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PALAVRAS-CHAVE: Gênero; Teoria feminista; Representação; Subalternidades; Orientalismo.

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FEMINISMO E PÓS-COLONIALISMO: DEBATES, CONSIDERAÇÕES E DESAFIOS

DE SOUZA, Paula Tainar. PPGH-FCL UNESP/Assis-SP

RESUMO

Esta proposta de pesquisa tem como objetivo central estabelecer uma revisão teórica acerca do movimento feminista vinculado aos estudos pós-coloniais. Os estudos de gênero e subalternos surgem em um contexto de crítica no âmbito da cultura, que alcança temáticas políticas. Devido ao processo de globalização nota-se um hibridismo na cultura, no pensamento, movimentos sociais, assim como a universalização do conceito de mulher. O feminismo estabelece uma crítica ao marxismo, que compreende a sociedade a partir da luta de classe, e, portanto, universaliza o sujeito privilegiando o gênero masculino. No entanto, o feminismo também se limitou ao tentar construir a mulher enquanto sujeito político homogêneo, pois, conforme se pluralizou, adquiriu reivindicações distintas de acordo com o contexto no qual está inserido. Assim como o pós-colonialismo, feminismo reivindica atuação enquanto sujeito social, tentativa de rompimento com os silenciamentos e representações de outrem. As questões centrais do feminismo pós-colonialista compreendem forma de atuação do gênero feminino que vão além das reivindicações do feminismo influenciado pela ideologia burguesa. Ambos os feminismos se preocupam em compreender a atuação do gênero feminino na história, política, cultura; no entanto, o feminismo pós-colonial destaca alguns problemas contextuais distantes da realidade ocidental. Assim, é o intento da pesquisa levantar questões pertinentes ao movimento feminista na atualidade e confrontar as limitações, críticas e particularidades de reivindicações das mulheres contextualizadas no Ocidente e Oriente.

PALAVRAS-CHAVE: Gênero; Teoria feminista; Representação; Subalternidades; Orientalismo.

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FEMINISM AND POST-COLONIALISM: DEBATES, CONSIDERATIONS AND CHALLENGES

ABSTRACT

This research proposal has aims at establishing a theoretical review about the feminist movement linked to post-colonial studies. Gender and subordinate studies emerge in a context of criticism in the scope of culture, reaching political aspects. Due to the globalization process, a hybridism in culture can be observed, as well as in thought and social movements, coupled with the universalization of the concept of woman. Feminism establishes a critique of Marxism, which approaches society from the class conflict standpoint and, therefore, universalizes the subject granting privileges to the male gender. However, the feminism was also limited in trying to build women as a homogeneous political subject, since it acquired distinct claims over time, according to the context in which it was inserted. Like post-colonialism, the feminism claims to act as a social subject, an attempt to break with the silences and representations by others. The central issues of post-colonialist feminism deal with the way of acting of the female gender, going beyond the demands of the feminism influenced by a bourgeois ideology. Both versions of feminism are concerned with understanding the role of the female gender in history, politics, culture; however, post-colonial feminism highlights some contextual problems that are far from Western reality. Thus, it is the intention of the research to raise issues pertinent to the feminist movement today and to confront the limitations, criticisms and idiosyncrasies of the demands of women, contextualized in the West and East.

