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DISSERTAÇÃO AnáliseDesenvolvimentoTecnológico

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Academic year: 2019

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(1)

UFOP - CETEC - UEMG

REDEMAT

REDE TEMÁTICA EM ENGENHARIA DE MATERIAIS

UFOP – CETEC – UEMG

Dissertação de Mestrado

ANÁLISE DO DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO A PARTIR DE

DOCUMENTOS DE PATENTES: UM ESTUDO DE CASO EM

PROCESSOS DE BIOLIXIVIAÇÃO

Autora: Larissa Rosa Faria

Orientador: Prof. Versiane Albis Leão

Co-orientador: Prof. Marcelo Gomes Speziali

Co-orientador: Rodrigo José Ávila Cartaxo

(2)

UFOP - CETEC - UEMG

REDEMAT

REDE TEMÁTICA EM ENGENHARIA DE MATERIAIS

UFOP – CETEC – UEMG

Larissa Rosa Faria

Análise do desenvolvimento tecnológico a partir de documentos

de patentes:

um estudo de caso em processos de biolixiviação”

Dissertação de Mestrado apresentada ao

Programa de Pós-Graduação em Engenharia de

Materiais da REDEMAT, como parte integrante dos

requisitos para obtenção do título de Mestre em

Engenharia de Materiais.

Área de Concentração: Processos de Fabricação

Orientador: Prof. Versiane Albis Leão

Co-orientador: Prof. Marcelo Gomes Speziali

Co-orientador: Rodrigo José Ávila Cartaxo

(3)

Catalogação: www.sisbin.ufop.br

F224a

Faria, Larissa Rosa.

Análise do desenvolvimento tecnológico a partir de documentos de patentes

[manuscrito]: um estudo de caso em processos de biolixiviação / Larissa Rosa

Faria. - 2015.

118f.: il.: color; grafs; tabs.

Orientador: Prof. Dr. Versiane Albis Leão.

Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Ouro Preto. Escola de

Minas. Rede Temática em Engenharia de Materiais.

1. Propriedade intelectual. 2. Patentes. 3. Biolixiviação. I. Leão, Versiane

Albis. II. Universidade Federal de Ouro Preto. III. Titulo.

(4)
(5)

iii

(6)

iv

AGRADECIMENTOS

À vida, à luz.

À minha mãe e meu pai, que sempre me ensinaram e incentivaram a estudar sempre: nunca

parar de aprender.

Ao meu marido, meu companheiro de todas as horas, pelo incentivo, carinho, amor e

paciência. Obrigada por ter me apoiado tanto nessa caminhada!

Ao meu filho pelas alegrias, pelo amor, e por ter tido (ou não) paciência de dividir a atenção da

mãe com os estudos.

À minha irmã e meu cunhado, pela grande companhia e amizade, e principalmente por terem

alegrado o final do meu mestrado com a chegada do Eduardo.

Aos meus queridos amigos e companheiros de mestrado Antônio Clareti, Daniel e Geysa, pelo

carinho, amizade e parceria nesse retorno à universidade.

Ao colega e co-orientador Rodrigo Cartaxo que apoiou, incentivou e fez contribuições

preciosas para a conclusão desse trabalho.

À colega e grande amiga Geysa, que me ensinou a beleza da biohidrometalurgia, forneceu

materiais brilhantes para consulta e, por tantas vezes, me apoiou em momentos de dúvida.

(7)

v

RESUMO

A busca por processos alternativos para o tratamento de minérios de baixo teor, concentrados

e minérios de mineralogia mais complexa e resíduos industriais gerados durante os processos

de mineração, torna-se necessária devido ao crescente empobrecimento das reservas

minerais. Nesse contexto, a biolixiviação surge como uma alternativa para o processamento

desses materiais, quando portadores de sulfetos. O presente trabalho consistiu na análise do

desenvolvimento tecnológico relacionado à área de biolixiviação, no cenário nacional e

mundial, através da realização de um mapeamento tecnológico utilizando documentos de

patentes. Foi realizada uma busca de documentos de patentes tendo como escopo a

totalidade desses documentos existentes, isto é, pedidos de patente de invenção e modelo de

utilidade, patentes vigentes e patentes abandonadas assim como patentes expiradas, cujas

tecnologias são consideradas “domínio público”, em âmbito mundial. A base de dados de

patentes escolhida para a realização desse trabalho foi a

Thomson Innovation

® que é uma

ferramenta de busca de dados de patentes depositadas nos principais escritórios de patentes

do mundo. A estratégia utilizada para a busca de patentes foi a partir da Classificação

Internacional de Patentes (CIP) C22B 3/18,

por ser o grupo correspondente a “Extração de

compostos metálicos de minérios ou concentrados por processos a úmido por lixiviação com o

auxílio de micro-

organismos ou enzimas, p. ex., bactérias ou algas”.

Os três principais países

onde patentes de biolixiviação vem sendo depositadas por empresas e instituições de pesquisa

- mercados de proteção de tecnologias - são China, Austrália e Estados Unidos. Na China, 80%

dos depósitos foram realizados por residentes, ou seja, foram originados no próprio país. Na

Austrália, entretanto, 76% dos depósitos foram realizados por estrangeiros, o que mostra que

além de ser um importante gerador de tecnologias, é um mercado de grande importância

nesse segmento tecnológico, pois um número significativo de empresas/instituições

estrangeiras opta em proteger seus inventos também na Austrália. Com relação aos principais

titulares de documentos de patentes, observa-se o monopólio de apenas quatro

empresas/instituições:

BHP Billiton

,

Beijing Nonferrous Metals

,

University Central South

e

Nippon Mining

. No Brasil, observou-se um número reduzido de documentos de patentes da

área de biolixiviação protegidos, apenas 55 documentos de patentes, o que sinaliza que o país

não está sendo considerado um importante mercado de proteção para patentes de

biolixiviação por empresas e/ou instituições de pesquisa. Essa questão é de grande

importância para os profissionais que trabalham com P&D, pois indica a possibilidade de

utilizar e até mesmo aperfeiçoar, dentro do Brasil, tecnologias descritas em patentes que não

tenham sido depositados nesse país. Além disso, a produção tecnológica do Brasil, ou seja,

pedidos de patentes gerados por residentes é de 05 documentos. As principais tecnologias

descritas envolvem processos de biolixiviação de minério sulfetado, principalmente cobre e

níquel, em pilhas ou tanques, utilizando culturas mistas de bactérias.

(8)

vi

ABSTRACT

The search for alternative processes for the treatment of low-grade ores, concentrates or ores

with complex mineralogy and industrial wastes generated during mining activities becomes

necessary due to the increasing impoverishment of mineral reserves. In this context,

bioleaching appears as an alternative for processing such materials when sulfide is present.

The current work consisted in an analysis of the technological development in bioleaching

area, using information contained in patents. The patent search included the entire scope of

patent documents worldwide, including patent applications, granted patents, and abandoned

or expired patents, whose technologies are considered in "public domain". The selected patent

database for accomplishing this work was Thomson Innovation® which is a search patent data

tool. The strategy for the patent search was the utilization of the International Patent

Classification (IPC) C22B 3/18, i. e.

