B sua fonte de alimentação. O trabalho realizado pelo motor ou o alcance da informação transmitida pela antena são proporcionais à energia efetivamente transmitida de A para B, isto é, à componente constante de p(t), que flui e não reflui.
n As componentes oscilatórias (energia transmitida ao motor e posteriormente devolvida à fonte de
alimentação) não realizam trabalho util .
n É, portanto, de interesse medir o valor médio da potência. Isto é, da componente constante que corresponde precisamente à parte “utilizavel” da energia que flui entre os sistemas A e B;
n Define-se, então, a potência ativa como sendo igual ao valor médio da potência instântanea.
Potência Ativa Potência Ativa
P p
T T p d
= ( ) τ = 1 ∫ 0 ( ) τ τ n Essa definição não é restrita à sinais senoidais.
Potência Aparente, Potência Reativa e Fator de Potência
Potência Aparente, Potência Reativa e Fator de Potência
n Enquanto as duas regiões estiverem interconectadas uma parte da energia vai de A para B e, posteriormente, retorna integralmente executando um movimento
cíclico.
n Reescrevendo as equações para tensão e corrente senoidais, obtem-se:
( )
p t ( ) = V * * cos I ϕ * 1 − cos 2 ω t − V * * I sen ϕ * sen 2 ω t
Potência Aparente Potência Aparente
n O produto dos valores eficazes da tensão e da corrente é comum nos dois termos da equação acima.
n Esse produto é denominado de potência aparente e é dado por:
S=V*I
Potência Reativa Potência Reativa
n O segundo termo da equação da potência instantânea acima, tem valor médio igual a zero, visto seguir uma variação senoidal. O valor máximo desse termo é denominado de potência reativa (Q), que é, portanto, dada por:
Q=V*I*sen φ
n Essa definição se aplica apenas a sinais senoidais.
Fator de potência Fator de potência
n Em face das definições acima, existe uma relação matemática entre as potências aparente, ativa e reativa.
Essa relação pode ser visualizada pelo triângulo das potências :
Q S
P
S 2 =P 2 +Q 2
φ
n O cosseno do ângulo φ no triângulo das potências ( defasagem entre V(t) e I(t) ) é denominado fator de potência.
FP=cos φ
SINAIS NÃO-SENOIDAIS SINAIS NÃO-SENOIDAIS
n O aumento do número de equipamentos eletrônicos na indústria, edifícios comerciais e mesmo nas residências tem provocado um aumento crescente dos problemas nas redes elétricas devido à inserção de cargas não- lineares no sistema;
n Em razão disso constata-se a geração de tensões não- senoidais, transitórios e outros disturbios.
n Sinais elétricos não-senoidais podem ser decompostos em componentes harmônicos;
n A figura no próximo slide mostra um gráfico de um
sinal de corrente com forte distorção harmônica.
FORMA DE ONDA DE CORRENTE FORMA DE ONDA DE CORRENTE
n
O terceiro, quinto e sétimo harmônicos estão todos em sincronismo em 90° e 270° e se somam para formar a onda completa.
POTÊNCIA ATIVA DE SINAIS NÃO-SENOIDAIS
POTÊNCIA ATIVA DE SINAIS NÃO-SENOIDAIS
n Potência ativa só é gerada por tensões e correntes de mesmas freqüências;
n Assim, para sinais periódicos, a potência ativa total é a soma da potência ativa gerada pelas harmônicas:
∑ ∞
=
ϕ +
=
1 k
k k o
o U U I cos
kI P
n Os instrumentos utilizados nessas medições são apenas
aqueles capazes de medir esse somatório
POTÊNCIA REATIVA DE SINAIS NÃO-SENOIDAIS
POTÊNCIA REATIVA DE SINAIS NÃO-SENOIDAIS
n O cálculo e mesmo a própria definição da potência reativa harmônica é controversa.
