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Gestão da aprendizagem no ensino a distância em instituição de ensino superior sob a ótica dos fatores críticos de sucesso

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Academic year: 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

MESTRADO PROFISIONAL EM POLITÍCAS PÚBLICAS E GESTÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR- POLEDUC

RAIMUNDA HEVELINE RIBEIRO QUIRINO

GESTÃO DA APRENDIZAGEM NO ENSINO A DISTÂNCIA EM INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR SOB A ÓTICA DOS FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO

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RAIMUNDA HEVELINE RIBEIRO QUIRINO

GESTÃO DA APRENDIZAGEM NO ENSINO A DISTÂNCIA EM INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR SOB A ÓTICA DOS FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Gestão da Educação Superior da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Políticas Públicas e Gestão da Educação superior. Área de concentração: Gestão estratégica e Intercâmbio Institucional. Orientadora: Profª Drª Sueli Maria de Araújo Cavalcante

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará

Biblioteca Universitária

Gerada automaticamente pelo módulo Catalog, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

Q81g Quirino, Raimunda Heveline Ribeiro.

Gestão da aprendizagem no Ensino a Distância em Instituição de Ensino Superior sob a ótica dos fatores críticos de sucesso / Raimunda Heveline Ribeiro Quirino. – 2017.

95 f. : il. color.

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, Mestrado Profissional em Políticas Públicas e Gestão da Educação Superior, Fortaleza, 2017.

Orientação: Profa. Dra. Sueli Maria de Araújo Cavalcante.

1. Educação a Distância. 2. Gestão da aprendizagem. 3. Fatores críticos de sucesso. I. Título.

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RAIMUNDA HEVELINE RIBEIRO QUIRINO

GESTÃO DA APRENDIZAGEM NO ENSINO A DISTÂNCIA EM INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR SOB A ÓTICA DOS FATORES CRITICOS DE SUCESSO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Gestão da Educação Superior da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Políticas Públicas e Gestão da Educação superior. Área de concentração: Gestão estratégica e Intercâmbio Institucional.

Aprovada em: ____/___/____.

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________ Profª Drª Sueli Maria de Araújo Cavalcante (Orientadora)

Universidade Federal do Ceará (UFC)

_____________________________________________ Prof. Dr. Wagner Bandeira Andriola

Universidade Federal do Ceará (UFC)

_____________________________________________ Prof. Dr. Antônio de Barros Serra

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A Deus e a Maria.

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AGRADECIMENTOS

A Deus sem ele nada é possível.

Aos meus pais, Raimundo e Hermita, que acreditaram neste objetivo pessoal de crescimento, e sempre nos mostraram a importância dos estudos, pois somente com a educação podemos atingir nossos sonhos de um futuro melhor. Agradeço a minha mãe pela sua fiel espiritualidade, intercedendo constantemente pela finalização deste momento.

Ao meu amado marido, Jorge Luis, pois sem seu apoio eu não conseguiria. Obrigado por ter sido paciente e compreensivo durante todo o desenvolvimento deste trabalho. Sua motivação e companheirismo foram essenciais para esta realização.

Aos meus amigos do mestrado, turma POLEDUC 2015, que por todo o apoio, contribuições, força e motivação durante todo esse período.

Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Gestão da Educação Superior da UFC, pela oportunidade de aprendizado e crescimento profissional e pessoal. À Fernanda, querida secretária do POLEDUC, com sua postura acolhedora e amiga sempre nos incentivou.

Aos professores participantes da banca examinadora, Prof. Dr. Wagner Bandeira Andriola e Prof. Dr. Antônio de Barros Serra dois profissionais renomados que agradeço pelas valiosas colaborações e sugestões para o aperfeiçoamento deste trabalho.

Agradeço, principalmente, a Profª Dra. Sueli Maria de Araújo Cavalcante, por acreditar em mim, pela oportunidade e confiança. Agradeço pelas discussões, correções, sugestões e por todo o seu tempo disponibilizado para minha orientação.

Por fim, às pessoas não aqui citadas, mas que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste trabalho, meus sinceros agradecimentos.

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RESUMO

Este trabalho tem como objetivo identificar os Fatores Críticos de Sucesso (FCS) da gestão da aprendizagem dos cursos de graduação a distância da UFC Virtual na visão de seus principais atores e sujeitos, ou seja, gestores acadêmicos, alunos e professores/tutores. Aborda como fundamentação teórica aspectos conceituais sobre gestão da aprendizagem, como também apresenta o cenário do EaD no Brasil e as políticas publicas da educação dando ênfase ao programa da Universidade Aberta do Brasil (UAB). Caracteriza-se como uma pesquisa quantitativa que se centra na objetividade. Recorre à linguagem matemática para descrever as causas de um fenômeno, utilizando procedimentos estruturados e instrumentos formais para coleta de dado. O lócus da pesquisa foram os pólos do Instituto UFCVirtual. Foi realizado um levantamento tendo como a principal característica a aplicação de um questionamento online com perguntas fechadas, direto com as pessoas relevantes para a pesquisa. O universo foi composto por gestores de cursos, tutores e alunos dos pólos (Fortaleza, Caucaia, Russas e Quixadá) matriculados nos últimos semestres dos cursos. Estas perguntas estão distribuídas nas dimensões da gestão da aprendizagem de curso superior em EaD, conforme modelo de Roesler e Sartori (2005), que são: Desenho pedagógico, produção de material didático, sistema tutoria e secretaria acadêmica Os dados foram analisados utilizando o método de escala ordinal através de dados estatísticos. Foram identificados 10 itens como FCS após o levantamento criterioso das respostas. A partir da consulta entre gestores acadêmicos, tutores e alunos extraíram-se os itens de cada dimensão do modelo de Sartori e Roseler (2005) sobre a estrutura da gestão da aprendizagem que se destacaram como os FCS com base na porcentagem da freqüência relativa (Fr) considerados como sendo os de maior importância para manter o bom êxito nos cursos, são: (1) Pólo dispõe de biblioteca de apoio com material do curso, (2) Salas para os encontros estão sempre limpas, iluminadas e climatizadas, (3) Equipamentos se encontram em condição de uso durante a disciplina, (4)A Presencialidade virtual, (5) Coerência da teoria e da prática do curso escolhido, (6) Aula totalmente à distância, (7) Aceitação da universidade pelo mercado de trabalho, (8) Pólo fornece e possibilita o acesso a internet, (9) A forma de avaliação no EaD, (10) Organização do sistema de tutoria com o curso e os alunos para atender o processo de aprendizagem. Conclui-se, portanto que a coordenação geral dos cursos em EaD precisa melhorar as condições de trabalho nos pólos e buscar meios de integração com os principais sujeitos da metodologia em EaD.