Extraction of metal compounds from ores or concentrates

by wet processes by leaching with the aid of micro-organisms or enzymes, eg bacteria or

algae

. The three main countries where companies and research centers have filled their

patent applications are China, Australia and the United States. On China, 80% of the patent

applications were developed by residents, in other words they were originated in the own

country. Conversely, in Australia, 76% of patent applications were filled by foreigners, meaning

that in addition to being an important technology developer, this country is a very important

market because a great number of foreign companies and institutions decided to protect their

inventions there. Regarding to the main owners of patent documents, they are concentrated in

a small group of four companies:

BHP Billiton,

Beijing Nonferrous

Metals,

University Central

South and Nippon Mining. In Brazil, there are a low number of patent documents (55) covering

bioleaching sector, signalizing that the country is not considered as an important market of

patent protection in this biotechnology. This is an important point for professionals who work

with Research & Development once it indicates the possibility of utilizing and improving

technologies described on patents that have not being filled in Brazil. In addition to this, the

number of patent applications generated by Brazilians is just five documents. The main

described technologies refer to bioleaching processes of sulphide ores, mainly copper and

nickel, in heaps or stirred tanks, with a mixture of bacterias.

(9)

vii

SUMÁRIO

1.

Introdução...11

2.

Objetivos...13

2.1.

Objetivo geral...13

2.2.

Objetivos específicos...13

3.

Justificativa do trabalho...14

4.

Revisão Bibliográfica...16

4.1.

Propriedade Intelectual...16

4.2.

O documento de patente...17

4.3.

A prospecção tecnológica...18

4.4.

Análise de patentes como fonte de informação tecnológica...19

4.5.

Classificação Internacional de Patentes (CIP)...22

4.6.

Bioprocessamento mineral...23

4.7.

Biolixiviação e seus conceitos...23

4.8.

Aspectos históricos da biolixiviação...26

4.9.

Processos industriais de biolixiviação...28

5.

Metodologia...30

5.1.

Definição do tema de pesquisa...30

5.2.

Definição da base de dados de busca...30

5.3.

Definição do critério de pesquisa...30

5.4.

Execução da busca...31

5.5.

Análise das informações...31

6.

Resultados e discussão...35

6.1.

Mercados de proteção - Países onde são depositados os pedidos de patentes...35

6.2.

Mercados de proteção - Depósitos realizados por residentes e estrangeiros...36

6.3.

Evolução temporal dos depósitos de pedidos de patentes...38

6.4.

Países de origem das tecnologias...39

6.5.

Principais titulares de documentos de patentes...41

6.5.1.

Famílias de patentes do titular BHP Billiton...45

6.5.2.

Famílias de patentes do titular Beijing Nonferrous Metals...48

6.5.3.

Famílias de patentes do titular Central South University...51

6.5.4.

Famílias de patentes do titular Nippon Mining...52

6.6.

Documentos de patentes de biolixiviação no Brasil...53

7.

Conclusões...73

8.

Sugestão para trabalhos futuros...75

(10)

viii

LISTA DE FIGURAS

Figura 4.1 Principais acontecimentos na história da biolixiviação...28

Figura 6.1 Principais mercados de proteção: número absoluto de documentos de patentes....35

Figura 6.2 Principais mercados de proteção: número absoluto de documentos de patentes

depositados por estrangeiros...37

Figura 6.3 Evolução temporal dos depósitos de documentos de patentes no mundo...38

Figura 6.4 Principais países de origem: número absoluto de famílias de patentes...41

Figura 6.5. Representação esquemática dos filtros na população amostral...43

Figura 6.6 Evolução temporal dos depósitos realizados pelas principais empresas...44

Figura 6.7. Fluxograma de processo apresentado no documento de patente AU2002254782..48

Figura 6.8 Evolução temporal dos depósitos de pedidos de patentes no Brasil...54

Figura 6.9 Empresas/instituições titulares de documentos de patentes no Brasil...54

Figura 6.10 Situação legal dos documentos de patentes no Brasil...58

Figura 6.11 Fluxograma de processo apresentado no documento de patente US6387239...62

Figura 6.12 Fluxograma de processo apresentado no documento BR200016307...63

Figura 6.13 Fluxograma de processo apresentado no documento BR200314355...64

Figura 6.14 Fluxograma de processo apresentado no documento BRPI0607889...65

Figura 6.15 Fluxograma de processo apresentado no documento BRPI0609478...66

Figura 6.16 Coluna de biolixiviação conforme apresentado em BRPI1005889...67

(11)

ix

LISTA DE TABELAS

Tabela 6.1 Total de famílias de patentes avaliadas...40

Tabela 6.2 Principais titulares de patentes após leitura dos documentos...42

Tabela 6.3 Estratificação das famílias de patentes das 4 maiores empresas/instituições

depositantes de acordo com os principais campos tecnológicos protegidos ...45

Tabela 6.4 Mapeamento tecnológico das famílias de patentes de biolixiviação da BHP

Billiton...47

Tabela 6.5 Mapeamento tecnológico das famílias de patentes de biolixiviação da Beijing

Nonferrous...50

Tabela 6.6 Mapeamento tecnológico das famílias de patentes de biolixiviação da Central South

Univ...51

Tabela 6.7 Mapeamento tecnológico das famílias de patentes de biolixiviação da Nippon

Mining...53

(12)

x

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ARIPO - African Regional Intellectual Property Organization

BRICS - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul

CIP - Classificação Internacional de Patentes

DAM - Drenagem Ácida de Mina

DWPI - Derwent World Patents Index

EAPO - Eurasian Patent Organization

EPO - European Patent Office

EW - Electrowining

INPADOC - International Patent Documentation

INPI - Instituto Nacional de Propriedade Industrial

IPC - International Patent Classification

IX - Ion Extraction

JPO - Japan Patent Office

Me - Metal

OAPI - Organization Africaine de la Proprieté Intelectuel

OECD - Organization for Economic Co-operation and Development

OMPI - Organização Mundial da Propriedade Intelectual

ONU - Organização das Nações Unidas

PCT - Patent Cooperation Treaty

PI - Propriedade Intelectual

P&D - Pesquisa e Desenvolvimento

P&D&I - Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

R&D - Research and Development

SX - Solvent Extraction

(13)

11

1

Introdução

Nas sociedades industriais caracterizadas pela concorrência mundial, a inovação é fator de

competitividade. Ela acrescenta valor a produtos, fortalece marcas, proporciona o acesso a

novos mercados, o aumento dos lucros e até mesmo a geração de empregos.

