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Direitos e Vantagens do Funcionário

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Direitos t Vantagens do Funcionário

Co r s í n d io Mo n t e ir o d a Sil v a

Assistente Jurídico (C ontinuação)

V — Gratificação de T em po Integral e Dedicação E x c lu ­ siva.

V I — O Instituto das Férias. V II — O Instituto das Licenças.

. ^ a r e m o s , aqui, uma noção geral do que seja gratificação de tempo integral e dedicação exclusiva.

O funcionário subm etido a êsse regim e de trab alh o fica, p ra ti­

camente, todo o seu tempo, à disposição do Serviço. A rigor, nem

sua profissão liberal que, acaso, tenha, poderá exercer! E é aplicado no exclusivo interêsse d a A dm inistração .

— A quem poderá ser aplicado?

A os ocupantes de cargos de m agistério; aos que ocupam cargos com atribuições técnicas, científicas ou de pesquisas, a ocupantes de cargo ou função que envolva responsabilidade de direção, de chefia, de assessoram ento ou secretariado; a ocupantes de cargos que com preendam funções técnicas de nível m édio. . .

— Basta que se seja ocupante de cargo de m agistério p ara ter a aplicação do regim e de tem po integral e dedicação exclusiva?

Não! É necessário que haja com provada necessidade do

ensino e da C adeira, e desde que se verifique a viabilidade da medida, em face das instalações disponíveis e o u tras condições de

trabalho do estabelecim ento de ensino. E desde que não se trate

de funcionário regido pelo E statu to do M agistério S uperior.

~ N ão bastará, tam bém , que se seja ocupante de cargo ou

unção de direção ou chefia, assessoram ento ou secretariado?

Exatam ente! É necessário que os órgãos a que p erten ­

çam estejam, total ou parcialm ente, subm etidos ao regim e de tem po

integral e dedicação exclusiva. E, no que se refere a ocupantes

de cargos que com preendam funções técnicas de nível médio, tom o auxiliares de atividades de magistério, técnicas ou de pesqui­ sa científica, desde que participem de trabalho s d entro dêsses mesmos princípios.

O regim e de tem po integral e dedicação exclusiva poderá ser concedido indistintam ente a tõda uma repartição?

a a re 9 'me P °d erá aplicar-se ao conjunto de funcionários

de determ inadas unidades adm inistrativas ou de seus setores, bem como a equipes de trabalho constituídas p ara op erar sob o mesmo regime, quando a n atureza do serviço o exigir.

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— Incluído o pessoal burocrático, naturalm ente!

— N ão! Excluído forçosam ente o pessoal burocrático, a u ­ xiliar ou subalterno . O regim e de tem po integral e dedicação exclusiva foi instituído p ara aten d e r ao pessoal técnico, aos pesqui­ sadores, aos que se encontram na faixa de nível superior de ensino.

— O Bacharel em D ireito, por exemplo, isto é, o A ssistente Jurídico, o P ro c u ra d o r. . .

— N ão! Ê sse pessoal está expressam ente excluído do regi­

me, salvo se no exercício de direção ou c h e f i a .. .

— E se o A ssistente Jurídico estiver dirigindo um a repartição constituída na sua m aioria de A ssistentes Jurídicos?

— O A ssistente Jurídico, pelo cargo de direção ou chefia, ficará den tro do regim e de tem po integral e dedicação exclusiva, não, porém, os A ssistentes Jurídicos a êle s u b o rd in a d o s .. .

— M eio in c o n se q ü e n te .. . — Q ue fazer?

— E se o Serviço precisar de pessoal burocrata?

— Se isso fôr indispensável, é só a d o ta r o regim e de horas ex traordinárias, vinculado ao do tempo integral, com a gratificação

de cinqüenta por cento do nível do vencim ento. Se o serviço fôr

noturno, a gratificação será acrescida de vinte e cinco por c e n to . — Ê sse pessoal, dentro dêsse regim e especial de horas extras, está sujeito a algum a limitação de horário?

— D everá p re sta r um mínimo de dez horas sem anais de tr a ­ balho, além do horário norm al.

— O funcionário subm etido a regim e de tem po integral e dedicação exclusiva não poderá exercer outro cargo em regim e de acumulação?

— E xatam ente! F ica proibido de exercer cum ulativam ente outro cargo, função ou atividades particulares de caráter em prega - tício profissional ou público de qualquer n atu re z a .

— Nem in teg ra r um órgão de deliberação coletiva?

— D esde que relacionado com o cargo exercido em regim e

de tem po integral, poderá. Assim, também, pod erá exercer ativi­

dades que, sem caráter de emprêgo, se destinam à difusão de idéias e conhecim entos; poderá p restar eventual assistência a outros órgãos do Serviço Público, com o objetivo de aplicar conhe­ cim entos técnicos ou científicos, desde que solicitado atra v és da repartição a que p ertencer o funcionário; poderá o funcionário, igualm ente, participar, eventualm ente, sem caráter em pregatício, em atividades didáticas de sem inários ou fazer conferências, bem como m inistrar ensino especializado, em cursos tem porários de estabelecim ento oficial de nível superior.

— O funcionário em regim e de tem po integral e dedicação exclusiva deve te r um horário, afinal?

__ Sim! É obrigado a um mínimo de q u aren ta h o ras sem a­

nais de trabalho, in dependentem ente de ficar à disposição do órgão em que exercer suas a tiv id a d e s .. .

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— E no caso do funcionário que está no exercício de atividade de magistério?

— Além das dezoito horas semanais, a que está sujeito o pessoal do m agistério federal, deverá o funcionário d ar mais seis horas sem anais no mínimo.

— E a que corresponde essa gratificação?

— A gratificação é percentual, calculada sôbre o vencim ento

do cargo efetivo. C onform e o caso, a gratificação poderá ser

calculada sôbre o valor do símbolo do cargo em comissão ou

função gratificada. M as a gratificação básica é de q uaren ta por

cento, que poderá ter acréscim os.

— Q ue acréscimos são êsses e em função de que?

— O s acréscimos são em função das respectivas atribuições e correspondem , em cada caso, às seguintes parcelas: até vinte por cento, pela essencialidade; até vinte por cento, pela com plexidade e responsabilidade; até vinte por cento, pela dificuldade de recru ta­ mento, em base das condições do m ercado de trab a lh o .

— U m ocupante de cargo em comissão que não seja funcio­ nário pode estar sujeito ao regim e de tem po integral e dedicação exclusiva?.

— Sim!

— N esse caso, como será calculada a gratificação?

— Será calculada à base do nível 22, quando exercer cargo de símbolo 1-C a 4-C ; à base do nível 20, quando exercer cargo de símbolo 5-C a 8-C, ou à base do nível 18, quando exercer q u al­ quer outro cargo de direção.

— O funcionário em regim e de tem po integral não poderá perceber gratificação por serviço extraordinário?

C laro que não! N em gratificação pelo exercício em d e te r­ m inadas zonas ou locais, nem a de representação de G a b in e te . . . A gora, quando em exercício de função de G abinete d a P residência da República, de M inistro de E stad o ou de dirigente de órgão subordinado diretam ente ao P residen te da República ou de a u ta r­

quia, poderá o funcionário perceber até quinze por ccnto ju n ta ­ mente com o m ontante anteriorm ente referido .

E se o funcionário por acaso fa lta r ao serviço?

A ausência ao serviço certam ente a c arretará descontos, correspondentes aos dias de falta, na gratificação pelo exercício em regime de tem po integral e dedicação exclusiva. . .

— M esm o no caso de férias?

