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Especial Inverno PRIMEIR TEXT

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PRIMEIR TEXT

Jornal Laboratório do 3º semestre de Jornalismo (FaAC) - Manhã - Ano XIII nº 16 - Junho 2011

Especial Inverno

Com a temperatura média

variando entre 18,4 e 25°C,

os santistas já perceberam

que o inverno deste ano será

mais rigoroso.

Ainda no outono, os

termômetros chegaram a

marcar 11°C. Já que o frio

é uma realidade, o Primeiro

Texto – manhã preparou

uma edição especial sobre

o tema para você conhecer

mais sobre a estação mais

aconchegante do ano.

Rê Sarmento Rê Sarmento Rê Sarmento Rê Sarmento Juliene Oliveira

(2)

Primeir Text

Junho 2011 2

Nas ruas, o convívio diário

com o frio e a solidão

CIDADE

Alyson GonçAlo

Quando o inverno chega, a população tenta se proteger da melhor maneira possível: utilizando-se de gorros, aga-salhos e luvas para amenizar a baixa temperatura. Mas os que sofrem mais com essa estação fria são os morado-res de rua, desprovidos de bens materiais que possam confortar o acalento de suas geladas madrugadas.

As baixas temperaturas da região têm castigado desabri-gados no Município. Suportar as madrugadas frias com pa-pelão como colchão e alguns jornais como cobertor é a tris-te realidade de muitos mora-dores de rua em Santos.

Dionísio Pereira, de 47 anos, vive nas ruas desde 1998. Sobrevive em meio às baixas temperaturas, ao lado do seu fiel escudeiro: o vira-lata “Branquinho”. O ex--pedreiro conta que recebe auxílio de moradores durante a estação mais fria do ano. “É raro, mas no inverno recebo doações de algumas pesso-as que me dão rouppesso-as e co-bertores”, afirma.

Como medida para tentar

minimizar o alto número de moradores de rua na região, a prefeitura investe nos abrigos para desabrigados. Em uma iniciativa do Seas (Secretá-ria de Assistência Social), o Plantão Social, localizado à Praça Iguatemi Martins, 8, abriga 100 pessoas, entre ho-mens e mulheres a partir dos

18 anos. Lá, o usuário faz re-feições, toma banho e passa a noite.

Outra opção de atendimen-to é o Albergue Noturno, na Rua Braz Cubas, 289, entida-de conveniada com a Seas. O espaço comporta 60 pessoas e oferece alimentação, higie-ne e pernoite. Segundo o

pre-sidente da instituição, Waldir Luiz Moreira, o movimento cresce 15% no inverno.

Nenhum dado estatístico comprova o número de mo-radores de rua no Município, mas estimativas apontam que existam cerca de 420 de-sabrigados na Cidade. Com base nessa estatística, é

pos-sível analisar que o número de vagas nos abrigos não su-porta a demanda de pessoas que necessitam de uma aco-modação para passar a noite.

De acordo com levanta-mento do Ministério de De-senvolvimento Social feito com base em 76 municípios, até 1,8 milhões de pessoas vivem nas ruas no Brasil. No estado de São Paulo, a esti-mativa é de que haja 10.394 pessoas nessa situação.

Apesar de a prefeitura dis-ponibilizar leitos para a comu-nidade que necessita, muitos desabrigados preferem a “li-berdade” das ruas. “Já dormi em um abrigo da prefeitura, mas não gostei. Não agüento a sensação de ficar preso em algum lugar”, afirma David, morador de rua há mais de 10 anos.

Uma equipe da Seas tra-balha diariamente, fazendo a abordagem da população de rua na tentativa de encami-nhá-los para o atendimento. Os munícipes podem telefo-nar para o Disque Urgência Social e informar onde há pessoas na rua. O telefone é o 0800-177766, e a ligação é gratuita.

Moradores de rua buscam alternativas para se aquecer na época mais fria do ano

http://ibahia.com/a/falabahia/wp-content/uploads/2009/12/morador-de-rua.jpg

Campanha do Agasalho segue a todo vapor

solIDArIEDADE

Unisanta é um dos postos de arrecadação da Campanha do Agasalho

Renan Belini

Renan Belini

Com o slogan Roupa

Boa a Gente Doa, a VI

Campanha Metropolitana do Agasalho termina no dia 1º. de julho e abrange as nove cidades da Baixa-da Santista. A ação, que é pioneira no Estado de São Paulo, terá ainda o reforço de um bazar beneficente e de uma festa junina, vi-sando aumentar a arreca-dação de roupas e cober-tores que serão doados aos mais necessitados da região.

Lançada no dia 13 de maio, com o apoio do Fun-do de Solidariedade e De-senvolvimento Social e Cultural do Estado de São Paulo (Fussesp), das pre-feituras, de empresários e da sociedade civil dos nove municípios da Baixada, a Campanha Metropolitana do Agasalho tem o objeti-vo de arrecadar o máximo de agasalhos, calçados, e principalmente cobertores. As peças serão repassa-das às instituições sociais, igrejas, ONGs, hospitais e também a munícipes. Só em Santos, são 40 postos de arrecadação à disposi-ção da populadisposi-ção.

A distribuição ocorre após um levantamento jun-to às entidades para des-cobrir qual item que cada uma mais necessita. Além disso, a doação permane-ce no mesmo município onde foi recebida. Entre-tanto, quando uma cidade não consegue atingir a de-manda, ela pode receber o auxílio de uma vizinha. A campanha, que ano pas-sado obteve 430.759 itens doados, já alcançou a mar-ca de 10 mil peças arremar-ca- arreca-dadas apenas na cidade de Santos.

As caixas coletoras es-tão identificadas por um cartaz da apresentadora Hebe Camargo chaman-do atenção para o slogan da campanha. Elas estão distribuídas em diversos pontos da cidade, como o Paço Municipal, Fundo Social de Solidariedade (FSS), Prodesan, CET, Es-tação da Cidadania, Com-plexo Esportivo Rebouças, Aquário Municipal. A Uni-santa também possui pos-tos de arrecadação espa-lhados pelo seu campus. Além disso, existem pos-tos nas unidades do Corpo de Bombeiros e polícias Militar e Civil.

O mote Roupa Boa a

Gente Doa reflete a

pre-ocupação dos organiza-dores com a qualidade dos acessórios doados. Para Maria Silvia Tavares Papa, presidente do FSS de Santos, a população, muitas vezes, na ânsia de se desfazer de alguma roupa, doa sem observar o estado de conservação. “A pessoa limpa o guarda--roupa e nem repara que falta um botão, que o zí-per não funciona, que tem uma costura desfazendo”, conta Silvia Papa, que reforça a importância do bom estado das roupas para o melhor atendimento da população carente. “As pessoas, às vezes, preci-sam de uma roupa mais arrumadinha, por exem-plo, para uma entrevis-ta de emprego”, explica.

Bazar e Arraial- A

Cam-panha em 2011, entretanto, apresenta duas novidades. Uma delas é a realização do Bazar Solidário no dia 15 de junho, das 16 às 22 horas, no Ocian Praia Clu-be (R. Otto Carlos Golan-da, 80) em Praia Grande. No evento, serão vendidos desde produtos artesanais

até doações da população, como roupas, sapatos, bi-juterias, a fim de reverter a renda para compra de co-bertores para instituições carentes de cada Cidade. Os convites para o evento estão disponíveis nos fun-dos sociais das Cidades pelo preço de R$20,00.

O Arraial da Solidarieda-de, acontecerá em Santos no dia 22, das 15h às 19h, no Centro Espanhol (Av.

Ana Costa, 286). Os in-gressos poderão ser troca-dos por roupas e coberto-res na sede do FSS e nos centros de convivência da terceira idade. A festa cai-pira contará com pratos típicos, danças e muita música. O Fundo Social de Solidariedade fica à Av. Conselheiro Nébias, 388, no bairro da Encruzilhada. Informações pelo telefone 3222-8050.

