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Idoso com bom desempenho físico vive mais ou melhor? Dados do estudo FIBRA

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FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS

VINÍCIUS NAGY SOARES

IDOSO COM BOM DESEMPENHO FÍSICO VIVE MAIS OU MELHOR? DADOS DO ESTUDO FIBRA

CAMPINAS 2018

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FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS

VINÍCIUS NAGY SOARES

IDOSO COM BOM DESEMPENHO FÍSICO VIVE MAIS OU MELHOR? DADOS DO ESTUDO FIBRA

Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do título de Mestre em Gerontologia.

Dissertation presented to the Faculty of Medical Sciences of the University of Campinas as part of the requirements necessary to obtain the Master's Degree in Gerontology.

ORIENTADORA: PROFA. DRA. PAULA TEIXEIRA FERNANDES

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELO ALUNO VINÍCIUS NAGY SOARES, ORIENTADO PELA PROFA. DRA. PAULA TEIXEIRA FERNANDES.

CAMPINAS 2018

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VINÍCIUS NAGY SOARES

ORIENTADORA: PROFA. DRA. PAULA TEIXEIRA FERNANDES

MEMBROS:

1. PROFA. DRA. PAULA TEIXEIRA FERNANDES

2. PROFA. DRA. FLÁVIA SILVA ARBEX BORIM

3. PROF. DR. RICARDO AURÉLIO CARVALHO SAMPAIO

Programa de Pós-Graduação em Gerontologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas.

A ata de defesa com as respectivas assinaturas dos membros da banca examinadora encontra-se no processo de vida acadêmica do aluno.

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DEDICATÓRIA

Ao Miguel e Marlene, meus pais,

pois sem eles eu não seria o que sou.

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Redigir um texto em agradecimento a alguém é uma tarefa que exige grande responsabilidade, uma vez que o risco de injustiça é eminente. O mestrado foi uma jornada rápida, às vezes árdua, e de muito aprendizado. Conheci pessoas de grande capacidade intelectual, sempre interessadas em alcançar a excelência acadêmica e científica, o que foi inspirador.

Todos, de alguma forma, contribuíram, direta ou indiretamente, com este trabalho. Faço menção honrosa aos serviços prestados pelas recepcionistas, profissionais da limpeza, da secretaria e da manutenção. Sem eles minha jornada seria muito mais difícil.

Agradeço aos professores do programa de Pós-Graduação em Gerontologia, da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, os quais, com seus ensinamentos, foram fundamentais para a evolução e consolidação deste estudo. Agradeço também às amizades construídas ao longo do curso, pois caminhar acompanhado é sempre mais fácil e prazeroso.

Nominalmente, registro agradecimento especial a duas pessoas que considero essenciais para a minha chegada até aqui. Primeiramente à Profa. Paula Teixeira Fernandes, minha orientadora. E não poderia ser diferente, afinal, construímos, nos últimos anos, uma relação de confiança, respeito e amizade, virtudes estas que foram determinantes para a minha evolução acadêmica e pessoal. Agradeço também à Profa. Anita Liberalesso Neri por ter permitido que eu fizesse parte do estudo FIBRA. Sempre gentil e disposta a ajudar, Anita é uma fonte de inspiração e um ícone na temática do envelhecimento.

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Introdução: Estimativas de desempenho físico representam importantes indicadores

para a previsão da mortalidade. Apesar disso, diretrizes sobre envelhecimento saudável superaram o paradigma da longevidade, direcionando-se à autonomia e à funcionalidade dos idosos. Assim, não basta analisar somente o tempo de sobrevivência, devemos também refletir sobre como os anos estão sendo vividos.

Objetivo: verificar a influência do desempenho físico na mortalidade, funcionalidade

e satisfação com a vida de idosos não hospitalizados. Método: foi realizado o seguimento de uma amostra de 900 idosos de Campinas-SP (624 mulheres) entre 2008 e 2016. As variáveis de desempenho físico, funcionalidade e satisfação com a vida foram coletadas no início do seguimento. Como estimativas de desempenho físico, foram avaliadas a força de preensão manual e a velocidade usual de marcha. A funcionalidade foi avaliada através de questionário, que abordava atividades básicas, instrumentais e avançadas da vida diária. A satisfação com a vida consistiu em outro questionário, que investigava a satisfação global, saúde, memória, vizinhança e relações sociais. A data e a causa do óbito foram identificadas pelo Sistema de Informação de Mortalidade do município de Campinas-SP. Resultados: foram registrados 154 óbitos por causas naturais (88 mulheres). A análise de Kaplan-Meier demonstrou que o ritmo de ocorrência da mortalidade foi maior para os idosos com baixos níveis de força de preensão manual (Log Rank: X2=12,18, p<0,001) e de

velocidade usual de marcha (Log Rank: X²=16,64, p<0,001). A regressão de Cox demonstrou que déficit de força (R.R.=1,60; IC=1,15–2,23; p=0,005) e de marcha (R.R.=1,82; IC=1,30–2,55; p<0,001) associaram-se com o aumento do risco de mortalidade. A idade foi um fator de confusão para a força (R.R.=1,06; IC=1,03–1,09; p<0,001), enquanto que a artrite reumatoide foi um fator de confusão para a velocidade (R.R.=2,02; IC=1,36–3,01; p<0,001). O Modelo Linear Geral multivariado identificou que os participantes com melhores desempenhos de força e de marcha faziam mais atividades do cotidiano. Por fim, foi verificado efeito da velocidade usual de marcha na satisfação com a vida (F=6,87; p=0,009). Conclusões: o bom desempenho físico parece ser fundamental para uma vida mais extensa e com melhor funcionalidade. Além disso, a boa mobilidade pode estar relacionada à satisfação com a vida.

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Introduction: Estimates of physical performance represent important indicators for

predicting mortality. Although, guidelines on healthy aging have surpassed the longevity paradigm, targeting the autonomy and functionality of the elderly. Thus, it is not enough to analyze only the survival time, we must also reflect on as the years are being lived. Objective: to verify the influence of physical performance on mortality, functionality and satisfaction with life of the non-hospitalized elderly. Method: A sample of 900 older adults from Campinas-SP (624 women) was followed between 2008 and 2016. The variables of physical performance, functionality and life satisfaction were collected at beginning of the follow-up. As physical performance estimates, the manual grip strength and usual walking speed were evaluated. The functionality was evaluated through a questionnaire, which basic, instrumental and advanced activities of daily living. The satisfaction with life consisted of a questionnaire, in which was investigated global satisfaction, health, memory, neighborhood and social relations. The date and cause of death were identified in Mortality Information System of the city of Campinas-SP. Results: 154 deaths were recorded to natural causes (88 women). Kaplan-Meier analysis demonstrated that rate of mortality was higher for the elderly with low levels of manual grip strength (Log Rank: X² = 12.18, p <0.001) and usual walking speed (Log Rank: X² = 16.64, p <0.001). The Cox regression showed that strength deficit (RR = 1.60, CI = 1.15-2.23, p = 0.005) and gait deficit (RR = 1.82, CI = 1.30-2.55; p <0.001) were associated with increased risk of mortality. Age was a confounding factor for strength (RR = 1.06, CI = 1.03-1.09, p <0.001), whereas rheumatoid arthritis was confounding factor for speed (RR = 2, 02, CI = 1.36-3.01, p <0.001). The multivariate General Linear Model identified that participants with better strength and gait performed more daily activities. Finally, was verified the usual gait velocity effect on life satisfaction (F = 6.87, p = 0.009). Conclusions: Best physical performance seems to be fundamental for a longer and better functioning life. In addition, good mobility may be related to satisfaction with life.

