Organização Sindical
BASE LEGAL DO SISTEMA
DE REPRESENTAÇÃO
ORGANIZAÇÃO SINDICAL
O sistema sindical previsto na Constituição Federal de 1988, em seu artigo 8º, estabelece diretrizes baseadas nos seguintes princípios:
Princípio da não intervenção Estatal na Organização Sindical
Sistema Confederativo de Representação Sindical
Princípio da não intervenção Estatal na Organização Sindical
Também conhecido como princípio da autonomia sindical, estabelece a
impossibilidade de qualquer influência ou intromissão do Estado na
administração, gestão financeira e eleições das entidades sindicais.
Art. 8°, I, CF
Sistema Confederativo de Representação Sindical
O sistema sindical previsto em nosso ordenamento jurídico e é
estruturado em três níveis, prevendo a representação hierárquica
piramidal, constituída por Entidades Sindicais que representam interesses
dos particulares, de determinado seguimento.
Art. 511, CLT
Sistema Confederativo de Representação Sindical
Art. 511, CLT
CATEGORIA ECONÔMICA E PROFISSIONAL – CONCEITOS
A solidariedade de interesses econômicos dos que empreendem
atividades idênticas, similares ou conexas, constitue o vínculo social
básico que se denomina categoria econômica.
A similitude de condições de vida oriunda da profissão ou trabalho em
comum, em situação de emprego na mesma atividade econômica ou em
atividades econômicas similares ou conexas, compõe a expressão social
elementar compreendida como categoria profissional.
Art. 511, §§ 1° e 2°
Enquadramento Sindical
O enquadramento sindical é definido a partir da atividade preponderante
do empregador, com base no quadro de atividades e profissões a que se
refere o art. 577 da CLT.
O Enquadramento Sindical Patronal pode ser acentuado como a
vinculação das empresas aos sindicatos e toma por base duas variáveis:
a categoria econômica e a base territorial.
Art. 577, CLT.
SINDICATO PATRONAL
SALÃO PARCEIRO PROFISSIONAL PARCEIRO
SINDICATO PROFISSIONAL
ASSISTENTE DO PROFISSIONAL PARCEIRO ASSISTENTE DO PROFISSIONAL PARCEIRO
ORGANIZAÇÃO SINDICAL
NEGOCIAÇÃO COLETIVA
Conceito
"A negociação coletiva de trabalho é um processo dinâmico de busca do
ponto de equilíbrio entre interesses divergentes capaz de satisfazer,
transitoriamente, as necessidades presentes dos trabalhadores e de
manter equilibrados os custos de produção *(ou da atividade econômica).
Negociar é, acima de tudo, um exercício de transigência recíproca".
*Adendo nosso.
Arnaldo Süssekind, Délio Maranhão e Segadas Viana, da clássica obra Instituições de Direito do Trabalho
NEGOCIAÇÃO COLETIVA
Convenção Coletiva de Trabalho - CCT
É o instrumento jurídico pactuado entre entidades sindicais de
empregadores e de empregados para o estabelecimento de regras nas
relações de trabalho no âmbito das respectivas categorias (econômica e
profissional), determinando obrigações e direitos para as partes, e seus
respectivos representados, que devem ser respeitados durante sua
NEGOCIAÇÃO COLETIVA
Acordo Coletivo de Trabalho - ACT
É o instrumento normativo celebrado pela entidade sindical representante da categoria profissional para estabelecer condições que regulamentarão as relações de trabalho diretamente com uma ou mais empresas.
Dissídio Coletivo - DC
É a ação proposta para solucionar na Justiça do Trabalho questões que não puderam ser solucionadas pela negociação coletiva de trabalho entre as partes. Em se tratando de empresa e/ou sindicato de âmbito regional, o processo judicial é da competência do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), e, se for de âmbito interestadual ou nacional, do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS
Art. 7º - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho; Art. 8º
III - Ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou
administrativas;
VI- é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;
PRINCÍPIOS DA NEGOCIAÇÃO COLETIVA
Autonomia privada coletiva;
Este princípio permite que a pactuação feita por acordo ou convenção
coletiva de trabalho tenha força de lei entre as partes.
Princípio da adequação setorial negociada
Este princípio se traduz na implementação de normas autônomas
juscoletivas que transacionam setorialmente parcelas justrabalhistas de
indisponibilidade apenas relativa e não de indisponibilidade absoluta,
prestando-se a negociação a adequar as condições de trabalho
DISPOSIÇÕES INFRACONSTITUCIONAIS
NEGOCIAÇÃO COLETIVA – REQUISITO FORMAL - ASSEMBLEIA GERAL - BASE LEGAL
Art. 612 - Os Sindicatos só poderão celebrar Convenções ou Acordos Coletivos de Trabalho, por deliberação de Assembleia Geral especialmente
convocada para esse fim, consoante o disposto nos respectivos Estatutos,
dependendo a validade da mesma do comparecimento e votação, em
primeira convocação, de 2/3 (dois terços) dos associados da entidade, se
se tratar de Convenção, e dos interessados, no caso de Acordo, e, em
segunda, de 1/3 (um terço) dos mesmos.
NEGOCIAÇÃO COLETIVA - REQUISITOS LEGAIS
As convenções e os Acordos serão celebrados por escrito, sem emendas
nem rasuras, em tantas vias quantos forem os Sindicatos convenentes ou
as empresas acordantes, além de uma destinada a registro.
