INSTITUTO FEDERAL DE CIÊNCIA TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO IFES CAMPUS ITAPINA
ENGENHARIA AGRONOMICA
MARCOS WINÍCIOS ALVES DOS SANTOS GAVA
INFLUÊNCIA DE MUDAS PRODUZIDAS A BASE DE SUBSTRATO CONTENDO LODO DE CURTUME E MOINHA DE CAFÉ NA PRODUÇÃO DE PIMENTÃO
Colatina/ES 2021
MARCOS WINÍCIOS ALVES DOS SANTOS GAVA
INFLUÊNCIA DE MUDAS PRODUZIDAS A BASE DE SUBSTRATO CONTENDO LODO DE CURTUME E MOINHA DE CAFÉ NA PRODUÇÃO DE PIMENTÃO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à disciplina de TCC II, do curso de Graduação em Agronomia do Instituto Federal do Espírito Santo, como requisito parcial para aprovação na disciplina.
Orientadora: Prof. D. Carolina Maria Palácios de Souza.
Co-orientadora: Prof. D. Ana Paula Candido Gabriel Berilli.
Colatina/ES 2021
(Biblioteca Professor Elias Minassa do Instituto Federal do Espírito Santo – Bibliotecária Débora do Carmo de Souza)
G279i Gava, Marcos Winícios Alves dos Santos.
Influência de mudas produzidas a base de substrato contendo lodo de curtume e moinha de café na produção de pimentão / Marcos Winícios Alves dos Santos Gava – 2021.
32 f.; il. ; 30 cm
Orientadora: Carolina Maria Palácios de Souza.
TCC (graduação) – Instituto Federal do Espírito Santo, Curso Superior Bacharel em Agronomia.
1. Fontes alternativas. 2. Substrato. 3. Mudas. 4. Resíduos.
I. Gava, Marcos Winícios Alves dos Santos. II. Souza, Carolina Maria Palácios de. III. Berilli, Ana Paula Candido Gabriel. IV.
Instituto Federal do Espírito Santo. V. Título
CDD 635
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CAMPUS ITAPINA
Rodovia BR-259, Km 70, Zona Rural, Colatina, CEP 29709- 910 Tel (27) 3723-1221 Fax (27) 3723-1244
CERTIFICADO DE APROVAÇÃO
AUTOR: Marcos Winícios Alves dos Santos Gava ORIENTADORA: Carolina
Maria Palácios de Souza
Aprovado pela Banca Examinadora como parte das exigências do componente curricular de Trabalho de Conclusão de Curso, para obtenção do grau de Agrônomo pelo Instituto Federal do Espírito Santo, Campus Itapina.
Carolina Maria Palácios de Souza Presidente da Banca Examinadora
(Res. 1/2020, Art. 19, § 3º)
Ana Paula Cândido Gabriel Berilli Membro
(Res. 1/2020, Art. 19, § 3º)
Sávio da Silva Berilli Membro
Colatina (ES), 01 de setembro de 2021.
AGRADECIMENTOS
Agradecer em primeiro momento a Deus por me privilegiar com essa oportunidade que está próxima ao seu fim, foram tamanhos os desafios para minha chegada até aqui, e obviamente sem a sua constante intercessão eu não teria chegado ao fim dessa caminhada de 5 anos. Então meu Deus, toda honra e toda glória e todo reconhecimento e agradecimento ao senhor que é o meu refúgio sempre.
Agradeço aos meus pais Elania e Geraldo que me apoiaram e incentivaram de todas as formas pra que eu pudesse concluir essa graduação, afinal iniciar faculdade no ano de 2016 com uma crise hídrica e financeira ocorrendo e encerrar no ano de 2021 com uma crise pandêmica, requer muito apoio e muita força de vontade, sem os meus pais eu não teria conseguido, portanto, eu dedico esse diploma a vocês que sempre serão minha base e meu apoio.
Muitas pessoas fizeram parte dessa caminhada, algumas amizades importantes, dentre elas Hércules e Douglas que foram meus amigos de república, Hércules foi sempre um cara que me ajudou muito, inclusive na construção deste documento, então realmente agradeço pelo constante apoio que me forneceu, foram muitos perrengues vividos, mas que no final valeram muito a pena.
Agradeço a FAPES e ao CNPq pela concessão de bolsas científicas que fazem toda a diferença na vida de um estudante e inclusive fez na minha. Ao IFES que têm toda a minha admiração e respeito, o instituto é muito sério e presa realmente pelo aprendizado dos alunos, eu completo 8 anos de Instituto, os meus primeiros 3 anos foi no campus Nova Venécia onde cursei o Técnico em Mineração e os últimos 5 anos no campus Itapina, onde concluo Agronomia. Ingressei no instituto completamente imaturo e bastante perdido e saio com uma mente mais profissional e técnica e aberta para novos conhecimentos e ciente de que nunca poderei parar de estudar.
A Prof. D. Ana Paula Candido Gabriel Berilli foi quem me ofertou a oportunidade de realizar essa pesquisa e também de colaborar com a de outros colegas com a dinâmica do funcionamento de seu esquipe de pesquisa e por essas oportunidades eu agradeço a esta professora que é uma profissional de excelência e que me acolheu de maneira muito generosa em sua equipe e que é a co-orientadora deste trabalho.
