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CEAFI PÓS-GRADUAÇÃO UNIDADE GOIÂNIA- GOIÁS PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS

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CEAFI PÓS-GRADUAÇÃO – UNIDADE GOIÂNIA- GOIÁS PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS

ARTIGO DE REVISÃO

USO DA VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO INVASIVA NO PACIENTE COM DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA AGUDIZADA COMO

FATOR DE PREVENÇÃO AO PROCESSO DE INTUBAÇÃO

Ana Regina de Oliveira Fernandes ¹, Giulliano Gardenghi ²

1. Fisioterapeuta/ Especializando em Fisioterapia Cardiopulmonar e Terapia Intensiva. Goiânia/2018.

2. Professor Orientador do CEAFI – Cursos.

(2)

Resumo: Introdução: A ventilação não invasiva VNI tem tido grande sucesso na atenção e tratamento da falência respiratória de várias etiologias, destas incluindo a apneia do sono, DPOC e edema pulmonar. Objetivos: Portanto diante deste exposto e prevalência de portadores de DPOC e da efetividade observada pela aplicação pratica da (VNI), bem como o levantamento bibliográfico realizado de acordo com os aspectos ligados a exacerbação e evolução para o uso de ventilação mecânica invasiva VMI, nos portadores da mesma, tornou-se relevante tal assunto, sendo o mesmo objeto de abordagem no presente trabalho.

Métodos: A busca foi conduzida na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), onde foram pesquisadas as bases de dados da Literatura Internacional em Ciências da Saúde (Medline), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), Biblioteca Cochrane e Scientific Electronic Library Online (SciELO). A pesquisa foi realizada no período de janeiro a março de 2018 os estudos selecionados foram de 2005 a 2016. Resultados:

VNI é uma terapia alternativa eficaz para se evitar o retorno a VMI se o mesmo já tiver sido submetido ao procedimento invasivo e que não queira regressar à intubação.

Conclusão: Os dados sugerem que a aplicação da VNI, se torna forte aliada do paciente portador de DPOC por diminuir os agravantes fisiológicos da doença, o que proporciona maior bem-estar, animo e mais qualidade de vida nos pacientes com DPOC.

Abstract:

Introduction: Noninvasive therapy NIV was very successful in the attention and treatment

of respiratory failure of various etiologies, including sleep apnea, chronic obstructive

pulmonary disease COPD and pulmonary edema. Objectives: Proportion of exposure and

prevalence of COPD and its performance by clinical practice of NIV, as well as the

bibliographic survey performed according to rules of exacerbation and evolution for the

use of invasive mechanical ventilation IMV, in the carriers of the same, became the

subject matter, being the same object of approach not present work. Methods: The search

was conducted in the Virtual Health Library (VHL), where the databases of the

International Literature in Health Sciences (Medline), Latin American and Caribbean

Literature in Health Sciences (Lilacs), Cochrane Library and Scientific Electronic Library

Online (SciELO). The research was carried out between January and May 2018, in studies

laced in 2005 to 2016. Results: NIV is an effective alternative therapy to avoid the return

to VMI if it has already undergone the invasive procedure and does not want to return to

(3)

intubation. Conclusion: The data suggest that the application of NIV becomes a strong ally of the patient with chronic obstructive pulmonary disease by reducing the physiological aggravating factors disease, which provides greater good, more and more quality of life in patients with COPD.

Introdução

A ventilação mecânica não invasiva VNI pode ser definida como sendo o conjunto de técnicas que contribuem para o aumento da ventilação alveolar sem a necessidade de utilização de intubação endotraqueal e, por isso, evitando as complicações da mesma

1

. A VNI tem tido grande sucesso na atenção e tratamento da falência respiratória de várias etiologias, destas incluindo a apneia do sono DPOC e edema pulmonar

2

.