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INTRODUÇÃO

A presente pesquisa possui o objetivo central de estabelecer uma revisão teórica acerca do movimento feminista, inclusive em sua vertente relacionada aos estudos pós-coloniais. Tanto a corrente teórica do pós-colonialismo, como o feminismo, busca o resgate dos sujeitos silenciados historicamente, o subalterno e a mulher. Ambos se desenvolvem simultaneamente em contexto de crítica no campo da cultura. A mulher, por sua vez, está inserida em ambas as categorias devido à sua condição dupla de silenciamento, por estar inserida em uma conjuntura de Terceiro Mundo. A proposta teórica das feministas pós-coloniais visa romper com a universalização de conceitos e categorias, inclusive dos sujeitos, método presente nas Ciências Humanas para melhor compreensão da sociedade (MARIANO, 2005). A globalização, fenômeno do século XX, contribuiu com esse fenômeno, além de fermentar o hibridismo cultural e ideológico, tão presentes nos movimentos sociais. Movimentos estes que se dedicam para conseguir uma compreensão da discriminação, desigualdade social, luta pela emancipação da mulher, imposições culturais e reprodução das tradições, e revertê-las. Em um contexto globalizado é pertinente a presença dos direitos humanos, no entanto, quando ocorre a universalização de normas e condutas, influencia a manutenção hegemônica dos privilegiados em detrimento de particularidades culturais do(a) outro(a). Sendo assim, a presente pesquisa tem o intento de realizar uma revisão teórica de autoras com as quais tivemos contato, a fim de compreender os processos e transformações resultantes da luta feminina por emancipação em suas vertentes. Em um primeiro momento far-se-á uma revisão acerca das fases do movimento feminista, desde o seu surgimento; e segundo, buscar a compreensão das particularidades do feminismo pós-colonial e suas críticas acerca do movimento feminista. Nos interessa também destacar algumas questões pertinentes do feminismo na atualidade, bem como as limitações e particularidades decorrentes de seu desmembramento.

SURGIMENTO E FASES DO MOVIMENTO FEMINISTA

O feminismo surgiu na França, no século XIX, em um contexto de luta dos movimentos sociais em defesa dos direitos civis, dos negros, revoltas estudantis, lutas anticoloniais e antirracistas (TAVARES, 2012). Devido às reivindicações liberais de direitos civis da Revolução Francesa, com o ideal de igualdade, liberdade e fraternidade, as mulheres se viram

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estimuladas a lutarem também por seus direitos. Muitas mulheres, juntamente com os homens, foram para as ruas e se envolveram em protestos, no entanto, as conquistas do processo revolucionário não foi compartilhada com ambos os gêneros. A pauta burguesa não havia incluído as reivindicações das mulheres. Sendo assim, a escrita da Declaração dos Direitos da

mulher e da cidadã (1791), por Olympe de Gouges1, foi uma resposta à Declaração dos

Direitos do homem e do cidadão, assinado pela Assembleia Nacional Constituinte da França no ano de 1789.

A primeira fase do movimento feminista reivindicava a participação política e direitos civis para as mulheres, já que os homens liberais lutaram por seus direitos, mas restringiram suas conquistas apenas ao gênero masculino. A conquista dos homens burgueses tinha o foco na liberdade política, individual e econômica durante a decadência da monarquia na França. As mulheres burguesas, por sua vez, queriam igualdade aos homens burgueses, e, portanto, não incluíram as reivindicações das mulheres proletárias, nem das mulheres negras. Michelle Perrot nos chama atenção para a limitação do movimento, voltado para o caso específico da mulher branca de classe média. Enquanto as mulheres brancas lutavam para deixar de ser propriedade do marido, as mulheres negras lutavam para deixar de ser considerada um objeto. É possível observar que, da mesma forma que mulheres lutaram ao lado de homens durante a Revolução Francesa e não conquistaram seus direitos reivindicados de maneira imediata, mulheres negras lutaram ao lado de mulheres brancas e não conquistaram seus direitos de forma instantânea2. Podemos citar o exemplo de Sojourner Truth, ex-escrava e abolicionista afro-americana, que questionou os ‘privilégios’ das mulheres brancas, apesar de ambas estarem sob condição de repressão. Mas, a mulher negra, diferente da mulher branca, era um bem jurídico, sua luta é para que sua condição de ser humano seja reconhecida (SILVA, 2019).

A primeira conquista das mulheres da primeira fase do feminismo foi o direito ao voto3, decorrente de manifestações das sufragistas4. O movimento não ficou restrito à França, tendo

1 Condenada à morte pela guilhotina, devido à escrita da obra que reivindicava direitos civis também para as

mulheres, apesar de ela ter lutado ao lado de homens durante a Revolução Francesa. Estes homens tinham a crença de que direitos civis eram apenas para os homens, as mulheres, por sua vez, deveriam ficar restritas ao espaço doméstico para executar o papel de mãe, esposa e filha.

