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O TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH)

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O TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH)

Introdução: Hoje em dia, a maior parte das crianças muito ativas, tagarelas, agitadas, rebeldes e espertas são pré-diagnosticadas como sendo hiperativas. É um excesso de cuidado

principalmente de professores e diretores de escolas que não gostam de trabalhar com crianças que lhes dão trabalho, e se forem consideradas hiperativas, ficam justificados seus comportamentos diferentes das outras crianças, e, desse modo é mais fácil pedir para seus pais as levarem a psicólogos para fazerem tratamentos caros e inúteis. Alguns pais e parentes destas crianças aceitam estes diagnósticos incorretos, pois sua criança, eles reconhecem, é mesmo difícil de cuidar, e a hiperatividade é uma saída para aceitar-se o diferente. A esta situação chamamos de banalização da hiperatividade.

Para que uma criança ser corretamente diagnosticada como portadora do TDAH, ou DDA em inglês, é necessário que um profissional habilitado para tanto seja consultado, os pais e professores da criança ouvidos, e um diagnóstico fechado.

O mesmo procedimento deve ser executado para adultos portadores do transtorno, pois, a exemplo das crianças, os adultos agitados, irritados, se diagnosticam como hiperativos, e, no entanto, podem ser portadores de outros transtornos semelhantes, que exibem adultos agitados, irritados e intranqüilos, como o Transtorno Bipolar, o Transtorno de Ansiedade Generalizada, o Transtorno Borderline e outros tantos transtornos.

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Definição: O transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é caracterizado por uma baixa capacidade da atenção e da concentração do portador, que, em aproximadamente

metade dos casos, pode também apresentar hiperatividade, impulsividade ou ambos, inapropriados para a idade.

Em muitos casos, não há falta de atenção, mas uma atenção focada ou inconsistente ou até mesmo hiperfocada, fazendo o portador do TDAH se desligar do mundo ou ficar sonhando acordado.

Em outras palavras: O TDAH, o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, é o nome que se dá a uma condição na qual o portador, se comparado à outra pessoa da mesma idade, sexo e condições sociais, mostra uma sensível redução de habilidades para manter a atenção, controlar suas ações ou dizer algo sem pensar, regular as atividades físicas de acordo com a situação, ser motivado a ouvir os outros e compreender e acatar o que lhe foi dito.

É muito difícil se encontrar dois portadores com todas as condições do TDAH em idênticas intensidades. Alguns portadores são mais hiperativos, ou seja, se agitam mais na cadeira, não conseguem se manter sentados vendo um filme na TV ou assistindo uma aula, chacoalham as pernas sem parar, trocam de canal o tempo todo. Já outros portadores do TDAH não se

mantêm atentos a nada, durante a aula se distraem, e a qualquer momento, uma mosca ou o som de uma moto que passa na rua são mais importantes que o problema que o professor resolve no quadro negro. 

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presença de impulsividade, poucos portadores conseguem se segurar frente a uma nova brincadeira de mau gosto ou a uma novidade ou uma idéia que surge do nada e que o bom senso diz que não deve ir à frente. Em nossa opinião, deveria haver um I, de impulsividade no TDAH, que se tornaria então, TDAHI, transtorno do déficit de atenção, hiperatividade e

impulsividade.

O que precisa ser sempre levado em conta é que o TDAH é um transtorno sério, que pode levar seus portadores a apresentarem depressão, ansiedade, abuso do uso de drogas e de álcool, maior freqüência de acidentes pessoais e de automóvel, maiores taxas de desemprego e de abandono da escola, Maiores taxas de criminalidade, maiores taxas de divórcio e de rompimento de namoros e de casamentos. Também podem ser observados nos portadores do TDAH menor auto-estima e maior isolamento social.

Epidemiologia:        

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        Incidência de 3 a 5 %

- Afeta principalmente os meninos – 80% dos casos

- Afeta mais os filhos adotivos (carga genética dos pais biológicos?)

A explicação para a disparidade de resultados de incidência entre os Estados Unidos e a Europa está no medo americano de os portadores do TDAH, devido à impulsividade que os caracterizam, começarem a usar drogas desde cedo, e se forem caracterizados como DDA (TDAH em inglês), serão tratados e monitorados pelas escolas, ao longo dos anos escolares.