Seguindo este contexto de benefícios ao uso da VNI; é observada também a utilização da mesma para evitar um dos principais problemas associados à ventilação mecânica que é a pneumonia por uso de ventilação mecânica invasiva VMI. A aplicação da VNI pode ser feita em diferentes modos ventilatórios, de acordo com o tipo de insuficiência respiratória (aguda ou crónica) e em ambiente de cuidados intensivos ou não. Sendo que seu uso se tornou mais reconhecido e acessível para o tratamento da DPOC; uma vez que é um tratamento relativamente barato; com sugestiva confiabilidade para a prevenção do desconforto e exacerbações da doença

3

.

Com o passar do tempo houve uma busca maior acerca do tema, porém os achados ainda eram pouco difundidos entre os profissionais. Durante 1997, a DPOC foi estimada como a causa número quatro de morte após doenças cardiovasculares, tumores e doenças cerebrovasculares nos Estados Unidos. De acordo com alguns estudos realizados até 2020 a DPOC provavelmente se tornará a terceira principal causa de morte em todo o mundo, seguindo a tendência de aumento da prevalência de câncer de pulmão. Espera-se que o impacto desta doença respiratória em todo o mundo registre uma grande responsabilidade econômica sobre os indivíduos e a sociedade

4

.

O consenso da Organizacao Mundial de Saude – Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD) – preconiza a definição de que a DPOC se trata de uma doença prevenivel e tratável contendo, porém, alguns efeitos extrapulmonares que contribuem para a gravidade individualmente

5

.

De uma forma geral o diagnóstico precoce da DPOC favorece o curso do é

tratamento e manuseio terapêutico, com técnicas apropriadas podendo reduzir os

(4)

sintomas, a frequência e a severidade das exacerbações e estados críticos da doença, melhorando o estado da saúde e a capacidade quanto a tolerância aos exercícios, endurance, reduzindo de forma significativa o número de internações e mortalidade e prolongando a sobrevida dos acometidos.

6

Porém se esta não é tratada com devido cuidado, o perigo de exacerbações e severas complicações pode ocorrer; levando assim ao risco de óbito, este relacionado ao estado crítico devido à gravidade do processo patológico, ao desenvolvimento de acidose respiratória, a presença de morbidades graves e a necessidade de suporte ventilatório. Os pacientes com tais características, frequentemente, necessitam de supervisão e cuidados intensos, geralmente em unidades hospitalares.

7

Logo tem-se então o uso da VNI que se trata de um dos maiores avanços da medicina intensiva, benéfica para grupos selecionados de pacientes, sendo responsável pela diminuição da mortalidade e custos no tratamento. Hoje é dito que a VNI e significativa no tratamento efetivo para insuficiência respiratória hipercapnia, principalmente na DPOC. Assim tanto a pratica quanto as referências literárias relacionadas a VNI aplicada aos quadros críticos de exacerbações da DPOC indicam benefícios na reversão da insuficiência respiratória aguda e aumento da sobrevida

8

.

Deste modo o objetivo deste trabalho foi abordar o uso da VNI no paciente portador de DPOC de forma exacerbada, como fator de prevenção do uso da VMI.

Métodos

Para direcionar a pesquisa, foi elaborada a seguinte indagação: Porque o uso da

VNI é eficaz para a prevenção de intubação (colocação de ventilação mecânica invasiva)

no paciente com DPOC. A busca foi conduzida na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS),

onde foram pesquisadas as bases de dados da Literatura Internacional em Ciências da

Saúde (Medline), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde

(Lilacs), Biblioteca Cochrane e Scientific Electronic Library Online (SciELO). A

pesquisa foi realizada no período de janeiro a março de 2018 os estudos selecionados

foram de 2005 a 2016. No site da Biblioteca Virtual de Saúde foram consultados os

Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e identificados os seguintes: ventilação

mecânica, DPOC, fisioterapia, UTI, reabilitação, intubação; mechanical ventilation,

COPD, physiotherapy, ICU, rehabilitation, intubation. De acordo com as regras da

revisão integrativa, foram estabelecidos alguns critérios de inclusão e exclusão.