2 Apesar de mulheres estarem lutando juntas, houveram divergências no interior do movimento. Margaret Sanger

era feminista, no entanto, organizou a possibilidade de planejamento familiar, excluindo os negros e muito influenciada pela teoria da eugenia, pregava a eliminação deles. Era favorável a política de branqueamento através da esterilização de negros, pois os considerava uma “raça inferior e inadequada”.

3 Voto é um ato que está diretamente relacionado a cidadania, é uma das práticas mais relacionadas à participação

política pública desde a Grécia durante a Antiguidade, por isso, é coerente que essa tenha sido uma das primeiras reivindicações das mulheres na conquista do espaço público e no seu reconhecimento como cidadã.

4 Movimento feminino que ocorreu na transição do século XIX para o século XX, reivindicava o direito feminino

ao voto e a organização sexista da política - que restringia a participação aos homens, defendendo o espaço doméstico enquanto o local da mulher.

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representação também nos Estados Unidos e Reino Unido, com o foco na conquista de direitos jurídicos. Em pleno desenvolvimento da classe burguesa, as mulheres queriam direito à propriedade e liberdade contratual, incluindo a possibilidade de decidir sobre o seu casamento, questionando sua posição de propriedade do homem. Ao longo do século XX o movimento sofreu inúmeras transformações, inclusive devido à Primeira Guerra, que ao exigir a presença dos homens no campo de batalha, demonstra a necessidade por trabalhadores nas fábricas, principalmente na indústria bélica. Neste momento, as mulheres ocupam o lugar dos homens nas fábricas, demonstrando que a teoria de que mulheres não podem trabalhar fora de casa é errônea. O fenômeno fortaleceu a luta das mulheres e temos a duração da primeira onda do feminismo até meados do século XX. De acordo com Michelle Perrot (2004) temos a Idade de Ouro do feminismo chegando ao seu fim, simultaneamente com o fim da Segunda Guerra Mundial e dos governos totalitários. Após o fim das guerras, os homens tinham o interesse de reocupar seus postos de origem, no entanto, as mulheres iniciam uma luta para não perder as conquistas iniciais para o movimento feminista em meio à Grande Guerra.

A segunda fase do movimento feminista se iniciou na segunda metade do século XX, com o interesse de expandir a participação política e social para as mulheres, na tentativa de abolir também as desigualdades culturais e políticas. Nesta fase foi utilizado os meios de comunicação de massa em larga escala, sendo possível maior alcance de mulheres, que passaram a refletir sobre sua condição subalterna e exploração sobre seu próprio corpo. É nesse contexto que surge a distinção entre: sexo, do plano biológico; e gênero, relativo ao plano social. A obra O Segundo Sexo, da autora Simone de Beauvoir, representa um abre-alas da segunda fase do movimento, bem como um símbolo do avanço das reivindicações femininas. Beauvoir não só analisa a condição da mulher no plano social, político e psicológico, como também direciona a crítica ao materialismo histórico. De modo que a autora aponta o desenvolvimento dos instrumentos e o surgimento de uma nova divisão do trabalho que tira a igualdade das relações de gênero, ao passo que o homem passa a recorrer ao trabalho de outros homens e a mulher reduz-se a mera propriedade.

A propriedade privada aparece; senhor dos escravos e da terra, o homem torna-se também proprietário da mulher. Nisso consiste “a grande derrota histórica do feminino”. [...] O trabalho doméstico da mulher desaparecia, então, ao lado do trabalho produtivo do homem; o segundo era tudo, o primeiro um anexo insignificante.” O direito paterno substitui-se então ao direito materno; a transmissão da propriedade faz-se de pai a filho e não mais da mulher a seu clã. É o aparecimento da família patriarcal baseada na propriedade privada. Nessa família a mulher é oprimida. (BEAUVOIR, 2016, p. 84, 85)

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O feminismo direciona uma crítica à teoria marxista, que utiliza a divisão de classes na compreensão das relações sociais e se detém a uma compreensão econômica da sociedade, resultando em uma universalização do sujeito. O sujeito fica restrito - homem e burguês -, de modo que se o indivíduo não for inserido nessa categoria é excluído ou aprisionado na sua singularidade. No livro Manifesto comunista, Marx e Engels já haviam realizado a crítica ao pensamento burguês, mas ela é direcionada a maneira como o burguês compreende a família do proletário.

