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Repensando o conceito de formação

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Academic year: 2020

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R

e p e n s a n d o

FORMAÇÃO

o

c o n c e i t o

d e

La disla u D o w b o r

A educação frente à nova dinâmica

E m te rm o s g e ra is, as m ega- tendências sociais, que incluem o n o v o im p a cto do p ro g resso tecn o ló g ico , a globalização das nossas atividades, a urbanização generalizada das nossas socieda­ des, as polarizações econôm icas cada vez m ais explosivas, e um novo papel do Estado, levam a uma s o c ie d a d e m arcada p o r m aior complexidade, maior diversidade e d esigualdade, e um ritm o de tra n sfo rm a ç ã o e x tre m a m e n te rápido, exigindo respostas mais flexíveis e mecanismos participa­ tiv o s q u e en v olv em to d o s os m em bros da sociedade. Trata-se hoje de aprender a gerir não uma s itu a ç ã o , m as um p ro ce sso perm anente de mudança1.

Com o risco de dizer o óbvio, mas visando a sistematização, podemos co n sid erar que, em term os de

E

ste a rtig o sobre e n sin o e

treinam ento p ara servidores

públicos oferece u m a visão

g e ra l a resp eito d a s te cn o lo g ia s

existentes e dos diferentes modelos de

treinamento. O autor considera que o

atual nível de conhecimento sobre o

tra b a lh o d esem p en h a d o p e lo s

servidores p ú b lico s exige que as

atividades de ensino e treinamento

p a sse m a ser c o n sid e ra d a s per-

manenies na administração pública,

deixando de ser vistas apenas como

um seto r m a rg in a l d e n tro do

departamento de pessoal. Uma nova

concepção sobre treinamento deveria

in c lu ir m a io r co m p reen sã o d a s

n ecessid a d es

d a s

s o c ie d a d e s

modernas por form ação de recursos

humanos.

form ação, os novos p o n to s de referência, ou transformações mais significativas, seriam os seguintes: - é necessário repensar de forma m ais d in â m ica a q u e s tã o d o u n iv e rso d e c o n h e c im e n to s a trabalhar, e a sua atualização;

1 - D elineam os as m egatendcncias m encionadas cm ou tro artigo, G overnabilidade e D escentralização, Revista do Serviço Público (vol. 118, n .l ) , ENAP, janeiro/julho 1994.

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RSP

Ladislau D o w b o r - neste universo de conhecimentos,

assu m em m a io r im p o rtâ n cia relativa as m etod ologias, red u ­ zindo-se ainda mais a dimensão "esto q u e" d e co n h e cim e n to s a transmitir: trata-se cada vez mais de a p re n d e r a "navegar" en tre os conhecim entos, e cada vez menos de memorizá-los;

- aprofunda-se a transformação da cron olog ia do con h ecim en to: a visão d o hom em que prim eiro estuda, depois trabalha, e depois se aposenta tom a-se cada vez mais a n a crô n ica , e a form ação deve assumir um espaço permanente na nossa vida profissional;

- m od ifica-se profun d am en te a função do educando, que precisa to rn a r-s e s u je ito da p ró p ria formação, frente à diferenciação e riq u e z a d o s e s p a ç o s de con h ecim en to nos quais deverá p a r tic ip a r : a fo rm ação n ão p e r te n c e m ais a um "d e p a r­ tam en to ", envolvendo todas as áreas;

- a luta pelo acesso aos espaços de co n h ecim en to vincula-se ainda mais profundamente ao resgate da cidadania, tanto do funcionário com o, em particular da maioria pobre da população, como parte integrante das condições de vida e de trabalho.

- fin a lm e n te , lo n g e d e te n ta r ignorar as transformações, ou de a tu a r d e form a d efe n siv a , precisam os p en etra r nas novas dinâmicas para entender sob que forma os seus efeitos podem ser invertidos, levando a um processo re e q u ilib ra d o r da s o c ie d a d e , quando hoje apenas reforçam as polarizações e desigualdade.

As novas tecnologias do conhecimento

H o j e temos a possibilidade de visu alizar com c e rta c la re z a a imensa revolução que perm ite a in fo rm á tica na o rg a n iz a ç ã o e transmissão do conhecim ento.2 Em termos simples, o fato essencial é que podem os transform ar em sin a is m a g n é tico s q u a lq u e r informação sob forma de som, de e scrita ou d e im agem fixa ou an im ad a. Uma vez q u e e s te processo é dominado, cm grande escala, com grande rapidez e de forma barata, a maleabilidade dos conhecim entos é profundam ente revolucionada. Pondo de lado os diversos tipos de exageros sobre a "in te lig ê n c ia a r tific ia l", ou o s pavores dos que desconhecem os p ro cesso s, a realid ad e é q u e a informática permite:

2 • Um excelen te resum o do novo potencial en contra-se na recen te pu blicação da UNESCO, Les Nouvelles Technologies de Com m unicaiion: orientations de la R echcrche - Paris, 1990, Etudes et D ocum ents d'Inform ation n.105.