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Tabela 1 - Características na linha de base de idosos de Campinas-SP estratificados pelo status de mortalidade ... 26 Tabela 2 - Risco de mortalidade estimado pela regressão de Cox de acordo com níveis de força de preensão manual e de velocidade usual de marcha de idosos de Campinas-SP... 28 Tabela 3 - Efeito da força de preensão manual e da velocidade usual de marcha na satisfação com a vida e atividades da vida diária de idosos de Campinas-SP ... 29 Tabela 4 - Exemplo de aplicação do teste t para comparação das variáveis dependentes de acordo com as categorias (binárias) de força e velocidade ... 45 Tabela 5 - Exemplo de aplicação da ANOVA para comparação das variáveis dependentes de acordo com as categorias de força e velocidade... 46 Tabela 6 - Exemplo de aplicação da ANOVA Two-Way, MANOVA ou GLM univariado para a comparação das variáveis dependentes de acordo com as categorias de força e velocidade ... 47 Tabela 7 - Análise em bloco através do GLM multivariado para a verificação da influência de um conjunto de variáveis independentes sobre um conjunto de variáveis dependentes ... 48

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Figura 1 - Níveis de força de preensão manual (a) e velocidade usual de marcha (b) de idosos falecidos e sobreviventes de acordo com o sexo... 25 Figura 2 - Curvas de sobrevivência de Kaplan-Meier de acordo com os níveis de força de preensão manual e velocidade usual de marcha de idosos de Campinas-SP. .... 27 Figura 3 - Gráficos de dispersão associando os níveis de força de preensão manual com a idade de idosos residentes em Campinas-SP. ... 28 Figura 4 - Exemplo de aplicação da MANOVA ou GLM univariado. ... 46

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Esta dissertação foi desenvolvida com o propósito de servir à comunidade acadêmica geral. Apesar de seguir uma retórica textual sintética, preocupamo-nos em apresentar subsídios teóricos adicionais, que servirão como apoio didático complementar para o estudo e/ou esclarecimento de eventuais dúvidas.

A leitura a seguir é uma extensão do manuscrito aprovado para publicação na revista Ciência & Saúde Coletiva intitulado “Influência do desempenho físico na

mortalidade, funcionalidade e satisfação com a vida de idosos: dados do Estudo FIBRA”.

Na introdução, abordamos as interfaces entre domínio físico, mortalidade, tarefas do cotidiano e vida autopercebida. Apresentamos também uma lacuna existente na literatura científica acerca do tema, o que consistiu na justificativa deste estudo. Em Materiais e Métodos, descrevemos a população, as variáveis operacionais, as estratégias de coleta de dados e as técnicas estatísticas utilizadas. Em seguida, nos tópicos seguintes, apresentamos as evidências empíricas e nossas interpretações. Por fim, disponibilizamos, em Apêndice (pág. 42), textos abordando detalhes técnicos e teóricos sobre a análise estatística adotada.

Esperamos, ao final desta leitura, ter respondido a seguinte pergunta: idoso com bom desempenho físico vive mais ou melhor?

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Desempenho físico e envelhecimento ... 13

Desempenho físico e mortalidade ... 15

Satisfação com a vida e desempenho físico ... 16

Justificativa ... 18 OBJETIVOS ... 19 Gerais ... 19 Específicos ... 19 MATERIA IS E MÉ TODOS ... 20 Estudo de coorte ... 20

Desempenho físico (Variáveis independentes) ... 20

Dados de mortalidade (Variável dependente) ... 21

Variáveis de confusão (covariáveis) ... 21

Atividades da vida diária e satisfação com a vida (Variáveis dependentes) ... 22

Análise estatística ... 23

RESULTADOS ... 25

Desempenho físico e mortalidade ... 25

Desempenho físico, AVDs e satisfação com a vida ... 29

DISCUSSÃO ... 30

CONCLUSÕES ... 34

REFERÊNC IAS ... 35

APÊNDICE ... 42

Novas tendências da estatística aplicada ... 42

Análise de sobrevivência ... 42

Kaplan-Meier ... 43

Regressão de Cox ... 43

Modelo Linear Geral ... 44

ANEXOS ... 49

Anexo I - Parecer Comitê de Ética ... 49

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INT RODUÇÃO

Desempenho físico e envelhecimento

Quando refletimos sobre os declínios associados ao envelhecimento, dedicamos grande atenção ao domínio físico. Isso acontece porque o bom desempenho físico é fundamental para a realização de tarefas do cotidiano, como o autocuidado e o preparo das refeições.

Idealizamos um envelhecimento saudável, pautado, principalmente, na manutenção da funcionalidade e da autonomia. No entanto, nosso ideário colide com o fato de que o envelhecimento provoca alterações morfológicas e fisiológicas(1), podendo levar os idosos a manifestarem um estado de

vulnerabilidade e dependência(2).

O conceito de dependência faz alusão a uma relação social, ou seja, dependemos de alguém para fazer alguma coisa. Certamente fomos dependentes em alguma fase da vida, e, eventualmente, mantemo-nos dependentes em algum aspecto. Por exemplo, na infância nossos pais garantiram nossa nutrição e segurança, enquanto que na fase adulta é possível existir dependência financeira e/ou emocional.

Na velhice, é comum encontrar idosos à mercê do cuidado alheio. Esse cuidado geralmente é realizado pelos familiares, sobretudo o cônjuge. Essa dependência está diretamente relacionada ao domínio físico e representa ruptura na dinâmica familiar. Afinal, existem idosos debilitados cuidando de outros idosos, o que implica em um cuidado eventualmente precário, além de um agravo à saúde do cuidador.

Diante disso, torna-se importante o rastreamento de indicadores específicos para o diagnóstico precoce do declínio físico. Fatores como perda de peso não intencional, fraqueza, lentidão de marcha, diminuição da atividade física diária e sensação frequente de cansaço são indícios de fragilidade, representando riscos à funcionalidade, autonomia e qualidade de vida(3, 4).