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EXERCÍCIOS

Lizie RodRigues

A estação do inverno traz algumas vantagens para quem pratica esportes. Uma delas é a baixa tem-peratura, dando uma força a mais para perder calo-rias. Porém, o frio também é perigoso para quem pra-tica atividades físicas e não faz aquecimento nem alon-gamentos corretamente.

Durante esta época do ano, as pessoas costumam ficar mais preguiçosas e sonolentas e com os

mús-culos contraídos fazendo com que haja uma resis-tência maior em não prati-car exercícios. Entretanto, para aqueles que indepen-dente das estações se-guem se exercitando, cui-dado, pois é exatamente no inverno que os riscos de lesões aumentam.

De acordo com o pro-fessor de Educação Física Fábio Lins, devido as tem-peraturas baixas os mús-culos demoram um tempo maior para alcançar o nível correto. “Para quem pratica

esportes no inverno, deve primeiramente fazer um aquecimento e em seguida o alongamento. Mas, vale lembrar que devem ser fei-tos em maior tempo para que o corpo consiga se mover e se aquecer ade-quadamente. Isso ajudará a evitar possíveis lesões musculares”. O correto é se aquecer previamente entre 15 e 20 minutos antes da prática esportiva.

Outro ponto importante que o educador comenta é de que não se deve

confun-dir aquecimento com alon-gamento. O aquecimento está ligado ao aumento da temperatura interna e mus-cular, já o alongamento significa aumento do com-primento das fibras mus-culares, o que não causa aquecimento.

A empresa TRACK & FIELD disponibilizou em seu site www.trackandfield. com.br algumas dicas para quem se exercita no inver-no. Confira algumas delas: - Use roupas adequadas para o clima. Prefira as que

não ficam molhadas com suor(dry-fit) para que não sinta frio ao término da ati-vidade física.

- O alongamento é essen-cial em qualquer tempera-tura, mas os especialistas advertem que principal-mente no frio a atenção deve ser redobrada.

- Lembse de que re-por líquidos também é im-portante quando está frio. No inverno, a sensação de sede pode ser menor, mas não espere tê-la para hidratar-se.

Vai praticar esportes?

Aqueça-se antes e evite lesões

O alongamento é essencial em qualquer temperatura, mas os especialistas advertem que principalmente no frio a atenção deve ser redobrada para evitar lesões

blogdofurao.wordpress.com/page/46/

PedRo Comin

Quanto mais o tempo passa, mais as pessoas procuram intervenções médicas para melhorar sua auto-estima e o seu bem estar. Estas opera-ções também geram pre-ferências dos pacientes. Muitos preferem ser ope-rados no inverno.

Alguns fatores são im-portantes para esta pre-ferência. Virginia Reis, de 57 anos, que fez cirurgia

para redução de mamas explica o motivo da sua escolha. “Preferi operar no inverno por conta da mi-nha recuperação. O calor é muito complicado por-que o suor é muito maior e a recuperação se torna mais cansativa”, analisa.

Virginia comenta ainda que as características da estação do ano também ajudaram na opção. “No inverno, posso ficar em casa vendo um filme e me recuperar totalmente. O

verão nos deixa mais ‘elé-tricos’ e o medo de sair na rua, esbarrar em alguém e sentir dores é elevado”, destaca.

Além de o frio ser propí-cio para o repouso, a ali-mentação nesta época do ano também costuma ser mais freqüente e com mui-to mais vitaminas e subs-tâncias essenciais para a boa recuperação do orga-nismo. Mas sempre lem-brando que exageros fa-zem mal mesmo quando

se trata de uma alimenta-ção saudável.

A mania tem sido tão constante que até as tatu-agens as pessoas prefe-rem fazer na época mais gelada do ano. “Inverno sem dúvidas é uma épo-ca muito boa. A tatuagem precisa ser bem cuidada e não pode ser exposta ao sol em seus primei-ros dias na pele. O plás-tico protetor também faz a pele transpirar muito e com muito calor chega a

ser bastante incômodo,” comenta Geraldo José, louco por tatuagens.

O tatuador Leonardo Mendes também comenta sobre sua agenda lotada principalmente nos meses de junho e julho. “Não tem mais horário vago. A pro-cura é grande porque todo mundo quer estar com o corpo bonito e sua tatua-gem cicatrizada para ficar bem no verão, principal-mente em Santos onde a praia ferve”, comenta.

SAÚDE

Procura por cirurgias e tatuagens

viram ‘febre’ na estação

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Gustavo de sá

A chegada do inverno pode fazer bem ao bolso de quem procura por aparel-hos condicionadores de ar e de ventilação. Com a queda das temperaturas, o preço destes equipa-mentos também cai. Para tentar manter a demanda alta, comerciantes realizam promoções e liquidações a todo o momento. Além dis-so, oferecem o serviço de manutenção periódica.

Com experiência de 28 anos no negócio, o propri-etário da Mais Ar, Cláudio Ribeiro, diz que os consum-idores desaparecem nesta

época do ano. “Para tentar fisgá-los, reduzimos nossos preços de 30 a 40%”, afirma. Para se ter uma ideia dessa redução, um ar-condiciona-do split de 12.000 BTUs da marca LG custava, em ja-neiro, R$ 1.200,00. Hoje, o mesmo modelo sai, em mé-dia, por R$ 800,00.

De acordo com o gerente de vendas da Aquecimar, Neimar Britto, o desaparec-imento de clientes é comum nesta época. “Toda vez é assim. Porém, em razão do constante crescimen-to de imóveis em Sancrescimen-tos, nós conseguimos manter aquecidas nossas vendas”, explica. Além disso, a loja

consegue manter os lucros, pois também vende aquece-dores. “Ao contrário do ar-condiconado, a procura por eles [aquecedores] cresce 100%”, diz.

Outro ponto destacado por especialistas em re-frigeração é a necessidade de se fazer uma manuten-ção periódica. “O inverno é um bom momento para se fazer a limpeza de todo o sistema de ar-condicio-nado”, reitera o consultor técnico da Aquecimar Sil-vio Ribeiro. O tempo entre uma manutenção e outra varia com o tipo de uso do ar e local onde fica o im-óvel. “Se ficar em bairros

residenciais comuns, com índice de poluição normal, o ideal é a cada 10 meses. Mas aparelhos instalados em área de cais e regiões industriais, como Cubatão, por exemplo, devem ser checados a cada dois me-ses”, conclui.

A falta de demanda na

estação também é con-firmada pela comerciante Sônia Regina Ferreira, da Santista Ar-Condicionado, que também trabalha com ar-condicionado automo-tivo. “A procura cai, mais ou menos, 90%”. Mesmo assim, ela diz que não re-aliza queimas de estoque. Rejane saRmento

A chegada do inverno traz consigo certo glamour e um clima romântico bem típico da estação. Entretan-to, nem tudo é encantador nesta época mais fria do ano. É também neste perí-odo que aumenta a incidên-cia de gripes e resfriados, agravando-se com as doen-ças cardiovasculares, princi-palmente entre os idosos.

O número de pessoas idosas vem aumentado con-sideravelmente no Brasil e em vários países. O proces-so de envelhecimento será cada vez mais intenso quan-to maiores forem às doen-ças em nosso organismo. Entretanto, com os avanços na área da Medicina e com os conhecimentos cada vez maiores sobre o funciona-mento do complexo orga-nismo, todos têm condições de viver mais e em melhores condições com qualidade de vida.

Para as pessoas idosas, o mais importante é a ma-nutenção da sua capacida-de funcional o que pocapacida-derá garantir uma vida com in-dependência e autonomia. Alguns fatores interferem na saúde, como a hereditarie-dade. O idoso deve procurar saber a respeito das doen-ças na sua família, pois isso ajudará o médico a orientar quanto à prevenção e con-trole de doenças. Os hábitos de vida podem ser fatores importantes que também agravam a saúde.