Agradeço a minha Prof. D. Carolina Maria Palácios de Souza que é a orientadora deste trabalho e que aceitou este convite imediatamente quando eu a convidei, e que me orientou de maneira muito competente, sendo sem duvida uma profissional de excelência.
Agradeço a todo o corpo docente do campus, que contribuem para o melhor funcionamento do mesmo sempre para todos os alunos, ao campus Itapina novamente que sempre estará em meu coração e que me ofertou espaço em suas instalações para realização deste trabalho.
E por fim grato a tudo vivido nesta etapa tão importante da minha vida, que DEUS continue abençoando a minha caminhada, afinal ela está só no começo.
RESUMO
O substrato é de fundamental importância para obtenção de mudas de pimentão com qualidade, mediante a escassez de recursos naturais, é crescente a procura por materiais alternativos a serem utilizados para o cultivo de mudas e plantas. Estes materiais devem ser de fácil obtenção, ambientalmente correto, ter estrutura estável, tempo de decomposição razoável, serem homogêneos, de baixo custo e conterem características físicas, químicas e biológicas compatíveis com a muda a ser produzida.
O substrato serve como suporte onde as plantas fixarão suas raízes, o mesmo retém o líquido que disponibilizará os nutrientes às plantas. O experimento foi dividido em duas fases, ambas conduzidas no viveiro. O objetivo do projeto foi avaliar o padrão de resposta de mudas de pimentão (Capsicum annuum) quanto ao seu desenvolvimento e produção, crescidos no substrato alternativo de lodo associado à moinha. Os tratamentos testados foram 100% substrato comercial (Bioplant®), que foi a testemunha e os demais tratamentos foram compostos por lodo de curtume e moinha de café compostada em diferentes concentrações. As sementes foram plantadas em bandejas e após 17 dias do plantio avaliou-se a emergência e aos 45 dias do plantio, foram analisadas no laboratório as variáveis: altura da planta; número de folhas;
diâmetro do caule; diâmetro da copa; comprimento da raiz; massa fresca e seca da parte aérea; massa fresca e seca da raiz; teor relativo de clorofila. Na segunda fase as mudas restantes foram transplantadas em vasos, o delineamento experimental foi inteiramente casualizado (DIC), com 8 tratamentos e 6 repetições. Para maioria das características avaliadas houve diferença significativa em comparação com a testemunha. A ausência de significância indica que os substratos avaliados se comportam da mesma maneira que o tratamento convencional, isso significa que, se comportam de forma igual, e que então poderiam substituir o tratamento convencional.
Para a avaliação de diâmetro da copa o tratamento TLC100 apresentou maior média e diferença significativa em relação aos demais. Plantas em cultivo convencional tiveram médias de altura e número de folhas superior às mudas com adição de lodo de curtume e moinha do café. De acordo com o aumento da dose de lodo entre os tratamentos se teve um acréscimo de produção de frutos, com destaque para o tratamento TLC90 que foi o mais indicado para a produção de pimentão, por ter alcançado um bom padrão de desenvolvimento de mudas e uma boa produção de frutos.
Palavras-chave: Fontes Alternativas, Substrato, Mudas, Resíduos.
ABSTRACT
The substrate is of fundamental importance for obtaining quality chili seedlings, due to the scarcity of natural resources, the demand for alternative materials to be used for the cultivation of seedlings and plants is growing. These materials must be easy to obtain, environmentally correct, have a stable structure, reasonable decomposition time, be homogeneous, low cost and contain physical, chemical and biological characteristics compatible with the seedling to be produced. The substrate serves as a support where the plants will fix their roots, it retains the liquid that will make nutrients available to the plants. The experiment was divided into two phases, both conducted in the nursery. In the first phase, the experimental design was in randomized blocks (DBC). The treatments tested were 100% commercial substrate (Bioplant®), which was the control and the other treatments were composed of tannery sludge and composted coffee moinha, in different concentrations. The seeds were planted in trays and after 17 days of planting the emergence was evaluated and 45 days after planting, were analyzed variables in the laboratory: plant height; number of leaves; stem diameter; canopy diameter; root length; fresh and dry shoot mass; fresh and dry root mass; relative chlorophyll content. In the second phase, the remaining seedlings were transplanted in pots, the experimental design was completely randomized (DIC), with 8 treatments and 6 repetitions. 4 harvests were made and the fruits were taken to the laboratory to evaluate the variables: Fruit diameter; Fruit length; Average fruit weight;
Production. At the end of the analysis, the Dunnett test was used at 5% probability and it was deployed in regressions in case of significance in the interaction of sludge and coffee moinha by the statistical program R. For most of the characteristics evaluated there was a significant difference compared to the control. The lack of significance indicates that the evaluated substrates behave in the same way as the conventional treatment, this means that they behave in the same way, and that they could then replace the conventional treatment. For the crown diameter assessment the TLC100 treatment had the highest mean and significant difference compared to the others. Plants in conventional cultivation had height averages and number of leaves higher than the seedlings with the addition of tannery sludge and coffee moinha.