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ABSTRACT

This work aims to identify the Critical Success Factors (FCS) of the learning management of undergraduate distance courses of UFC Virtual in the view of its main actors and subjects, that is, academic managers, students and teachers / tutors. It covers as theoretical foundation conceptual aspects about learning management, but also presents the scenario of EaD in Brazil and the public policies of education emphasizing the program of the Open University of Brazil (UAB). It is characterized as a quantitative research that focuses on objectivity. It uses mathematical language to describe the causes of a phenomenon, using structured procedures and formal instruments for data collection. The locus of the research was the poles of the Instituto UFCVirtual. A survey was carried out with the main characteristic being the application of an online questioning with closed questions, direct with the people relevant to the research. The universe was composed by managers of courses, tutors and students of the poles (Fortaleza, Caucaia, Russas and Quixadá) enrolled in the last semesters of the courses. These questions are distributed in the dimensions of upper level learning management in distance learning, according to Roesler and Sartori (2005) model, which are: Pedagogical design, production of didactic material, tutoring system and academic secretariat The data were analyzed using the method of Ordinal scale through statistical data. Ten items were identified as FCS after a careful survey of the responses. From the consultation between academic managers, tutors and students, the items of each dimension of the Sartori and Roseler model (2005) on the structure of learning management were extracted, which stood out as the FCS based on the percentage of the relative frequency (Fr ) Are considered to be the most important to maintain success in the courses: (1) Campus has a support library with course material, (2) Meeting rooms are always clean, light and air-conditioned, (3) Equipment is in use condition during the course, (4) Virtual presence, (5) Coherence of theory and practice of the course chosen, (6) Distance learning class, (7) Acceptance of university by the job market, (8) Pole provides and enables access to the internet, (9) The form of assessment in the EaD, (10) Organization of the mentoring system with the course and the students to attend the learning process. It is concluded, therefore, that the general coordination of the courses in EaD needs to improve the conditions of work in the poles and to seek means of integration with the main subjects of the methodology in EaD.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Organograma da CAPES... 26

Figura 2 - Gestão de programa em EaD... 31

Figura 3 - Gestão da aprendizagem no curso superior... 32

Figura 4 - Estrutura organizacional UFC Virtual... 50

Figura 5 - Organização acadêmica do EaD na UFC Virtual... 54

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Histórico do EaD (1904 a 1995)... 22

Quadro 2 - Histórico do EaD (1996 a 2013)... 23

Quadro 3 - Orientações de aprendizagem... 33

Quadro 4 - Fatores críticos de sucesso (FCS) no setor público... 39

Quadro 5 - FCS para EaD... 41

Quadro 6 - Resumo das Dimensões dos Fatores Críticos de Sucesso em Ensino a Distância Propostas por Reeves (1997)... 45

Quadro 7 - Dimensões e Variáveis... 46

Quadro 8 - Polos com maior tempo de implantação... 59

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Quais os fatores determinantes para o sucesso de um curso a

distância ... 47 Tabela 2 - Gênero... 65 Tabela 3 - Frequência geral das respostas das três categorias ... 69 Tabela 4 - Frequência geral das respostas entre grupo de alunos e

gestores... 71 Tabela 5 - Frequência geral das respostas entre grupo de alunos e

tutores... 71 Tabela 6 - Frequência relativa do intervalo [1,3] do menor para maior das

respostas... 72 Tabela 7 - Demonstração de classificação dos dez fatores críticos de

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais EaD Ensino a Distância

SEaD Secretaria de Educação á distância UAB Universidade Aberta do Brasil IDH Índice de Desenvolvimento Humano

IDEB Índice de Desenvolvimento da Educação Básica IPES Instituições Públicas de Ensino Superior

UFC Universidade Federal do Ceará IES Instituições de Ensino Superior FCS Fatores Críticos de Sucesso LDB Lei de Diretrizes e Bases MEC Ministério da Educação

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior DED Diretoria de Educação a Distância

SED Sistemas de Ensino a Distância AP Arquitetura Pedagógica

IBM International Business Machines Consuni Conselho Universitário

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 14

2 ENSINO SUPERIOR A DISTÂNCIA ... 20

2.2 A Educação à distância como Política Pública e o Programa UAB Universidade Aberta do Brasil ... 24

2.3 Principais desafios para o ensino superior à distância ... 27

3 GESTÃO DA APRENDIZAGEM NO ENSINO SUPERIOR A DISTÂNCIA E OS FATORES CRITICOS DE SUCESSO ... 31

3.1 Gestão da aprendizagem: aspectos conceituais ... 31

3.2 A gestão da aprendizagem no EaD com foco na competência ... 34

3.3 Competências dos discentes ... 35

3.4 Competências dos docentes na EaD ... 36

3.5 Os Fatores críticos de sucesso voltados para a gestão da aprendizagem do ensino superior à distância ... 38

4 ENSINO À DISTÂNCIA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ – UFC VIRTUAL ... 49

4.1 Considerações iniciais ... 49

4.2 Estrutura Organizacional da UFC Virtual ... 50

4.3 Os cursos de EaD na UFC Virtual ... 52

4.4 Gestão da aprendizagem do EaD na UFC Virtual ... 53

4.4.1 Coordenador Geral e Adjunto da UAB/UFC ... 54

4.4.2 Ouvidoria ... 55

4.4.3 Centro de Produção do Instituto UFC Virtual ... 55

4.4.4 Categorias do EaD nos cursos da UFC ... 55

4.4.5 As avaliações ... 56

4.4.6 Setor Financeiro EaD ... 57

5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ... 58

5.1 Caracterização da pesquisa ... 58

5.2 Método proposto para identificação dos FCS ... 60

6 RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 65

6.1 Análise do perfil sociodemográfico ... 65

6.2 Frequência das respostas entre os respondentes... 66

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6.4 Classificação geral dos Fatores Críticos de Sucesso ... 72

6.5 Identificação e análise dos Fatores Críticos de Sucesso de acordo com a percepção geral da amostra ... 76

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 83

7.1. Limitações da pesquisa ... 84

7.2 Trabalhos futuros ... 85

REFERÊNCIAS ... 86

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1 INTRODUÇÃO

As instituições de ensino superior caracterizam-se como entidades que constroem e transmitem o conhecimento, possibilitando o desenvolvimento de ações voltadas á sociedade nas áreas do ensino, pesquisa e extensão. E nesta realidade da pesquisa as comunidades universitárias assimilam e aplicam esses conhecimentos, alcançando o projeto profissional. Expandir o acesso ao Ensino Superior é um grande desafio para aumentar a escolaridade média da população como também promover a interiorização das instituições, possibilitando assim o aumento do número de vagas e a criação de mecanismos de inclusão para toda a população.

No Brasil, as demandas por ensino e pesquisa vêm sendo satisfeitas parcialmente. A demanda por mais vagas é a que envolve mais diretamente a população e a que se manifesta mais explicitamente. É ela que atende às aspirações de ascensão social por parte dos jovens e satisfaz as exigências de pessoal qualificado por parte do mercado de trabalho. Essas mesmas transformações econômicas, por outro lado, aumentaram a importância das universidades como centros de pesquisas necessários para alimentar o desenvolvimento tecnológico e para a formação de pessoal mais altamente qualificado. Em 2015, o número de estudantes matriculados na educação superior no Brasil chegou a 8.033.574. O total representa um crescimento de 2,5% em relação a 2014. Os dados são do Censo da Educação Superior 2015, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP, 2015). Os estudantes de 18 a 24 anos que freqüentam ensino superior no Brasil somavam 58,5% do total de estudantes nessa faixa etária em 2014.

No Brasil o conceito de universidade havia adquirido um enorme prestígio e todas as reivindicações por ensino, que partiam do explosivo movimento estudantil da década de 1960 (e até atualidade), se concentraram na demanda por ampliação de vagas em universidades públicas gratuitas.

A educação, nas suas mais diversas modalidades, não tem condições de sanear nossos múltiplos problemas nem satisfazer nossas mais variadas necessidades. Ela não salva a sociedade, porém ao lado de outras instâncias sociais, ela tem um papel fundamental no processo de distanciamento da incultura, da acriticidade e na construção de um processo civilizatório mais digno do que esse que vivemos (LUCKESI, 1989, p.95).

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Contudo, o que diferencia o ensino à distância praticado neste século, são os meios disponíveis e que se adéquam a realidade atual. Com isso no século XXI encontramos em potencial esta modalidade de educação para atender os desafios de acesso à formação acadêmica e profissional.