Os idosos estão sujeitos a diferentes vulnerabilidades

e para esclarecer melhor estas questões de cuidados com a saúde, a médica car-diologista do Hospital Bene-ficência Portuguesa em São Paulo, Carla Maria Braga Gonçalves Mendonça, re-força que o frio pode ser um desencadeante de doenças isquêmicas e cardiovascula-res.

Conforme a cardiologis-ta, existem “doenças isquê-micas que podem ser de-sencadeadas pelas baixas temperaturas, inclusive as de causas cardíacas”. Is-quemias periféricas, como por exemplo: a Síndrome de Raynaud, que é episódio de constrição, ou seja, um con-junto de sinais e sintomas com estreitamento de pe-quenas artérias periféricas, desencadeando alterações da cor da pele das extremi-dades, ora com palidez, ora

com cianose (extremidades roxas), que surge em pa-cientes hipersensíveis ao frio.

“De outra forma, tem-se um maior índice de isque-mias cardíacas, angina do peito, infarto agudo do mio-cárdio, hipertensão arterial sistêmica, porque no inver-no o coração precisa traba-lhar mais para suprir um dé-bito cardíaco aumentado”, explica a médica.

Os principais problemas que acometem os idosos, são as doenças respirató-rias, mais dominantes du-rante o período do inverno. Daí a importância da vaci-nação do idoso contra o ví-rus influenza, que é sazo-nal, ocorrendo com maior frequência no final do outo-no, inverno e início da pri-mavera. É também durante esta estação que o coração

é mais exigido. Ocorre um aumento metabólico para manter as funções orgâni-cas e o coração participa de forma ativa neste processo, bombeando mais sangue para os sistemas e órgãos”, afirma Carla.

A cardiologista revela que as doenças do trato respira-tório, (como, por exemplo, a asma), têm maior índice de exacerbação (agravamen-to) neste período; por outro lado, doenças do trato gas-trointestinal (diverticulose) prevalecem na população idosa, independente da es-tação.

O idoso é mais vulnerável por ser mais frágil e apre-sentar um maior número de comorbidades, (ou seja, seus portadores frequente-mente apresentam sintomas simultâneos com a do qua-dro principal), além de um

comprometimento maior da capacidade funcional. Isto se revela nos prontos-socor-ros, quando se duplica o nú-mero de internados, declara a médica.

Vacinação – Para a

enfermeira e professora no curso de técnicos de Enfer-magem da Escola Factum, Denise Tergolina Fuhrich, após 30 anos na área da saú-de pública atuando por meio da Secretaria de Saúde do Estado, os idosos durante os meses de frio ficam muito suscetíveis às doenças res-piratórias, principalmente às gripes e suas complicações, como as pneumonias.

Durante a década de 90, a pneumonia era uma das principais causas de inter-nação e óbitos nos idosos , fato que levou o Ministério da Saúde a realizar, anu-almente, nos meses que precedem o inverno, cam-panhas nacionais de vacina-ção contra a gripe sazonal.

“Hoje podemos dizer com muita precisão, que este problema está reduzido em mais de 60% em compa-ração àquela época. Claro que outros cuidados, tais como alimentação mais ca-lórica e vestimentas ade-quadas durante o período de frio, são de muita rele-vância, além de evitar se expor a temperaturas frias desnecessariamente. Para finalizar, lembro que os ido-sos precisam de cuidado e amor diários por parte de seus familiares. Isto, sem dúvida, é a melhor preven-ção”, conclui Denise.

Idosos sofrem mais com a

chegada do inverno

SAÚDE

Para especialistas, os cuidados devem ser redobrados durante o inverno

Rê Sarmento

COMÉRCIO

Estação é bom momento para

comprar e fazer manutenção

de ar-condicionado

Aparelhos condicionadores de ar têm queda de preço na estação

Primeir Text

Especial de Inverno Junho 2011 4

(5)

Doenças respiratórias ficam

mais frequentes e constantes

Isabela HaIek

Os tempos frio e seco trazem agravantes às do-enças respiratórias. Além desses fatores, o cres-cente aumento da polui-ção atmosférica também contribui para a ocorrên-cia dessas doenças nessa época do ano.

Dentre os casos mais comuns em prontos-so-corros estão gripes fortes, rinite alérgica, bronquite, asma, sinusite e pneumo-nias. “Com a chegada do inverno já se percebe a diferença. Os hospitais, consultórios pediátricos e pneumológicos estão sem-pre cheios”, relata o clíni-co-geral, Reinaldo Braga.

Gripes e resfriados não são provocados pelo frio em si, mas pela maior in-cidência de vírus causado-res das doenças. “Nessa época, as pessoas ficam mais próximas e em locais

fechados,aumentando ainda mais o risco de uma epidemia”. Ele acrescen-ta: “Simples gripes podem piorar os casos de rinite e asma, podendo levar a outras complicações, até mesmo à pneumonia, que nada mais é do que uma complicação de um quadro gripal, decorrente da dimi-nuição das defesas pulmo-nares que não conseguem impedir a penetração das bactérias”.

As doenças respirató-rias atingem todas as fai-xas etárias, mas são mais constantes em idosos e crianças por terem me-nos capacidade física e menor taxa de imunidade. Segundo o pneumologis-ta Alexandre Machado,“os jovens e os idosos têm maior chance de avança-rem para casos mais com-plicados. Isso é comum”, ressalta.

Boa parte das doenças

respiratórias são causa-das pela inflamação dos brônquios, acarretada por fatores genéticos e tam-bém ambientais. Quem já tem doenças respiratórias crônicas acaba sofrendo mais nessa época. “O frio irrita os brônquios e contri-bui para que crises respi-ratórias aconteçam”, expli-ca o médico.

Para que essas doen-ças apareçam com menor frequência devem ser to-madas algumas atitudes como agasalhar-se de acordo com a temperatu-ra, beber muito líquido du-rante o dia, praticar exer-cícios físicos, dormir bem e evitar ambientes fecha-dos e cheios. “Prestando atenção em dicas básicas, é possível diminuir a trans-missão de vírus e bacté-rias de pessoa a pessoa, diminuindo os riscos de epidemias”, afirma o pneu-mologista.

Crianças são as que mais sofrem com a queda de temperatura

Baixas temperaturas

contribuem para

ocorrência de

depressão

Caroline Menezes

A chegada do inverno traz mudanças nos hábitos do cotidiano das pessoas. Co-mer demais, sair menos de casa, preguiça na hora de levantar são algumas des-sas alterações, considera-das normais, mas em alguns casos passam a exigir maior atenção, pois podem ser os sintomas de uma depres-são pouco comum no Brasil, a depressão de inverno ou transtorno afetivo sazonal. Ela afeta quatro mulheres para cada homem.

A falta de luz solar é a principal causa dessa doen-ça que vem afetando cada vez mais pessoas no País. “As pessoas afetadas apre-sentam queda no humor, tendem a comer demais e engordar, ficam apáticas e letárgicas e dormem muito mais que o habitual”, expli-ca em seu blog a psicóloga Adriana Barreto.

Ao entrar pelos olhos, a luz do sol atinge uma glândula chamada Pineal, que funcio-na como medidor da luz, e produz um hormônio chama-do Melatonina, encarregachama-do do sono. Sem a luz do sol,

a produção desse hormônio fica desregulada e passa a ser produzido tanto de dia, quanto de noite. A molécula que regulariza o humor e o apetite, Serotonina, também é afetada pela ausência da luz e por isso provoca a mu-dança do humor e o grande apetite dos pacientes.

