Of/
WK?
GPO
\©
PE
078
W
Es:/'wo cLÍzvIao nos DISTÚRBIOS HIDRO-ELETROLÍTICOS
E
Ãcrpo-BÁSICOSEM
PEDIATam-
VALOR DAS DosAams
LABORATORIAIS NO DIAGNÓSTICO PRECOCE. .
.4 UTORES /
fz”
LA IRTON VA LENTIN
NORBERTO L . NETO
A GRÁ DECI MEN TOS
Dr. NEWTON DO VALE PEREIRA
Í
N
D I OE
ABSIBAOT . . . . . . . . . . . . .. p RESUMO . . . . . . . . . . .. INIRODUÇÃO . . . . . . . . . .. p OASUÍSITOAE
MÉTODOS . RESULIMDOS .. . . . . . . .. DISCUSSÃO . . . . . . . . . . .. ~ CONCLUSOES . . . . . .. BIBLIOGRAFTÀ . . . . . .._1_
.
A B S 1'R A O T
Ihe authors of this study analysed the impor
tance of the laboratory in the diagnosis of electrolytics
disturbances.
With this objective, 47 pacients of the In-
H 'ml
Infantil Joana de Gusmão weretensive Gare Unity of ospi
analysed during a period of five months.(01-03-82 until 02 -
O8-82).
Ihe most common disturbance was hypocalcemia,
found in 53%, although potassium had been the most altered
ion. `
About 40% of the pacients didn'd shown any
simptome in spite of showing rates considered noxious to the
_g-
R
E
S UM
OOs autores analisam a importancia do labora
torio no diagnostico dos disturbios hidro-eletroliticos e
É
cido basicos. Para tanto foram estudados 47 pacientes inter-
nados na Unidade de lerapia Intensiva do Hospital Infantil
”Joana de Gusmão”, durante o periodo de 01.03.82 a 02.08.82.
O disturbio mais freqüente foi a hipocalce-
mia com 53%. 0 ion potássio apresentou isoladamente e conjun
tamente o maior numero de alteraçoes. A acidose . metabolica
constituía O azs:zíz~bz'o~¿¢iâo-básico mais efzcwzúrzzao.
Cerca de 40% dos pacientes não apresentavam
qualquer sintomatologia, apesar de mostrarem valores labora-
toriais considerados nocivos para o organismo. ›
I I
Gomentam os aspectos clinicos,etiologicos e
A ' Í I I I
terapêuticos dos disturbios hidro-eletroliticos e acido- ba
sicos, bem como o valor das dosagens laboratoriais no diag
-I
_3¬._
I
N
T R o D U QÃ
o4
os distúrbios hidro-elçtrolíiicos e ácido-b¿s¿
I I .,
cos, comuns na pratica hospitalar diaria, ocasionalmente sao
desprezados ou negligenciados. Pequenas anormalidades podem
~ . . . 1 _
nao apresentar sintomatologia evidente e sinais clinicos exu
N I no I
berantes sao ate considerados como nao patologicos (1). Fre
I
qüentemente disturbios do Na, K) Ca e Mg podem ser “suficien
temente marcados como uma ameaça a vida ou prejudicar a co:
reta evolução de alguma enfermidade. Uonseqüentemente, estes
~ ~
pacientes necessitam de urgente identificaçao e correçao das
desordens bioquimicas (2).
Do ponto de vista metabolico o ÃL o Ca e o Mg
~ ' ~
estao intimamente relacionados, a ponto de uma privaçao pro
longada de Mg, por exemplo, levar a uma hipocalcemia e/ou a
uma hipercalcemia (2). Por outro lado, uma hipercalcemia pg
de levar a uma hipocalemia importante (3). Estes fatos se:
vem para lembrar alguns dos muitos aspectos relacionados com
~ I _/ _
o problema-no qual estao envolvidos os disturbios eletroliti
_4..
O correto levantamento da incidencia de distur
I - . .
bios que ocorrem na faixa pediatrica, torna-se mais preciso
quando realizado dentro de uma Unidade de Terapia Intensiva,
p _ .\
ja que a dosagem de eletrolitos representa, ali, uma rotina,
~ I
obtendo-se, assim, uma maior precisao estatistica. Nestas
ocasioes o laboratorio desempenha importante papel para que
, .
se possa obter um diagnostico precoce, bem como efetuar uma terapêutica precisa.
