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Jacomelli Sousa

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Academic year: 2021

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Folclore Brasileiro: uma possibilidade de se ensinar o conceito de

número na educação infantil em um espaço não-formal de

aprendizagem.

Cristiane Vinholes Jacomelli1 Prof(a). Dr(a) Maria do Carmo de Sousa2

Resumo

O presente texto refere-se a uma pesquisa do tipo qualitativa, que está em andamento, desde 2011 e que se fundamenta na teoria sócio-histórica. Tem como objetivo analisar as idéias explicitadas pelas crianças da Educação Infantil, com 04 anos de idade, enquanto participam de atividades orientadoras de ensino sobre o conceito de número. Há de se ressaltar que, tais atividades vem sendo elaboradas pela pesquisadora, considerando-se, a exemplo de Lanner de Moura (1995), personagens e lendas do folclore brasileiro. A pesquisa está sendo conduzida a partir da seguinte questão: “Quais são as idéias matemáticas explicitadas pelas crianças

de 04 anos, em um espaço não formal, quando participam de atividades orientadoras de ensino sobre o conceito de número?”. Os dados estão sendo construídos através de observações registradas pela pesquisadora no diário

de campo, gravações em vídeo, entrevista semi-estruturada com a coordenadora e produções escritas das crianças. A análise dos dados será feita mediante categorias que serão elaboradas a posteriori.

Palavras Chaves

Educação Infantil. Espaço Não-Formal. Nexos Conceituais do Número.

O presente projeto está inserido na linha de pesquisa “Educação em Ciências e Matemática” e tem como objetivo geral analisar as idéias explicitadas pelas crianças da Educação Infantil, com 04 anos de idade, enquanto participam de atividades orientadoras de ensino sobre o conceito de número. As atividades considerarão personagens e lendas do folclore brasileiro. Em vista do tema deste evento, procuraremos falar um pouco sobre o currículo em um espaço não formal de aprendizagem, relacionando-o com o produto educacional resultante deste projeto de mestrado, quer seja, uma série de atividades orientadoras de ensino (MOURA, 2010) que levam em conta os nexos conceituais numéricos.

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O espaço onde será realizada a pesquisa é uma ONG, localizada na periferia da cidade de São Carlos. A instituição é mantida por doações e arrecadações feitas através de festas, bingos e bazares. São vários os projetos realizados no espaço como aulas de informática, costura, dança e reforço escolar para alunos do Ensino Fundamental e Médio, mas o que mais interessa a este projeto é a creche que recebe 60 crianças de 3 a 6 anos do próprio bairro que permanecem neste local durante o período em que os pais trabalham.

Enquanto as crianças estão neste ambiente são convidadas a participar de atividades educativas, as quais são pensadas pela coordenadora na perspectiva sócio-histórica. Nesse sentido, constatamos que a coordenadora procura realizar estudos de textos e discussões com todos os funcionários e professores, considerando-se que todos são educadores. Ressaltamos que, no ambiente da ONG, considerado espaço não formal, as crianças estão sempre em contato com a escrita, para que comecem a perceber a importância desta prática social e sintam a necessidade de se apropriar dela. Outro ponto forte desta perspectiva de trabalho, considerada, envolve a participação das famílias no ambiente escolar.

Segundo Gohn (2011), a educação não formal deve: 1) ensinar aos seus participantes, os direitos e deveres como cidadãos; 2) desenvolver potencialidades e habilidades para o trabalho, 3) preparar os sujeitos para refletirem sobre possíveis soluções para problemas cotidianos, 4) trabalhar os conteúdos da escola formal, 5) educar para a era da informação e 6) educar para bem viver. Para a autora, muitas vezes define-se educação não formal como aquilo que falta para ser educação formal, porém para ela há duas diferenças entre estes espaços educacionais: organizacional e estrutura do processo de aprendizado.

É por este motivo que, um espaço de educação não formal tem uma abertura maior para realizar um trabalho diferenciado com metodologias variadas e seu currículo é mais flexível do que das instituições de ensino governamentais. Por isso, a teoria sócio-histórica se apresenta como uma alternativa. Tal teoria é baseada na dialética marxista, pois os fenômenos devem ser vistos como um processo em movimento (MOYSÉS, 1997). Por isso, trabalha, principalmente, com o desenvolvimento das funções psíquicas superiores da criança, já que esse é um processo dinâmico ao longo de toda a vida. De acordo com esta teoria, a criança só aprende quando está inserida em uma cultura que lhe transmitirá os conceitos que foram historicamente e socialmente construídos. Há de se considerar ainda os estudos de Vygotsky sobre mediação, onde instrumentos e signos poderão contribuir com o desenvolvimento da consciência.