A redução da massa muscular é um dos principais precursores do declínio físico. Essa diminuição é progressiva, provoca perda de força muscular e é denominada sarcopenia(5). Sarcopenia é uma síndrome geriátrica com prevalência de 30% para a população acima de 65 anos, chegando a atingir 50% dentre os octogenários(6). No Brasil, aproximadamente 17% da população idosa

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possui sarcopenia, o que tende a aumentar conforme o incremento da expectativa de vida(7).

O processo de redução da massa muscular compromete principalmente as fibras musculares do tipo II, que são as responsáveis pela contração rápida(8). Pessoas com sarcopenia são menos tolerantes às atividades

físicas diárias, o que pode comprometer a mobilidade e agravar ainda mais a sarcopenia(9). Como desfecho, capacidades físicas como força e velocidade são

afetadas, dificultando o desempenho nas tarefas do cotidiano.

Por definição, força muscular consiste na capacidade de o indivíduo superar uma resistência externa(10). Já a velocidade representa a capacidade de

deslocamento de um local a outro(11). Ambas capacidades físicas são recrutadas

simultaneamente e são determinantes para a funcionalidade. Por exemplo, idosos com acentuado declínio físico podem apresentar dificuldade de estabilização do próprio centro de gravidade, ficando mais suscetíveis às quedas e fraturas. Ou ainda, podem ter um dispêndio energético excessivo em atividades do cotidiano, o que pode predispor os idosos a evitarem determinados esforços por se sentirem fatigados ou incapazes, o que é extremamente nocivo ao domínio físico.

A obesidade também deve ser considerada na avaliação do idoso. O acúmulo de gordura é influenciado pelo estado nutricional e representa risco ao desempenho físico e ao funcionamento orgânico. Silveira et al.(12) identificaram

que em uma amostra de 596 idosos brasileiros, aproximadamente 48% eram obesos. Verificaram também que as pessoas obesas estavam mais propensas a manifestarem outros comportamentos deletérios, como tabagismo e sedentarismo.

Idosos obesos podem desenvolver um quadro de obesidade sarcopênica, a qual é influenciada por mecanismos inflamatórios. O acúmulo de gordura corporal estimula a secreção de citocinas pró-inflamatórias, como Fator de Necrose Tumoral Alfa (TNF-α), Interleucina 6 (IL-6) e Proteína C-Reativa (PCR)(13-15). Essas citocinas estimulam o catabolismo muscular, sobretudo de

fibras musculares do tipo II, aumentando as chances de sarcopenia e dinapenia (i.e., perda de força)(13-15). Como agravante, a infiltração de gordura no tecido

muscular aumenta as chances de resistência à insulina, de doenças cardiovasculares e de diabetes tipo II(14-16).

(15)

Diante deste contexto, a perda de massa muscular e o excesso de gordura corporal representam riscos à funcionalidade dos idosos. Na prática clínica (não somente médica), devemos fazer o rastreamento dos fatores de risco que acometem o desempenho físico, e adotar estratégias de profilaxia a fim de manter a funcionalidade e a autonomia na velhice.

Desempenho físico e mortalidade

As principais causas de morte são as doenças do aparelho circulatório, respiratório e as neoplasias(17). As quedas também representam

risco à população idosa, tanto pelos desfechos de incapacidade quanto de mortalidade(18). Em contrapartida, o óbito em decorrência da senilidade acomete

apenas 4% da população idosa(17).

Apesar de reconhecidas as principais causas de óbito, pesquisadores de diversas regiões do mundo têm investigado a influência do desempenho físico na mortalidade de idosos(19-25). As variáveis de desempenho físico mais

utilizadas são a força de preensão manual(24, 25) e a velocidade usual de

marcha(19-23). A força de preensão manual corresponde a um indicador de força

muscular isométrica, que se relaciona com mobilidade, nível de atividade física diária e sarcopenia(4, 6, 26). Por sua vez, a velocidade de marcha possui relação

com a força de membros inferiores(27) e incapacidade física(28). Ou seja, são

medidas facilmente obtidas, que permitem inferir outras capacidades físicas e que necessitam de baixo dispêndio econômico.

A força de preensão manual é um importante preditor de mortalidade em idosos(29, 30). Gale et al.(31) investigaram a associação entre força, composição

corporal e mortalidade em 800 idosos da Grã-Bretanha, durante 24 anos. Esse estudo demonstrou que níveis reduzidos de força de preensão manual associaram-se com o aumento do risco de doenças cardiovasculares, câncer e mortalidade. Ao encontro disso, a metanálise de Wu et al.(24) encontrou efeito da

força de preensão manual na predição do óbito por doenças cardiovasculares, câncer e acidente vascular encefálico.

Embora amplamente estudada, a preensão palmar não é o único parâmetro para a avaliação da força. Ruiz et al.(32) verificaram a associação entre

a força obtida nos exercícios de supino e leg press com a mortalidade. Para isso, foi realizado o seguimento de 10.265 homens entre 1980 e 2003. O baixo nível

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de força foi associado ao aumento do risco de mortalidade independentemente da causa, enquanto que os níveis elevados de força tiveram efeito protetor, associando-se à redução do risco de morte. Ressaltamos que a amostra estudada foi de adultos e idosos, e que os exercícios utilizados demandam maquinários robustos e um período de aprendizagem da técnica de movimento, o que inviabiliza a aplicação na prática clínica. Apesar disso, os achados vão ao encontro da preensão manual, o que ressalta sua confiabilidade na avaliação da força e na predição da mortalidade.

Os estudos sobre a velocidade de marcha também confirmaram sua capacidade de predição do óbito(19-23). Uma limitação desses estudos é a baixa

representatividade de pessoas mais idosas, isto é, acima de 85 anos. Para preencher essa lacuna, Taekema et al.(23) fizeram o seguimento de 599 idosos

acima de 85 anos, durante 12 anos. Como resultados, a lentidão de marcha e a dificuldade nas tarefas do cotidiano associaram-se com o aumento do risco de mortalidade.

Portanto, a força de preensão manual e a velocidade usual de marcha representam medidas valiosas para a previsão de eventos futuros, sobretudo o óbito. Por se tratarem de indicadores de baixo custo, o uso nas práticas clínica e científica torna-se factível.

Satisfação com a vida e desempenho físico

O conceito de satisfação com a vida não é tão explorado quanto o de qualidade de vida, mas, de certa forma, ambos estão relacionados e possuem uma gênese em comum.

