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Impacto dos avanços tecnológicos na produção de materiais didáticos : um estudo de caso sobre a Contração Muscular

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Grace Patrícia Keiler

Impacto dos avanços tecnológicos na produção de materiais

didáticos: um estudo de caso sobre a Contração Muscular.

Campinas

2016

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Impacto dos avanços tecnológicos na produção de materiais didáticos: um estudo de caso sobre a Contração Muscular.

Dissertação apresentada ao Programa de Pós – Graduação em Ensino de Ciências e

Matemática (PECIM) da

Universidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do título de Mestra em Ensino de Ciências e Matemática na Área de Ensino de Ciências e Matemática.

Orientador: Eduardo Galembeck

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE A VERSÃO FINAL DA DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELA ALUNA GRACE PATRÍCIA KEILER E ORIENTADA PELO PROF. DR. EDUARDO GALEMBECK

Campinas 2016

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Universidade Estadual de Campinas Biblioteca do Instituto de Física Gleb Wataghin Lucimeire de Oliveira Silva da Rocha - CRB 8/9174

Keiler, Grace Patrícia,

K265i KeiImpacto dos avanços tecnológicos na produção de materiais didáticos : um estudo de caso sobre a Contração Muscular / Grace Patrícia Keiler. –

Campinas, SP : [s.n.], 2016.

KeiOrientador: Eduardo Galembeck.

KeiDissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Física Gleb Wataghin.

Kei1. Contração muscular. 2. Análise de conteúdo (Comunicação). 3. Representações externas. I. Galembeck, Eduardo,1968-. II. Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Física Gleb Wataghin. III. Título.

Informações para Biblioteca Digital

Título em outro idioma: The impact of technological advances in the production of teaching

material : a case study on the Muscle Contraction

Palavras-chave em inglês:

Muscle contraction

Content analysis (Communication) External representation

Área de concentração: Ensino de Ciências e Matemática Titulação: Mestra em Ensino de Ciências e Matemática Banca examinadora:

Eduardo Galembeck [Orientador] Pedro da Cunha Pinto Neto Paulo de Avila Junior

Data de defesa: 22-08-2016

Programa de Pós-Graduação: Multiunidades em Ensino de Ciências e Matemática

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DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, EM 22/08/2016.

COMISSÃO JULGADORA:

- Prof. Dr. Eduardo Galembeck – Orientador – IB/UNICAMP - Prof. Dr. Pedro da Cunha Pinto Neto – FE/UNICAMP - Prof. Dr. Paulo de Avila Junior – CCNH/UFABC

A Ata de Defesa, assinada pelos membros da Comissão Examinadora, consta no processo de vida acadêmica da aluna.

Campinas 2016

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Olha só aonde eu cheguei! E claro que não foi sozinha. Foram 2 anos e meio de pós-graduação e 6 anos de LTE. Muitos passaram pelo laboratório e eu só tenho a dizer a todos: Gratidão!!!

Também aproveito para agradecer outras pessoas que merecem um parágrafo especial só para elas.

Aos meus pais, Iris e Sueli, pelo exemplo, pela educação, pelas oportunidades e por toda ajuda, sempre! E ao meu irmão, Marco, pela parceria e ajuda em diversos momentos quando plantei a semente da ideia de uma pós-graduação.

Ao meu companheiro, Rafa por nesses quase oito anos, estar sempre ao meu lado em todos os momentos, principalmente nos de crise, me apoiando em meu trabalho e me colocando pra cima! Obrigada pela companhia, por aguentar todo esse meu estresse e por ser toda essa calmaria a qual, muitas vezes, eu preciso.

Ao meu orientador Prof. Eduardo Galembeck, pela orientação. Pela paciência e confiança de que seria possível me ver chegar aqui.

Às divas do LTE, Thanuci, Mayara e Érica por toda ajuda acadêmica e emocional. Pela parceria nos congressos, nos almoços e no dia a dia do lab.

Aos amigos do LTE, Rodrigo e Márcio, por me ajudarem com as dúvidas de programação do software Contração Muscular; Ronaldo, pela ajuda com algumas palavras; Juan Carlos, pelos ensinamentos dos mais diversos assuntos, Gabriel pelo apoio com os bancos de dados.

Às colegas do Laboratório Proteômica, Tallita, Dany e Camila pela ótima companhia da sala ao lado!

Ao professor Gabriel G. Hornink pelas contribuições feitas durante a elaboração do projeto.

Ao professor Bayardo B. Torres, pela valiosa entrevista.

Aos professores e colegas do PECIM, especialmente Érica por ser a coleguinha com maior ZDP (hehe) e me ajudar em muitas coisas; Aline, pelas horas de conversa e desabafos; Juliana, por dividir momentos e alguns probleminhas; Karin por me ajudar com categorizações, Roberta e Gabriela, por compartilhar a experiência e a companhia de vocês...sempre me dando algumas dicas de sobrevivência!

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Aos amigos, vizinhos, cuidadores de animais, Rafael e Jader, por estarem, literalmente, ao meu lado e ainda assim, trocarmos muitas mensagens.

Ao Gustavo, pela “paciência de Jó” e troca de experiências sobre sala de aula e pós-graduação; e à Gabriela, pelas mais variadas conversas e apoio.

Às amigas de longa data, Jaqueline, Aline, Gabriela e Vanessa com as quais furei alguns compromissos, mas que por motivos de preciso-ter-uma-amiga-mestra, certamente serei perdoada.

Aos colegas professores da Cooperativa do Saber, principalmente ao Chico e ao Mack, pelo apoio e confiança.

Ao Programa de Pós-Graduação Multiunidades em Ensino de Ciências e Matemática (PECIM).

Ao Coordenador do PECIM, Professor Dr. Maurício Compiani e à secretária, Bárbara Longo.

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“Um navio é seguro no porto. Mas não é para isso que os navios foram construídos. ” (Grace Hopper)

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possível notar que a atualização do conteúdo ocorre, mas aparentemente de forma mais lenta em relação as mudanças das características físicas desses materiais. Esta pesquisa foi abordada na forma de um estudo de caso, que visou compreender a relação entre a evolução tecnológica, considerando os computadores e dispositivos móveis, e a evolução do conteúdo didático sobre contração muscular nas quatro edições do livro Bioquímica Básica e nas quatro versões do software Contração Muscular, o primeiro dos autores Anita Marzzoco e Bayardo B. Torres, e o segundo dos autores Eduardo Galembeck, Denise Vaz de Macedo e Bayardo B. Torres. O conteúdo textual e as Representações Externas (RE) foram organizados e categorizados por meio da Análise de Conteúdo, com as categorias definidas a priori, além disso, foram feitas Análise Documental e Entrevistas. Foi possível observar que ambos, livro e software, passaram por mudanças ao longo de suas edições, tanto em relação ao conteúdo, quanto às RE, além das características físicas. O livro apresentou mudanças mais notáveis entre a 2ª e 3ª edições, em que houve a troca do tipo de papel e uso das cores na impressão. O conteúdo foi basicamente reescrito, ocasionando em um aumento de 1772 para 3069 palavras e todas as Representações Externas foram trocadas. No caso do software, a mudança na plataforma de desenvolvimento criou possibilidade de inserção de novo conteúdo, mas causando poucas alterações entre as três primeiras versões. Apenas em sua última atualização pôde-se perceber uma mudança substancial, tanto em relação ao conteúdo textual e aos tipos de RE, quanto em sua forma de apresentação e usabilidade, devido ao longo período que quase não houveram atualizações. As mudanças que ocorreram entre as edições do livro estão mais relacionadas ao conteúdo, visto que as atualizações ocorreram em intervalos de aproximadamente 8 anos e vários conhecimentos científicos já estavam generalizados. A alteração dos tipos de RE ocorreram com a troca do tipo de papel e a inserção de mais cores na impressão. O software seguiu um caminho diferente, pois em se tratando de uma mídia digital, suas atualizações estavam mais centradas nos sistemas operacionais dos computadores e dispositivos móveis e das plataformas de desenvolvimento necessárias para programação.

Palavras-chave: Contração Muscular, Análise de Conteúdo, Representações Externas.