A estudante Elisa Leme, que descobriu a doença no ano passado, conta que sentia desânimo, sono e vontade de comer excessi-va. Por achar incomum os sintomas, resolveu procurar um médico. Mesmo após iniciar um tratamento de terapia corporal e acompa-nhamento psicológico, du-rante o inverno a depressão ainda aparece. “Nos dias ensolarados, tenho ânimo, mas nos dias nublados eu fico irritada, sem vontade de ver a cara e nem ouvir ninguém”.

O tratamento mais indi-cado para a depressão de inverno é a “fototerapia”, onde ao pacientes ficam ex-postos a uma luz de 2.500 lux (unidade fotométrica usada para medir o nível de iluminação).

A psicóloga Adriana

Bar-reto recomenda aos pa-cientes mudanças no estilo de vida e na alimentação. “O tratamento pode ser simplesmente fazer uma caminhada de meia hora de manhã cedo e maior expo-sição à luz”.

A depressão de inverno é muito comum em países da Europa e América do Norte, onde a estação fria é mais rigorosa.

Após o término do frio, os sintomas e a depressão desaparecem.

www.zdeneeck.blogspot.com

Sintomas da doença

j Sensação de cansaço e dificuldade de

concentração, principalmente à tarde.

v Fome acima do normal.

l Dormir mais que o habitual e ainda sen

tir sono durante o dia.

x Falta de ânimo para o trabalho e outras

atividades do dia-a-dia.

n Falta de energia.

z Sensação de tristeza. p Irritação e isolamento.

A depressão de inverno ou transtorno afetivo sazonal atinge quatro mulheres para cada homem

(6)

Primeir Text

Junho 2011 6

Laís Dias

Nesta época do ano, nada como saborear opções quentes, como massas, caldos, sopas, fondue de chocolate e queijo, e bebi-das como licores, vinhos e chocolate quente.

Nas últimas semanas, os termômetros de San-tos estão marcando tem-peraturas cada vez mais atrativas para aproveitar o frio de uma forma mais quentinha e aconche-gante. Com as baixas na temperatura, chegando a 15°C no outono, é pos-sível constatar esse au-mento no moviau-mento dos bares e restaurantes que

adaptam seus cardápios às delicias quentes. “No verão eu chego ao trabal-ho pensando em ir à praia no final do expediente, agora no inverno, espero o dia inteiro para ir a um bar bem quentinho e tomar uma taça de vinho”, disse a advogada Cristiane Dias enquanto vestia um caso. O termômetro marcava 15° graus.

A padaria Bella Villa, por exemplo, situada na Rua Goiás, já acrescentou aos cardápios as opções quentes. Assim que o cli-ente entra na loja, ele tem uma grande variedade de escolha entre caldos e vin-hos. Para desfrutar de

massas no geral, a Canti-na LiliaCanti-na, Canti-na Avenida ACanti-na Costa, é uma ótima opção. Com um cardápio variado e preço acessível, ela pode ser uma boa escolha para os amantes de comida ital-iana.

Para tomar um bom vin-ho, o restaurante Viva Vin-hos, na Rua Goiás, conta com uma variada carta da bebida, com garrafas na-cionais e importadas.Para quem curte um programa caseiro, em baixo das cobertas, o fondue é uma ótima alternativa. Fácil de fazer, ele pode ser prepara-do em casa, com chocolate e frutas, ou de queijo, onde são usados carnes e pães.

“Sempre que o frio chega, eu faço uma reunião com os amigos, regada a mui-to fondue, de preferência, de chocolate”, conta a es-tudante Silie Riciluca. “Eu gosto de chocolate, mas

prefiro o fondue de queijo. Na minha opinião combi-na mais com uma taça de vinho. Inverno é a melhor estação para comer mui-to”, brinca a fisioterapeuta Paula dos Santos.

GASTRONOMIA

Divulgação

No inverno, a melhor opção é se esquentar comendo um fondue

Gabriel Pereira

Um chocolate aqui, um fondue ali, combinado com uma taça de vinho. Sem perceber, você faz deste hábito uma rotina. E quando vê, ganhou alguns quilinhos, algo comum nesta época do ano. Isso porque o con-sumo de alimentos, prin-cipalmente os que con-tem mais gordura, como o chocolate, que muitas vezes possui gordura saturada (os mais peri-gosos para o coração). “A tendência nessa es-tação é sempre a mesma. O consumo de alimentos aumenta e as pessoas ingerem alimentos com maior teor de gordura, muitas vezes sem perce-berem que estão procu-rando mais alimentos gor-durosos. Torna-se algo instintivo”, segundo a nutricionista, Thais Silva.

Um componente que aumenta esse risco que

o chocolate traz à saú-de é a adição saú-de leite ou manteiga, podendo aumentar os níveis de colesterol quando con-sumidos em excesso.

“Uma saida para esse caso é o chocolate Uma opção é o desengordu-rado ou parcialmente desengordurado, o qual contém menos gordu-ra que o normal, em-bora seja também ca-lórico. Outro cuidado é com o leite, deve-se dar preferência ao leite de soja ou o leite com bai-xo teor de lactose, para as pessoas que apre-sentam intolerância”, completa a nutricionista.

Sendo consumido em porções equilibradas, o chocolate é uma tenta-ção nessa estatenta-ção fria. Existem várias recei-tas onde ele entra como o principal ingredien-te, dentre elas o deli-cioso chocolate quente, sopas e outros cremes.

Chocolate em excesso,

riscos e cuidados

No inverno, o consumo cresce, porém abusos devem ser evitados

luansantana12345.blogspot.com/.../chocolate.html

COMPORTAMENTO

Carolina ramires

Com o inverno, o frio au-menta e um dos vários in-cômodos nesta estação é a preguiça. Muitas pesso-as acham que ficam mais cansadas no inverno e o sono acaba influencian-do em casa, no trabalho, nos estudos e até no lazer. Será que o frio é mesmo o culpado por tudo isso?

Segundo o médico es-pecialista em sono Roberto Machado Rodrigues, o frio pode sim influenciar no can-saço do dia a dia. O nosso corpo demora a se adaptar às mudanças climáticas.

“Com o calor diminuindo, nosso metabolismo aca-ba ficando menos acele-rado e o corpo se satisfaz com mais horas de sono. Mas isso não significa que a gente necessite de mais tempo na cama, apenas nos sentimos mais confor-táveis quando passamos mais tempo dormindo”.

Na maioria das vezes,

as horas de sono dormi-das não influenciam no bom rendimento nas ta-refas do dia seguinte. O que importa é a qualidade.

Segundo Rodrigues, se a pessoa dorme demais, não significa que ficará com o corpo mais lento, pois o organismo é que controla a necessidade de sono, ou seja, a pessoa pode ter um dia ruim, se o sono não foi de boa qualidade. Se você tem uma boa noite de sono, pro-vavelmente ficará bem para exercer as tarefas do dia.

“É muito importante tam-bém considerarmos o tem-po em que realmente es-tamos dormindo e não o tempo em que estamos na cama tentando dormir e forçando o sono”, destaca.

“Quando dormimos bem, temos mais eficiência em encarar as atividades, por mais difíceis e desgastan-tes que elas possam ser. Com o inverno, as pesso-as sentem a vontade de dormir um pouco mais por

causa da baixa tempera-tura. Costumam ficar mais quietas, mais agasalhadas e também procuram luga-res mais calmos. As noites também ficam mais longas que os dias, o que também contribui para se ter mais vontade de dormir”, explica.

Além de tudo isso, noites mal dormidas podem cau-sar problemas como: pior rendimento no trabalho, au-mento do risco de acidentes de trânsito e de trabalho, depressão, alterações de humor, alcoolismo, separa-ção de casais, entre outros.