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a) estocar de forma prática, em disquetes, em discos rígidos e em discos laser, gigantescos volumes de informação. Estamos falando de centenas de milhões de unidades d e in fo rm a ç ã o ao p re ço de algumas centenas de dólares; b) trabalhar esta inform ação de form a in teligen te, perm itindo a fo rm ação d e b a n co s de dad os sociais e individuais de uso simples e prático, e eliminando as rotinas burocráticas que tanto paralizam o trabalho;

c) tra n s m itir de form a m u ito flexível a inform ação através do te le fo n e co n e cta d o ao com p u ­ tador, de forma barata e precisa, in au gu ran d o um a nova era de comunicação de conhecim entos; d) in te g ra r a im agem fixa ou an im ad a, o som e o tex to , de m an eira m uito sim ples, e com custos muito reduzidos;

e) m an ejar os sistem as sem ser especialista: acabou-se o tempo em que o usuário tinha de aprender um a "lin g u ag em " ou sim p le s­ m ente tinha que parar de pensar n o problem a do seu interesse para p e n s a r n o co m o m a n e ja r o c o m p u ta d o r. A g e ra ç ã o dos programas "user-friendly", ou seja "am ig o s" do u su á rio , to rn a o processo pouco mais complicado

que o da aprendizagem do uso da máquina de escrever, mas exige também uma mudança de atitudes frente ao conhecim ento de forma geral, mudança cultural que, esta sim, é freqüentemente complexa. Mais uma vez, trata-se aq u i de dados muito conhecidos, e o que q u erem os notar, ao lem brá-los b re v e m e n te , é q u e e s ta m o s p e ra n te um u n iv e rso q u e se d e sco rtin a com rap id ez v e rti­ ginosa, e que será o universo do cotidiano das pessoas que h o je formamos.

A rea çã o m ais h a b itu a l q u e encontram os ao m encionar este p o te n c ia l, é q u e se tra ta d e realidades "do Primeiro Mundo". Mas a verdade é que esta dimensão do primeiro mundo já está aqui, e não vê-lo significa sim plesm ente voltar as costas para a realidade. Por outro lado, as pessoas só agora começam a se dar conta de que o custo total de um equipam ento de p rim eira lin h a , co m e n o rm e ca p a cid a d e d e e s to c a g e m d e dados, impressora laser, modem para c o n e x ã o com te le fo n e , scanner para transporte direto de textos ou imagens do papel para a form a m agnética, é in fe rio r ao p re ço de um te le fo n e . M ais im p o rtan te ainda, este s cu sto s estão caindo vertiginosamente.

i - A variável dos custos é im portante: quando com o p reço da co nstru ção de uma

escola pode-se com prar milhares de equipam entos de inform ática c de vídeo, a co m p o ­ sição tecnológica dos investim entos na educação deve ser colocada cm discussão.

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RSP

Ladislau D o w b o r âo há dúvida q u e é

perfeitam ente legítima a atitu d e de um fu n cio ­ nário de município pobre, que se d eb ate com os problem as mais dramáticos e elementares, e com um salário absurdo: "o que é que eu tenho a ver com isto?" Mas a im p licação p rática q u e vem os, frente à existência paralela deste atraso e da modernização, é que te m o s q u e tra b a lh a r os vários "tempos" da nossa administração, criando rapidamente as condições para uma utilização "nossa" dos novos potenciais que surgem.

A diversificação dos espaços educacionais

í ^ e o século XX foi o século da produção de massa, o século XXI será o sé cu lo da so cied ad e do con h ecim en to. Não há nenhum "fu tu rism o " p re te n s io so n esta afirmação, e sim uma preocupação com as medidas práticas que se tom am necessárias, e cujo estudo deve figurar na nossa agenda. Não podem os mais trabalhar com um universo simplificado da educação formal, complementado por uma área de educação de adultos para recuperar "atrasos".

Um bom exemplo da diversificação dos espaços educacionais nos é fo rn e c id o p ela fo rm a ç ã o n as empresas. Atualmente, as empresas norte-americanas gastam cerca de 6 0 b ilh õ e s d e d ó la re s com fo rm a çã o . O p ro g ra m a d o p re s id e n te C lin to n p rev ê a alocação de 1,5% da totalidade da m assa sa la ria l do p aís p ara formação dos trabalhadores, o que dobraria com so bras os g asto s atuais.5 A importância deste novo segm ento da educação pode ser avaliada se lembrarmos que os EUA gastam cerca de 6,8% do PIB com educação pública, ou seja, cerca de 3 4 0 b ilh õ e s d e d ó la re s, enquanto a formação nas empresas deverá atingir cerca de 130 bilhões de d ó la re s, cifra p ró x im a da totalidade dos gastos públicos com o ensino de terceiro grau.5

É p re ciso levar em co n ta um a profunda transformação que está ocorrendo na área empresarial e de serviços: en q u an to a p ro d u ção tradicional podia se contentar com um trabalhador pouco form ado, sen d o a ed u cação vista e s s e n ­ cialmente com o um "esparadrapo so cia l" q u e p e rm itia fa la r em "igualdade de chances à partida", hoje o setor empresarial m oderno passa a precisar crescentem ente da ed u c a çã o para o seu p ró p rio