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content update occurs, but apparently more slowly about the changes of the physical characteristics of these materials. Aiming to understand how new technologies has impacted both textbook presentation and content, we run an external representation (ER) and textual content analysis in a textbook chapter and on an educational software, both about muscle contraction. The four editions of Biochemistry Basic textbook (1990, 1999, 2007 and 2015), written by Anita Marzzoco and Bayardo B. Torres and the four versions of Muscle Contraction software developed by Eduardo Galembeck et al. were analyzed. The textual content and the External Representation (ER) were organized and categorized by Content Analysis with the categories defined a priori, moreover, were made Document Analysis and Interviews. It was observed that both book and software, have undergone changes over their issues, both in the content, for the RE, in addition to physical characteristics. The book presented most notable changes between the 2nd and 3rd editions, in which there was an exchange of paper type and use of color printing. The content was rewritten, resulting in an increase of 1772 to 3069 words and all External Representations were exchanged. Regarding the software, the change in development platform created the possibility of new content insertion, however causing little change in the top three versions. Only in his last update could perceive a substantial change, both about textual content and the types of RE, and in its form of presentation and usability due to the long period that almost there were no updates. The changes that occurred between the editions of the book are more related to the content since updates occur at intervals of approximately eight years and several scientific knowledge were already widespread. Changing the types of RE happened with changing the paper type and the inclusion of more colors in printing. The software followed a different path, as in the case of digital media, their updates were more focused on computer operating systems and mobile devices and development platforms needed for programming.

Keywords: Muscle Contraction, Content Analysis, External Representation.

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passo consiste na Estruturação do Projeto, para que em seguida seja feita a Organização e a Categorização de acordo com as categorias criadas, até que finalmente seja possível elaborar a Matriz de Consulta, com os resultados. ... 40

Figura 2: Tela do NVivo® mostrando em sua área de trabalho principal os arquivos correspondentes às “fontes internas”. Esse exemplo mostra o projeto em que foi feita a categorização das RE do livro quanto ao conteúdo. Cada uma das fontes “Contracao1aedicao”, “Contracao2aedicao”, “Contracao3aedicao” e “Contracao4aedicao” correspondem ao capítulo sobre o tema Contração Muscular em cada edição do livro. ... 41

Figura 3: Tela do NVivo® mostrando em sua área de trabalho principal os nós criados. Esse exemplo mostra o projeto em que foram analizadas as RE quanto ao conteúdo, portanto os nós criados foram “Estrutura do Músculo”, “Mecanismo de Contração” e “Metabolismo”. ... 42

Figura 4: Tela do NVivo® mostrando sua área de trabalho principal com uma das fontes aberta. ... 42

Figura 5: Tela do NVivo® com o exemplo de como foi feita a categorização

quanto ao conteúdo de uma RE. Após a fonte ser aberta, cada RE é selecionada. Ao clicar com o botão direito do mouse sobre a seleção, é possível então escolher a ação “Codificar seleção” e, em seguida, “Codificar seleção em nós existentes”. Assim é possível escolher em um dos nós criados na Estruturação do Projeto. ... 43

Figura 6: Tela do NVivo® com o exemplo de como foi gerada a matriz de

consulta após a organização e categorização quanto ao conteúdo das RE do livro Bioquímica Básica. Nas linhas foram inseridos os nós e nas colunas cada uma das edições. ... 43

Figura 7: Tela do NVivo® com o exemplo da matriz de consulta gerada após a organização e categorização das RE do livro Bioquímica Básica, quanto ao conteúdo. ... 44

Figura 8: Tela do NVivo® mostrando em A) as fontes e B) os nós. ... 45

Figura 9: Tela do NVivo® mostrando a lista de frequência de palavras gerada após escolha dos critérios. ... 46

Figura 10: Tela do NVivo® mostrando como uma palavra é adicionada à lista de Palavras Impedidas. ... 47

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modificada a qualquer momento. ... 48

Figura 12: Telas do NVivo® mostrando A) como cada palavra da lista

exibida na Figura 9 é mostrada em uma nova aba quando aberta com duplo clique, e B) como é feita a codificação. ... 49

Figura 13: Capas das edições do livro Bioquímica Básica. A)1990, B)1999, C)2007 e D)2015 ... 52

Figura 14: RE da 1ª edição do livro Bioquímica Básica, categorizadas em

Entrutura do Músculo, que não foi mantida na 2ª edição. ... 60

Figura 15: RE do livro Bioquímica Básica categorizadas em Entrutura do

Músculo, que mostram a posição relativa das moléculas de miosina A) RE da 1ª

edição B) RE da 2ª edição. Nota-se que houve troca do tipo de RE de esquema para modelo ilustrado. ... 62

Figura 16: RE do livro Bioquímica Básica categorizadas em Estrutura do

Músculo, que mostram a estrutura do sarcômero. A) RE da 2ª edição e B) RE da 3ª

edição. ... 63

Figura 17: RE do livro Bioquímica Básica categorizadas em Estrutura do

Músculo, que mostram a estrutura da miosia. A) RE da 2ª edição e B) RE da 3ª

edição. ... 64

Figura 18: RE da 3ª edição do livro Bioquímica Básica categorizada em

Estrutura do Músculo, que mostram o posicionamento das moléculas de miosina

compondo o filamento grosso. ... 65

Figura 19: RE do livro Bioquímica Básica categorizadas em Estrutura do

Músculo, que mostram a estrutura do filamento fino. A) RE da 2ª edição e B) RE da

3ª edição. ... 66

Figura 20: RE da 1ª edição do livro Bioquímica Básica categorizada em

Mecanismo de Contração que foi retirada. O modelo ilustrado representa a estrutura

da Calmodulina. ... 67

Figura 21: RE da 2ª edição do livro Bioquímica Básica categorizada em

Mecanismo de Contração que foi adicionada em relação a 1ª edição e retirada em

relação à 3ª edição. A RE apresenta o deslizamento dos filamentos finos entre os filamentos grossos. ... 67

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entre a actina e a miosina e a geração de força para a contração. ... 68

Figura 23: RE do livro Bioquímica Básica categorizadas em Mecanismo

de Contração, que foram modificadas ao longo das edições. A) Posição relativa dos

filamentos finos e grossos, enfatizando a estrutura das moléculas miosina e actina e o deslizamento, RE presente na 2ª edição, B) Esquema mostrando o deslizamento do filamento fino em relação ao filamento grosso e C) Modelo mostrando o deslocamento dos filamentos fino e grosso, evidenciando as partes de cada um desses filamentos. ... 69

Figura 24: RE do livro Bioquímica Básica categorizadas em Mecanismo

de Contração, que foram modificadas ao longo das edições. A) Mecanismos de

contração e relaxamento do músculo liso, RE presente na 2ª edição, B) Mecanismo de contração em músculos lisos, RE presente na 3ª edição e C) Mecanismo ce relaxamento em músculos lisos, RE presente na 3ª edição. ... 70

Figura 25: RE do livro Bioquímica Básica categorizadas em Metabolismo, que mostram a reação de síntese da fosfocreatina. A) Equação apenas com nome dos produtos, reagentes e enzima e B) Equação com as fórmulas estruturais dos reagentes e produtos. Ambos da 1ª edição. C) Equação com as fórmulas estruturais dos reagentes e produtos da 2ª edição, em que a letra P, em ATP, o radical fosfato PO3- e o Pi (fosfato) foram coloridos de vermelho. ... 71

Figura 26: RE da 2ª edição do livro Bioquímica Básica categorizada em

Metabolismo, que foi retirada na atualização da 3ª edição. ... 72

Figura 27: RE do livro Bioquímica Básica. A) Gráfico da 1ª edição das fontes de energia para o trabalho muscular e B) O mesmo gráfico, mas com alterações de conteúdo. ... 73

Figura 28: RE da 4ª edição do livro Bioquímica Básica. A) Equação da hidrólise do ATP e B) Equação da reação da lactato desidrogenase. ... 74

Figura 29: Estrutura da Calmodulina depositada no Protein Data Bank, em português, Banco de Dados de Proteínas. As esferas em preto simbolizam os 4 sítios em que o íon Cálcio se liga. Mais informações sobre a proteína podem ser visualizadas em http://www.rcsb.org/pdb/explore.do?structureId=3CLN. ... 75