—— Não! A ausência por férias, casam ento, luto, júri e servi­ ço eleitoral por prazo não excedente a trin ta dias, no período im ediatam ente anterior ou subseqüente às eleições, não ensejará qualquer desco n to . . .

— E s e o funcionário fôr acidentado?

N ã o será descontado se se tra ta r de licença decorrente e acidente em serviço ou de doença profissional, ou de licença

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p ara tratam ento de saúde, em face do que dispõe o artigo 57 da Lei n9 4 .2 4 2 , de 17 de julho de 1 9 6 3 ..

— O runcionário que se apo sen tar nesse regim e de tem po integral e dedicação exclusiva terá algum a v an tag em /

— Q u e r-n o s parecer que sim, em princípio! N o caso posi­

tivo, a gratificação por êsse regim e será considerada à razão de um trin ta avos por ano de efetiva perm anência nesse regime, para efeito de cálculo do provento de aposentadoria, na b ase da últim a

gratificação percebida. M as teria, o funcionário, que e star nesse

reyim e na d a ta do pedido de aposentadoria. Em todo o caso, o

assunto ainda depende de regulam entação, em face da nova C a rta M a g n a .

-— A gratificação é concedida por decreto presidencial?

— N ão! P o r p o rtaria do M inistro de E stado, do dirigente da A utarqu ia ou do órgão diretaniente subordinado ao P resid ente da República, devendo o funcionário, colocado nesse regime, assin ar têrm o de com prom isso em que declare vincular-se ao regim e e obrigar-se a cum prir as condições inerentes a êsse regim e. . .

— D aí em d iante fará jus à gratificação?

— Sim! F a rá jus aos benefícios decorrentes enquanto perm a­

necer nesse regim e de trabalho. É de n o tar que êsse têrm o de

com prom isso será feito em três vias. A prim eira via, após reg is­ trad a no setor financeiro, será arquivada no órgão central de

pessoal, com os assentam entos do funcionário. A seyunda via

será conservada n a repartição de origem do funcionário, e, a terceira, encam inhada à Com issão de T em po Integ ral e D edicação Exclusiva — C O T ID E — , juntam ente com cópia da p o rtaria

que determ inar a aplicação do regim e de tempo integral. O b se r­

ve-se, ainda, que se o funcionário estiver legalm ente a fastad o do exercício do cargo ou função, o prazo correrá do dia em que reassum ir. N esse lapso de tempo, poderá o funcionário exercer o direito de opção pelo regim e de tem po n o rm a l.

— Com o se procede com o funcionário que acum ula cargos públicos e se, em razão de um dêles, fôr colocado em regim e de tem po integral e dedicação exclusiva?

— S erá o funcionário autom àticam ente afastad o do outro cargo, com perda do respectivo vencim ento e dem ais v antagens financeiras a p a rtir da d a ta em que assinou o têrm o de com pro­ misso . . .

— E se, por acaso, cessar a sujeição a êsse regime?

——. R eassum irá o funcionário, autom àticam ente, o cargo do

qual houver sido a fa sta d o .

— Q ual o órgão incum bido de zelar pela aplicação do regim e de tem po integral e dedicação exclusiva?

— Ê a C om issão de T em po Integ ral e D edicação Exclusiva __ C O T ID E — , subordinada ao D ireto r-G eral do D epartam ento

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dessa Comissão fixar critérios, expedir instruções e exercer super­

visão, fiscalização e controle perm anente. P oderá essa Com issão,

inclusive, ouvir diretam ente pessoas ou órgãos especializados e íealizar, periodicam ente, verificações nos locais ou repartições onde

haja funcionários no regime de tempo, integral. C um pre n o tar

que é êsse órgão o legalm ente com petente não só p ara emitir pareceres específicos sôbre a m atéria como p ara exercer a fiscali­ zação sôbre o cum prim ento do tem po integ ral.

E ssa Com issão tem com petência sôbre todos os órgãos da Adm inistração?

I Não! N ão terá, por exemplo, ingerência ou controle em

relação ao pessoal in tegrante do m agistério superior, que, como se sabe, é regido por norm as específicas — o E statu to do M agis­ tério Superior, Lei n 9 4 .8 8 1 -A, de 6 de dezem bro de 1965 — . nem com relação ao pessoal pertencente aos institutos de pesquisa científica ou tecnológica. . .

A que órgão cabe zelar pela aplicação do regim e de tempo integral a êsse pessoal dos institutos de pesquisa científica ou tecnológica?

A o C onselho N acional de P esquisas, sendo que, com re fe­ rência ao pessoal do m agistério superior, à com issão de tempo integral instituída pelas U niversidades e pelos estabelecim entos de ensino isolados.

D e quantos membros se compõe a Com issão de T em po Integral e D edicação Exclusiva?

A C O T ID E se compõe de cinco m em bros indicados pelo D iretor-G eral do D A S P e designados pelo P residen te da R epú ­ blica .

Quem promove a adoção do regime de tem po integral e dedicaçao exclusiva?

Será de iniciativa do chefe da repartição interessada, me­ diante proposta fundam entada.

— Q ue deverá conter essa proposta?

- D everá conter a subprogram ação de trab alh o a ser exe-

cuta-do nesse regime e respectiva justificação; deverá conter a rc f ^ ° _ num ^r*ca ^ ° S ^unc'on®r*os à execução dêsse trabalho, com in icação expressa de seus cargos e propostas dos percentuais de gratificação a serem atribuídos a cada um; deverá conter a relação t o pessoal burocrático, auxiliar e subalterno que deva ser subm e­ ti o a serviço extraordinário a que já nos referim os.

Q ue órgão exam inará a proposta?

O s setores com petentes do M inistério, d a A utarq uia, do io diretam ente subordinado ao P residente d a R epública, e sem pre e o orgao de pessoal que exam ina. A pós instruída,

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tério e au tarq u ias a êle vinculadas, e o subm eterá à aprovação do P residente da República, atrav és do D A S P .

— Isso nos M inistérios! E como se procederá nos órgãos

diretam ente subordinados ao P residente da República?

- - C ab erá aos respectivos dirigentes subm eter o program a à aprovação presidencial. É de n o tar que os subprogram as devem ser acom panhados de tabela num érica para cada M inistério, órgão diretam ente subordinado ao P residente da R epública ou A u ta r­ quia . . .

— E que constarão dessa tabela numérica?

• - O núm ero e denom inação dos cargos em com issão e funções

gratificadas, com indicação dos respectivos símbolos; núm ero e denom inação de cargos efetivos, agrupados por séries de classes singulares, com indicação dos respectivos níveis, e, finalm ente, a dem onstração da despesa mensal e anual.

— S erá isso obrigatório?

— E xatam ente! A C O T ID E exam inará a proposta e em itirá

parecer conclusivo, enviando-a ao D iretor-G eral do D A S P que subm eterá os program as e tabelas ao Presidente da R ep u b lica.

— O P residente apro v ará as tabelas que serão, a seguir,

publicadas no Diário O ficial! Daí, en trarão em vigor!

— Sim! V ig o ra rão d u ran te o exercício a que se referem os respectivos program as de t r a b a l h o ...

— E se acontecer de não serem aprovad as e publicadas em tem po as tabelas p ara nôvo exercício?

— V ig o ra rão as tabelas do exercício anterior, desde que a nova p ropo sta h aja sido ap resen tad a no prazo fixado e que h aja disponibilidade o rçam entária.

— A cessação do regim e de tempo integral se dá m ediante portaria?