4 Business W cck, 14 Septcm bcr 1992, p. 6; 7 Sep lcm b er 1992, p. 31

’ • Não há dúvida qu e o universo em presarial brasileiro está d ram aticam ente atrasa­ do nesta área, com o aliás os Estados Unidos estão atrasados relativam ente ao Jap ão ou à Alemanha. Mas o fato 6 que este espaço está conh ecend o um desenvolvim ento m uito rápido em todos os países.__________________________________

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d e s e n v o lv im e n to .6 Em o u tro s te rm o s, se os E stad o s U nidos investem este volume de recursos na form ação nas em presas, e o Japão e a Alemanha cerca de 2 ou 3 v ezes m ais, n ã o se trata de idealismo, mas de uma transição ex ig id a p elo p ró p rio ritm o de transformações tecnológicas. Pode- se gostar ou não da tendência, mas o fato é que se trata de uma nova área que adquiriu peso da mesma ordem de grandeza que a educação fo rm a l, q u e a tin g e o m esm o u n iv e rso so c ia l com o qual trabalhamos, e com a qual temos de articular os nossos esforços de uma forma ou outra. O que não podem os nos permitir é ignorá-la e, m enos ainda, ver este progresso nas empresas enquanto deixamos o s e to r p ú b lic o q u a se sem investimentos nesta área.

O u tra área q u e está su rg in d o com força, p elo p o ten cia l que rep resen ta, é a reo rien tação da televisão e da m ídia em geral. Há um g ig a n t e s c o c a p ita l a c u ­ m ulado, qu e são os aparelhos de te le v is ã o in s ta la d o s em trê s quartos dos dom icílios do país. Um b o m e x e m p lo d o a p r o ­ v e ita m e n to d e s te c a p ita l é o P u b lic B r o a d c a s tin g S e rv ic e (P B S ) d o s E s ta d o s U n id o s, a s s is t id o p o r 9 2 m ilh õ e s d e p e s s o a s , co m p ro g ra m a s edu cacion ais diversos de gigan­

tesco im pacto cultural no país. A red e n ão é n em p rivad a n em Estatal, é gerida por um con selh o que envolve televisões lo ca is e organizações com unitárias, com fo r te r e p r e s e n ta ç ã o d e i n s t i­

tu iç õ e s d e e n s in o . S e c o n s i­ derarm os que a pop ulação, e em particular as crianças, assistem a program as de televisão algum as h oras p o r dia, é e v id en te q u e um a r e o r ie n t a ç ã o da n o s s a m ídia, n o se n tid o de elev ar o nível cien tífico e tecn o ló g ico da p op u lação , p o d eria te r e feito s s ig n ific a tiv o s . E a r e d e tem ín d ic e s d e a u d iê n c ia m u ito elevados, pela própria qualidade d o s p ro g ra m a s e e s tr u t u r a d e s c e n tr a liz a d a q u e p e r m ite participação local efetiva. A PBS gasta an u alm en te cerca de 1,3 b ilh õ e s d e d ó la re s. No B ra sil gastam os anualm ente cerca de 3 b ilh õ e s d e d ó la r e s em publicidade. O que tem a função p ú b lic a a v er c o m is to ? Sim plesm ente o fato de que sem cid ad ão c o n sc ie n te n ão ex iste função pública m oderna.

Diretamente vinculado à televisão, mas con stitu in d o h o je um p ro ­ cesso au tô n o m o extrem am en te importante, é o vídeo. Retomando o m esm o exem plo da televisão americana, a PBS-VIDEO abastece tod a a re d e e d u c a c io n a l, a administração pública, hospitais,

6 - ver em particular a resenha de Ray Marshall and Marc Tucker - Thinking for a

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RSP

Ixidislau D o w b o r organ izações com unitárias etc.,

com cassetes de vídeo, raciona­ lizando o acesso ao gigantesco a cerv o d e film es c ie n tífic o s e educativos que h oje existem no m u n d o . No B ra s il, tem o s a A ssociação B rasileira de Vídeo Popular, e todo o movimento pela Lei da Inform ação D em ocrática que abraçou a luta pela ampliação e d em o cra tiz a çã o dos espaços educacionais, luta que deveria ser de toda comunidade educacional e científica em geral7.

Um outro espaço do conhecimento em plena expansão é o dos cursos té c n ic o s e s p e c ia liz a d o s. A expansão é compreensível, já que com o surgim ento de inúmeras novas tecnologias os mais diversos segmentos da população buscam cursos de Design, de programação, de CAD, de técnicas agrícolas, bem como apoio técnico para criação de m icro e pequenas empresas etc. E sta área o cu p a um esp a ço crescen te, e não pode mais ser d e sca rta d a co m o ativ id ad e marginal, com o por exem plo os cursos de datilografia. Ivm reuniões o rg a n iz a d a s em São P au lo, a Câmara Jú n io r de C om ércio do Japão expôs com o 60 mil pequenas