Temporariedade: aparece nas crianças desde cedo, sendo visível desde menos de 1 ano de idade. Há casos de mães de portadores do TDAH que relatam que seus filhos já eram agitados desde antes do nascimento. Em outros casos aparece ao redor dos 6/7 anos de idade. Pode desaparecer, ou se modificar, em torno dos 10-12 anos, talvez por mudanças hormonais que surgem no início da adolescência, mas em cerca de 20/40% dos casos, o TDAH persiste na idade adulta. Um bom diagnóstico do TDAH em crianças é feito a partir dos 7 anos de idade.

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- Fatores genéticos: sabe-se que a grande maioria dos portadores do TDAH tem pais, avós, irmãos ou outros parentes próximos portadores do mesmo transtorno. Afeta mais filhos adotivos, talvez pela genética de seus pais naturais

- Traumas de parto: cerca de 10% dos portadores do TDAH tiveram traumas de parto no nascimento, do tipo fórceps, cordão umbilical preso ao pescoço, mães usuárias de álcool e droga, mães que tiveram doenças infecciosas durante a gravidez, mães subnutridas durante a

gravidez.

- Fatores neuroquímicos: deficiência de transmissão das catecolaminas (noraepinefrina e dopamina). O TDAH ocorre como sendo resultado de uma disfunção neurológica do córtex pré-frontal, cujos neurônios responsáveis pela produção do neurotransmissor dopamina têm

um funcionamento irregular.

-

Fatores que NÃO causam TDAH em crianças: sua alimentação (açúcar em excesso, corantes, aditivos), excesso de TV, excesso de uso de games e computadores, nem outros fatores psicossociais. Não é tampouco falta de limites paternos, pais ausentes, erros da mãe e não melhora quando a criança crescer. 

Características Principais

No geral: crianças agitadas, “ligadas”, se mexem muito, mexem em tudo, falam muito, não prestam atenção em quase nada, vivem no mundo da lua. São impacientes, irritáveis, entram em devaneio sem qualquer motivo, facilmente distraíveis, não terminam quase nada do que começam. Freqüentemente são birrentos, impulsivos, imediatistas e briguentos.

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Diagnóstico: deve ser feito por profissionais habilitados no TDAH, médicos psiquiatras, neurologistas ou psicólogos.

1ª fase: entrevista com ambos os pais, apresentação dos testes sobre a presença do TDAH na infância e na idade adulta.

2ª fase: entrevista com o portador sobre sua vida, seu andamento escolar, e sobre seu funcionamento social. No caso de crianças os próprios pais podem ser entrevistados sobre esta parte da vida do portador.

3ª fase: testes de inteligência, usar preferencialmente o WISC. Hoje já existem testes de computador que auxiliam na elaboração do diagnóstico, mas nada supera a capacidade do profissional habilitado para tanto.

Principais Comorbidades presentes concomitantemente com o TDAH:

- Transtorno de Oposição e de Desafio - Transtorno de Conduta e Isolamento Social - Transtorno de Personalidade Anti-social     

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Outras comorbidades menos importantes:

- Dificuldades do sono - Dislexia

- Transtorno ou Síndrome de Tourette - Enurese noturna

- Problemas de coordenação motora -

Na rotina do consultório, o clínico se defronta freqüentemente com casos de portadores que apresentam duas ou três outras comorbidades, que muitas vezes mascaram o TDAH original e que dificultam a linha de tratamento a ser escolhida. 

Raramente um portador de TDAH não é depressivo por algumas vezes no ano, muitas crianças e adolescentes TDAH são birrentos, desafiadores dos pais e dos professores, de pavio curto, portanto possíveis portadores do TOD (Transtorno de Oposição e Desafio), transtorno este que pode evoluir para o Transtorno de Conduta, e felizmente, em poucos casos, chegar até um Transtorno de Personalidade Anti-Social, no qual seus portadores são indivíduos

desqualificados e criminosos.

Pais de portadores de TDAH apresentam maiores índices de uso de álcool e de drogas, depressão e comportamentos antissociais. As mães dos portadores de TDAH são portadoras de depressão e de ansiedade.

