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A Revolução Francesa

Objetivo

Você aprenderá sobre a revolução que é considerada o marco inicial da Idade Contemporânea, seus antecedentes, causas, consequências e legado.

Se liga

Para esse conteúdo, é importante estar ligado na matéria sobre Absolutismo e Iluminismo.

Curiosidade

Sabia que você pode pisar nas pedras da Bastilha? Apesar da queda da Bastilha ser considerada um dos marcos iniciais da Revolução Francesa, já existiam projetos para demoli-la e revitalizar a região ao seu redor desde a década de 1750. E assim foi feito após a revolução, suas pedras foram utilizadas para construir a Pont de la Concorde, em Paris. Resumo: os franceses, todo santo dia, literalmente, pisam no inimigo.

Teoria

Os debates históricos

Iniciada em 1789 com a queda da Bastilha, a Revolução Francesa repercutiu em todo o Ocidente, acelerando o processo de ruptura com o absolutismo e de transição do feudalismo para o capitalismo. A Revolução Francesa, influenciada pelas ideias iluministas, colocou fim ao Antigo Regime francês. Devido às dimensões que esse processo revolucionário tomou, a maioria dos historiadores considera que ele marcou o fim da Idade Moderna e o início a Idade Contemporânea.

A Revolução Francesa foi um dos principais contribuintes da formulação do conceito atual de revolução, que é compreendido por uma ruptura brusca da realidade social, política, econômica e cultural de determinado momento. Assim, a revolução teria superado os privilégios impostos pelo Antigo

Regime e dado início à expansão do capitalismo liberal clássico e da consolidação do modo de vida burguês.

O movimento, considerado uma Revolução Burguesa, precisa ser entendido a partir de especificidades sociais, econômicas, políticas e culturais na França daquele período. À medida que consolidavam seu poder econômico e seus valores intelectuais – através do Iluminismo – setores cada vez mais amplos da burguesia entravam em choque com o absolutismo monárquico, o mercantilismo e instituições do Antigo Regime.

A interpretação mais comumente aceita da revolução está ligada, especialmente, à oposição entre a burguesia e a nobreza; porém, para alguns pesquisadores, o acontecimento foi muito mais complexo do que isso. Em defesa de sua interpretação, argumentam que essas classes não eram coesas, uma vez que muitos nobres também partilhavam das atividades comerciais e defendiam o fim da sociedade estamental na França.

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Em contrapartida, sabe-se que a compra de títulos de nobreza era algo muito comum entre a burguesia que queria desfrutar de um título nobiliárquico. Ou seja, a alta burguesia e a nobreza, de alguma forma, acabaram se aproximando e se misturando ao longo do tempo. O grande cerne da questão que teria levado à revolução não seria o foco na disputa de classes, mas sim na vontade de mudança de grande parte da sociedade, que era contra a concentração de poder do Estado.

Todas as discussões citadas acima são algumas das interpretações que foram feitas ao longo dos anos após a revolução. Vale ressaltar que a História não é um ciclo fechado e acabado, suas narrativas estão em constante disputa e à mercê de interesses de determinados grupos/personalidades. A questão é que a Revolução Francesa, naquele momento, representou um acontecimento sem precedentes e promoveu uma reforma significativa na sociedade francesa, principalmente a partir da sua radicalização.

Período pré-revolucionário

A sociedade francesa era dividida em três estamentos. O primeiro e o segundo – clero e nobreza, respectivamente – detinham privilégios e, além de não pagarem impostos, controlavam as terras e possuíam os principais cargos administrativos. A situação do terceiro estado era diversa. Independente da função exercida, todos os indivíduos dessa ordem precisavam pagar impostos, seja diretamente ao rei ou prestando obrigações servis (no caso dos camponeses).

Dentre os fatores que resultaram na Revolução Francesa, podemos destacar a crise pela qual passava a economia francesa às vésperas de 1789. No setor agrícola, crises climáticas frequentes, ao longo da década de 1780, provocaram uma onda de fome e revolta. Para aumentar a arrecadação, recaía sobre os camponeses imposições de todo tipo, como os impostos reais, além das obrigações em dinheiro. A crise econômica foi agravada pelo envolvimento da França na Guerra dos Sete Anos e nas Guerras de Independência das Treze colônias, o que aprofundou o déficit nos cofres do Estado. Muitos pesquisadores acreditam que o outro

resultado direto do envio de tropas francesas para auxiliar na Revolução Americana teria sido a criação de um sentimento de luta contra a tirania entre os soldados, inspirado pelos ideais da independência americana.