Para o burguês, sua mulher nada mais é que um instrumento de produção. Ouvindo dizer que os instrumentos de produção serão explorados em comum, conclui naturalmente que ocorrerá o mesmo com as mulheres. Não imagina que se trata precisamente de arrancar a mulher de seu papel atual de simples instrumento de produção. (MARX; ENGELS, 2001, p. 34)

O Manifesto comunista direciona a crítica para a relação que a classe burguesa estabelece com a estrutura familiar do proletariado, atitude burguesa compreendida enquanto destruição da família ao considerar os seus membros como meros instrumentos de trabalho utilizados para o comércio e o lucro. A interpretação não é muito diferente da compreensão do feminismo na forma como o pensamento liberal reduz a compreensão da mulher em meio de produção. No entanto, para além da restrição na ideologia burguesa, homens não burgueses também reproduzem esse modelo sem questioná-lo. O feminismo continua influenciado pela ideologia burguesa, ao mesmo tempo em que aponta as incoerências na forma como a teoria marxista compreende e analisa a sociedade, focando no viés econômico. De acordo com Beauvoir (2006) a mulher e o proletariado são oprimidos. Essa forma de análise compreende a sociedade a partir da luta de classe, e, portanto, universaliza o sujeito privilegiando o gênero masculino: o que detém o meio de produção versus aquele que detém a força de trabalho. Se a mulher não possui uma vida pública, está excluída dessa maneira de compreensão social.

Devido à necessidade de igualar as mulheres em uma luta coletiva e padronizada, a condição biológica que permite engravidar tornou-se um ponto em comum, capaz de uni-las perante a luta contra a opressão. Ao mesmo tempo que o condicionamento a possibilidade da mulher era encarado enquanto um sistema que possibilitava a opressão da mulher através da reprodução, essa condição era um “fardo da natureza” inevitável (SILVA, 2019, l. 13). Os métodos contraceptivos, criados na década de 1960, trouxe a possibilidade de escolha, permitiu uma nova relação de seus próprios corpos5, bem como direitos reprodutivos e liberdade sexual.

5 Um acontecimento célebre da segunda fase do feminismo foi a suposta queima de sutiãs, Miss America protest,

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Quanto ao histórico de luta da mulher, a afirmação de Beauvoir (2016) “ninguém nasce mulher, torna-se mulher”, nos remete à compreensão de que ser-mulher é uma construção social através das imposições masculinas. A mulher foi, por séculos, silenciada e atualmente este processo de silenciamento é plural, assim como o discurso do feminismo ocidental, que impõe suas reivindicações ao reforçar os estereótipos de mulheres contextualizadas em outros territórios.

A terceira fase do feminismo começa a se desenvolver na década de 1990, reforça reivindicações anteriores não alcançadas e acrescenta a luta identitária. Mulheres que não se sentiam representadas pelo movimento feminista deixam evidentes suas diferenças e destacam a importância de fatores tais como sexualidade, classe, etnia. Novos paradigmas surgem, trazendo questões de micropolítica para o feminismo, tornando singular o que é e o que não é revolucionário, dependendo do contexto no qual a mulher está inserida. É o momento de redescoberta dos pequenos grupos, coletivos, de modo que, surge o discurso de que para cuidar do outro é preciso alimentar o cuidado de si. A micropolítica, em oposição a macro, atua no detalhe, “tudo é político, mas toda política é ao mesmo tempo macropolítica e micropolítica” (DELEUZE; GUATTARI, 1996, p. 90).

O movimento reivindica novos olhares para as condições da mulher ao abolir uma ideia homogeneizada da mulher. Surge o feminismo da diferença, reivindicações da mulher dos países subdesenvolvidos, da mulher negra, latino-americanas, homossexuais, indígena, pós-coloniais – que nos interessa especialmente. Apesar da crítica direcionada para a visão marxista de compreensão da sociedade, restrita ao fator econômico, o feminismo também construiu um eixo semelhante entre as mulheres – alvo de muitas críticas. O problema, de acordo com o feminismo pós-colonial, está na tentativa de universalização da categoria mulher com o objetivo de inseri-la enquanto sujeito político. Com a contribuição dos direitos humanos universais, o movimento feminista descontextualiza questões específicas de cada cultura e território. É a partir destas particularidades que o feminismo deveria partir na luta pela emancipação feminina, não é possível desconsiderar as especificidades das feministas do terceiro mundo. Caso contrário, o feminismo ocidental contribui para opressão da mulher subalterna, em detrimento das reivindicações dessas mulheres. De acordo com Abu-Lughod (2013), ocorre uma crítica ao fator cultural, uma vez que mulheres inseridas em contextos não ocidentais tem sua luta diminuída, simultâneo ao processo de universalização das reivindicações, do contexto histórico, social e econômico.

