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CARRAPATOS EM AVES SELVAGENS DA RESERVA ECOLÓGICA DO CLUBE DE CAÇA E PESCA ITORORÓ, UBERLÂNDIA, MINAS GERAIS

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CONVÊNIOS CNPq/UFU & FAPEMIG/UFU Universidade Federal de Uberlândia Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação DIRETORIA DE PESQUISA COMISSÃO INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA 2008 – UFU 30 anos

1 - Marcus do Prado Amorim: Graduação em Medicina Veterinária/ Jamile de Oliveira Pascoal: Pós-graduação em Medicina Veterinária/ Maria Marlene Martins Olegário: Pós-graduação em Medicina Veterinária; 2 - Matias Pablo

CARRAPATOS EM AVES SELVAGENS DA RESERVA ECOLÓGICA DO CLUBE DE CAÇA E PESCA ITORORÓ, UBERLÂNDIA, MINAS GERAIS

Marcus do Prado Amorim¹

Faculdade de Medicina Veterinária(FAMEV) - Av. Pará, 1720/ Campus Umuarama – Bloco 2T marcuspradoamorim@hotmail.com

Jamile de Oliveira Pascoal¹

Faculdade de Medicina Veterinária(FAMEV) jamileopascoal@yahoo.com.br

Maria Marlene Martins Olegário¹

Faculdade de Medicina Veterinária (FAMEV) M06martins@yahoo.com.br

Matias Pablo Juan Szabó²

Faculdade de Medicina Veterinária (FAMEV) szabo@famev.ufu.br

Celine de Melo²

Instituto de Biologia (INBIO) – Campus Umuarama, Bloco 2D-sala 28 celinemelo@gmail.com

Resumo: Carrapatos são ectoparasitos que infligem lesões cutâneas em seus hospedeiros, são dotados de alta capacidade espoliadora e são notáveis vetores de agentes de doenças infecciosas para animais e seres humanos. . No Brasil informações disponíveis sobre carrapatos concentram- se sobre as espécies parasitas de animais domésticos enquanto aquelas de animais selvagens, principalmente aves, são escassas e fragmentadas. Um passo inicial para o melhor conhecimento destes parasitos no território nacional é sua coleta em seu local de origem acompanhado de uma descrição do ambiente da captura e que permita correlações com preferências e necessidades que determinem o estabelecimento de cada carrapato nos diversos nichos ecológicos. Baseados nos expostos o presente estudo teve por objetivo realizar um levantamento sobre a fauna de carrapatos e avaliar sua importância em aves selvagens em uma área de Cerrado do Triângulo Mineiro, a Reserva Ecológica do Clube de Caça e Pesca Itororó. Este projeto pretende também associar as espécies de carrapatos encontradas com comportamento das espécies de aves parasitadas, especialmente dos hábitos de deslocamento e alcance, para determinar a possibilidade de difusão do ectoparasito e eventuais agentes infecciosos que estes possam albergar.

Palavras-chave: carrapatos, aves, cerrado, sazonalidade.

1. INTRODUÇÃO

Os carrapatos ixodídeos são ectoparasitas obrigatórios, cuja sobrevivência depende de

mecanismos para localizar, fixar-se e alimentar-se em hospedeiros vertebrados. Por sua total

dependência do sangue e tecidos de seus hospedeiros, os carrapatos atuam como vetores de uma

série de agentes infecciosos(Cupp, 1991).

(2)

Entre os diversos ectoparasitos de aves as formas imaturas de carrapatos são de grande importância e, em uma escala mais reduzida, a ocorrência também dos adultos (Arzua et al., 1999, Evans et al., 2000, Barros-Battesti, 2003). Os carrapatos espoliam as aves e também aproveitam a mobilidade destes hospedeiros para sua difusão geográfica. Esta difusão se constitui em um problema sério se os carrapatos transportados pelas aves albergam e são vetores de agentes infecciosos.

O Cerrado é a maior, a mais rica e, provavelmente, a mais ameaçada savana tropical do mundo (Silva; Bates 2002). Recentemente considerou-se o mesmo um ecossistema mais ameaçado do que a floresta Amazônica (Marris, 2005). O cerrado possui alto endemismo em relação à flora, sendo que a diversidade de espécies de vertebrados também é consideravelmente alta, estando em quarto lugar no mundo em diversidade de aves.