Além disso, ainda existiam os excessivos gastos da corte, que eram pagos pelo Estado.

A desastrosa administração financeira realizada na França desde Luís XV chegou ao ápice com Luís XVI, no trono desde 1774. Diante da crise, o então ministro das finanças, Jacques Necker, propôs a convocação dos Estados Gerais – uma reunião com representantes das três ordens sociais – em que sugeriu a cobrança geral de impostos, ou seja, a extensão dos tributos ao primeiro e ao segundo estado. Luís XVI atendeu à primeira recomendação, convocando os Estados Gerais para discutirem a crise orçamentária. Alguns pesquisadores pontuam que, em geral, os estamentos privilegiados não foram contra o pagamento de impostos, mas contra a forma que a cobrança seria feita.

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A Assembleia dos Estados Gerais

A reunião dos Estados Gerais, em maio de 1789, no Palácio de Versalhes, dava imediata vantagem ao clero e à nobreza, já que a votação das propostas era feita por estamento e não por “cabeça”. Clero e nobreza, ambos privilegiados, tendiam a votar, sempre de maneira unânime, contra o Terceiro Estado. Este, ciente da sua posição desfavorável, passou a contestar a organização da assembleia, exigindo que a votação fosse feita por “cabeça”.

Após um mês de infrutíferas discussões, o Terceiro Estado se separou e se proclamou legítimo representante da nação, pressionando o rei a elaborar e aprovar uma constituição. Diante da pressão, o rei aceitou a proclamação da Assembleia Nacional Constituinte, e tal evento marca o início da revolução política. O monarca, no entanto, preparava um contra-ataque para recuperar o controle da situação. Contudo, a situação se radicalizou na sociedade francesa.

No dia 14 de julho de 1789, o povo parisiense, revoltado, tomou a Bastilha, libertando os presos políticos. O acontecimento, acompanhado de motins camponeses por toda França, marcou o início radical da Revolução Francesa. A partir de então, o temor propagou-se por todo país, período que ficou conhecido como o Grande Medo. O período foi marcado por uma série de invasões e saques dos camponeses às propriedades dos senhores feudais e da Igreja.

O que a Globo não mostra é que as mulheres foram figuras essenciais durante todo o processo revolucionário.

No dia 5 de outubro de 1789, ocorreu a Marcha sobre Versalhes, movimento em que uma serie de mulheres, especialmente as que trabalhavam nos mercados/feiras de Paris, se reuniram e marcharam até o Palácio de Versalhes, com a intenção de protestar contra a alta dos alimentos e a favor das reformas políticas propostas pela Assembleia. Um dos motivos da marcha, que já vinha sendo proposta pelos manifestantes anteriormente, foi o banquete servido aos militares que haviam chegado recentemente a Versalhes para proteger o rei.

Imagina que você está em um contexto de fome e escassez de comida e seu governante decide oferecer um banquete para um seleto grupo, vai dar ruim né?! E deu! Com a mobilização das mulheres, uma série de pessoas se juntaram aos protestos e obrigaram o rei a voltar para Paris.

Primeira Fase da Revolução: a Assembleia Nacional Constituinte (1789-1791)

A Assembleia destituiu todos os privilégios dos nobres e elaborou a Declaração dos direitos do Homem e do Cidadão. A Declaração é um grande marco, pois estabeleceu a ideia de igualdade perante a lei, além da garantia de liberdade e propriedade privada. Importante frisar que a declaração é considerada um dos grandes legados da Revolução Francesa, porém ela não era a favor de uma sociedade igualitária, haja vista que uma série de critérios foram criados para garantir que essa proposição não fosse profundamente

“democrática”. Isso se dá porque essa primeira fase da revolução foi comandada pela alta burguesia, que não era, necessariamente, contra a monarquia, apenas contra o absolutismo. No ano seguinte, em 1790, a Assembleia instituiu a Constituição Civil do Clero, que confiscou propriedades da Igreja e determinou que membros da Igreja eram funcionários civis do Estado.