empresas japonesas, conectadas p or telefon e e m odem , cruzam diariamente as suas propostas ou dificuldades tecnológicas. Assim, por exemplo, um trabalhador que enfrenta uma dificuldade técnica d e te rm in a d a d e sc re v e -a n o c o m p u ta d o r e r e c e b e n o dia seguinte na sua tela com unicações sobre que empresa resolveu de que m an eira esta d ific u ld a d e . Em o u tro s te rm o s, em vez d e multiplicar cursinhos de qualidade frequentemente duvidosa, o Japão trabalha nesta área com a criação d e um a m b ie n te te c n o ló g ic o in te g ra d o , q u e en v o lv e ta n to cu rso s co m o c o m u n ic a ç õ e s informais e, sobretudo, a formação d e um a c u ltu ra a ss o c ia tiv a e colaborativa das empresas. Pode- se pensar que isto não tem nada a ver com edu cação. Ou p od e-se pensar que a educação tem muito a ver com os sistemas concretos de p ro d u çã o e d is tr ib u iç ã o d e conhecim entos de forma geral.8 Uma outra área de trabalho que deve passar a in teressar a educação é a o rg a n iz a çã o d o e s p a ç o científico domiciliar. Um número crescente de professores está se

- O universo da educação formal, en tre professores e alunos, rep resen ta n o Brasil cerca de 3 0 m ilhões de pessoas. 20% da população. A ausência ou qu ase ausência do m ovim ento organizado dos educadores na luta pela dem ocratização dos m eios de com u­ nicação de massa e da inform ação em geral é particularm ente grave. A função pública se com porta com o se isto fosse problem a de terceiros.

- Uma prim eira experiência está sen d o tentada na USP, com o sistem a "disque leenologiá". Q ue potencial poderia ter a integração dos nossos quase 5 mil m unicípios em rede de intercâm bio de tecnologia gerencial, com apoio técnico de instituições com o ENAP, CEPAM, IBAM, FUNDAP e outras, além das universidades?

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interessando hoje cm organizar o seu espaço de trabalho cm casa, ultrapassando a visão de pilhas de p a p e l, d e liv ro s p e rd id o s e esquecidos. Como este problema deve ser enfrentado em relação à criança, que carrega entre a casa e a e s co la volu m es ab su rd o s de material, sem a mínima orientação de com o se organiza conhecimen to acum u lado d e forma a tom á-lo d isp on ível q u an d o n ecessário? Longe dc ser secundária, a criação de am biente propício na casa é h o je fundam ental, e trata-se dc trabalhar este assunto de forma organizada, na linha de ergonomia d o tra b a lh o in te le c tu a l, e n tre o u tro s. É im p o rtan te en ten d er q ue, en tre a nossa geração c a g e ra ç ã o d os n o ss o s filh o s, o v o lu m e e tem p o d c vida da informação mudou radicalmente, e o que já é um problema para nós será um problem a m uito m aior para eles. Trata-se sem dúvida, ainda, entre nós, de um problema da classe média. Mas dentro dc 4 ou 5 anos, quando os preços dos siste m a s in fo rm á tic o s n ão se

contarão mais em milhares, e sim em algumas centenas de dólares, já não será mais. A inserção do trabalhador e do funcionário nos "esp a ço s d o c o n h e c im e n to ”, através da organização do espaço domiciliar, toma-se cada vez mais im p o rta n te . O s n o ss o s a p a r­ tamentos têm lugar previsto para g e la d e ira s c o q u a rto d e em p re g a d a , m as n ad a p ara o computador ou a bilbioteca.9 O utro espaço que está surgindo com força é o espaço do conheci­ m ento com unitário. Trata-se de uma área a té h o je fu n d a m e n ­ ta lm e n te tra b a lh a d a p e la s Organizações Não Governamentais de diversos tipos, organ izações religiosas e outras, cuja im por­ tância tem sido sistem aticam ente su b e stim a d a . Não se tra ta d e ap ro v ar ou n ã o e s te tip o d e iniciativas, e sim de constatar que se cias se desenvolvem com tanto dinamismo, é que há um vazio não preenchido. A força deste processo resulta da própria u rban ização

9 - A atualidade d este esp aço educacional é reforçado pelos avanços recen tes das

tclcco n m n icaçò cs, qu e ultrapassaram de longe o ritm o d c inovação da própria área Inform ática. Um balanço recente realizado pela Comunidade Européia aponta em parti­ cular para as im portantes im plicações destes avanços para a ir c a da cd ucaçào: "D istance delivery o f educational services, over lhe advanced telccom m unications infrastruetures tliat are now p o ssiblc, is the only conceivable op tion for the European d im ension in education to b e co m ea reality accessible to a ll, not restricted t o a small elite...T ech nology no w m akes it p o ssib le for tele co m m u n ica tio n s to play a p ro m in en t ro le in th e “dem ocratization" o f Inform ation and luiowledge and rebalance how (if not w hether) it can b e accessed not only by th e 'h a v c 's ' (upscale, urban, well cd u catcd citizen s) but also by the "have-noi-s" (w hether for reasons o f geographic rcm otcn ess, individual handicapts or som etliin g else". p. 1.5 e 1.6 - PACE - Perspectives for Advanced Com m unications in E uropc - 1992. Vol. 11. Analysis o f Key Issues.___________________________________________