Baseado nos expostos o presente estudo tem por objetivo realizar um levantamento sobre a fauna de carrapatos e avaliar sua importância em aves selvagens em uma área de Cerrado do Triângulo Mineiro, a Reserva Ecológica do Clube de Caça e Pesca Itororó. Este projeto pretende também associar as espécies de carrapatos encontradas com comportamento das espécies de aves parasitadas, especialmente dos hábitos de deslocamento e alcance, para determinar a possibilidade de difusão do ectoparasito e eventuais agentes infecciosos que estes possam albergar.

2. METODOLOGIA E RESULTADOS

Neste documento estão definidos todos os estilos que devem ser utilizados pelos autores.

Desta forma, este arquivo pode ser utilizado como modelo para a elaboração do trabalho completo.

2.1 ÁREA DE ESTUDO

Este projeto está sendo desenvolvido na Reserva Ecológica do Clube de Caça e Pesca Itororó (18°55'23”S e 48°17'19”W) situada a 10 km do centro de Uberlândia (MG). Nesta área há fisionomias savânicas, campestres e florestais.

2.2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Captura e anilhamento de aves

As aves foram capturadas com redes ornitológicas (redes de neblina) de 12x2,6m, dispostas em um transector linear de 300m. As redes foram abertas nas primeiras horas do dia e fechadas ao fim da manha, com uma duração média de seis horas por dia. Para identificação específica foi utilizada literatura específica (Ridgely & Tudor, 1989; Sick, 1997). Todos os indivíduos capturados foram pesados e medidos. As espécies de aves identificadas receberam anilhas metálicas cedidas pelo CEMAVE/IBAMA. Aquelas sem possibilidade de identificação imediata foram fotografadas para possível identificação posterior. Para a captura, identificação e anilhamento de aves o projeto tem colaboração de um grupo de pesquisa do Instituto de Biologia da Universidade Federal de Uberlândia composta pelos professores Celine de Melo e Oswaldo Marçal bem como das pesquisadoras Khelma Thorga e Graziela Virginia Tolesano Pascoli (solicitado bolsa de apoio técnico para a FAPEMIG).

Carrapatos em Vida livre Carrapatos em vida livre no ambiente foram coletados em quatros áreas. As coletas foram realizadas com cinco armadilhas de CO 2 e arraste de flanela por aproximadamente 200 m em cada área. As áreas escolhidas incluíram uma vereda, mata ciliar e duas áreas de cerrado.

Armadilha de Gás Carbônico

(3)

A armadilha de CO 2 consiste de um tecido branco de aproximadamente 40x40 cm com uma fita dupla face aderida em todo seu perímetro, distando aproximadamente um (1) cm das bordas. No centro deste tecido são colocados aproximadamente, 100 gramas de gelo seco. O gelo seco emite CO 2 de forma constante e atrai carrapatos a uma distância de dois metros. Estas armadilhas foram colocadas em locais com evidência de passagem (trilhas) ou permanência de animais selvagens (tocas, ninhos). Após uma a duas horas as armadilhas foram recolhidas com os carrapatos aderidos.

Arraste de flanela

O arraste de flanela foi realizado com uma flanela de cor clara com um (1) m de largura por dois (2) m de comprimento sobre a vegetação. A cada 10 metros as flanelas eram inspecionadas para verificar a presença de carrapatos presos no tecido felpudo.

Animais domésticos

Para detectar uma possível infestação com carrapatos do meio selvagem animais domésticos de quatro propriedades vizinhas á reserva foram inspecionados. Sítio Tio Afonso, Estância São Lucas, Setor Bom Jardim 05 (chácara) e Setor Bom Jardim sem número (propriedade do Sr.

Dagmar).

Identificação dos Carrapatos Coletados

Carrapatos capturados foram levados vivos ao laboratório para possível identificação sob lupa estereoscópica, segundo critérios morfológicos e chave dicotômica (Onofrio et al., 2006).

Carrapatos adultos foram armazenados em frascos de vidro devidamente identificados e contendo álcool 70 GL.

Dada a ausência de chaves completas para a identificação dos estágios imaturos dos carrapatos (larvas e ninfas) neotropicais, estes foram alimentados em laboratório até tornarem-se adultos, para permitir identificação precisa. Os instares foram alimentados em coelhos ou pintinhos, de acordo com Szabó et al. (1995) e Pinter et al. (2002). Os carrapatos foram liberados em câmaras de alimentação fixadas no dorso dos coelhos recém depilados e que nunca tiveram contato com carrapatos.

As formas imaturas de carrapatos alimentadas e desprendidas dos hospedeiros (ingurgitadas) foram recolhidas para sofrerem ecdise em dessecadores acondicionados em estufas B.O.D. com temperatura média de 27°C, 85% de umidade relativa e escuro constante. Todos os carrapatos que sobreviveram a esse processo de criação, chegando à fase adulta, foram identificados ao nível de espécie.