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O Tratamento do TDAH

a)    Crianças: medicação e cuidados psicopedagógicos e psicológicos. As medicações para o tratamento do TDAH devem ser prescritas e acompanhadas por médicos especializados no transtorno. Não submeta seu filho ou filha a tratamentos inadequados, sob pena de perda de tempo e dinheiro.

b)    Adolescentes e adultos sem drogas: medicação (quando necessário) mais terapia de apoio, principalmente em casos de problemas amorosos, familiares e conjugais, que são muito comuns entre os portadores do transtorno. Médico e psicólogo devem trabalhar em estrita colaboração com a família do paciente.

c)    Pacientes usuários de drogas:

1-    Desintoxicação inicial, conforme a severidade do uso de drogas.

2-    Medicação apropriada para o caso. Se houver comorbidades devem ser tratadas em conjunto com os sintomas do TDAH, sempre sob a supervisão do médico responsável.

3-    Terapia de conscientização familiar (4/6 sessões), principalmente se o paciente for casado.

4-    Terapia com o paciente: (somente após ele estar desintoxicado e tomando medicação prescrita pelo psiquiatra).

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certo!), diminuir a pseudo-autoconfiança (eu sei me cuidar!).

- Motivação para a sobriedade, para não adquirir outros comportamentos compulsivos e para frequentar grupos de apoio, que, em muitos casos, não apresentam bons resultados com estes tipos de pacientes, que não gostam de se expor.

- Terapia das habilidades sociais (dizer não às drogas, conversar sobre a doença, ouvir críticas, dar e receber feedback, valorizar-se, etc).

Máximas sobre o tratamento do TDAH

- Não há tratamento milagroso para o TDAH. - Não há tratamento rápido para o TDAH.

- A adesão da família ao tratamento ajuda na adesão do paciente, fato que é fundamental na boa condução da terapia.

- O paciente, se usar drogas, recai com muita facilidade, até aceitar o programa em definitivo. Se o transtorno de conduta e o transtorno de personalidade anti-social estiverem presentes, tudo ficará mais difícil e os interessados terão que trabalhar mais ainda.

O Diagnóstico do TDAH

Adiante estamos apresentando os critérios de definição do TDAH que servem apenas para os pais, professores e parentes verificarem sintomas de TDAH em crianças ou adultos. A

entrevista conduzida por um profissional apto para diagnosticar o transtorno é fundamental para o fechamento do caso e indicação do tratamento a ser seguido.

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Critérios diagnósticos do TDAH em crianças segundo o DSM-IV

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1-    frequentemente deixa de prestar atenção a detalhes ou comete erros por descuido em atividades escolares, de trabalho ou outras. s?   ?n

2-    com frequência tem dificuldades para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas. s?   ?n

3-    com frequência parece não escutar quando lhe dirigem a palavra.         s?   ?n

4-    com frequência não segue instruções e não termina seus deveres escolares, tarefas domésticas, deveres profissionais. s?   ?n

5-    com frequência tem dificuldade para organizar suas tarefas e atividades.        s?    ?n

6-    com frequência evita, antipatiza ou reluta em envolver-se em tarefas que exijam esforço mental constante (como tarefas escolares ou deveres de casa). s?   ?n

7-    com frequência perde coisas necessárias para tarefas ou atividades (como brinquedos, lápis, tarefas escolares, livros). s?   ?n

8-    é facilmente distraído por estímulos alheios à tarefa. s?   ?n

9-    com frequência apresenta esquecimentos em atividades diárias. s?   ?n

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1-    frequentemente agita as mãos, os pés ou se remexe na cadeira. s?   ?n

2-    frequentemente abandona sua cadeira em sala de aula ou outras situações nas quais se espera que permaneça sentado. s?   ?n

3-    frequentemente corre ou escala em demasia, em situações nas quais isto é inapropriado (em adolescentes e em adultos pode estar limitado a sensações de inquietação). s?   ?n

4-    com frequência tem dificuldades para brincar ou se envolver silenciosamente em atividades de lazer. s?   ?n

5-    ?está frequentemente “a mil” ou muitas vezes como se estivesse “a todo vapor”. s?   ?n

6-    frequentemente fala em demasia. s?   ?n

7-     

Quanto à impulsividade:

1-    frequentemente dá respostas precipitadas antes das perguntas terem sido completadas. s?   ?n

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3-    frequentemente interrompe ou se mete em assuntos dos outros. s?   ?n

Escores: 6 critérios de desatenção e 6 critérios de hiperatividade mais impulsividade, positivam o diagnóstico de TDAH.