A adoção de práticas de propriedade intelectual permite o desenvolvimento de tecnologias de

forma segura para empresas e instituições, além de favorecer e incentivar a disseminação de

conhecimento e novos desenvolvimentos. Uma vez protegida a propriedade intelectual do

invento, o acesso a essa tecnologia pode ser disponibilizado ao público em bancos de dados

disponíveis na

internet

, por exemplo, uma vez que a proteção reduz o risco da apropriação ou

utilização indevida, por terceiros devido à proibição por lei.

O uso de patentes como ferramenta para estudos de mapeamento tecnológico é pouco

explorado na literatura. Conforme afirma Lage

et al.

(2013, p. 103):

As buscas por documentos de patentes podem trazer uma série de

informações. Um único documento de patente em uma base de dados pode

prover informações de caráter jurídico, das quais se ressaltam: (i) seu status

legal: se se trata um pedido de patente ou de uma patente concedida e,

algumas vezes, o estágio de processamento do pedido de patente junto ao

escritório no qual foi depositado e (ii) o país no qual foi depositado, ou ainda,

todos os países nos quais há documentos de sua família

1

. Esse segundo aspecto

indica territorialidade, item fundamental pois o monopólio conferido pela

patente concedida é restrito aos países nos quais ela foi depositada. Além dos

aspectos jurídicos, existem as informações tecnológicas contidas no documento

de patente. Essas informações quando lidas e interpretadas por pessoas que

têm conhecimento na área tecnológica em questão, são a ferramenta-chave

para o uso de documentos de patentes como fontes de informação tecnológica.

Considerando o cenário da mineração, a exaustão natural das jazidas minerais com altos

teores aumenta a necessidade do desenvolvimento de tecnologias inovadoras. Considerando a

exploração de minérios de cobre e níquel, por exemplo, a aplicação de rotas convencionais

para a extração desses metais a partir de minérios, como a pirometalurgia, apresenta custo

1

(14)

12

elevado devido ao alto gasto de energia. Devido à exaustão das jazidas e também da

ocorrência e até mesmo acúmulo de rejeitos, buscar soluções tecnológicas alternativas

tornou-se mandatório. Um exemplo de processo alternativo, já aplicado em escala industrial em vários

países, que envolve o uso de micro-organismos para solubilizar sulfetos metálicos, é a

biolixiviação (RIBEIRO, 2007).

No processo de biolixiviação, bactérias utilizam sulfetos metálicos como fonte de energia,

levando à solubilização desses metais. O gênero

Acidithiobacillus

é formado por bactérias

acidófilas, autótrofas e quimiolitotróficas, ou seja, vivem em pH ácido de 0 a 4, sua fonte de

carbono é o CO

2

, e sua fonte de energia são os compostos inorgânicos. Duas importantes

espécies desse gênero bastante utilizadas em biolixiviação são

Acidithiobacillus ferroxidans

e

Acidithiobacillus thiooxidans

(UNICAMP, 2011).

Diante do exposto, a presente dissertação analisou o desenvolvimento tecnológico relacionado

(15)

13

2

Objetivos

2.1

Objetivo Geral

O objetivo principal desta dissertação de mestrado foi analisar o desenvolvimento tecnológico

relacionado à área de biolixiviação, no cenário nacional e mundial, utilizando documentos de

patentes.

2.2

Objetivos Específicos

i.

Identificar os principais países onde as patentes são depositadas pelas empresas e

instituições de pesquisa - mercados de proteção e/ou de interesse.

ii.

Identificar o número de depósitos de residentes e estrangeiros, nos principais

países onde as patentes são depositadas - mercados de proteção e/ou de interesse.

iii.

Avaliar a evolução temporal dos depósitos de pedidos de patentes de biolixiviação

no mundo.

iv.

Identificar os principais países que geram tecnologias relacionadas à área de

biolixiviação e optam pela proteção patentária;

v.

Identificar os principais titulares de documentos de patentes - empresas e

instituições de pesquisa que geram tecnologias relacionadas à área de biolixiviação

e optam pela proteção patentária.

vi.

Identificar a participação do Brasil no cenário da biolixiviação, através da análise

dos depósitos de documentos patentários no país.

(16)

14

3

Justificativa do trabalho

Existem diversas maneiras de se realizar análises e mapeamentos tecnológicos, por exemplo, a

partir de buscas por artigos científicos e notícias, entrevistas com especialistas da área e,

também, a partir de documentos de patentes.

A Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) estima que cerca de 70% das

invenções e desenvolvimentos tecnológicos são divulgados apenas por meio de documentos

de patentes,

“o que torna

essa documentação uma das mais ricas fontes de informações

tecnológicas

(JUNGMANN, 2010, p.38).

A importância das patentes como fonte de informação tecnológica é incontestável, tal como

afirma Garcia (2006, p. 3):

O uso da patente como fonte para gerar nova tecnologia está relacionado ao

aporte de informações, principalmente quando se fazem necessárias ao

detalhamento em diferentes fases do processo de produção da tecnologia e,

por isso, nessas ocasiões demandadas. A fonte de informação alia-se a outras

fontes espontâneas e, da combinação, surge uma informação diferenciada, com

características anteriores, podendo servir ou não para nova patente. Do

conhecimento produzido, o maior percentual encontra-se divulgado em

publicações científicas e outra parte disponibilizada em documentos de

patentes. Parâmetros comparativos entre os dois tipos de documentos revelam

que a patente descreve detalhes e relaciona documentos similares que tornam

fonte de informação tecnológica.

Diante da necessidade de inovação devido aos constantes desafios ambientais, competitivos e

até mesmo de disponibilidade de minerais para serem tratados pelos processos tradicionais, a

biolixiviação foi selecionada para esse estudo por se tratar de um processo alternativo

utilizado pela indústria mineral.

(17)

15

da biolixiviação - simplicidade e baixas necessidades de investimento de capital - que torna a

referida tecnologia adequada aos países em desenvolvimento (ACEVEDO, 2002).

De acordo com Gilbertson (2000), a biolixiviação atende às necessidades atuais do setor

industrial, no que tange à facilidade de implantação/construção, facilidade de operação,

manutenção, expansão, além de questões ambientais e econômicas. O referido autor destaca

ainda algumas vantagens em utilizar a biolixiviação na extração de metais:

O processo ocorre a baixa pressão e baixa temperatura;

Não há geração de poeira ou gás dióxido de enxofre (SO2);

Investimentos de capital (Capital Expenditures - CAPEX) significativamente mais baixos

(na ordem de 50%) comparado aos tradicionais processos de refino e fusão;

Custos operacionais (Operational Expenditures - OPEX) mais baixos comparados a

operações de média escala (cerca de 150.000 t/ano para cobre);

Possibilidade de expansão em etapas;

Simplicidade de operação e manutenção, para o caso de operações em tanques

agitados;

Possibilidade de manuseio de minerais contendo arsênio, flúor e cloro com disposição

final de forma estável.