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Critérios de inclusão: pesquisas do tipo quantitativas e ou qualitativas que abordassem o tema uso de VNI em paciente com DPOC exacerbado, nesta pesquisa o uso da VNI poderia ser associado a técnicas motoras fisioterapêuticas, uso da VNI em adultos e idosos com DPOC diagnosticada, artigos publicados entre 2005 a 2016, artigos em português, inglês ou espanhol.

Dos critérios de exclusão: artigos que abordassem o uso de VNI, que não fosse para o doente crítico de DPOC, artigos que abordassem o uso de ventilação mecânica invasiva no DPOC, estudos do uso da VNI em crianças e neonatos (por este conter detalhes da aplicação de VNI somente em adultos; que apresentam DPOC).

Os resumos foram avaliados, e aqueles que atenderam os critérios previamente estabelecidos, foram selecionadas para este estudo, e lidas na íntegra. Elaborou-se um instrumento para a coleta das informações, a fim de responder à questão norteadora desta revisão, composto pelos seguintes itens: autor, ano de publicação, tipo de estudo, objetivos e conclusão.

Resultados

Foram encontrados 190 estudos sobre o uso da VNI como forma preventiva ao uso da VMI no paciente DPOC crítico, sendo que destes 190 apenas 50 artigos obtiveram uma atenção maior por incluírem o assunto de forma satisfatória, porém ao final da leitura dos mesmos apenas 12 deles se enquadravam devidamente na pesquisa. Assim dos 50 artigos obtidos e investigadas, 12 se adequavam ao tema proposto, e estavam de acordo com os critérios de inclusão deste estudo. Que por sua vez foram selecionadas para compor a amostra.

Tabela 1. Resumo dos principais achados sobre os artigos que compõe a amostra Autor/Ano/Tipo de

Estudo Objetivos Conclusão

Andrade et al, 2005/

Revisão da Literatura

Avaliar a eficácia da VNI no paciente internado em UTI, em processo de desmame ventilatório.

Foi relatado neste estudo uma eficácia significativa no uso da VNI, para diminuição do uso de VMI e retorno a VNI após extubação.

Verificar os benefícios e as complicações da ventilação mecânica

A ventilação mecânica não- invasiva pode diminuir a pressão

(6)

Rocha & Carneiro, 2008/

Artigo de Revisão

não-invasiva em pacientes com exacerbação aguda da DPOC.

parcial de dióxido de carbono, melhorar a troca gasosa, e nas complicações, eritema facial, congestão nasal, dor facial, irritação, pneumonia aspirativa e etc.

Costa et al, 2006/ Estudo Experimental

Avaliar o efeito da VNI, através de máscara nasal, na tolerância ao exercício e no desempenho muscular respiratório em pacientes com diagnóstico clínico e espirométrico de DPOC, moderado/grave.

A VNI em nível ambulatorial, consiste em técnica auxiliar ao Condicionamento físico de pacientes com DPOC.

Cól, 2011/ Revisão da Literatura

Apresentar um panorama acerca do uso da VNI na DPOC exacerbada

A VNI na DPOC exacerbada se trata de um processo elucidado tanto na bibliografia quanto nas rotinas fisioterapêuticas em Hospitais.

Silva & Ribeiro, 2016/

Revisão da Literatura

Discorrer acerca dos efeitos pulmonares que a VNI proporciona, no condicionamento aeróbico de pacientes com DPOC.

A VNI associada ao treinamento aeróbico, em pacientes com DPOC, melhora o desempenho muscular respiratório entre outros benefícios.

Pessoa et al, 2011/

Estudo transversal

Verificar se existe HD e dispneia durante a realização de uma AVD com os MMSS com e sem o uso da VNI.

A VNI ofertada não foi suficiente para evitar a hiperinflação dinâmica (HD) e a dispneia.

Boettcher,2015/Coorte Observacional

Descrever a utilização da (VNI) em UTI.

A taxa de utilização de VNI foi semelhante à literatura e observou- se boa taxa de sucesso e ausência de complicações graves.

