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DICAS DE DIREITO AMBIENTAL PREPARAÇÃO PARA CONCURSOS PÚBLICOS E EXAME DA OAB

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Academic year: 2021

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DICAS DE DIREITO AMBIENTAL

PREPARAÇÃO PARA CONCURSOS PÚBLICOS E EXAME DA OAB Elaborado pelo Prof. FREDERICO AMADO

(www.fredericoamado.com.br)

01. Meio ambiente é o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas (artigo 3º, I, da Lei 6.938/81).

02. A competência material para proteger o meio ambiente e controlar a poluição em todas as suas formas é comum entre União, estados, Distrito Federal e municípios (especificado pelo artigo 23, III, IV, VI, VII e XI, da Constituição).

03. A competência para legislar sobre o meio ambiente é concorrente entre União, estados e Distrito Federal (especificado pelo artigo 24, VI, VII e VIII, da Constituição), cabendo aos municípios legislar sobre os assuntos ambientais de interesse local e suplementar a legislação federal e estadual no que couber (artigo 30, I e II, da Constituição). Contudo, apenas a União poderá legislar sobre águas, energias, jazidas, minas e outros recursos minerais, além de atividades nucleares (artigo 22, IV, XII e XXVI, da Constituição).

04. O Princípio da Prevenção trabalha com risco certo, conhecido ou concreto. Já o Princípio da Precaução se volta ao risco incerto, desconhecido ou abstrato, incidindo a máxima in dubio pro natura ou salute, pois, quando houver ameaça de danos sérios ou irreversíveis, a ausência de absoluta certeza científica não deve ser utilizada como razão para postergar medidas eficazes e economicamente viáveis para precaver a degradação ambiental. 05. O Princípio do Desenvolvimento Sustentável prega que haja um desenvolvimento econômico que observe a capacidade máxima de suporte dos ecossistemas, pois a presentes gerações deverão consumir as parcelas necessárias dos recursos naturais sem privar as futuras gerações das suas porções.

06. Pelo Princípio do Poluidor-pagador, deverá o empreendedor responder pelos custos sociais da degradação causada por sua atividade impactante, devendo-se agregar esse valor no custo produtivo da atividade, para se evitar que se privatizem os lucros e se socializem os prejuízos ambientais, que também deverão ser internalizados. Este Princípio não deverá ser interpretado de forma que haja abertura para a poluição incondicionada, desde que se pague (não é Pagador-poluidor), só podendo o poluidor degradar o meio-ambiente dentro dos limites de tolerância previstos na legislação ambiental, após regular licenciamento ambiental.

07. Pelo Princípio do Usuário-pagador, as pessoas que utilizam recursos naturais devem pagar pela sua utilização, mesmo que não haja poluição, sendo mais abrangente que o Princípio do Poluidor-pagador, a fim de demonstrar a economicidade dos recursos naturais, racionalizando o seu uso e angariando recursos em prol do equilíbrio ambiental.

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09. O Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), a quem compete executar a Política Nacional de Meio Ambiente, conta com a seguinte composição: I - órgão superior: o Conselho de Governo II - órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), III - órgão central: o Ministério do Meio Ambiente (MMA) IV - órgão executor: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA); V - Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais e distritais responsáveis pela execução de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental; VI - Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições (artigo 6º, da Lei 6.938/81).

10. Compete ao Poder Público controlar a poluição, sendo o licenciamento ambiental um dos principais instrumentos, assim considerado o procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso (artigo 1º, I, da Resolução CONAMA 237/97).

11. Dentro do licenciamento ambiental, dentre outros atos, serão outorgadas as licenças ambientais, isoladas ou sucessivamente, que, em regra (salvo atividades de pequeno impacto negativo), serão de três espécies: Licença Prévia (LP) – aprova o projeto, declara a sua viabilidade ambiental e impõe condicionantes; Licença de Instalação (LI) – libera a implantação do empreendimento, impondo novos condicionantes; Licença de Operação (LO) – permite o funcionamento da atividade.

12. A licença ambiental é ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente, estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental (artigo 1º, II, da Resolução CONAMA 237/97).