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RSP

Ladislau D o w b o r vista acim a, c q u e to rn a a

com unidade organizável em tom o do chamado "espaço de vida".10 Outra área em plena expansão e que precisa de uma "reengenharia" institucional é a área de Pesquisa e Desenvolvimento. A pesquisa no B ra sil a p re s e n ta duas c a ra c ­ terísticas que devem ser vistas com realismo: o distanciamento entre a a c a d e m ia , a em p re sa e a com u nid ad e, por um lado, e a frágil coordenação entre centros científicos por outro. Quando se visita os divcrsosctf/wpr científicos, fica-se impressionado a que ponto se trata d e ilh as, ou d e um "arquipélago" de instituições, com frág il c o m p le m c n ta rie d a d e c sinergia. Um exemplo positivo é a c o n s titu iç ã o re c e n te da Rede N acio n al d e D o cu m en ta çã o e In fo rm a çã o em A d m in istração Pública, RENAP, que permite, pela primeira vez, um início de trabalho a rtic u la d o das d ez en a s de instituições que realizam pesquisa na á r e a ." I lo je q u a lq u e r pesquisador acessa em segundos no seu com putador a produção científica da Europa ou dos Estados Unidos, via Internet por exemplo, mas tem muito mais dificuldade

para acessar a produção de outras instituições do seu próprio estado, sem falar do país.

íi essencial, de toda forma, tomar consciência que a existência do m odem e das red es torn a h o je simples e barato realizar um salto qualitativo na convergência dos trabalhos de ciência e tecnologia no país, p erm itin d o ao m esm o tem po m aior c o n ta to e n tre as instituições científicas e a m elhor articulação com setores em p re­ sa ria is e de c iê n c ia a p lica d a , abrindo espaço para um am biente de p ro g re sso c ie n tífic o g e n e ­ ralizado, no qual a função pública tem de se inserir.

Quando repensamos a educação formal e a educação de adultos neste contexto é para considerá- las co m o a tiv id ad e c e n tr a l e organizadora, c não mais com o eixo único de formação. Em outros termos, a escola tem de passar a ser um pouco m enos "lccionadora", e b a sta n te m ais m o b iliz a d o ra e organizadora de um processo cujo movimento deve envolver os pais e a com unidade, in tegran d o os diversos espaços educacionais que existem na sociedade e, sobretudo

10 • ver em particular um excelen te estud o desta dinâm ica em Jo h n Fricd m ann - Em pow erm ent - D latk w ll. Mass., 1992; ver também o balanço realizado pelas Nações Unidas, no Informe so bre el Desarrollo Mundial 1993. New York 1993. As ON G 's envol­ viam cerca de 100 m ilhões de pessoas no início dos anos 1980, e cerca de 2 5 0 m ilhões atualm ente, m ostrando qu e a área pública com unitária 6 uma das que co n h ecem mais rápida exp an são no m undo (ver p. 93 c seg). Trabalhar com a visão siinpliíicadora de dois seto res, privado e estatal, c simplesn>entc anacrônico.

11 -A RliNAP foi instalada em abril de 1994 na Escola Nacional de Adm inistração Públi­ ca, ENAP, incluindo inicialm ente 15 instituições.

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ajudando a criar este ambiente

científico-cultural que leva à

ampliação do leque de opções e

reforço das atitudes criativas do

cidadão.

Nesta linha, o ensino superior

deveria ser profundamente revisto,

na medida em que poderia tomar-

se um mobilizador de transfor­

mações, ultrapassando o seu papel

hoje tão estreito de formação de

elites corporativas. Em termos de

cronologia do ensino, este espaço

deveria ultrapassar o seu formato

fechado, de licenciatura em 4 ou 5

anos, para se abrir a ciclos de

atualização científica do estudante

de qualquer idade. Em outros

termos, é importante que um

funcionário possa cursar um

semestre de informática para se

atualizar, sem necessariamente

cursar toda uma faculdade, e que

o conjunto de adultos profissionais

do país possam passar a ver na

educação superior um espaço

permanente de atualização. O

fecham ento existente entre a

carreira "acadêmica" e as carreiras

"técnicas" constitui simplesmente

um anacronismo.

Finalmente, devemos abrir a escola

para o mundo que a cerca. Uma

proposta prática é assegurar que

crianças

no

início da

adolescência visitem de forma

sistemática e programada diversos

tipos de empresas, bancos,

micro-empresas familiares, micro-empresas

públicas etc., rompendo com a

situação absurda do aluno ver a

distância entre o que aprendeu e

o mundo real quando chega aos 18

anos. Há experiências numerosas

neste sentido, e devemos tomar

medidas

renovadoras

com

urgência. E não podemos mais

considerar o aluno como pessoa

em "idade escolar", porque há cada

vez menos "idade" para isso.12

Globamente, estes diversos

segmentos apontam no sentido de

uma integração e interação dos

espaços de conhecimento, visando

globalm ente equipar o aluno

jovem, adulto ou idoso para a

sociedade do conhecimento. E

nestes espaços o funcionário

público tem de ser ao mesmo

tempo formando, formador e

organizador.