— Sim, m ediante p o rtaria declaratória. Se o regim e fôr insti­ tuído para aten d e r a realização de determ inada tarefa, um a vez

esta concluída, autom àticam ente cessará o regim e. P o d erá cessar, também, por determ inação do M inistro de E stado, do dirigente da au tarq u ia ou de órgão diretam ente subordinado ao P resid en te da República, desde que o regim e deixar de corresponder à conveniên­ cia ou à necessidade do serviço, a critério daquelas autoridades, que ajuizarão, tam bém , quanto ao requerim ento do funcionário que aduzir ju sta causa p ara cessar o regim e.

__ O funcionário, que assum ir comprom isso de cum prir o regim e de tem po integral e dedicação exclusiva, está sujeito a a lg u ­ ma penalidade?

__ Sim! À pena de dem issão, com a nota «a bem do serviço

público», sem prejuízo das responsabilidades civil e penal. C um ­

pre, como dissem os, à C O T ID E fiscalizar a observância do compromisso, independentem ente da atuação, nesse sentido, dos chefes de serviço.

(7)

r e f e r ê n c ia s

V ejam -se o D ecreto n 9 60.091, de 18 de janeiro de 1967, que regulam enta o regim e de tempo integral e dedicação exclusiva previsto nos artigos 11 e 12 da Lei n" 4 .3 4 5 , de 26 de julho de 1964, e no artigo 7° da Lei n9 4.8 63, de 29 de novem bro de 1965, bem como o D ecreto n9 59.676, de 6 de dezem bro de 1966, que regulam enta a Lei n 9 4 .8 8 1 -A , de 6 de dezem bro de 1965.

• V I

N o capítulo dos direitos e vantagens do funcionário público incluem-se as férias. São elas, porém, muito mais que um direito ou uma vantagem . Instituto moderno no serviço público, conquista que decorre da aplicação de princípios de higiene mental, são as férias um direito, um dever, uma obrigação.

T an to é assim que o artigo 84 do E statu to dos Funcionários diz: “O funcionário gozará obrigatoriam ente trin ta dias con­ secutivos de férias por ano, de acôrdo com a escala organizada pelo chefe da re p a rtiç ã o .”

N ão diz a Lei que o funcionário tem direito a gozar trinta dias de férias, e, sim, que gozará obrigatoriamente trinta dias de férias e trinta dias consecutivos, sem interrupção.

A obrigatoriedade de seu gôzo deflui de sua n atureza mesma, em prestando a êsse direito do servidor público um a coloração de dever. O preceito legal é im positivo.

C oncorrem as férias para desintoxicação orgânica, p ara a higiene mental, propiciando ao servidor um m elhor desem penho de suas atribuições.

— N ão ficam as férias, assim, ao arbítrio do chefe?

— N ão, salvo na organização da escala. A fixação do período de férias dos funcionários que lhe estão subordinados fica a critério do chefe da repartição, levando-se em linha de conta a conve­ niência do serviço, é evidente. P ode-se consultar o interêsse do funcionário, m as o que predom ina é o interêsse do serv iço . O chefe não pode n egar a concessão de férias, m as poderá negar sejam elas gozadas em determ inado período, salvo se acontecer de o funcionário não as gozando em certo período venha a perdê-las.

Ê sse período de trin ta dias sem pre vigorou?

N ã o . A té o advento do antigo E statu to dos Funcionários D ecreto-lei n9 1.713, de 28 de outubro de 1939 — as férias eram concedidas d u rante quinze dias anualm ente. A quêle E s ta ­ tuto ampliou o período p ara vinte dias, e o atual para tr in ta . C um pre notar que o Brasil se inclui entre os países que maior período de férias concede a seus servidores públicos e até mesmo a seus operários.

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— Se um funcionário faltar ao trabalho, poderá solicitar a com pensação dos dias de faltas com um núm ero co rrespondente de dias de férias?

— N ão! Q u alquer falta ao trabalho não pode ser levada à conta de férias. N ã o pode haver compensações, isto porque a falta ao trabalho é um ilícito — ou pelo m enos um a irreg u larid ad e — que resulta em detrim ento do serviço, que não pode ser ilidido com o fato de o funcionário abrir mão de suas férias, mesmo em parte, que devem ser gozadas obrigatoriam ente em dias consecutivos em núm ero de trin ta. Se fôsse perm itida a com pensação, as férias falhariam na sua finalidade específica de m edida higiênica e as faltas ao serviço muito dificilm ente seriam a p u ra d a s. . .

— O afastam ento em virtude de férias é considerado como de faltas justificadas?

— É considerado como de efetivo exercício, nos têrm os do

artigo 79 do E statu to dos Funcionários, o que implica, obviam ente, em têrm os gerais, em poder ser considerado como de faltas justi­ ficadas por fôrça de m andam ento expresso de lei. M as a expressão faltas justificadas tem sentido próprio que não convém confundir com férias ou licença. F altas justificadas, no dizer de M a r c e l l o C a e t a n o , " são as ausências incidentais ao serviço até certo núm ero de dias em cada mês com conhecim ento dos superiores, ou as causadas por doença do funcionário, ou por falecim ento de parentes dêle (falta s de n o jo ), ou quanto aos funcionários do sexo feminino, por motivo de p a rto ” . (1) Assim, em sentido estrito, faltas ju sti­ ficadas n ad a têm a ver com o instituto das férias.

— Foi dito que são trinta dias consecutivos. . .

— E xatam ente! O funcionário que tem férias de trin ta dias não pode gozá-las parceladam ente.

— Q ual o motivo?

— P o rqu e êsse período de trin ta dias é considerado o mínimo necessário p ara a recuperação do funcionário após o desgaste que sofreu no decorrer de um ano de trabalho!

— D isse o funcionário que tem férias de trinta dias. . . — Realm ente! P orque há os que têm direito a gozar sessenta dias de férias, como os membros do M inistério Público da U nião, os P rocuradores, o pessoal que integra o Serviço Jurídico da U nião. Êsses poderão parcelar as férias, no interêsse do serviço. C um pre observar, porém, que dito parcelam ento nunca se d ará para menos de trin ta dias em cada período gozado.

— E no caso de um funcionário ser transferid o ou removido e estiver no gôzo de suas férias regulam entares, não terá que interrom pê-las para cum prir essa transferência^ ou remoção?

— N ão! A contagem do prazo para a posse ou para o ex er­ cício se iniciará dia seguinte ao do térm ino das férias.

— E no caso de promoção?

( 1 ) M a r c e l l o C a e t a n o — Manual de D ire ito Administrai'vo, Coimbra Editora, 7* ed., Lisboa, 1965, p. 506.

(9)

Também! N ão é necessário interrom per o período de férias, mesmo porque os efeitos da prom oção independem de encontrar-se o funcionário no real exercício do cargo. O s efeitos, como se sabe, surgem com a vigência do ato que consubstancia a prom oção.

E se o funcionário estiver em gôzo de licença?

— A inda assim, perdura, em princípio, a obrigatoriedade das férias. Se estiver licenciado p ara tra ta r de interêsses particulares, durante parte do ano civil, deve, obrigatoriam ente, gozar as férias que correspondam a êsse ano. (2 ) Se p ara tratam ento de saúde, há que exam inar a situação em concreto, bem como o interêsse do serviço para efeito de acum ulação de dois períodos. (3)

— Q uais, afinal, as características das férias?

— O b rigatoriedade. Devem ser g ozadas em cada ano de exercício. C ontinuidade. São gozadas em trin ta dias seguidos, sem interrupção. São asseguradas tôdas as vantagens de ordem pe­ cuniária, pois que o período em que são g ozadas é considerado como de efetivo exercício. São inacumuláveis, salvo excepcional­ mente, e, ainda assim, por dois períodos.

— Q uer dizer que a fixação da época das férias não fica ao arbítrio do funcionário?