13. A licença ambiental tem o regime jurídico diferenciado da tradicional licença administrativa, pois: possui prazos máximos de validade; pressupõe a apresentação de estudos ambientais; tem um sistema trifásico de concessão e poderá ser alterada, suspensa ou cancelada na hipótese de superveniência de graves riscos ambientais e de saúde.

14. O EPIA – Estudo Prévio de Impacto Ambiental, de natureza pública, é o estudo ambiental mais complexo, com previsão no artigo 225, §1º, IV, da Constituição, sendo exigível para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, sendo presumida a significativa degradação ambiental no rol exemplificativo do artigo 2º, da Resolução CONAMA 01/1986.

15. O EPIA será elaborado por equipe técnica multidisciplinar contratada diretamente pelo proponente do projeto, que arcará com todos os custos de elaboração do estudo, e não pelo órgão ambiental licenciador, devendo ser elaborado um Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), que conterá as conclusões do EPIA, a ser apresentado em linguagem objetiva e adequada à sua compreensão pela população, inclusive podendo ter ilustrações, sendo de acessibilidade pública, cujas conclusões não vincularão o órgão ambiental.

16. Apenas será obrigatória a audiência pública para debater o RIMA nas hipóteses listadas na Resolução CONAMA 09/87: a critério do órgão ambiental, por requisição do Ministério Público, por requerimento de entidade civil ou por solicitação de 50 cidadãos. Se obrigatória, a dispensa da audiência pública implicará na invalidação das licenças ambientais eventualmente concedidas.

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18. De acordo com o artigo 225, §4º, da Constituição, a Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional (revela o interesse da nação na sua preservação, não convertendo esses Biomas em bens públicos), e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.

19. Os principais espaços territoriais especialmente protegidos são as áreas de preservação permanente (artigos 2º e 3º, da Lei 4.771/65), a reserva legal (artigo 16, da Lei 4.771/65) e as unidades de conservação, estas reguladas pela Lei 9.985/2000, divididas em 02 grupos e 12 modalidades:

Existes dois grandes grupos de unidades de conservação: as de PROTEÇÃO INTEGRAL, que objetivam basicamente a preservação da natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos em lei; as de USO SUSTENTÁVEL, cujo objetivo básico é compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais.

01- UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DE PROTEÇÃO INTEGRAL:

1.1. Estação ecológica - tem como objetivo a preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas, sendo de posse e domínio públicos, proibida a visitação pública, exceto quando com objetivo educacional, de acordo com o que dispuser o Plano de Manejo da unidade ou regulamento específico, podendo ser autorizada a pesquisa científica.

1.2. Reserva biológica - tem como objetivo a preservação integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferência humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos naturais. É de posse e domínio públicos, sendo proibida a visitação pública, exceto aquela com objetivo educacional, de acordo com regulamento específico.

1.3. Parque nacional - tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico, sendo de posse e domínio públicos. 1.4. Monumento natural - tem como objetivo básico preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica, podendo ser composta por áreas públicas ou particulares, desde que seja possível compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos naturais do local pelos proprietários, podendo haver visitação pública.

1.5. Refúgio da vida silvestre - tem como objetivo proteger ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória, podendo ser composta por áreas públicas ou particulares, desde que seja possível compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos naturais do local pelos proprietários, podendo haver visitação.

02- UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DE USO SUSTENTÁVEL:

2.1. Área de proteção ambiental – é uma área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais, podendo ser constituída por terras públicas ou privadas.

2.2. Área de relevante interesse ecológico - é uma área em geral de pequena extensão, com pouca ou nenhuma ocupação humana, com características naturais extraordinárias ou que abriga exemplares raros da biota regional, e tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de importância regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas, de modo a compatibilizá-lo com os objetivos de conservação da natureza, podendo ser constituída por terras públicas ou privadas. 2.3. Floresta nacional - é uma área com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas e tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para exploração sustentável de florestas nativas, de posse e domínio públicos, admitida a permanência de populações tradicionais que a habitam quando de sua criação, com visitação e pesquisas permitidas, observada a regulamentação.