According to the increase in the sludge dose between treatments, there was an increase in fruit production, with emphasis on the TLC90 treatment, which was the most suitable for the production of sweet pepper, as it reached a good standard of seedling development and a good fruit production.
Keywords: Alternative Sources, Substrate, seedlings, Waste.
LISTA DE FIGURAS
Figura1- Primeira fase...17 Figura 2- Tubetes em pré-enchimento com substrato, bandejas contendo a distribuição dos tratamentos e a emergência das plântulas...19 Figura 3- Segunda fase...21 Figura 4- Demonstração do início do desenvolvimento das mudas com suas respectivas emissão de flores, em seguida a distribuição dos tratamentos em cada bloco no canteiro e a emissão de frutos nas plantas...21 Figura 5- Regressão referente ao índice SPAD de plântulas de pimentão sob diferentes substratos...25
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Descrição dos tratamentos avaliados contendo lodo de curtume mais moinha, e suas diferentes concentrações, tendo como testemunha o substrato comercial (Bioplant®)...17 Tabela 2- Valores médios de diâmetro do Caule (DCA), diâmetro da Copa (DCO), número de folhas (NF) e altura da mudas (A) de plântulas de pimentão sob diferentes substratos...23
Tabela 3 - Valores médios de Teor de clorofila nas folhas (SPAD), massa fresca da raiz, massa fresca da parte aérea em mg-1 e comprimento da raiz de plântulas de pimentão sob diferentes substratos...24 Tabela 4. Valores médios de produção de frutos (PROD), diâmetro do fruto (DIAM. F) e comprimento de frutos (COMP. F) de plantas de pimentão...26 Tabela 5. Valores médios de número de folhas (NF), altura das plantas (AP) de plantas de pimentão...28
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...12
2 OBJETIVO...13
2.1 OBJETIVO GERAL...13
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS...13
3 REFERENCIAL TEÓRICO...14
3.1 LODO DE CURTUME...14
3.2 MOINHA DE CAFÉ...15
3.3 ASPECTOS RELEVANTES DO PIMENTÃO (CAPSICUM ANNUUM)...15
4 METODOLOGIA...16
4.1 PRIMEIRA ETAPA: PRODUÇÃO DE MUDAS...16
4.2 SEGUNDA ETAPA: DESENVOLVIMENTO E PRODUÇÃO DA PLANTA ADULTA...20
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO...22
6 CONCLUSÃO...29
REFERÊNCIAS...30
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1 INTRODUÇÃO
O lodo de curtume é um adubo agrícola em potencial, pois é rico em vários nutrientes importantes para os vegetais como o nitrogênio, fósforo, potássio, enxofre e magnésio (BERILLI et al., 2014). O lodo de curtume é um resíduo do curtimento do couro e vem sendo estudado para produção de mudas de várias espécies (BERILLI et al., 2018).
No entanto, esse resíduo industrial apresenta restrições, principalmente, devido à presença de metais pesados como o cromo e pela presença do sódio em elevadas concentrações (BERILLI et al.,2014).Sendo características que dificultam o descarte do material no meio ambiente.
Dentre os diversos resíduos gerados durante o processo de beneficiamento do café, destaca-se aquele proveniente da secagem dos grãos, denominado “moinha”. A moinha é composta por restos vegetais tais como folhas, galhos, restos de inflorescências e grãos mal formados do próprio cafeeiro, que, quando secos juntamente com o mesmo, sofrem queima e são liberados do secador (MENEGHELLI et al., 2016). Além da utilização como adubo, vislumbra-se a possibilidade de utilizar a moinha do café como substrato alternativo na produção de mudas, haja vista a necessidade de reduzir custos com os substratos comerciais e aproveitar a disponibilidade de resíduos agrícolas.
Na cadeia produtiva de hortaliças a fase de produção de mudas é uma das mais importantes, pois influencia diretamente no desempenho final da planta (CAMPANHARO et al., 2006). Para tal desempenho, o substrato deve apresentar boas condições de umidade, macro e microporosidade, disponibilidade de nutrientes e de água. Portanto, é fundamental escolher um bom substrato visto que o mesmo exerce grande influência sobre a emergência de plantas e formação das mudas de boa qualidade (WAGNER JÚNIOR et al., 2006).
Pimentão ou pimento refere-se a um grupo de cultivares da espécie Capsicum annuum, muito utilizado na culinária de todo o mundo. O pimentão (Capsicum annuum) é uma das hortaliças de maior consumo no Brasil, ocupando significante área de plantio. Seu cultivo pode se dar tanto em campo aberto quanto em estufas, sendo o cultivo em campo aberto responsável pela grande maioria da área ocupada com esse legume no Brasil, enquanto ao cultivo em estufas cabe a produção de frutos
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a serem comercializados maduros na coloração vermelha, amarela e outras. Entre as principais áreas de cultivos estão os estados de São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais, Rio de Janeiro e estados do Nordeste. Apesar do destaque dado aos estados citados, o pimentão está presente em todo território nacional (MALDONADO et al., 2009).
Diante deste cenário, este estudo buscou avaliar a qualidade e o desenvolvimento das mudas de pimentão, com o substrato formado pela interação do lodo de curtume e moinha de café.
