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RELAÇÕES BILATERAIS DO BRASIL COM OS PAÍSES DA AMÉRICA DO SUL

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RELAÇÕES BILATERAIS DO BRASIL COM OS PAÍSES DA AMÉRICA DO SUL Os países que integram essa porção continental são: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela, além do território da Guiana Francesa.

BRASIL x ARGENTINA

A Argentina é um dos principais parceiros políticos e econômicos do Brasil. As relações bilaterais são estratégicas para a inserção do Brasil na região e no mundo. A construção de uma relação política de confiança e cooperação com a Argentina contribui para a constituição de um espaço regional de paz e de cooperação. Somadas, as capacidades de Brasil e Argentina representam cerca de dois terços do território, da população e do PIB da América do Sul.

O processo de aproximação política entre Brasil e Argentina, iniciado com a redemocratização dos dois países na década de 1980, esteve na base do projeto de integração sul- americana que levou à criação do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), em 1991. A crescente integração econômica bilateral tem fortalecido a economia e a indústria dos dois países. O capital brasileiro está presente em diversos setores da economia argentina, como siderúrgico, petrolífero, bancário, automotivo, têxtil, calçadista, de máquinas agrícolas, de mineração e de construção civil.

A presença de capitais argentinos no Brasil também é expressiva.

Em 2018, a corrente de comércio bilateral alcançou US$ 26 bilhões, com diminuição de 3,89% em relação ao ano anterior, em razão da redução das exportações brasileiras (US$ 15 bilhões, -15,1%) e aumento das importações de produtos argentinos (US$ 11 bilhões, +17,1%). No período, o Brasil somou superávit bilateral de US$ 3,9 bilhões (-52,33% em relação a 2017). A Argentina ocupa o terceiro lugar no destino das exportações brasileiras.

A forte dinâmica comercial bilateral, marcada pelo elevado percentual de produtos de alto valor agregado, tem importantes impactos em setores estratégicos das duas economias, sobretudo na indústria. Ressalta-se, entre as áreas beneficiadas pela parceira bilateral, o setor automotivo, que tem efeitos diretos e indiretos sobre o conjunto da economia brasileira, em campos tão diversos como mineração, siderurgia, metalurgia, química, petróleo e gás, além do setor de serviços (engenharia, mecânica, administração, propaganda e marketing, entre outros).

No plano político, a proximidade com a Argentina constitui pilar importante do esforço de construção de um espaço de paz e cooperação no entorno brasileiro. A alta densidade da cooperação política entre ambos os países se reflete nos frequentes encontros e visitas bilaterais em nível presidencial e ministerial. Nos últimos anos, diversos canais institucionais de diálogo foram reforçados, com destaque para: a realização de diversas reuniões da Comissão Bilateral de Produção e Comércio; a reativação do Comitê Permanente de Política Nuclear; a criação de Mecanismo de Coordenação Política, conduzido em nível de vice-chanceleres; e a retomada de foro de coordenação entre ministros de Relações Exteriores e de Defesa, em formato de Diálogo Político Militar. Brasil e Argentina são unidos por uma linha de fronteira que se estende por 1.261 quilômetros.

A política de integração fronteiriça constitui dimensão essencial da agenda de cooperação bilateral. A Comissão de Cooperação e Desenvolvimento Fronteiriço (Codefro), instalada em 2011, é a mais alta instância bilateral de deliberação de políticas binacionais para a fronteira e para encaminhamento das demandas suscitadas no âmbito dos Comitês de Integração

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Fronteiriça Brasil Argentina, que se reúnem anualmente nas localidades fronteiriças dos dois países.

Cronologia das relações bilaterais

1961 – Encontro de Uruguaiana, entre os presidentes Jânio Quadros (Brasil) e Arturo Frondizi (Argentina), no qual se assina o Convênio de Amizade e Consulta

1969 – Assinatura do Tratado da Bacia do Prata, por Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai

1972 – O presidente da Argentina, Alejandro Lanusse, visita o Brasil e assina com o presidente do Brasil, Emílio Médici, acordos bilaterais de integração física

1977 – Divergências sobre a Usina de Itaipu levam ao fechamento da fronteira entre Brasil e Argentina. São iniciadas conversas trilaterais para tratar da construção da usina

1979 – Brasil, Argentina e Paraguai assinam o Acordo Tripartite sobre Coordenação Técnico Operativa para o Aproveitamento Hidrelétrico de Itaipu e Corpus

1980 – Visita do presidente do Brasil, João Baptista Figueiredo, à Argentina. Desde 1935 um presidente brasileiro não visitava o país

1980 – O presidente da Argentina, Jorge Videla, visita o Brasil

1981 – Encontro entre os presidentes João Figueiredo e Roberto Viola na fronteira entre Brasil e Argentina, na cidade de Paso de los Libres

1982 – O Brasil se mantém neutro na Guerra das Malvinas, mas reconhece a soberania argentina sobre as ilhas

1985 – Tancredo Neves conclui seu périplo de presidente eleito na Argentina (fevereiro)

1985 – Início do processo de aproximação Brasil-Argentina. "Declaração de Iguaçu" é firmada pelos presidentes José Sarney e Raúl Alfonsín, na fronteira entre os países (30 de novembro)

BRASIL x URUGUAI

O Uruguai é um dos principais parceiros do Brasil na América do Sul. Os vínculos históricos, políticos e humanos entre os dois países permitem elevado grau de confiança mútua, que permeia todos os aspectos da relação bilateral. A cooperação entre os dois países é abrangente, perpassando os campos político, econômico, tecnológico, cultural e social.