Passarini, 2012/Estudo Analítico e Descritivo

Analisar os casos de insuficiência respiratória aguda (IRpA) decorrente do Edema Agudo de Pulmão (EAP) e agudização DPOC submetidos a VNI.

O uso de BiPAP mostrou 2 X + chances de ocorrência de VMI em comparação com os pacientes que usaram CPAP.

Ximendes e Silva, 2015/

Revisão da Literatura

Verificar os benefícios e as complicações da VNI em pacientes com exacerbação aguda da DPOC.

A presente revisão bibliográfica reforça o entusiasmo com o uso da VNI.

Sampaio et al, 2005/

Estudo Transversal

Avaliar os efeitos agudos da aplicação da PP nas vias aéreas por dois níveis

O BiPAP pode aumentar a tolerância ao exercício, manter a

(7)

pressóricos (BiPAP) sobre a tolerância ao exercício físico, a dispneia e a SpO2 em pacientes com DPOC.

oxigenação e reduzir a dispnéia em pacientes com DPOC.

Alencar, 2011/Revisão Sistemática

Descrever e discutir as publicações sobre a utilização de VNI em pacientes com DPOC agudizados.

A utilização de VNI leva a necessidade de ocupação de leito em UTI aumentando do tempo de internação hospitalar.

Braga, 2015/Revisão da Literatura

Analisar os efeitos da VNI sobre o DPOC na reabilitação pulmonar.

O uso da VNI demonstra grandes benefícios na DPOC grave.

VNI – Ventilação Mecânica Não Invasiva, VMI – Ventilação Mecânica Invasiva, DPOC – Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, - IRpa – Insuficiência Pulmonar Aguda, EAP –Edema Agudo de Pulmão, HD – Hiperinflação Dinâmica, Bipap - Positive Airway Pressure, CPAP - Continuous Positive Airway Pressure, AVD – Atividade de Vida Diária.

Discussão

Andrade et al

9

utilizou do método de pesquisa para encontrar maiores informações sobre o uso da VNI no paciente internado em UTI, que estivessem passando por programa de desmame; estes pacientes eram em sua maioria portadores de insuficiência respiratória aguda ou DPOC, e que estavam em processo de retirada da VMI.

Assim uma maneira que utilizou para concluir sobre a eficácia do desenho de um estudo é a presença ou não de follow-up, este desenho se trata do acompanhamento dos pacientes;

pois através do acompanhamento verifica-se a validação de um método também a longo prazo. Este estudo identificou que, todos os trabalhos experimentais com exceção de um

15,

realizaram um follow-up após suas intervenções. Alguns estudos experimentais

demonstraram que a aplicação da VNI na extubação precoce em pacientes que

apresentaram desmame difícil desenvolveram IResp (Insuficiência Respiratória Aguda)

após a extubação deixando claro que os dados não foram consistentes; pois houve outras

variáveis estudadas que não apresentaram diferenças estatística significativas, como por

exemplo, a melhora na troca gasosa, a redução do trabalho respiratório e dos custos

hospitalares. Nestes ficaram evidentes os cuidados nos desenhos; que descreveram

pesquisas bem desenhadas mas apresentaram um método de intervenção variado,

deixando algumas lacunas, o que dificultou a análise, como por exemplo, o momento

adequado para aplicar ou não a VNI, os seus modos de aplicação e o protocolo adequado

(8)

para desmamar os pacientes. Ficando em aberto a necessidade para novas investigações acerca desses estudos experimentais e com melhores critérios como parâmetros ventilató- rios utilizados e homogeneidade da população para avaliar a eficácia da VNI em pacientes com desmame difícil ou com IResp pós-extubação. Assim, essa nova técnica de desmame pode ser útil como uma alternativa dentre as várias técnicas disponíveis.