2.3. RESULTADOS Inverno de 2007

A primeira visita foi realizada em agosto de 2007. Nas quatro áreas analisadas foram capturadas apenas duas ninfas no cerrado. Uma ninfa morreu antes da alimentação em coelho e permaneceu como Amblyomma sp. A outra foi identificada como A. cajennense após alimentação em coelho e ecdise (Tabela 1).

Primavera de 2007

(4)

A segunda visita à reserva ecológica foi realizada em novembro de 2007. Nas quatro áreas analisadas foram encontrados 2 adultos, 1 ninfa e dois bolos de larvas. As larvas foram coletadas em capim Brachiaria decumbens ao lado do cerrado e morreram antes de serem alimentadas, mas as características do hipostômio eram de Boophilus microplus. Um adulto de Amblyomma dubitatum foi localizado na vereda e na mata ciliar uma ninfa e um adulto de A. cajennense (Tabela 1).

Verão de 2008

A terceira visita à reserva ecológica foi realizada em 29 de janeiro de 2008. Nas quatro áreas analisadas foram encontrados dois machos e uma fêmea de Amblyomma cajennense (Tabela 2).

Outono de 2008

A quarta visita à reserva ecológica foi realizada em 16 de maio de 2008. Nas quatro áreas analisadas foi encontrado um bolo de larvas pela técnica de arraste. Essas larvas ainda estão em processo de alimentação em coelhos (Tabela 2).

Tabela 01. Carrapato em vida livre coletados na reserva ecológica do Clube Caça e Pesca Itororó, Uberlândia, Minas Gerais, 2007.

Pontos de captura

fitofisionomia carrapatos coletados

data inverno/2007

31/08

primavera/2007 23/11

01 cerrado

02 vereda 1 ninfa de A. sp

1 ninfa de A.

cajennense

1 adulto de A. dubitatum

03 mata ciliar 1 ninfa e 1 adulto de A.

cajennense e larvas de B.

microplus

04 cerrado larvas de B. microplus

Tabela 02. Carrapato em vida livre coletados na reserva ecológica do Clube Caça e Pesca Itororó, Uberlândia, Minas Gerais, 2008.

Pontos de captura

fitofisionomia carrapatos coletados

data verão/2008

29/01

outono/2008 16/05

01 cerrado 1 fêmea de

A.cajennense

Bolo de larvas de Amblyomma sp

02 vereda 2 machos de A.

cajennense

(5)

03 mata ciliar 04 cerrado

Animais domésticos

Foram realizadas visitas em quatro chácaras periféricas à reserva ecológica. A primeira coleta ocorreu em 19 de outubro de 2007 e em duas propriedades. Na primeira chácara (Estância São Lucas) foram coletados carrapatos em um eqüino e três cães inspecionados não apresentaram carrapatos. No equino foram encontrados carrapatos da espécie Anocentor nitens e B. microplus. Na segunda chácara (Sítio do Tio Afonso) foram coletados carrapatos em um cão (R. sanguineus), 2 equinos (A. nitens) e dois bovinos (B. microplus). Nesta última propriedade em dois cães não foi encontrado carrapato.

A segunda coleta em animais domésticos ocorreu em 18 de dezembro de 2007 e foi realizada em outras duas chácaras. Na chácara 05 do Setor Bom Jardim foi encontrado apenas um adulto de R. sanguineus em um cão. Este animal permanecia confinado por um alambrado. Na segunda propriedade (Setor Bom Jardim do Sr. Dagmar) encontrou-se apenas um carrapato em um cão, identificado posteriormente como A. cajennense. Em outros dois cães e dois eqüinos da mesma propriedade não se encontrou nenhum carrapato. Os cães não eram restritos por cercados e perambulavam por extensa área. Deve-se ressaltar, porém, que os animais eram constantemente tratados contra ectoparasitas.

A terceira coleta em animais domésticos ocorreu em 20 de junho de 2008 e foi realizada em 04 chácaras. A chácara 05 do Setor Bom Jardim foi substituída por uma outra no mesmo setor propriedade de Rossana. Nessa propriedade vive apenas um cão, e não foi verificada a presença de carrapato no mesmo. Na segunda propriedade (Sr. Dagmar) três cães foram avaliados e apenas um deles tinha carrapatos, nesse cão foram coletadas ninfas que até o momento não foram identificadas.