“Dormir é muito impor-tante para os sistemas fisiológicos do nosso or-ganismo que funcionam perfeitamente se você esti-ver descansado. O sistema hormonal também se bene-ficia, pois o sono profundo consiste no bom resultado criando a síntese de várias enzimas e hormônios, en-tre eles está o hormônio de crescimento em crianças e adolescentes”, analisa.

blog.spafinder.com/.../

As baixas temperaturas estimulam mais horas de sono, alterando o metabolismo

Frio e sono andam juntos

Temperatura baixa, comida

quente: combinação deliciosa

(7)

Tradições juninas

seguem vivas no interior

A tradicional quadrilha é o ponto alto da festa junina

,http://v.i.uol.com.br/image/especial_festajunina_fortaleza560.jpg

CULTURA

José Carlos Neto

As tradições das festas juninas ainda estão vi-vas entre as pessoas que gostam de manter os cos-tumes do mês de junho, e em muitos casos também em julho.

Comidas típicas (como quentão, pé-de-moleque, canjica, arroz doce, amen-doim), vestimentas caipi-ras, fogueira, quadrilha e a música tradicional com o uso de instrumentos como sanfona, triângulos e re-co-reco são as principais características da festa.

Em Capão Bonito (a 300 quilômetros de Santos), no interior de São Paulo, o comerciante Nilton Ro-drigues é um dos organi-zadores da festa junina re-alizada todos os anos na Igreja de Santo Antônio da cidade. Ele revela que ao passar dos anos, a festa nunca perdeu o público, e se diz satisfeito com o re-sultado final de cada edi-ção. “As pessoas gostam

de festas assim. É uma forma de lazer que toda a família interage, além das comidas que são de-liciosas. Manter a cultura também é importante para que a tradição caipira nun-ca morra”, comenta.

Nilton explica de que for-ma o festejo é organizado.

“É formada uma comissão organizadora, chamados de festeiros. Geralmente, eles trabalham para arre-cadar fundos para a igre-ja. Os festeiros buscam as arrecadações juntos aos empresários locais e às pessoas que costumam frequentar o local. O

obje-tivo é diminuir os custos da festa para poder oferecê--la da melhor forma possí-vel”, diz. A festa acontece entre os dias 13 e 19 de junho, reunindo aproxima-damente 1.500 pessoas.

Na cidade do interior paulista há uma comida típica local que também faz parte das festas ju-ninas, o bolinho de fran-go. A aposentada Maria de Azevedo, de 70 anos, colabora há aproximada-mente 40 anos com as festas locais, fazendo a guloseima. “As quitutei-ras se reúnem em grupo e dividem as tarefas. Umas preparam o frango, en-quanto outras trabalham na fabricação da massa com farinha de milho e o tempero com cebola e cheiro-verde”, explica.

Para a aposentada, a realização das festas é importante para que não se percam as raízes cul-turais e folclóricas pre-sentes na história do País e do interior.

Festividade

muda para a

Vila Mathias

FESTA INVERNO

Onã TOlenTinO A grande novidade da Festa Inverno San-tos deste ano, festival tradicional da Cidade, que acontece entre os dias 1 a 31 de julho, é o novo local: o comple-xo multiuso da Vila Ma-thias, com espaço de 6 mil metros quadrados, inaugurado em novem-bro do ano passado, ao lado da Arena Santos.

“Agora a festa será realizada numa área da prefeitura, ganhan-do, assim, um endereço fixo”, disse a assessora técnica do Fundo So-cial de Solidariedade de Santos, Diva Nicastro. Até o ano passado, o fes-tival acontecia ao lado do estádio da Portugue-sa Santista, na Avenida Pinheiro Machado.

O evento tem o objeti-vo de atender entidades beneficentes, com atra-ções culturais e área de alimentação cuja renda é revertida para as enti-dades. Trinta e três ins-tituições beneficentes participarão este ano.

Além da praça de ali-mentação, o espaço contará com pista de patinação, playgrounds, estacionamento, postos médico e policial, sani-tários, salas administra-tivas e shows musicais de bandas e cantores da Baixada Santista. A Secretaria de Cultura prevê que a programa-ção da Festa Inverno Santos esteja pronta e divulgada até a metade do mês de junho.

O evento acontece de terça a domingo, das 18h às 24h.

Opções para sair de casa

Hayza RamOs

As quermesses da Gota de Leite, da Igreja Santo Antônio do Embaré e do Morro da Nova Cintra, as mais tradicionais na Ci-dade durante o mês de junho, já iniciaram suas festividades.

Os eventos oferecem doces típicos, vinho quen-te, quentão, entre outros pratos, como, por exem-plo, caldo verde, pinhão, canjica e cuscuz.

Na Instituição Gota de Leite, a festa acontece às sextas-feiras e sába-dos, das 18h30 às 24h, e aos domingos, das 17h às 22h. O ingresso custa três reais e dá direito a um cupom para concorrer a um notebook, uma TV de plasma e uma moto.

Crianças até 10 anos e maiores de 65 não pa-gam.

O evento conta tam-bém com apresentações de música ao vivo, a par-tir das 20h30, e está lo-calizado na Avenida Con-selheiro Nébias, 388, na Encruzilhada. Informa-ções pelo telefone (13) 3202-0220 ou www.gota-deleite.org.br.

Já no bairro do Emba-ré, a quermesse ocorre de quinta a sábado, das 19h às 23h, com entrada gratuita, e conta com um novo local. Neste ano, a festa que costumava ser realizada na área em frente à Basílica, aconte-cerá na casa paroquial, à Rua Padre Visconti, 6 e 8, ao lado da igreja. Infor-mações na Secretaria

Pa-roquial: (13) 3227-5977. A festa no Morro da Nova Cintra, que funcio-na diariamente, das 20h a meia-noite, conta com grupos de pagode, forró e repentistas, além de ativi-dades sociorrecreativas,

um parque de diversões e as tradicionais comidas típicas. Para quem qui-ser conferir, a estrutura do evento, realizado pela Paróquia São João Ba-tista, está localizada na Praça Guadalajara.

A quermesse da Gota de Leite prossegue até o final do mês

DIVERSÃO

PRIMEIRO TEXTO é o Jornal laboratório do Curso de Jornalismo. Redação, edição e diagramação dos alunos do 2º ano de Jornalismo do período diurno. Diretor da FaAC: Humberto Iafullo Challoub.

Coordenador de Jornalismo: Robson Bastos.

Professores Responsáveis: Fernando Claudio Peel (diagramação), Fernando De Maria (textos). Editor: Rejane Sarmento

Sub-editor: Alyson Gonçalo, Onã Tolentino e Renan Belini

Editores gráficos: Rejane Sarmento e Alyson Gonçalo (pg 1), Alyson Gonçalo (pg2), Pedro Comin (pg 3), Rejane Sarmento (pg4), Caroline Menezes (pg 5), Laís Dias (pg 6), José Carlos Neto e Hayza Ramos (pg 7), Juliene Oliveira (pg 8), Cristiane Challoub (pg 9), Guilherme Miranda (pg 10), Daniela Origuela (pg 11). O teor das matérias e artigos são de responsabilidade de seus autores não representando, portanto, a opinião da instituição mantenedora.

Expediente - Especial Inverno

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Primeir Text

Junho 2011 8

Calor humano aos mais necessitados

CIDADANIA

Juliene Oliveira

Doações de roupas, sa-patos, alimentação, cober-tas ou dinheiro. Seja qual for a forma escolhida será bem recebida para ameni-zar o frio dos mais neces-sitados.

Neste inverno mais do que festas juninas e come-morações, pode-se ofere-cer um inverno quente de calor humano à população carente.

Junto com o inverno co-meçam campanhas de doa-ção, de agasalhos principal-mente. ONGs, instituições de auxílio às crianças e adolescentes, desabriga-das ou em estado de risco social, e voluntários se mo-bilizam para ajudar aqueles com menos condições de se proteger do inverno.

Uma das instituições que atuam nessa área de captação e distribuição de recursos às crianças

carentes é o Educandário Anália Franco, localizado à Avenida Ana Costa, 277, em Santos.