10-11-12-13-14

Rocha e Carneiro

16

relata que a eficácia da VNI no tratamento de exacerbações agudas da DPOC foi estuda anteriormente por Brochard e Col

17

este foi um estudo aleatório, multicêntrico, realizado em 85 pacientes com DPOC exacerbada, comparando o tratamento padrão (oxigenoterapia e fármacos) com a VNI. Onde por sua vez os dois grupos tinham características similares no processo de admissão hospitalar. E com resultado, o uso da VNI reduziu de forma significativa a necessidade de intubação traqueal, logo 11 dos 43 pacientes (26%) do grupo da VNI comparado com 31 dos 42 pacientes (74%) do grupo controle. Por sua vez as complicações foram estatisticamente significativas mais baixas no grupo VNI. O que levou a uma importante diminuição no número de internações hospitalares nos pacientes do grupo de VNI (23 ± 17 dias versus 35 ± 33 dias, p = 0,005).

Costa et al

18

investigou dez indivíduos, sendo cinco homens e cinco mulheres, com idade de 65,3 mais ou menos 9,6 anos, que eram ex-tabagistas, encaminhados sob prescrição médica para reabilitação pulmonar da Unidade Especial de Fisioterapia Respiratória, com diagnóstico clínico e espirométrico de DPOC, moderado/grave (VEF1

<60% do previsto), com VEF1/ CVF <70% do previsto e clinicamente estáveis. Todos esses pacientes, que tinham prescrição de broncodilatadores (berotec e/ou atrovent) para caso de dispnéia intensa, foram submetidos a avaliação geral e específica do sistema respiratório. Feito o estudo os resultados demonstraram que a aplicação da VNI por máscara nasal, através do BiPAP, durante seis semanas, aumentou significativamente a força muscular respiratória em pacientes com DPOC, ficando evidente e claro o que está de acordo com a literatura

20

, que tem demonstrado aumentos da PImax e PEmax após a aplicação crônica do BiPAP em pacientes com DPOC.

19-20-21

Cól

22

evidenciou que o foco no tratamento da exacerbação da DPOC, de forma

geral é sanar a causa da descompensacao, melhorar a oxigenação do paciente (SatO2 entre

90 e 92%), além de diminuir a resistência das vias aéreas e melhorar a função da

musculatura respiratória. Deixando evidente que estes objetivos podem ser atingidos

através do uso de broncodilatadores, corticoides, oxigenoterapia, antibióticos, VNI e

VMI, quando e se necessário. Demonstrando que a VNI se tornou nas últimas décadas

(9)

uma terapia amplamente difundida e pesquisada devido aos seus efeitos amplamente satisfatórios no suporte terapêutico apresentado durante o tratamento de portadores de DPOC exacerbada. Sua maior vantagem se traduz na contribuição de se evitar o uso da VMI e minimizar as complicações associadas a mesma.

Silva e Ribeiro

23

com a avaliação do treino em que se obteve o resultado da SatO2 dos pacientes; aumentando de forma significativa em ambos grupos entre o teste pré tratamento e pós tratamento, contudo não houve diferença significativa entre os grupos testados, assim como a dispneia, avaliada pela escala de BORG. Por outro lado, a análise sanguínea mostrou que a concentração de lactato sanguíneo, reduziu no grupo teste de forma estatisticamente considerável, enquanto que os valores analisados no grupo controle não houve diferença relevante entre os valores pré e pós tratamento (2.0 ± 1.0/2.5

± 0.9), os estudos demonstraram que a VNI, associada ao treinamento aeróbico, em pacientes com DPOC, possibilita a melhora no desempenho muscular respiratório, melhorou a tolerância aos esforços submáximos, gerando aumento na capacidade funcional e consequentemente melhora na qualidade de vida. Mas que em gera foi eficaz por ter reduzido a fadiga dos músculos esqueléticos, bem como promoveram melhores efeitos fisiológicos no exercício físico destes indivíduos. Isto é um aspecto relevante, uma vez que estes pacientes apresentam habilidades limitadas para realizar esforços físicos, por fraqueza e alterações mecânicas nos músculos respiratórios, demonstrando que a VNI pode ser uma estratégia segura para contribuir na reabilitação fisioterapêutica de pacientes com DPOC, independente do grau de obstrução.