2 OBJETIVO
2.1 OBJETIVO GERAL
O objetivo do projeto foi avaliar o padrão de resposta de mudas de pimentão (Capsicum annuum) quanto ao seu desenvolvimento e produção, crescidos no substrato alternativo de lodo associado à moinha.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Analisar a influência da interação lodo de curtume e moinha de café em diferentes proporções no índice de emergência das plântulas;
Avaliar o desenvolvimento vegetativo das mudas e planta adulta de pimentão em resposta à associação da moinha com lodo de curtume;
Identificar a influência da qualidade da muda no crescimento e na produção do pimentão;
Promover destino sustentável para a moinha e lodo de curtume.
3 REFERENCIAL TEÓRICO
O estudo de novos substratos a fim de avaliar a viabilidade para mudas hortaliças vem ganhando força entre os produtores e estudiosos do assunto. Segundo Pires (2008), a reutilização de resíduos industriais ou urbanos é, sem dúvida, uma alternativa para produção de mudas de qualidade, tornando o processo produtivo mais sustentável,
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visto que haverá uma diminuição no problema ambiental que representa o descarte inadequado destes materiais.
3.1 LODO DE CURTUME
Dentre as diversas atividades industriais desenvolvidas no Brasil, que gera resíduo, o procedimento de curtimento do couro é uma delas. O couro passa por um processo que requer utilização de métodos mecânicos e químicos de tratamento e, quando apresentam baixa eficiência, acarretam a produção de grandes quantidades de efluentes com possibilidade de presença de cromo e do sódio em excesso, por outro lado é um material rico em matéria orgânica, com grande potencial para uso na composição de substratos para produção de mudas (GIANELLO, 2011; MALAFAIA et al., 2014).
Vários trabalhos têm sido desenvolvidos com a finalidade de aproveitar o lodo de curtume em substrato de plantas. Berilli et al.,(2014, 2015, 2016), trabalhou com lodo de curtume na produção de mudas de café conilon. Almeida et al., (2017), empregou o uso do lodo de curtume na produção de mudas de pimenta biquinho. Aliado à qualidade das mudas, o substrato alternativo leva aos produtores de mudas a redução de custos e, consequentemente, redução da dependência de insumos externos.
Os resíduos provenientes da indústria de cutelaria são ricos em nutrientes e matéria orgânica, que podem ser usados como fontes alternativas de fertilizantes para as plantas, substituindo fertilizantes convencionais, diminuindo assim, o acúmulo de resíduos em aterros, sendo de grande interesse para a produção agrícola, pois promove redução nos custos de produção, beneficiando toda a cadeia, do produtor ao consumidor final (GUIDONI et al., 2013).
O lodo de curtume provindo de indústria de couro bovino, na forma desidratada tem se tornado uma alternativa interessante como substrato para produção de mudas devido aos vários nutrientes e a dificuldade de descarte desse resíduo (BERILLI et al., 2015).
3.2 MOINHA DE CAFÉ
Outro resíduo que possui grande potencial para ser utilizado como substrato alternativo é a moinha de café, que é produzida em grande quantidade no estado do Espírito Santo (ALMEIDA et al. 2018).
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Dentre os resíduos gerados em elevada quantidade no Estado do Espírito Santo, e com potencial para ser utilizado na composição de substratos alternativos para produção de mudas de pimentão, destaca-se o resíduo da secagem dos grãos de café, conhecido também por “moinha”, pelo potencial fertilizante, sobretudo do nitrogênio existente (MENEGHELLI et al., 2016).
Segundo Meneghelli et al., (2016), na etapa que corresponde a secagem do café é gerado um resíduo conhecido na região Centro Serrana do Espírito Santo por “moinha de café”. A moinha de café é composta por partes de vegetais como folhas, galhos, restos de inflorescências e grãos mal formados do cafeeiro, que no processo de secagem são queimados e eliminados pelo secador. Ao realizar o processo de secagem, o resíduo se acumula em baixo do secador, quando atinge uma quantidade considerável, o material retirado muitas vezes são descartados de forma incorreta, sendo utilizado em certos casos como adubação em lavouras cafeeiras, visando principalmente à nutrição potássica da cultura.
Como a aquisição de insumos agrícolas vem se tornando cada vez mais dispendiosa para o produtor rural, Costa et al., (2013) ressaltam que o uso de fontes alternativas de resíduos industriais ou agroindustriais pode ser uma solução para tornar ambas as atividades mais sustentáveis e ecologicamente corretas, pois visa a eliminação de um problema ambiental da indústria, pelo fato de serem aproveitados e dispostos de forma harmônica no meio ambiente, e, ao mesmo tempo, promove a redução nos custos de produção da agropecuária, beneficiando toda a cadeia, do produtor ao consumidor.
3.3 ASPECTOS RELEVANTES DO PIMENTÃO (CAPSICUM ANNUUM)
O pimentão (Capsicum annuum) pertence à família Solanáaceae, apresenta-se como uma das dez mais importantes hortaliças cultivadas, sendo seus frutos consumidos na forma in natura (verdes) ou madura (vermelhos ou amarelos), ou, ainda, utilizados na indústria alimentícia ou na produção de pigmentos (corantes), sendo uma hortaliça de grande relevância econômica e altamente consumida no Brasil, com área de plantio anual estimada de 13 mil hectares (NASCIMENTO, 2014).