Figura 30: Telas iniciais de cada versão do Softwaree Contração Muscular. A) 1997, B)2002, C)2011 e D)2014. ... 81

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eletrônica de um corte longitudinal de uma fibra muscular. ... 87

Figura 32: RE da 3ª versão do software Contração Muscular A) Mioflamento de actina e B) Miofilamento de miosina. ... 88

Figura 33: Telas com RE categorizadas em Estrutura do Músculo da 4ª versão do software Contração Muscular A) Exemplo de RE redesenhada e B) Exemplo de RE adicionada. ... 88

Figura 34: RE presentes na 2ª versão do Software Contração Muscular. A) Tela mostrando a sequência de eventos que caracterizam o Mecanismo de Contração Muscular e B) O detalhe do mecanismo de geração de força. Ambas RE são uma animação. ... 89

Figura 35: Telas com RE categorizadas em Mecanismo de Contração da 4ª versão do software Contração Muscular A) Exemplo de RE redesenhada e B) Exemplo de RE adicionada. ... 90

Figura 36: Telas contendo os gráficos das 4 versões do software Contração Muscular A) 1ª versão, B) 2ª versão, C) 3ª versão, com aumento do sistema ATP-PC e das situações Jejum curto e Jejum longo, que se mantiveram em D) 4ª versão. ... 91

Figura 37: RE da 4ª versão do software Contração Muscular. A) Modelo ilustrado presente na tela de abertura do software e B) Ícone representando o ínicio da sessão Metabolismo. ... 92

Figura 38: Tela de abertura da 2ª versão do software Contração muscular, mostrando a RE do tipo Animação. ... 93

Figura 39: Telas mostrando as RE do tipo Animação nas 4 versões do software Contração Muscular. A) 1ª versão, B) 2ª versão, C) 3ª versão e D) 4ª versão. ... 94

Figura 40: Telas de 2 versões do software Contração Muscular, mostrando a estrutura e organização do músculo esquelético. A) Esquema e Modelo Ilustrado, na 2ª versão e B) Modelos Ilustrado na 3ª versão. ... 95

Figura 41: RE presente na tela de abertura da 4ª versão do software Contração Muscular. ... 96

Figura 42: Telas de duas versões do software Contração Muscular. A) 3ª versão, mostrando a estrutura da fibra muscular e a utilização de uma RE do tipo

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Figura 43: Tela da 4ª versão do software Contração Muscular mostrando uma RE do tipo Esquema inserida devido aumento de conteúdo. ... 97

Figura 44: Telas da 4ª versão do software Contração Muscular que mostram RE do tipo gráfico. ... 98

Figura 45: Telas da 1ª versão do software Contração Muscular. A) Tela de abertura do software, com os botões dos três tópicos de estudo, além dos ícones/botões “voltar”, “voltar ao início do tópico”, “sair” e “avançar” e B) Tela mostrando botões para ativar uma animação, com as opções “contrair” e “relaxar”. 99

Figura 46: Telas da 2ª versão do software Contração Muscular mostrando os botões detalhes e os botões adicionados que correspondem a parte de questões. ... 100

Figura 47: Tela da 3ª versão do software Contração Muscular mostrando a reorganização dos botões. É possível notar a retirada de um deles e o aumento do tamanho em relação a mesma tela na 2ª versão mostrada na Figura 46 ... 101

Figura 48: Tela de abertura da 4ª versão do software Contração Muscular em duas situações. A) botões escondidos e B) botões exibidos. ... 102

Figura 49: Telas da 4ª versão do software Contração Muscular mostrando as RE do tipo Modelo 3D. A) Estrutura tridimensional da proteína Titina e B) Estrutura tridimensional da proteína Nebulina. ... 103

Figura 50: Infográfico sobre o software Contração Muscular produzido durante a disciplina Produção de Recursos e Materiais Didáticos para o Ensino de Ciências e Matemática do PECIM. ... 125

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referenciadas. ... 38 Tabela 2: Categorias sobres tipos de Representações Externas e suas respectivas descrições referenciadas. ... 39 Tabela 3: Projetos criados no NVivo® e a categorização realizada em cada um deles. ... 40 Tabela 4: Quantidade de palavras em cada uma das edições do livro Bioquímica Básica nas categorias Conteúdo Textual. ... 53 Tabela 5: Quantidade de RE em cada uma das edições do livro de Bioquímica Básica nas categorias Conteúdo das RE. ... 59 Tabela 6: Quantidade de RE em cada uma das edições do livro de Bioquímica Básica nas categorias Tipos de RE. ... 60 Tabela 7: Quantidade de palavras em cada uma das versões do software Contração Muscular nas categorias Conteúdo Textual. ... 82 Tabela 8: Quantidade de RE em cada uma das edições do software Contração Muscular nas categorias Conteúdo das RE. ... 86 Tabela 9: Quantidade de RE em cada uma das edições do software Contração Muscular nas categorias Tipos de RE. ... 92 Tabela 10: Títulos e itens de cada edição do livro Bioquímica Básica. Aqueles representados em vermelho foram adicionados de uma edição para outra. Aqueles com asterisco vermelho mostram os que já existiam, mas foram remanejados de uma edição para outra. ... 123

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APÊNDICE A– Títulos e itens de cada edição do livro Bioquímica Básica e suas mudanças. ... 123

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1.1. Os materiais didáticos. ... 20 1.1.1. O Livro ... 21 1.1.2. O Software ... 22 2. Objetivo ... 25 3. A Análise de Conteúdo ... 26 4. As Representações Externas ... 28

5. A Análise de Conteúdo e as Representações Externas em dois tipos de materiais didáticos ... 30

6. Metodologia ... 35

6.1. Estudo de Caso ... 35

6.2. A Análise de Conteúdo e suas fases. ... 36

6.2.1. A Pré- Análise e a organização dos materiais. ... 36

6.2.2. Exploração do Material: O NVivo como ferramenta ... 40

7. Resultados e Discussão ... 51

7.1. As mudanças do livro Bioquímica Básica ... 52

7.1.1. Sobre o conteúdo do livro Bioquímica Básica ... 53

7.1.2. Sobre as Representações Externas do livro Bioquímica Básica. ... 59

7.2. As mudanças do Software Contração Muscular ... 81

7.2.1. Sobre o conteúdo do software Contração Muscular ... 81

7.2.2. Sobre as Representações Externas do Software Contração Muscular 86 8. Considerações Finais ... 106

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1. INTRODUÇÃO

Tanto dentro da sala de aula como fora dela, os materiais didáticos são comumente utilizados no processo de ensino e aprendizagem. Dentre os que são considerados mais importantes está o livro didático1. Ele é responsável pela

construção do conhecimento e a familiarização com os conteúdos científicos, que poderão ser utilizados posteriormente, no ensino superior (FREITAS; RODRIGUES, 2007). Além disso, os livros didáticos também estão presentes no cotidiano dos educadores, onde possuem papel central no exercício profissional (GATTI JR, 2006), tanto na utilização para o preparo das aulas, como também na formação desses futuros profissionais.

Pesquisas acadêmicas mostram que cada vez mais o livro didático vem sendo escolhido como objeto de estudo, em diversos trabalhos com diferentes enfoques pedagógicos, ideológicos ou culturais. Grande parte desses trabalhos observam o conteúdo, tanto em relação a presença ou não dos conteúdos sugeridos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, ou mesmo a presença de erros conceituais (CHOPPIN, 2004; FREITAS; RODRIGUES, 2007; GARCIA; BIZZO, 2010). Nesse último caso, há também estudos que comparam os conteúdos dos livros didáticos de diferentes níveis de escolaridade (FRANZOLIN, 2012; MESSIAS; SALOMÃO, 2009).

Apesar de possuírem o papel central, os livros didáticos coexistem com diversos outros materiais como, por exemplo, os softwares didáticos. Na década de 70, com a Primeira Conferência Nacional de Tecnologia em Educação Aplicada ao Ensino Superior (I CONTECE), a pesquisa na área da Informática na Educação teve início, e embora esses materiais didáticos não pareçam tão estudados como os livros didáticos, há diversas pesquisas relacionadas à avaliação de softwares educacionais, a relevância do uso, sua importância e aplicabilidade.