Com o foco na democratização e no acesso às instituições de ensino superior, o Governo Federal lançou um leque de programas capazes de contribuir com o aperfeiçoamento e disponibilização do sistema educacional no Brasil. Nesse sentido a Secretaria de Educação á distância (SEAD) foi criada pelo Decreto nº 1.917, de 27 de maio de 1996, e teve a sua estrutura regimental alterada por meio do Decreto 5.159, de 28 de julho de 2004 para desenvolver inúmeros programas e projetos de EaD referentes ao ensino superior como, por exemplo, a Universidade Aberta do Brasil (UAB). Extinta em 2011 os projetos da Secretaria de Educação à distância migraram para a Secretaria de Educação Básica ou de Ensino Superior. Segundo o Ministério de Educação e Cultura, a ideia da migração é que, com o crescimento da modalidade, ela passe a ser gerida pelas secretarias convencionais, com as mesmas medidas para as modalidades presenciais e a distância.

O Sistema UAB foi instituído pelo Decreto 5.800, de 8 de junho de 2006, para o desenvolvimento da modalidade de educação a distância, com a finalidade de expandir e interiorizar a oferta de cursos e programas de educação superior no país (BRASIL, 2006). Fomenta a modalidade de educação à distância nas instituições públicas de ensino superior, bem como apóia pesquisas em metodologias inovadoras de ensino superior respaldadas em tecnologias de informação e comunicação. Além disso, incentiva a colaboração entre a União e os entes federativos e estimula a criação de centros de formação permanentes por meio dos pólos de apoio presencial em localidades estratégicas.

A Universidade Aberta do Brasil é um sistema integrado por universidades públicas que oferece cursos de nível superior para a população que têm dificuldade de acesso à formação universitária, por meio do uso da metodologia da educação à distância. O público em geral é atendido, mas os professores que atuam na educação básica têm prioridade de formação, seguidos dos dirigentes, gestores e trabalhadores em educação básica dos estados, municípios e do Distrito Federal.

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pública de qualidade em locais distantes e isolados, incentiva o desenvolvimento de municípios com baixos IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Desse modo, funciona como um eficaz instrumento para a universalização do acesso ao ensino superior e para a requalificação do professor em outras disciplinas, fortalecendo a escola no interior do Brasil, minimizando a concentração de oferta de cursos de graduação nos grandes centros urbanos e evitando o fluxo migratório para as grandes cidades.

Para Alonso (2013), a forma pela qual o EaD foi e é instituído no ensino superior e o entendimento de que sua maneira de se estruturar por meio de um sistema que possa responder, ao mesmo tempo, as inúmeras e diferenciadas demandas de formação, organizado com base em elementos que enfatizem a ideia de modalidade de ensino, tem pressionado as Instituições Públicas de Ensino Superior - IPES à oferta de formação.

Na parceria com a Universidade Aberta do Brasil a nível federal encontra-se a Universidade Federal do Ceará (UFC) com a modalidade de ensino a distância, que atualmente reúne um número significativo de alunos em relação à educação presencial. Desenvolve um formato de ensino semipresencial para atender as demandas nos vários pólos existentes no interior do Estado do Ceará da referida modalidade. Tamanha a importância dispensada para esta modalidade de ensino que em 2003, na gestão do Magnífico Reitor Roberto Cláudio Bezerra, foi criado o Instituto UFC Virtual. Em 2006 foi implantado o curso de Bacharelado em Administração à distância, em parceria com o Banco do Brasil. Este piloto foi o precursor do Programa UAB pela UFCVirtual.

A UFC é uma das universidades federais que participam da UAB de forma destacada, possuindo atualmente oito cursos de graduação (Bacharelado em Administração, Bacharelado em Administração - Gestão Pública, Licenciatura em Química, Licenciatura em Matemática, Licenciatura em Física, Licenciatura em Letras Inglês, Licenciatura em Letras Português, Licenciatura em Letras Espanhol). No Estado do Ceará existem 21 pólos cadastrados no UAB e que são sede de cursos oferecidos pela universidade.

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A busca pela qualidade da modalidade à distância também é uma meta continua nas Instituições de Ensino Superior (IES). Faz-se necessário uma reflexão sobre os critérios a serem adotados, para que sejam capazes de assegurar a necessária qualidade da educação superior à distância, mas para que também apresentem coerência com a realidade das IES sujeitas a tais instrumentos (LITTO, 2007). Percebemos que os aspectos legais e técnicos favorecem a necessidade da inovação na educação superior.

Diante desse contexto surge o seguinte problema: quais os fatores críticos de sucesso da gestão da aprendizagem no EaD sob a perspectiva dos discentes, professores/tutores e os gestores de curso?

Desse modo, o foco desta pesquisa volta-se para o campo da Educação Superior a Distância, mais especificamente, na identificação dos fatores críticos de sucesso na gestão da aprendizagem nos cursos de graduação da UFC/Virtual. O referido assunto provocou a necessidade de compreender a eficácia da gestão da aprendizagem do EaD na Universidade Federal do Ceará como um instrumento de resposta da demanda para a universalização do acesso ao ensino superior.

Esta motivação leva para uma reflexão de dois fatores importantes: primeiro pelo fato da EaD ser um campo propício de investigação e o segundo fator pelo grande crescimento desta modalidade no ambiente educacional público. A relevância desta pesquisa comunga com a percepção segundoBernardi, Daudt e Behar (2013), onde nota-se que a vasta oferta de cursos a distância tem obrigado às instituições de ensino superior a conviver com novas formas de ver e organizar a educação universitária. E o fato de ser a distância não quer dizer que a gestão deva estar distanciada da relação com seu principal sujeito que é o aluno. Ao contrário disso, as instituições educacionais que evoluíram com e para a metodologia EaD devem aprofundar na prática a condição de eficiência nos procedimentos da gestão da aprendizagem.

Entende-se a aprendizagem como um processo contínuo, individualizado e, ao mesmo tempo, colaborativo, não pode ter apenas o olhar pedagógico, mas também ver a aprendizagem de forma organizacional. Este trabalho tem, portanto, como objetivo geral identificar os Fatores Críticos de Sucesso (FCS) da gestão da aprendizagem dos cursos de graduação a distância da UFC Virtual na visão de seus principais atores e sujeitos, ou seja, alunos, tutores e gestores.

Os objetivos específicos são:

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b) Apresentar alguns modelos de FCS voltados para a gestão da aprendizagem no EaD;

c) Identificar através dos discentes, tutores e gestores acadêmicos os FCS sobre a gestão da aprendizagem no ead na UFC Virtual;

d) Comparar os FCS levantados entre os discentes, tutores e gestores acadêmicos. Acredita-se que o resultado dessa pesquisa possibilitará fornecer subsídios para uma reflexão sobre a relevância da EaD, a partir do gerenciamento da aprendizagem como uma opção válida e de qualidade, considerando-se relevante sob os aspectos institucional, cientifico e social.

No aspecto institucional a presente pesquisa possibilitará apresentar subsídios para uma reflexão sobre a gestão da aprendizagem na UFC Virtual como forma desdobramento da qualidade do EaD.

Sob o aspecto científico, este estudo contribuirá para futuras pesquisas na área da gestão da aprendizagem, tendo em vista a pesquisa está relacionada ao levantamento dos FCS nas instituições públicas de ensino superior.

Para além da formação de professores, e no tocante a relevância social ressalta-se que o sucesso do ensino à distância reflete na democratização dos saberes, uma vez que proporciona o compartilhamento e a igualdade de acesso às informações por meio dos recursos técnicos da comunicação. Nesse sentido, o EaD favorece o respeito à autonomia de cada participante, ao seu ritmo de aprendizagem e às suas disponibilidades pessoais.