O termo qualidade de vida teve origem na década de 1920, sendo descrito, segundo Paschoal(33), no livro “The Economics of Welfare”, a fim de

estimular reflexões sobre o suporte do Estado às famílias menos favorecidas, ponderando o ônus que esse suporte causaria ao governo. Depois disso, as discussões sobre o tema permaneceram latentes até o fim da Segunda Guerra Mundial; somente após a concepção de que saúde não se tratava apenas de ausência de doença, é que foram iniciadas as discussões sobre a possibilidade de avaliação do bem-estar(33).

Ao longo dos anos, acreditava-se que diferentes fatores poderiam influenciar a felicidade das pessoas. Na década de 1950, a felicidade individual

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seria determinada pelo avanço das condições de subsistência e pela acumulação de bens materiais. Já na década de 1960, os determinantes de uma vida com qualidade seriam a educação, saúde e bem-estar econômico(33).

Mais adiante, o conceito de qualidade de vida passou a ser associado ao desenvolvimento econômico e social, envolvendo temas como saúde, mortalidade infantil, expectativa de vida, segurança, lazer, educação, transporte, moradia, etc.(33). A qualidade de vida era um indicador objetivo, utilizado,

principalmente, para a avaliação de desempenho socioeconômico(33).

As diferentes concepções ao longo dos anos estimularam políticas sociais e a criação de um campo de pesquisa sobre a qualidade de vida(33).

Gradativamente, percebeu-se que embora os indicadores supracitados fossem importantes, eram incapazes de explicar a satisfação individual. Afinal, cada pessoa atribui significados particulares a diferentes fatores, o que advém das diferentes interações com o ambiente, formação individual e cultural. Passou-se, então, a valorizar a opinião do próprio indivíduo sobre o que ele acredita ser qualidade de vida(33). A qualidade de vida não poderia ser determinada por

modelos previamente definidos, adquirindo, em sua nova concepção, traços de subjetividade. Hoje, a discussão sobre a extensão da vida tornou-se secundária, uma vez que as pessoas não almejam apenas quantidade de vida, mas sim uma vida com qualidade.

As percepções das pessoas passaram a constituir robustos parâmetros de avaliação sobre diferentes temas, como saúde, dor, esforço, felicidade, entre outros. Assim, cabe a seguinte reflexão: nós que frequentemente materializamos nossas pesquisas unicamente em indicadores objetivos, devemos considerar que as percepções e anseios das pessoas possuem grande relevância científica, e podem direcionar os caminhos para uma vida com mais qualidade.

Dito isso, a satisfação com a vida é uma variável subjetiva e que pode ser determinada pelas expectativas e realizações ao longo da existência. Ou seja, pode ser influenciada pelo idealizado e o alcançado em relação aos fatores que o indivíduo considera fundamentais para uma boa vida(33). Quanto maior a

diferença entre o idealizado e o conquistado, pior tende a ser a satisfação com a vida; o oposto, por sua vez, pode estar associado à vida mais satisfeita.

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A satisfação com a vida também pode ser influenciada por processos regulatórios como a capacidade de enfrentamento e adaptação a eventos normativos e idiossincráticos(34), relações sociais e envolvimento com a

comunidade(35) e comparação com outros da mesma idade(36). Com base nestes

mecanismos regulatórios, acreditamos que os idosos com melhores desempenhos físicos podem apresentar maior capacidade de enfrentamento em relação às intempéries próprias da existência, mantendo-se atuantes em suas comunidades, e autônomos no que concerne à gestão da própria existência, predispondo a uma vida mais ativa, e, por conseguinte, levando a uma melhor percepção da vida.

Justificativa

Como descrito anteriormente, estudos já demonstraram que baixos níveis de força de preensão manual e de velocidade de marcha estão associados ao aumento do risco de mortalidade. No entanto, poucos estudos investigaram o efeito dessas duas variáveis simultaneamente e em idosos não hospitalizados(37). Levando em consideração que os baixos níveis de força de

preensão manual estão associados ao aumento do risco de limitação motora(38),

e que o processo de fragilidade atinge os sistemas orgânicos de maneira simultânea(39), então o uso dessas duas variáveis em conjunto talvez permita

uma previsão mais confiável sobre a mortalidade.

Adicionalmente, novas diretrizes sobre envelhecimento saudável superaram o paradigma pautado somente na longevidade, incluindo, em suas discussões, a importância de se preservar a funcionalidade e a autonomia na velhice(40). Partindo de um pressuposto contemporâneo, acreditamos que não

basta estudar somente o tempo de sobrevivência, devemos também refletir sobre como esses anos adicionais estão sendo vividos. Por isso, tentaremos também compreender as influências do desempenho físico na satisfação com a vida e na funcionalidade de idosos.

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OBJETIVOS

Gerais

• Verificar a associação entre desempenho físico e o risco de mortalidade em idosos.

• Verificar a influência do desempenho físico nas atividades da vida diária e na satisfação com a vida de idosos.

Específicos

• Verificar se os baixos níveis de força de preensão manual associam-se com o aumento do risco de mortalidade.

• Verificar se os baixos níveis de velocidade usual de marcha associam-se com o aumento do risco de mortalidade.

• Verificar se os baixos níveis de força de preensão manual influenciam negativamente nas atividades básicas, instrumentais e avançadas da vida diária, e na satisfação com a vida.

• Verificar se os baixos níveis de velocidade usual de marcha influenciam negativamente nas atividades básicas, instrumentais e avançadas da vida diária, e na satisfação com a vida.

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M AT ERIAIS E M ÉTODOS

Estudo de coorte

Este é um estudo de coorte no qual foi realizado o seguimento de uma amostra de 900 idosos para a investigação da influência do desempenho físico no risco de mortalidade. A amostra foi formada a partir do banco de dados do Estudo Fragilidade em Idosos Brasileiros (FIBRA), do qual foram selecionadas as informações dos participantes do município de Campinas-SP. O FIBRA foi desenvolvido para o rastreamento de condições de fragilidade em idosos residentes em áreas urbanas de diferentes regiões do país. Iniciado em 2008, na linha de base, os participantes tinham idade igual ou superior a 65 anos e não apresentavam distúrbios de memória, atenção, orientação espacial, fala, audição, visão, mobilidade, sequelas de acidente vascular encefálico ou doença neurodegenerativa em estágio avançado. Para mais informações, consultar a metodologia completa do estudo(41).O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética

em Pesquisa da Universidade Estadual de Campinas, parecer no 1.332.651 e

CAAE no 49987615.3.0000.5404 (Anexo I).

Desempenho físico (Variáveis independentes)

Foi representado pela força de preensão manual e pela velocidade usual de marcha(41).

Força de preensão manual: foi avaliada três vezes consecutivas, através de dinamômetro hidráulico, posicionado na mão dominante do idoso. Foi calculada a média simples da força de preensão palmar, e, em seguida, os desempenhos foram categorizados de maneira dicotômica de acordo com a mediana da população, com pontos de corte ajustados para o sexo (Fraco: ≤ 34 kg homens; ≤ 20,6 kg mulheres).