A forma de apresentação do livro didático tem se modificado gradativamente com passar do tempo e mais recentemente, alguns desses materiais passaram a existir inclusive em formato digital, os chamados E-books. Além disso,

1O termo livro didático é utilizado nesse trabalho para se referir ao livro Bioquímica

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houve também a criação e a atualização de mídias digitais complementares, como vídeos, áudios e, principalmente, os softwares educacionais. Tais mudanças estão atreladas às novas tecnologias.

Originária do grego, a palavra tecnologia é formada pelas palavras tekne, que significa técnica e logos, que significa conjunto de saberes. O termo é bastante utilizado para se referir ao uso de técnicas e do conhecimento para facilitar a resolução de um problema ou até mesmo aperfeiçoar a execução de um trabalho.

Esse significado é bastante amplo e pode ser utilizado em diferentes contextos, dentre eles o da educação. Macedo e Foltran (MACEDO; FOLTRAN, 2007) consideram também como “Tecnologias na Educação” a fala humana, a escrita alfabética e o livro impresso, ainda que, provavelmente, tenham sido desenvolvidos com outros propósitos. As autoras salientam também que quando se trata de “Tecnologias na Educação”, instantaneamente vem ao pensamento o computador e, principalmente, a internet.

Na produção de um material didático, podem ser elencadas as mais diversas tecnologias que estão envolvidas por trás da sua criação. Inicialmente, observando-os como objetos “físicos”, podem ser citados o tipo de impressão, as cores disponíveis e utilizadas, os tipos de papéis e softwares de edição de texto. Além disso, no caso dos softwares educacionais, podem ser levados em conta as plataformas de desenvolvimento utilizadas, com suas diferentes potencialidades para elaboração do material.

Ao observar os materiais como objetos de ensino, com texto e representações externas, é possível ainda considerar tecnologias que influenciaram na produção desse conteúdo, pois para a sua construção também são procuradas referências bibliográficas em artigos científicos. Nesse sentido, podem ser consideradas as tecnologias presentes nos laboratórios, nos quais foram realizados estudos e elaborados os artigos científicos a respeito desse conteúdo.

Em relação à criação das representações externas, podem ser consideradas outras tecnologias, como a invenção do microscópio óptico e microscópio eletrônico, a descoberta do raio-x e aperfeiçoamento da técnica de cristalografia de proteínas, dentre tantas outras que permitiram que a estrutura de vários tecidos, células e macromoléculas fossem conhecidas e representadas da forma mais próxima do real.

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Embora pudessem ser consideradas todas essas tecnologias, nesse trabalho, os avanços tecnológicos dizem respeito àqueles utilizados para a criação ou atualização dos materiais como objetos físicos, ou seja, no caso do livro, observam-se as características da impressão, das cores e dos tipos de papéis, e em relação ao software, das plataformas de desenvolvimento do software, dos dispositivos móveis e computadores.

As novas tecnologias permitiram a criação de representações externas, animações e softwares para que fosse possível visualizar estruturas microscópicas, nos auxiliando no entendimento de vários processos.

A Bioquímica é um ramo das Ciências que estuda a estrutura e organização das moléculas, além das reações em que essas moléculas participam. Trata-se de uma disciplina muito importante para os cursos da área da saúde, como medicina, ciências biológicas, fisioterapia, educação física e nutrição2, pois os conteúdos muitas vezes estão relacionados com outros de diferentes disciplinas, como fisiologia, genética e anatomina humana.

Dentro da disciplina Bioquímica, são ensinadas as macromoléculas, as vias metabólicas moleculares, reações com produtos, enzimas e reagentes, e raramente esses processos são relacionados com o organismo do ponto de vista macroscópico. Dessa forma, o estudo da contração muscular pode possibilitar esse olhar, associando o conteúdo com uma aplicação no campo de atuação profissional, principalmente para os estudantes da Educação Física e da Fisioterapia 3.

1.1. Os materiais didáticos.

Ambos os materiais escolhidos para serem objetos de estudo nessa pesquisa têm sido utilizados no curso de Bioquímica Básica (atualmente Bioquímica

2 Currículo Pleno:

USP (http://www5.usp.br/ensino/graduacao/cursos-oferecidos/)

Unicamp (http://www.dac.unicamp.br/sistemas/catalogos/grad/catalogo2016/cursos.html)

3 Grades Curriculares Fisioterapia:

Unesp (http://www.marilia.unesp.br/#!/graduacao/cursos/fisioterapia/grade-curricular/), USP (http://www5.usp.br/ensino/graduacao/cursos-oferecidos/fisioterapia/)

Grades Curriculares Educação Física:

Unicamp (http://www.dac.unicamp.br/sistemas/catalogos/grad/catalogo2016/curriculoPleno/cp45.html), USP (http://www5.usp.br/ensino/graduacao/cursos-oferecidos/educacao-fisica-e-esporte/),

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de Proteínas e Metabolismo) da Universidade Estadual de Campinas. O livro é utilizado como a principal referência bibliográfica das aulas do curso, para a realização dos testes semanais, produção dos relatórios e estudos dirigidos. O Software é passado aos alunos para estudo do conteúdo sobre a contração muscular, além disso, é bastante procurado nas lojas de aplicativos e na Biblioteca Digital de Ciências, a biblioteca online do Laboratório de Tecnologia Educacional – IB/UNICAMP.

1.1.1. O Livro

O livro didático Bioquímica Básica, foi escrito por Anita Marzzoco e Bayardo Baptista Torres, e traz um conteúdo de bioquímica que é utilizado no ensino superior.

Geralmente os livros didáticos de Bioquímica são escritos por seus autores, lançados e, só então, os professores responsáveis pela disciplina escolhem os que serão adotados como bibliografias para auxiliar os alunos no estudo, baseados no programa de suas disciplinas. Entretanto, segundo os autores, a cada ano o conhecimento nessa área se expandia exponencialmente, enquanto que a carga horária do curso permanecia constante, além disso, a disciplina a qual lecionavam tinha um formato diferente, pois os estudantes trabalhavam reunidos em pequenos grupos, nos chamados períodos de estudo, e depois passavam a discutir o tema em grupos de tamanho médio, não havendo aula expositiva. Dessa forma, os autores acabavam selecionando os tópicos dos livros didáticos a serem estudados por seus alunos, visto que os livros traziam muito conteúdo.

Pensando na maneira como lecionavam a disciplina, decidiram por criar um livro que trouxesse os conceitos fundamentais de bioquímica e o estudo da integração do metabolismo, e assim foi lançada, em 1990, a primeira edição do livro Bioquímica Básica. Naquela época, o livro foi escrito a mão e datilografado para ser passado à editora. Algumas representações externas foram criadas com base nos rascunhos dos autores e levadas aos desenhistas, outras foram conseguidas com outras editoras. Além disso, possuía o tamanho 17x24cm, foi impresso apenas na cor preta e em papel offset.

Com o passar do tempo, as edições foram mudando, tanto na sua forma de apresentação, como no conteúdo. No ano de 1999, a segunda edição do livro foi

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escrita com o auxílio de computadores, por meio de editores de texto. Seu tamanho mudou para 21x28cm e suas cores de impressão passaram a apresentar também o vermelho e algumas variações dessa cor, como o tom rosa. As representações externas ainda ou eram feitas pelos desenhistas, com o auxílio dos autores, ou conseguidas com as permissões de outras editoras.

Em 2007, a terceira edição apresentou mudanças substanciais. Apesar do tamanho do livro ter se mantido, ocorreu a troca do tipo de papel para couchê, possibilitanto também a impressão das representações externas em fullcolor. Além disso, os autores contaram com o trabalho do Dr. Guilherme A. Marson, profissional com formação científica e artística.

Na atualização da 4ª edição, em 2015, o tamanho do livro, o tipo de papel e as cores, não se alteraram. As poucas modificações foram realizadas a respeito das características físicas, como a fonte e a cor dos títulos e subtítulos.