Segundo a responsá-vel pela área de doações, Sandra Regina, o Educan-dário atende mais de 400 crianças, de quatro meses a dez anos, no local. Fora esse atendimento durante a semana, o Anália Franco também possui um abrigo para meninos em situação de risco, com idades de 4 a 17 anos.

Além das doações regu-lares para manutenção do local, até 31 de julho acon-tece a Campanha de Inver-no. O objetivo desta cam-panha é arrecadar kits de inverno para as crianças do abrigo. Os kits são com-postos de roupas, tênis e cobertores. Para a capta-ção deste material são fei-tos contafei-tos via telemarke-ting com pessoas físicas e jurídicas.

As doações podem ser feitas diretamente no Aná-lia Franco e em caso de doações em dinheiro, pode ser depositado na conta

da instituição, (Banco Itaú, Agência 0268; Conta Cor-rente 68.500-5).

Para informações adi-cionais sobre os trabalhos

e doações, entre em con-tato com o Educandário Anália Franco nos tele-fones (13)3222-9654 ou (13)3235-1571.

Juliene Oliveira

A dedicação das pes-soas ao próximo ajuda a amenizar o frio dos mais necessitados. Um exem-plo de trabalho voluntário que faz a diferença é o Projeto Pérola, para mo-radores do bairro do Pa-quetá.

Vandete da Costa Silva, 55 anos, cabeleleira au-tônoma, há 18 faz traba-lhos voluntários no bairro. Também é a fundadora do projeto.

O trabalho de Vandete é feito em forma de reuni-ões com as crianças, três vezes na semana, onde ela conversa com elas so-bre temas atuais do coti-diano, ética cívica e mo-ral. Na última reunião de quinta-feira (2), o assunto era a semana do meio

am-biente, onde foi explicado sobre a importância da conservação do planeta. Após as reuniões, quando ela pode, a voluntária leva um lanche para as crian-ças. Nos meses em que ela consegue um extra, Vandete faz festa de ani-versariantes do mês para as crianças. No Natal e no Dia das Mães, as fes-tinhas também ocorrem, mas além das crianças, os pais que quiserem tam-bém podem participar.

A maioria dos meno-res auxiliados por Vande-te “são filhos de viciados, prostitutas, marginais, en-fim, da considerada escó-ria da sociedade”. Muitas vezes, os pais abandonam os filhos, que vão viver ou com vizinhos ou com pa-rentes próximos. Por isso, outra parte importante do

voluntariado é a doação de roupas e calçados.

As reuniões que aconte-ciam na casa da voluntá-ria tiveram que ser trans-feridas temporariamente devido a um incêndio por conta das fiações elétricas no final do ano passado. Elas foram transferidas para o Grêmio Recreati-vo dos Tratoristas, à João Pessoa, 428. Como a úni-ca mantenedora do projeto está morando de aluguel e longe do local, as reuniões acontecem todas as quin-tas às 19 horas. Vandete considera o trabalho que faz “de formiguinha”. A di-vulgação é feita no boca--a-boca entre amigos. As doações são conseguidas desta forma também.

O trabalho do Pérola ao longo dos anos tem rendido bons frutos.

Van-dete conta que os jovens e adolescentes que fre-quentaram o projeto saem dele para empregos de verdade. Recentemente, ela se emocionou ao ser reconhecida por um an-tigo aluno ao entrar em uma agência bancária da região. O jovem, que tra-balhava como caixa da agência, agradeceu-a por acreditar nele.

“Somos agentes multi-plicadores, podemos dar o exemplo e mudar o globo terrestre”, diz Vandete às crianças ao explicar que

cada um é importante.

Em datas especiais, como Natal e Dia das Crianças, as doações são maiores. Mas em épocas como a do inverno, elas diminuem, apesar da ne-cessidade. A voluntária está arrecadando roupas, sapatos fechados, meias, cobertas, tudo o que pu-der para ajudar a ameni-zar o frio das crianças.

Para conhecer mais so-bre o Projeto Pérola ou para informações sobre os trabalhos e doações, ligue (13) 3014-4420.

Vandete, a voluntária que faz a diferença

Atendendo mais de 400 crianças, o Anália Franco aceita doações para montagem de kits de inverno.

Juliene Oliveira

Vandete da Silva (de costas) e algumas das crianças durante a atividade de recreação no Grêmio

Fundadora do projeto Pérola, ela faz trabalhos voluntários há 18 anos

Juliene Oliveira Juliene Oliveira

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Das passarelas

para as ruas

Cristiane Challoub

Depois de arrancar sus-piros daqueles que acom-panharam os seis dias de desfiles de inverno, no iní-cio do ano, na São Paulo Fashion Week, a reverência que parecia sonho, tornou-se realidade. É notável que marcas como Colcci, Cava-lera, Maria Bonita e Triton trouxessem para as passa-relas boas tendências e que encantassem os amantes da moda.

No inverno, protagoni-zam roupas e acessórios que, ao elevar a temperatu-ra, despencam das vitrines e dos guarda-roupas. Um exemplo disso são as lu-vas - tanto de lã quanto de couro -, toucas, cachecóis, meias fio 60 e 80, botas,

trench coat, tudo aquilo que

é indispensável na época mais fria do ano.

Mesmo com a polêmi-ca coleção Bicho Mania, da Arezzo, que por revolta dos consumidores em re-des sociais - inconforma-dos com o suposto uso de peles de animais na nova coleção, fato refutado pela empresa - durou poucos dias nas vitrines da marca. As peças com pelos sinté-ticos demonstram atitude e marcam presença, vindo de sua grande raiz, o inverno glacial dos esquimós.

Aparecendo até em

sa-patos, os pelos sintéticos têm texturas, cores, as-pectos diferentes e com-binam com os couros e os saltos de madeira - que também estão em alta e pretendem continuar no verão. “A madeira é rús-tica, por isso fica a cara do inverno”, explica a ba-charel em Têxtil e Moda e consultora da Victor Hugo, Lissa Rodrigues.

Em contraponto, a ba-charel acredita que na parte dos conforto esses calçados deixam a dese-jar. “No Brasil, para quem procura design e confor-to, os calçados da Schultz são ideais”, pondera.

Ainda segundo Lissa, os sapatos e as bolsas seguem a mesma linha de tendência. “Assim como as grifes de luxo Louis Vuit-ton e Gucci, a Victor Hugo segue a tendência em tons de marrom e preto, mas, também, os tons do Brasil, como amarelo, ver-de militar e vemelho”, diz.

Coringa - Sendo peça

in-dispensável nas épocas frias, as meias calças valori-zam o look das fashionistas. Nesse inverno, elas apa-recem, principalmente, em tons de vermelho, marrom, oliva e a preta básica. Mas a inovação ficou por conta do alto relevo e das estam-pas em animal print

(estam-pas de animais), xadrez, rendas e até a reprodução de espartilhos, dando um ar moderno e servindo de complemento visual. Apai-xonada por meia-calça, a estudante de Direito, Ana Paula Dias,18 anos, ado-ra essa inovação da moda. “Ser diferente é a tendência para mim, sempre!“, exalta.

Novidade - Depois de

aparecer destacada em bolsas, blusas, oxfords, a estampa de onça chegou com intensidade no guar-da-roupa das antenadas e até das mais desligadas sobre as tendências que mais dominavam no mun-do fashion. Mas, como a moda trata-se de recicla-gem, as grifes italianas Gucci e Prada, mantive-ram o animal print em alta, dando a vez para a píton, a estampa de cobra.

Quando se trata de uma ‘nova estampa’, todo cuida-do é pouco. Para a estudan-te de Odontologia, Flávia Lemela, 18 anos, que não gosta de estampas, a aten-ção tem de ser redobrada. “É necessário cuidado, se-não fica cafona”, acredita. Ana diz que gosta e usaria, sim, principalmente quando as estampas estiverem nas meias. “É hora de inovar, além de elegantes, dão um toque sensual ao mesmo tempo”, disse.