O presente trabalho se encontra estruturado em sete seções, descritas a seguir: A seção 1 traz a Introdução, destacando a contextualização, o problema, os objetivos a serem alcançados e que norteiam o estudo, bem como a relevância da pesquisa. Na segunda seção ressalta a importância do ensino superior à distância, destacando o cenário do EaD no Brasil e por sua vez apresentando a modalidade do EaD como uma política pública relevante através do programa da UAB. Fechando a seção com os principais desafios para o ensino superior à distância.

Já na seção 3 traz os aspectos conceituais da gestão da aprendizagem, a relação da gestão com foco na competência e destacando as competências dos docentes e discentes no EaD. E como último item da seção uma abordagem dos Fatores Críticos de Sucesso na gestão da aprendizagem no EaD.

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2 ENSINO SUPERIOR A DISTÂNCIA

A EaD, também conhecida como e-learning é o modo de ensino que possibilita a autoaprendizagem, tendo em vista que a oferta do conhecimento é realizada através de tecnologias de informação e conhecimento, por meio da Internet. Além disso, essa modalidade de ensino possibilita um desenvolvimento cognitivo crítico e de atualização de conhecimentos, que pode alcançar amplas necessidades de qualificação na perspectiva da diversificação do profissional de ensino superior.

O crescimento desta modalidade de EaD é um fato em nosso país e no mundo. Contudo, não é algo novo, mas podemos dizer que é uma modalidade que se modernizou e acompanhou as mudanças tecnológicas. Segundo Barros (2003), os primeiros indícios de utilização da EaD remontam ao século XVIII, quando um curso por correspondência foi oferecido por uma instituição de Boston (EUA). O professor Caleb Phillips oferecia um curso de Taquigrafia (uma técnica para escrever à mão de forma rápida, usando códigos e abreviações) para alunos em todo o país, com materiais enviados semanalmente pelo correio. Este foi o primeiro registro de um curso a distância. A partir de então, e possível estabelecer uma cronologia da evolução da EAD no mundo.

As primeiras experiências surgiram no seculo XIX, apresentando uma concentração maior na Europa, com o oferecimento de cursos por correspondência na Suecia, Reino Unido e Espanha, alem dos Estados Unidos. No inicio do seculo XX, paises como Australia, Alemanha, Noruega, Canada, França e Africa do Sul começam a realizar suas primeiras experiências com esse tipo de ensino.

No começo, os cursos EAD eram voltados para aperfeiçoamento profissional ou ofereciam conteúdo complementar da formação universitária. Com o passar do tempo, foi se tornando possível fazer até uma graduação completa a distância.

Podemos considerar que o processo de desenvolvimento do ensino superior no Brasil é um desafio, em face de tantas e tão complexas dimensões nele implicadas.

2.1 O Cenário do Ensino a Distância no Brasil

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EaD em todo o mundo e principalmente do Brasil, na metade do século XX. A segunda geração caracteriza-se pela Teleducação /Telecursos, surgiu no Brasil no final do ano 1970. Na terceira geração encontram-se os ambientes interativos, como a web e os sistemas de videoconferência, que se incorporam as mídias existentes criando a oportunidade para um aprendizado cooperativo online.

Outros autores como Cabral, Oliveira e Tarcia (2007.p.7) tem outra visão da história do EaD, dividindo-a em quatro gerações. Para eles a primeira geração se baseia em textos impressos ou escritos a mão; a segunda foi a geração que utilizou a televisão e o áudio; a terceira se caracterizou pelo o uso da multimídia da televisão e áudio e por fim a quarta geração que organiza os processos educativos em torno do computador e da internet. Taylor (2001) que ainda acrescenta a quinta geração que é o EaD como ambiente de aprendizagem.

Autores como Nunes (1992) observam que, em todo o seu processo histórico, a EaD sofreu todo um caminho de transformação, principalmente no que diz respeito ao preconceito sofrido por essa modalidade. Aos poucos, a EaD esta perdendo o estigma de ensino de baixa qualidade, emergencial e ineficiente na formação do cidadão.

No Brasil, o Ensino Superior à distância surgiu em 1994 e dentre os fatores que

contribuíram para que isso ocorresse, estão: a “expansão da Internet junto IES, e a publicação da Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional (LDB)” (VIANNEY, João; TORRES, Patrícia; e SILVA, Elizabeth 2003 p.7). Essas resoluções institucionalizaram a educação à distância, permitindo que se tornasse uma modalidade de ensino válida.

Lima (2014) organizou um quadro explicativo (Quadro 1) para apresentar uma melhor percepção sobre o histórico do EaD nos seus primórdios para visualizar o desenvolvimento no Brasil, desta modalidade. Na primeira fase histórica do EaD no Brasil, os aspectos positivos ficam por conta das Escolas Internacionais (1904), que representam o ponto-de-partida de tudo, seguindo-se a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro (1923), o Instituto Monitor (1939) e o Instituto Universal Brasileiro (1941). As duas entidades definiram públicos certos e capacitaram brasileiros para o mercado de trabalho, no segmento da educação profissional básica.

A história da EaD no Brasil esteve sempre ligada a formação profissional, capacitando pessoas ao exercicio de certas atividades ou ao dominio de determinadas habilidades, sempre motivadas por questões de mercado.

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nacional de tele-educação (Prontel), o Telecurso 2º grau, Em outro momento da história ocorre o primeiro encontro de nacional de ensino a distância e a criação da Associação Brasileira de Ensino à distância no Brasil (ABED).

Quadro 1 - Histórico do EaD (1904 a 1995)

Fonte: EAD/ MEC/2014.

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O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, alínea "a", da Constituição, e tendo em vista o que dispõem os arts. 8o, § 1o, e 80 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, DECRETA: Art. 1o Para os fins deste Decreto, caracteriza-se a educação a distância como modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. (Regulamenta o art. 80 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional (MEC,2017).

Lima (2014), no Quadro 2, continua demonstrando os momentos históricos de crescimento do EaD como uma continuidade do processo de avanço desta modalidade.

Quadro 2 - Histórico do EaD (1996 a 2013)

Fonte: EAD/ MEC/2014.

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Revolução Industrial, hoje vivenciamos a revolução das tecnologias, mais especificamente das tecnologias da informação, que mais uma vez afeta as relações de trabalho, e isso certamente se reflete na educação.

Duas tendências educacionais se firmaram no Brasil, no contexto da EaD,

segundo Barros (2003, p. 52): “[…] a universalização das oportunidades e a preparação para o universo do trabalho”. Porem, como toda modalidade de ensino, não se constitui na solução para todos os problemas. Atualmente vivenciam-se novos desafios, principalmente no que diz respeito ao impacto nas novas tecnologias na EaD.

Pode ser refletido que o tema da EaD, no Brasil, inscreve-se na responsabilidade de influir na construção coletiva da educação que precisamos e queremos. A EaD é, por todos os títulos e modos, a mesma educação de que sempre tratamos e que sempre concebemos como direito preliminar de cidadania, dever prioritário do Estado Democrático, política pública básica e obrigatória para ação de qualquer nível de governo, conteúdo e forma do exercício profissional de educadores. A EaD de modo algum pode ser concebida como um distanciamento da Educação.

2.2 A Educação à distância como Política Pública e o Programa UAB – Universidade Aberta do Brasil

Abordando o conhecimento científico sobre política pública, podemos entendê-la como a análise das ações governamentais (e não governamentais) que, quando necessário, propõem mudanças no curso dessas ações. A formulação de políticas públicas constitui programas e ações (o que fazer), metas e objetivos (aonde chegar) e estratégias de ação (como fazer) que devem produzir resultados ou mudanças no mundo real.

Existem várias definições sobre o tema e percebe-se que não há um conceito ou definição única sobre políticas públicas, por ser ainda uma área recente da ciência política. Contudo, é preciso refletir que uma política pública pode ser elaborada pelo Estado ou por instituições privadas, desde que se refiram a “coisa pública”, por isso, as políticas públicas vão além das políticas governamentais, se considerarmos que o governo não é a única instituição a promover políticas públicas e, nesse caso, o que define uma política pública é o

“problemapúblico”.