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A produção de hortaliças possui um papel de grande importância para a atividade agrícola familiar e economia de uma região, contribuindo para o seu fortalecimento e garantindo a sua sustentabilidade (CASAIS et al., 2018).
No Brasil, México, Estados Unidos, Itália, Japão e Índia, essa hortaliça tem grande importância socioeconômica. Está entre as 10 hortaliças mais plantadas em nosso país. E em relação às características físico-químicas do ambiente onde é cultivado, o pimentão é bastante exigente, e para a produção deve ser levados em consideração o clima, solo, água e infraestrutura presente na região (MATOS et al., 2012).
No plantio do pimentão, como no de outras hortaliças, o ponto inicial para garantia de grandes produções é a obtenção de mudas, seguido de medidas de prevenção e controle adequados ao longo do desenvolvimento da cultura, minimizando os efeitos dos patógenos, os riscos de contaminação dos frutos e os prejuízos econômicos, sendo primordial a utilização de sementes sadias e substratos livres de patógenos, entre outros (PEREIRA, 2016).
4 METODOLOGIA
O projeto foi realizado no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo - IFES Campus Itapina, no município de Colatina, localizado na região noroeste, nas coordenadas geográficas 19º 29’ 43” de latitude sul; 40º 45’ 38” de longitude oeste e altitude de 63 metros. O experimento foi dividido em duas etapas, sendo uma primeira etapa responsável pela produção de mudas em função das diferentes misturas de substratos contendo lodo de curtume e moinha. Em uma segunda etapa, as mudas foram levadas até a fase de produção, onde foi feito o acompanhamento do tamanho do ciclo, assim como da produção por planta. O detalhamento das duas etapas será descrito a seguir:
4.1 PRIMEIRA ETAPA: PRODUÇÃO DE MUDAS
As sementes de pimentão foram semeadas em bandejas de polipropileno com 64 células de 22 ml. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados (DBC), com oito tratamentos e seis repetições (Figura 1), sendo que cada parcela
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experimental contou com oito plântulas, em um total de 64 mudas por bloco e 384 no experimento.
Figura 1- Primeira fase
Fonte: O autor (2021)
Foi testada a espécie de pimentão (Capsicum annuum), de modo que as sementes utilizadas de variedades comerciais encontradas em casas do ramo. Como controle, foi utilizado também o substrato comercial Bioplant®, como testemunha (Tabela 1).
Tabela 1 - Descrição dos tratamentos avaliados contendo lodo de curtume mais moinha, e suas diferentes concentrações, tendo como testemunha o substrato comercial (Bioplant®).
Tratamentos Componente do Substrato
TCM 100% Substrato Comercial (Bioplant)
TCU100 100% de Moinha
TLC10 10% de Lodo de Curtume + 90% de Moinha TLC30 30% de Lodo de Curtume + 70% de Moinha TLC50 50% de Lodo de Curtume + 50% de Moinha TLC70 70% de Lodo de Curtume + 30% de Moinha TLC90 90% de Lodo de Curtume + 10% de Moinha
TLC100 100% de Lodo de Curtume
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Dos materiais utilizados, o lodo de curtume foi cedido por um curtume localizado no município de Baixo Guandu – ES, sendo um resíduo do efluente do curtimento do couro bovino após desidratação. A moinha foi fornecida por produtores de café que possuem secadores próximos a região de Colatina – ES.
A moinha passou por um processo de estabilização através da compostagem, sendo a compostagem da moinha feita em contato direto com o solo, da seguinte maneira:
colocou-se uma primeira camada de grama seca (Zoysia japonica) com espessura de 15 cm, uma segunda camada de moinha fresca de 30 cm, seguido pela terceira camada de grama seca de 15 cm; uma quarta camada de moinha de 30 cm e pela quinta camada de 25 cm de grama seca.
As camadas com a moinha foram molhadas em sua capacidade de umedecimento sem que houvesse escorrimento superficial. A camada de grama em contato com o ar não foi molhada. O primeiro revolvimento da compostagem foi aos 14 dias de sua montagem, sendo revirada a cada intervalo de 7 dias, totalizando 6 revolvimentos desde sua montagem até completar 50 dias de compostagem.
Formularam-se os compostos orgânicos (substratos lodo de curtume e moinha) de acordo com cada tratamento (Tabela 1). Após a estabilização da moinha, os dois resíduos foram misturados e colocados nas bandejas plásticas (Figura 2) para a semeadura, adicionando-se três sementes por célula, sendo as bandejas, mantidas em casa de vegetação com cobertura em material translúcido de polipropileno seguido de tela tipo sombrite com 50% de luminosidade e com estrado localizado a 70 cm do solo. O período de rega por micro-aspersão na área experimental durou duas vezes ao dia até o término do experimento.
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Figura 2- Tubetes em pré-enchimento com substrato, bandejas contendo a distribuição dos tratamentos e a emergência das plântulas.
Fonte: O autor (2021)
Realizou-se desbaste aos 17 dias após o início da germinação, deixando apenas uma planta por célula. Após a realização do desbaste iniciou-se o acompanhamento do número de folhas e altura da plântula a cada 5 dias, até o dia de avaliação no laboratório.