A crescente integração econômica tem beneficiado a economia e a indústria dos dois países. Entre 2008 e 2018, a corrente de comércio bilateral elevou-se de US$ 2,6 bilhões para US$

4,2 bilhões.

Apenas no ano de 2018, o comércio bilateral cresceu 13,5%, com aumento das exportações (US$ 3 bilhões; +28,1%) e queda das importações brasileiras (US$ 1,2 bilhão; - 12,4%), resultando em aumento do superávit brasileiro (US$ 1,8 bilhão; +80,5%). Destaca-se, ainda, a importância dos investimentos brasileiros no Uruguai, particularmente em setores agroexportadores.

O relacionamento ganhou impulso renovado com criação do Grupo de Alto Nível Brasil - Uruguai (GAN), que se divide em seis subgrupos (integração produtiva; ciência, tecnologia e inovação; comunicação e informação; integração da infraestrutura de transportes; livre circulação de bens e serviços; e livre circulação de pessoas). Trata-se de iniciativa cujo intuito é formular e acompanhar projetos em áreas estratégicas do relacionamento bilateral.

A I Reunião Plenária do GAN (julho de 2013) aprovou o Plano de Ação para o Desenvolvimento Sustentável e a Integração Brasil - Uruguai, documento que contempla 40 ações

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de caráter estratégico no curto, médio e longo prazos. O trabalho dos subgrupos do GAN permitiu, entre outros resultados concretos, a assinatura do Acordo sobre Residência Permanente com o Objetivo de Alcançar a Livre Circulação de Pessoas, que estabelece um mecanismo simplificado para a concessão da residência permanente a nacionais brasileiros e uruguaios que queiram fixar moradia no outro país. O mencionado acordo entrou em vigor em 7 de julho de 2017.

A cooperação fronteiriça é ponto importante das relações bilaterais. A fronteira comum se estende por 1.069 quilômetros e abriga expressivo contingente populacional. Como mecanismo de formulação de políticas para a fronteira, destaca-se a Nova Agenda de Cooperação e Desenvolvimento Fronteiriço Brasil - Uruguai, que atua em coordenação com os níveis estadual/departamental e local dos governos brasileiro e uruguaio, buscando atender às demandas da população fronteiriça mediante políticas acordadas bilateralmente. Entre as medidas formuladas no âmbito da Nova Agenda, encontra-se o Projeto de Saneamento Integrado Aceguá - Aceguá, que utiliza aportes do Fundo de Convergência Estrutural do MERCOSUL (FOCEM) para criar sistemas de saneamento integrado entre as duas cidades gêmeas, evitando a duplicação de esforços e o desperdício de recursos.

A X Reunião de Alto Nível da Nova Agenda de Cooperação e Desenvolvimento Fronteiriço (X RAN) realizou-se em Brasília, em abril de 2016, em nível de vice-chanceleres.

Aprovou-se, na ocasião, o Plano Integrado de Trabalho para a Fronteira Brasil-Uruguai, que congrega iniciativas concretas para a melhoria da qualidade de vida da população fronteiriça.

Na área de integração física, destaca-se o projeto de construção da segunda ponte internacional sobre o rio Jaguarão, que visa à melhoria do tráfego internacional de transporte de carga e de passageiros entre Brasil e Uruguai. Outro projeto importante é a restauração do patrimônio histórico e arquitetônico da Ponte Internacional Barão de Mauá, entre as cidades de Jaguarão (Brasil) e Rio Branco (Uruguai), que foi inaugurada em 1930 e declarada patrimônio histórico do MERCOSUL em 2015. Deve-se mencionar, ainda, a coordenação entre os dois países na estruturação física e institucional da Hidrovia Uruguai-Brasil, que compreende as lagoas dos Patos e Mirim e seus afluentes.

Cronologia das relações bilaterais

1963– Acordo para a Criação de uma Comissão Mista para Aproveitamento da Lagoa Mirim

1975– Brasil e Uruguai concluem, em Rivera, Tratado de Amizade, Cooperação e Comércio

BRASIL x PARAGUAI

Brasil e Paraguai estabeleceram relações diplomáticas em 1844 com a designação de José Antonio Pimenta Bueno como encarregado de negócios brasileiro ante o governo de Assunção. Entre 1864 e 1870, enfrentaram-se Paraguai e Tríplice Aliança – integrada por Brasil, Argentina e Uruguai – no maior conflito armado entre países da América do Sul. Em 2020, serão celebrados cento e cinquenta anos do fim da Guerra do Paraguai, tendo o país vizinho se tornado parceiro fundamental do Brasil na região.