(18)

16

4

Revisão Bibliográfica

4.1

Propriedade Intelectual

A propriedade intelectual (PI), conforme definição majoritária da doutrina

jurídica brasileira, é um sistema de proteção jurídica dos bens intelectuais,

também denominados bens imateriais, nestes incluídos os direitos de

propriedade industrial - marcas, patentes, indicações geográficas e desenhos

industriais -, os direitos autorais e conexos sobre obras intelectuais, nos quais

se incluem os registros de software e as espécies de proteção sui generis, como

é o caso dos cultivares, do conhecimento tradicional e dos registros de

topografia de circuitos integrados (LAGE et al., 2013, p. 50).

As leis de patentes adotadas pelos países até o século XIX apresentavam muitas variações, o

que dificultava o cumprimento das regulamentações, tornando inviável a obtenção, pelo

titular de uma patente, de proteção em muitos países. Considerando que os interesses

comerciais são globais e, as leis de patentes se restringiam a cada país, havia a necessidade de

estabelecer um Sistema Internacional de Patentes. Portanto, no ano de 1883, a Convenção de

Paris estabeleceu as bases para padronizar internacionalmente o sistema de propriedade

industrial, principalmente no quesito patentes (MOREIRA, 2005).

Em 1967, foi instituída a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI). Conhecida

mundialmente como

World Intellectual Property Organization (WIPO) constitui-se de uma

instituição de Direito Internacional Público, com sede na Suíça, sendo uma das 16 agências

especializadas da Organização das Nações Unidas (ONU). Seu objetivo é promover

mundialmente a proteção da propriedade intelectual, por meio da cooperação entre os países.

Atualmente, é composta por 188 Estados-membros (WIPO, 2015).

(19)

17

4.2

O documento de patente

Patente consiste em um título de propriedade temporária sobre uma invenção

ou modelo de utilidade, outorgado pelo Estado aos inventores, autores ou

outras pessoas físicas ou jurídicas detentoras de direitos sobre a criação. Em

contrapartida, o inventor se obriga a revelar detalhadamente todo o conteúdo

técnico da matéria protegida pela patente (INPI, 2015).

De acordo com o Manual de Oslo (OECD, 1997), a patente é um direito de propriedade sobre

uma invenção, garantido por lei e auferido pelos órgãos oficiais de patentes. O titular de uma

patente possui direitos exclusivos para explorar a invenção patenteada, durante certo período

de tempo e, passado esse período, a sociedade pode e deve fazer amplo uso da tecnologia que

foi detalhadamente descrita pelo documento de patente.

De acordo com o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), a patente pode ser de (i)

Invenção - PI - ou (ii) Modelo de Utilidade - MU. As patentes de Invenção (PI) compreendem

produtos ou processos que atendam aos requisitos de atividade inventiva, novidade e

aplicação industrial

. Sua validade é de 20 anos, a partir da data do depósito. As patentes de

Modelo de Utilidade (MU) correspondem a

objetos de uso prático, ou parte destes,

suscetíveis de aplicação industrial, que apresentem nova forma ou disposição, envolvendo ato

inventivo, que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação

. Sua validade é

de 15 anos a partir da data do depósito (INPI, 2015).

Para que um invento seja patenteável, de acordo com a Lei da Propriedade Industrial brasileira

(BRASIL, 1996), é preciso cumprir três requisitos adotados internacionalmente: (i) novidade, (ii)

atividade inventiva e (iii) aplicação industrial.

O requisito da

novidade

exige que o invento seja novo no mundo ou significativamente

melhorado. A tecnologia contida na invenção não pode estar previamente disponível ao

público até a data do depósito do pedido de patente (BRASIL, 1996).

(20)

18

novidade em relação ao

estado da técnica

2

, o invento deve ser consideravelmente criativo

(BRASIL, 1996).

Para que um invento possua

aplicação industrial é necessário que o mesmo seja

industrializável e passível de reprodução em escala industrial. Se o invento for um produto,

esse deverá ser útil para o consumo; se for um processo, terá de ter aplicação na produção

(BRASIL, 1996).

4.3

A prospecção tecnológica

Para Terra (2000 apud TEIXEIRA, 2013) atualmente um dos recursos mais importantes para as

corporações é o conhecimento tecnológico, o qual pode ser comparado a outros capitais como

o financeiro, o físico e os recursos naturais, entre outros. Além disso, Teixeira (2013) aponta

que a gestão de tecnologias requer a prospecção de necessidades emergentes da empresa e

das novas tecnologias desenvolvidas com foco nessas necessidades. Ferramentas qualitativas e

quantitativas são utilizadas nesses estudos de forma a se obter soluções possíveis para um

determinado fim utilizando-se dados do momento presente (OLIVEIRA, 2001

apud TEIXEIRA,

2013).

Segundo Kupfer e Tigre (2004 apud TEIXEIRA, 2013), há diferentes formas de análise e técnicas

de prospecção tecnológica e, de um modo geral, estas podem ser classificadas em três grupos

principais:

1.

Monitoramento: acompanhamento contínuo dos fatos e acontecimentos ao longo da

linha histórica, além da identificação de fatores de mudanças.

2.

Métodos de previsão: realização de projeções e modelagem de tendências, de acordo

com informações históricas. Seria uma extrapolação do passado, prevendo o

desenvolvimento futuro das tecnologias atuais.

3.

Métodos de visão: cenários construídos subjetivamente por especialistas de acordo

com seus conhecimentos, percepções, experiências e

know-how com relação às

tecnologias em questão.

2

(21)

19

Coelho (2003

apud

TEIXEIRA, 2013) apresenta alguns métodos, técnicas e ferramentas de

mapeamento/prospecção mais comumente usados, tais como:

Monitoramento e sistemas de inteligência: inteligência competitiva tecnológica;

Análise de tendências: análise de regressão, curvas S, curva de aprendizado;

Opinião de especialistas: método Delphi, painel de especialistas, tecnologias críticas,

surveys

, avaliação individual, seminários/workshops/comitês;

Construção de cenários: matriz SWOT, matriz BCG (

Boston Consulting Group

), GBN

(

Global Business Network

);

Métodos computacionais/ferramentas analíticas: modelagem, simulação, análise de

patentes, análise de recursos gastos com P&D, análises multicritério, mapas

tecnológicos, análises de conteúdo, como por exemplo,

data mining,

text mining,

cientometria, bibliometria.

4.4

Análise de patentes como fonte de informação tecnológica

Segundo Araújo (1984

apud

ANTUNES, 2008, p. 45) e Cabral (1999

apud

ANTUNES, 2008, p.

45),

o documento de patente é a mais importante fonte de informação tecnológica

, pois:

Descreve a tecnologia mais recente em relação ao estado da técnica.

Permite o conhecimento de tecnologias inovadoras a partir da descrição original do

invento.

Contém grande parte de toda a tecnologia divulgada no mundo. Por outro lado,

pequena parte das demais fontes (periódicos, congressos, seminários,

etc

) publicam

integralmente a tecnologia divulgada.

Poucas patentes em vigor no mundo são válidas em países em desenvolvimento e, por

outro lado, cerca de 95% das patentes válidas nos países industrializados são de

domínio público nos demais.