Nessa conjuntura, ocorreram muitas migrações de nobres e clérigos, principalmente para Áustria e a Prússia, além de crescerem as forças contrarrevolucionárias no exterior. Em 1791 foi votada a primeira constituição francesa, que estabeleceu a liberdade de comércio, o voto censitário (só proprietários poderiam votar) e a confirmação do direito à propriedade privada. O sistema de governo passou a ser a Monarquia Constitucional,

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e a sociedade deixou de ser dividida pelos privilégios decorrentes dos títulos nobiliárquicos, passando a ser hierarquizada pela riqueza e posse de bens.

Percebe-se que, apesar da Revolução Francesa desestabilizar a estrutura social da França com a implantação de ideias iluministas, um grupo continuou mantendo muitos privilégios: os homens. Tendo em vista que só os homens receberam o direito ao voto e à participação política, a ativista francesa Marie Gouze, conhecida como Olympe de Gouges, escreveu a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã. O novo documento se apresentou como uma crítica aos privilégios masculinos e buscou inserir as mulheres dentro dos princípios de igualdade e liberdade. O documento chegou a ser encaminhado para a Assembleia Nacional, entretanto foi rejeitado pela Convenção no ano seguinte. A autora acabou sendo guilhotinada, em 1793, por seus ideais. Dentre um dos trechos marcantes da declaração, podemos citar:

“Mulher, desperta. A força da razão se faz escutar em todo o Universo. Reconhece teus direitos. O poderoso império da natureza não está mais envolto de preconceitos, de fanatismos, de superstições e de mentiras. A bandeira da verdade dissipou todas as nuvens da ignorância e da usurpação. O homem escravo multiplicou suas forças e teve necessidade de recorrer às tuas, para romper os seus ferros. Tornando-se livre, tornou-se injusto em relação à sua companheira.”

(Disponível em: http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/Documentos-anteriores-%C3%A0-cria%C3%A7%C3%A3o- da-Sociedade-das-Na%C3%A7%C3%B5es-at%C3%A9-1919/declaracao-dos-direitos-da-mulher-e-da-cidada-1791.html)

Segunda Fase da Revolução: Monarquia Constitucional (1791-1792)

A Constituição deixou evidente as divergências no interior do Terceiro Estado, já que alguns de seus aspectos – como o voto censitário – continuavam excluindo a grande maioria da população das decisões políticas francesas. A assembleia legislativa eleita tinha maioria de membros da alta burguesia, então chamados de girondinos. A minoria era formada pelos jacobinos, integrantes da pequena e média burguesia.

Nesse mesmo contexto, o rei tentou fugir da França, mas foi preso e acusado de conspirar contra os revolucionários. Em 1792, a Prússia invadiu a França, e as tropas francesas, constituídas em sua maioria pelos sans culottes ( trabalhadores urbanos), derrotaram os prussianos na Batalha de Walmy. Com isso, os radicais se fortaleceram e pressionaram a substituição da Monarquia pela República, ou seja, a substituição da assembleia legislativa pela Convenção Nacional.

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Terceira Fase: República (1792-1795)

Na fase republicana, a Convenção Nacional assumiu o comando do país, cabendo a ela julgar o destino de Luís XVI e sua família. Os parlamentares condenaram o rei e sua família à execução na guilhotina, que foi cumprida em 21 de janeiro de 1793.

Nesse período se ampliaram as tensões entre os deputados da convenção. Os Girondinos (que sentavam à direita), conhecidos como Planície, assumiram posições conservadoras, com o objetivo de garantir o direito à propriedade. Os Jacobinos (que sentavam à esquerda), também chamados de Montanha, eram liderados por Robespierre e apoiados pelos Sans-Culottes.

Pega a visão: devido a essa divisão espacial citada no parágrafo aqui em cima, criou-se os conceitos de direita e esquerda. Enquanto os primeiros estavam ligados à defesa do fim do Antigo Regime e a implantação de um modelo liberal, os segundos estariam mais preocupados com uma ruptura mais radical com o absolutismo.