A construção de um relacionamento mutuamente benéfico e equilibrado com o Paraguai é primordial para a realização dos objetivos de promover a integração política, econômica e física do continente. A aproximação bilateral é prioritária para o Brasil e contribui para a estabilidade democrática e desenvolvimento econômico e social da região. Brasil e Paraguai são também parceiros de primeira hora no Mercosul: ambos são membros plenos e fundadores do bloco e trabalham juntos nos esforços em curso de realinhamento do bloco aos propósitos

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originais do Tratado de Assunção (democracia e direitos humanos), com ênfase na dinamização do mercado interno do bloco e no fortalecimento da agenda negociadora externa.

O Paraguai é um país com grande potencial de crescimento e de intensificação das relações econômicas com o Brasil. A dimensão de seu território é de aproximadamente 400 mil km² e a sua população de 7 milhões de habitantes. Brasil e Paraguai compartilham 1.339 quilômetros de fronteira – a quarta maior extensão de fronteira dentre os limites brasileiros.

Segundo dados do Fundo Monetário Internacional, o Paraguai cresceu 4,4% no ano de 2018, patamar acima da média regional.

O comércio exterior do Paraguai é altamente integrado e complementar ao dos países vizinhos, em especial ao do Brasil. O Brasil é, tradicionalmente, o principal parceiro comercial do Paraguai. Em 2018, absorveu mais de 30% do total das exportações paraguaias (considerada a energia de Itaipu não consumida pelo Paraguai e comprada pelo Brasil) e forneceu aproximadamente 22,5% de suas importações.

A aproximação entre Brasil e Paraguai acentuou-se com a construção da ponte da Amizade, sobre o Rio Paraná, inaugurada em 1965. Com essa ponte, o Paraguai conectou-se, por rodovia, ao oceano Atlântico, e teve acesso a mais uma opção competitiva para escoar sua produção, fator importante por se tratar de país mediterrâneo. Outro marco significativo foi a construção da hidrelétrica de Itaipu, oficialmente inaugurada em 1984. Itaipu Binacional é a maior geradora de energia limpa e renovável do planeta e responde por aproximadamente 15% da energia consumida no Brasil e 86,4% do consumo paraguaio.

Atualmente, Brasil e Paraguai buscam aprimorar a infraestrutura comum, com o financiamento, por meio de Itaipu Binacional, da Segunda Ponte sobre o Rio Paraná, entre Foz do Iguaçu (PR) e Presidente Franco, e da Ponte sobre o Rio Paraguai, entre Porto Murtinho (MS) e Carmelo Peralta.

Ambas as obras permitirão maior integração entre as economias e dinamizarão o comércio exterior na América do Sul. Brasil e Paraguai têm como prioridade conjunta o combate ao crime organizado transnacional.

Cientes de que as organizações criminosas ultrapassam fronteiras, os Governos mantêm estreita cooperação nas áreas de segurança e inteligência, tendo alcançado resultados positivos em apreensão de armas, prisões de criminosos e combate ao contrabando e ao tráfico de drogas. Entre 2002 e 2018, o fluxo de comércio bilateral elevou-se de US$ 942 milhões para US$ 4 bilhões, o que corresponde a um aumento de mais de 300%. No mesmo período, as exportações brasileiras para o Paraguai cresceram de US$ 559 milhões, em 2002, para US$ 2,9 bilhões, em 2018. Os fluxos de investimento entre Brasil e Paraguai têm-se ampliado nas últimas décadas, e há crescente interesse de empresas brasileiras em produzir no Paraguai. O Brasil já é o segundo país com maior estoque de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) no Paraguai, tendo alcançado US$ 970 milhões em 2018.

Os laços sociais e humanos que unem Brasil e Paraguai criam pontes de diálogo e trocas de experiência em diferentes áreas. A ampla comunidade brasileira que vive no país vizinho, estimada em 330 mil pessoas, constitui a segunda maior comunidade de nacionais no exterior.

Cronologia das relações bilaterais

1984 – Inauguração formal da hidrelétrica de Itaipu

1980 – Visita ao Paraguai do presidente Figueiredo, ocasião em que devolve documentos, peças históricas paraguaias e objetos pessoais de Solano López que se encontravam no Brasil

1979 – Assinatura do Acordo Tripartite sobre Coordenação Técnico-Operativa para o

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Aproveitamento Hidrelétrico de Itaipu e Corpus por Brasil, Argentina e Paraguai

1977 – Início das conversações tripartites entre Argentina, Brasil e Paraguai a respeito do aproveitamento energético do Rio Paraná

1975 – Visita do presidente Geisel a Assunção. Assinatura do Tratado de Amizade e Cooperação entre o Brasil e o Paraguai

1973 – Assinatura do Tratado de Aproveitamento Hidrelétrico do Rio Paraná entre o Brasil e o Paraguai para a Construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu (Tratado de Itaipu), por ocasião de visita do presidente paraguaio, Alfredo Stroessner. Aprovação do Estatuto da Itaipu Binacional

1969 – Assinatura, em Brasília, do Tratado da Bacia do Prata, por Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai

1966 – Assinatura, em Foz do Iguaçu, da Ata das Cataratas, ponto de partida da chamada “diplomacia das cachoeiras” na bacia do Prata

1965 – Inauguração da ponte da Amizade entre Brasil e Paraguai BRASIL x CHILE

As relações entre Brasil e Chile caracterizam-se pela intensidade e pelo dinamismo do intercâmbio comercial e empresarial. Na coordenação política, área em que ambos os países têm aprofundado sua articulação, o bom entendimento e a adoção de posições comuns têm sido frequentes tanto no âmbito regional quanto no multilateral.