Pessoa et al

24

em sua pesquisa inicialmente avaliou 33 pacientes, dos quais um apresentou obstrução estágio II, porém sem hiperinflação pulmonar e aprisionamento aéreo, sendo excluído do estudo. O que levou assim, a 32 pacientes que realizaram os dois protocolos em um mesmo dia, uma vez as variáveis SpO2 e FC e retornaram à condição basal em até 45 minutos. Houve a caracterização dos pacientes em relação ao sexo, idade, índice de massa corporal (IMC), anos/ maço de cigarro e teste de função pulmonar. Todos apresentaram aprisionamento aéreo (n=32), dos quais 12 com hiperinflação pulmonar.

Todos os pacientes relataram sentir dispneia ao realizar algum tipo de AVD com os

membros superiores elevados com sustentação de pesos durante suas AVD. A

hiperinflação dinâmica HD observada em pacientes com DPOC provoca dispneia e limita

a capacidade de realizar exercícios físicos. Levando ao autor deste estudo ressaltar que a

VNI realizada com dois níveis de pressão positiva (IPAP de 10 cmH2O e EPAP de 4

cmH2O) diminuiria a dispneia e a pressão intrínseca pulmonar (PEEPi),

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consequentemente, diminuiria a HD. Seguindo o contexto de estudos para uma grande amostra de pacientes Boettcher

26

já no presente estudo houve 164 admissões na UTI durante o estudo, sendo 85 (52%) delas de pacientes que já estavam intubados e em VMI.

Das admissões restantes (79), ocorreram 22 utilizações de VNI inicial. De 79 extubações, ocorreram 27 aplicações de VNI pós-extubação. A aplicação da VNI ocorreu como estratégia ventilatória inicial em metade dos pacientes e como suporte pós-extubação na outra metade. O sucesso da VNI inicial foi observado em 57% dos pacientes, sendo que esse mesmo valor foi encontrado no grupo da VNI pós-extubação. A taxa de óbito em UTI foi de 26% e a hospitalar de 35,7%. Em 12 pacientes optou-se por cuidados paliativos. A principal causa de falha da VNI foi a piora da IResp, em 83% dos pacientes, seguida por agitação psicomotora/ não colaboração e por rebaixamento do nível de consciência. Não houve complicações graves decorrentes da VNI, porém 54,8% dos pacientes apresentaram desconforto durante sua utilização.

25-26

Passarini

27

realizou um estudo com amostra constituída de 152 pacientes, sendo que destes 76 eram do gênero feminino. Destes pacientes, 92 (60,5%) apresentaram hipótese diagnóstica de edema agudo de pulmão (EAP) e 60 (39,5%) DPOC. A média de idade entre os pacientes do grupo EAP foi 64,3 ± 14,1 anos e entre os pacientes do grupo DPOC foi 64,6 ± 12,2 anos. E a aplicação do uso da VNI em média foi de 10 horas para os pacientes com DPOC (n=60) e de 7,5 horas para os doentes com EAP (n=92), e não houve diferença estatisticamente significante entre o tempo ou modalidade de VNI adotadas entre os grupos. Os achados obtidos por este estudo observaram que a VNI apresenta sucesso em pacientes elegíveis e portadores de EAP e exacerbação da DPOC, onde ocorre menores valores no eletrocardiograma (ECG) e na saturação, além disso, auxiliou no manejo de situações com atendimento de urgência destes pacientes e mostrou a importância da atuação de equipe interdisciplinar em setores de urgência e emergência.