Nessa mesma propriedade também foram coletados carrapatos de bovinos que foram identificados como B. microplus. Dois equinos foram avaliados, porém não se observou a presença de carrapatos nos mesmos. Na terceira propriedade (Estância São Lucas) foram avaliados cães, bovinos (à distância) e eqüinos (à distância), e visualmente notamos a presença de carrapatos em apenas dois bovinos. Na quarta propriedade (Sítio Tio Afonso) foram avaliados um cão, dois eqüinos e um bovino. Apenas no bovino foi detectada a presença de carrapatos, sendo oito fêmeas e um macho de B. microplus.

Carrapatos em aves

A captura das aves foi feita no outono de 2008, totalizando nove visitas à reserva. Foram capturadas 84 aves, pertencentes a 23 espécies (uma não foi identificada e na outra se identificou somente o gênero). Em apenas sete dessas aves se observou a presença de carrapatos. Foram encontradas, duas ninfas ingurgitadas que foram identificadas posteriormente como Amblyomma nodosum em dois exemplares da espécie Elaenia cristata; duas ninfas ingurgitadas identificadas como Amblyomma sp em duas aves da espécie E. chiriquensis; Uma ninfa ingurgitada (Amblyomma sp) em uma Turdus amaurochalinus; uma ninfa semi-ingurgitada (não identificada) em uma T. cayana;

e uma ninfa ingurgitada (identificada como A. nodosum após ecdise) em um exemplar da espécie E.

obscura.

(6)

Tabela 05. Captura das aves e coleta de carrapatos nas mesmas na reserva ecológica do Clube Caça e Pesca Itororó, Uberlândia, Minas Gerais, durante o outono de 2008.

Espécie Número de aves capturadas

Número de aves infestadas

Número de carrapatos/estágio

Identificação dos carrapatos C. gujanensis 09

T.

amaurochalinus

04 01 01 ninfa Amblyomma sp

E. cristata 06 02 02 ninfas A. nodosum

(1M e 1F) C. cucullatus 01

H. tyranullus 01

E. chiriquensis 16 02 02 ninfas Amblyomma sp

S. maximus 02 S. atricollis 07 A. fimbriata 01 T. leucomelas 04 Phac. ruber 01

T. cayana 04 01 01 ninfa Não

identificada E. macroura 03

C. talpacoti 01

E. obscura 06 01 01 ninfa Amblyomma

nodosum (1F) E. flavogaster 05

L. angutirostris 01 S. melanopis 01 P. albosquamatus 01 M. fasciatus 01 M. saturninus 05 L. verreauxi 01 S. ruficapillus 01

2.4. DISCUSSÃO

(7)

Os resultados obtidos são apenas parciais e impedem uma discussão sem especulações em demasia. Identificou-se, até o momento, seis espécies de carrapatos; Amblyomma cajennense, Amblyomma dubitatum, Amblyomma nodosum, Boophilus microplus, Rhipicephalus sanguineus e Anocentor nitens. Destes apenas uma espécie, o A. nodosum foi encontrado em aves.

O carrapato B. microplus parasita bovinos preferencialmente, no entanto, outros animais podem servir de hospedeiros para essa espécie. Quando ocorre alta infestação em gado, este carrapato pode, eventualmente, parasitar humanos durante a manipulação do animal (BARROS- BATTESTI et al., 2006). O encontro desta espécie de carrapato indica que bovinos tiveram acesso á reserva em um passado recente. A presença de bovinos foi também notada pela localização de fezes ressecadas.

O A. cajennense é um carrapato mantido no ambiente por eqüinos, capivaras, antas e suídeos selvagens. O carrapato A. cajennense em cães de propriedade do entorno indica, portanto, que este animal andou ou por pastos de eqüinos ou em áreas naturais.

Outro carrapato encontrado nesse estudo foi o Anocentor nitens. Essa espécie é conhecida como carrapato-tropical-do-cavalo e parasita habitualmente a orelha de eqüinos, muares, asininos, e eventualmente, bovinos, caprinos, cães, cervídeos e felídeos silvestres (BARROS-BATTESTI et al., 2006).

O carrapato R. sanguineus é conhecido por parasitar cães domésticos. As infestações por essa espécie ocorrem, quase que exclusivamente, em cães domésticos, que não parecem desenvolver resistência aos carrapatos, sendo comuns as einfestações. Por outro lado, roedores e, especialmente, cobaias apresentam forte resistência ao carrapato após a primeira infestação. Carnívoros silvestres, se em cativeiros ou vivendo em áreas frequetadas por cães, podem servir de hospedeiros. Nos cães, as regiões anatômicas mais infestadas são as orelhas, pescoço, dorso, cabeça e espaços interdigitais (BARROS-BATTESTI et al., 2006).