Ao longo das edições o conteúdo também se modificou, visto que os estudos científicos não param, pelo contrário, a cada ano novos conhecimentos são produzidos. Dessa maneira, coube aos autores o exercício de contenção, para que o livro não se tornasse longo e perdesse a sua essência de ser um livro de estudo, e não apenas mais um dos materiais disponíveis a serem consultados.

1.1.2. O Software

No final dos anos 90, uma das disciplinas do programa Biologia Funcional e Molecular da Universidade Estadual de Campinas em que o professor Eduardo Galembeck estava matriculado consistia na criação e organização de uma disciplina de verão para os alunos da graduação. Essa disciplina da pós-graduação era ministrada pelo professor Bayardo B. Torres e pela professora Denise Vaz de Macedo e tinha como tema a Bioquímica do Exercício. A organização do currículo e dos materiais didáticos eram de responsabilidade dos pós-graduandos e deveriam ser preparados durante o semestre.

Como em seu doutorado o professor Galembeck estava trabalhando com a elaboração de softwares educaionais voltados para o ensino de bioquímica, surgiu a ideia de criar um software que trouxesse conceitos de bioquímica do ponto de vista do exercício físico. A ideia desse software era introduzir o processo de contração

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muscular, fazendo uma ponte entre os dois temas, utilizando assuntos como fontes de energia, respiração aeróbica e anaeróbica.

Surgia, então, em 1997 o Contração Muscular. Inicialmente foi desenvolvido em ToolBook® que, de acordo com o autor, era uma ferramenta fácil

para programar, além de ser muito intuitiva. O Contração foi estruturado em três seções com textos e representações externas que variam entre modelos ilustrados, esquemas, animações, micrografias, gráficos, entre outras.

Entretanto, softwares produzidos pela plataforma em questão tinham uma limitação: funcionavam apenas no sistema operacional da Microsoft - o Windows - e apenas se estivessem instalados no hardware do computador. Em 1997, a internet ainda estava se disseminando no meio comercial, assim o professor Eduardo chegou a vender CDs e distribuir disquetes com o software. O ToolBook® logo passou a ter um plug-in para que os softwares produzidos pudessem ser utilizados em rede, entretanto, após alguns testes, o autor percebeu que ainda era trabalhoso para o usuário realizar o procedimento. Além disso, o software funcionava apenas em Windows, podendo restringir o número de usuários.

Nesse sentido, com a popularização da internet e dos diferentes sistemas operacionais, o autor decidiu fazer a transição do software para outra plataforma de desenvolvimento, o Flash®. Esta produzia softwares que funcionavam em outros sistemas operacionais como iOS e Linux, além da possibilidade de utilizá-lo online.

Ainda que sua estrutura permanecesse a mesma, em 2001, o Contração Muscular teve suas primeiras alterações quanto ao layout, às RE e quanto ao conteúdo, inclusive com a adição de um questionário para fixação do conteúdo do software. Concomitantemente, o professor Eduardo já coordenava o Laboratório de Tecnologia Educacional (LTE), no Instituto de Biologia da UNICAMP.

Dez anos depois, em 2011, os smartphones estavam se popularizando e o Ipad acabava de ser lançado pela Apple. Dessa maneira, o autor decidiu dar mais um passo para transformar o software, já bastante procurado, em um aplicativo, para que fosse possível utilizá-lo em qualquer lugar e a qualquer momento. Assim, com a ajuda do programador Carlos E. Santoro, foi elaborada a 3ª versão do software para dispositivos móveis, mas ainda desenvolvido no Flash®.

Entretanto, foi se tornando cada vez mais difícil que aplicativos desenvolvidos em Flash® pudessem ser exportados e enviados às lojas onlines. A

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solução para manter os aplicativos funcionais foi migrar para outra plataforma de desenvolvimento.

O uso do Unity3D® como uma nova plataforma foi sugerida por outro

programador do LTE, Rodrigo D. Takase. Ela permitia que o software criado fosse multiplataforma, sendo possível executá-lo em computadores, smartphones e em tablets.

Uma versão foi atualizada para o Unity3D® com o mesmo layout e conteúdo, mas com uma ou duas alterações de RE em relação software desenvolvido em Flash®, por conta da qualidade. Assim, mudanças substanciais deveriam ser feitas, visto que se tratava de um ambiente de criação 3D e as RE ficavam pixelizadas, esteticamente ruins, da mesma maneira como aconteceu na transição entre o ToolBook® e o Flash®, em que as RE tiveram que ser redesenhadas. Para essa alteração das RE, foi contratado um artista e todas as RE ou foram redesenhadas ou criadas. Quanto ao conteúdo, o professor Eduardo e a professora Denise acreditavam que seria necessário fazer uma atualização do material. Assim, com o auxílio do aluno de iniciação científica e também programador, Márcio L. Magrini, no ano de 2014, foi lançada uma nova atualização do software Contração Muscular que está até hoje disponíveis na Biblioteca Digital de Ciências e nas lojas de aplicativos Google Playstore e Appstore.

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2. OBJETIVO

Com uma breve análise do livro Bioquímica Básica é possível notar, ao longo das edições, mudanças como o tamanho do livro, o tipo de papel e as cores de impressão. Quanto ao conteúdo textual, bastam alguns minutos de leitura entre cada um dos exemplares e é possível observar algumas alterações, como a inserção de novos tópicos ou, até mesmo, um aumento de conteúdo em algum dos tópicos já existentes.

No caso do software, as mudanças do layout e da usabilidade entre as quatro versões chamam bastante atenção, o que vai de encontro com as mudanças de conteúdo, que inicialmente, não são facilmente percebidas até a sua 4ª versão.

Nesse sentido, formulou-se a seguinte pergunta: Como ocorreram as mudanças no software Contração Muscular e no capítulo, sobre o tema Contração Muscular, do livro Bioquímica Básica ao longo de suas edições e versões?

Assim, o objetivo principal desta pesquisa foi, por meio de um estudo de caso, investigar a maneira como a mudança no conteúdo e os avanços tecnológicos relacionados aos computadores e aos dispositivos móveis afetam a atualização de dois materiais didáticos – um software e um capítulo de um livro didático de Bioquímica Básica – procurando trazer importantes contribuições sobre a evolução do conteúdo de livros didáticos e softwares educacionais paralelamente a evolução das tecnologias.

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3. A ANÁLISE DE CONTEÚDO

Antes do início do século XX, a Hermenêutica, arte de interpretar textos misteriosos e sagrados, era muito comum. Os textos bíblicos eram abordados de diversas maneiras, buscando a interpretação crítica, como por exemplo, a pesquisa de autenticidade dos noventa hinos religiosos, realizada na Suécia por volta de 1640 e também a análise do Livro do Êxodo feito por B. Bourbon no período 1888-1892 (BARDIN, 2009).

De acordo com Bardin (2009) a análise de conteúdo desenvolveu-se nos Estados Unidos, no início do século XX e começou a ser utilizada primeiramente para analisar textos e artigos jornalísticos quanto suas extensões ou a localização deles na página do jornal. Posteriormente, Harold Lasswell iniciou a análise de propagandas no período da Primeira Guerra Mundial. Nessa época, embora o objeto de estudo fosse a linguagem, a linguística e a análise de conteúdo não se conversavam (RICHARDSON et al., 1999).

Entre os anos 1940 e 1950, houve grande interesse dos cientistas políticos pela técnica, que passaram a analisar também símbolos políticos. É no final dessa época que B. Berelson, auxiliado por Lazarsfed, realizou estudos mais aprofundados sobre a análise de conteúdo. Berelson apud Bardin (2009) define que

“a análise de conteúdo é uma técnica de investigação que tem por finalidade a descrição objetiva, sistemática e quantitativa do conteúdo manifesto da comunicação”. No período seguinte, de 1950 a 1960, a análise de conteúdo

estendeu-se para outras áreas, trazendo mais problemáticas e aperfeiçoamentos técnicos para o desenvolvimento das análises.

Em 1977, a obra L’analyse de contenu foi publicada por Laurence Bardin. Nela, a análise de conteúdo é descrita e detalhada, tornando uma das principais referências para muitos pesquisadores (MOZZATO; GRZYBOVSKI, 2011). Bardin define a análise de conteúdo como

“Um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens”.