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No caso da área da educação que permanece dentro da condição de “problema público” se faz necessária a implementação de políticas públicas que atendam as demandas da sociedade. No contexto social adquirir conhecimento é um fator muito requisitado e também um bem intelectual que pode anular as desigualdades que reinam neste mundo, mas não basta estudar em excelentes escolas, o que precisa ser gerado é um processo de aprendizado eficiente.

Os avanços tecnológicos no sistema educacional têm incentivado o poder público a desenvolver políticas públicas voltadas para programas de educação à distância. Isso pelo fato de que as novas tecnologias criam condições de produção e recepção de conhecimentos em que a presença física do professor em determinados momentos pode ser dispensável. Se adequadamente aplicadas, as políticas públicas voltadas para o EaD vão contribuir, por exemplo, para:

a) a expansão do ensino em todos os níveis (fundamental médio e superior); – a inclusão social (por meio do acesso, da permanência e da qualidade da aprendizagem para a população menos favorecida economicamente);

b) a qualificação de professores por meio de programas de aperfeiçoamento; – a oferta de ensino de qualidade em todos os cantos do país.

Dentre as políticas públicas atuais referentes ao EaD destacam-se:

 O programa de ampliação da oferta do ensino superior gratuito e de qualidade no Brasil. Que se destina ampliar e democratizar o acesso à educação superior de qualidade a partir do reconhecimento do papel estratégico das universidades para o desenvolvimento econômico e social do país

 O Programa de Formação Inicial para Professores do Ensino Fundamental e Médio, o Pro - Licenciatura, que é um curso do MEC destinado a professores que não possuem a habilitação mínima legalmente exigida, mas encontram-se lecionando no Ensino Fundamental ou no Ensino Médio;

 Projetos envolvendo a produção de conteúdos educacionais digitais multimídia nas áreas de Matemática, Língua Portuguesa, Física, Química e Biologia do Ensino Médio e incentivando o uso de novas tecnologias nas escolas;

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O projeto UAB é, segundo o seu edital, […] uma iniciativa do Ministério da

Educação, com o intuito de criar as bases para uma universidade aberta e à distância no País, assim entendida como a articulação entre as instituições federais de ensino, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios, bem como demais interessados e envolvidos, e que atuará preferencialmente na área de formação inicial e continuada de professores da educação Básica (BRASIL, 2005a).

A UAB foi criada em 2005 e regulamentada em 2006, por meio do Decreto nº 5.800, de 8 de junho de 2006, pela Secretaria de Educação a Distância do Ministério da Educação. O projeto UAB, pioneiro no País, é formado pelo conjunto das instituições federais de ensino superior e os pólos municipais de apoio presencial – os quais aportam o espaço físico e infraestrutura necessária às funções didático-administrativas locais dos cursos. Esse empreendimento é organizado com o apoio dos governos municipais e estaduais, constituindo-se, assim, em uma rede nacional voltada tanto para a formação inicial e continuada, quanto para a pesquisa.

Mota e Chaves Filho (2006) chamam a atenção para o fato de que a UAB é um projeto que propiciará revisão do paradigma educacional brasileiro, em termos da modernização, da gestão democrática e do financiamento, e provocarão importantes desdobramentos para a melhoria da qualidade da educação, tanto na incorporação de tecnologias e metodologias inovadoras ao ensino presencial, quanto nos possíveis caminhos de se promover educação superior à distância com liberdade e flexibilidade.

O Sistema da UAB é gerido no âmbito da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), por meio de sua Diretoria de Educação a Distância (DED) conforme organograma da Figura 1.

Figura 1 – Organograma da CAPES

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A CAPES, como órgão gestor da UAB, é responsável de ofertar anualmente vários cursos, tanto para novos quanto para re-ofertas de cursos, todos obrigatoriamente utilizando a metodologia de ensino à distância. (CAPES, 2015).

2.3 Principais desafios para o ensino superior à distância

O EaD é um caminho para atender uma grande lacuna na educação superior, considerando que muitas pessoas não se encontram na condição de dedicação exclusiva para estudar de forma totalmente presencial. Um dos grandes desafios e esforços das instituições de Ensino Superior Públicas é a demanda por serviços de educação e formação profissional nos últimos anos. Por isso, o EaD entra em cena com a visão de ampliar o mercado de prestação de serviço educacional colaborando com a elaboração de vários cursos de formação de professores e qualificação profissional.

Existe uma premente necessidade de conhecimento técnico, pedagógico e de gestão sobre o EaD, acarretando na necessidade de uma melhor e constante formação para todos os sujeitos envolvidos nesta área. Desde modo, pode ser considerado como objetivo do EaD proporcionar o crescimento do indivíduo e ao mesmo tempo motivar mudanças nas estruturas de acompanhando ao aluno e no movimento sócio técnico que envolve a modalidade.

Outro desafio é a integralização curricular de até 20% de disciplinas na modalidade à distância nas instituições de ensino superior conforme regulamentação do MEC através da Portaria nº 4.059, de 2004. Tal situação regulamentar foi publicada de forma oficial e está apresentada no Diário Oficial da União de 2001 e diz:

Educação a Distância para Cursos Superiores - As instituições de ensino superior do sistema federal de ensino poderão introduzir, na organização pedagógica e curricular de seus cursos superiores reconhecidos, a oferta de disciplinas que, em seu todo ou em parte, utilizem método não presencial. Essas disciplinas não poderão exceder a 20% do respectivo currículo (EDIÇÃO Nº 201-E, de 19.10.2001).

Essa demanda vem exigindo um crescente acompanhamento e gerenciamento do EaD. O reconhecimento, da modalidade contribuiu para a melhoria da qualidade e, conseqüentemente, para aceitação por parte da sociedade. Não há como reverter este processo de modernização da educação.

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inovação, que atenda ao ambiente que se encontra o aluno do EaD. Deste modo, entender o papel e a missão organizacional da gestão é fundamental a fim de se configurar um modelo de gestão da aprendizagem eficiente e eficaz.

Assim, como bem aponta Neto (2006), o desafio que se apresenta é o de fazer uma educação aberta como síntese que supere a polarização presencial e a distância.

O que vem se manifestando em horizontes cada vez mais próximos é: uma educação aberta, porque exigência de um processo contínuo ao longo de toda a vida; uma educação plural, porque exigência da crescente complexidade da vida humana em suas dimensões social e individual; uma educação dialógica, porque exigência da necessidade de negociar decisões coletivas nas situações cada vez mais freqüente, de incerteza e de urgência. E hoje, e mais ainda amanhã – com o aperfeiçoamento dos suportes de processamento da informação e dos meios de ampliação fidedigna da comunicação em graus cada vez maiores de interação mediada -, o conceito de presencial se modifica e já nos desafia no acolhimento crescente do virtual como realização de presença (NETO, 2006, p. 414).

Dentre os grandes desafios do EaD destacam se: - Mudança de mentalidade

Não é fácil para muitos supor que o aluno é sujeito do seu próprio processo de ensino-aprendizagem. O desafio está na mudança de mentalidade de toda a comunidade universitária em prol de uma EaD efetiva, o que exige um trabalho autônomo, descentralizado e participativo nas discussões entre os sujeitos em seus respectivos pares. De acordo com Silva (2003), essa autonomia refere-se ao desenvolvimento de competências específicas como a aprendizagem que ocorre em regime de maior solidão que a do ensino presencial; e, devido à necessidade de utilizar de forma racional os meios de comunicação e ao desenvolvimento de estratégias pessoais de acesso ao conhecimento, ocorrendo também o desenvolvimento de capacidades de leitura, escrita, fala e escuta

Com os novos paradigmas educacionais e abordagens mais inovadoras, passou a se entender e praticar um tipo de ensino mais democrático, com foco no aluno, não mais limitado à sala de aula nem a um período específico da sua rotina – aprende-se a todo o momento e em todo lugar, de modo diferente e com recursos diferentes. Não demorou muito, a partir do avanço tecnológico, a se perceber que os meios digitais possibilitariam expandir estas idéias.

