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A ECOLOGIA E A INTERDISCIPLINARIDADE: O QUE, POR QUE, E COMO?

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Academic year: 2021

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A ECOLOGIA E A INTERDISCIPLINARIDADE:

O QUE, POR QUE, E COMO?

Renata Pardini

Departamento de Zoologia, Instituto de Biociências – USP pardinirenata@gmail.com

(2)

PREÂMBULO

 Interdisciplinaridade - desafio importante em vários contextos, não

só entre disciplinas, mas também entre subdisciplinas de uma mesma

área

 Palestra - importância de estudos interdisciplinares para a resolução de

problemas ambientais, da perspectiva da ecologia

 Assunto que me atrai, mas não tenho formação interdisciplinar -

representa o ponto de vista de uma ecóloga tentando aprender com

outras ciências

 Filtro pessoal do que considero mais ou menos relevante

(3)

TÓPICOS

 O QUE?

 Definição e analogias

 POR QUÊ?

 Relevância para a resolução de problemas ambientais, da perspectiva da ecologia

 COMO?

 Barreiras e soluções

 Um exemplo no Brasil, coordenado por ecólogos

(4)

O QUE?

Tress et al. 2005

(5)

O QUE?

Tress et al. 2005

(6)

O QUE?

Carpenter et al. 2009

(7)

O QUE?

Carpenter et al. 2009

(8)

O QUE?

Carpenter et al. 2009

(9)

POR QUÊ?

 A comunidade científica ecológica tem clamado que o conhecimento ecológico ajude a resolução de problemas ambientais

(10)

POR QUÊ?

 Porém, os problemas ambientais são complexos:

 Envolvem e afetam simultaneamente vários sistemas (físico, ecológico, econômico, cultural, e social)

 Não há disciplina, modelo ou pessoa únicos que dão conta de analisar esses problemas

(11)

POR QUÊ?

 Os sistemas são inter-relacionados, e iniciativas que considerem apenas um sistema, podem ter consequências (trade-offs) inesperados e indesejados em outros sistemas

Gardner et al. 2013

(12)

POR QUÊ?

Hirsch et al. 2010

REDD

 Política voltada para redução das mudanças climáticas

 Donos de terras ou governos são pagos para reduzir taxas de

desmatamento

 Maior parte do dinheiro vem de países industrializados

 Ideal: diminui pobreza, conserva biodiversidade e reduz carbono

 Países industrializados – redução dos esforços de minimizar suas emissões

 Impeliria o desmatamento para outras áreas

 Poderia beneficiar

desproporcionalmente os mais ricos - reduzindo os benefícios sociais

 Causa de muitos dos insucessos em estratégias de conservação

(13)

POR QUÊ?

População humana

Populações de espécies caçadas Caça

Estratégia de sustento:

 Requer conhecimento sobre os sistemas naturais

 Cria vínculos do homem com a natureza

Sistema social

Sistema ecológico

Extinção de populações ou espécies

Mudança nas estratégias de sustento

Desvinculação com a natureza

Desvalorização da natureza

PROIBIÇÃO DA CAÇA DE SUBSISTÊNCIA

Torres et al. 2016

 Causa de muitos dos insucessos em estratégias de conservação

(14)

POR QUÊ?

 Dadas as profundas mudanças que o homem causou na terra, é impossível entender, prever, ou manejar aspectos ecológicos sem entender por que e como o homem alterou esses aspectos no longo prazo

Ellis 2015

(15)

 Várias outras ciências têm ferramentas analíticas, arcabouços teóricos, e

conhecimento acumulado, que permitem explicar e predizer o comportamento

humano (ciência política, antropologia, economia, psicologia, sociologia, geografia, e outras ciências sociais)

POR QUÊ?

 Não é possível reduzir ou mitigar os impactos antropogênicos sem alterar o comportamento humano

Mascia et al. 2003 Schultz 2011

Kareiva & Mavier 2012

(16)

POR QUÊ?

 Para reconciliar justiça ecológica e social

 Há hoje um debate acirrado entre:

 conservação ameaça o sustento e práticas tradicionais de comunidades humanas

 conservação é essencial para proteger as espécies não-humanas

 Mentalidade “eles ou nós” - bem-estar de grupos humanos e de outras espécies um contra o outro

Shoreman-Ouimet & Kopnina 2015

 Porém, a proteção do ambiente é importante nos dois casos, e a reconciliação depende de interdisciplinaridade

(17)

POR QUÊ?