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Com o passar dos anos esse instrumento de análise interpretativa, que antes utilizava dados de jornais ou de documentos oficiais e não havia participação ativa do pesquisador, passou a ser utilizado para produzir inferências de dados obtidos por meio de perguntas e observações do pesquisador (FRANCO, 2005).

De acordo com Franco (FRANCO, 2005), é possível observar que estão ocorrendo mudanças ao longo do tempo, como o aumento do uso da análise de conteúdo como técnica nas pesquisas que estão deixando de ser descritivas e estão passando a testar hipóteses (FIGUEIRA et al., 2015). Também há um crescente interesse por questões teóricas e metodológicas e maior diversidade de materiais estudados (CAMPOS, 2004; OLIVEIRA et al., 2003; SILVA et al., 2013). A análise de conteúdo também está sendo aplicada com um amplo espectro de problemas e também fazendo conexão com outras técnicas de pesquisa [(BUSS-SIMÃO; ROCHA; GONÇALVES, 2015; DUARTE et al., 2013). Além disso, outro ponto importante citado pela autora é fato da utilização de computadores com programas computacionais para auxiliar nessa técnica (VALLEJO; BUSTOS; RAMÍREZ, 2014).

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4. AS REPRESENTAÇÕES EXTERNAS

O curso de Ciências Biológicas é formado por diversas disciplinas, dentre elas a disciplina Bioquímica que estuda as estruturas e o metabolismo dos organismos do ponto de vista molecular. Assim, os alunos precisam estar familiarizados com os três diferentes níveis de organização macroscópico, microscópico e submicroscópico, além de serem capazes de compreender a relação entre eles. Para auxiliar o entendimento desses conceitos e dos modelos mentais expostos na bioquímica, são utilizadas as Representações Externas (RE), que buscam representar os fenômenos no “mundo externo” podendo ser classificadas como fotografias, micrografias, imagens, diagramas, ilustrações, desenhos, representações analógicas, mapas metabólicos, vias simbólicas, representações genômicas, gráficos e ícones (SCHÖNBORN; ANDERSON, 2006).

Para que os estudantes possam compreender uma Representação Externa e, consequentemente, o conceito passado por ela, se faz necessário o letramento visual, pois assim como na linguagem verbal, em que aprendemos a ler e escrever, na linguagem visual, devemos ter habilidades para ler e escrever (desenhar) uma RE (AMETLLER; PINTÓ, 2002).

Schönborn e Anderson (SCHÖNBORN; ANDERSON, 2006, 2009) ressaltam a importância do letramento visual no Ensino de Bioquímica, levantando três pontos importantes: 1) os estudantes estão expostos a muitas representações externas e de diversos tipos, 2) os estudantes devem ser capazes de desenvolver habilidades de visualização, que estão além das que normalmente adquirem, para compreender uma RE e 3) o letramento visual interfere nas aprendizagens relacionadas às RE.

Nos últimos vinte anos houve um acelerado desenvolvimento dos equipamentos eletrônicos e, concomitantemente, de programas de televisão, da computação gráfica e da internet, o que aumentou o número de RE que estamos expostos. Os livros e outros materiais didáticos passaram a acompanhar esse desenvolvimento, pois também possuem forte apelo visual, fazendo com que a qualidade dessas RE e também a quantidade em que aparecem sejam levadas em consideração durante a escolha de um material didático para uso em sala de aula (SILVA et al., 2006).

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Desta maneira, os estudantes precisam cada vez mais desenvolver habilidades de visualização das RE, uma vez que os alunos podem interpretar uma RE apresentada a eles de forma diferente do que é esperado, podendo tomá-la, por exemplo, como um modelo real, o que muitas vezes não é verídico (MENGER; ZANA; LINDMAN, 1998). É importante ressaltar que cada pessoa está inserida em um contexto histórico, social e cultural e, portanto, os significados das RE que são dados por cada indivíduo se espelham nessas ideologias (ORLANDI, 1994). Assim, tanto o autor das RE, quanto o aluno ou o professor que estejam em contato com as mesmas RE podem lê-las e interpretá-las de diferentes maneiras, mostrando que elas não são transparentes, ou seja, existem múltiplos sentidos que podem ser produzidos por cada indivíduo sobre uma mesma RE. O professor pode direcionar a leitura e mostrar o significado trazido pela RE, facilitando a compreensão e a interpretação por parte dos estudantes (SILVA et al., 2006).

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5. A ANÁLISE DE CONTEÚDO E AS REPRESENTAÇÕES EXTERNAS EM DOIS TIPOS DE MATERIAIS DIDÁTICOS

Os estudos dos antigos manuais escolares e dos livros didáticos eram negligenciados antes da década de 60. Foi apenas depois desse período que pesquisadores, como historiadores e bibliógrafos, passaram a dar maior importância aos livros didáticos como objeto de estudo. (CHOPPIN, 2004). Choppin (2004) ressalta que, embora esses estudos possuam uma multiplicidade de assuntos e abordagens, é possível distinguir a pesquisa com livros didáticos em dois tipos: as que concebem o livro como um documento histórico, cujo interesse é analisar seu conteúdo, e as que se interessam pelo livro como um objeto físico, e se interessam em analisá-lo como um produto que pode ser comercializado e distribuído.

Algumas pesquisas que realizaram um mapeamento do uso do Livro Didático como objeto de estudo (EMMEL; ARAÚJO, 2012; FERREIRA; SELLES, 2003; GARCIA; BIZZO, 2010; MOREIRA, 2012; MUNAKATA, 2012) ressaltam que esse tipo de pesquisa tem aumentado ao longo dos anos não só no Brasil, como também em outras partes do mundo. Segundo levantamento bibliográfico de Munukata (2012), as pesquisas acadêmicas no Brasil sobre livro didático no período de 1970 a 1980 não ultrapassavam 50 títulos, entretanto, com o passar dos anos esse número tem aumentado, sendo que entre os anos de 1993 e 2000, o autor registrou 265 títulos em sua bibliografia.

Os autores Garcia e Bizzo (2010), retiraram dos anais do encontro internacional Critical analysis of school Science textbook, promovido pela

International Organization for Science and Technology Education (IOSTE) 77

estudos de 24 países e realizaram uma análise, cujos resultados mostraram que o foco das pesquisas com livros didáticos de ciências está voltado ao conteúdo, se concentram na área de biologia e estão centralizados no nível secundário. Além disso, a metodologia mais utilizada é a qualitativa e a maioria dos trabalhos acadêmicos pertencia à França, Tunísia e Brasil.

Em 2003, Ferreira e Selles (2003), fizeram uma análise em periódicos nacionais destinados ao ensino de ciências, na qual encontraram 17 artigos que se referiam aos estudos com livros didáticos. Dentre eles, apenas um artigo incluía livro didático do Ensino Superior, e tratava-se de um estudo de um conceito de física em livros argentinos de nível médio e universitário (STIPCICH; MOREIRA, 2001). No

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levantamento realizado por Emmel e Araújo (2012), dos 265 artigos sobre livros didáticos selecionados de três eventos (ENDIPE, ANPED e ENPEC) e do indexador Scielo, apenas 39 deles utilizavam o livro didático do ensino superior como objeto de análise.

Buscou-se então em base de dados como o portal de periódicos da CAPES, Google Acadêmico e ERIC, por trabalhos acadêmicos, incluindo teses e dissertações que utilizavam o livro didático como objeto de estudo.

Como exposto pelos trabalhos que embasam essa revisão, a maioria das pesquisas que envolvem livros didáticos se concentra no conteúdo do mesmo, analisando os conceitos e possíveis erros, a imagem da ciência que é transmitida pelos livros e algumas ideologias. (GARCIA; BIZZO, 2010). A análise de conteúdo é uma técnica de análise interpretativa que é utilizada em diferentes áreas do conhecimento e é possível notar que existem muitos trabalhos que utilizam dela para responder suas perguntas e alcançar seus objetivos, entretanto não utilizam referenciais teóricos como, por exemplo, Bardin para apoiar suas pesquisas. Sabe-se que a análiSabe-se de conteúdo conduz descrições sistemáticas, qualitativas ou quantitativas, que auxilia na interpretação das mensagens e na compreensão dos seus significados (MORAES, 1999). Dessa forma, foram encontrados trabalhos que não utilizavam a análise de conteúdo como metodologia de análise explícita, mas por seguirem os passos descritos acima, serão considerados nessa revisão bibliográfica.