O documento de patente permite a identificação das principais datas relacionadas ao invento,

tais como datas de prioridade e data de concessão, permite a identificação dos titulares, bem

como seus inventores, fornece informações quanto à situação legal da família de patente,

(22)

20

De acordo com Antunes (2008, p. 46), podem ser encontradas várias possibilidades de uso dos

documentos de patentes como fonte de informação tecnológica:

Patentes recém-publicadas podem atuar como indicadores do

estado-da-arte, apresentando informação mais recente num dado setor da técnica.

A análise pontual de um conjunto de patentes de um dado setor industrial,

originadas de um ou vários países, pode indicar tendências na evolução

desse setor.

Uma análise de cunho temporal pode ser realizada sobre um conjunto de

patentes de um determinado setor industrial, indicando como tem sido sua

evolução e apontando novos caminhos de desenvolvimento, para os quais

podem ser direcionados os esforços de modernização da indústria.

Informação quanto aos efetivos direitos da proteção patentária vigentes em

determinado país, particularmente para evitar violações da patente.

No caso de uma negociação de transferência de tecnologia, o conhecimento

das patentes permite a identificação tanto de alternativas técnicas para o

atendimento das necessidades da indústria, quanto de empresas

capacitadas no setor considerado.

Quintella

et al.

(2011) afirmam que as universidades ainda não promovem uma formação

profissional adequada, que inclui a apresentação de ferramentas e habilidades necessárias

para se realizar uma prospecção tecnológica. Quintella

et al.

(2011, p. 3) sugerem ainda que:

A prospecção tecnológica deve ser desmistificada, tornando-se ferramenta

rotineira, influenciando os processos de tomada de decisão, podendo facilitar a

apropriação com qualidade da propriedade intelectual e melhorar a gestão da

inovação, ao aumentar o senso crítico e ampliar a visão dos gargalos

tecnológicos e das oportunidades a eles associadas em cada aspecto técnico de

energia e de preservação do ambiente, além de outras áreas.

De acordo com o Manual de Oslo (OECD, 1997), as patentes podem indicar o nível de

atividades de P&D de um país e, até mesmo, sugerir a direção de possíveis mudanças

tecnológicas. O número de patentes concedidas, por exemplo,

pode refletir seu dinamismo

tecnológico

.

(23)

21

empresa que deposita patentes é presumivelmente capaz de desenvolver

inovações. Os dados sobre se as empresas solicitaram ou não, ou obtiveram ou

não, uma patente podem então fornecer informações úteis para pesquisas

sobre inovação (OECD, 1997, p. 131).

A importância do uso de patentes como fonte de informação tecnológica, também é destacada

pela OECD (2001, p. 134)

: “

Indicadores baseados em patentes são extremamente úteis para

comparar e monitorar tendências da produção de tecnologia de diferentes países

.

Antunes (2008) afirma que países desenvolvidos fazem o uso sistematizado de bases de dados

especializadas para a realização de buscas de patentes. No Brasil, o Centro de Disseminação da

Informação tecnológica (CEDIN), do INPI, desenvolve estudos com base em documentos de

patente disponíveis em diferentes bases de dados do mundo, com o intuito de promover o uso

estratégico da informação tecnológica. Estes estudos variam conforme seus objetivos. Os

Radares Tecnológicos, por exemplo, fornecem uma visão geral das tecnologias em setores

específicos, e são apresentados no formato de infográfico. Os

Estudos Setoriais têm como

objetivo

gerar informação estratégica sobre determinados setores específicos para subsidiar a

elaboração de novos marcos regulatórios, auxiliar na avaliação setorial dos resultados da

política industrial e permitir melhor utilização dos recursos de fomento à pesquisa,

desenvol

vimento e inovação tecnológica”

(INPI, 2015).

Buscas

on-line de patentes correspondem à procura por informações em

sites

especializados

na literatura patentária. Os referidos sites podem ser públicos ou privados. Os próprios órgãos

oficiais de patentes (nacionais e regionais) disponibilizam mecanismos de consulta

on-line às

suas coleções de pedidos depositados e patentes concedidas, como o United States Patent and

Trademark Office - USPTO, o

Japan Patent Office - JPO, o Instituto Nacional de Propriedade

Industrial - INPI do Brasil. Dessa forma é possível a realização de buscas de patentes para os

mais variados objetivos.

(24)

22

4.5

Classificação Internacional de Patentes (CIP)

A Classificação Internacional de Patentes (CIP), ou

International Patent Classification (IPC),

consiste na classificação de todas as áreas da tecnologia, para facilitar a busca por tecnologias

em documentos de patentes.

O referido sistema foi criado a partir da cooperação de órgãos oficiais de patentes de vários

países do mundo, e teve como base um tratado internacional de 1954, a Convenção Europeia

para a Classificação Internacional de Patentes de Invenções (ANTUNES, 2008).

A CIP é controlada pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) e é atualizada

a cada 5 anos. As áreas da tecnologia estão organizadas em oito seções principais, a saber (IPC,

2015):

Seção A - Necessidades Humanas

Seção B - Operações de Processamento; Transporte

Seção C - Química e Metalurgia

Seção D - Têxteis e Papel

Seção E - Construções Fixas

Seção F - Eng. Mecânica / Iluminação / Aquecimento

Seção G - Física

Seção H - Eletricidade

As Seções são divididas em Subseções, que são subdivididas em Classes, Subclasses, Grupos e

Subgrupos. As Classes são compostas por dois dígitos numéricos e são divididas em Subclasses,

identificadas por um símbolo (letra) colocado após o número da Classe (ANTUNES, 2008).

Exemplo:

Seção C: Química e Metalurgia

Subseções: Química / Metalurgia / Tecnologia combinatória

Dentro da

Subseção “M

etalurgia

existe a Classe C22

, que se refere a: “

Metalurgia;

ligas ferrosas ou não-ferrosas; tratamento de ligas ou de metais não-ferrosos

. Dentro

(25)

23

pré-tratamento de matérias-primas

”. Dentro da Subclasse C22B existem as seguintes

Subdivisões, por exemplo:

o

C22B 3/00 - Extração de compostos metálicos de minérios ou concentrados por

processos a úmido.

o

C22B 3/02 - . Aparelhos para esse fim.

o

C22B 3/04 - . por lixiviação.

o

C22B 3/06 - .. em soluções inorgânicas ácidas.

o

C22B 3/08 - ... ácido sulfúrico.

o

C22B 3/18 - . com o auxílio de micro-organismos ou enzimas, p. ex. bactérias ou

algas.

4.6

Bioprocessamento mineral

A aplicação de micro-organismos pela indústria mineral, no processamento de minérios e

também na remediação de resíduos, vem aumentando consideravelmente. Algumas

aplicações incluem (MESQUITA

et al.

, 2002):

Lixiviação de minérios sulfetados de baixo teor;

Biooxidação de minérios refratários de ouro;

Remoção de metais pesados de efluentes aquosos;

Lixiviação de minerais não sulfetados;

Bioflotação.