Os desafios institucionais

A s idéias simplesmente não

levantam vôo enquanto não se

definem soluções institucionais

adequadas para a sua im ple­

mentação, e as próprias soluções

institucionais exigem a ampliação

prévia de espaço político. Quando

vemos a quantidade e qualidade

das sugestões referentes à

educação no Brasil, as con­

frontamos com o processo real,

12 - um exem plo evidente 6 a reciclagem dos idosos: com o a terceira idade é h o je um p eríod o da ordem dc várias décadas, a form ação para um co n ju n to de atividades p ossí­ veis adquiriu grande im portância.______________________________________________________

(10)

RSP

Lodislau D o w bo r vcm -nos à m ente o con ceito de

"im p o tên cia in stitu cio n al" que utilizamos para caracterizar a perda d e g o v e rn a b ilid a d e na ad m i­ n is tra ç ã o p ú b lica em g era l. Quando boas idéias e pessoas bem intencionadas e com poder formal n ã o c o n se g u e m re su lta d o s é p re ciso avaliar de form a m ais ampla os mecanismos de decisão e a d im en são in stitu cio n a l do problem a.1'

a} A organização de espaços de elaboração de consensos:

o sistema que nos rege generalizou a filo s o fia da c o m p e tiçã o em su bstituição à solidariedade, da riv a lid a d e em d e trim e n to da co o p eração . Assim, os diversos atores sociais que definem de uma forma ou outra os nossos rumos, em geral não "conversam". Cada segm ento social tem intimamente id e n tific a d o q u em são "os culpados" (os políticos, o Estado, os empresários, os banqueiros, os la tifu n d iá rio s, os g e n e ra is, os s in d ic a to s , a e sq u e rd a e tc ., segundo as convicções), e não se co n v e rsa com o in im ig o . Praticamente inexistem os espaços de elaboração de consensos entre o s d iv erso s se g m e n to s da sociedade.

Não é o n o ss o o b je tiv o aq u i minimizar as contradições sociais

existentes. Não há dúvida que os grupos dom inantes do país, que c o in c id e m com as g ra n d e s fo rtu n a s, são p ro fu n d a m e n te re tró g ra d o s e d ific u lta m o progresso real no país. Não é à toa q u e so m o s h o je o p aís co m a distribuição de renda mais injusta do m un do, e n ão há s o lu ç õ e s viáveis na área do conhecim ento, h o je p rin c ip a l m o to r da m odernização, quando se reduz dois terços da população à mais com pleta m iséria. E não haverá fu n çã o p ú b lic a m o d e rn a n o sentido atualizado do termo sem o resg a te da c id a d a n ia d e sta população.

No entanto, é im portante a nosso ver entender que a transformação dos espaços do conhecim ento não pode se dar apenas dentro de um espaço de formação: exige ampla participação e envolvim ento de segm entos empresariais, da área pública em geral, dos sindicatos, dos m eios de com unicação, das áreas acessíveis da política, dos m ovim entos co m u n itário s, dos segmentos abertos das igrejas etc., na gradual definição dos nossos cam in h os para a so cied a d e do conhecim ento.

Não há fórmula para isso. Mas é essen cial a co n sciê n cia d e que quando os problemas substantivos

l} - Em boa parte a im portância do exem plo citado da PBS prende-se ao fato de ter en con trad o o equ ilíbrio necessário entre em presa privada e paternalism o estatal, en tre financiam ento próprio c subvenções, en tre gestão autoritária e participação com u nitá­ ria. en tre com petên cia técnica e gestào política.

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não estão sendo tratados é que não foram definidas as propostas de articulação institucional que permitam que sejam tratados. Nos Estados Unidos foi criado o National Center on Education and th e E co n o m y , um esp a ço de criação de idéias que perm ite a c o n flu ê n c ia da visão dos ed u cad ores, das em presas, dos sindicatos e das adm inistrações públicas. Não seria talvez esta a estrutura adequada ao Brasil. Mas a própria idéia de que devemos trabalhar com a criação prévia de e s p a ç o s d e e la b o r a çã o de consensos entre os atores chave que intervém no processo, estes ou outros, é essencial.

b) a m a t riz de decisões na á r e a d o co n h e cim e n to : um outro enfoque que temos que dar ao problema institucional é o dos m e c a n ism o s d e d e c is ã o . A proposta é de se trabalhar uma matriz de decisões do conjunto das áreas nucleares do conhecimento, segu n d o d iferen tes níveis. Esta m atriz en v o lv e d o is tip o s de refo rm u laçõ es: a da h ierarqu ia vertical de d ecisões (instâncias federais, estaduais e locais), e a da articulação horizontal dos sistemas privado, estatal e comunitário. Há alguns anos, realizando uma consultoria para o M inistério da Educação cm Brasilia, constatamos q u e o s p e q u e n o s p ro je to s

propostos para financiamento pelo salário-ed u cação eram s e le c io ­ nados por uma equipe situada no gabinete do Ministro. Como pode um p r o je to d e a m p lia ç ã o de alg u m as salas de a u la, q u e normalmente deveria ser discutido e decidido pela comunidade local, n o p ró p rio m u n ic íp io , se r discutido em Brasilia, depois de uma média de 8 meses de trâmites burocráticos, e por gente que em geral nem sabe onde o referido município fica? É preciso repensar a hierarquia de decisões do país, com a co rre sp o n d en te tran sfe­ rência de recursos, para devolver ao siste m a um m ín im o d e racionalidade. Lembremos que a Suécia, para dar um exemplo, gasta cerca de 70% dos recursos públicos no nível municipal, enquanto nos países subdesenvolvidos o nível local cm geral mal chega aos 10%. No Brasil a cifra provável é de 13%. A outra reformulação referente à m atriz d e d e c is õ e s é a q u e c o n c e rn e a d iv isão e n tre área privada, estatal e co m u n itária. Estivemos presos durante longo prazo numa visão simplificada, na qual a grosso m odo a esquerda defendia a solução estatizante, com planejam ento central, e a direita preconizava (e con tin u a p re co ­ nizando) a solução privada, com mecanismos de mercado. É óbvio que de modo geral a regulação na área da educação não pod e ser deixada para os m ecanism os de