Os investimentos bilaterais crescem ano a ano, beneficiando as economias e as sociedades dos dois países. O Brasil concentra o maior estoque de investimentos externos chilenos no mundo, que já ultrapassou a marca dos US$ 35 bilhões. As empresas chilenas que atuam no Brasil se distribuem por áreas tão distintas quanto papel e celulose, varejo e energia. O Brasil, por sua vez, registra investimentos na economia chilena de mais de US$ 4,5 bilhões, em setores como energia, serviços financeiros, alimentos, mineração, siderurgia, construção e fármacos. Em novembro de 2015, os dois países firmaram o Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos (ACFI).

O comércio entre Brasil e Chile já está praticamente todo liberalizado, ao amparo do Acordo de Complementação Econômica Mercosul-Chile (ACE-35). Em 2018, o Brasil foi o principal parceiro comercial chileno na América Latina, e o Chile, o segundo sócio do Brasil na América do Sul. O intercâmbio comercial bilateral, de acordo com dados do Ministério da Economia, foi de cerca de US$ 9,77 bilhões em 2018 – crescimento de 15% em relação a 2017. O superávit brasileiro teve alta expressiva, de 90%, com aumento das exportações (27%) e redução das importações (- 2%). Entre os principais produtos exportados ao Chile pelo Brasil encontram-se óleos brutos de petróleo, carnes, automóveis e tratores. O Brasil, por sua vez, importa do Chile principalmente derivados de cobre, salmão e vinhos.

Em 2018, Brasil e Chile assinaram importantes novos acordos comerciais bilaterais: o Protocolo de Compras Públicas, o Protocolo de Investimentos em Instituições Financeiras, que complementou o Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos (ACFI), e o Acordo de Livre Comércio (ALC). O ALC, que, uma vez em vigor, incorporará os demais instrumentos referidos, estabelece arcabouço normativo moderno e de amplo alcance, abrangendo temas de natureza não tarifária, como política de concorrência; facilitação de comércio; comércio eletrônico; questões sanitárias e fitossanitárias; gênero; meio ambiente; e assuntos trabalhistas.

No âmbito sul-americano, o Chile é parceiro fundamental do Brasil. Os dois países compartilham o entendimento de que as iniciativas de integração econômica regional em curso

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são convergentes e trabalham juntos para promover o diálogo entre a Aliança do Pacífico e o Mercosul.

Brasil e Chile têm interesse comum, também, em aprimorar a infraestrutura regional.

Entre os projetos nessa área, vale ressaltar o Corredor Rodoviário Bioceânico Porto Murtinho- portos do Norte do Chile. Em dezembro de 2015, à margem da Cúpula do Mercosul, os presidentes de Brasil, Argentina, Chile e Paraguai assinaram a Declaração de Assunção sobre Corredores Bioceânicos, atribuindo prioridade à construção do referido eixo logístico.

Na relação bilateral há, ainda, grande potencial de cooperação em ciência e tecnologia, em cooperação na Antártida e em matéria de defesa. Em agosto de 2018, em Brasília, os ministros das Relações Exteriores e da Defesa dos dois países presidiram a primeira Reunião do Diálogo Político Militar bilateral (Mecanismo 2+2) e firmaram protocolo sobre Intercâmbio de Dados e Serviços de Catalogação da Defesa.

Cronologia das relações bilaterais

1964–1973 – Expressivo número de militantes de esquerda brasileiros buscam asilo no Chile durante o regime militar no Brasil

BRASIL x COLÔMBIA

As relações entre Brasil e Colômbia vêm se fortalecendo nas últimas décadas. Terceira maior economia da América do Sul, a Colômbia é um importante destino de investimentos brasileiro: cerca de 102 empresas brasileiras estão estabelecidas na Colômbia, atuando em segmentos bastante diversificados, como agribusiness, financeiro, cosméticos, infraestrutura, siderúrgico e TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação). Nos últimos quatro anos, o número de empresas brasileiras instaladas no país vizinho dobrou, o que demonstra elevada confiança do setor privado no potencial da economia colombiana. Estudo da Apex-Brasil aponta a Colômbia como segundo destino de interesse para internacionalização de empresas brasileiras de pequeno e médio porte, atrás somente dos Estados Unidos.

Em 2015, foi assinado o Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos (ACFI), ratificado pelo Brasil em abril de 2018. Uma vez internalizado pela Colômbia, o ACFI contribuirá para a promoção do investimento e a geração de ambiente de negócios ainda mais confiável e amigável aos investidores dos dois países.

O Acordo de Complementação Econômica Colômbia-Mercosul (ACE 72), assinado em 2017 e em vigor desde 2018, representou avanço importante, ao incorporar o entendimento automotivo firmado em 2015 e ampliar a liberalização do comércio com a Colômbia para 97% da pauta tarifária, beneficiando especialmente os setores têxtil, siderúrgico e automotivo.