As avaliações morfológicas e fisiológicas das mudas ocorreram aos 45 dias após o plantio, sendo realizadas no laboratório de Fitotecnia do IFES Itapina, onde foram reservadas duas mudas por tratamento em cada bloco para a segunda fase, utilizando o restante na primeira.
A metodologia utilizada foi a proposta por Oliveira et al., (2014), Crispim et al., (2015) e De Almeida et al., (2017), sendo conferidas as seguintes variáveis:
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Altura da plântula (AP) em cm, com auxílio de uma régua graduada em milímetros, as medições ocorreram da base do colo da muda até a última folha; Número de folhas totalmente expandidas (NF); Diâmetro do caule (DC) e Diâmetro da copa (DCP) em mm, utilizando um paquímetro digital, modelo Caliper 150 mm; Comprimento da raiz (CR) em cm, com régua graduada em mm; Massa fresca da parte aérea e da raiz (MFPA e MFR), em g plântula-1, com uma balança semi-analítica. Foi estimado o teor relativo de clorofila nas folhas das mudas de pimentão por meio do medidor portátil SPAD-502.
Logo após, as amostras foram colocadas em sacos de papel e posteriormente levadas para estufa com circulação forçada a 65ºC durante 72 horas, após a secagem, realizou-se as pesagens na balança analítica de precisão da massa seca da parte aérea e da raiz (MSPA e MSR), em mg plântula--1.
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e realizado o teste de Dunnett a 5% de probabilidade, quando houve significância em relação às proporções de lodo de curtume e moinha de café foram realizadas regressões pelo programa estatístico R.
4.2 SEGUNDA ETAPA: DESENVOLVIMENTO E PRODUÇÃO DA PLANTA ADULTA Na segunda fase, as mudas restantes foram transplantadas para vasos contendo, contendo terra e esterco bovino na proporção 2:1 em casa de vegetação, num espaçamento de 1,20x0,5m. O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado (DIC), com oito tratamentos e 6 repetições (Figura 3), considerando uma planta por vaso com desbaste realizado após 15 dias.
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Figura 3- Segunda fase
Fonte: O autor (2021)
Os tratamentos foram os mesmos da primeira etapa. Para essa etapa do experimento avaliou-se a influência dos tratamentos aplicados na primeira etapa, no desenvolvimento e na produção das plântulas. O manejo e a adubação das plantas na segunda etapa foram de acordo com a literatura recomendada para a cultura.
Quando as plantas começaram a produzir, os frutos foram colhidos e analisados, no laboratório de fitotecnia, em que as seguintes análises foram realizadas: Altura das Plantas, Número de Folhas, Produção, Comprimento dos Frutos e Diâmetro dos Frutos (Figura 4).
Figura 4- Início do desenvolvimento das mudas com suas respectivas emissão de flores, em seguida a distribuição dos tratamentos em cada bloco no canteiro e a emissão de frutos nas plantas.
Fonte: O autor (2021)
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Para as variáveis que atenderam aos pressupostos, os tratamentos foram comparados um a um com a testemunha utilizando-se o Teste Dunnett a 5% de probabilidade, desdobrados em regressões quando ocorreu significância na interação lodo de curtume e moinha de café e realizado uma análise de correlação pelo programa estatístico R.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nas avaliações de Diâmetro do caule, Número de Folhas e Altura das mudas (Tabela 2) não houve diferenças significativas entre os tratamentos em relação ao lodo de curtume e moinha de café em comparação com substrato comercial Bioplant®. Sendo assim, apresentando médias superiores em relação ao substrato comercial, e demonstrando comportamento diferenciado dos substratos em função das diferentes proporções de lodo de curtume e moinha de café em comparação com substrato comercial Bioplant®. Torna-se importante evidenciar que, a ausência de significância indica que os substratos avaliados se comportam da mesma maneira que o tratamento convencional, isso significa que, se comportam de forma igual, e que então podem substituir o tratamento convencional. Sendo assim, para todas as avaliações que tiveram ausência de significância.
Para avaliação de diâmetro da copa (Tabela 2) não houve diferença significativa entre os tratamentos, com exceção do tratamento TLC100 que apresentou diferença significativa em relação aos demais, que compreende 100% de concentração de lodo, o que é um resultado muito importante nas avaliações uma vez que segundo BERILLI et al., (2014) a utilização do lodo de curtume desidratado como fonte de adubação alternativa em substratos de mudas de café é potencialmente viável, visto que esse rejeito industrial apresenta relativa disponibilidade de nutrientes como enxofre, magnésio, cálcio, nitrogênio, fósforo, potássio, assim como de matéria orgânica.
Características fundamentais para o bom desenvolvimento da copa de plantas de pimentão.
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Tabela 2- Valores médios de diâmetro do Caule (DCA), diâmetro da Copa (DCO), número de folhas (NF) e altura da mudas (A) de plântulas de pimentão sob diferentes substratos.