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RSP

Ladislau D o w b o r m c rc a d o , q u e p riv ileg iam a

maximização do lucro e o curto prazo, por uma simples razão de eficiência. C onform e mostramos em outro estudo,H a privatização n e s ta área sim p le s m e n te aprofunda os desequilíbrios. Mas a estatização dc cun h o c en tra ­ lizador leva a ou tros desequ ilí­ brios, e constatam os hoje que o d ese n v o lv im en to in stitu c io n a l m ais ric o é o da p a rticip a çã o comunitária, assegurando simples­ mente aos maiores interessados, os p articip an tes ou pais, uma voz determ inante nas decisões.15 Esta última reformulação deveria levar a uma articulação de soluções diferenciadas: continuamos neces­ sitando do planejam ento central para as gran d es op çõ es tecn o ­ lógicas de longo prazo no país e o apoio à pesquisa fundamental; de mecanismos d c mcrcado mas com co n tro le s com u nitários para os cursos técnicos especializados; de conselhos que reunam empresas e sindicatos em tom o da formação nas em presas16; de m ecanism os comunitários participativos muito mais densos para a coordenação da

educação formal, através de uma p ro fu n d a d e s c e n tra liz a ç ã o do sistem a; de o rg a n ism o s in te r- institucionais para o fom en to e co n tro le de sistem as lo ca is de mídia, com o a televisão com uni­ tária, te le v isõ e s e d u c a tiv a s municipais e estaduais etc.

Em outros termos, no quadro de uma sociedade do conhecim ento q u e trabalh a com su b sistem a s muito diferenciados que evoluem de forma dinâm ica e articulada, n e c e ss ita m o s d e fo rm as d i­ ferenciadas e flexíveis de gestão, o que só pode scr conseguido com am p la p a rtic ip a ç ã o d o s in ­ te re s sa d o s. Uma tr a d ic io n a l hierarquia vertical e autoritária, movida por mecanismos burocrá­ ticos do Estado, ou centrada no lucro e no curto prazo da em presa privada, simplesmente não resolve.

c) o enfoque intersetorial: a com unidade não sc desenvolve "por disciplinas", e sim busca o seu desenvolvim ento integrado. Em agosto de 1992 realizam os uma s é rie d e re u n iõ e s com r e p r e ­ sentan tes de bairros p ob res de

14 - Veja Ladislau Dow bor - Aspectos Econôm icos da Educação - Ática, 2a. edição 1991 15 - Uma reform ulação profunda está em curso nos Estados Unidos, conform e pode­ m os constatar no livro de O sborne e G aebler - Reinventando o G overno - ENAP/HM, Brasilia 1994, ultrapassando a visão privatizante e desenvolvendo sistem as participativos mais flexíveis.

16 - Na Alemanha, por exem plo, a formação nas empresas tem sido confiada à coordena­ ção dos sindicatos, ultrapassando a visão estreita do "treinamento" (por exem plo, resistência de materiais ensinada a torneiros) para buscar a organização de espaços culturais de concep­ ção ampla. A tendência, conforme mostra a experiência da "cultura Bradesco" no Brasil, pode ser perigosa, n a s isto só reforça oargumento de que devemos assegurar soluções institucionais mais participativas nos processos dc formação nas empresas.

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diversas cidades da Costa Rica, no in tu ito d e id en tificar com eles p rio rid a d e s e d u c a c io n a is . As p rio rid a d e s q u e su rgiram envolvem conhecimentos jurídicos dos seus direitos; técnicas de auto- c o n s tr u ç ã o ; o rg a n iz a ç ã o de p e q u e n a s e m icro -e m p re sa s; form as de organização com uni­ tá ria ; cu rso s d e ativ id ad es e c o n ô m ic a s d o m é s tic a s (para enfrentar o desemprego) e outros, num am p lo le q u e q u e d ife re ra d ic a lm e n te do q u e tem os norm alm ente cm vista. E porque n ã o a ss o c ia rm o s o p ro ce sso educacional de uma comunidade com o conjunto dos seus esforços de m o d ern iz a çã o , d esen v o lv i­ mento e recuperação de cidadan ia? Não se tra ta d e q u e s tio n a r o universo formal de conhecimen tos, e sim de in tcgrá-lo com o processo real de transformação do cotidiano que a comunidade procura. Em outros termos, trata-se menos de oferecer um "pacote" fechado de c o n h e c im e n to s e m ais de se colocar a educação ao serviço de uma comunidade que moldará o universo de conhecimen tos de que necessita segundo os momentos e a d in â m ica c o n c r e ta do seu desenvolvimento. E neste processo é o c o n ju n to de instru m en tos, desde a aula convencional até os sistemas baratos e modemos de TV comunitária, e as novas conquistas te cn o ló g ic a s, q u e p o d erão ser utilizados, num processo em que o educador é mais um "parteiro”

d o p o te n c ia l lo ca l d o q u e propriamente fonte de saber.