N ão fica! Fica ao arbítrio do chefe da repartição, devendo coincidir a época das férias com a conveniência do serv iço . Se a maioria dos funcionários lotados num a pagadoria, p or exemplo, resolvesse en tra r em férias, digamos, em dezembro, seria mais do que provável que o pagam ento daquele mês ficasse grandem ente sacrificado, além de acarretar outros inconvenientes p ara a A dm i­ nistração .

Q uando é que o funcionário adquire direito às férias? Sòmentc depois do prim eiro ano de exercício.

"7" Se o funcionário ingressou no Serviço Público F ederal a 3 t e janeiro de 1967, quando adquirirá o direito às férias?

~ ^ ireito de gozá-las sòm ente depois do prim eiro ano de exercício, isto é, a 5 de janeiro de 1968.

São gozadas quando?

R egra geral, são as férias gozadas no decorrer do ano a que corresponderem . D aí o princípio que determ ina a

impossibi-™ acum u^aÇão, isto é, o gôzo de vários períodos de férias,

consecutivos, ou não, dentro do mesmo an o .

exc^Pcionalmente poderão ser acum uladas?

rinca r, ° ™áximo de dois períodos, quando houver

impe-Dodpr3neCeSS1 3 serviço. Am bos os períodos, nesse caso,

poderão ser gozados dentro do mesmo ano.

lá noln °i ^ur]cio'la r'0 com pletar o primeiro ano de exercício

Ja pelo dia dez de dezembro, é de se entender que o período de

(2) Parecer do DASP no Proc. n° 6.377/52, D.O. 10-9-52, p. 14.228.

U Praoce^ dfi° ^ n^ r° C- n* 9 -788/55. D.O. 13-10-56, p. 19.560. W ., Froc. n9 6.615/56, D.O. 30-10-56, p. 20.669.

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férias a que fará jus é o com preendido entre o dia subseqüente à d ata em que com pletar o prim eiro ano de exercício e o térm ino do ano civil?

— N ão! Se assim fôsse, êsse funcionário não teria os trinta dias de férias no prim eiro ano de exercício. P o r m uito tem po estêve em vigor um entendim ento assim, consubstanciado em pareceres do próprio D A S P . Ê sse entendim ento foi considerado insustentável pela Divisão do Regim e Jurídico do Pessoal, ao D A S P , havendo o D r. C l e n í c i o d a S i l v a D u a r t e , com o seu brilhantism o de sempre, fulm inado aquêle entendim ento esdrúxulo, em parecer no Processo n" 11 .495-67, cuja em enta está vazada nos seguintes têrm os: “N ã o há qualquer norm a que justifique a interpretação que proibia a transposição do ano civil no período de férias. Em casos especiais, como o de com pletar-se ano de exercício em dias do mês de dezembro, impõe-se essa transposição, sob pena de descum prim ento da norm a vigente in serta no a r t. 84 do E statu to dos F u n c io n á rio s.” (4)

— Q u e deve fazer o funcionário ao en tra r em férias?

— D eve com unicar ao chefe da repartição seu enderêço eventual, não se esquecendo da cortesia de inteirar seu chefe im ediato de que en tra rá no gôzo de férias determ inado d ia. A cortesia é necessária en tre funcionários, a exemplo do que deve ocorrer n a vida social ou familiar!

— Prom oção, transferência ou remoção interrom pem o brig a­ toriam ente as férias?

— Já dissem os que não! O s efeitos da prom oção independem de en contrar-se o funcionário no real exercício do c a rg o . N os casos de transferência ou remoção, a contagem do prazo p ara a posse ou o exercício será iniciada dia seguinte ao do térm ino das fé ria s . ,

— A s férias devem ser gozadas du ran te trinta dias seguidos, sem interrupção, não é exato?

— S im . . . — Sem pre?

— Podem os afirm ar que sim! N o caso, por exemplo, do membro do M agistério Público F ederal, do integran te do Serviço Jurídico da U nião, que têm direito a sessenta dias anuais de férias, poderão ser elas parceladas no interêsse do serviço, m as nunca, como dissemos, por período m enor de trin ta dias.

D e modo que o que se quis indagar, pelo que parece, é se as férias devem ser sem pre gozadas sem interrupção!

Aí, a resposta seria que nem sempre! A s férias de sessenta dias podem ser parceladas no interêsse do serviço! A s férias de trin ta dias, não! M esm o no caso de parcelam ento das férias m aiores, não pode o período gozado ser m enor de trin ta dias.

— N ã o é o que desejava saber? — Exatam ente!

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Esclareça-se que a interrupção das férias ainda pode dar-se no caso de calam idade pública, no caso de convocação p ara júri, de convocação para o serviço m ilitar ou p ara o serviço elei­ toral . (5)

N a A dm inistração Pública F ederal ad ota-se o mesmo critério existente no âmbito da em prêsa privada de se p ag a r as férias em dinheiro?

D e negociar as férias? N ã o . N esse sentido, já se m ani­ festou o D A S P : A concessão das férias anuais tem por finalidade o repouso do servidor. O funcionário poderá reclam ar as férias, quando não gozadas, nunca, porém, o seu pagam ento em dinheiro, porque a legislação assim não a u to riz a .” (6 )

É uma aberração o que ocorre no âm bito das em presas p a rti­ culares. Só se justifica o pagam ento, na esfera trabalhista, no caso de dispensa ou rescisão do contrato de trabalho, desde que o em pregado já tenha direito adquirido a go zá-las. E até em dôbro, se não concedidas em tem po.

— Se se tem direito a perceber d u ran te o período de férias, não seria o caso de receber adiantadam ente?

N a em prêsa privada, isso é possível! O em pregado recebe o salário correspondente às férias antes de en tra r no gôzo delas, a fim de d esfrutar uma folga financeira d u ran te aquêie período. O funcionário público não tem êsse direito, em bora já exista projeto de lei nesse sen tid o . Pessoalm ente, não acham os conve­ niência nesse pagam ento antecipado, que facilita a despesa e propicia uma fase maior, subseqüente, de dificuldade financeira.

• É necessário que, para o gôzo de férias na A dm inistração

Pública F ederal, seja a função perm anente?

Sim, em princípio! Só os ocupantes de cargos públicos fazem jus às férias estatu tária s. O pessoal pago contra recibo, por exemplo, não tem direito a férias. . .

— E o pessoal tem porário?

' Aqui se trata de pessoal regido pela C onsolidação das Leis do 1 rabalho, com vínculo em pregatício. P or isso, faz jus às férias da le i. O pessoal pago m ediante recibo não tem vínculo em prega­ tício algum, de conform idade com o que prescreve o artigo 111 do D ecreto-lei n" 200, de 25 de fevereiro de 1967. O pessoal chamado tem porário é adm itido m ediante prestação de concurso t e prova ou de prova e título, com fundam ento no artigo 24 da ei n- 3.7 80, de 12 de julho de 1960. O pessoal pago m ediante recibo é recrutado na forma do artigo 7* do D ecreto n'; 57 .6 3 0 , de _j.f e ^ane*ro de 1966. São, por conseguinte, dois tipos de pessoal

O funcionário, d u rante o período de férias, p erde-direito a a guma vantagem que aufere enquanto em exercício?

r r r J j n í w " P 'n " 2 6 ' ^ D ' ° ' d a mCSma d a t 3 ' P- 3 1 1 2 ' P a ' recer do DASP no Proc. nç 17.754-59, D.O. 19-5-61.

(12)

— N ão, não perde, um a vez que o período de férias é consi­ derad o como de efetivo exercício. O antigo E statu to consignava preceito nesse sentido, mas era red u n d an te.