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Diante disso, segundo Mello (1999), o papel da educação, nesta perspectiva, seria o de selecionar e apresentar às crianças aspectos da cultura que sejam relevantes para que desenvolvam aptidões, habilidades e capacidades, pois as crianças já estão inseridas em práticas sociais desde que nascem, mas não vêm com predisposição para, por exemplo, aprender matemática em seu código genético e isso precisa ser-lhes apresentado por alguém que já apreendeu tal conceito.

Reforçando este argumento, de acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, este nível de escolaridade passa a ser a primeira etapa da educação básica, tendo como objetivo principal a socialização das crianças em ambientes que possibilitem a elas conhecerem e/ou expandirem seus conhecimentos da realidade social e cultural.

Ainda segundo o mesmo Referencial, as crianças estão em contato com conhecimentos matemáticos desde seu nascimento, seja através de princípios de contagem, noções de espaço e forma ou relações entre quantidades, por exemplo. Porém, elas desenvolvem métodos próprios de interação com esse conhecimento e cabe à instituição escolar aproximá-las das convenções construídas histórica e socialmente.

Desse modo, tendo a teoria sócio-histórica como um dos temas presentes nas propostas atuais de ensino para a Educação Infantil e os espaços não formais de Educação como ambientes ainda pouco explorados pelas pesquisas, considera-se como importante a reflexão nesta modalidade de ensino, de maneira a proporcionar às crianças um primeiro contato com a Matemática, desenvolvendo nelas a necessidade de se conhecer os nexos conceituais de número, como por exemplo: senso numérico, correspondência um a um, agrupamento, sistemas de numeração, representação numérica etc.

Para Leontiev, o homem aprendeu conceitos na prática social, a partir da necessidade, incluindo-se aí, o conceito de número. Para ele a atividade é entendida como “aqueles processos que, realizando as relações do homem com o mundo, satisfazem uma necessidade especial correspondente a ele.” Além disso, em cada etapa de nossa vida temos uma atividade principal, que no caso dos pequenos é brincar. Cabe ao educador fazer esse brincar ter sentido, pois pode ser uma oportunidade rica de aprendizagem para a criança. (MOURA, 2010).

Entendemos que, no ensino de crianças pequenas é importante promover experiências diversificadas que as façam se envolver. Além disso, deve-se levar em conta seu contexto, suas experiências, seus conhecimentos espontâneos e os temas que atraem sua atenção para

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personagens e lendas do folclore brasileiro para elaborar as atividades orientadoras de ensino, conforme os estudos de Lanner de Moura (1995), pois este é rico em saberes populares e vem sendo transmitido de geração em geração.

O artigo de Izumi e Martins Junior (2006) sobre danças folclóricas nas aulas de educação física como meio de formação e de integração cultural, trouxe algumas elucidações sobre a importância do ensino em se utilizar do folclore. As referências citadas no trabalho devem ser estudadas mais a fundo no decorrer do projeto.

Megale (2000) afirma que, além de trazer os benefícios culturais de quem o estuda com amor e interesse, o folclore ajuda também a compreender os problemas da sociedade, por refletir os conhecimentos aceitos pelos antepassados e transmitidos à geração moderna, que é ao mesmo tempo fiel ao passado e alerta às solicitações do presente (IZUMI & MARTINS JUNIOR, 2006, p. 112).

Segundo Pinto (1983), o folclore é de saber ilimitado e nas mãos do educador é uma arma potentíssima de cultura, que lhe propicia ensinar recreando (IZUMI & MARTINS JUNIOR, 2006, p. 112).

Para desenvolver esta investigação, estamos nos fundamentando na tese de Lanner deMoura (1995), pois a pesquisa mostra como a criança em idade pré-escolar se apropria do conceito de medida com atividades baseadas nos pilares da teoria sócio-histórica, onde a autora se utiliza da personagem do folclore Curupira para realizar uma atividade onde as crianças precisariam medir a sala com os passos e verificar que esse tipo de medida não é preciso, por isso seria necessário alguma coisa que padronizasse um tamanho para medir distâncias. Assim, começam a ser inseridas as medidas padronizadas a partir de uma necessidade sentida pela criança.