O bioprocessamento mineral pode ser dividido em (i) biolixiviação e (ii) biobeneficiamento. Na

biolixiviação, metais de interesse são lixiviados pelo íon Fe

3+

biologicamente produzido. O

biobeneficiamento contempla processos de bioflotação e biofloculação, que consiste em

remover seletivamente um ou vários mineral(is) (PEREIRA, 2007a).

4.7

Biolixiviação e seus conceitos

(26)

24

uma vez que a cinética de oxidação dessas espécies é catalisada por micro-organismos

(OLIVEIRA, 2009).

A biolixiviação, ou lixiviação bacteriana, consiste na solubilização de metais de interesse, em

meio aquoso, por micro-organismos. Alguns minérios portadores de sulfetos minerais são a

calcocita (Cu2S), bornita (Cu5FeS4), galena (PbS), esfalerita (ZnS), calcopirita (CuFeS2),

pentlandita (Fe, Ni)9S8), covelita (CuS), pirita (FeS2), arsenopirita (FeAsS), dentre outros. Certos

elementos como cobre, urânio, cobalto, níquel e zinco são alguns dos metais que podem ser

extraídos via processos biohidrometalúrgicos (CETEM, 2010). A biolixiviação faz uso da

capacidade de bactérias e arqueias, encontradas na natureza, oxidarem estes minerais

sulfetados, bem como Fe

2+

a Fe

3+

(DRESHER, 2004). Um processo alternativo é a biooxidação,

que consiste na oxidação de minerais sulfetados associados, não necessariamente

pertencentes ao metal de interesse a ser extraído, como o processamento de ouro e

dessulfurizarão de carvão. Entretanto, na literatura, há ocorrências desses termos serem

utilizados indistintamente.

Watling (2006) e Oliveira

et al.

(2010) afirmam que o processo global de lixiviação ocorre pela

oxidação microbiana dos íons de ferro e pela lixiviação química do mineral. O micro-organismo

é encarregado de prover o agente oxidante, conforme Equação 4.1. Posteriormente, há uma

interação química do Fe

3+

com a superfície do mineral, ou seja, o sulfeto é oxidado

quimicamente pelo íon Fe

3+

, conforme demonstrado pela Equação 4.2.

2 Fe

2+

+ ½ O2 + 2 H

+

→ 2 Fe

3+

+ H2O (4.1)

MeS + 2 Fe

3+

→ M

e

2+

+ 2 Fe

2+

+ S

0

(4.2)

A formação de enxofre elementar no sistema pode impedir a transferência de massa e inibir a

dissolução do metal. A Equação 4.3 mostra como o enxofre elementar S

0

formado na reação

(Equação 4.2) pode ser oxidado através da ação bacteriana, gerando ácido sulfúrico (H2SO4) e

impedindo o recobrimento do sulfeto (WATLING, 2006).

S

0

+ 3/2 O2 + H2

O → H

2SO4 (4.3)

(27)

25

i.

Mecanismo indireto: a bactéria oxida Fe

2+

(íon ferroso) a Fe

3+

(íon férrico) em solução

aquosa, e o Fe

3+

(íon férrico) oxida o sulfeto;

ii.

Mecanismo de contato indireto: a bactéria aderida à superfície do mineral oxida Fe

2+

(íon ferroso) a Fe

3+

(íon férrico) em um biofilme compreendido pela bactéria e o

material exo-polimérico (enzimas e metabólitos secretados pelas bactérias), e o Fe

3+

(íon férrico) gerado nesse biofilme oxida o sulfeto;

iii.

Mecanismo de contato direto: bactéria aderida à superfície do mineral oxida o sulfeto

diretamente por meios biológicos, sem haver nenhuma necessidade de Fe

2+

(íon

ferroso) e Fe

3+

(íon férrico). Entretanto não há nenhuma evidência, até hoje, de que o

mecanismo de contato direto realmente ocorra.

Os micro-organismos envolvidos no processo de oxidação de sulfetos metálicos são

geralmente dos gêneros

Acidithiobacillus, Leptospirillum, Sulfolobus, Sulfobacillus e Acidianus

(PINA, 2006). Esses micro-organismos são classificados, por exemplo, de acordo com a

temperatura ótima de crescimento, como mesófilos (até ± 40

o

C), termófilos moderados (±40

o

C

a 55

o

C) e termófilos extremos (±55

o

C a 80

o

C) (SHIPPERS, 2007).

Os micro-organismos do gênero

Acidithiobacillus

são os mais estudados pela comunidade

científica e, de acordo com Nemati

et al

. (1998

apud

PINA, 2006), apresentam as seguintes

características:

Quimiolitotróficos - obtêm a energia necessária para suas funções vitais por meio da

oxidação de compostos inorgânicos;

Autotróficos - utilizam CO

2

como fonte de carbono;

Mesófilos - temperatura ótima de crescimento em torno de 33

o

C;

Acidófilos - desenvolvem-se em uma faixa de pH de 1,5 a 6,0 e possuem um pH ótimo

em torno de 2,0.

Esses micro-organismos possuem grande resistência a altas concentrações de íons metálicos,

(28)

26

Alguns exemplos de micro-organismos termófilos moderados são

Acidithiobacillus caldus,

Sulfobacillus thermosulfidooxidans, Sulfobacillus acidophilus e Acidimicrobium. Já o Sulfolobus

metallicus, Sulfolobus acidocaldarius e Acidianus brierleyi são exemplos de micro-organismos

termófilos extremos (PEREIRA, 2007a).

Normalmente, experimentos laboratoriais de biolixiviação são realizados com culturas mistas

(bactérias mesófilas e termófilas), devido ao fato de representar melhor as condições de

campo - as pilhas (OLIVEIRA et al., 2010).

4.8

Aspectos históricos da biolixiviação

A aplicação de processos microbiológicos pela indústria da mineração antecede o

conhecimento do importante papel dos micro-organismos na extração de metais. A

recuperação de cobre a partir de efluentes de minas pode ser datada dos séculos quinze e

dezesseis (OLSON, 2003). Em se tratando da extração de cobre, o processo de biooxidação de

minérios sulfetados foi utilizado (apesar de não conhecido) por séculos na Espanha, Suécia,

Alemanha, China e em outros países através das técnicas de

solution mining (EHRLICH, 1999

apud OLSON, 2003).

De acordo com Brandl (2001), normalmente são consideradas o berço da biohidrometalurgia

as minas da região de Rio Tinto no sudoeste da Espanha. Essas minas foram explotadas desde

os tempos pré-românicos para a extração de cobre, ouro e prata.