— O s integran tes do Serviço Jurídico da U nião têm regim e especial de férias?

— Sim . S essenta dias anuais, tan to quanto os P ro curad ores d a República, aos quais são equiparados quanto às v a n ta g e n s. O regim e é igual p ara os P rocurad ores autárquicos e p ara os A ssessores p ara A ssuntos Legislativos.

— O m agistério também desfru ta de férias especiais?

— Sim . S uas férias devem coincidir com as escolares e ser gozadas en tre os dois períodos letiv o s. A ssim acontece, por exem plo, com os professores dos quadros de ensino médio do Serviço Público F ederal, em exercício nos estabelecim entos de ensino antes subordinados à Superintendência do Ensino A grícola e V eterinário, do M inistério da A gricultura (7 ) e hoje à D iretoria do E nsino A grícola do M inistério da E ducação e C u ltu ra . O s professores d u ra n te as férias escolares continuam obrigados a com parecerem se convocados p ara integrarem bancas ou para outros m isteres específicos da profissão. D e conform idade com o

E sta tu to do M agistério Superior, as férias do pessoal docente

de efisino superior terão a duração máxima de trin ta dias, devendo te r lugar no período de férias escolares, fixado no calendário de forma a aten d e r as necessidades didáticas e adm inistrativas do estabelecim ento” . E ssa regra se aplica ao m agistério vinculado à esfera federal.

— C erta funcionária se encontrava em gôzo de férias quando nasceu seu filho. T em ela direito à licença à gestante, não é exato?

— A p artir de que d ata deve ser concedida essa licença? Do dia im ediato ao do térm ino das férias ou do dia do nascim ento

do filho? .

__ A licença deverá ser concedida a p artir do térm ino das férias. A determ inação da d ata do início da licença à g estan te fica ao critério do M édico.

— E xiste, ainda, outra situação excepcional relativam ente às férias?

—• S im . O s servidores públicos requisitados p ara os órgãos da Justiça E leitoral que, em razão de suas funções naqueles órgãos, não tiverem as férias que lhes couberem, poderão gozá-las no ano sequinte, acum uladas ou não, ou requerer sejam co ntadas pelo dôbro, p ara efeito de aposentadoria. Isso é do C ódigo E leito ral. A ten te-se que a concessão dêsse benefício está sub o rd in ad a à regra geral da prescrição.

_ _ (^uer dizer que se o servidor nao requerer em tem po as férias acum uladas terá prescrito seu direito de pleiteá-las?

(7) Portaria n° 25, do Sup. Ens. Agríc. e V et., D.O. 24-6-65, página 5.921.

(13)

— Exatam ente! N ão só para gozá-las cum ulativam ente como para contá-las em dôbro p ara efeito de apo sen tado ria. T e rá o funcionário que com provar que foi obrigado a acum ular as férias por necessidade do serviço, em tempo hábil, a fim de gozá-las cum ulativam ente ou p ara que fique consignado em sua ficha funcional, para efeito de aposentad oria. D e modo que os funcio­ nários requisitados p ara os órgãos da Justiça Eleitoral precisam estar alertas no caso de suas férias. (8)

V II

O assunto está disciplinado no E statu to dos Funcionários Públicos Civis da U nião, do artigo 88 ao artigo 117.

A s licenças só são concedidas, em princípio, por motivo justo: para tratam ento de saúde; por motivo de doença em pessoa da família; p ara repouso à gestante; p ara serviço m ilitar obrigatório; por motivo de afastam ento do cônjuge, funcionário civil ou militar; em caráter especial, que é a cham ada licença prêm io.

Dissemos em princípio porque a licença poderá ser pedida p ara o trato de interêsses particulares, em bora sua concessão seja um tanto dificultada, como oportunam ente verem o s.

É dever precípuo do funcionário o com parecim ento diário à repartição e no horário reg u lar do ex p e d ie n te.

Licença é o direito que o funcionário tem de fa lta r ao trabalho por determ inado período de tempo, sob certas condições e por motivo com provado expresso em lei, m ediante autorização formal da auto ridade com petente.

N ã o confundir com férias nem com falta justificada!

O bserve-se que, pelo nosso E statuto, há licenças facultativas que só são autorizadas se delas não decorrerem prejuízo ao serviço, oão a licença por motivo de doença em pessoa da família e a

icença p ara trato de interêsses p articulares. N a prim eira hipótese, a imitações fixadas pela lei, inclusive quanto a períodos de p a g a ­ mento de vencim ento ou rem uneração. N a segunda, e som ente nesta, diz a lei que quando o interêsse do serviço público o exigir, a icença poderá ser cassada a juízo da autoridade com petente” .

Estam os, dêsse modo, em que nestas duas licenças, e som ente ne as, á arbítrio na concessão, e sòm ente a que se refere ao trato c e interêsses particulares é que poderá ser cassada, a juízo da autoridade com petente.

Sòmente quando a lei usa pode é que se exercita o arbítrio da autoridade com petente p ara concedê-la. Q uand o usa d ev e ou

(14)

o u tra expressão im perativa, há um direito do funcionário n a obtenção da licença, desde que satisfaça plenam ente os p re ssu ­ postos legais.

E ssa im peratividade ocorre na licença p ara tratam ento d e

saúde, n a licença à gestante, n a licença p a ra serviço m ilitar ob rig a­ tório, na licença à funcionária casada p ara acom panhar o m arido — hoje transfo rm ada na licença ao funcionário casado p ara acom ­ p a n h a r o cônjuge tam bém funcionário — e na licença prêm io ou e sp ecial.

Já o mesmo não acontece com aquêles dois o utros tipos de licença que anteriorm ente assinalam os, por isso são facultativas.

no sentido de que a autorid ad e com petente poderá concedê-las,

ou n ão .

—• São sete, assim, os tipos de licença?

— E statu tárias, sim! D e conform idade com o artigo 88 do E statu to , conceder-se-á licença -— para tratam en to de saúde; por motivo de doença em pessoa da família; p ara repouso à funcio­ n ária g estante; p ara serviço m ilitar obrigatório; p ara trato de interêsses particulares; por motivo de afastam ento do cônjuge, funcionário civil ou militar, e em caráter especial.

— H á algum a exigência p ara o funcionário ao e n tra r em licença?

— Sim . D everá com unicar ao chefe da repartição o local on d e p oderá ser en co n trad o . Isso, a qualquer tempo, n ão só ao e n tra r no gôzo da licença.

— Com o fica a situação do funcionário com relação a venci­ m ento ou rem uneração d u ra n te a licença?

— N o s casos de tratam ento de saúde do próprio funcionário e de tratam ento de saúde de pessoa d a família do funcionário, até um ano; no caso de licença à funcionária gestante, durante quatro meses; no caso de licença especial, durante seis m eses em cada dez anos de efetivo exercício — será concedida a licença sem p erd a de vencim ento ou rem uneração.

— Foi dito que a licença até um ano, p ara trata m e n to de saú d e de pessoa da família do funcionário, será concedida sem p erd a de vencim ento ou re m u n eração . E depois de um ano?

— D o dia seguinte ao ano decorrido a té dois anos, só terá o funcionário direito a dois têrços do vencim ento ou rem uneração.

— E nos casos de licença p ara serviço m ilitar obrigatório? — N o s casos de licença p ara serviço m ilitar obrigatório, p ara trato de interêsses particulares e por motivo de afastam en to do cônjuge, funcionário civil ou militar, será concedida a licença com p erd a total de vencim ento ou rem uneração. N a hipótese de licença p or motivo de afastam ento do cônjuge, a Lei n 9 4 .8 5 4 , de 25 de novem bro de 1965, adm ite a lotação do funcionário licenciado em repartições federais acaso existentes no nôvo local de residência, evitando, assim, a perda de vencim ento ou rem uneração.