O comércio bilateral reflete a aproximação entre os dois países: o intercâmbio comercial entre Brasil e Colômbia alcançou US$ 4,53 bilhões em 2018, cerca de 15% superior ao registrado em 2017 (US$3,95 bi). A pauta de exportações brasileiras para a Colômbia é diversificada e composta, sobretudo, por produtos manufaturados. Entre os principais produtos exportados pelo Brasil estão automóveis, produtos laminados, planos de ferro ou aço, polímeros de etileno, propileno e estireno, preparações para elaboração de bebidas e pneus novos. Entre os principais produtos importados da Colômbia estão hulhas não aglomeradas, coques e semicoques de hulha, PVC, polímeros de etileno, propileno e estireno e inseticidas, formicidas e herbicidas.

O potencial inexplorado do comércio, no entanto, ainda é grande. Embora seja a terceira maior economia sul-americana, a Colômbia foi, em 2018, apenas o 19º destino das exportações brasileiras e o 24º país de origem das importações do Brasil. O Brasil vem negociando com o país vizinho iniciativas com o objetivo de facilitar o aproveitamento de todo o potencial do

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intercâmbio bilateral de bens, serviços e investimentos. Nesse sentido, foi assinado em julho de 2018 Acordo de Serviços Mercosul-Colômbia, e têm avançado as negociações bilaterais para assinatura de Acordo para evitar a Dupla Tributação.

Do ponto de vista político, são diversos os foros para tratar dos temas de interesse mútuo. Brasil e Colômbia mantêm longo histórico de cooperação fronteiriça e vêm realizando reuniões da Comissão de Vizinhança e Integração, que teve início em 1994. O desenvolvimento fronteiriço tem apresentado avanços, com resultados tangíveis para a vida das comunidades de fronteira, a exemplo da concretização de projetos exitosos como o de capacitação de servidores públicos, em 2017, e de inclusão financeira, finalizado em 2019, promovidos na região de Tabatinga e Leticia.

Dados os desafios inerentes a uma extensa fronteira amazônica (1642,5 km), Brasil e Colômbia têm buscado aprofundar o intercâmbio de informações de inteligência e compartilhar elementos logísticos para atuar de maneira mais eficiente no combate ao crime transnacional.

Destacam-se, nesse sentido, as reuniões anuais no âmbito da Comissão Binacional Fronteiriça (Combifron), que tem buscado facilitar a troca de experiências entre forças dos dois países no que tange às operações realizadas nos dois lados da fronteira.

O Brasil apoia o processo de paz colombiano por meio da cooperação em temas como desminagem e agricultura, essenciais para a Colômbia no pós-conflito. A colaboração brasileira em matéria de desminagem humanitária permanece uma relevante contribuição aos esforços colombianos de consolidação da paz. Desde 2006, o Brasil tem designado oficiais do Exército e da Marinha para colaborar em missões coordenadas bilateralmente ou por meio dos grupos de Monitores (GMI/OEA) e de Assessores Técnicos Interamericanos (Gati/OEA). Atualmente, dezenas de oficiais militares brasileiros encontram-se em missões de monitoramento, instrução e assessoramento em diversos pontos do território colombiano. Até o momento, mais de setenta oficiais brasileiros participaram de atividades de instrução e monitoramento.

O Brasil atua também como garante dos diálogos de paz entre o governo colombiano e o autodenominado Exército de Libertação Nacional (ELN), última guerrilha ativa na Colômbia. O processo de diálogo encontra-se atualmente suspenso.

O Brasil vem cooperando com a Colômbia em projetos voltados à transformação estrutural do campo no contexto pós-conflito, de modo a auxiliar o governo colombiano em seu objetivo de promover a ocupação do território, a substituição de cultivos ilícitos e a integração de ex-combatentes na economia. Entre 2015 e 2016, o governo brasileiro financiou, em parceria com a FAO, projeto que contribuiu para a criação de capacidades nacionais para compras públicas da agricultura familiar, bem como para a evolução do quadro normativo e da governança dessa área.

Outra importante contribuição brasileira consistiu no apoio ao desenvolvimento sustentável do setor algodoeiro da Colômbia, por meio do aumento da produtividade agrícola e da geração de renda.

Brasil e Colômbia atuam conjuntamente também no âmbito regional. Ambos são membros fundadores do Prosul – Foro para o Progresso da América do Sul – e do Grupo de Lima, bem como parceiros no esforço de aproximação entre a Aliança do Pacífico e o Mercosul.

A convergência de valores entre Brasil e Colômbia tem sua face mais evidente nos esforços comuns para a superação da crise na Venezuela, com ênfase na mitigação da emergência humanitária e na defesa da restauração da democracia e do estado de direito no país vizinho. A concertação de posições no âmbito do Grupo de Lima revela a vocação de ambos os países para a promoção da estabilidade e da prosperidade da América do Sul.

Cronologia das relações bilaterais

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1972 – Acordo Básico de Cooperação Técnica entre Brasil e Colômbia

1981 – Visita do presidente Figueiredo a Colômbia (a primeira visita de um chefe de Estado do Brasil a Colômbia)

BRASIL x BOLÍVIA

As relações com a Bolívia são prioritárias para o Brasil, abrangendo iniciativas em áreas como cooperação energética, cooperação fronteiriça e combate a ilícitos transnacionais, bem como a articulação em foros regionais e globais. O Brasil confere importância geoestratégica às relações com a Bolívia, país com o qual o compartilha sua maior fronteira (3.423 km) e a condição de país amazônico e platino.