- Acesso aos novos meios digitais

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trabalham. A solução seria mais investimentos ao acesso destes recursos na educação, integrados aos conteúdos comuns e políticas públicas que tornem possível o acesso à internet e aos aparelhos tecnológicos.

- Capacitação profissional

A capacitação profissional sempre foi um desafio para o EaD. Segundo Kenski

(2000, p.22) o avanço das tecnologias digitais “[...] quando disseminadas socialmente, alteram

as qualificações profissionais [...]”. Três décadas ainda é um tempo muito recente para a compreensão deste fenômeno e para a capacitação de profissionais voltados para este tipo de ensino. Além destes profissionais – professores, tutores, educadores, etc. – serem oriundos de um sistema de ensino tradicional, são aprendizes destas novas tecnologias e lidam com estas novas linguagens – uma geração de profissionais que vivem plenamente esta transição, e o constante momento de qualificação.

- Melhorias quanto à qualidade

É importante ressaltar que a crescente oferta de cursos na modalidade EaD levanta uma discussão relacionada aos seus padrões de qualidade e as diretrizes que devem ser consideradas para tal. Lopes, et al. (2010) descreve dez itens fundamentais na preparação dos cursos e programas a distância dos quais devem estabelecer:

[...]compromisso dos gestores; desenho do projeto; equipe profissional multidisciplinar; comunicação/interação entre os agentes; recursos educacionais; infraestrutura de apoio; avaliação contínua e abrangente; convênios e parcerias; transparência nas informações e sustentabilidade financeira (p. 196)

Existe uma percepção que o EaD tem menos qualidade que o ensino comum, presencial. Isso não faz muito sentido. Assim como o próprio ensino tradicional – em que há instituições qualificadas e não qualificadas – entre as instituições de ensino a distância há aquelas de boa qualidade e as de qualidade duvidável.

Não é a educação à distância em si que carrega, ou deve carregar o estigma da baixa qualificação justamente por ser à distância. Tanto o ensino presencial tradicional quanto aos cursos a distância deve ter a qualidade de seus processos como uma prioridade, revendo-se e revendo-se reinventando constantemente. Desta forma, a educação a distância deve, sim, ter como um desafio a melhoria constante da aprendizagem.

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3 GESTÃO DA APRENDIZAGEM NO ENSINO SUPERIOR A DISTÂNCIA E OS FATORES CRITICOS DE SUCESSO

As mudanças no mundo do trabalho são constantes e significantes. Com isso é preciso que os profissionais estejam permanentemente atualizados, e atentos para as mudanças na sociedade e no mundo. Isto também alcança o ambiente educativo que deve ser atrativo e interessante, oferecendo através de situações claras e diretas atividades que proporcionem o desenvolvimento cognitivo, a abstração, a descrição, a reflexão, tudo em função do processo de aprendizagem.

3.1 Gestão da aprendizagem: aspectos conceituais

A estrutura organizacional de um programa de EaD em termos gerais,é composta por unidades responsáveis pela administração financeira e acadêmica, pela produção e entrega de materiais didáticos, pelo atendimento pedagógico aos alunos, pelo suporte técnico e informacional, pela pesquisa e avaliação e pela elaboração de novos projetos pedagógicos, entre outros. Percebe-se que entre a maioria dos sistemas a gestão e os processos de trabalho são desenvolvidos por equipes multidisciplinares que atuam de forma cooperativa e em rede. Está baseada, no entanto, nas ações a serem desenvolvidas pela equipe e essas podem ser identificadas em três grandes campos: gestão da aprendizagem, gestão financeira e de pessoas e gestão de conhecimento (Figura 2).

Figura 2 - Gestão de programa em EaD

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Em termos gerais, os sistemas de EaD são compostos por sistemas menores, entre eles: sistema pedagógico financeiro, administrativo e pessoal, que envolvem suporte técnico, informacional, pesquisa e avaliação, aprendizagem, gestão financeira e de pessoas e gestão de conhecimento.

Para Roesler e Sartori (2005), esses campos se dividem em quatro grandes grupos desenho pedagógico, produção de material didático, sistema tutorial e secretaria acadêmica que compõem a gestão da aprendizagem descrito na Figura 3:

Figura 3 - Gestão da aprendizagem no curso superior

Fonte: Sartori e Roseler (2005)

A configuração hierárquica pode agrupar ou subdividir essas unidades, o que implica em diferentes procedimentos burocráticos e distribuições das funções e responsabilidades de uma maneira mais ou menos flexível.

A eficaz gestão da aprendizagem pressupõe o conhecimento do projeto do curso, a estrutura organizacional e acadêmica do programa de EaD e das atribuições dos diferentes agentes.

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onde as três categorias profissionais, docentes, tutores e técnicos administrativos, devem estar em constante qualificação, e estes são essenciais para uma oferta de qualidade (BRASIL, 2007).

A aprendizagem vista como um processo, ao invés de um produto final, implica levar em conta o que acontece quando ela ocorre. As explicações sobre este processo são chamadas de teorias de aprendizagem e, de acordo com Merriam e Caffarella (1991), podem ser classificadas de acordo com suas orientações teóricas, quais sejam: a behaviorista, a cognitivista, a humanista e a social.

Quadro 3 - Orientações de aprendizagem

Fonte: Merriam e Caffarella (1991)

As duas escolas contemporâneas da aprendizagem, com princípios teóricos behavioristas (estimulo–resposta) e a cognitivistas são consideradas as principais teorias da aprendizagem da contemporaneidade (HILGARD, 2007). Maia e Mattar (2008) afirmam que os princípios behavioristas e cognitivistas marcam o universo atual da EaD.

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consagram diferentes aspectos da aprendizagem na fase adulta como a natureza direcionada, social e emancipatória.

Cabe aqui a lembrança de que a função da ciência, de modo geral, consiste em facilitar e melhorar a vida do homem. Por isso algumas teorias da aprendizagem se adéquam a realidade do EaD.

3.2 A gestão da aprendizagem no EaD com foco na competência

O processo da aprendizagem é sempre algo concreto, e acontece mesmo que ninguém tenha interesse em explicá-lo. A aprendizagem existe independentemente das diversas teorias que procuram entendê-la quer descrevendo suas características, quer propondo elementos para que possa vir a ser repetida.

Segundo Morin (1996), as pessoas são capazes de representar o mundo exterior simbolicamente, pensar, comunicar símbolos, conceitos e idéias utilizando a linguagem abstrata, e também a não-verbal, através da pintura, música e outras formas de arte. O cenário da EaD deve oferecer a oportunidade da interação entre instituição e aluno através do ambiente de aprendizagem que simboliza sua sala de aula, porém este espaço precisa permitir que ocorra a interação entre diferentes dimensões sociais, econômicas, políticas e de gestão presente em todas as relações humanas. É preciso desenvolver competência para gerir as diversas interações no ambiente de trabalho.

As organizações em qualquer segmento têm muito claro que a única saída para a sua sobrevivência é a geração de competências individuais e organizacionais; e que esta só serão conseguida através da aprendizagem. Tanto a aprendizagem quanto a competência são temas sobre os quais parece haver crescente interesse por parte de pesquisadores e organizações, talvez por causa da difusão de modelos de gestão baseados na noção de competência.