(15)

— D o chefe da repartição em que servir o funcionário, con­ forme o Regim ento de cada órg ão . N o D A S P , p or exemplo, a autoridade que a concede é o D ire to r-G e ra l. N o M inistério das Minas e E nergia, tanto quanto no M inistério da E ducação e Cultura, é o D iretor da Divisão do P essoal a au to rid ad e com pe­ tente .

— Q ual o prazo da licença quando ela estiver n a dependência de inspeção médica?

— Sua concessão será pelo prazo indicado no respectivo atestado ou lau d o . E xpirado êsse prazo, o funcionário será subm e­ tido a nova inspeção, e o atestado ou laudo médico concluirá, de modo positivo, pela volta ao serviço, pela prorrogação da licença ou pela aposentadoria.

— T erm inada a licença, deverá o funcionário reassum ir ime­ diatam ente o seu cargo?

— Sim . A licença poderá, contudo, ser p ro rro g ad a ex officio ou a pedido. N e sta hipótese, deverá o pedido ser apresen tad o antes de findo o prazo de licença.

— E se indeferido?

— C onsiderar-se-á como de licença o período com preendido en tre o seu término e o conhecim ento oficial do despacho d en ega- tório da prorrogação.

— Como deverá ser considerada a licença concedida d entro ■de sessenta dias, contados do térm ino d a licença anterior?

— D eve ser considerada como prorrogação, cum prindo

■observar não ser de aplicar essa reg ra quando a causa determ i­ n an te da concessão da nova licença fôr diversa da que ensejou ■a licença an terior.

— P oderá o funcionário perm anecer em licença por prazo :superior a vinte e quatro meses?

— Em princípio, não! Salvo casos especiais. — Q ue casos especiais são êsses?

— Serviço m ilitar obrigatório, afastam ento p ara acom panhar o cônjuge, funcionário civil ou militar, e nos casos de licença a

funcionário atacado de tuberculose ativa, alienação m ental,

cegueira etc.

— E xpirado o prazo de vinte e quatro meses, deverá o funcio­ nário ser subm etido a nova inspeção médica?

— Sim! N e ssa oportunidade, poderá ser considerado em condições de reassum ir o exercício do cargo, ou ser considerado definitivam ente incapaz p ara o serviço público, em condições, por conseguinte, de ser aposentado. Se fôr o caso, poderá cogitar-se também de sua read ap tação . Diz o artigo 186 do E statu to que a aposentadoria dependente de inspeção médica só será decretada depois d e verificada a impossibilidade de read aptação do funcio­ nário .

(16)

— E essa readap tação é tão difícil! E no caso de re ta rd a ­ m ento n a conclusão dos exam es necessários à verificação do estado de saúde do funcionário?

— N essa hipótese, o período que exceder o prazo m áximo será considerado como de prorrogação de licença. V eja-se, nesse sentido, o que dispõem o p arág rafo único, do artig o 95, e o p a rá ­ grafo único, do artigo 92, do E statuto!

— Funcionário suspenso pode ser licenciado p ara tratam ento de saúde?

— O antigo E statu to dizia, expressam ente, no p arág ra fo primeiro, do artigo 234, que "o funcionário suspenso p erd erá tôdas as v an tag en s e direitos decorrentes do exercício do ca rg o ".

N a vigência, ainda, daquele diploma legal, m anifestou-se o D A S P no sentido de que, “ficando privado dos direitos relativos ao exercício do cargo, o funcionário suspenso não p oderá pedir licença p ara tratam ento de saúde, que é um direito existente em razão do exercício efetivo do carg o” . (9)

O atu al E statu to não reproduziu sem elhante dispositivo, por ser dispensável dizer explicitam ente o que de m odo implícito decorre do sentido da pena de suspensão.

— F uncionário em estágio probatório está im pedido de tirar licença p ara tratam ento de saúde?

— Seria o mesmo que in d ag ar se funcionário em estágio probatório estaria im pedido de ficar doente! A resposta é n eg ativ a. O D A S P já opinou no sentido de que o funcionário deve perm a­ necer em licença pelo prazo da lei e que, depois disso, lhe fôsse perm itido voltar ao exercício do cargo em condições especiais, se o seu estado de saúde assim o exigisse, a fim de que fôsse favore­ cido seu ajustam ento ao meio do trabalho, ou até que se verificasse a possibilidade de sua aposentadoria por invalidez. (1 0 )

— C onstitui falta funcional, passível de pena, a recusa a tratam ento cirúrgico considerado adequado pelo órgão médico p a ra efeito de recuperação de saúde?

— Se o funcionário não quer tra ta r-se quem poderá obrigá-lo? E, depois, que é tratam ento cirúrgico adequado? Com efeito, diz o E statu to , em seu artigo 203, que “será punido o funcionário que sem justa causa deixar de subm eter-se a inspeção médica determ i­ n ada po r autoridade com petente” . N o que se refere à ob rig ato rie­ d ade de tratam ento de m oléstias, a lei silencia, não sendo lícito, por via de conseqüência, aplicar-se punição na hipótese de recusa, por p arte de funcionário, de subm issão a determ inado processo de cu ra. (11)

(9) Parecer do DASP no Proc. n’ 3.985/51, D.O. 7-6-952, p. 9.460. (10) Parecer do DASP no Proc. n" 9.544/54, D.O. de 23-6-955, páqinas 11.273-74.

(11) Pareceres da antiga D.P. e do Consultor Jurídico do DA SP no Proc. nf 2.994/55 in D.O. de 19-20 de agôsto de 1955, p . 15.917 e 15.995.

(17)

— C erto funcionário, licenciado p ara tratam ento de saúde, de acôrdo com o artigo 104 do E statuto, teria direito ao côm puto do período em que estêve licenciado p ara efeito de gratificação adicional ou promoção?

— O s casos de afastam ento do serviço considerados como de efetivo exercício são aqueles enum erados no artigo 79 do E statuto, vale dizer, férias, casam ento, luto, exercício de outro cargo federal de provim ento em comissão, convocação p ara serviço militar, júri e outros serviços obrigatórios por lei, licença especial, licença à gestante, ao funcionário acidentado em serviço ou atacado de doença profissional, missão ou estudo no estrangeiro quando permitido pelo P residente da República, exercício de cargo em comissão nos Estados, D istrito Federal, M unicípios ou T erritórios, ou até o limite máximo de dois anos n a licença ao funcionário acom etido de tuberculose ativa, alienação m ental, cegueira etc.

Assim, após o advento d a Lei n 9 5 .3 7 5 , de 7 de dezem bro de 1967, superado está o entendim ento de que não havia como com putar-se o período em que o funcionário estêve licenciado de conform idade com o artigo 104 do E statu to , para efeito de g ra ti­ ficação adicional, prom oção ou férias. (1 2 )

— Um funcionário encontra-se em licença e lhe deve ser aplicada pena de su sp en são . Como proceder?

— O período de férias é sagrado! A aplicação da penalidade sòm ente pode ser providenciada após o retorno do servidor ao exercício do carg ò . R etruquei com férias quando se cogitou de se encon trar o funcionário em gôzo de licença! M as é o mesmo caso! Seria de indagar, já que falam os em férias: poderia ser dem itido funcionário em gôzo de férias? A resposta seria afirm ativa: a demissão é como a m orte — não escolhe hora, nem pessoa, nem lu g a r . . .

— A A dm inistração pode tom ar iniciativa p ara conceder licença para tratam ento de saúde do funcionário?