Sobre o depósito de Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho no órgão
do Ministério do Trabalho e Previdência Social, para fins de registro e
arquivo, em que pese haver disposição do artigo 614 da CLT, hoje o
registro das normas é feito por meio do Sistema Mediador, instituído pela
Portaria nº 282, de 6 de agosto de 2007 e instruções normativas nº 6 e nº
9, ambas de 2008, tendo sido disciplinado pela Instrução Normativa - SRT
NORMAS COLETIVAS - DEPÓSITO E VIGÊNCIA - PL
A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público aprovou no
último dia 14/11, o projeto de lei (PL 3991/12) que determina que as
convenções e os acordos coletivos entrarão em vigor na data de sua
assinatura. O texto altera o artigo 614 da Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT – Decreto-lei 5.452/43) que atualmente estabelece que o
prazo de 8 (oito) dias para o depósito de uma via da convenção ou do
acordo no órgão competente e mais 3 (três) três dias para entrar em vigor.
O Projeto em questão é de autoria do Deputado Anthony Garotinho
FONTES DE CUSTEIO
Contribuição Sindical – Fundamento legal
A contribuição sindical tem natureza tributária (art. 149, da CF), com fato gerador previsto no art. 579, da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.
Art. 579. A contribuição sindical é devida por todos aqueles que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional ou de uma
profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão ou, inexistindo este, na conformidade do art. 591.
FONTES DE CUSTEIO
Contribuição Sindical – Fundamento legal – Base de cálculo - Art. 580 da CLT Empresa com capital social individualizado (matriz ou filial): DEVE RECOLHER a contribuição sindical. Esta regra também se aplica às diversas filiais, com capital social individualizado, localizadas em municípios variados: todas deverão recolher, cada uma por si, a contribuição sindical (ainda que localizadas dentro da base de um mesmo sindicato).
Filial sem capital social: duas situações:
Se a filial NÃO possuir capital social individualizado e estiver localizada DENTRO da BASE do MESMO sindicato que representa a matriz, o recolhimento da contribuição sindical é dispensado. Esta é a única hipótese de dispensa do recolhimento da contribuição sindical.
Se a filial estiver localizada FORA DA BASE da entidade sindical que representa a matriz e NÃO TIVER capital social individualizado, o recolhimento da contribuição sindical também será OBRIGATÓRIO.
FONTES DE CUSTEIO
Contribuição Sindical – Arrecadação
Com o recolhimento realizado pela Guia de Recolhimento da Contribuição Sindical Urbana (GRCSU), emitida pela Caixa Econômica Federal, seu valor é automaticamente partilhado entre o Sindicato (60%), Federação (15%), Confederação (5%) e Ministério do Trabalho e Emprego (20%).
Considerando que parte do valor arrecadado é destinada automaticamente ao Ministério do Trabalho, este tem competência para fiscalizar seu recolhimento, através das Superintendências Regionais do Trabalho (SRT).
FONTES DE CUSTEIO
Contribuição Assistencial
A contribuição assistencial – tratado por alguns como “taxa” – ainda que não possua esta denominação, está prevista no artigo 513, alínea “e”, da CLT. Normalmente, é veiculada nos instrumentos normativos (acordo, convenção coletiva ou sentença normativa).
Art. 513. São prerrogativas dos Sindicatos:
(...)
e) impor contribuições a todos aqueles que participam das categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas.
FONTES DE CUSTEIO
Contribuição Assistencial - Jurisprudência – TRT – 15 - 14/09/2016
O desembargador Francisco Alberto da Motta Peixoto Giordani, relator do dissídio, adotou novo posicionamento a respeito do pagamento da contribuição assistencial por integrantes da categoria profissional.
Giordani registrou que "esta relatoria passa a seguir o entendimento de que a contribuição assistencial, enquanto taxa de solidariedade dos integrantes da categoria da entidade sindical, associados e não-associados, visa cobrir despesas
com a negociação salarial que beneficia, indistintamente, toda a categoria, e
deste modo deve ser paga, também, pelos não-associados do sindicato, em respeito, ainda, ao princípio da isonomia, inclusive, para garantir a sobrevivência da entidade sindical que defende os interesses de toda a categoria, profissional, irrestritamente. Respeitar-se-á, ainda, o direito de oposição, soberanamente deliberado pela assembleia da categoria"(Processo 0005860-18.2015.5.15.0000, Seção Especializada em Dissídios Coletivos.
FONTES DE CUSTEIO
Contribuição Associativa
Essa também costumeiramente chamada de mensalidade sindical é devida pelos associados ao sindicato de modo que se trata de obrigação voluntária, está prevista na CLT, sendo a única das contribuições existentes exigíveis apenas dos associados à entidade sindical. (Art. 548, “b”).
Contribuição Confederativa
A contribuição confederativa está prevista no artigo 8º, inciso IV, da CF, e presta-se ao financiamento do sistema confederativo que é composto pelas entidades sindicais de primeiro, segundo e terceiro grau – a chamada pirâmide sindical, importante para o alinhamento de interesses da categoria e da interface com o Poder Público em todas as instâncias.
FONTES DE CUSTEIO
Considerações Finais
É válido ressaltar que as atividades sindicais vão muito além da celebração de instrumentos coletivos de trabalho, envolvendo análises legislativas de interesses empresariais, pesquisas econômicas, estudos jurídicos diversos, além de serviços exclusivos disponibilizado pelo SINDIBELEZA tais como:
• Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PMCSO); • Orientação fiscal e contábil;
• Departamento odontólogico; • Departamento médico;
• Linha de empréstimos;