Nos últimos anos, o tema competência entrou para a pauta das discussões acadêmicas e empresariais, associado a diferentes instâncias de compreensão: no nível da pessoa (a competência do indivíduo), das organizações (competências essenciais) e dos países (sistemas educacionais e formação de competências) (FLEURY E FLEURY, 2000).

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para desempenhar um trabalho. Na visão dos autores, esta competência pode ser mensurada quando comparada com padrões estabelecidos e também pode ser desenvolvida mediante atividade de treinamento.

Competência é uma palavra do senso comum, usada para designar uma pessoa qualificada para realizar alguma atividade com qualidade. Por isso a gestão da aprendizagem precisa ser democrática e participativa, a fim de buscar um padrão de competência, sob pena de não ser efetiva ou eficaz. Isto é, para atingir os objetivos a que a educação se propõe considerando a formação humana (dos alunos e outros envolvidos nesse processo).

3.3 Competências dos discentes

O estudante do EaD foi esculpido pelo modelo presencial durante todo seu processo de aprendizagem. Enquanto adulto, ele tem pouca familiaridade com a tecnologia, demonstra dificuldades em sentir-se autônomo e responsável por sua própria aprendizagem, e durante muito tempo não foi um produtor de conteúdo, mas sim um cômodo e adaptável reprodutor.

No entanto, na atualidade, com todos os recursos digitais, o aluno deve tomar posição sobre sua aprendizagem, desenvolvendo conteúdo, e possibilitando que outros o utilizem (COLL; MONEREO, 2010).

Com base nas dificuldades ou desafios que o aluno do EaD enfrenta Behar e Silva (2012) perceberam que é preciso que esse aluno construa uma nova identidade, a de aluno virtual. Deste modo, se faz necessário remodelar o que já foi elaborado durante anos de um processo educacional em situações presenciais.

Tal processo não é apenas uma causa ou um produto da interação, mas deverá ser uma transformação constante. Assim, para desenvolver essa identidade EaD, os pesquisadores Behar e Silva (2012) mostram que são necessários três pontos fundamentais:

I - Atuação estratégica: organização do tempo, formas de comunicação, disposição, motivação para a temática.

II - Compreensão das características do grupo, bem como das tarefas, dos objetivos do curso e do contexto em que está inserido; e, por fim,

III - Condições tecnológicas, que se referem à conexão do aluno, à utilização das ferramentas e à familiaridade com a tecnologia.

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a) Administração do tempo b) Fluência digital

c) Autonomia d) Comunicação e) Auto-avaliação f) Auto-motivação g) Reflexão

h) Organização i) Planejamento

j) Presencialidade virtual k) Flexibilidade

l) Trabalho em equipe

No curso a distância, exige-se do aluno muita organização e flexibilidade. Assim, entender quais são as competências e os elementos que podem facilitar o processo de aprendizagem do aluno parece ser essencial aos sujeitos que participam desse processo. Portanto, o aluno, sujeito principal desse processo, precisa compreender que essa modalidade requer conhecimentos, habilidades e atitudes diferentes das do ensino presencial, o que influencia sua forma de atuar e aprender.

3.4 Competências dos docentes na EaD

No contexto do processo político-administrativo da prática da educação e para exercer a gestão existe o papel do gestor ou coordenador acadêmico que exerce um papel fundamental no desenvolvimento de uma gestão que cumpra da melhor forma possível as atribuições inerentes as demandas dos alunos.

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As competências (conhecimentos, habilidades e atitudes), podem e devem ser desenvolvidas por meio de programas de desenvolvimento de pessoas, que além da questão da valorização do profissional, traz vantagens para a Universidade por meio do gerenciamento e investimento das competências e conhecimento (DALMAU, 2001).

No modelo presencial há um só tipo de docente, considerado a principal fonte de informação e quem decide sobre o rendimento do aluno, no modelo a distância são vários tipos de docentes envolvidos, incluindo o papel do tutor, atuando como suporte, facilitador e orientador e motivando o rendimento do aluno.

As habilidades e competências do professor presencial são conhecidas, o que não ocorre no modelo à distância. Tanto no presencial quanto no virtual, professores e alunos devem compreender que não há mais transmissor e receptor de informações, cabendo ao professor criar situações, propiciar circunstâncias nas quais possam se estabelecer a reciprocidade intelectual e a cooperação, o que é perfeitamente factível por meio das tecnologias de comunicação e informação (REZENDE, 2004).

A relação professor-aluno antes vertical, autoritária, subserviente, de concordância, no ambiente de EaD, muda então para a construção de uma nova relação, mais horizontal, recíproca, dialética e verdadeira, onde o professor além de ensinar, aprende, e o educando além de aprender, ensina, de acordo com o pensamento de Freire. Portanto, o processo implica aprendizagem contínua e aperfeiçoamento constante. Tal processo exerce influência direta no desempenho do docente.

Para isso, Rezende (2004) afirma que os professores que desejarem agir como mediadores pedagógicos em ambientes virtuais de aprendizagem que precisam desenvolver algumas características e competências e habilidades:

a) compreender que a aprendizagem é o foco de sua ação educativa;

b) ser capaz de construir uma relação aluno-professor baseado na confiança e na empatia e colaboração mútua;

c) construir uma relação de parceria com o aluno durante toda sua ação educativa: planejamento, execução e avaliação;

d) enfatizar as estratégias cooperativas de aprendizagem num ambiente de relação igualitária com seus alunos;

e) ter um domínio profundo de sua área de conhecimento, demonstrando ter competência epistemológica, incentivando a pesquisa entre os alunos;

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g) estar aberto ao diálogo a qualquer momento e lugar, sendo ágil em dar feedback; h) saber desenvolver uma comunicação interpessoal que considere a subjetividade e

individualidade dos alunos; e

i) saber construir uma comunicação que propicie a aprendizagem à distância o que implica utilizar palavras e expressões que ajudem e incentivem o aprendiz em seu caminho em direção a construção do conhecimento: implementar projetos, compartilhar problemas sem apontar as soluções e respostas prescritivas, promovendo o pensamento reflexivo e a tomada de consciência pelo aluno durante toda sua trajetória.

Sendo assim, Pachane (2003) reforça que o desenvolvimento profissional docente deve ser entendido como uma contínua aprendizagem, de forma que os professores não sejam concebidos como produtos acabados, mas como sujeitos em evolução e desenvolvimento constantes.

3.5 Os Fatores críticos de sucesso voltados para a gestão da aprendizagem do ensino superior à distância

Os termos gestão da educação e administração da educação são utilizados na literatura educacional ora como sinônimos, ora como distintos. Algumas vezes gestão é apresentada como um processo dentro da ação administrativa, em outras, seu uso denota a intenção de politizar esta prática (GRACINDO; KENSKI, 2001).

Segundo Rumble (2003), a gestão pode ser entendida como um processo que possibilita o desenvolvimento de atividades com eficiência e eficácia, a tomada de decisão considerando as ações que forem necessárias, a escolha e verificação da melhor maneira de executá-las. Dessa forma, torna-se necessário considerar as funções de planejamento, organização, direção e controle, onde cada função é responsável por desenvolver ações que contribuirão para o melhor gerenciamento dos processos. Pode-se dizer que tais funções constituem uma parte importante do trabalho de administrativo com o qual os gestores dos Sistemas de Ensino a Distância (SED) se defrontam.

(41)

Os fatores críticos de sucesso podem ser entendidos como elementos determinantes para o melhor desempenho, pois, se na organização os identificam e consegue incorporá-los ao planejamento estratégico e ao sistema de informações, passam a complementar as atividades de análise competitiva. Segundo Stollenwerk (2001), esses estão sendo cada vez mais utilizados na formulação da estratégia em organizações que atuam em ambientes de transformações. Entretanto, é importante salientar que as instituições podem possuir FCS diferenciados em função da estratégia adotada. Onde também a identificação de tais fatores contribuirá para um melhor controle da gestão da aprendizagem.