— Sim . Êsse tipo de licença — e só êsse — é concedido, não só em razão de pedido do próprio servidor doente, como ex officio, isto é, por iniciativa do chefe. D esta ou daquela forma, é indis~ pensável a inspeção médica, que deverá realizar-se, quando necessário, na residência do funcionário. A ten te-se que, p ara a licença até noventa dias, a inspeção deverá ser feita por médicos d a Seção de A ssistência Social do órgão de pessoal.

E na falta de tais médicos?

A dm ite-se o laudo de outros médicos oficiais ou, excepcio­ nalm ente, atestad o passado por médico p articu lar com firma reconhecida, devidam ente homologado pelo órgão de pessoal, após audiência do serviço médico da rep artição.

E se não hom ologada a licença?

S erá o funcionário obrigado a reassum ir o exercício do cargo, sendo consideradas como de faltas justificadas os dias que

(18)

deixou de com parecer ao serviço p o r êsse motivo, ficando caracte­ rizad a a responsabilidade do médico a te sta n te . É claro que o funcionário poderá recorrer à autoridade su p e rio r.

N o te-se que a inspeção poderá ser feita por um só médico oficia], no caso de licença até noventa d ia s .

— Com o se procederá n a hipótese de licença por prazo superior a noventa dias?

— D ependerá de inspeção realizada por jun ta m édica. E xcep­ cionalm ente e a juízo da A dm inistra jão, quando não fôr possível ou conveniente a ida de ju n ta médica à residência do funcionário, a com provação da doença poderá ser feita p o r atesta d o m éd ico . Se a A dm inistração tiver motivos p ara duvidar, poderá exigir a inspeção por outro médico ou por junta oficial.

— A licença p ara tratam ento de saúde com porta algum a classificação?

— Sim . C lassifica-se em três grupos distintos: em conse­ qüência de doença comum; em virtude de m oléstia especificada em lei, vale dizer, tuberculose ativa, alienação m ental e tc ., e em decorrência de acidente em serviço ou doença p ro fissio n al.

—• Q u a n d o no gôzo dessa licença, o funcionário sofrerá restrição em seu vencimento?

— N ã o . Em qualquer uma daquelas hipóteses, d u ra n te _ o período de licença, ao funcionário é asseg u rad a a percepção integral do vencim ento ou rem uneração.

E n ten d eu já o D A S P que o funcionário acidentado em serviço tem direito até à continuidade do pagam ento das diárias que vinha auferindo na ocasião do acidente. (13)

— P o d e a autorid ad e com petente exonerar ocupante de cargo em comissão ou d ispensar ocupante de função gratificada que esteja licenciado p ara tratam ento de saúde e, em especial, aciden­

tado em serviço? .

— Sim, po d e. T a n to o cargo em comissão quanto a funçao g ratificada são de dem issibilidade ad nutum , isto é, por livre arbítrio

do poder no m ean te. . .

— U m funcionário, em regim e de tempo integral, deixara de perceber a gratificação correspondente enquanto estiver em licença p ara tratam ento de saúde?

— C ertam ente que não! É o que decorre do que dispõe o artigo 57 da Lei n* 4.242, de 17 de julho de 1963. (1 4 ) Já existe nesse sentido parecer do D A S P . (15)

__ U m funcionário, em virtude de doença, deixou de com pa­ recer à repartição d u ra n te três dias, obtendo, a seguir, licença

(13) Parecer do DASP no Proc. n* 1.646/66, D.O. de 15-5-968, páginas 3.900-01.

(14) Parecer do D r. Luiz Rodrigues, Consultor Jurídico do DASP, no Proc. n’ 4.390/67, D.O. de 14-7-967, p . 7.536.

(19)

para tratam ento de sua saúde. Como deverá proceder a A dm i­ nistração?

— A s três faltas iniciais, por motivo de doença, devem ser abonadas ex officio, com fundam ento no artigo 123 do E statuto, contando-se a licença a p artir do quarto dia útil, inclusive, uma vez que, por presunção legal, são assegurados todos os direitos e vantagens regulares, quanto às três prim eiras fa lta s. (16)

— D urante a licença para tratam ento de saúde, poderá o funcionário licenciado exercer um a atividade rem unerada qualquer?

— N ão! Seria isso um a burla! N o período de licença, deverá êle abster-se de qualquer atividade rem unerada, sob pena de interrupção im ediata dos efeitos da licença, aind a que doente, com perda total do vencim ento ou rem uneração até que reassum a o c a rg o .

— H á quem suponha que essa proibição de exercer atividade rem unerada é p ara qualquer tipo de licença!

— Ledo engano! A proibição está consignada no artigo 101 inscrito na Seção II que cogita da licença p ara tratam en to de s a ú d e .

* * *

Vimos, anteriorm ente, as disposições gerais sôbre o instituto das licenças do funcionário público federal, e o prim eiro tipo que é o referente à licença p ara tratam ento de sua própria saú d e.

Cuidem os, agora, de dois outros tipos de licença — a por motivo de doença em pessoa da família e a p ara repouso à ges­ tante .

A s pessoas da família do funcionário que, estando doentes, justificam o primeiro dêsses tipos de licença são, por exemplo, os pais, os avós, o irmão, o filho, o enteado, o neto, o cônjuge — vale dizer — o descendente, o ascendente, o colateral, consanguíneo ou afim, até o segundo grau civil e o cônjuge do qual não esteja legalm ente sep arad o . É a licença prevista no artigo 106 do E statu to .

— E ssa licença é condicionada?

— Sua concessão o é! É necessário fique provado ser indis­ pensável a assistência pessoal do funcionário que a requerer e que essa assistência não possa ser prestad a sim ultaneam ente com o exercício do cargo. S ujeita ain da está à com provação da doença na pessoa da família, m ediante inspeção médica, que possibilitará decidir sõbre a conveniência e oportunidade da concessão.

— Tem o funcionário direito a vencim ento ou rem uneração durante o período de licença por motivo de doença em pessoa de sua família?

— T em . É -lhe assegurado o vencim ento ou rem uneração integral até o máximo de um an o .

—- E daí em diante?

(20)

— A té que se completem vinte e quatro meses, o funcionária perceberá dois terços do respectivo vencim ento ou rem un eração.

— P o r que vinte e quatro meses?

— P orq ue o funcionário não poderá perm anecer em licença por tem po superior a êsse prazo, salvo, como vimos, no caso d e licença para serviço m ilitar obrigatório ou por motivo de a fa sta ­ m ento do cônjuge, ou por m oléstia especificada em lei.

— E se perm anecerem as razões que m otivaram a licença? — A inda assim, extinguir-se-á a licença.

— Q u al a autoridade com petente p ara decidir sôbre a con­ cessão da licença e quais as providências que devem ser tom adas no caso de o funcionário requerer licença com fundam ento no. artigo 106 do E statuto?

— Sòm ente o médico oficial, incumbido de visitar o enfêrmo„ poderá opinar se é indispensável a assistência pessoal do funcio­ nário p ara o fim de obter licença por motivo de doença em pessoa da fam ília.