forma, foi um protesto no qual as mulheres presentes no evento criticaram os padrões impostos e rejeitaram sutiãs, sapatos de salto alto, maquiagens, espartilhos e tudo que representava o condicionamento da mulher a um padrão de beleza e a objetificação da mulher.

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A historiadora Michelle Perrot (2004), defende que o atual contexto do feminismo não é mais de isolamento, já que é possível ouvir as vozes das mulheres, principalmente no meio acadêmico das universidades. Ou seja, é possível fazer uma história da mulher, contada pelas próprias mulheres, fora do contexto de marginalidade, na qual as mulheres residiram por um longo tempo na historiografia oficial. Desse modo, a afirmação de Mary Wollstonecraft, que o problema da desigualdade está no acesso à educação, ainda é extremamente atual. Ao questionar padrões impostos às mulheres, a autora representa um ato de resistência. Só é possível colocar a mulher em uma categoria de inferioridade social devido à falta de acesso ao mesmo nível educacional que os homens. Se homens e mulheres são seres racionais, devem ser tratados e educados igualmente enquanto tal (WOLLSTONECRAFT, 2015).

Michelle Perrot afirmou em uma entrevista que, as feministas não só possuem diferentes posicionamentos, como também modificaram a história da mulher para a história do gênero. Inicialmente foi difícil inseri-lo na historiografia oficial, pois esta estava preocupada com os espaços e história pública. Devido aos silenciamentos aos quais a mulher foi submetida, a história da mulher esteve diretamente relacionada a vida doméstica, sendo assim, torna-se necessário esforços para a escrita de uma história da vida privada. Dessa forma, a análise dos estudos da mulher pode ser realizada a partir de inúmeros pontos de vista: tráfico e violência de gênero, direitos humanos, prostituição, educação, religião, entre outras.

FEMINISMO EM SUA VERTENTE PÓS-COLONIAL

Os estudos de gênero surgem em um contexto de crítica, simultaneamente com a emergência dos estudos culturais. Mas a inserção do feminismo não foi tão simples, Stuart Hall caracteriza o processo enquanto uma invasão, ao afirmar que “o feminismo forçou a entrada, causou uma interrupção” (HALL, 1996, p. 264) nos estudos culturais. De modo que ele se desenvolve a partir dos estudos literários na década de 1980, invocando conflitos de identidade, questões dos estudos de gênero. Ao passo que o movimento se legitima, também se insere no campo da política. Conforme intelectuais de países subalternos, migram para países desenvolvidos no Ocidente, por exemplo EUA e Inglaterra, se cria distanciamento do seu objeto, sendo possível a compreensão de fenômenos a partir de outra ótica.

No caso dos chamados intelectuais diaspóricos, [...] não se deve apenas ao fato de travarem uma luta contra o universalismo etnocêntrico [...]. Cria-se a expectativa de que, liberto das amarras dos laços nacionais, vivendo na Europa ou nos Estados Unidos, o intelectual periférico possa ver com mais clareza a complexidade da relação

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dos indivíduos com suas terras de origens, e, em função disso, tenha condições de lançar luz sobre o país onde vive. (FIGUEIREDO, 2010, p. 166, 167)