Reinando no inverno das mais ousadas, a píton aparece em vários tons, formatos, peças inusita-das, deixando de ser uma tendência das grifes italia-nas e passando para o dia a dia daquelas que ado-ram novidades.

Outra inovação é a saia longa com cintura alta, que foi destaque no Fashion Rio, Inverno 2011. Longas e largas deixam o visual mais despojado, por isso podem ser usadas com cintos mar-cando a silhueta para deixar o visual mais feminino.

Trech coat da Colcci no desfile da SPFW: quente e fashion

Para cada cor de cabelo, uma nova tendência

ESTÉTICA

Giovanna Fornaro

Toda mulher fiel à moda tem como alicerce o inver-no. O capricho, desde as roupas mais bonitas até o cuidado com os cabelos, faz parte da rotina feminina nesta estação. O que mui-tos não imaginam é o quan-to o frio mexe com a cabeça das vaidosas de plantão. A cabelereira Rita Del Bianco explica o quanto a transformação dos cabelos é fundamental para fugir da mesmice. “O inverno é uma boa época para mudan-ças radicais, pois sempre existe uma tendência para cada mulher que não quer sair da cor de rotina”, conta.

Cores como vermelho e mar-rom são as mais indicadas para a estação da beleza. O vermelho fica bem em qual-quer mulher, pois são 42 nu-ances, dos acobreados aos

glamboys.wordpress.com

Morenas, loiras e ruivas po-dem mudar o cabelo de acordo

com a moda do inverno

vibrantes. “A verdade é que existe sempre a tonalidade que combina com seu tipo de pele, se necessário, é possí-vel até misturar duas cores para chegar ao tom deseja-do deseja-do avermelhadeseja-do”, sugere. Para quem não gosta de vermelho, a escolha é o mar-rom natural, que pode ser

usado com mechas menos contrastantes e mais próxi-mas ao rosto, para dar uma iluminada. Pode-se também usar somente o marrom uni-forme, sem as mechas cla-ras nas pontas (californiano), que foi sucesso no verão. Já as loiras, não ficam de fora das mudanças. Há sim

uma saída para as mulheres que não abrem mão do cabe-lo claro. O cabe-loiro champagne é o mais apropriado para as loi-ras. Ele que sempre tem seu espaço garantido na esta-ção, também pode ser usado com luzes claras por cima.

A cor cobre é opção para quem fica no meio termo.

“O tom pode tanto se apro-ximar do loiro, quanto do vermelho, porém não dei-xa de ser acobreado, “É um visual bonito e adequado para o inverno”, explica Rita.

A estudante e modelo Jussara Carmindo, 25 anos, conta que passou por todas as cores e afirma o quanto é importante essa experiência. “Já fui loira, morena, ruiva e sempre aproveitei o inverno para investir nas cores, pois acho que a mulher que não abusa das mudanças não tem vaidade dentro de si”.

Vale lembrar que a cada nova coloração, deve-se manter o brilho e o cabelo saudável abusando de hi-dratações orientadas por seu (sua) cabelereiro (a), e também caprichar na ma-quiagem adequada ao tom do cabelo, para evitar que apague o rosto e não fique com a pele totalmente pálida.

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Friagem e umidade exigem

cuidados com os

Dicas para curtir suas

férias neste inverno

Primeir Text

Junho 2011 10

ANIMAIS

Daniel Paiva

O período do inverno, que sempre vem acompa-nhado de várias doenças infecciosas e contagio-sas, não pega leve com os animais domésticos. As baixas temperaturas da estação exigem certos cuidados dos donos para com os cães e gatos.

Segundo a médica--veterinária Ana Carolina Polleto Corrêa, as três doenças caninas mais ocorrentes no inverno são a traqueobronquite infec-ciosa (mais conhecida como “tosse dos canis”), a cinomose e a pneumo-nia. A tosse dos canis é causada principalmente pela bactéria Bordetela

bronchiseptica, que

ata-ca o sistema respiratório provocando uma tosse ruidosa. Quedas bruscas de temperatura deixam o sistema imunológico dos cães fragilizado,

facilitan-do a proliferação da bac-téria. A prevenção é feita por meio de vacina anual.

A cinomose é transmi-tida por um vírus que se prolifera e se conserva no frio e infecta os cães por intermédio das vias nasais e digestivas. Os sintomas podem ser: fe-bre, pústulas, conjuntivi-te, vômitos, disenteria e inflamações nas vias na-sais, o que pode levar à pneumonia. O tratamen-to é feitratamen-to com o Soro Hi-perimune. Antibióticos deverão ser ministrados se houverem infecções. Também pode ser preve-nida por vacinação: a pri-meira dose deve ser dada 30 dias após o desmame e mais uma ou até duas doses no intervalo de 30 dias após a anterior.

A pneumonia, que atin-ge tanto cães como ga-tos, provoca coriza, es-pirros, secreção e perda de apetite. No verão,

também leva à diarréia e ao vômito. A vacina, que dura um ano, imuniza o animal. Os gatos contra-em menos doenças que os cachorros, em geral; a mais frequente é o res-friado comum, também prevenido por vacina.

Os centros municipais de zoonoses possuem doses das vacinas para as doenças e as dispo-nibilizam gratuitamente. De acordo com a veteri-nária, elas são eficientes. “Vacina é investimento. É melhor que remédio”, ressalta.

A veterinária não re-comenda o uso de rou-pinhas para proteger os cães do frio. Segundo ela, eles trocam de pêlos no fim do outono, adqui-rindo uma penugem mais grossa que os aquece no inverno; no fim da prima-vera fazem a segunda tro-ca, para pêlos mais finos. Além de desnecessárias

para os cachorros, essas roupinhas os deixam des-confortáveis, pois “fogem da natureza” deles, es-clarece Ana Carolina.

Os donos não podem ter dó de dar banho em seus bichinhos no inver-no. O período indicado é de um banho por se-mana para os cães e a

cada 15 dias para os gatos. Ana Carolina re-comenda aos donos que levem seus pets a uma clínica veterinária, pois eles possuem todos os equipamentos e produ-tos necessários para o banho. A tosa higiênica também é recomendada no inverno.

Sistema imunológico dos animais domésticos enfraquece

TURISMO

Campos de Jordão, a cidade paulista que mais atrai turistas nessa época do ano

www

.radiocriciuma.com.br

www.viagem.uol.com.br

Guilherme miranda

O inverno está aí e jun-to a ele a pergunta inevi-tável: Para onde ir nessa “friaca” (frio excessivo)? Jovens e adultos devem pesquisar e escolher al-guns locais bem

frequen-tados nessa época do ano.

Há quem diga que não existe algo para fazer no inverno e de fato as pes-soas costumam ficar mais tempo dentro de casa, fa-zendo um programa light. Logo, acabam optando

em não passear.

Então fica a dúvida: o que fazer nessas férias? Que tal uma viagem di-ferente para os lugares mais visitados nessa épo-ca do ano?

Campos de Jordão, em São Paulo, Petrópolis, no

Rio de Janeiro, e Gra-mado, no Rio Grande do Sul, são os mais visita-dos nessa estação, con-tando com a presença de jovens, adultos e idosos.

Para quem procura ba-dalação e diversão, na certa o lugar mais indica-do é Campos de Jordão. A cidade, que costuma ficar cheia no inverno, é o lugar mais desejado pe-los jovens que têm o cos-tume de viajar entre ami-gos, buscando curtição.

Atrações, bares, res-taurantes, baladas, lojas, shoppings, teatros e pon-tos turísticos não faltam no roteiro de viagem pela cidade.

Target, Club Lotus, Pucci Campos de Jordão e Phoenix são as bala-das mais frequentabala-das da cidade. Restaurantes são os mais variados: de churrascaria até os pratos mais refinados da Fran-ça. Hotéis e pousadas não faltam, e os preços sobem quanto mais pró-ximo do centro da cidade.