Nota importante: além destes sintomas, devem estar presentes outras

condições, que devem ser diagnosticadas pelo profissional avaliador, como:

a-    os sintomas de hiperatividade e impulsividade ou desatenção que causaram comprometimento, já existiam antes dos 7 anos de idade.

b-    os comprometimentos causados pelos sintomas estão presentes em dois ou mais locais de convívio da criança, como por exemplo, em casa e na escola.

c-    deve haver claras evidências de prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, acadêmico e/ ou ocupacional.

Paciente:       Data: Avaliador: ·(1)                (2)      

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1-    Definir onde o TDAH está prejudicando a criança. É na escola, é em casa, é em vários locais simultâneos.

2-    Devem-se utilizar diferentes recursos para os diferentes problemas apresentados pela criança.

3-    Utilize abundantemente artifícios para lembrá-la de seus deveres e obrigações, como: listas, post-its, quadro negro e quadro de cortiça em seu quarto, cronogramas, despertadores. Cuidado para não oferecer telefone celular e jogos de videogame de forma indiscriminada. 

4-    Vale a pena ter um plano de incentivo para acertos e para bons resultados em casa e na escola.

5-    Propicie feedbacks positivos constantes: para boa arrumação do quarto, da lição, dos cadernos, do material escolar.

6-    Dê-lhe responsabilidade de acordar sozinha, de se arrumar para a escola, de fazer sua lição de casa.

7-    Utilize abundantemente elogios, uma boa regra é dar 10 elogios para cada “bronca”.

8-    Reforço escolar externo muitas vezes é necessário para tornar a criança mais confiante.

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afastá-las definitivamente dos estudos e de uma vida de bons resultados.  

10- Lembrem-se senhores pais: negociem sempre com seu filho TDAH, não brigue, não xingue, não  agrida. Ele precisa muito mais de vocês do que vocês pensam!

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Critérios de diagnóstico do TDAH em adultos

1-    Ativação e organização do trabalho:

a) Dificuldade em iniciar tarefas         s?        n?

b) Dificuldade em organizar-se        s?        n?

c) Dificuldade em estimular-se em rotinas diárias        s?        n? 2-    Sustentação da atenção:

a)Dificuldade em manter atenção nas tarefas         s?        n?

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3-    Manutenção da energia e do esforço:

a) Dificuldade em manter nível constante de energia

e de esforços nas tarefas       s?        n?

b) Sonolência diária exagerada        s?        n?

c) Cansaço mental       s?        n?

4-    Labilidade de humor e hipersensibilidade a critica:

a)Irritabilidade variável sem motivo        s?        n?

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5-    Dificuldades de memória, escolares e de relacionamento:

a) Dificuldades de memória para fatos

recentes (fatos,datas,nomes)       s?        n?

b) Idem, para fatos mais antigos        s?        n?

c) Dific. escolares e no trabalho       s?        n?

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Critérios diagnósticos do TDAH em adultos segundo Hallowell e Ratney

1-    Sentimento de não poder se sobrepujar, de jamais encontrar seus objetivos, embora se esforce para tanto.

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2-    Dificuldades de organização, esquecimento de compromissos e datas importantes.

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4-    Possui um grande número de projetos simultâneos, mas com dificuldade de segui-los.

s       n

5-    Tendência a fazer observações sem consideração da necessidade das mesmas ou do momento oportuno, diz tudo o que lhe vem à cabeça.

s       n

6-    Apresenta uma procura constante de fortes estímulos; está sempre à procura de novidades.

s       n

7-    Apresenta uma tendência forte a se aborrecer facilmente. Embora todo seu interesse em alguns assuntos, suas baterias caem a zero, toda vez que é obrigado a se concentrar.

s       n

8-    Apresenta facilidade a se distrair, dificuldade a focar sua atenção, tendência a se desconectar ou a derivar no meio de uma atividade ou de uma conversa.

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9-    É uma pessoa, quase sempre, criativa, intuitiva, muito inteligente.

s       n

10- Apresenta dificuldade em respeitar regras e rotinas, gosta mais de seguir seus próprios procedimentos.

s       n

11- Apresenta impaciência e pouca tolerância a frustrações.

s       n

12- Apresenta impulsividade falando ou agindo. É impulsivo no gasto de dinheiro, em mudar planos já estabelecidos. Cuida pouco de sua carreira profissional e até de seu futuro.

s       n

13- Apresenta tendência a ser constantemente inquieto, a sentir problemas onde não existam, e a negligenciar outros que estão diante de si devido à sua falta de atenção.