Como consequência da proibição em 1878 dos processos de ustulação de minério a céu aberto

e suas resultantes emissões atmosféricas sulfúricas em Portugal, a extração de metais por

meio de rotas hidrometalúrgicas

3

foi intensificada em outros países. A partir de 1900, por

exemplo, não havia mais processos de ustulação a céu aberto de minério baixo teor nas minas

da região de Rio Tinto, Espanha. Esforços para estabelecer a (bio)lixiviação nessas minas datam

do início da década de 1890. Pilhas de 10 m de altura de minério baixo teor (0,75% Cu) foram

construídas e deixadas à decomposição natural por 1 a 3 anos, e foram recuperados

anualmente 20% a 25% de cobre (BRANDL, 2001).

3

(29)

27

Posteriormente, em 1947, o micro-organismo Thiobacillus ferrooxidans foi identificado como

parte da comunidade microbiana encontrada em uma drenagem ácida de mina (COLMER e

HINKLE, 1947 apud BRANDL, 2001).

De acordo com Olson (2003), a documentação mais antiga que registra uma aplicação

comercial de um processo biohidrometalúrgico na indústria da mineração refere-se à primeira

patente, concedida em 1958 à

Kennecott Copper Corporation, sobre a extração de cobre a

partir de rejeitos sulfetados

(ZIMMERLEY

et al., 1958). O micro-organismo

Thiobacillus

ferrooxidans foi reconhecido como regenerador do ferro férrico para atuar como oxidante dos

minerais sulfetados e, consequentemente, solubilizar o cobre. O material run-of-mine (ROM),

com baixo teor de cobre, era depositado em pilhas de rejeito de até 100 m de altura, e

lixiviado com uma solução ácida de ferro férrico. Dessa maneira, seria possível a recuperação

do cobre de forma econômica na mina de Bingham Canyon, próximo a Salt Lake City, Utah, nos

Estados Unidos. Apesar de ser reconhecido o papel das bactérias na oxidação do ferro ferroso,

a pilha de rejeitos, não era dimensionada para promover a atividade bacteriana. O texto

completo dessa patente pode ser consultado no Anexo 2.

As aplicações comerciais de processos biohidrometalúrgicos tiveram início em 1980 para pilhas

de lixiviação de cobre. A mina

Lo Aguirre, no Chile, processou cerca de 16.000 toneladas de

minério por dia entre 1980 e 1996 utilizando biolixiviação (BUSTOS et al., 1993

apud OLSON,

2003). Inúmeras outras operações de biolixiviação de cobre em pilhas foram comissionadas a

partir de 1980 (BRIERLEY, 1999 apud OLSON, 2003).

Com relação à biooxidação de minérios refratários de ouro, a usina com maior tempo de

operação é a

Goldfields (anteriormente

Genmin), utilizando o processo

BIOX®, na mina de

Fairview na África do Sul. A usina iniciou sua operação em 1986 e tratava concentrado de ouro

(pirita e arsenopirita), em reatores aerados em operação contínua (MARAIS, 1990 apud

OLSON, 2003).

De acordo com Brierley (2008), as operações de biolixiviação em pilhas de rejeito, incluindo

técnicas aprimoradas para melhorar a atividade microbiana e aumentar a taxa e a recuperação

total de cobre tiveram início em 2006, pela

BHP Billiton, na mina

Escondida, no Chile. A

produção esperada era de 180.000 a 200.000 toneladas de cobre catodo por ano durante 40

(30)

28

A Figura 4.1 apresenta um resumo dos principais acontecimentos na história da biolixiviação

ao longo da linha do tempo. Importante ressaltar que somente a partir de meados da década

de 50, a “biolixiviação”

passou a ser reconhecida como uma rota para extração de metais.

Figura 4.1. Principais acontecimentos na história da biolixiviação.

4.9

Processos industriais de biolixiviação

O processamento de fontes sulfetadas (minério, concentrado e resíduos) utilizando

micro-organismos é uma alternativa viável para extração de metais, pois, normalmente, os minerais

portadores do metal são encontrados em minérios complexos, onde os teores do metal não

ultrapassam 2% (PEREIRA, 2007a).

A biolixiviação, em escala industrial, pode utilizar as seguintes técnicas: lixiviação em pilhas de

minério (

heap leaching

), lixiviação em pilhas de rejeito (

dump leaching)

e lixiviação em tanques

agitados (

stirred tanks

), conforme apresenta Pereira (2007a).

Na biolixiviação em pilhas, grandes volumes de minério são dispostos sobre uma base

impermeabilizada formando uma pilha em formato de tronco de pirâmide. A superfície da

(31)

29

A lixiviação em pilhas de rejeito (

dump leaching)

ocorre em material depositado como rejeito.

Normalmente essas pilhas estão localizadas próximas às minas, aproveitando a conformação

natural do terreno. Neste caso, a pilha pode chegar a 100 metros de altura (PEREIRA, 2007a).

Na biolixiviação em tanques com agitação (mecânica ou pneumática), existe uma interação

significativamente maior entre a solução ácida e o mineral, em comparação aos demais

métodos de biolixiviação. Por esse motivo, o tempo necessário para a extração do metal de

interesse é menor em relação aos processos em pilhas, por exemplo. A biolixiviação em

tanques permite um maior controle das variáveis de processos, mas, em contrapartida, é uma

tecnologia que apresenta maior custo de instalação e operação em relação às operações em

pilhas

(

OLIVEIRA

et al.,

2010).

A definição do tipo de processo a ser utilizado (pilhas de minério, pilhas de rejeito

ou tanques

agitados) deve levar em consideração as características do minério tais como mineralogia,

composição química, granulometria e susceptibilidade à biolixiviação; o volume da reserva

mineral, ou seja, a quantidade de minério a ser processado; além dos custos necessários de

(32)

30

5

Metodologia

5.1.

Definição do tema de pesquisa

Definiu-se como tema de pesquisa da presente dissertação de mestrado a área de

biolixiviação.

5.2.

Definição da base de dados de busca

A base de dados de patentes escolhida para a realização desse trabalho foi a

Thomson

Innovation

®. Essa é uma ferramenta paga, de busca de dados de patentes, frequentemente

utilizada por agentes de patentes e por técnicos da área de P&D&I de grandes empresas.

Existem outras bases de dados públicas, tais como

Espacenet

e

Google Patents

. Entretanto, as

informações contidas nessas bases de dados são atualizadas com uma menor frequência se

comparado ao

Thomson Innovation

. Existem também as bases de dados dos escritórios oficiais

de patentes, como a base de dados do

INPI

, do

USPTO

, do escritório australiano, dentre

outros. Entretanto, essas últimas bases apresentam apenas as patentes depositadas em seus

respectivos países.

5.3.