O carrapato Amblyomma dubitatum foi encontrado em uma das visitas à reserva, em uma armadilha de gelo seco. Essa espécie parasita quase que exclusivamente capivaras (BARROS- BATTESTI et al., 2006). Seu encontro na reserva indica a presença de capivaras na área amostrada.

Os experimentos em laboratório com os ninhos serviram para avaliar a capacidade de localização de carrapatos, particularmente das formas imaturas de dimensões muito pequenas, nos ninhos. Percebeu-se nestes que há uma chance de 72% de localizar formas imaturas, desde que sejam espécies que são atraídas pelo CO 2 . A inspeção visual, por outro lado, pode completar estas observações. Dessa forma é possível imaginar que os cinco ninhos examinados ou não tivessem carrapatos, tivessem muito poucos carrapatos ou espécies de carrapatos não atraídos pelo CO 2 .

Durante a coleta de carrapatos nas aves encontrou-se somente ninfas. Isso sugere que as aves

atuam como hospedeiros intermediários de carrapatos ajudando na dispersão de formas imaturas. Dos

carrapatos coletados somente três chegaram ao estágio adulto, sendo identificados como Amblyomma

nodosum. Outros dois morreram antes de atingir o estágio adulto, sendo identificado somente o

gênero (Amblyomma sp). Os carrapatos do gênero Amblyomma sp parasitam diversos animais

domésticos e silvestres, e suas formas imaturas já foram descritas em aves silvestres em diversos

trabalhos. Porém não foram encontrados adultos desse gênero nas aves, o que mostra que esse

carrapato pode parasitar um hospedeiro diferente em cada estágio. A espécie Amblyomma nodosum é

conhecida por parasitar tamanduás, e na área estudada já foi relatada a presença dos mesmos. Isso nos

remete a possibilidade de um ciclo de vida para essa espécie, que pode parasitar aves nos estágios

imaturos e posteriormente parasitar tamanduás no estágio adulto. Entretanto esse ciclo não é muito

bem conhecido.

(8)

Ainda não é possível obter uma relação entre os carrapatos capturados nas aves com os capturados no ambiente e animais domésticos. A coleta de aves começou recentemente por motivos já citados. Muitas capturas de aves ainda serão realizadas, e assim uma discussão mais embasada será feita relacionando os carrapatos encontrados nas aves, no ambiente e nos animais domésticos.

2.5. CONCLUSÃO

Devido ao fato de o trabalho estar em andamento, ainda não concluimos a pesquisa.

3. AGRADECIMENTOS

Agradeço aos órgãos de fomento que incentivam a pesquisa.

4. REFERÊNCIAS

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TICKS IN WILD BIRDS OF RESERVE NATURAL OF THE “CLUBE DE CAÇA E PESCA ITORORÓ, UBERLÂNDIA, MINAS GERAIS.

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Faculdade de Medicina Veterinária(FAMEV) - Av. Pará, 1720/ Campus Umuarama – Bloco 2T marcuspradoamorim@hotmail.com

Jamile de Oliveira Pascoal¹

Faculdade de Medicina Veterinária(FAMEV) jamileopascoal@yahoo.com.br

Maria Marlene Martins Olegário¹

Faculdade de Medicina Veterinária (FAMEV) M06martins@yahoo.com.br

Matias Pablo Juan Szabó²

Faculdade de Medicina Veterinária (FAMEV) szabo@famev.ufu.br

Celine de Melo²

Instituto de Biologia (INBIO) – Campus Umuarama, Bloco 2D-sala 28

celinemelo@gmail.com

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Abstract: Ticks are ectoparasites that inflict skin lesions on their hosts, are endowed with high spoliating capacity and are notable vectors of agents of infectious diseases in animals and humans.

Because of its importance in animal and human health, knowledge of their distribution, biology and techniques of effective control is essential. In Brazil information available about ticks are focusing on species of parasites of domestic animals while those of wild animals, especially birds, are scarce and fragmented. An initial step to better understanding of these parasites in the national territory is its collection in their place of origin accompanied by a description of the environment of the catch, allowing correlation with preferences and needs that determine the establishment of each tick in different ecological niches. Based on the exposed this study aimed to carry out a survey on the fauna of ticks and assess their importance in wild birds in an area of Cerrado of Triângulo Mineiro, the Natural Reserve of the Club of Hunting and Fishing Itororó. This project also aims to link the species of ticks found with behavior of species of birds parasitized, especially the habits of displacement and reach, to determine the possibility of spread of the ectoparasite and any infectious agents that they can accommodate.

Keywords: ticks, birds , cerrado, seasonality.

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