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14- Apresenta insegurança básica, a qual alterna com necessidade de se expor a situações de grandes riscos.

s       n

15- Apresenta humor lábil, é depressivo, principalmente por ocasião de rupturas relacionais ou por quebra de quaisquer projetos seus.

s       n

16- Apresenta excessiva agitação física e motora. Não para quieto na cadeira, agita as mãos e os dedos, não fica parado, fica nervoso se não tem o que fazer.

s       n

17- Apresenta tendência a ter hábitos diferentes, inclusive uso de álcool e drogas. Muitas vezes come demais e é work-alcoholic.

s         n

18- Apresenta problemas crônicos de auto-estima.

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19- Apresenta uma baixa capacidade de introspecção.

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O TDAH em adultos:

Introdução: estudos mostram que de 30 a 70% das crianças diagnosticadas como portadoras do TDAH continuarão a sofrer do transtorno quando adolescentes e adultas. Este fato nos leva a acreditar que de 2 a 4% da população adulta mundial sofre de TDAH. Não há exceções de raça, cor ou de religião.

Até recentemente acreditava-se que os sintomas de TDAH desaparecessem com o início da adolescência. O que se sabe é que para muitos indivíduos portadores do TDAH na infância, com a chegada da adolescência, alguns dos sintomas de hiperatividade e de agitação motora desaparecem, mas outros sintomas presentes na infância continuam a acompanhar os

portadores do TDAH pelo resto de suas vidas.

As principais características que permanecem nos portadores adultos do TDAH são:

- Cabeça dura

- Baixa tolerância às frustrações e baixa tolerância a erros - Empurra aquilo que não gosta com a barriga

- Desorganização total ou excesso de organização pessoal - Não aprende com os erros cometidos

- Baixa atenção, pouca concentração, impulsividade - Irritação, irritabilidade e inquietação

- Busca constante de conflitos e de situações conflituosas - Mau humor constante e pensamentos negativos

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especialista, o qual usará de entrevistas, testes psicológicos, testes neuropsicológicos, para diagnosticar a presença do transtorno. Um diagnóstico de TDAH em adultos requer:

1. Histórico do déficit na infância.

2. Problemas de comportamento na escola de 2º grau, explosões de temperamento, impulsividade, dificuldades de relacionamentos, necessidade importante de pertencer a um grupo social ou isolamento total.

3. Problemas persistentes, já na adolescência e início da idade adulta de dificuldades de atenção, hiperatividade, impulsividade, baixa auto-estima.

4. Dificuldades no trabalho: dificuldade em iniciar trabalhos, dificuldades de terminar trabalhos e tarefas, organizar-se, etc.

5. Sustentação da atenção: dificuldade em manter atenção nas tarefas, distração, devaneios, etc.

6. Manutenção da energia e do esforço: dificuldade em manter um nível constante de energia e esforço nas tarefas, sonolência diurna, cansaço mental, labilidade de humor e hipersensibilidade à crítica: irritação variável e não desencadeada por fatores externos, aparente falta de motivação, rancor exagerado, cabeça dura, negativismo, opositores, não aceitam autoridade de pais ou de autoridades constituídas.

7. Dificuldades de memória: dificuldade em lembrar nomes, datas, fatos recentes. 8. Comportamentos de alto risco: uso ou abuso de drogas, álcool, remédios; roubos, fraudes, mentiras contumazes, perigo de suicídio.

9. Problemas amorosos, conjugais e profissionais.

O TDAH e o uso de drogas

Prevalência: 20 a 40% dos portadores do TDAH apresentam problemas de dependência química. Também 33% dos portadores do TDAH têm histórias de abuso ou dependência de álcool. Estes dados nos levam a números altíssimos de dependência química entre os portadores de TDAH, ou seja, cerca de dois em cada três portadores do transtorno são dependentes químicos ou possuem um bom “trânsito” com drogas.

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possivelmente para se acalmar, e se tornam rapidamente dependentes de cocaína.

A estes fatos, se junta ainda, sua baixa auto-estima, sua precariedade de julgar fatos e pessoas, sua genética, quase sempre de pais e avôs portadores do TDAH, e envolvidos com alcoolismo e com o uso de drogas.