Mas cuidado, a utilização desses termos atualmente não é só baseada nesses aspectos citados acima, outros eventos históricos que vieram posteriormente também são essenciais para sua compreensão.

Por proposta dos Jacobinos, foi criado o Comitê de Salvação Pública, dirigido por Danton, que garantia a segurança interna.

Nesse mesmo contexto ocorre uma radicalização da Revolução. Os Sans Cullotes, liderados por Marat e Hébert, cercaram a convenção e prenderam os deputados Girondinos.

Com isso, os Jacobinos assumiram a liderança do movimento.

Foi promulgada uma nova constituição, inspirada nas ideias de Rousseau, e com ela, homens maiores de 21 anos passaram a ter direito ao voto.

Nesse cenário das radicalizações, Robespierre se tornou líder no Comitê da Salvação Pública, e Marat foi assassinado pela Girondina Charlotte Corday. A partir daí, iniciou-se o Período do Terror (1793-95). Foi instituída a Lei dos Suspeitos, que condenava inimigos da Revolução. Estes eram enviados ao Tribunal Revolucionário, responsável pelo julgamento de possíveis traidores.

Durante o Período do Terror, opositores foram mortos e perseguidos. No entanto, vale lembrar que o período também foi marcado por transformações significativas, como a reforma agrária, o tabelamento do preço dos alimentos (Lei do Máximo), o voto universal masculino e a abolição da escravidão. Diante da crescente instabilidade e das perseguições internas, grupos conservadores conseguiram restabelecer o poder através do Golpe 9 do Termidor. Robespierre foi guilhotinado, e as medidas anteriormente aprovadas foram anuladas.

Assim, a alta burguesia girondina voltou novamente ao poder, restabelecendo o voto censitário e a escravidão nas colônias. Começa aí a quarta fase da Revolução.

Pega a visão: todo esse clima de revolução e abolição da escravidão foi essencial para a eclosão de revoltas nas dependências coloniais dos franceses, especialmente no Haiti. Não é por acaso que a Revolução Haitiana, ou Revolta de São Domingos, começou no ano de 1791. Apesar de não ganhar a devida importância, de longe ela é uma das maiores revoluções do século.

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Quarta Fase: Diretório (1795-1799)

Na fase final da Revolução, a alta burguesia recuperou o poder, e a França vivia uma desastrosa situação econômica, política e social. No âmbito externo, Napoleão Bonaparte ganhava destaque nas campanhas militares. Internamente, a Conspiração dos Iguais emergia com o apoio popular. A insurreição foi esmagada em Paris pelas tropas do governo. Suas demandas eram basicamente o fim das propriedades privadas, igualdade absoluta aos homens e a instalação de um governo popular e democrático formando, “uma comunidade de bens e de trabalho”. Graco Babeuf era o principal líder do movimento, e suas ideias são consideras as precursoras do socialismo.

Nesse contexto, a situação na França era dramática, a fome, miséria e revolta imperavam na vida dos camponeses e dos operários e trabalhadores urbanos.

Com a instabilidade do poder e as intensas guerras, a alta burguesia, em conjunto com o exército, planejou um golpe para conter os ímpetos da população, e o jovem general Napoleão Bonaparte derrubou o poder no golpe do 18 Brumário, pondo fim à Revolução Francesa.

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Exercícios de fixação

1.

Cite e explique como funcionava a ordem estamental da sociedade francesa no período pré- revolucionário.

2.

Porque o apoio da França a independência das Treze Colônias pode ser considerado uma das causas para a eclosão da Revolução Francesa?

a) porque a França era inimiga declarada das Treze colônia antes do episódio b) porque levou ao aprofundamento da crise orçamentária do Estado francês c) porque os franceses eram contra a intervenção do Estado no conflito

3.

Porque podemos afirmar que, apesar do lema “liberdade, igualdade e fraternidade”, a primeira fase da revolução foi extremamente desigual e excludente?

4.

Diferencie os jacobinos dos girondinos.

5.

No que consistiu o período do Grande Medo durante Revolução Francesa?

a) conjuntura de propagação de ódio e da expulsão compulsiva dos senhores feudais da França b) contexto em que ocorreu a perseguição e o guilhotinamento dos inimigos da revolução

c) momento em que ocorreu uma serie de invasões e saques as propriedades dos senhores feudais e da igreja

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Exercícios de vestibulares

1.