Envolvendo essa técnica de análise e o estudo de livros didáticos, foram encontrados trabalhos que analisavam um determinado conteúdo indicando alguns erros conceituais, tanto dos livros didáticos de ensino fundamental como os do ensino médio. Essas pesquisas possuem como justificativa a importância do livro didático no processo de ensino e aprendizagem, evidenciando que em muitas situações esse material é o único meio que os alunos possuem, portanto não devem apresentar erros (ALBAMONTE; CHARONE; GROISMAN, 2009; MOHR, 2000).

Outros trabalhos, como o de Oliveira e Hosoume (2009) analisavam a forma como o conteúdo era apresentado baseado nos Parâmetros Curriculares Nacionais - referências e orientações pedagógicas que tem como objetivo permitir que os alunos de todo o país possam utilizar do conhecimento necessário para o exercício da cidadania.

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Também foram encontradas pesquisas como o de Januario (2010) que analisou o livro didático de matemática do ponto de vista do professor, investigando as implicações e contribuições do livro didático para o professor de Matemática acerca do conteúdo Função. Dominguini e Ortigara (2010) apresentaram em seu trabalho a importância da escolha do livro didático e como o professor pode utilizar a análise de conteúdo para selecionar o material.

Além da investigação dos erros conceituais, algumas pesquisas trazem a análise de ideologias, como as que investigaram a presença de preconceitos e estereótipos nos livros didáticos de inglês para estrangeiros, identificando como as culturas estrangeiras são apresentadas nas lições (SONG, 2013; YUEN, 2011), e o trabalho de Bagoly-Simó (2013), que realizou um estudo sobre como os livros de geografia escritos e publicados nos Estados Unidos, Espanha e Suíça retratavam países do Leste Europeu.

A análise de conteúdo também foi utilizada para investigar as mudanças que os livros sofreram ao longo dos anos quanto ao seu conteúdo, como o trabalho de Lachmann e Mitchell (2014), que analisou os livros de história de 1970 à 2009 a maneira como era retratado o envolvimento dos EUA na Segunda Guerra Mundial e no Vietnã e de Ke (2012), que analisou livros de Inglês para estrangeiros de 1952 a 2009, observando as mudanças que ocorreram devido influência do governo do Taiwan.

A análise de Garcia e Bizzo (2010) descreveu que pesquisas na área de livros didáticos estão mais concentradas na área de Biologia. Mesmo não sendo uma análise rigorosa, foi possível notar durante a busca que há mais trabalhos que tratam de Biologia que em outras áreas. Embora haja um grande número de pesquisas, muitas utilizam os livros didáticos para investigar a presença ou ausência de conteúdos relacionados nos PCN (BARBOSA, 2014; CORRÊA et al., 2013; COUTINHO; BARTHOLOMEI-SANTOS, 2014; DALAPICOLLA; SILVA; GARCIA, 2015; ROMA, 2011; SILVA; CARVALHO, 2012). Outras utilizam a técnica para buscar erros conceituais, novamente destacando a importância do material didático como, às vezes, único meio de aprendizagem do aluno (BATISTA; CUNHA; CÂNDIDO, 2010; FRANÇA; MARGONARI; SCHALL, 2011; HICKS; CLINE; TREPANIER, 2014; KIM; KIM, 2013; ROSA; MOHR, 2010).

Refinando ainda mais a busca com a finalidade de se encontrar trabalhos semelhantes à esta pesquisa, procurou-se por análises de conteúdo em livros

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didáticos do nível superior. Segundo Emmel e Araújo (2012), as pesquisas que utilizam livros didáticos do Ensino Superior como objeto de estudo existem em menores quantidades, e isso pôde ser observado nas bases de dados, tanto nas nacionais, quanto nas internacionais, pois as buscas retornavam poucos trabalhos que analisavam o conteúdo desses tipos de livros. Dentre os encontrados, a maioria foi produzida em diferentes cidades dos Estados Unidos e focavam mais na análise de ideologias, como o ensino de religião ou gênero e diversidade (ECKES, 2010; WEBB et al., 2004). Ainda assim foram encontrados trabalhos que analisam o conteúdo de biologia, como o de Franzolin (2012), que analisa o conteúdo de genética de livros do ensino médio e comparam com uma bibliografia de referência, um livro do ensino superior.

Além da análise do conteúdo textual, esta pesquisa também analisa as representações externas, tanto seu conteúdo, quanto seus tipos de representação. Dessa maneira, as buscas tornaram-se mais refinadas e consequentemente mais escassas, criando um novo desafio: encontrar trabalhos que utilizassem a metodologia de análise em questão nas representações externas dos livros didáticos de biologia. A tese de doutorado de Freitas (2002) apresenta a análise de imagens nos livros didáticos de biologia, porém, não no sentido desse trabalho, que utiliza a análise nas representações externas para investigar as mudanças que elas têm ou não passado. O outro único artigo encontrado que é possível relacionar em partes com esta pesquisa é o trabalho de Coutinho et al. (2010), que analisa imagens de livros didáticos, utilizando as quatro categorias que Mayer (2001) e também uma categorização própria dos autores.

O estudo da informática na educação no Brasil possui uma identidade própria, com raízes consolidadas (VALENTE, 1997), entretanto, não foram encontrados trabalhos que abordassem de maneira ampla como estão as pesquisas acadêmicas que utilizam softwares educacionais como objetos de estudo, mas sim pesquisas mais pontuais como o trabalho de Medeiros (2012), em que as dissertações e teses da área da enfermagem disponíveis no Banco de Tese da CAPES que versam sobre o desenvolvimento de softwares para a área da saúde e enfermagem foram analisadas e caracterizadas.

Entre outros trabalhos que de alguma maneira fazem um mapeamento de pesquisas acerca de softwares educativos, pode-se citar Mossi e Soares (2012), que analisaram como os teóricos e os pesquisadores utilizam os softwares no ensino de

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matemática na educação básica, investigando as publicações em eventos da área de matemática no período de 2010 e 2012. Também o trabalho de Amaral e Frango (2014), em que fizeram um levantamento da quantidade de dissertações e teses que versam sobre o uso do software de matemática Geogebra.

Magalhães et al. (2013) realizaram um levantamento das publicações do Simpósio Brasileiro de Informática na Educação (SBIE) entre os anos de 2001 e 2012 afim de caracterizar a pesquisa em informática na educação no Brasil. Com o intuito de identificar as pesquisas existentes relacionadas à avaliação da qualidade de softwares educacionais web, Zem-Lopes, Pedro e Isotani (2014) realizaram um mapeamento sistemático na área de Computação e Educação.

É possível notar, por meio de uma análise qualitativa e sem rigor, que existem nos bancos de dados trabalhos que descrevem a elaboração e o desenvolvimento de alguns softwares educacionais (ALAVARCE; PIERIN, 2011; VENEZIANO et al., 2011) e outros que apresentam técnicas ou até mesmo avaliam esse tipo de material (FIALHO; MATOS, 2010; MAGALHÃES et al., 2013; TOLEDO, 2015). Também há pesquisas que dissertam sobre a importância dos softwares, outras apresentam uma descrição do material didático, além de trabalhos que sugerem uma metodologia para a escolha de um bom material (FREITAS; KIRNER, 2013; JUCÁ, 2006; MARIA; GIRAFFA, 2009; MORELLATO et al., 2006; PREBIANCA et al., 2013).

Apesar de uma busca cuidadosa e intensa, não foram encontrados dados sobre uma pesquisa no sentido desse trabalho, que utiliza a análise de conteúdo para olhar tanto para o texto do livro de ensino superior e do software, como para as suas representações externas, buscando compreender as mudanças, com relação às tecnologias, que ocorreram ao longo dos anos, tornando um desafio e um estímulo para o desenvolvimento dessa dissertação.