Para confirmar estes dados, sabe-se que de 17 a 50% dos alcoolistas atuais foram portadores do TDAH na infância, e que de 17 a 45% dos dependentes de heroína e cocaína atuais foram portadores do TDAH na infância. Uma explicação possível e plausível para este elevado uso de drogas pelos portadores do TDAH seria o uso das drogas como automedicação, ou seja, os portadores do TDAH usam drogas para se acalmarem e para não sentirem tanto os efeitos e sintomas desagradáveis do transtorno. Esta hipótese da automedicação fica bastante evidente no altíssimo uso de maconha pelos portadores do TDAH, muitas vezes desde o início da adolescência, uso que acalma e melhora o sono. Este uso de maconha persiste até que o portador experimente cocaína, droga pela qual se encantará e usará até se tornar dependente.

O autor americano S. Manuzza nos traz que é impossível saber ou diagnosticar quais os portadores do TDAH que terão problemas de uso de drogas quando forem adultos, e que mesmo medicando todos os portadores quando criança, muitos, mesmo assim, ainda usarão drogas, e se tornarão dependentes químicos na idade adulta.

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O TDAH e o uso de drogas – a importância do diagnóstico precoce

Segundo o artigo publicado pelo Dr Salvatore Mannuzza na revista Archives of General Psychiatry em julho de 1993, os meninos hiperativos têm maior tendência a se tornarem

adultos antissociais ou dependentes de drogas e trabalhando em empregos mal remunerados.

O autor pesquisou 91 meninos hiperativos, desde que tinham em média 16 anos de idade, isto no Centro Médico Judaico de Long Island, Estados Unidos. O grupo foi comparado a outros 95 jovens na mesma faixa etária, mas sem problemas de hiperatividade. Os resultados da

pesquisa indicaram que por volta dos 26 anos de idade, o grupo hiperativo tinha completado 2,5 anos menos de estudo que o grupo de garotos normais, 23% abandonaram a escola no 11º ano escolar, e apenas 12 % do grupo hiperativo havia chegado à universidade.

Além disso, embora cerca de 90% estivessem empregados, apenas 4% ocupavam cargos de importância em suas empresas, tais como: corretores de valores, advogados, médicos ou cientistas. No grupo dos alunos normais, 21% haviam chegado a tais profissões.

Embora 66% dos integrantes do grupo hiperativo não apresentassem desordens mentais na idade adulta, 33% apresentaram, em algum instante, comportamento antissocial, fumando maconha, consumindo drogas pesadas, além de outros distúrbios psíquicos.

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qualidade e médicos.

Mas, cita também o mesmo autor, que é impossível saber, com certeza, quais os meninos com hiperatividade que terão problemas quando forem adultos, e também é certo, que mesmo medicando estes jovens, o prognóstico não muda.

Alguns portadores famosos do TDAH

Nem sempre ser portador do TDAH conduz seus portadores ao fracasso como homens ou como profissionais. Assim, alguns dos maiores gênios de todos os tempos foram

diagnosticados como TDAH. Como exemplo desse fato, temos:

Albert Einstein, Thomas A. Edson, Isaac Newton, L. Pasteur, W. Churchill, Leonardo da Vinci, Ernest Hemingway, Pablo Picasso, John Lennon, Van Gogh, Walt Disney, General Patton, John Kennedy, Magic Johnson, Henry Ford, L. Tolstoy, Werner von Braun, Sylvester Stalone, Tom Cruise, Dusting Hoffmann, Wooppi Goldberg, Mozart, Beethoven, Salvador Dali, Al Capone, Napoleão Bonaparte, Bill Gates.

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Site importante para esclarecimentos sobre o TDAH:

ABDA – Associação Brasileira do Déficit de Atenção: www.tdah.org.br

Bibliografia sobre o TDAH

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Hallowell, E.M. Tendência à Distração: identificação e gerência do DDA da infância à idade adulta. Rio de Janeiro: Rocco, 1999

Silva, A. B. B. Mentes Inquietas: entendendo melhor o mundo das pessoas distraídas, impulsivas e hiperativas. São Paulo: Editora Gente, 2003

Amen, Daniel G. Transforme seu cérebro, transforme sua vida. São Paulo: Editora Mercuryo, 2000

Referências

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