Da mesma forma Ximendes e Silva

28

verificaram os benefícios e as complicações da

VNI em pacientes com exacerbação aguda da DPOC. Nos estudos analisados, após esta

revisão, demonstraram que os principais benefícios encontrados foram melhora nas trocas

gasosas pulmonares, diminuição da dispnéia e aumento da tolerância ao exercício físico,

menor trabalho muscular respiratório, diminuição de intubação e do suporte ventilatório

invasivo, redução do tempo de internação e redução da mortalidade

29, 30-31

. Porém as

principais complicações encontradas foram eritema facial, claustrofobia, congestão nasal,

dor facial, irritação nos olhos, pneumonia aspirativa, hipotensão, pneumotórax, aerofagia,

(11)

hipercapnia, distensão abdominal, vômitos, broncoaspiração, dor de cabeça matinal, lesões compressivas de face, embolia gasosa e a não adaptação do paciente.

Sampaio et al

32

com o objetivo de investigar os efeitos do suporte ventilatório não invasivo por meio do Bipap no comportamento de simples variáveis fisiológicas utilizadas rotineiramente durante o exercício físico de pacientes com DPOC em esteira foi possível constatar efeitos positivos sobre tolerância aos esforços, redução da dispnéia e melhora da oxigenação durante os esforços submáximos. Nos resultados foi sugerido que a aplicação do Bipap durante o exercício físico possa ser uma técnica coadjuvante à intervenção fisioterapêutica aos portadores de DPOC, ocasionando assim a redução dos riscos de quedas da oxigenação arterial durante algum tipo de exercício físico, as quais são prejudiciais a esses pacientes. Na abordagem de utilização da VNI na reabilitação pulmonar em prática de exercícios Alencar

33

e Braga

34

tiveram como proposito analisar os efeitos da VNI sobre o DPOC na reabilitação pulmonar e descrever sobre utilização de ventilação não invasiva em pacientes com DPOC agudizados. Que por sua vez concluíram que a utilização de VNI indicada de forma correta, no momento certo e adequada ao paciente é uma importante ferramenta no tratamento de DPOC, reduzindo assim os gastos com internações, principalmente em UTI´s. E salientam ainda, a importância do diagnóstico precoce e intervenção fisioterapêutica para se evitar a evolução dos sintomas respiratórios e o afastamento das atividades diárias, sendo fator imprescindível na melhora da qualidade de vida dos pacientes.

Logo reafirmando a ideia do uso da VNI, fica necessário ressaltar que todos os

estudos apresentados aqui, são de alterações respiratórias que estão associadas ao paciente

com DPOC exacerbado e fase crítica e agudizada da doença, sendo que nestes o uso da

VNI é de extrema importância, e indicado com um elevado grau de aceitação para as

pessoas que utilizam das técnicas. Assim demonstrando que a VNI, é uma terapia

alternativa eficaz para se evitar o retorno a VMI se o mesmo já tiver sido submetido ao

procedimento invasivo e que não queira regressar à intubação. Para a prevenção dos

portadores de DPOC para que estes evitem os efeitos deletérios ocasionados pela doença,

que levam a condições de desconforto; devido aos sintomas exacerbados e nos casos mais

graves a internação, o uso é indicado principalmente quando esta DPOC não está

agravada, levando assim a maiores chances de grande sucesso do uso de técnicas com a

VNI.

(12)

Conclusão

Este estudou buscou estudos que abordassem o tema de forma clara e satisfatória

para que ficasse bem compreendido a importância da utilização da VNI. Desta maneira

após a leitura destes estudos ficou claro que a VNI, é um método eficaz, moderno, de

baixo custo e mais fácil de aceitação aos pacientes que necessitam do mesmo. Os dados

sugerem que a aplicação da VNI, se torna forte aliada do paciente portador de DPOC por

diminuir os agravantes fisiológicos da doença, o que proporciona maior bem-estar, animo

e mais qualidade de vida nos pacientes, principalmente aqueles que estejam em grau

agravado da DPOC. Ficando evidente também, que de acordo com alguns estudos a VNI

é indicada, e se torna eficaz em qualquer grau da DPOC; o que justifica também outro

achado de que o fisioterapeuta possui papel extremamente importante quanto a aplicação

da técnica, o que determina o sucesso do tratamento.

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Referências

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