Velocidade usual de marcha: correspondeu ao tempo de percurso de 4,6 metros, em ritmo habitual, três vezes consecutivas. Inicialmente foi calculada a velocidade média (Vm = Δs/Δt) referente a cada tentativa, e, em seguida, a média simples das três medidas. Por último, de acordo com a mediana, foi atribuída

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classificação dicotômica ajustada para o sexo (Lento: ≤ 1,00 m/s homens; ≤ 0,91 m/s mulheres).

Dados de mortalidade (Variável dependente)

A data do óbito foi identificada pelo Sistema de Informação de Mortalidade (SIM). A causa da morte foi obtida pelo Código Internacional de Doenças (CID-10) e serviu como critério de inclusão para a análise de sobrevivência. Foi adotado 31 de dezembro de 2016 como data limite para o seguimento da amostra. O tempo de sobrevivência foi calculado através da diferença da data de entrada no estudo para a data do óbito (ou para a data limite). O tempo total de seguimento foi de 8,4 anos e foram censurados os idosos que faleceram por causas não naturais ou que não faleceram no período de seguimento. Dentre as mortes por causas não naturais, foram registrados acidentes de trânsito e com armas de fogo.

Variáveis de confusão (covariáveis)

Definimos, por critério teórico(42), um conjunto de variáveis que

poderiam estar associadas tanto com o desempenho físico quanto com a mortalidade. Nesse sentido, consideramos como fatores de confusão a idade, os aspectos psicológicos, a composição corporal e as doenças crônicas.

Aspectos psicológicos: Para o rastreamento da função cognitiva foi aplicado o Mini Exame do Estado Mental (MEEM)(43), Anexo II. A escolha dos pontos de

corte seguiu as recomendações da Academia Brasileira de Neurologia, a qual se baseia em Brucki et al.(44). A definição de pontos de corte é importante pois,

segundo Neri et al.(41), o déficit cognitivo poderia comprometer a validade das

respostas autorrelatadas. Assim, os pontos de corte foram ajustados pelo tempo de escolaridade. Analfabetos = 17; 1-4 anos = 22; 5-8 anos = 24; ≥ 9 anos = 26. Os participantes que pontuaram acima da nota de corte no MEEM, responderam a Escala de Depressão Geriátrica Abreviada (GDS-15), Anexo II. O GDS-15 foi categorizado da seguinte maneira: < 6 = sem sintomas depressivos; ≥ 6 = com sintomas depressivos(45).

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Composição corporal: Consistiu nas classificações de obesidade pelo Índice de Massa Corporal (IMC)(46) e de risco pela Relação Cintura Quadril (RCQ)(47). IMC:

< 23 baixo peso; ≥ 23 e < 28 peso normal; ≥ 28 e < 30 sobrepeso; ≥ 30 obesidade. A classificação de risco pela RCQ foi ajustada pelo sexo: Homens: < 0,91 baixo; 0,91-0,98 moderado; > 0,98 alto. Mulheres: < 0,76 baixo; 0,76-0,83 moderado; > 0,83: alto.

Doenças crônicas: Foi aplicado um questionário (Anexo II) que perguntava ao idoso, ou familiar - caso a pontuação fosse abaixo da nota de corte no MEEM, se o médico havia diagnosticado doença do coração, hipertensão, diabetes, câncer, doença pulmonar, artrite e osteoporose(48).

Atividades da vida diária e satisfação com a vida (Variáveis dependentes)

Os idosos que pontuaram acima da nota de corte no MEEM foram questionados sobre a realização de atividades da vida diária (AVD s) e sobre a satisfação com a vida (Anexo II).

Atividades Básicas da Vida Diária (ABVDs)(49, 50): corresponderam a 6 itens

relacionados ao autocuidado, no qual o idoso era classificado em “independente” ou “dependente”. Foi atribuído “1” ponto para cada tarefa “independente” e “0” para cada tarefa que o idoso não conseguia realizar sozinho. O escore máximo foi de 6 pontos.

Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVDs)(51, 52): corresponderam a 7 itens

de tarefas relacionadas ao lar, no qual o idoso era classificado em “independente”, “parcialmente independente” ou “dependente”. Foram atribuídos “3” pontos para a cada item “independente”, “2” para as tarefas “parcialmente dependentes” e “1” para os itens “dependentes”. O escore máximo foi de 21 pontos.

Atividades Avançadas da Vida Diária (AAVDs)(53, 54): corresponderam a 16 itens

sobre atividades mais complexas que as ABVDs e AIVDs, no qual o idoso era classificado em “faz”, “parou de fazer” ou “nunca fez”. Para a pontuação desse

(23)

instrumento foram consideradas as atividades que o idoso faz e parou de fazer, e desconsideradas as atividades nunca realizadas. Em seguida, foi calculado o valor percentual representando a proporção de atividades que o idoso ainda realizava na linha de base, através da seguinte fórmula:

(

Faz

)

*100

Faz + Parou de fazer

A pontuação variou de 0 a 100, sendo a funcionalidade diretamente proporcional ao escore.

Satisfação com a vida(55): consistiu em 8 itens de avaliação de aspectos como

satisfação global, comparação com outros da mesma idade, capacidade de lidar com as tarefas do cotidiano, relações sociais, ambiente, acesso aos serviços de saúde e transporte, os quais foram classificados em “muito satisfeito”, “mais ou menos” ou “pouco satisfeito”. Foram atribuídos “3” pontos para cada item “muito satisfeito”, “2” para “mais ou menos” e “1” para os itens que o idoso se mostrava “pouco satisfeito”. O escore máximo foi de 24 pontos.

Análise estatística

A estatística descritiva foi usada para caracterizar o banco de dados. Comparações de proporções foram realizadas através do teste Qui-Quadrado. As variáveis contínuas que não tinham distribuição normal foram comparadas através do teste de Mann Whitney. Curvas de Kaplan-Meier foram realizadas para a verificação do ritmo de mortalidade de acordo com as categorias de força e de velocidade. Em seguida, o teste de Log-Rank foi usado para comparar as funções de sobrevivência. As associações das variáveis de desempenho físico (i.e., força e velocidade) com a mortalidade foram verificadas por meio da regressão dos riscos proporcionais de Cox. Os índices de risco relativo (R.R.) em relação à mortalidade inicialmente foram calculados sem nenhum ajuste (modelo 1). Os modelos seguintes foram ajustados para a idade (modelo 2), aspectos psicológicos (modelo 3), composição corporal (modelo 4) e doenças crônicas (modelo 5).