A pesquisa desenvolvida em 2008 por Guillen apresenta um estudo de caso, o qual analisa as percepções de crianças do primeiro ano do Ensino Fundamental sobre o conceito numérico. As atividades orientadoras de ensino (MOURA, 2003) fundamentam-se nas ideias de Ifrah (2000), que também fará parte da nossa pesquisa, quanto ao conceito de número historicamente construído, pois, as pesquisas citadas indicam que as crianças, ao desenvolverem tais atividades, parecem percorrer alguns caminhos, em suas práticas sociais, bem parecidos com aqueles percorridos por diversas civilizações.

Apesar dos estudos que já fizemos, até o momento, percebe-se que ainda há lacunas na articulação da Educação Infantil com o ensino de Matemática e, principalmente, quando se trata do ensino em espaços não formais, onde os estudos ainda são escassos. Assim, a partir dos pressupostos indicados anteriormente, elaboramos a seguinte questão de pesquisa: “Quais

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são as idéias matemáticas explicitadas pelas crianças de 04 anos, em um espaço não formal, quando participam de atividades orientadoras de ensino sobre o conceito de número?”.

Para responder essa questão, adotaremos a pesquisa qualitativa, ou seja, a pesquisa será pautada em descrições, comparações e interpretações. Como algumas características básicas deste tipo de pesquisa, citados por Bogdan e Biklen (1994) têm-se: o ambiente natural como fonte direta de dados; o principal instrumento da pesquisa é o próprio pesquisador; os dados coletados são predominantemente descritivos; a ênfase do trabalho é sobre o processo e não sobre o produto; a importância que os participantes dão às coisas devem ser focos de atenção especial pelo pesquisador. Ainda não definimos qual será o tipo de pesquisa qualitativa a ser realizado.

Os participantes da pesquisa serão crianças com 4 anos de idade que estão inseridas em um espaço não formal de aprendizagem, em um bairro da periferia da cidade de São Carlos - SP. Este público foi escolhido, pois estão em um espaço que busca levar em conta aspectos da cultura em sua aprendizagem através de aspectos da teoria sócio-histórica e também, porque as crianças desta faixa etária poderão ser acompanhadas nos dois anos de duração da pesquisa.

Neste momento, estão sendo pensadas e organizadas pela pesquisadora, atividades orientadoras de ensino que levam em conta aspectos do folclore brasileiro, considerando-se os nexos conceituais numéricos propostos por Ifrah (2000) como senso numérico, correspondência um a um, agrupamento, valor posicional, escrita das quantidades, sistemas de numeração e sistemas de numeração decimal, que serão trabalhadas com os sujeitos.

A primeira parte dessas atividades já foi elaborada e conta com uma história que envolve os seguintes personagens do folclore brasileiro: Negrinho do Pastoreio, Saci-Pererê, Iara e Boto Cor-de-Rosa. As várias histórias foram agrupadas em uma, onde os vários personagens vão interagindo de maneira a ajudar o Negrinho do Pastoreio a conferir quantos cavalos o patrão mandou que ele cuidasse, mesmo sem ainda saber contar. No decorrer do conto, os problemas matemáticos relativos aos nexos conceituais do número vão sendo propostos para que as crianças pensem conjuntamente com os colegas.

Segue abaixo um exemplo desta atividade:

Após receber a ordem do patrão para que pastoreasse os cavalos, sem que nenhum se perdesse ou seria castigado, o Negrinho do Pastoreio encontra o Saci-Pererê, que o ajuda a pensar sobre como conferir se não perderia nenhum cavalo:

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“O menino preocupado (Negrinho do Pastoreio) ficou sentado em uma pedra perto do cercado dos animais pensando em como conferir os cavalos para que soubesse que não havia perdido nenhum. Foi, então, que viu que um menino negro, que tinha uma perna só e usava um gorro vermelho, vinha se aproximando e cantando uma cantiga de roda:

Um, dois,

Feijão com arroz.

Três, quatro, Feijão no prato.

Cinco, seis, Pulo uma vez.

Sete, oito, Comer biscoito.

Nove, dez, Comer pastéis.

O Negrinho logo reconheceu que se tratava do Saci-Pererê. O Saci percebendo a preocupação do menino perguntou:

– O que te preocupa, meu amigo?

– Eu preciso saber quantos cavalos eu tenho, antes de levá-los ao campo, para que eu possa verificar se não falta nenhum na hora de voltar – respondeu o Negrinho.