(Faetec 2016) “Se não têm pão, que comam brioches!”

A frase, erroneamente atribuída à rainha da França, Maria Antonieta, foi considerada uma resposta cínica às inquietações populares que levaram à eclosão da Revolução Francesa.

Assinale a alternativa que aponta corretamente algumas das causas da insatisfação da população francesa às vésperas dessa Revolução.

a) Contrários ao lema da monarquia, “Liberdade, Igualdade, Fraternidade”, os camponeses alegavam que a distribuição de renda provocava o empobrecimento da classe média.

b) A grave crise econômica, aliada a condições climáticas adversas, inflacionou os preços nas cidades e no campo; sofrendo com a fome, a população pagava altos impostos para manter os privilégios do clero e da nobreza.

c) A substituição de culturas alimentares pelo algodão, decretada por Luís XVI, levou ao aumento da mortalidade infantil e da fome entre os camponeses, favorecendo a burguesia vinculada à indústria têxtil.

d) Para sustentar os custos das guerras napoleônicas, o rei Luís XVI aumentou a cobrança de impostos dos camponeses e dos trabalhadores das cidades que, insatisfeitos, se rebelaram contra o governo central.

e) Devido à falta de terras férteis, à baixa produção de alimentos e à fome, a população demandava o aumento da ocupação francesa nas Américas e na África para a ampliação da produção agrícola.

2.

(Unifeso 2015) “Os dois grandes legados culturais da Revolução Francesa foram a ideia de que a mudança política era normal e de que a soberania não residia no governante nem em um grupo de notáveis, mas sim no povo. Este último era simplesmente a expressão da lógica do conceito de cidadão”.

(Wallerstein, Immanuel. O declínio do poder americano. Rio de Janeiro: Contraponto, 2004. p. 94) O legado a que se refere o autor foi o responsável pela construção de uma cultura política que se fundamentava na ideia de que

a) a mudança política deveria gerar uma sociedade de ordens.

b) as monarquias, por excelência, eram o único regime político capaz de assegurar a democracia.

c) o unipartidarismo era um tipo de sistema partidário compatível com a expansão dos direitos de cidadania.

d) a conquista de direitos do cidadão representava o caminhar da humanidade em direção à modernidade.

e) o poder deve ser exercido por um indivíduo que concentre todos os poderes.

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3.

(Unesp 2021) Observe a gravura de Isidore-Stanislas Helman (1743-1806).

O evento representado na imagem mostra

a) o poder legislativo, composto por representantes de todas as classes sociais e responsável pela proposição e criação das leis federais.

b) uma assembleia popular, reunida em caráter permanente e aberta à participação direta de todos os cidadãos.

c) o poder moderador, composto por representantes de organismos sociais e políticos e responsável pelo controle sobre as decisões do rei.

d) o poder executivo, composto pelos membros da nobreza e do clero e responsável pelas decisões relativas à política exterior.

e) uma assembleia consultiva, convocada esporadicamente pelo rei e formada por representantes das três ordens sociais.

4.

(Cesgranrio 2010)

“Santa Guilhotina, protetora dos patriotas, rogai por nós;

Santa Guilhotina, terror dos aristocratas, protegei-nos;

Máquina adorável, tende piedade de nós;

Máquina adorável, tende piedade de nós;

Santa Guilhotina, livrai-nos de nossos inimigos.”

(In ARASSE, Daniel. A Guilhotina e o Imaginário do Terror. SP: Atica, 1989. p 106-107) A leitura do texto remete ao período da Revolução Francesa conhecido como Terror, que pode ser identificado como o momento

a) de diversas revoltas lideradas por trabalhadores rurais que pleiteavam o direito à terra, e contra os quais o governo girondino utilizou a guilhotina indiscriminadamente.

b) de medidas populares, tais como o controle de preços e a reforma agrária, sob a liderança jacobina, durante o qual a guilhotina representava para muitos a justiça revolucionária.

c) do apogeu do domínio burguês, caracterizado pela criação do Banco de França e pelo aumento do comércio francês com as nações europeias, durante o qual a guilhotina simbolizava a eliminação dos resquícios feudais.

d) do retorno da nobreza em uma ação contrarrevolucionária, que eliminou as lideranças burguesas e populares que haviam iniciado o processo revolucionário e utilizou a guilhotina como protetora da pátria ameaçada.

e) resultante da Lei de Cercamentos, que provocou a expulsão dos camponeses de suas terras e sua execução sumária, através do uso da guilhotina.