(24)

Para verificar a influência do desempenho físico nas AVDs e na satisfação com a vida, foi realizado um Modelo Linear Geral Multivariado. As variáveis que não apresentaram distribuição normal (ou homogeneidade) foram transformadas em Z-Escore. O tamanho do efeito foi estimado por Eta Squared (η2). Informações adicionais sobre os testes estatísticos poderão ser

encontradas em Apêndice (pág.42). Todas as análises estatísticas foram feitas no Software Statistical Package for the Social Sciences, versão 23, e foi adotada significância estatística para p<0,05.

(25)

RESULT ADOS

Desempenho físico e mortalidade

Durante o seguimento foram registrados 160 (17,8%) óbitos, sendo 154 (17,1%) por causas naturais. Considerando apenas os óbitos provenientes de causas naturais, a média de sobrevivência foi de 4,4 anos (±1,9), sendo 4,6 anos (±1,8) para os homens e 4,3 anos (±1,9) para as mulheres. Em média, os idosos faleceram com 79,7 anos (±7,2), sendo 78,7 anos (±7,2) para os homens e 80,4 anos (±7,2) para as mulheres. A Figura 1 mostra a comparação dos níveis de força de preensão manual (A) e de velocidade usual de marcha (B) entre sobreviventes e falecidos por causas naturais, segundo o sexo. O teste de Mann Whitney demonstrou que, na linha de base, os indivíduos sobreviventes eram mais fortes (homens: p=0,013; mulheres: p<0,001) e mais rápidos (homens: p=0,003; mulheres: p<0,001) em relação aos indivíduos que faleceram durante o período de seguimento.

* Diferença estatisticamente significativa (p<0,05) obtida através do Teste de Mann Whitney

Figura 1 - Níveis de força de preensão manual (a) e velocidade usual de marcha (b) de idosos falecidos e sobreviventes de acordo com o sexo.

No tocante aos falecidos, na linha de base, 90 (58,4%) participantes tinham baixos níveis de força (≤ 34 kg homens; ≤ 20,6 kg mulheres), enquanto

(26)

que o déficit de marcha (≤ 1,00 m/s homens; ≤ 0,91 m/s mulheres) foi encontrado em 92 (59,7%) voluntários.

A tabela 1 mostra as características dos idosos sobreviventes e falecidos por causas naturais. Em relação aos falecidos, 2 (1,3%) preferiram não responder sobre a situação conjugal. Trinta e oito (24,7%) possuíam baixo peso, 65 (42,2%) peso normal e 23 (14,9%) sobrepeso. Sobre a RCQ, 59 (38,3%) idosos foram classificados em baixo risco e 42 (27,3%) tinham risco moderado. No geral, 689 (76,5%) idosos não foram diagnosticados com déficit cognitivo. Dentre eles, 673 (97,7%) responderam o GDS-15, dentre os quais 541 (80,4%) não apresentaram sintomas depressivos. Sobre as doenças crônicas, um (0,6%) idoso (ou familiar) não respondeu à pergunta.

Tabela 1 - Características na linha de base de idosos de Campinas-SP de acordo com o status de mortalidade

Sobreviventes Falecidos N = 740 N = 154 P valor Mulheres (n, %) 530 (71,6) 88 (57,1) < 0,001 Idade (média, DP) 72,2 (5,3) 75,2 (7,0) < 0,001 Estado conjugal (n, %) 0,450 Casado 386 (52,2) 76 (49,4) Solteiro 44 (5,9) 9 (5,8) Divorciado 55 (7,4) 10 (6,5) Viúvo 252 (34,0) 57 (37,1) Aspectos psicológicos (n, %)

Déficit cognitivo (MEEM) 163 (22,0) 44 (28,6) 0,081 GDS ≥ 6 (NS=566; NF=107) 117 (20,7) 15 (9,7) 0,107 Composição corporal (n, %) Obesidade (IMC) 211 (28,5) 27 (17,5) < 0,001 Alto risco (RCQ) 268 (36,2) 52 (33,8) 0,848 Doenças crônicas (n, %) Cardiovascular 138 (18,6) 43 (27,9) 0,006 Hipertensão 371 (50,1) 71 (46,1) 0,934 Diabetes 120 (16,2) 29 (18,8) 0,401 Câncer 54 (7,3) 10 (6,5) 0,921 Doença pulmonar 53 (7,2) 13 (8,4) 0,641 Artrite 259 (35,0) 33 (21,4) 0,015 Osteoporose 151 (20,4) 26 (16,9) 0,792 Força de preensão manual (média,

DP) 25,5 (9,2) 25,2 (9,4) 0,777 Velocidade de marcha (média, DP) 0,96 (0,2) 0,75 (0,2) < 0,001 DP = Desvio Padrão; IMC = Índice de Massa Corporal; RCQ = Relação Cintura Quadril; MEEM = Mini Exame do Estado Mental; GDS = Escala de Depressão Geriátrica; NS = número de participantes sobreviventes; NF = número de participantes falecidos; P valor = significância estatística (p<0,05).

(27)

A figura 2 mostra as curvas de sobrevivência de Kaplan-Meier e o número de idosos em situação de risco de mortalidade de acordo com o tempo de seguimento. Ao comparar as funções de sobrevivência, houve diferença estatisticamente significativa entre as funções de força palmar (Log Rank: X2=12,18, p<0,001) e de velocidade de marcha (Log Rank: X²=16,64, p<0,001),

demonstrando que o ritmo de mortalidade foi mais acentuado para os individuos com déficit de força e de mobilidade.

Figura 2 - Curvas de sobrevivência de Kaplan-Meier de acordo com os níveis de força de preensão manual e de velocidade usual de marcha de idosos de

Campinas-SP.

Como mostra a Tabela 2, o risco de mortalidade foi 1,6 vezes maior para idosos com baixos níveis de força de preensão manual. O efeito foi mantido nos ajustes dos modelos 3, 4 e 5, porém a idade (modelo 2) foi um fator de confusão estatisticamente significativo (R.R.=1,06; IC=1,03–1,09; p<0,001). Por sua vez, idosos com lentidão de marcha apresentaram 1,82 vezes mais chances de óbito. O efeito foi mantido nos ajustes dos modelos 2, 3 e 4, porém a artrite

(28)

reumatoide (modelo 5) foi um fator de confusão estatisticamente significativo (R.R.=2,02; IC=1,36–3,01; p<0,001).