– Isso é fácil. Quando faço minhas traquinagens como, por exemplo, roubar ovos, consigo saber se tenho muito ou pouco para meu almoço – disse-lhe o Saci.”

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“Atividade 1 - Junte-se com alguns amigos e pense em como a contagem do Saci poderia ser feita para os cavalos do Negrinho. A resposta de cada grupo será apresentada para todos, que deverão escolher a melhor.”

A ideia é que as crianças pensem em estratégias de contagem sem a utilização dos números em si, mas marcando a quantidade de coisas utilizando outros objetos. Por exemplo, sugerirem que o Negrinho contasse os cavalos separando uma pedrinha para cada animal. Nesse momento, espera-se que cheguem a uma ideia intuitiva para a contagem um a um, pois na sequencia da história proposta este será o próximo problema do Negrinho do Pastoreio, que terá que separar cavalos para o patrão ir até a cidade.

“Atividade 2 – Como o Negrinho fez para separar os cavalos para o patrão ir à cidade utilizando a contagem um a um? Em que momento ele percebeu quantos cavalos ele precisava levar: Como isto dificulta a ideia do muito ou pouco?”

Seguindo esta lógica, as atividades dois e três propõem que as crianças tentem ajudar o Negrinho a contar os cavalos, utilizando-se menos pedrinhas, já que esperamos começar a introduzir a idéia de base, para chegarmos até a base utilizada por nós atualmente, ou seja, o número decimal. Nesse momento da história, o Negrinho encontra a Iara e o Boto que o ajudam a pensar esse problema.

A ideia das atividades é seguir certa ordem da elaboração do conceito de número que se acredita que os povos antigos tenham passado até que se convencionasse o sistema de numeração como, hoje, o conhecemos. A próxima etapa a ser abordada consistirá em contar utilizando-se partes do corpo humano, uma prática muito comum entre povos antigos, já que era mais prático do que carregar pedras ou gravetos (IFRAH, 2000). Além disso, no decorrer do conto elaborado estão sendo inseridas cantigas de roda, parlendas, brincadeiras populares e personagens folclóricos, com o fim de aproximar as crianças e a Matemática de alguns aspectos da cultura brasileira.

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O trabalho com as crianças será realizado de forma lúdica através de contação de histórias. As possibilidades de trabalho serão definidas, em seguida, de acordo com a disponibilidade da ONG e de recursos didáticos como fantoches, fantasias, brinquedos, etc.

Há de se ressaltar que dentro da perspectiva do Observatório da Educação, essas atividades são vistas como produtos educacionais, pois são criações da pesquisadora com o fim de diversificar as práticas de ensino/aprendizagem e serem compartilhadas com os colegas professores. No espaço da ONG tivemos maior abertura para decidir o que e como trabalhar a Matemática, pois apesar de seguirem as Diretrizes Curriculares Nacionais para a

Educação Infantil do governo federal, o currículo é pensado juntamente com as professoras e

demais funcionários.

No que diz respeito à Matemática, ela acaba ficando deixada de lado, pois as professoras não se sentem seguras ao abordar os conteúdos. Por isso, a coordenadora se mostrou bastante interessada na possibilidade de trabalho por nós apresentada, encarando-a como um incentivo e exemplo para que as professoras trabalhem mais os conteúdos matemáticos com as crianças, ou seja, incorporando a proposta no currículo dessa instituição. Assim, percebemos a maior abertura para a criação de produtos educacionais em um espaço não formal de aprendizagem, graças à flexibilidade de seu currículo, o que para os ensinos fundamental e médio seria mais limitado, devido ao engessamento do currículo, principalmente, no estado de São Paulo com a nova Proposta Curricular vigente desde 2008.

Nos próximos passos da pesquisa, os dados serão construídos por meio de observações, entrevistas semi-estruturadas, diário de campo da pesquisadora, gravações em vídeo com a permissão dos pais dos participantes e análise de documentos.

As observações serão registradas através do diário de campo da pesquisadora escrito ao final dos encontros para marcar as impressões desta em relação aos encontros. Também pretendemos registrá-las por meio de gravações em vídeo que deverão ser autorizadas pelos pais das crianças para serem analisadas a posteriori, este instrumento será utilizado para captar o máximo possível das interações que ocorrerão durante os encontros como, por exemplo, entre as crianças e seus colegas, entre a pesquisadora e as crianças e entre as crianças e o conhecimento. A partir destas interações teremos condições de analisar as idéias matemáticas que serão apresentadas pelas crianças.