Definição do critério de pesquisa

A estratégia utilizada para a busca de patentes foi a partir da CIP, pois ela define muito bem o

campo tecnológico a ser buscado. O presente trabalho utilizou a CIP

C22B 3/18

, por ser o

grupo correspondente a:

o

C

- Química; Metalurgia

o

C22

- Metalurgia; ligas ferrosas ou não-ferrosas; tratamento de ligas ou de

metais não-ferrosos

o

C22B

- Produção ou refino de metais; pré-tratamento de matérias -primas

o

C22B 3/18

- Extração de compostos metálicos de minérios ou concentrados

por processos a úmido por lixiviação com o auxílio de micro-organismos ou

(33)

31

Existem outras CIPs que se referem à biotecnologia, tais como B82Y 5/00

Nanobiotecnologia

ou nanomedicina, p. ex. engenharia de proteínas ou liberação de fármacos

”, C12Q 1/68

Processos de medição ou ensaio envolvendo enzimas ou micro-organismos envolvendo

ácidos nucléicos

, dentre outros. Entretanto o objetivo da presente dissertação foi analisar

apenas o tema biolixiviação, que é especificamente descrito pela CIP C22B 3/18.

5.4.

Execução da busca

No dia 30 de agosto de 2014, o sistema

Thomson Innovation

foi acessado e realizou-se a busca

por documentos de patentes, utilizando a CIP C22B 3/18, sem nenhuma outra restrição de

busca, inclusive não houve delimitação temporal. O resultado obtido consistiu num total de

3.549 documentos de patente depositados em todo o mundo, representando 1.076 famílias de

patentes.

5.5.

Análise das informações

Todos os documentos de patentes obtidos na busca foram exportados para uma planilha excel,

onde foi realizado o tratamento dos dados. O

Thomson Innovation

disponibiliza 93 diferentes

campos de informações para cada documento de patente. Entretanto, nem todos os campos

continha informações para todos os documentos, ou seja, havia campos vazios. Por esse

motivo, e também para dar foco à análise das informações, os campos de informações a seguir

foram selecionados para serem avaliados.

Quanto ao titular do documento de patente, também denominado titular-proprietário ou

depositante:

Assignee

Standardized

(Titular

Padronizado)

Assignee - Original

(Titular

Original)

Assignee - Original w/address

(Titular

Original com endereço)

Assignee - DWPI

(Titular

DWPI

4

)

Assignee Code - DWPI

(Código do titular

DWPI)

4

(34)

32

Quanto aos inventores:

Inventor - Original (Inventor - Original)

Inventor - w/address (Inventor - com endereço)

Quanto ao título, resumo e reivindicações do documento de patente:

Title (Título)

Title – DWPI (Título - DWPI)

Abstract (Resumo)

Abstract – DWPI (Resumo - DWPI)

Description (Descrição)

Claims (Reivindicações)

Quanto aos números e datas de depósito, publicação e prioridade:

Application Number (Número de Depósito)

Application Date (Data de Depósito)

Publication Number (Número de Publicação)

Publication Date (Data de Publicação)

Earliest Priority Year (Ano da primeira Prioridade)

Priority Date (Data de Prioridade)

Publication Kind Code (Tipo de código de publicação)

Quanto à família e classificação CIP do documento de patente:

INPADOC

5

Family Members (Membros da Família INPADOC)

INPADOC Family ID (Identificador da Família INPADOC)

DWPI Family Members (Membros da Família DWPI)

DWPI Accession Number (Número de Acesso DWPI)

IPC - Current (CIP - Atual)

IPC - Current – DWPI (CIP - Atual - DWPI)

A primeira análise realizada foi em relação aos países aonde os titulares vêm depositando seus

documentos de patentes, também considerados “mercados de proteção” de tecnologias de

5

(35)

33

biolixiviação. A identificação dos países foi realizada de acordo com o código do país que

consta no número de publicação do documento de patente. Por exemplo, o documento

CN1688729 foi depositado na China, cujo código é CN.

Para essa avaliação foi utilizado o número total de documentos de patentes encontrado na

busca, pois, uma vez que a proteção é territorial, não seria adequado utilizar o número de

famílias de patentes - lembrando que foi utilizado como estratégia de busca o CIP C22B3/18,

sem restrição temporal.

A segunda análise realizada teve o objetivo de analisar a real atratividade dos principais

mercados na área de biolixiviação, ou seja, quantos foram os depósitos de pedidos de patentes

realizados por estrangeiros em cada principal mercado/país. Para isso foi considerado o

número total de depósitos em cada país subtraído do número de depósitos realizados por

residentes do próprio país, de acordo com o código do país do número de prioridade.

A terceira análise realizada avaliou a evolução temporal dos depósitos de famílias de patentes

no mundo. Foi utilizado o ano da prioridade mais antiga de cada família de patentes, pois a

data de prioridade é a data mais próxima do nascimento da invenção, sendo mais adequada

para a presente análise do que a data de publicação ou a data de depósito.

A quarta análise realizada avaliou o país de origem das famílias de patentes, a partir da

localização geográfica do titular do documento de patente.

A análise seguinte foi em relação aos titulares das patentes. Foram avaliados todos os campos

de informações, com relação a titular/depositante, disponibilizados pelo Thomson Innovation.

O campo “

Assignee Code - DWPI

”, por exemplo, consiste em um código designado pelo

sistema

Thomson Innovation para cada empresa depositante de patente. É muito útil nas

buscas, pois existem grupos de empresas que depositam suas patentes utilizando diferentes

nomes de depositante. Um exemplo é o grupo BHP Billiton, do ramo de mineração, que possui

documentos de patentes depositados em nome de vários depositantes, dentre eles:

BHP

Billiton LTD,

BHP Billiton PTY LTD,

BHP Billiton Innovation PTY LTD,

BHP Innovation PTY LTD,

Minera Escondida, e vários outros. Além disso, observam-se casos em que há erros no registro

do nome do depositante, mais especificamente, erros de digitação, como por exemplo, Biliton

e

Billiton nos bancos de dados. Por esse motivo a busca utilizando também o código do

(36)

34

Billiton

, os “

Assignee Codes - DWP

” encontrados foram BRHI,

BILT, BILL e BHPB. Dessa forma,

foram identificadas as principais empresas/instituições depositantes de documentos de

patentes.

Ao realizar a leitura de cada documento de patente, verificou-se que havia documentos

repetidos, ou seja, pertencentes à mesma família por se tratar da mesma unidade de invenção.

Constatou-se, portanto, que existem falhas na classificação da família INPADOC.

Foram identificadas as 4 principais empresas/instituições depositantes de famílias de patentes

de biolixiviação e, posteriormente, foi realizado o mapeamento tecnológico para cada um dos

referidos titulares.

As análises seguintes foram realizadas com foco nos documentos de patentes de biolixiviação

depositados no Brasil. Avaliou-se a evolução temporal dos documentos de patentes

depositados no país, as empresas/instituições depositantes, a situação legal - ou

status

- de

cada documento no INPI, os documentos de patentes que foram gerados por residentes e,

mais especificamente, uma análise técnica detalhada dos documentos válidos no país

Imagem

Figura 4.1. Principais acontecimentos na história da biolixiviação.
Figura 6.1. Principais mercados de proteção: número absoluto de documentos de patentes
Figura  6.2.  Principais  mercados  de  proteção:  número  absoluto  de  documentos  de  patentes  depositados por estrangeiros
Tabela 6.1 Total de famílias de patentes avaliadas.
+7

Referências

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