Tabela 2 - Risco de mortalidade estimado pela regressão de Cox de acordo com níveis de força de preensão manual e de velocidade usual de marcha de

idosos de Campinas-SP

Força de preensão manual (Kg) Velocidade usual de marcha (m/s)

Fraco Forte Lento Rápido R.R. (IC 95%) R.R. (IC

95%) P valor R.R. (IC 95%)

R.R. (IC

95%) P valor Modelo 1 1,60 (1,15–2,23) 1 (ref.) 0,005 1,82 (1,30–2,55) 1 (ref.) < 0,001 Modelo 2 1,30 (0,92–1,84) 1 (ref.) 0,133 1,62 (1,15–2,28) 1 (ref.) 0,006 Modelo 3 1,63 (1,10–2,40) 1 (ref.) 0,014 1,55 (1,05–2,27) 1 (ref.) 0,026 Modelo 4 1,48 (1,062,07) 1 (ref.) 0,020 1,97 (1,402,77) 1 (ref.) < 0,001 Modelo 5 1,50 (1,02–2,22) 1 (ref.) 0,039 1,39 (0,95–2,05) 1 (ref.) 0,093 IC = Intervalo de Confiança; R.R. = Risco Relativo; P valor = significância estatística (p<0,05).

Pontos de corte da força de preensão manual: Fraco = ≤ 34,0 kg homens; ≤ 20,6 kg mulheres; Pontos de corte da velocidade usual de marcha: Lento = ≤ 1,0 m/s homens; ≤ 0,91 m/s mulheres.

Ajustes: Modelo 1 = nenhum; Modelo 2 = idade; Modelo 3 = déficit cognitivo e sintomas depressivos; Modelo 4 = classificação de risco com base no Índice de Massa Corporal e Relação Cintura Quadril; Modelo 5 = doença cardiovascular, hipertensão, diabetes, câncer, doença pulmonar, artrite e osteoporose.

A figura 3 associa os níveis de força palmar com a idade dos participantes, distinguindo-os pelo sexo.

Figura 3 - Gráficos de dispersão associando os níveis de força de preensão manual com a idade de idosos residentes em Campinas-SP.

(29)

Desempenho físico, AVD s e satisfação com a vida

A população sem déficit cognitivo e que realizou os testes físicos foi de 655 idosos. Dentre eles, 306 (46,7%) foram classificados como fracos, enquanto que o déficit de marcha foi observado em 283 (43,2%) idosos. Os resultados referentes ao modelo multivariado estão na Tabela 3. Houve efeito estatisticamente significativo da força de preensão manual nas AIVDs (F=4,72; η2=0,01) e AAVDs (F=7,03; η2=0,01). A velocidade de marcha apresentou efeito estatisticamente significativo na satisfação com a vida (F=6,87; η2=0,01), AIVDs (F=19,85; η2=0,04) e AAVDs (F=6,02; η2=0,01). De acordo com as médias, os idosos mais fortes faziam mais AIVDs e AAVDs, enquanto que os idosos mais rápidos estavam mais satisfeitos com a vida, e faziam mais AIVDs e AAVDs.

Tabela 3 - Efeito da força de preensão manual e da velocidade usual de marcha na satisfação com a vida e atividades da vida diária de idosos de

Campinas-SP

Média (DP) IC 95% diferença P valor

Força de preensão manual (n=655)

Satisfação com a vida

Fraco 20,60 (2,8) -0,16–0,71 0,222 Forte 20,94 (2,7) ABVDs Fraco 5,87 (0,3) -0,29–0,74 0,387 Forte 5,90 (0,3) AIVDs Fraco 20,3 (1,4) 0,02–0,40 0,030 Forte 20,6 (1,0) AAVDs Fraco 63,7 (20,3) 1,17–7,82 0,008 Forte 68,6 (22,0) Velocidade usual de marcha (n=655)

Satisfação com a vida

Lento 20,4 (2,9) 0,15–1,03 0,009 Rápido 21,1 (2,6) ABVDs Lento 5,86 (0,4) -0,01–0,09 0,090 Rápido 5,91 (0,3) AIVDs Lento 20,1 (2,9) 0,24–0,61 <0,001 Rápido 20,7 (2,6) AAVDs Lento 63,2 (22,1) 0,82–7,48 0,015 Rápido 68,3 (20,5) -0,16–0,71

DP = Desvio Padrão; IC = Intervalo de Confiança; ABVDs = Atividades Básicas da Vida Diária; AIVDs = Atividades Instrumentais da Vida Diária; AAVDs = Atividades Avançadas da Vida Diária; P valor = significância estatística (p<0,05).

(30)

DISCUSSÃO

Verificamos a influência de dois importantes componentes da aptidão física no risco de mortalidade, na funcionalidade e na satisfação com a vida de idosos. Os resultados sugerem que idosos com bons níveis de força de preensão manual e de velocidade usual de marcha tiveram maior probabilidade de uma vida mais longeva. Além disso, o bom desempenho físico parece ser fundamental para a realização das tarefas diárias e para a satisfação com a vida.

Está bem estabelecido na literatura científica que déficits de força de preensão manual e de marcha estão associados ao aumento do risco de mortalidade (19, 20, 29, 30). Ao encontro disso, os baixos níveis de força de preensão

manual associaram-se ao aumento do risco de mortalidade nos modelos ajustados para aspectos psicológicos, composição corporal e doenças crônicas. No entanto, a idade foi um fator de confusão estatisticamente significativo. Como hipótese, isso pode ter acontecido porque com o envelhecimento existe um declínio físico natural(2), afetando a força(56) e a massa muscular(9). Apesar disso,

ainda que graficamente (Figura 3) exista uma tendência decrescente da força em relação à idade, essa hipótese não foi plenamente corroborada pelos gráficos de dispersão estratificados pelos sexos, nos quais a associação entre força e idade não apresentou um ajustamento relevante.

A lentidão de marcha associou-se com o aumento do risco de mortalidade nos modelos ajustados para idade, aspectos psicológicos e composição corporal. Em contrapartida, o autorrelato de artrite reumatoide foi um fator de confusão estatisticamente significativo. A artrite reumatoide é uma doença inflamatória, limitante e que pode progredir para quadros de deformidade irreversíveis(57). Weiss et al.(58) demonstraram que pacientes com artrite

reumatoide tiveram redução substancial da velocidade de marcha. Como possível justificativa, a doença prejudica a mobilidade de diversas articulações, como quadril, joelho e tornozelo, comprometendo a biomecânica da marcha. Sendo assim, é possível que os idosos com diagnóstico de artrite reumatoide tenham apresentado os piores desempenhos de marcha, o que explicaria o efeito encontrado.

Como possíveis mecanismos de ação do desempenho físico no risco de mortalidade, temos duas hipóteses: conjuntural e inflamatória. A hipótese

(31)

conjuntural parte do pressuposto de que o baixo desempenho físico sinalizaria um processo de fragilização. Nesse sentido, já foi demonstrado que os baixos níveis de força e de mobilidade fazem parte do fenótipo da fragilidade(2, 4).

Indivíduos frágeis podem apresentar sarcopenia, desregulação neuroendócrina e imunológica, o que reduz as reservas energéticas e a resistência orgânica em resposta aos agentes estressores(3). O conjunto desses fatores tornaria os

indivíduos mais suscetíveis às doenças e infecções, culminando em um maior risco de mortalidade.