Vale a pena ressaltar que, já realizamos uma entrevista semi-estruturada com a coordenadora pedagógica da ONG, a fim de demarcar o percurso dessa instituição e compreender o olhar da coordenadora sobre o trabalho com as crianças, o que estão fazendo e

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o que pretendem fazer para aproximá-las dos conceitos matemáticos e da perspectiva sócio-histórica, ou seja, ilustraremos o cenário onde a pesquisa será realizada, a partir do olhar da pesquisadora. Estamos na fase de transcrição de trechos indispensáveis para esta pesquisa.

Por fim, faremos análise documental das atividades desenvolvidas pelas crianças para complementar as informações obtidas em outras técnicas, como para revelar novos aspectos do tema ou problema estudado. (LÜDKE; ANDRÉ, 1986). O material para esta análise será obtido através de: 1) produção escrita (desenhos, outras formas de representação, etc) das crianças sobre os nexos conceituais do número, a partir das histórias folclóricas que contaremos a elas; 2) anotações da própria pesquisadora e documentos oficiais cedidos pela coordenadora. Esta etapa será realizada para que se possa fazer a caracterização legal da ONG e verificar como as crianças estão sistematizando o conhecimento na forma escrita seja ela pictórica, alfabética ou numérica.

A fase de análise envolverá, primeiramente, a organização das informações obtidas por meio dos instrumentos de construção dos dados em categorias que serão definidas de acordo com o aparecimento de aspectos relevantes para respondermos a questão de pesquisa. Para análise qualitativa dos dados, que segundo Minayo (2002) abrange a interpretação dos dados, será realizado um aprofundamento teórico sobre o tema através de revisão bibliográfica, aliada aos dados a partir dos registros das gravações, dos trabalhos produzidos pelos sujeitos da pesquisa e da entrevista realizada com a coordenadora, os quais subsidiarão apontamentos para a questão norteadora da investigação.

Espera-se com este trabalho que as crianças de 4 anos que se encontram neste espaço não-formal de aprendizagem expressem idéias matemáticas sobre os nexos conceituais do número. Já foi possível perceber que, pelo menos no que diz respeito ao ensino em um espaço não formal, é possível que os professores tenham abertura para criar produtos educacionais e reformular o currículo de acordo com as necessidades deles mesmos e das crianças, o que parece não acontecer na Educação formal, já que as propostas chegam de fora para dentro e acabam sendo impostas aos professores e não pensadas conjuntamente com eles.

Referências Bibliográficas.

BOGDAN, R.; BIKLEN, S. Investigação qualitativa em educação. Porto: Porto Editora, 1994.

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FIORENTINI, D. & LORENZATO, S. Investigação em Educação Matemática: percursos teóricos e metodológicos. Campinas, SP: Autores Associados, 2006. (Coleção Formação de Professores).

GOHN, M. da G. Educação não-formal e cultura política. São Paulo: Cortez, 5. ed. 2011 GOHN, M. da G. Educação não-formal e o educador social. São Paulo: Cortez, .1 ed. 2010 GUILLEN, J.D.; SOUSA, M. C. Percepções de crianças do 1º ano do Ensino Fundamental sobre o conceito numérico. In: XIII CIAEM - Conferência Interamericana de Educação Matemática, 2011, Recife. XIII CIAEM. Recife: UFPE, 2011.

IFRAH, G. Os números: a história de uma grande invenção. São Paulo: Globo, 1998

IZUMI, C. M.; MARTINS JUNIOR, J. A relevância do folclore nas escolas municipais: um estudo sobre a dança folclórica. Iniciação Científica Cesumar. v. 8, nº 2, p. 111-117, 2006. LUDKE, M. & ANDRÉ, M.E.D.A., Pesquisa em Educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.

MELLO, S. do A. Algumas implicações pedagógicas da Escola deVygotsky para a educação infantil. Revista Pro-Posições, v. 10, n. 1, p. 16-27, mar. 1999.

MINAYO, M. C. de S. et al. (Org.) Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 2. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2002.

MOURA, A. R. L. A medida e a criança pré-escolar. Tese de Doutorado. Faculdade de Educação - UNICAMP, Campinas, SP, 1995.

MOURA, M. O. de (Org.) A atividade Pedagógica na Teoria Histórico-cultural. 1ª. ed. Brasília-DF, 2010.

Referências

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