Garcia e Bizzo (2010) levantam em seu trabalho que poucos estudos tem focado no desenvolvimento histórico do material, e embora a análise de conteúdo desta pesquisa não verifique a existência de erros conceituais, ela é relevante, pois analisa a forma como o conteúdo é apresentado ao longo das novas edições, o que pode levar a reflexões posteriores sobre possíveis formas de atualização do material. Nesse mesmo sentido, observar as mudanças que ocorreram no software também é relevante, visto que a maioria dos trabalhos versam sobre importância ou a descrição de um material.

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6. METODOLOGIA

6.1. Estudo de Caso

Esta pesquisa foi fundamentada na metodologia de Estudo de Caso, pois consiste na análise de acontecimentos contemporâneos, não se pode manipular ou controlar os comportamentos relevantes ou desconectar a análise do contexto em que se está sendo estudado (YIN, 2001). Assim, as mudanças ocorridas nos materiais didáticos – um capítulo do livro Bioquímica Básica e o software Contração Muscular – não podem ser generalizadas para outros materiais, ainda que aborde tema contração muscular.

Além disso, de acordo com Yin (2001), em um Estudo de Caso, faz-se uma questão do tipo “como” ou “por que”, o que se encaixa nessa pesquisa, visto que a pergunta a ser respondida é “Como ocorreram as mudanças nos dois materiais didáticos ao longo de suas edições e versões? ”.

Desta forma, para responder à essa questão, foram utilizadas as seguintes fontes de evidências: documentação, registro em arquivos e as entrevistas.

Os documentos são materiais importantes na corroboração e valorização das evidências que podem vir das outras fontes, além disso, eles podem fornecer outros detalhes das evidências das outras fontes e também permitem que sejam feitas inferências, entretanto não devem ser consideradas como descobertas e sim como indícios (YIN, 2001). Como documentos, foram utilizados os próprios materiais didáticos e a tese de doutorado do Professor Eduardo Galembeck.

Os registros em arquivos podem ser agendas ou anotações e podem fornecer tanto os dados quantitativos (numéricos), quanto os qualitativos (YIN, 2001). Como registro em arquivos, foram utilizados os arquivos de computador produzidos e alguns e-mails dos desenvolvedores da última versão do software, afim de sanar algumas dúvidas em relação ao software, visto que algumas informações não eram prontamente lembradas durante entrevistas.

As entrevistas são importantes e essenciais constituindo uma fonte de evidência bastante rica para o Estudo de Caso, pois podem fornecer dados específicos que não são encontrados em outras fontes de evidência e poderão ser corroborados com as mesmas. Podem ser conduzidas de três maneiras:

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espontâneas, focal e levantamento (YIN, 2001). No caso dessa pesquisa, as

entrevistas foram conduzidas de maneira focal, com um dos autores do livro Bioquímica Básica e com o autor do software Contração Muscular e de maneira

espontânea com os desenvolvedores das 3ª e 4ª versões do software Contração

Muscular.

6.2. A Análise de Conteúdo e suas fases.

As edições do livro de Bioquímica Básica e as versões do Software Contração Muscular, foram analisadas por meio da Análise de Conteúdo baseada em Bardin (2009). Essa metodologia envolve um conjunto de técnicas que permite que o pesquisador explore os documentos em estudo e possa descrevê-los e interpretá-los, a fim de identificá-los quanto aos principais conceitos ou temas abordados (MORAES, 1999; OLIVEIRA et al., 2003).

A Análise de Conteúdo se dividiu em 3 fases: Pré – Análise, Exploração do Material e Tratamento dos Resultados.

6.2.1. A Pré- Análise e a organização dos materiais.

A Pré - Análise objetiva a organização da análise, para que o plano a ser seguido seja sistematizado. Dentro dessa fase, de acordo com Bardin (2009), existem as etapas leitura flutuante, escolha dos documentos, formulação de

hipóteses e referenciação dos índices. A leitura flutuante deve ser realizada

primariamente, afim de se conhecer os documentos que serão analisados, os textos e suas mensagens, permitindo que haja impressões, representações e expectativas. As demais não necessitam seguir uma ordem cronológica (BARDIN, 2009).

Durante a leitura flutuante, foram observadas as três4 edições e também

as quatro versões do Software Contração Muscular. Em seguida, a escolha dos

documentos foi determinada e envolveu a constituição de um corpus - um conjunto

de documentos. O capítulo referente ao assunto contração muscular das quatro

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edições e os arquivos de texto contendo o conteúdo e as Representações Externas das quatro versões do software Contração Muscular constituem o corpus dessa pesquisa.

Após essa etapa, ocorreu a etapa formulação das hipóteses, cujas afirmações foram elaboradas a priori, de acordo com o que foi observado na leitura

flutuante.

• No capítulo do livro Bioquímica Básica referente ao tema contração muscular o conteúdo textual muda entre as 4 edições, sendo que a mudança é mais perceptível entre a segunda e a terceira edição. • No capítulo do livro Bioquímica Básica referente ao tema Contração

Muscular as RE mudam mais quanto ao tipo e não tanto quanto ao conteúdo.

• No capítulo do livro Bioquímica Básica referente ao tema Contração Muscular as mudanças de conteúdo das RE seguem as mudanças do conteúdo textual, de maneira que elas são retiradas ou adicionadas de acordo com a adição ou retirada de um conteúdo.

• No capítulo do livro Bioquímica Básica referente ao tema Contração Muscular as RE mais são trocadas do que adicionadas ou retiradas. • No capítulo do livro Bioquímica Básica, referente ao tema Contração

Muscular, as cores mudaram devido ao barateamento da impressão colorida, além da troca do tipo de papel.

• No software Contração Muscular, o conteúdo mudou apenas na 4ª versão.

• No software Contração Muscular, os tipos de RE foram mantidos nas três primeiras versões e mudaram apenas na 4ª versão.

• No software Contração Muscular, o que pressionou mais a atualização, foram as mudanças constantes dos sistemas operacionais de dispositivos móveis e dos computadores.

Ainda antes da Análise, os documentos estudados foram preparados e organizados de maneira que o capítulo sobre contração muscular de cada uma das três edições foi digitalizado e então passaram pelo procedimento de reconhecimento de caracteres do software Adobe® Acrobat Professional para que não fosse

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cuidadosa para buscar possíveis partes do texto que foram reconhecidas erroneamente ou não foram reconhecidas.

Quanto aos textos das quatro versões do software, foi possível retirar do código-fonte de uma das versões e poucas partes foram digitadas.

Além disso, as telas dos softwares foram capturadas uma a uma e as imagens geradas foram separadas e organizadas em quatro arquivos diferentes, correspondentes às versões.

A referenciação dos índices consistiu em selecionar “uma menção explícita de um tema numa mensagem” (BARDIN, 2009). A unidade de contexto dessa pesquisa são os capítulos das quatro edições do livro Bioquímica Básica sobre Contração Muscular e as quatro versões do software “Contração Muscular”. A

unidade de registro utilizada é o tema “Contração Muscular”. Assim, dentro dele

foram criadas três categorias referentes ao conteúdo e nove categorias referentes aos tipos de RE. É importante ressaltar que no livro didático não aparecem todas as categorias, pois algumas dessas estão apenas relacionadas ao software, como Animação, Modelo 3D, Ícones e Botões.

As categorias sobre conteúdo, tanto o relacionado ao texto, quanto ao relacionado às RE e as categorias do tipo de RE estão relacionadas e descritas, respectivamente, na Tabela 1 e na Tabela 2.

Tabela 1: Categorias sobre conteúdo e suas respectivas descrições referenciadas.

Categoria Descrição Referência

Estrutura do Músculo

Elementos e componentes do músculo, elementos componentes da fibra muscular, caracterização da fibra muscular, organização dos elementos presentes na fibra muscular, tipos de fibras, tipos de músculos, localização dos tipos de músculos.

(MARZZOCO; TORRES, 2007)

Mecanismo de Contração

Como ocorre o processo de Contração Muscular; Regulação do processo; Moléculas, íons, hormônios relacionados ao processo.

(MARZZOCO; TORRES, 2007)

Metabolismo

O trabalho muscular, as fontes de energia (vias metabólicas) para o trabalho muscular, produtos do trabalho muscular, fadiga muscular, tipos de exercícios físicos.

(MARZZOCO; TORRES, 2007)

Referências

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