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5.

(Enem 2020) Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão — 1789

Os representantes do povo francês, tendo em vista que a ignorância, o esquecimento ou o desprezo dos direitos do homem são as únicas causas dos males públicos e da corrupção dos governos, resolveram declarar solenemente os direitos naturais, inalienáveis e sagrados do homem, a fim de que esta declaração, sempre presente em todos os membros do corpo social, lhes lembre permanentemente seus direitos e seus deveres, a fim de que as reivindicações dos cidadãos, fundadas em princípios simples e incontestáveis, se dirijam sempre à conservação da Constituição e à felicidade geral.

Disponível em: www.diretoshumenosusp.br Acesso em: 7 jun 2018 (adaptado).

Esse documento, elaborado no contexto da Revolução Francesa, reflete uma profunda mudança social ao estabelecer a

a) manutenção das terras comunais.

b) supressão do poder constituinte.

c) falência da sociedade burguesa.

d) paridade do tratamento jurídico.

e) abolição dos partidos políticos.

6.

(UFPR 2016) Considere os seguintes excertos produzidos no contexto da Revolução Francesa (1789- 1799):

Compare as duas declarações e assinale a alternativa que identifica a principal diferença entre o texto de 1789 e o de 1791.

a) O texto de 1791 estabelece direitos e obrigações detalhados e separados para homens e mulheres na política e nos negócios, conforme o projeto burguês de sociedade, enquanto o texto de 1789 defende um ideal universalista, sem distinção social.

b) O texto de 1789 defende direitos universais, sem explicitar a questão de gênero, enquanto o texto de 1791 defende a igualdade de direitos entre os gêneros, reivindicando a atuação feminina em assuntos considerados masculinos, como a política e os negócios.

c) O texto de 1791 defende a luta contra a opressão das mulheres após séculos de dominação monárquica na França, enquanto o texto de 1789 é contra a opressão masculina causada pela

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d) O texto de 1789 utiliza o termo “homem” para designar a todo o conjunto de cidadãos, sem distinção de classe e origem, enquanto o texto de 1791 substitui “homem” por “mulher”, a fim de reivindicar direitos exclusivos para as cidadãs da classe burguesa.

e) O texto de 1789 defende que nenhum direito é válido se não incluir todos os cidadãos, enquanto o texto de 1791 contradiz esse princípio ao privilegiar as mulheres, que reivindicavam maior espaço na sociedade após a morte da Rainha Maria Antonieta.

7.

(Fits 2018) Já no início da tormenta revolucionária, a burguesia francesa ousou despojar novamente os trabalhadores de seu recém-conquistado direito de associação. O decreto de 14 de junho de 1791 declarou toda coalizão de trabalhadores um “atentado à liberdade e à Declaração dos Direitos Humanos”, punível com uma multa de 500 libras e privação, por um ano, dos direitos de cidadania ativa.

Essa lei, que por meio da polícia estatal, impõe à luta concorrencial entre capital e trabalho obstáculos convenientes ao capital, sobreviveu a revoluções e mudanças dinásticas. Mesmo o regime do Terror a manteve intocada.

(JÁ NO INÍCIO... 2018).

A análise do contexto sociopolítico e ideológico da Revolução Francesa permite afirmar que esse decreto

a) estabeleceu a igualdade econômica e social, com o fim dos privilégios feudais.

b) beneficiou a classe burguesa e impôs limites à atuação política do proletariado.

c) manteve os privilégios da nobreza feudal. ao conter o movimento revolucionário proletário.

d) preservou a sociedade estamental e os privilégios da classe dominante do Antigo Regime.

e) estabeleceu a diferenciação formal, baseada nos Direitos Humanos, entre as classes sociais.

8.