 Só mais recentemente o homem foi incorporado na biologia da conservação

Mace 2014

(18)

COMO? Barreiras e Soluções

Carpenter et al. 2009

Barreiras Soluções

 Tendência de focar no que sabemose nas ferramentas e modelos que já temos, deixando de lado questões e aspectos que são importantes, mas não sabemos como trabalhar

 Inclusão de diversidade de

perspectivas e habilidades - não só em termos de formação disciplinar e expertise metodológica, mas também estilos de aprendizagem e formas de lidar com conflitos, idade, gênero, cultura

 Tendência a focar nos modelos mais aceitos e nos indivíduos mais

respeitados, para aumentar eficiência, racionalidade, e estandardização,

criando dominância, “monoculturas” e hierarquias

 Inclusão de diversos conhecimentos, teorias, e modelos

 Tendência a querer consenso Ao contrário, ser transparente com relação aos pontos de vista

conflitantes

(19)

COMO? Barreiras e Soluções

Mascia et al. 2006 Stevens et al. 2007

Barreiras Soluções

 Falta de habilidade de trabalhar em equipe

 Treinamento desde cedo que enfatize aprender a deixar a nossa zona de conforto, ouvir, respeitar e aceitar diferenças de crença e opinião, e aprender com perspectivas distintas

 Formação básica que não evidencia a relevância de outras áreas

 Cursos de graduação deveriam deixar clara a relevância de outras áreas para a resolução de problemas ambientais

 Ignorância em relação às teorias, metodologias e jargões de outras áreas, que impedem comunicação e aprendizado e levam a desconfiança

 Paciência e mente aberta para uma escolha cuidadosa da linguagem, e discussão de significados e

terminologias muito além da pura semântica, de maneira a criar confiança mútua

(20)

COMO? Barreiras e Soluções

Lele & Norgaard 2005

Barreiras Soluções

 Diferenças epistemológicas (o que é, e como se constrói conhecimento) entre disciplinas

 Vencer suposições e preconceitos (e.g. ciência naturais são

quantitativas e rigorosas e ciências sociais são qualitativas e não

rigorosas)

 Diferenças na “posição social” de

diferentes áreas da ciência, que levam a percepção de superioridade ou

inferioridade

 Paciência e vontade de ser construtivo

 Diferenças de escala e método entre disciplinas

 Investimento em delineamento conjunto que seja adequado aos diferentes tipos de dados

(21)

COMO? Barreiras e Soluções

Lele & Norgaard 2005 Campbell 2005

Barreiras Soluções

 Desconsideração de que a ciência é carregada de valor, que leva

principalmente os pesquisadores das ciências naturais a acreditar que as escolhas que fazem (questões,

variáveis) e os resultados que esperam são isentos de valores

 Identificar e refletir sobre

julgamentos de valor por trás das decisões científicas

 Falta de tempo

 Planejar mais tempo, em especial no começo, para que premissas,

objetivos, e metodologias possam ser amplamente discutidos e acordados, em ambiente de respeito,

transparência e confiança

 Resultados mais demorados, mais difíceis de publicar, e menos

financiamento

 Mas no longo prazo tem mais impacto

(22)

COMO? Barreiras e Soluções

Bromham et al. 2016

(23)

COMO? Barreiras e Soluções

Van Noorden 2015

(24)

COMO? Um exemplo no Brasil

Mais de 30 instituições parceiras

~ 100 pesquisadores

(25)

COMO? Um exemplo no Brasil

 avaliar as consequências ambientais e sociais das mudanças nos usos da

terra no leste da Amazônia brasileira

 quantificar e entender trajetórias e problemas sociais e ecológicos,

avaliando os custos, benefícios e trade-offs associados a intervenções de

manejo, e destacando oportunidades e desafios para a gestão de paisagens

florestais tropicais modificadas

(26)

COMO? Um exemplo no Brasil

 Delineamento hierárquico adequado para a parte

ecológica (terrestre e aquática), econômica e social

(27)

COMO? Um exemplo no Brasil

(28)

OBRIGADA!

Referências

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