n Uma das expressões utilizadas para calcular essa grandeza é:
∑ ∞
=
ϕ
=
1 k
k
k I sen
kU Q
POTÊNCIA APARENTE DE SINAIS NÃO-SENOIDAIS POTÊNCIA APARENTE DE
SINAIS NÃO-SENOIDAIS
n A potência aparente é dada por:
∑ ∑ ∞
=
∞
=
=
=
0
k k 0
2 k 2
k U
U UI
S
n Com base nas definições dadas até aqui, pode se concluir que a potência aparente para sinais com harmônicos pode ser calculada por:
2 2
2 Q D
P UI
S = = + +
POTÊNCIA DE AUDIO POTÊNCIA DE AUDIO
n O valor da potência de saída de amplificadores de audio tem, muitas vezes, sido expresso de maneira ambígua
n Dentre as unidades para expressar essa gradeza são usadas:
u
Watts rms com 1% de DHT
u
Watts rms com 5% de DHT
u
Watts de pico (máximo)
u
Watts de pico-a-pico
u
Potência musical
n A capacidade do amplificador de mover o cone do autofalante, rigorosamente, pode ser expressa somente pelos Watts-rms
u
considere um amplificador conectado a uma carga de 8W que com uma DHT de 1% ele apresenta uma tensão de saída de 14V ac
4Watts rms a 1% é P=(E
rms)
2/R=24,5 W
4Watts de pico-a-pico P=(2* √ 2* E
rms)
2/R=196 W
Instrumentos para Medição Instrumentos para Medição
n Instrumentos Eletromecânicos;
n Instrumentos eletrônicos
u Wattímetro com multiplicador analógico;
u Wattímetro com multiplicador de divisão de tempo;
u Wattímetro digital
n Wattímetro com dispositivo de efeito Hall;
n Wattímetro a termopar
Instrumentos Eletromecânicos Instrumentos Eletromecânicos
n Inst. eletrodinâmico sem núcleo de ferro ( maior exatidão );
n Inst. eletrodinâmico com núcleo de ferro ( para paineis );
R
iI
I
zI
vR
vU
gU Z
B 1 2 A
1 - bobina de campo fixa (corrente);
2 - bobina móvel (de potencial);
Ri - Resistência da bobina de corrente;
Rv - Resistência da bobina de tensão;
I - corrente na bobina de corrente;
I
v- corrente na bobina de tensão. I
v=U/R
v;
θ
medioT
k T I I
vd t
= ∗
11 ∫
0∗ ∗ ⇒ θ
medio= ∗ k 2 U e f ∗ ∗ I e f cos ϕ
Nota: O erro da medição varia com a tangente do ângulo φ.
MEDIDORES ELETRÔNICOS MEDIDORES ELETRÔNICOS
n Nos medidores eletrônicos o produto da tensão pela corrente e o valor médio são obtidos através de meios eletrônicos;
n Existem trés tipos de multiplicadores:
u Analógico;
u Híbrido;
u Digital;
Instrumento com Múltiplicador Analógico
Instrumento com Múltiplicador Analógico
n Os sinais são multiplicados em formato analógico (por meio de um circuito baseado ou em amplificadores logarítimicos ou de transcondutância );
n No esquema abaixo o multiplicador analógico ( x K) faz o produto da tensão U x (t), através da impedância Z, pela tensão U y (t)=R * i(t), obtendo a tensão u
k(t):
u t
k( ) = ∗ k U t
x( ) ∗ U t
y( ) = ∗ ∗ k R U t
x( ) ∗ i t ( )
n A tensão u
k(t) é aplicada na entrada do filtro PB, resultando:
U K R
T U t i t dt cP
s x
T
= ∗ ∗ ∗ 1 ∫
0( ) ∗ ( ) ∗ =
Circuitos - Wattímetro com multiplicador analógico Circuitos - Wattímetro com
multiplicador analógico
i(t) U
x(t)
U
y(t)
x y
K
Z
R
V
U
s=cP
U
kInstrumento com multiplicador por divisão de tempo
Instrumento com multiplicador por divisão de tempo
n Esse é um outro tipo de multiplicador analógico. O
multiplicador é implementado através do multiplicador por divisão de tempo, mostrado na figura seguinte;
n Nesse método, uma onda quadrada de período constante T g =t 1 +t 2 e amplitude e ciclo de trabalho determinado pelas tensões de entrada u x (t) e u y (t);
n A tensão u g (t) do gerador de sinais tem forma triangular;
n Se T g é muito menor do que o período do sinal a ser medido, as tensões u x (t) e u y (t) podem ser consideradas constantes durante o tempo T g .