d) um funcionário que assume a sua formação: a realidade que a área de formação ainda constitui um pequeno segm ento refugiado na área de recursos humanos, sem a ssu m ir a devida im p o rtâ n cia dentro da função pública, com o processo permanente e central da m od ern ização . E tam p o u co se vincula ao processo mais am plo q u e está re fo rm u la n d o as concepções de recursos humanos e de form ação n o c o n ju n to da sociedade. Não será seguramente com este tipo de form ação "cm fatias", com cu rsin h os seg m en ­ tados e isolados de um programa mais amplo de luta pela qualidade, q u e c o n seg u irem o s um a nova cultura administrativa que hoje é vista com o indispensável.

Conclusões

s id é ia s p rin c ip a is q u e quisemos aqui trazer são quatro: Primeiro, um conjunto de avanços tecnológicos recentes está gerando uma transformação qualitativa nas áreas do conhecim ento em geral, e x ig in d o um a a m p lia çã o d o s nossos enfoques e, em particular um trabalho sério de análise para saberm os com o incorporar estas inovações na perspectiva de uma educação progressista.___________

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RSP

Lndislau D o w b o r

S

e g u n d o , os av anços

tecnológicos mencionados e s tã o g e ra n d o novos esp aços d e co n h ecim en to , que exigem tratamento diferenciado e articulado. É importante mencio­ nar que a ausência ou insuficiência de políticas dinâmicas nestas novas áreas leva ao surgimento de uma "in d ú s tr ia do c o n h e c im e n to ", le v a n d o fre q ü e n te m e n te à fo rm a çã o d e m icro -id eo lo g ia s d e s in te g ra d o ra s - v eja-se o fan atism o de certas id eolog ias e m p re sa ria is, d e c e rto s movi- m o v im e n to s re lig io s o s ou de c e rto s tipos de program as de tele v isã o -, p re ju d ica n d o uma visão humanista mais ampla que um processo geral de integração social através do con h ecim en to pode proporcionar.

T e r c e ir o , a o c u p a ç ã o d e ste s espaços exige uma convergência de a to res so ciais in teressad os, incluindo tanto educadores como em p re sá rio s, sin d icato s, m ovi­ mentos comunitários e a própria administração pública, na linha da constituição da base instititucional e política do processo de renova­ ção e ampliação de atividades. Q uarto, a profissionalização do funcionário público deve ser vista dentro deste contexto mais amplo de modernização institucional em todas as áreas, pública, privada e c o m u n itá r ia , q u e está m u lti­ plicando e diversificando as formas

de atu alização , tre in a m e n to e educação em geral.

De toda forma, é nossa visão de que a dimensão de investimento n o hom em tem sid o in s u ­ ficientemente realçada numa visão fre q u e n te m e n te e s té r il da m o d ern ização , q u e p rio riz a o prédio e a máquina. Uma visão ao m esm o tem p o m o d e rn a e humanista poderá constatar que o mundo educacional está adorm e­ cido ao lado de um gig an tesco manancial de possibilidades sub- utilizadas, e que tem de com eçar a batalhar por espaços mais amplos e renovados, com tecn ologias e soluções institucionais novas.

Resumen

REPENSANDO E LC O N C EP T O DE FO RM AC IÓ N

Este artículo, sobre ensenanza y en tren am ien to para servid ores públicos, ofrece una visión general a r e s p e c to d e las te c n o lo g ia s e x is te n te s y de lo s d is tin to s m od elos de en tre n a m ie n to . El autor considera que el atual nivel de conocim iento sobre el trabajo desempenado por los servidores públicos exige que las actividades de ensenanza y en tren a m ien to pasen a s e r c o n s id e ra d a s permanentes en la administración

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p ú b lica , d c ja n d o de se r vistas s o la m c n te c o m o un s e c to r marginal dentro dei departamento d e p e rso n a l. Una nueva concepción sobre entrenam iento d e b e ría in c lu ir m ayor com - p re n s ió n d c las n e c e sid a d c s m o d ern a s p o r fo rm ació n de recursos humanos.

Abstract

REFLECTING THE TRAINING CO N C EPT

T h e p a p e r on tra in in g and education forpublic servants, isan ov erv iew o f th e ncw e x istin g technologies and o f the different ways training can be organized. T h e a u th o r c o n sid ers that the knowledgc intensity o f the work o f public servants has reached a point where training and education must be viewed as a permanent actitity within theadm inistration, and not ju st a m arg in al s e c to r o f the p e rso n n e l d ep a rtm en t. A new concept o f training should involve a b e t te r u n d e rsta n d in g o f educational necessities o f modem societes.

Ladislau Dowbor é professor

titular da PUC de São Paulo e do

Instituto Metodista de Ensino

Superior.

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