A cooperação energética tem grande importância para os dois países, constituindo insumo para a política energética brasileira e fonte de renda para a Bolívia. A parceria energética foi consolidada com a assinatura, em 1958, das "Notas Reversais de Roboré" – que suscitaram, pela primeira vez, o tema da compra de gás boliviano e da construção de um gasoduto. Em 1972, com o Acordo de Cooperação e Complementação Industrial, estabeleceu-se a compra pelo Brasil de gás natural boliviano e projetos voltados para o fortalecimento da economia da Bolívia. No final da década de 1980, o interesse brasileiro no gás boliviano foi retomado e imprimiu-se sentido de permanência e cooperação na parceria energética. Em 1999, as negociações culminaram na implantação do Gasoduto Bolívia-Brasil, que tem importante papel no aprofundamento das relações bilaterais e na criação de oportunidades de inserção econômica da Bolívia no Mercosul.

A Bolívia é um país com conjuntura macroeconômica estável e amplo potencial de crescimento econômico. A extensão de seu território é de aproximadamente 1,1 milhão de km² e sua população corresponde a cerca de 11,3 milhões de habitantes (2018). O FMI estima que o Produto Interno Bruto (PIB) da Bolívia atingiu USD 40 bilhões em 2018.

Os principais eixos de integração econômica com o Brasil são a integração produtiva na área energética e os projetos de infraestrutura regional. Por estar geograficamente situada no centro da América do Sul, a Bolívia é um parceiro privilegiado para o aprimoramento da infraestrutura de integração física regional.

O Brasil é, historicamente, o principal parceiro comercial da Bolívia. É o primeiro destino das exportações bolivianas, devido à venda do gás natural, e segunda origem das importações do país.

As relações econômicas com o Brasil têm impulsionado o desenvolvimento boliviano, em função da presença econômica brasileira no país, investimentos e remessas de imigrantes. As exportações brasileiras para a Bolívia são compostas basicamente de manufaturados (97% em 2017), com destaque para fio-máquina e barras de ferro e aço, preparados para elaboração de bebidas, máquinas e aparelhos para terraplenagem e perfuração, polímeros. O Brasil é importante fonte de investimentos e promissor mercado consumidor das riquezas minerais, fertilizantes e insumos energéticos bolivianos. O gás corresponde a 96% das exportações da Bolívia ao Brasil.

Em 2016 e 2017, com a redução de volumes e preços do gás importado da Bolívia (indexados ao barril de petróleo WTI), a corrente comercial passou a ser superavitária para o Brasil. Em 2018, o saldo comercial voltou a ser negativo para o Brasil, ainda que com margem bem menor que se vinha verificando antes de 2016.

Em 2018, as exportações brasileiras para a Bolívia aumentaram em 3,2% (de USD 1,5 bilhão para USD 1,6 bilhão), enquanto as importações cresceram em 18% (de USD 1,4 bilhões para USD 1,7 bilhões) em relação a 2017. O déficit brasileiro em 2018 foi de pouco mais de USD 100 milhões.

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Brasil e Bolívia têm desenvolvido importante política de integração fronteiriça, a fim de tornar a fronteira um espaço de paz, cooperação e desenvolvimento econômico e social. Em 2011, foram criados os "Comitês de Integração Fronteiriça", com o objetivo de buscar soluções para questões específicas das zonas de fronteira. Foram realizadas as reuniões dos Comitês que operam em Corumbá/Puerto Suárez (2011 e 2018), Brasileia-Epitaciolândia/Cobija (2012), Cáceres/San Matías (2013) e Guajará-Mirim/Guayaramerín (2013 e 2016). Essa política de integração fronteiriça busca trazer efetivas melhorias à população local.

O permanente diálogo com o Governo boliviano é importante também para enfrentar desafios transversais, que exigem ações coordenadas para serem solucionados. São objeto de acompanhamento conjunto: o desenvolvimento e o controle das regiões de fronteira; e as ações de combate a ilícitos transnacionais e ao problema mundial das drogas. É notável o aumento da cooperação em matéria de combate a ilícitos transnacionais, sobretudo quanto ao problema das drogas, a exemplo do estabelecimento de agenda de cooperação Brasil-Bolívia-Peru.

Cronologia das relações bilaterais

1984 – Visita do Presidente Figueiredo a Santa Cruz: primeira viagem de um Presidente brasileiro à Bolívia

1973 – Acordo para construir gasoduto entre Santa Cruz de la Sierra e a refinaria de Paulínia (SP)

1969 – Tratado da Bacia do Prata (Argentina, Brasil, Bolívia, Paraguai e Uruguai) 1958 – Acordos do Roboré (exploração de petróleo, obras ferroviárias e cooperação econômica)

BRASIL x PERU

Brasil e Peru mantêm Aliança Estratégica desde 2003. Entre os principais temas da agenda bilateral estão o adensamento dos laços econômico-comerciais, a integração fronteiriça, o aprimoramento da infraestrutura regional e a cooperação em diversas áreas, como segurança, combate ao narcotráfico, ciência e tecnologia e cooperação técnica.