Neste contexto, é possível observar a aplicação de teorias em inúmeros níveis da sociedade. Quando se constrói uma teoria e/ou crítica em um contexto desenvolvido e de primeiro mundo, o peso do discurso é maior do que se ele fosse declarado em seu contexto de origem. Além disso, há uma ingenuidade teórica dos estudos subalternos, que ao adotarem um discurso de emancipação moderno, não se atentam para a origem do mesmo, que é a ideologia dominante (Chakrabarty, 1991). A Europa se legitimou por muito tempo como a principal referência da historiografia elitista e racional. Ela se colocou enquanto possuidora do verdadeiro progresso, por isso surge a urgência na resistência dos subordinados contra a imposição desse modelo cultural dominante. Quando tomam as rédeas da reescrita de sua própria história, bem como do seu desenvolvimento, convém não usar o padrão europeu como orientação. Por isso, ao restabelecer a diferença cultural em sua dignidade, restaurando a representação de identidade, memórias, as vozes dos subalternos – oprimidas pelo ocidente e depois pela historiografia dominante - ocorre um avanço da corrente historiográfica pós-colonial.

Ao contrário do que comumente é utilizado, a cultura não é um campo homogêneo (BHABHA, 1998). Ela tem capacidade de reflexão das práticas dos agentes e possibilita uma análise em conjunto com representação e identidade. Gênero, na atualidade, é um paradigma das ciências sociais, mas devido à popularidade do debate, tem sido apropriado por outras áreas, incluindo a comunicação/mídia. Nenhum destes conceitos já destacados pode ser categorizado como fixo, pois há uma fusão de processos e subjetividades, resultante do fenômeno da globalização. Há um hibridismo cultural, respeitando as modificações culturais. A cultura tem um caráter ambivalente, serve simultaneamente ao poder dominante e à resistência dos subalternos. Desse modo, é preciso abandonar a bipolaridade presente nos modelos teóricos entre dominante/subalterno, nós/outros, masculino/feminino, que nos levam para as mesmas armadilhas que resultam na retirada da voz de alguns sujeitos sociais. Com o feminismo não seria diferente, é desmembrado, e por isso, recebera críticas acerca da sua tentativa de universalizar a mulher. “Trata-se da crítica ao feminismo branco ou dominante, colocando em questão ‘o que é ser mulher’ e denunciando que a unidade entre as mulheres também é excludente, opressora e dominante” (MARIANO, 2005, p. 489)

O feminismo denuncia a universalização do conceito de mulher, no entanto, também se limitou ao tentar construir a mulher enquanto sujeito político homogêneo, pois, conforme se pluralizou, a mulher adquiriu reivindicações distintas de acordo com o contexto no qual está inserida. Assim como o pós-colonialismo, o feminismo reivindica atuação enquanto sujeito

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social, tentativa de rompimento com os silenciamentos e representações de outrem. As questões centrais do feminismo pós-colonialista compreendem forma de atuação do gênero feminino que vão além das reivindicações do feminismo influenciado pela ideologia burguesa. Ambos os feminismos se preocupam em compreender a atuação do gênero feminino na história, política, cultura; no entanto, o feminismo pós-colonial destaca alguns problemas contextuais distantes da realidade ocidental.

Ao analisar a atuação de movimentos sociais, inclusive o feminismo, é necessário considerar sua composição por pessoas, que reivindicam uma atenção com a problemática da identidade. Deepika Bahri afirma que, “the study of any identity-based collectivity must contend with the problem of essentialism, first as it has operated or continues to operate in the portrayal of that collectivity by others and subsequently as it is used to describe, distinguish, and assist the collectivity in question” (BAHRI, 2006, p. 208). O orientalismo também denunciou esse fenômeno, que além de separar o que é dominante do subalterno, cria categorias e padrões tanto nos sujeitos, como nas fontes que permitem análise histórica desses sujeitos. Isso contribui para a exotificação e construção de uma história e um sujeito supostamente homogêneo e fixo.