(Unicentro 2017) Revolução Industrial ocorrida na Inglaterra integra o conjunto das “Revoluções Burguesas” do século XVIII, responsáveis pela crise do Antigo Regime, na passagem do capitalismo comercial para o industrial. Os outros dois movimentos que a acompanham são a Independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa, que, sob influência dos princípios iluministas, assinalam a transição da Idade Moderna para a Contemporânea. Em seu sentido mais pragmático, a Revolução Industrial significou a substituição da ferramenta pela máquina e contribuiu para consolidar o capitalismo como modo de produção dominante. Esse momento revolucionário, de passagem da energia humana para motriz, é o ponto culminante de uma evolução tecnológica, social e econômica, que vinha se processando na Europa desde a Baixa Idade Média.

(A REVOLUÇÃO... 2016).

A independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa são consideradas revoluções burguesas por

a) suprimir a sociedade estamental e estabelecer a ampla participação popular e democrática.

b) acabar com as diferenças sociais e implantar os princípios da liberdade política e da igualdade social.

c) consolidar a diplomacia como mecanismo de solução dos conflitos políticos, extinguindo os conflitos bélicos.

d) superar as restrições à liberdade de comércio e de produção, consolidando os princípios do liberalismo econômico.

e) estabelecer o fim dos privilégios de classe e apoiar militarmente os movimentos de independência das colônias ibero-americanas.

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9.

(UFPA 2016) Norman Hampson, autor de História Social de la Revolución Francesa, aborda as tensões na sociedade francesa do século XVIII:

A França do ancien régime... era uma sociedade extremamente complexa, caracterizada por grandes variações locais em todos os níveis. Por uma série de razões – políticas, econômicas, sociais e religiosas – as tensões foram se tornando cada vez maiores durante a segunda metade do século XVIII (...).

(Apud MARQUES, Adhemar et al. História Contemporânea através de textos. São Paulo: Contexto, 2008. p. 18).

Considerando o que diz Hampson, essa realidade da sociedade francesa daquele século se expressa nas tensões decorrentes da

a) alta dos tributos implementados durante o reinado de Luís XVI, que atingiu, sobretudo, os servos que viviam em glebas fora dos muros da cidade e que eram arrendadas pelos aristocratas do 2º Estado.

b) tomada de consciência da classe trabalhadora que vivia no campo, ao reconhecer que era explorada pela Corte, a qual tinha como única função nomear, convocar ou demitir ministros, impedindo o rei de governar.

c) luta de classes que se estabeleceu entre burgueses e camponeses, representantes das então recentes forças produtivas que se estabeleceram na França após a superação do feudalismo e do clericalismo.

d) sobrecarga de taxas sobre o campesinato enquanto as ordens privilegiadas (nobreza e clero) ocupavam os lugares honoríficos e lucrativos, ao mesmo tempo em que a burguesia ficava fora do poder.

e) dependência em que vivia a burguesia em relação à nobreza, que tudo controlava desde os impostos até a produção de alimentos, como forma de evitar a revolução no campo.

10.

(IFPE 2018) Um país governado pelos proprietários está dentro da ordem social; o país onde os não proprietários governam acha-se em estado de natureza.

D’ANGLAS, Boissy apud SOBOUL, Albert.História da Revolução Francesa. Rio de Janeiro: Zahar, 1981, p. 400.

O texto é um fragmento do discurso proferido por Boissy d’Anglas na apresentação do projeto de Constituição, em 23 de junho de 1795, no contexto da Revolução Francesa. O argumento sustentado pelo autor está, corretamente, sintetizado na defesa

a) da reforma agrária.

b) da igualdade civil.

c) do sufrágio universal.

d) da educação secular.

e) do voto censitário.

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(13)

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. A sociedade francesa do Antigo Regime era dividida em três estamentos: o primeiro era composto por membros do clero, e o segundo era composto pela nobreza nobiliárquica; ambos possuíam privilégios, ocupavam os melhores cargos dentro da administração do Estado e não precisavam pagar impostos. Já o terceiro estado era extremamente diverso, uma vez que era formado por todos aqueles que não pertenciam o clero e a nobreza, como os trabalhadores, os camponeses e a burguesia. Além disso, cabia à última ordem sustentar o Estado francês com o pagamento de impostos.