Os FCS podem ser usados como meios de mobilização dos colaboradores em prol dos objetivos da organização pública. Cislaghi, Luz Filho (2006) analisa as estratégias das universidades públicas. No quadro 4 é apresentada os fatores críticos de sucesso que foram identificados no setor público pelo autor: a redução dos custos; satisfação do cliente, segurança nacional, melhores práticas gerenciais e padronização da tecnologia.

Quadro 4 - Fatores críticos de sucesso (FCS) no setor público

Atributo Estratégico Setor Público

Objetivo estratégico geral Efetividade da missão Objetivo financeiro geral Redução de custos; Eficiência

Valores Comprometimento com o publico; honestidade; justiça. Resultado desejado Satisfação do cliente

Interessados Contribuintes;inspetores; legisladores

Prioridade de orçamento Liderança;Legisladores;Planejadores Justificativa para sigilo Segurança nacional

Fatores-chave de sucesso

Melhores praticas gerenciais Isonomia; economia de escala

Tecnologia padronizada Fonte: Cislaghi, Luz Filho (2006).

No que se refere à importância dos FCS, Tarapanoff (2001) afirma que, os meios que garantem a realização dos objetivos da organização, ou seja, fatores que, pela sua natureza, podem comprometer todo o sucesso de um plano ou de uma estratégia, devem ser considerados como "críticos”, e merecem atenção especial por parte da administração.

Os FCS podem ser divididos em três dimensões:

I) Auxiliar os gestores individuais a identificar as informações inerentes;

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III) Auxiliar a organização no processo de planejamento dos sistemas de informação.

Para o levantamento dos FCS Quintella, Lemos e Leitão (2009) e Rockart (1979) indicam a entrevista como forma de obter informações dos gestores e também dos alunos, enquanto Correia (2010) cita os estudos de Brancheau et al. (1996) e Dickson et al. (1984), que sugerem aplicação de questionários, cujo resultado deve ser ordenado em uma lista dos 10 fatores chaves que serão os FCS. Segundo Ramos (2011) não existe uma definição exata para a quantidade de FCS de uma organização ou atividade.

Ferreira (2001) já abordava no início da década que existem três reflexões que podem ser importantes para a identificação dos FCS. São elas: _ o tipo de conhecimento, _em que profundidade e para quem é oferecido o serviço. Estes são fatores críticos de sucesso para as organizações que buscam a adoção de novas tecnologias, ou seja, querem trabalhar com EaD.

Utilizar o método dos fatores críticos de sucesso requer cuidado na identificação dos fatores e na sua delimitação em termos quantitativos, visando eliminar a possibilidade de dispersão ou de incoerência dos resultados com as análises realizadas com um conjunto muito grande ou inadequado de fatores. Alguns autores recomendam que o número de fatores não deva ultrapassar uma dezena (STOLLENWERK, apud SILVEIRA, 2003). Segundo Dobbins (2004), é também importante salientar alguns aspectos relacionados aos FCS:

 Devem ser poucos, sendo desejável que sejam menos que dez, para que possam ser adequadamente controlados;

 Devem ser declarados sob a forma de elementos concretos e controláveis por meio de atividades, de forma a permitir o seu monitoramento, medição e avaliação quanto ao seu desempenho;

 Devem ser declarados com especificações suficientes para permitir a sua implementação;

 Podem ser dinâmicos em determinadas condições ou em um dado ambiente;  São específicos a cada nível gerencial e a cada gestor, podendo ser alguns destes

generalizáveis, de forma a abranger, gradativamente, toda a organização.

(43)

também. Na dimensão tecnológica, o fator mais crítico foi a disponibilidade de laboratórios de computadores para atividades. O suporte de universidade não foi limitado à ajuda técnica e resolução de problemas, mas incluía biblioteca e disponibilidade de prestar informações. Vale ressaltar que o estudo especificou os fatores críticos que afetam adoção de tecnologia de EaD por universidades na perspectiva dos estudantes.

A pesquisa de Selim (2007) é um exemplo no quadro 5 de FCS na EaD de desenvolvimento de e-learning em uma universidade mostrou um agrupamento de quatro categorias: Professor/tutor, Estudante, Tecnologia da Informação e Suporte da universidade.

Quadro 5 – FCS para EaD.

GRUPO FCS

Características do Professor/Tutor

O professor esta entusiasmado com a classe docente

O estilo de apresentação do professor gera interesse

O professor é amigável com os estudantes

O professor tem um genuíno interesse pelo estudante

Estudantes sentiram-se acolhidos na procura de aconselhamento/ajuda

O professor incentiva interação aluno

O professor trata efetivamente as unidades

O professor explica como utilizar os componentes do e-learning

O professor faz questão de que os alunos utilizem as unidades de e-learnings

O professor motiva os alunos a fazer perguntas

O professor incentiva os alunos a participar nas aulas

O professor incentiva e motivam os alunos a utilização de e-learning

O professor está ativo no ensino de disciplina do curso via e-learning

Características do estudante

O e-learning encoraja o aluno a pesquisa mais do que nos métodos tradicionais

O e-learning encoraja o aluno a participar mais ativamente na discussão do que os métodos tradicionais

O aluno gosta de usar computadores pessoais

O aluno usa computadores pessoais para trabalhar e jogar

O aluno estava confortável com a utilização do PC e de aplicações de software antes que assumiu o e-learning baseado em cursos

Experiência anterior em usar o PC e me ajudou em aplicações do software de e-learning baseado nos cursos

O aluno não esta intimidados em cursar Ead

O aluno aprende melhor pela absorção (sentado e absorver)

O aluno aprende melhor pela construção (por participação e contribuição)

O aluno aprende melhor por construção do que por absorção

O aluno só lê as mensagens no grupo de discussão O aluno lê, bem como participar no grupo de discussão O professor iniciou a maior parte das discussões

Os alunos iniciaram a maior parte das discussões

O professor participou ativamente na discussão

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Quadro 5 – FCS para EaD. (Continua)

O aluno achou fácil compreender a estrutura do e-larning e seus componentes O aluno percebeu o design dos componentes do e-learning bons

O aluno achou fácil navegar através do Blackboard/webcurso Os componentes do e-learning estavam disponíveis o tempo todo

Os materiais didáticos foram colocados on-line em tempo oportuno

Tecnologia

No campus o acesso a internet é fácil

Os alunos não experimentaram problemas enquanto navegam

A velocidade da navegação era satisfatória

Globalmente, o site foi fácil de usar

A informação foi bem estruturada/apresentada

O aluno achou que a tela design agradável

O aluno poderia interagir com colegas através da web

O aluno poderia facilmente entrar em contato com o instrutor

O aluno pode usar qualquer PC na universidade utilizando a mesma conta e senha

O aluno pode usar o computador de laboratórios para a prática

O aluno pode confiar na rede de computadores

O aluno pode registrar cursos on-line utilizando Banner

Globalmente, a infra-estrutura da tecnologia da informação é eficiente

Suporte

O aluno pode acessar o site da biblioteca central e procura por materiais

O aluno pode obter suporte técnico a partir de técnicos O aluno vê o apoio do e-learning UAEU como bom

Há um numero suficiente de computadores para uso e prática

Apoio imprimir o manual e materiais facilmente

Fonte: Selim (2007)

Imagem

Tabela 1 -  Quais os fatores determinantes para o sucesso de um curso a
Figura 1  –  Organograma da CAPES
Figura 2 - Gestão de programa em EaD
Figura 3 - Gestão da aprendizagem no curso superior
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Referências

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