Assume-se que o termo pós-colonial se refere aos países que sofreram com o processo de conquista da colonização. No entanto, atualmente está diretamente relacionado aos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, em muitos textos ainda é possível encontrar o termo pós-colonial sendo utilizado enquanto sinônimo de Terceiro Mundo. Consequentemente, o feminismo pós-colonial também é utilizado como sinônimo de feminismo de Terceiro Mundo (BAHRI, 2006). Se mulheres feministas ocidentais tomam a frente da reescrita da história de mulheres de outros contextos, de certa maneira se tornam protagonistas. Em contrapartida, a mulher em condição subalterna não rompe com a sua condição. Em entrevista, Michelle Perrot afirma que a influência do estruturalismo, por muito tempo considerou as mulheres enquanto “objeto de troca”. A respeito da condição das mulheres do Terceiro Mundo, a construção de sua própria história depende delas próprias, apesar da falta de consciência existente em alguns grupos. O acesso à educação é um fator determinante não só para que as mulheres tenham direitos iguais aos dos homens, mas também que tenham igualdade entre si, já que existem mulheres em uma porção de condições. Sem o acesso à cultura e educação não é possível ter autonomia e condição de pensamento crítico para questionar desigualdade presente em sua realidade. As mulheres precisam participar ativamente da reescrita da sua história, da tentativa de recuperação do que foi apagado e da sua trajetória. Apesar de muitas mulheres ocidentais

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terem a consciência da importância da luta de mulheres inseridas em outros contextos, não são capazes de substituí-las no seu processo de luta. Essa atitude representaria uma nova forma de colonização.

A crítica ao fenômeno não tem como objetivo proibir mulheres de países desenvolvidos e/ou ocidentais de analisar, refletir e mesmo contribuir nesse processo de resgate histórico das mulheres subalternas. Mas, não categorizar essas mulheres enquanto agrupamento sociológico e homogêneo, ou mesmo diminuindo o protagonismo delas em sua própria luta. Quando o feminismo utiliza essa diferença entre o dominante e o subalterno, contribui para uma ‘colonização discursiva’ (BAHRI, 2006).

If Western feminism reproduces imperialism in the act of Reading colonial and postcolonial texts, research into the status of Third-World Women can sometimes also reproduce imperialista assumprions as to their inferiority, through the production of “the image of ‘the average third world woman, ‘” who leads “an essentially truncated life based on her feminine gender (read: sexually constrained) and her being ‘third world’ (read: ignorant, poor, uneducated, tradition-bound, domestic, family-oriented, victimized, etc.)”. Implicit in these representations of Third-World Women as na aggregate category is the “self-representation of Western Women as educated, as modern, as having control over their bodies and sexualities, and the freedom to make their own decisions” (BAHRI, 2006, p. 213)

Assim, é possível notar a exclusão da complexidade dos conflitos fundamentais do contexto dessas mulheres, ao passo que as reivindicações ocidentais se destacam. Atualmente, inúmeras mulheres em contextos subalternos lutam para recuperar sua própria história e tomar a frente desse processo de reescrita. As indianas, especificamente, têm participado ativamente do movimento feminista e de pesquisa, inserindo-se na corrente pós-colonial. Spivak (2010) afirma que um processo histórico fruto de tanto silenciamento dificulta com que o sujeito subalterno seja ouvido, além disso, devido ao seu auto desconhecimento, falar já é um grande ato de resistência. No caso específico da Índia, Spivak nos atenta para o fenômeno de tentar salvar mulheres da sua própria cultura.

Pode talvez ser apreendido até mesmo quando é dito às claras: homens brancos, procurando salvar mulheres de pele escura de homens de pele escura, impõem sobre essas mulheres uma constrição ideológica ainda maior ao identificar, de forma absoluta, dentro da prática discursiva, o fato de ser uma boa esposa com a autoimolação na pira funerária do marido. (SPIVAK, 2010, p. 152)

A autora defende que a tentativa de proibição da autoimolação das viúvas, costume tradicional na Índia, é uma maneira de imposição de um valor ocidental, pois a moral hindu não

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segue a mesma base. Além disso, é uma atitude imperialista, que busca reforçar a hegemonia ocidental, tal qual denunciara o orientalismo – conceito cunhado por Edward Said (1990).

Quando o feminismo ocidental impõe seus valores, também reproduz uma atitude imperialista. A antropóloga Lila Abu-Lughod (2013) afirma que o orientalismo permitiu pensar em outras formas de representação de indivíduos subalternos. Oprimir mulheres orientais é um fenômeno que contribui na legitimação de práticas políticas nocivas. Não há uma politização no domínio da cultura, a politização está restrita à classe social e raça. Segundo Thomas Bonnici (1998), a mulher é duplamente colonizada. Em um primeiro momento pelo colonizador, que em meio ao processo colonial impõe a supremacia cultural sobre todos; em um segundo momento pela população autóctone, quando homens oprimem as mulheres, legitimando costumes e relações sociais com base na supremacia de gênero.