2. C

A crise econômica em que a França se encontrava no período pré-revolucionário foi agravada pelo envolvimento nas Guerras de Independência das Treze colônias, uma vez que os franceses enviaram tropas e mantimentos para auxiliar na luta dos colonos contra a Inglaterra. Tal ajuda levou ao aprofundamento da crise orçamentária do Estado francês.

3. Ainda que a revolução tenha buscado a queda dos privilégios da nobreza e a igualdade de todos perante a lei, a constituição francesa de 1791 estabeleceu o voto censitário (só proprietários poderiam votar), o que limitou a participação de uma boa parte da população.

4. Os girondinos eram compostos por membros da alta burguesia e possuíam interesses moderados durante a Revolução Francesa, uma vez que tinham a intenção de assegurar os interesses da sua classe e a manutenção de uma ordem social em que se mantivessem no topo da hierarquia social. Já os jacobinos eram formados pela pequena e média burguesia e defendiam um caráter mais radical da revolução, como a expansão dos direitos políticos e sociais para a parcela mais pobre da população.

5. C

Com a tomada da Bastilha e a radicalização da revolução, o movimento se expandiu para os campos, com a promoção de motins camponeses, marcados por uma série de invasões e saques às propriedades dos senhores feudais e da Igreja. Muitos clérigos e nobres saíram fugidos do país, com medo do caráter mais radical do movimento.

Exercícios de vestibulares

1. B

O período pré-revolucionário foi marcado por uma crise agrária e econômica em que o terceiro estado, principalmente os camponeses e os trabalhadores, estava assolado pela fome, pela miséria e pela pobreza, enquanto continuavam a ser explorados pelo clero e pela nobreza através do pagamento de impostos ou de serviços.

2. D

Profundamente influenciados pelos ideais iluministas, esses homens acreditavam que o progresso somente seria possível a partir da transformação dos súditos em cidadãos que pudessem participar ativamente da política.

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3. E

Essa é uma questão que requer atenção à legenda da imagem, já que a resposta está nela. A pintura retrata a reunião dos Estados Gerais, em maio de 1789, no Palácio de Versalhes.

4. B

O trecho destacado faz referência ao Período do Terror, que ocorreu entre os anos 1793 e 1794, durante Revolução Francesa. Conhecido também como República Jacobina, o período foi marcado pela forte perseguição aos opositores, que eram mandados para guilhotina. Ao mesmo tempo, também foi o período de maior expansão dos direitos sociais e políticos, como fim da escravidão, a reforma agrária e o voto universal masculino.

5. D

A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão foi criada em um contexto de ascensão da burguesia e dos ideais iluministas, durante a Revolução Francesa. Portanto, a Declaração representa a defesa de ideais como a liberdade e a igualdade jurídica.

6. B

A Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã expõe a exclusão das mulheres nas conquistas da revolução, ao pontuar o direito delas de participarem ativamente da política. Apesar de terem sido uma parte importante na luta contra o absolutismo, seus direitos não foram contemplados na declaração e nem na constituição.

7. B

A Revolução Francesa foi dominada politicamente pela burguesia, que criou mecanismos para atender aos seus interesses, como a Constituição de 1791, que instituía o voto censitário, e a Lei de Le Chapelier, do mesmo ano, que proibia à organização dos trabalhadores e o direito à greve.

8. D

Imbuídas pelo ideal do liberalismo clássico, ambas as revoluções consolidaram o poder político e o modo de vida da burguesia, que, naquele contexto, queria romper com as amarras do mercantilismo, das sociedades de privilégios nobiliárquicos e do colonialismo, no caso americano.

9. D

A revolução eclodiu por uma série de fatores que estão diretamente ligados ao contexto em que a França vivia no final do século XVIII: expansão das ideias iluministas, interesse da burguesia em possuir poder político, crise orçamentária e agrária, intensa exploração do campesinato, a alta no preço dos mantimentos e escassez de alimentos.

10. E

O contexto da questão remonta à retomada de poder pelos girondinos, que eram a alta burguesia, após o Período do Terror. Com a intenção de consolidar os seus interesses e conquistar uma estabilidade política, a Constituição limitou os direitos daqueles que poderiam votar e daqueles que poderiam ser votados.

Referências

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