Outras opções para quem curte a serra estão em Petrópolis que fica na serra fluminense no Rio de Janeiro, e Gramado, conhecida como Suíça Brasileira. Ambas ofe-recem programas tran-quilos, sem badalações,

para casais e passeios em família.

Mas se a ideia é gastar um pouco a mais e via-jar para outros países, os lugares indicados são Buenos Aires e Bariloche, ambas na Argentina. Ofe-recem tanto programas mais sossegados quanto agitados. O turista que for para um desses luga-res pode ter certeza que terá uma divina viagem.

Além de conhecer ou-tros países, também po-derão desfrutar de emo-ções, clima, línguas, experiências e comidas diferentes. Já no Chile, os lugares mais procura-dos são as estações de esqui.

Caso a vontade seja a de fugir do inverno e cur-tir o verão, os lugares re-comendados são Europa, EUA e Caribe e o Nordes-te brasileiro.

Viagens para curtir o inverno não faltam. Basta saber escolher, pesquisar preços e aproveitar o mo-mento para voltar com as malas cheias de lembran-ças.

Para consultar preços de hotéis, pousadas e passeios procure uma das agências de viagem de sua preferência. Isso irá ajudar a escolher a melhor opção.

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Convivendo com os riscos da maré

Daniela Origuela

Barracos de madeira sobre o mangue do canal dos Barreiros. Essas são as moradias de milhares de famílias da maior fa-vela da Baixada Santis-ta, a México 70, em São Vicente. Não bastasse o mau cheiro e as péssi-mas condições de habi-tabilidade, a chegada do inverno provoca mais um problema: as doenças respiratórias, causadas pelo excesso de friagem e umidade. As palafi-tas são construídas com restos de móveis ou ma-deirites e são cobertas com telhas de amianto, que aquecem demasia-damente no calor, e não protegem do frio na esta-ção mais gelada do ano.

Vanessa Passos, 27 anos, mora com os três filhos em um desses barracos. Ela conta que constantemente as crian-ças têm problemas no sistema respiratório de-correntes da exposição à umidade. “Na semana passada, meu filho mais novo (um ano) ficou

in-ternado no hospital uma semana por causa de uma broncopneumonia. Basta chegar o frio para que isso aconteça. É sempre assim”, desabafa a moradora.

O barraco de Vanessa, localizado na Avenida Brasil, é composto por dois minúsculos cômo-dos repletos de frestas entre as madeiras. Os vãos permitem a entra-da de sereno e ar frio. Além disso, a palafita é rente ao mangue, que em dias de maré alta é invadida pela água. “Já perdi a conta de quantas vezes fiquei sem dormir com água entrando pelo chão. É desesperador. Muitas pessoas já perde-ram seus pertences com isso”, diz Vanessa. Na semana passada, uma criança de apenas um ano de idade morreu ao cair na maré.

Devido à alteração brusca na tábua das ma-rés no inverno, a que-da de barracos na água é muito comum. Airton de Oliveira, 70 anos, viu o chão de sua

pala-fita, seus móveis e per-tences pessoais caírem na maré. O aposentado perdeu tudo e foi man-chete na imprensa local. “Perdi a conta de quantas vezes tive que recons-truir minha casa. É muito duro você ver tudo o que conquistou em uma vida boiar na água”, lamenta Carlos. Atualmente, ele mora próximo ao local,

mas não sobre as águas do canal dos Barreiros.

Remoção - De acordo

com projeto desenvolvi-do pela Secretaria Mu-nicipal de Habitação de São Vicente, está pre-vista a remoção de fa-mílias que vivem nessas condições na México 70. Por meio de recursos do PAC (Programa de

Ace-leração do Crescimen-to) e do programa Minha Casa Minha Vida estão sendo construídas cen-tenas de casas na área continental e no bair-ro Parque Bitarú. Com isso, todas as palafitas serão retiradas e darão lugar ao processo de ur-banização da Avenida Brasil, voltada para a orla do Mar Pequeno.

diadiaméxico70.nocomunidades

Palafitas da favela México 70, sobre as águas do canal dos Barreiros, em São Vicente

PALAFITAS

Comércio de verão sofre no período

NEGÓCIOS

Arthur DutrA

Com a chegada do in-verno, o comércio que depende do verão ten-ta sobreviver para não perder seus clientes. “O que fazer na estação mais fria do ano?”, pergunta que a comerciante Cecília Moreira se faz a cada ano.

Dona de uma sorvete-ria na praia de Camburi, em Ilhabela, Cecília se vê preocupada quando co-meça a chover demais e o frio entra com tudo. Para atrair clientes, ela inova a cada ano. As promoções são uma de suas especia-lidades, colocando toda a sorveteria com descontos. Para que seus clientes não desapareçam por com-pleto, a empresária prepa-ra outros sabores de sor-vetes, bolos e ainda conta com uma ajuda extra: uma máquina de churros com sorvetes. Cecília acredita que todos que todos que trabalham com sorvetes sofrem nessa estação e pede para que tenham pa-ciência, já que no verão

são eles que faturam mais. A dona da sorveteria Cascão, Marisa da Silva, em Boracéia, fica muito impaciente quando chega o meio do ano. A preocu-pação bate à porta e ela corre para todos os lados procurando soluções para não fechar. Segundo ela, nos meses de verão o fa-turamento é totalmente di-ferente do inverno. “Sofro quando tenho que mandar algum funcionário embo-ra, já que no inverno todo

comércio pena com isso”. A solução vista pela ge-rente do Rocha, Aparecida da Silva, no centro da ci-dade de São Sebastião, foi montar uma pizzaria que oferece pizza com sorve-tes para atrair a clientela e mesmo assim o movimento cai e muito. Segundo ela, todo o comércio sofre e mais ainda quem trabalha com produtos gelados. Ela diz que o jeito é contar com a sorte e pedir ajuda para que mesmo no inverno faça

sol e calor para que as por-tas não fiquem fechadas. No verão, ela abre todos os dias e no inverno ape-nas nos fins de semana.

Além das sorveterias, as lojas que vendem produtos para o verão têm que se reinventar para poder conti-nuar com as portas abertas. Todo o comércio de verão entra com as promoções de inverno, ou seja, as rou-pas e produtos consumidos no verão são vendidos por um preço inferior. As lo-jas de surf shop sofrem e procuram por em suas vi-trines roupas que chamem atenção do cliente mes-mo com cara de inverno.

A loja 20 Pés, uma das mais famosas em São Se-bastião, inova a cada ano. Inovar é a parte mais impor-tante, revela Gisele Morei-ra, dona da loja. As roupas de verão continuam lá, com preços mais baratos, mas as araras dão destaques às roupas de inverno com um toque de verão. Ela acredi-ta que isso chama a clien-tela e a oferta de outono deixa a loja sempre cheia.

Outra loja que inova é a Calu, em Camburi, criada há mais de 10 anos. A loja conta com inovações para garantir que seus clientes a freqüentem mesmo no inverno. A dona da loja, Lu-ciana Diniz, diz que conta com a sorte para não per-der seu público e não colo-ca em suas vitrines roupas de inverno. Sempre inova e colore os manequins com as roupas de verão que po-dem ser usadas durante o dia, com um charme a mais.

Ela diz que no verão vende biquínis, vestidos e roupas leves, mas no inverno sofre e acaba co-memorando quando ven-de uma peça ven-de roupa. Aproveita também a épo-ca para dar férias a al-guns funcionários que de-pendem da comissão. As roupas são postas com um preço inferior e mes-mo assim faltam clien-tes. A Calu também conta com um espaço reserva-do às artes, onde são ex-postos quadros, que, se-gundo a dona da loja, ajudam no faturamento.

Loja de surf wear e artigos de verão na praia de Camburi

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