Quando a ideologia feminista ocidental toma a frente das mulheres subalternas em suas próprias reivindicações, impondo seus valores e colocando o foco delas, o processo de padronização dos objetivos da luta também é uma forma de colonizar. Diagnostica-se aqui uma terceira forma de colonização, de mulheres sobre outras mulheres. Abu-Lughod (2013), apesar de categorizar seus estudos como anti-orientalista, denuncia o entendimento da mulher dita feminista no ocidente de que todas as mulheres orientais, principalmente as muçulmanas, sofrem opressão da cultura na qual estão inseridas. O darwinismo social propagou um suposto fardo do homem branco, em levar a evolução ao subdesenvolvido. Agora, o discurso feminista ocidental, influenciado por uma ideologia burguesa, adota a postura de emancipação feminina ao nível global. Ou seja, a problemática da emancipação da mulher é instrumentalizada pela política colonial, mais uma maneira de legitimar a intervenção política. Abu-Lughod (2013) não nega as ações decorrentes do machismo no Oriente, no entanto, ela nos alerta para esta política colonial, composta de uma ideologia de luta por gênero, mas que ainda serve interesses imperialistas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A reflexão acerca do movimento feminista e seus processos nos permite compreender que, devido à complexidade da temática, o debate não se esgota aqui. Todas as vertentes do feminismo visam compreender o processo histórico ao qual a mulher foi subordinada e regressar, ao fomentar resistência e resgate ao que foi silenciado. Apesar de apresentar falhas, recebendo críticas das próprias feministas, o feminismo se pluralizou e trouxe o aspecto de

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singularidade presente na luta de acordo com o contexto no qual essas mulheres pertencem. Sendo assim, é possível destacar alguns aspectos. Em primeiro lugar, a divisão baseada no conceito de classe social, que permite uma análise da sociedade com base na ideologia burguesa, privilegiando as mulheres ocidentais, de classe média e branca. Ao impor esses valores e essas reivindicações, adotam uma postura semelhante ao ato de “recolonizar” mulheres de países de Terceiro Mundo em condição de subalternidade. Em cada país existem reivindicações próprias e essas mulheres devem tomar as rédeas de sua própria história, pois têm a capacidade de protagonizar sua verdadeira luta.

Segundo, podemos destacar a padronização da mulher, bem como suas reivindicações. Toda e qualquer mulher deve lutar contra as mazelas de seu contexto e de sua história, devido às singularidades de cada indivíduo, esses problemas se apresentam de maneira distinta para cada contexto. Se a cultura não é homogênea, logo, existem inúmeras maneiras de pensamento que constroem a vida, relações sociais e a moral que direcionam essas relações. Diante disso, não é possível homogeneizar, pois resulta em um empobrecimento do movimento feminista, que tem a pluralidade enquanto uma de suas potências. A pluralização do feminismo se inicia com a introdução de questões identitárias, ao propor o foco na particularidade, contribui para a presença de pontos de vista, enriquecendo o debate.

E por último, entre as dificuldades teóricas da corrente historiográfica do pós-colonialismo podemos enfatizar a déficit de uma base sociológica, o retorno à bipolaridade de disputa na relação entre dominante/subalterno; rejeição da análise de classe nos movimentos populares e negação de uma explicação econômica dos levantes, que muitas vezes foram caracterizados pelo determinismo econômico; recusa de qualquer intervenção externa da ação dos subordinados – uma das críticas realizadas inclusive pelo marxismo -; a negligência ao estudo das causas e contexto, sem levar em consideração que os protestos e reivindicações, inclusive do feminismo, sofrem transformações e vão mudando de acordo com o tempo. Todos esses questionamentos e críticas dos estudos pós-coloniais estimulam a continuidade de debates teóricos, que permitirá que o movimento histórico contribua para as modificações que forem necessárias. A superação da colonialidade do saber é um desafio para as ciências humanas, por isso, a partir dessas críticas surge a corrente historiográfica decolonial, que se propõe ir além da descolonização política, descolonizando outras estruturas, inclusive o saber.

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Referências

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