' ~
Visa-se com este artigo, chamar a atençao para
o fato, atraves da apresentaçao de dados colhidos pelo estu-
do dos disturbios eletroliticos e acido basicos em uma Unida
`
_ 5 _
cAszfÍs:f'rc.4
E
-__z-11-1
MÉTODOS.‹
MÉTODO - Estudou-se prospectivamente todos os casos de
r r '
disturbios eletroliticos que ocorreram de Ol de março de 1982 a O2 de agosto de l982, na Unidade de Terapia Intensi
'
r
va do Hospital Infantil ”Joana de Gusmão” - Florianopolis- SG.
Para tal elaborou-se um protocolo especial.
Analisoufse, 246 casos de onde foram extraídos um total de 47 pacientes que, durante o periodo proposto ,
. f . z . . .
apresentaram disturbios eletroliticos e acido-basicos, e
se enquadravam dentro do protocolo estabelecido. Para se
incluir no estudo, o paciente deveria apresentar distur
I
bios comprovados laboratorialmente com ou sem sinais eli
nicos. Adotou-se valores amplos considerados normais para
r ' r _ _
os eletrolitos e segundo a faixa etaria pediatrzca. O limi te de normalidade para o Na ficou entre 130 e 150 mEq/l -
(4), válidos somente para pacientes nutridos. Para o
K
osvalores oscilavam entre 3,5 e 5,5,para o Calcio 8,0 ^
e
11,0 e o Mg ficou entre 1,8 e 2,4 (2) mEq/l; excluiu- se
A4 ~ Â
___ _ __ _, v _.._..,~.. .__.. _`_ › ‹ s
_6_
~maioria dos autores (5). O Mg nao entrava na rotina da in vestigação , sendo apenas solicitado quando houvesse indica
í
~ I '
-
çao clinica para seu pedido. Cabe aqui destacar que para o
' ' - à
z
ion Calcio, considerou-se todos os pacientes como nutridos
I
ou, caso eventualmente desnutridos, com proteinas totais e
fraçães dentro dos limites da normalidade.
N
Outro ponto estudado foi a identificaçao das
causas que levaram aos disturbios, fato este fundamental
para uma correta avaliação dos pequenos pacientes.
A terapêutica era introduzida quando haviam
`
1
I I
sinais clinicos evidentes ou quando o laboratorio demons
trava valores proximos aos citados pela bibliografia como
causadores de sintomatologia.
Como se sabe, as alterações do- equilibrio
I I ~
acido-basico estao intimamente relacionados , aos dos ele
í
trálitos circulantes. Assim foi feito, paralelamente, um
I
levantamento gasometrico, procurando-se analisar a verda -
deira incidencia dessas alterações correlacionadas.
'
- A idade dos pacientes variou de l dia ate 13
GASUISITCA
anos , correspondendo a 9 recem-nascidos, 29 lactentes, 5
I .
pre-escolares,2 escolan£_e 2*adokscentes,todos dzcorbrunca,
31 dO S€.r0 7Tl¿1Swlif10 e ló' do sexo feminino. Segundo o grau de
z
_7_
~
hidrataçao, observou-se um totalfde 33 hidratados, 10 desi
dratados de 19 grau e 4 desidratados de 29 grau. Verificou-
se que haviam 28 nutridos, 5 desnutridos de 19 grau, 3 des
nuzridgs de 29 grau, 3 desnutridos de 39 grau.
I - ~
Os 8 restantes, recem-nascidos, nao puderam
ser enquadrados adequadamente dentro do criterio de nutri-' ção utilizado (criterio de Gomez).