Tratamentos DCA DCO NF A
---mm--- ----mm---- ---cm--- TCM 1,391667 40,12667 3,081667 54,83167 TCU100 1,588333 n/s 58,68333 n/s 4,663333 n/s 63,92833 n/s
TLC10 1,743333 n/s 58,78000 n/s 4,628333 n/s 70,54333 n/s TLC30 1,670000 n/s 59,96667 n/s 4,498333 n/s 72,11500 n/s TLC50 1,585000 n/s 60,96833 n/s 3,978333 n/s 69,85500 n/s TLC70 1,461667 n/s 53,61333 n/s 3,560000 n/s 61,39667 n/s TLC90 1,500000 n/s 51,64000 n/s 3,203333 n/s 60,73000 n/s TLC100 1,591667 n/s 67,30333* 4,041667 n/s 66,97000 n/s Médias 1,566458 56,38520 3,955874 65,04625
CV(%) 12,5 27,89 30,37 18,32
As médias seguidas por * diferem estatisticamente do tratamento convencional pelo Teste de Dunnett ao nível de 5% de probabilidade n/s: não significativo.
Em relação às respectivas avaliações de massa fresca da raiz, massa fresca da parte aérea em mg-1 e comprimento da raiz (Tabela 3), não houve diferença significativa entre os resultados obtidos, uma vez em que se teve médias relativamente homogêneas, não se diferindo as doses dos tratamentos com lodo e moinha do substrato comercial.
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Tabela 3 - Valores médios de Teor de clorofila nas folhas (SPAD), massa fresca da raiz, massa fresca da parte aérea em mg-1 e comprimento da raiz de plântulas de pimentão sob diferentes substratos.
As médias seguidas por * diferem estatisticamente do tratamento convencional pelo Teste de Dunnett ao nível de 5% de probabilidade n/s: não significativo.
Na variável teor de clorofila na folha (SPAD) houve diferença significativa entre os tratamentos (Tabela 3) contendo lodo de curtume e moinha de café em relação ao substrato convencional Bioplant®. As médias não foram consideradas homogêneas, sendo assim houve regressão. O índice SPAD é um ótimo método para estimar o teor de nitrogênio nas plantas, pois esse índice está correlacionado positivamente com esse nutriente (BLACKMER e SCHEPERS 1995; GIL et al., 2002; FONTES e ARAÚJO, 2007; PÔRTO et al. 2011). Tendo isso em vista, é possível inferir que o
Tratamentos SPAD MFR MFPA CR
----g---- ----g---- ----cm---- TCM 13,09333 0,3850000 0,3800000 6,523333 TCU100 32,68833 * 0,5066667 n/s 0,5600000 n/s 6,765000 n/s
TLC10 25,31667 * 0,5666667 n/s 0,4333333 n/s 6,576667 n/s TLC30 25,61500 * 0,6316667 n/s 0,4100000 n/s 6,485000 n/s TLC50 26,70667 * 0,6266667 n/s 0,4650000 n/s 5,945000 n/s TLC70 24,11333 * 0,5916667 n/s 0,5516667 n/s 5,261667 n/s TLC90 29,98333 * 0,5450000 n/s 0,4216667 n/s 5,716667 n/s TLC100 30,06167 * 0,4650000 n/s 0,4583333 n/s 6,170000 n/s
Médias 25,94729 0,4658333 0,46 6,180416
CV(%) 15,29 35,01 15,29 27,58
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motivo pelo qual todos os tratamentos se diferiram da testemunha foi devido os elevados teores de nitrogênio na composição desses substratos.
Verificando a regressão gerada para o índice de variação SPAD (Figura 5) é possível identificar que a curva apresenta um comportamento decrescente e depois crescente para a concentração de N nas plantas. De acordo com as doses de lodo e moinha, percebe-se que quando se tinha moinha de café pura e lodo de curtume puro, observa- se alto de teor de N na planta, porém nos tratamentos onde se tinha a interação de lodo e moinha em alta concentração no substrato a concentração de N, diminuiu gradativamente. De acordo com MENEGHELLI et al., (2016) e BERILLI et al., (2014), este fato pode ter acontecido devido as concentrações de sódio e cromo no substrato, a salinidade presente tanto no lodo como na moinha podem ter favorecido a queda do teor de N nas plantas. Devido a isso apenas os substratos contendo lodo puro e moinha pura apresentaram maiores teores de N na planta.
Figura 5- Regressão referente ao índice SPAD de plantas de pimentão sob diferentes substratos.
Não houve diferença significativa entre os tratamentos em relação ao lodo de curtume e moinha de café em comparação com substrato comercial nas avaliações de Diâmetro do Fruto e comprimentos do fruto (Tabela 4). Nota-se que na variável
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diâmetro dos frutos as médias se mantiveram com pouca variação de diâmetro entre às doses de cada tratamento e o mesmo ocorreu com o comprimento dos frutos, demonstrando assim uma resposta homogênea frente aos substratos utilizados.
Tabela 4. Valores médios de produção de frutos (PROD), diâmetro do fruto (DIAM. F) e comprimento de frutos (COMP. F) de plantas de pimentão.