Os dois são membros da Associação Latino-Americana de Integração (Aladi). Em janeiro de 2019, completou-se o cronograma de desgravação do Acordo de Complementação Econômica Nº 58 entre Mercosul e Peru, que foi antecedida pela conclusão da desgravação dos acordos do Mercosul com outros países da região, o que permitiu a formação de uma virtual área de livre comércio do Brasil com a América do Sul.

O Brasil é o terceiro maior parceiro comercial do Peru. Em 2018, o intercâmbio comercial foi de US$ 3,97 bilhões, tendo aumentado 2,5% em relação a 2017. As exportações brasileiras alcançaram US$ 2,15 bilhões, e as importações US$ 1,81 bilhões. O Brasil exportou para o Peru principalmente automóveis de passageiros; polímeros de etileno, propileno e estireno;

chassis; barras de ferro e aço; e papel e cartão. Importou, por sua vez, naftas; minérios de cobre e seus concentrados; minérios de zinco e seus concentrados e catodos de cobre e seus elementos.

A integração fronteiriça é pauta prioritária do relacionamento bilateral. O Brasil divide com o Peru sua segunda fronteira mais extensa (2.995 km), atrás apenas da Bolívia. Por acordo assinado em 2009, foi criada a Comissão Vice-Ministerial de Integração Fronteiriça Brasil - Peru (CVIF), no âmbito da qual são tratados temas como controle fronteiriço integrado; transportes;

saúde na fronteira; cooperação ambiental fronteiriça; e temas indígenas.

A fim de aprofundar a cooperação fronteiriça e fomentar o desenvolvimento da região, a CVIF conta com três comitês de fronteira e diferentes grupos de trabalho, como o Grupo de Cooperação Ambiental Fronteiriça (GCAF) e o Grupo de Trabalho de Saúde na Fronteira.

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O combate aos ilícitos transnacionais, sobretudo ao narcotráfico, é outro tema de grande importância na agenda bilateral, por conta dos desafios comuns que Brasil e Peru compartilham nas áreas de fronteira. A Comissão Mista sobre drogas e temas conexos tem sido espaço para o acompanhamento político-diplomático da constante colaboração entre as autoridades dos dois países para a aplicação da lei na região fronteiriça.

O Brasil mantém com o Peru seu mais extenso programa de cooperação técnica com um país da América do Sul. As iniciativas em execução abrangem as áreas de saúde, recursos hídricos, sistemas agroflorestais, desenvolvimento social, trabalho, entre outras.

Cronologia das relações bilaterais

1981– Presidente João Figueiredo vai ao Peru (primeira visita de um Presidente brasileiro). Assinatura do Acordo sobre Interconexão Rodoviária

BRASIL x EQUADOR

Brasil e Equador estabeleceram relações diplomáticas em 1844. Em 1873, o Brasil abriu legação diplomática residente em Quito. Apesar de ser um dos dois únicos países da América do Sul com os quais o Brasil não compartilha fronteira, as relações bilaterais têm sido historicamente densas. Em 2018, o intercâmbio comercial entre os dois países foi de US$ 1,02 bilhões, com saldo positivo para o Brasil, que exportou US$ 904,85 milhões e importou US$ 112,31 milhões. Entre os principais produtos da pauta de exportações brasileiras para o Equador destacam-se: lâminas de ferro ou aço; fios de cobre; plásticos; ônibus; calçados; entre outros. As importações brasileiras foram compostas, especialmente, por chumbo refinado; conservas de peixes; chocolates e preparações alimentícias contendo cacau; caramelos; filés de peixe; madeira;

entre outros.

Entre as iniciativas do programa de cooperação técnica entre Brasil e Equador, figuram, por exemplo, um projeto para gestão de recursos hídricos e um projeto para apoio à implantação do Banco de Leite Humano em hospital equatoriano, que tem por objetivo reduzir a mortalidade de recém-nascidos no país, com benefícios para a saúde materna e infantil.

Em abril de 2016, o Brasil prestou cooperação humanitária ao Equador, após o terremoto que atingiu o norte daquele país, considerado o mais forte desde 1979. Foi enviada ao Equador aeronave militar C-105 com suprimentos para atender cerca de 500 pessoas por três meses. A aeronave permaneceu no país por dez dias e realizou transporte de carga e de passageiros, bem como evacuações médicas.

Cronologia das relações bilaterais

1982– O presidente Osvaldo Hurtado protagoniza a primeira visita oficial de um chefe de Estado equatoriano ao Brasil

BRASIL x GUIANA

Compartilhando 1.605 km de fronteira, Brasil e Guiana mantêm relação antiga de amizade.

Em 1968, dois anos depois da declaração de independência da ex-colônia britânica, o VicePrimeiro-Ministro Ptolemy Reid visitou o Brasil, ocasião em que se firmou acordo cultural e estabeleceram-se as relações bilaterais.

Em 1971, o então Ministro das Relações Exteriores Mário Gibson Barbosa visitou Georgetown. Foi o primeiro chanceler latino-americano a pisar em solo guianense. O fato – simbólico – ilustra como, desde cedo na vida independente da Guiana, o Brasil compreende a necessidade de sua plena incorporação diplomática à América do Sul, sem qualquer prejuízo de seus profundos laços com o Caribe.