A hipótese inflamatória parte do pressuposto de que o baixo desempenho físico pode fazer com que os idosos sintam-se mais cansados ao executarem tarefas do cotidiano, aumentando as chances de imobilidade e sarcopenia(59). A inatividade física pode levar a um estado inflamatório crônico,

sinalizado por citocinas como IL-6, TNF-α e PCR(60). Essas citocinas

pró-inflamatórias diminuem a síntese proteica, retroalimentam a sarcopenia e aumentam o risco de doenças crônicas(60), fatores estes que, em conjunto,

acentuariam o risco de mortalidade.

Outro resultado importante é que os altos níveis de força de preensão manual e de mobilidade parecem beneficiar o desempenho nas tarefas do cotidiano, sobretudo atividades mais complexas. Esse é um resultado previsível, uma vez que as atividades do dia-a-dia demandam capacidades físicas, como força, velocidade, flexibilidade, equilíbrio, etc. À medida que aumenta a complexidade das tarefas, como nas AIVDs e AAVDs, aumenta também a demanda física. Assim, a manutenção das capacidades físicas é fundamental para que o idoso continue realizando suas tarefas habituais. Esse discurso vai ao encontro do relatório sobre ‘Envelhecimento e Saúde’ da Organização Mundial da Saúde (OMS)(40), que enfatiza o envelhecimento saudável como

aquele em que o idoso preserva sua funcionalidade e mantém sua independência e autonomia frente às demandas diárias.

Ademais, não encontramos efeito estatisticamente significativo do desempenho físico nas ABVDs. Isso pode ter acontecido porque os participantes apresentavam um perfil robusto(41), sem grandes comprometimentos físicos e/ou

cognitivos. Diante disso, a detecção de eventuais déficits foi possível somente a partir da ampliação da complexidade das tarefas, como nas AIVDs e AAVDs.

(32)

Identificamos também que idosos com melhores desempenhos de marcha apresentaram maior pontuação na escala de satisfação com a vida. Embora este resultado tenha sido estatisticamente significativo, devemos ter parcimônia em sua análise. Afinal, do ponto de vista prático, houve pouca diferença na comparação dos grupos e o tamanho do efeito foi reduzido. No entanto, do ponto de vista teórico, é possível que a velocidade de marcha influencie mecanismos de regulação, os quais podem contribuir para uma melhor percepção da vida.

Já foi demonstrado que a autoavaliação da vida é influenciada pela regulação individual frente aos efeitos deletérios do envelhecimento(61). Fatores

como papéis sociais, propósito na vida(62), relações com os outros(63) e até

mesmo a comparação com idosos em pior situação(36), representam alguns dos

mecanismos de regulação. Além disso, indivíduos com restrição de mobilidade costumam apresentar baixo envolvimento social(35). Ou seja, a boa mobilidade

pode influenciar esses mecanismos regulatórios, permitindo que os idosos se mantenham como agentes ativos em seus lares e comunidades, o que retroalimentaria o senso de propósito, a autoestima, a autoconfiança e a autoeficácia. Portanto, acreditamos que pessoas com bom desempenho de marcha estão mais propensas a vida mais ativa, o que faz da mobilidade um importante fator de proteção à satisfação com a vida.

Levando em consideração que a mortalidade e a funcionalidade foram influenciadas pelo desempenho físico, então, inevitavelmente, ressaltamos a importância de se ter uma vida ativa na velhice, sobretudo através da prática de exercícios físicos, pois, além de melhorar a funcionalidade(64, 65), o exercício

físico atua em aspectos biológicos(2, 66, 67) e psicossociais(68, 69), reduzindo os

riscos de mortalidade e potencializando os mecanismos de regulação citados anteriormente.

Este estudo diferencia-se de outros por investigar os efeitos, em associação, da força de preensão manual e da velocidade usual de marcha no risco de mortalidade em idosos não ambulatoriais. Os resultados aqui apresentados reforçam a importância da adoção de variáveis de desempenho físico nas práticas clínica e científica, uma vez que possuem grande capacidade de predição de eventos futuros, como o óbito, além de baixo custo. Avançamos nas discussões acerca da influência do desempenho físico na funcionalidade e

(33)

na satisfação com a vida, transcendendo reflexões pautadas unicamente no contexto do tempo de existência, assumindo o bom desempenho físico como a chave para uma vida extensa e intensa.

Como limitações do estudo, os resultados não devem ser generalizados para idosos ambulatoriais, uma vez que, como mencionado anteriormente, o perfil da população investigada foi de idosos robustos e pró ativos(41). Os pontos de corte adotados para a classificação do desempenho

físico foram diferentes de outros estudos, o que se deve a uma característica particular da amostra. Um exemplo é o ponto de corte da velocidade de marcha. Os resultados descritivos mostraram que os homens, em geral, eram mais rápidos que as mulheres. Caso usássemos o mesmo ponto de corte adotado em outros estudos (0,8 m/s)(70, 71), teríamos um desequilíbrio na proporção de

indivíduos com déficit e sem déficit de mobilidade (o mesmo vale para a força). Em contrapartida, sabendo que na população geral existem homens e mulheres com diferentes níveis de mobilidade, então optamos por equalizar as variáveis de acordo com o sexo, aumentando a validade externa e minimizando vieses de natureza amostral. Ressaltamos ainda que informações sobre doenças crônicas foram obtidas por autorrelato, o que pode ter superestimado a prevalência das doenças.

Futuros estudos podem adotar delineamentos com medidas repetidas a fim de identificar declínios físicos ao longo do período de seguimento, os quais poderão ser, mais adiante, associados com o risco de mortalidade. Outra sugestão refere-se à avaliação da funcionalidade. Aqui a inferimos a partir do autorrelato de atividades cotidianas. Como alternativas, existem testes físicos específicos para a avaliação de capacidades como equilíbrio, coordenação flexibilidade, além da dupla-tarefa.

(34)

CONCLUSÕES

Em idosos, o bom desempenho físico associou-se à redução do risco de mortalidade e à melhor funcionalidade em tarefas do cotidiano. Isso demonstra que a vitalidade física é fundamental para uma vida mais longeva e para a independência em atividades instrumentais e avançadas da vida diária. O uso, em associação, da força de preensão manual e da velocidade usual de marcha, mostrou-se efetivo em razão de sua boa capacidade de predição do óbito. Além disso, demonstramos que a mobilidade pode ser capaz de atuar em mecanismos de proteção associados à satisfação com a vida.

Portanto, se no começo da dissertação iniciamos o discurso com uma pergunta (“Idoso com bom desempenho físico vive mais OU melhor?”), concluímos, com base nas evidências apresentadas, que idoso com bom desempenho físico vive mais E melhor.

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