Tratamentos PROD DIAM. F COMP. F
--- g --- --- mm --- --- cm ---
TCM 291,5 45,69 5,84
TCU100 386,0 n/s 47,67 n/s 5,63 n/s TLC10 167,5 n/s 45,22 n/s 4,93 n/s
TLC30 496,8 * 46,05 n/s 5,51n/s
TLC50 456,8 * 45,02 n/s 5,29 n/s TLC70 400,0 n/s 48,30 n/s 6,20 n/s TLC90 620,3 * 44,43 n/s 5,32 n/s TLC100 555,3 * 45,67 n/s 5,97 n/s
Médias 421,8 46,01 5,59
CV(%) 22,13 6,16 14,75
As médias seguidas por * diferem estatisticamente do tratamento convencional pelo Teste de Dunnett ao nível de 5% de probabilidade n/s: não significativo.
Já nas avaliações feitas na produção observa-se um comportamento diferenciado e diferença significativa entre os tratamentos (TLC30, TLC50, TLC90 e TLC100), observa-se (Tabela 4) que com o aumento da concentração de lodo houve um acréscimo da produção com destaque para o tratamento TLC90 que teve média superior a testemunha que de acordo com Barros (2000) citado por Silva (2011), o lodo de curtume possui em sua composição, características nutricionais (N e P) necessárias para um bom desempenho na sua utilização em solos, sendo o nitrogênio o constituinte encontrado em maior quantidade, por ser produto de degradação da proteína da pele. Mesmo não sendo analisado o N no substrato e
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nas plantas o acrescimento deste elemento após a mistura pode ter ocorrido devido a considerável concentração deste elemento no lodo de curtume, com isso é possível enfatizar a viabilidade do uso lodo de curtume na cultura do pimentão e também a produção que é altamente dependente da utilização de insumos, sendo o substrato um dos insumos que mais tem se destacado em importância (FREITAS et al., 2013).
Qualquer variação na sua composição implica na nulidade ou irregularidade de germinação em função de sua estrutura, aeração, capacidade de retenção de água, propensão à infestação por patógenos, dentre outros (MARTINS et al., 2012), resultando na má formação das plantas e no aparecimento de sintomas de deficiências ou excessos de alguns nutrientes (SOUZA et al., 2013).
Os outros tratamentos não obtiveram uma produção acentuada, pois houve um ataque de pragas na área experimental (Àcaros) e em virtude da ocorrência da Pandemia (Covid-19), teve-se dificuldade no acesso e logística da área e com isso no controle das pragas e quando feito já não foi muito eficiente.
Dentre os parâmetros avaliados neste experimento no pós transplantio das mudas esta à altura das plantas (Tabela 5), sendo que tiveram um crescimento considerável nos tratamentos com adição de lodo e moinha com diferença estatística entre os tratamentos, más, ficando abaixo da média do desenvolvimento da muda cultivada em substrato convencional.
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Tabela 5. Valores médios de número de folhas (NF), altura das plantas (AP) de plantas de pimentão.
Tratamentos ALT. P N. FOLHAS --- cm ---
TCM 65,0 93
TCU100 37,8 * 49*
TLC10 45,0 * 65*
TLC30 40,5 * 51*
TLC50 45,3 * 69*
TLC70 41,8 * 71 n/s
TLC90 48,8 * 52 *
TLC100 43,0 * 76 n/s Médias 45,9 66
CV(%) 18,52 21,78
As médias seguidas por * diferem estatisticamente do tratamento convencional pelo Teste de Dunnett ao nível de 5% de probabilidade n/s: não significativo.
Resultados semelhantes foram observados por Franczak et al., (2008) que segundo o mesmo a utilização de maiores doses ocorreu tendência de redução do crescimento das plantas, e que doses de lodo acima de 3% no substrato podem influenciar negativamente o desenvolvimento das mudas. O mesmo ocorreu com a variável avaliada número de folhas (Tabela 5), sendo os tratamentos (TLC70 e TLC100), não se diferiram estatisticamente do tratamento convencional, os demais tratamentos o número de folhas com adição de lodo e moinha se diferiram estatisticamente com média de produção de número de folhas considerável, más, abaixo do desenvolvimento da muda cultivada em substrato convencional.
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6 CONCLUSÃO
A ausência de significância indica que os substratos avaliados se comportam da mesma maneira que o tratamento convencional e então podem substituir o tratamento convencional. Na variável diâmetro da copa o tratamento TLC100 apresentou maior média e diferença significativa em relação à testemunha, que compreende 100% de concentração de lodo. No teor de clorofila na folha (SPAD) houve diferença significativa entre todos os tratamentos contendo lodo de curtume e moinha de café em relação ao substrato convencional Bioplant®.
Os tratamentos TLC30, TLC50, TLC90 e TLC100 tiveram um acréscimo de produção em relação aos demais e ao comercial. O tratamento TLC90 que teve média superior às demais. Plantas em cultivo convencional tiveram médias de altura e número de folhas superior às mudas com adição de lodo de curtume e moinha do café, com exceção dos tratamentos TLC70 E TLC100 que não se diferiram estatisticamente do convencional para o número de folhas.
Tendo em vista todas as variáveis avaliadas conclui-se que o tratamento TLC90 seria o mais indicado para produção de pimentões, considerando que o fator produção é o mais importante em se tratando de termos comerciais para lucratividade do produtor de pimentão, atrelado a isso pode se concluir que somente a avaliação da fase de mudas não é o suficiente para indicar a melhor planta, visto que nem sempre a muda mais vigorosa ocasionará na planta mais produtiva.
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