Diagrama do Instrumento Diagrama do Instrumento
C
Gerador u
y(t) u
x(t)
u
g(t) u
s(t)
-1 R
R
u
m(t)
u
su
y(t)
u
g(t) t
t u
su
m(t)
t
1t
2Faixa de frequência de operação:
200 Hz - 20 kHz
Erro típico:0,1% - 0,2%Equações do Wattímetro Equações do Wattímetro
u t U
T t
g
go g
( ) = 4
para 0 t T 4
≤ ≤
gNesse caso t T u T
U
g y g
go
2
2
4 4
= ∗ −
Consequentemente t t T
U g u
go y 1 − = 2
( ) ( )
U
sT u t dt k u t dt u t d t k u t t
g x x x
t t t t
x
T
= ∗ = ∗ ∗ + − ∗
= ∗ ∗ −
∫ ∫ ∫
+1
0
1 2 1
1 0
1 2
( ) ( ) ( )
U s = ∗ ∗ k u x u y
A tensão de saída é:
Instrumento Digital Instrumento Digital
n Nesse tipo de instrumento os sinais de tensão e corrente são amostrados a uma freqüência f s ;
n O valor médio é obtido pela soma ponto a ponto do produto das duas grandezas de acordo com a equação abaixo:
P N u
ki
kk N
= ∗
∑
=1 PLL
1ADC
ADC
µP Display
u(t)
i(t)
Condições de Operação Condições de Operação
n Pode ser mostrado que um mínimo de 3 amostras de cada uma das grandezas é necessário para que o valor calculado da potência represente adequadamente o sinal de saída;
n Para esse tipo de instrumento o componente mais
importante são os conversores A/D, especialmente o do sinal de corrente
u a tensão proporcional à corrente a ser medida é de baixa amplitude, requerendo assim um conversor A/D de elevado número de bits
CONVERSOR A/D ∆−Σ CONVERSOR A/D ∆−Σ
n
A figura ao lado mostra um exemplo de um conversor A/D de dois canais usado em instrumentos digitais para medição de potência e grandezas associadas em circuitos trifásicos
n
É preciso notar que
estes conversores são
precedidos de
dispositivos
condicionadores de
sinais.
Instrumento com dispositivo de efeito Hall
Instrumento com dispositivo de efeito Hall
n O dispositivo Hall é constituido de uma fina pastilha semicondutora;
n A tensão de saída no dispositivo u
H(t) é proporcional ao produto de duas grandezas variaveis no tempo:
U
H( ) t = C
H∗ i t ( ) ∗ B t ( )
CH - coeficiente de Hall;
B - indução magnética;
i(t) - corrente através do elemento;
B(t) I U
gR
Z B
U
H VDispositivo Hall
i(t)
i
x(t)
n A deflexão do instrumento é proporcional à potência criada pela fonte de tensão U x (t)=a * i(t) e pela corrente i x (t) =b * B(t), onde a e b são fatores de proporcionalidade:
∫
∫ ∗ ∗ = ∗ ∗ ∗
=
T
0 T
0
dt ) t ( B ) t ( T i b 1 a dt ) t ( i ) t ( T u
P 1
x xP a b C U
H
= ∗ H
n
Substituindo o produto i(t)*B(t) pelo valor dado na primeira equação em função de u
H(t), na equação acima, obtém-se:
u
onde U
Hé o valor médio de u
H(t)
Instrumento a Termopar Instrumento a Termopar
n Toda vez que a energia elétrica é dissipada em uma resistência, ocorre a geração de calor.
u
Isso pode ser usado para a construção de um instrumento para med ição de potência a partir da determinação da elevação de temperatura.
n A potência dissipada é proporcional ao valor eficaz da tensão aplicada de acordo com a seguinte equação:
u(t)
V
iA(t) iB(t)
i(t) R
sZ R
vai(t)
bu(t) bu(t)
UA UB
V=UA-UB
A B
Instrumento a Termopar Instrumento a Termopar
n
As correntes do termopar são dadas por
(
2B)
2 A T
2 B T
2
A
I I
ab 4 dt 1 ) t ( i dt ) t ( T i 1 ab 4
P 1 = −
−
∗
= ∫ ∫
n
Na figura A e B são dois termopares com características identicas: U=kI
2n
i
Ae i
Bsão as correntes instantâneas pelo termopar e i(t) e u(t), respectivamente a corrente e a tensão na carga
n
A potência ativa é o valor médio da potência instantânea. Assim,
∫
=
⇒
=
T
0 ) t ( )
t ( ) t ( ) t
(
p
T P 1 i u p
) t ( bu ) t ( ai ) t ( i e ) t ( bu ) t ( ai ) t (
i
A= +
B= −
n
Conseqüêntemente, a corrente e tensão na carga será:
b 2
i u i
e a 2
i
i
(t)= i
A(t)+
B(t) (t)=
A(t)− B(t)n
Substituindo o resultado na primeira equação acima, tem-se:
n I A e I B na equação acima são respectivamente o valor eficaz da corrente que passa pelo termopar A e pelo termopar B.
n Devido às correntes I
Ae I B , aparece na outra extremidade dos termopares as tensões contínuas U
Ae U B.
n Considerando as propriedades dos termopares:
( U
2AU
2B)
ab 4
P = 1 −
2 B B 2
A