A duziu o D A S P que, “realm ente, não apenas a g av id ad e da m oléstia, m as as circunstâncias peculiares de residência, situação econômica do servidor, núm ero de pessoas que coab itim com o doente, possibilidade de hospitalização, deverão ser levadas em conta, p ara que se verifique ser indispensável a assistência pessoal do funcionário e esta não possa ser prestad a sim ultâneam ente com o exercício do carg o . O ra — continuou aquêle D epartam ento as m edidas necessárias p ara facultar o exame dêsses vários ele­ m entos pelo médico oficial têm sido algum as vêzes neglicenciadas pelo órgão responsável da repartição em que tem exercício o funcionário. D aí as situações anôm alas, em que surge a necessi­ d ade de p rovar a posteriori o fundam ento da licença, criando problem as p ara o servidor e para a A dm inistração. P a ra obviar tais inconvenientes, b astará que sejam tom adas, em tempo^ o por­ tuno, as providências cabíveis. Assim, configurada a situação —

prevista no artigo 106 do E statu to — , deverá o funcionário

requerer a concessão da licença, cujo cabim ento será julgado pelo médico oficial incum bido de exam inar o enfermo, um a vez conhecida a natu reza da m oléstia e a efetiva necessidade de assistência pelo servidor” . (17) É de n o tar que a com petência p ara a concessão em geral, é do dirigente do órgão de pessoal, dependendo do Regim ento de cada M inistério ou repartição .

— S erá necessário que a pessoa doente da família do funcio­ nário resida na mesma localidade?

__ N ão! Seria absurdo condicionar a assistência indispensável à pessoa doente à residência no próprio local em que serve o funcionário. É óbvio que a A dm inistração exam inará cada caso de per si e decidirá com senso hum anitário e ju sto .

(21)

Um funcionário tem dez anos de serviço público e, nesse meio tempo, licenciou-se por motivo de doença em pessoa da família. P erd erá êle direito à licença prêmio?

Conforme! Diz o artigo 116 do E statu to que, após cada decênio de efetivo exercício, ao funcionário que a requerer, con- ceder-se-á licença especial de seis meses com todos os direitos e vantagens do seu cargo. N o p arág rafo único, diz que não se concederá licença especial se houver o funcionário, em cada decênio, gozado licença por motivo de doença em pessoa da família, por mais de quatro meses ou cento e vinte dias.

Tem entendido a A dm inistração que o período de quatro meses não é com putado, porém não interrom pe o decênio.

Assim, se o funcionário entre janeiro de 1958 e janeiro de 1968 estêve em licença por motivo de doença em pessoa da família, d u ran te quatro meses ou cento e vinte dias, só terá direito à licença especial por aquêle período acrescido dos quatro meses ou cento e vinte dias, digamos, em fim de maio de 1968.

Já o período de mais de quatro meses ou cento e vinte dias interrom pe o decênio p ara o fim de licença especial.

O s períodos de licença p ara tratam ento de saúde ou por motivo de doença em pessoa da família podem ser com putados como tempo de serviço p ara efeito de qüinqüênios?

Q uando o período de tem po da licença não fôr exp ressa­ m ente considerado como de efetivo exercício, não pode ser com pu­ tado para aquêle efeito. O D A S P assim se m anifestou com relação a triênios, antes, por conseguinte, do advento da Lei n 9 4 .3 4 5 , de 28 de junho de 1964. (18)

C um pre n o tar que, p ara êsse efeito, poderá ser com putado, obviam ente, o período de tempo, até o limite máximo de dois anos, em que o funcionário estiver em licença em razão de tuberculose ativa, de alienação m ental e outras m oléstias especificadas em lei, uma vez que, êsse limite de tempo, é considerado de efetivo exer­ c i* 0 ' de acôrdo com a Lei n9 5 .3 7 5 , de 7 de dezem bro de 1967. O bserve-se que essa licença é concedida por ano; já a licença para tratam ento de saúde é concedida em dias.

A licença de que agora iremos tra ta r é concedida em meses: a licença à gestante, de que tra ta o artigo 107 do E statu to , que sera concedida por quatro meses, m ediante inspeção m édica.

M as, não poderá o médico indicar o prazo da licença à gestante por cento e vinte dias?

, Não! O prazo da licença deverá ser indicado por meses,

em ora, para os efeitos legais, a contagem dêsse tem po deva ser leita por dias corridos.

x j- °i Poss‘bilidade de ser negad a a licença à gestante?

a o ' concedida com pulsòriam ente, desde que se veri-

rique o estado de gestação!

— M esm o que se tra te de solteira?

(22)

— A inda assim! D esde que se trate de pessoa do sexo femi nino! A lei objetiva proteger a m aternidade e d a r a necessária assistência à funcionária em estado de gestação. É de n o tar que essa assistência deverá ter, necessariam ente, início, p ara ter resu l­ tados positivos, no período que antecipa a delivrance, com a finalidade de propiciar o indispensável repouso à g estan te.

— Se a licença é concedida necessariam ente, deverá a ges­ tan te continuar a perceber seus vencimentos!

— Exatam ente!

— A p a rtir de quando?

— D o oitavo mês de gestação, salvo prescrição m édica em contrário, vale dizer, que recom ende seja ela an tecip ad a.

— Além dêsses critérios, há norm as expressas p ara a con­ cessão de licença à gestante?

— Sim! E xiste a C ircular n* 16, do D A S P , de 10 de junho de 1943, que estabeleceu instruções sôbre o a s s u n t o ...

— M as, o atu al E statu to já é de 1 9 5 2 ...

— Sim, e a C ircular é anterior à própria C onstituição de 1946, e foi expedida a título de experiência, porém está em pleno vigor. Em nosso país está provado que nem tudo que é passageiro ou provisório tem vida efêmera!

— O período de licença à gestante é considerado como de efetivo exercício, não é assim?

— Exatam ente! P a ra todos os efeitos! É o cham ado exercício fic to .

— D everá a gestante, du ran te a licença, continuar a perceber gratificação de função?

— Sim, em bora a autorid ad e com petente não esteja impedida de dispensá-la d a função gratificada. (19) O bserve-se que a licença à g estante não deve interrom per o pagam ento d a g ra tifi­ cação de tem po integral e dedicação exclusiva. (20)

— P essoal cjue percebe m ediante recibo faz jus à licença à gestante?

— N ão! Assim como não tem direito a férias, porque não tem vínculo em pregatício algum . Q ualq uer concessão que se fizer nesse sentido será um a liberalidade sem apoio em leL P ode-se aduzir que seja um a iniqüidade, que seja um a inconseqüência, mas isso resulta de procedim ento ab e rra n te de certos adm inistradores — em bora às vêzes justificável — que recrutam pessoal contra recibo p ara serviço burocrático de natu reza p e r m a n e n te ...

— E o pessoal tem porário?

— Bem, o pessoal tem porário é diferente, possui vínculo em pregatício, é regido pela C onsolidação das Leis do T ra b a lh o .

__ gestante, regida pela legislação trabalhista, tera direito

a seus salários no período de afastam ento?

(19) Idem. no Proc. n" 6.474/56, D.O. de 26-12-956, p. 24.558.

(20) Parecer do D r. Luiz Rodrigues, Consultor Jurídico do DASP, no P roc. n ' 4.390/67, D.O. de 14-7-967, p. 7-536.

(23)

— Sim! D urante êsse período, terá direito ao salário integral e, quando variável, calculado de acôrdo com a m édia dos seis-

últimos meses de trab alh o . T e rá direito, ainda, aos direitos e Vantagens adquiridos, sendo-lhe facultado, dem ais disso, reverter à função que anteriorm ente ocupava.

N ote-se que a concessão de auxílio-m aternidade, por parte da instituição de previdência social, não isenta o em pregador da obrigação de p ag a r os salários integ rais. O pagam ento, por txemplo, do décimo terceiro salário é sem pre devido, assim como o do repouso sem anal rem unerado.

— D onde se conclui que pessoa estran h a ao Serviço Público, que perceber gratificação de representação de G abinete, não fará jus, também, à licença à gestante !

— Exatam ente! Pois não tem vínculo de em prêgo com a A dm inistração Pública.

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