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A relação entre Brasil e Guiana foi aprofundada a partir da década de 1990, com o aumento do número de brasileiros que passaram a residir no país vizinho. Em 2001, foi assinado

"Acordo de Alcance Parcial", que entrou em vigor em 2004, estabelecendo desgravação tarifária para diversos itens. A ponte sobre o Rio Tacutu, primeira ligação terrestre entre os dois países, foi inaugurada em 2009 e representou passo concreto e decisivo na integração entre Brasil e Guiana, ampliando as perspectivas de desenvolvimento tanto para a Guiana quanto para a região Norte do Brasil. Em 2012, a Guiana ingressou no Mercosul na condição de Estado Associado, ato que demonstrou convergência dos países no compromisso com a integração sul-americana. Em 2018, foram celebrados os 50 anos do estabelecimento de relações diplomáticas entre Brasil e Guiana.

O dinamismo da relação bilateral tem sido marcado por diversas reuniões em temas de destacada importância para ambos os países. A agenda bilateral contempla áreas como integração fronteiriça, cooperação em segurança e defesa e cooperação técnica, e vem apresentando resultados tangíveis e substantivos. O Comitê de Fronteira Brasil-Guiana teve em outubro de 2018 sua oitava edição, com reunião realizada em Bonfim, no estado de Roraima. Em 2019 deverá reunir-se pela quarta vez a Comissão Bilateral sobre Drogas, e deverá ser reativada a Comissão Binacional Assessora de Saúde. Brasil e Guiana estão trabalhando na implementação do Acordo Bilateral sobre Transporte de Passageiros e Cargas, que será objeto de diversas reuniões técnicas em 2019. O programa bilateral de cooperação técnica foi renovado e conta, atualmente, com três projetos (dois na área de agricultura e um em meio ambiente).

Na área econômico-comercial, busca-se criar condições para ampliar o fluxo comercial e de investimentos entre os dois países. O intercâmbio bilateral totalizou US$ 41,5 milhões em 2018, com superávit de US$ 38,7 milhões em favor do Brasil. O diálogo bilateral no âmbito da Comissão Administradora do Acordo de Alcance Parcial de Complementação Econômica (AAP-38) segue avançando. Em dezembro de 2018, foi assinado Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos (ACFI) entre Brasil e Guiana, que sinaliza interesse no adensamento das relações econômicas bilaterais e estabelece relevante marco legal para o incremento de investimentos de parte a parte.

É também de interesse dos dois países fortalecer a já madura cooperação bilateral em matéria de defesa e combate aos ilícitos transnacionais. A renegociação do Acordo de Cooperação em Matéria de Defesa, já em etapa avançada, propiciará o marco legal para o seguimento desta profícua vertente da cooperação, de que são exemplos as operações conjuntas entre o Exército Brasileiro e a Força de Defesa da Guiana e a oferta de estágios para engenheiros militares guianeses no Brasil. No contexto da descoberta de amplas jazidas de petróleo pela Guiana, cuja produção deverá ter início já em 2020, com potencial de gerar grande crescimento econômico e desenvolvimento social para o país vizinho e sua população, Brasil e Guiana vêm explorando possibilidade de cooperação no setor de energia.

A parceria estabelecida entre Brasil e Guiana também se estende ao contexto regional.

Além de estado associado do Mercosul, a Guiana é país membro da OTCA e da OEA e associou-se, em 23 de janeiro de 2018, ao Grupo de Lima. A Guiana também foi signatária da Declaração de Santiago, que em 22 de março de 2019 criou o Foro para o Progresso da América do Sul – Prosul, novo agrupamento regional a congregar nações sul-americanas. Brasil e Guiana compartilham o mesmo assento no Fundo Monetário Internacional (FMI).

Cronologia das relações bilaterais

1968 – Missão do Governo da Guiana, chefiada pelo Primeiro-Ministro Ptolemy Reid, visita o Brasil, no primeiro contato de alto nível entre os dois países. Na ocasião, é firmado acordo cultural e fica caracterizado o estabelecimento de relações diplomáticas

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1971 – O Ministro das Relações Exteriores Mário Gibson é o primeiro chanceler brasileiro e latino-americano a visitar a Guiana. Na ocasião, acorda-se o estabelecimento de uma comissão de cooperação econômica, a assinatura de um convênio cultural e inicia-se cooperação tecnológica e em matéria de transporte

1982 – Assinado, em janeiro, o Acordo para a Construção de uma Ponte Internacional sobre o Rio Tacutu

1982 – O Chanceler Saraiva Guerreiro visita a Guiana e o Chanceler guyanês visita o Brasil. São assinados Tratado de Amizade e Cooperação, Acordo Básico de Cooperação Técnica, Acordo Básico de Cooperação Científica e Tecnológica, e memorando sobre interconexão dos sistemas viários brasileiro e guyanês

1982 – Visita do Presidente da Guiana, Forbes Burnham, ao Brasil.

Fonte: Site MRE

Disponível em http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/>, com acesso em 15 jul 2020, às 17 hs

Referências

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