2.4. Reserva extrativista - é uma área utilizada por populações extrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte, e tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade, de domínio público, com uso concedido às populações extrativistas tradicionais, com visitação e pesquisas permitidas, observada a regulamentação.

2.5. Reserva da fauna – é uma área natural com populações animais de espécies nativas, terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas para estudos técnico-científicos sobre o manejo econômico sustentável de recursos faunísticos, de posse e domínio públicos, com visitação permitida, proibida a caça amadorística ou profissional.

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meios necessários para a reprodução e a melhoria dos modos e da qualidade de vida e exploração dos recursos naturais das populações tradicionais, bem como valorizar, conservar e aperfeiçoar o conhecimento e as técnicas de manejo do ambiente, desenvolvido por estas populações, sendo de domínio público, com visitação e pesquisas permitidas, observada a regulamentação.

2.7. Reserva particular do patrimônio natural - é uma área privada, gravada com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica, sendo apenas permitida a pesquisa científica e a visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais. Apesar de ser uma unidade de uso sustentável, tem o regime jurídico de proteção integral, pois o extrativismo que seria permitido foi vetado pelo Presidente da República.

20. A responsabilidade civil por danos causados ao meio ambiente é objetiva (artigo 14, §1º, da Lei 6.938/81), norteada pela Teoria do Risco Integral (tema polêmico, apesar da posição do STJ, no REsp 442.586, de 26.11.2002), não sendo excluída pela existência de licença regular que ampare a poluição. Será responsabilizado o poluidor, assim considerado a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, diretamente ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental (artigo 3º, IV, da Lei 6.938/81).

21. A responsabilidade civil entre todos os poluidores, diretos ou indiretos, será solidária (STJ, REsp 1.056.540, de 25.08.2009), sendo imprescritível a pretensão de reparação dos danos ambientais (STJ, REsp 647.493, de 22.05.2007), e incabível a intervenção de terceiros, pois o direito de regresso deverá ser exercido em ação própria, devendo a ação civil pública deve discutir, unicamente, a relação jurídica referente à proteção do meio ambiente e das suas conseqüências pela violação a ele praticada (STJ, REsp 232.187, de 23.03.2000). Será possível a inversão do ônus da prova, com base no Princípio da Precaução e na natureza pública da proteção, transferindo para o empreendedor da atividade potencialmente lesiva o ônus de demonstrar a segurança do empreendimento (STJ, REsp 972.902, de 25.08.2009).

22. A Constituição Federal possibilita a responsabilização penal da pessoa jurídica por crime ambiental (artigo 225, §3º), sendo regulamentada pelo artigo 3º, da Lei 9.605/98, que exige dois pressupostos cumulativos para a responsabilização do ente moral: crime cometido por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado (1), assim como no interesse ou benefício da pessoa jurídica (2).

23. Inexiste responsabilidade penal objetiva, mesmo da pessoa jurídica por delito ambiental, a teor do Princípio da Culpabilidade. Em regra, competirá à Justiça Estadual julgar os crimes ambientais. A Justiça Federal apenas terá competência nas hipóteses do artigo 109, da Constituição: infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções; os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves.

24. As pessoas jurídicas não poderão ser pacientes na ação constitucional de habeas corpus, uma vez que não têm direito de locomoção, consoante já decidiu o STF (HC 92.921, de 19.08.2008). A ação penal será de iniciativa pública incondicionada (artigo 26, da Lei 9.605/98), existindo decisões do STJ que aplicaram o Princípio da Insignificância aos crimes ambientais (HC 93.859, de 13.08.2009; HC 112.840, de 23.03.2010).

25. O artigo 225, da Constituição, instituiu o direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, imaterial e difuso por excelência, bem de uso comum do povo (não no significado de bem público, e sim expressando a titularidade coletiva) e indispensável à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

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métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente; proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.

27. Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei (artigo 225, §2º, da Constituição). As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas (artigo 225, §6º, da Constituição)

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