_8_
R
E
S
U L T AD
O S uNa serie de 47 pacientes estudados, foram es
tes os resultados encontrados: segundo pode ser observado na Tabela l, que congrega os disturbios de Na e Ã; obser
vou-se 21% de hiponatremia, 9% de hipernatremia. Com rela-
ção ao potássio verificou-se um total de 25% dos pacientes
como portadores de hipopotassemia e 42% de hiperpotassemia
A Tabela 2 apresenta conjuntamente os disturbios do Ca e
do Mg. O calcio foi o segundo íon mais-freqüentemente alte
rado~ 3 observando-se 53% de hipocalcemia e 42% de hipercal
V __
~ '
cemia. Com relaçao ao Mg tambem apresentado na Thbela 2 ,
observou-se 19% de hipomagnesemia, sendo 90% dessas, acom
panhadas de hipocalcemia. Cabe aqui destacar que embora,no total, o ton mais atingido tenha sido o ÃL o disturbio
mais freqüente foi a hipocalcemia.
As Tabelas 3 e 4 mostram os disturbios isola
' u
dos e associados, bem como, os disturbios isolados mais
I
freqüentes, respectivamente. Observa-se 47% de dzsturbzos
isolados, ou seja, pacientes que apresentavam apenas um
I
_._9_
' .
disturbios associados. Como pode ser notado na Tabela l a
4, o potassio foi o íon mais atingido, isoladamente, ou se
ja, em 12 pacientes, seguindo-se o calcio em 9 e o Mg em l.
A Ihbela 5 procura sintetizar as causas que
I _ .
.
levaram aos disturbios, que foram diversas e evidentemente
I
variaram de acordo com cada disturbio encontrado. Assim ,
observou-se 9 casos devido a _insuficiencia renal aguda ,
\ I
lO a septicemias, 7 casos a diarreia, 4 ao uso de diureti-
I A
cos, 4 por hemolise, 2 a vomitos, l a catabolismo aumenta-
do, l a acidose, l a hiperplasia congênita da supra renal.
Em 5 as causas não foram determinadas.
O laboratorio constitui o marco principal
pa
~ ~ P
ra a avaliaçao e realizaçao de um estudo dos disturbios
É
letroliticos. Como demonstra a lhbela`6, cerca de 19 paci
entes, correspondendo a 40% do total, não apresentavam
qualquer sintomatologia. O restante dos pacientes, cerca
de 60%. apresentavam alguma sintomatologia, que fazia sus
peitar do disturbio.
Paralelo ao estudo eletrolitico, foi reali
, - Q à
zado um levantamento gasometrico, com o objetivo de anali-
sar zz glozâzzlzdaâe aos âiszszírbios e1ezfro1z'ii¢‹>â e ácido-
bg'
sicos, devido as estreitas relaçdes existentes entre eles.
Assim, como esta sintetizado na Iabela 7, os resultados
‹
\
..._zO._.
encontrados em um total de 29 pacientes são representados
por 27 acidoses metabólicas, 1 alcalose metabolica e l
I
alcalose respiratoria.
.ø
Finalmente, cabe aqui relatar o numero de
Óbitos ocorridos no grupo estudado, que chegou a 15 casos
(Tabela 8). O restante dos pacientes foram transferidos
_ 11 _
115514 1 - DISTÚRBIOS Do SÓDIO
5
Do Pozíssfo - UTI -HIJG01.03.82 -02.08.82 - fiyorzanópoziâ
N
}%
HIPEBHAÍPEMIA . HIPONÀTFEWIA HIPEFPOÍMSSEMIA HIPOPOYMSSEMIA 4 9 10 ' 21 20 42 12 25FONIE: PRONYWÁRIO âzaa
YMBEIA 2 - DISIÚHBIOS Do CÁLCIO
g
Do MAGNÉSIO - UTI- HIJG01.03.82 - 02/oa/82 - fiuorzanópolzs
í
% HIPOCALCEWIA HIPERCALCEWIÁ HIPOMAGNESEMIA 25 2 9 53 4 19__z2_
_... .__.__ -._-.-.--.~-z‹ - .__ --_--_ -~ -~-~ - - -‹z -_
TABELA 3 - DISTURBIOS ASSQCIADOS
E
ISOLADOS OBSEBVADOSEM 47 PACIENTES - UTI - HIJG
o1_,_Q.ó1.a2.. - 2._02.,Q§_.82 2.-.,__21‹¬10z~zzzfzápo1zs E _
N
“A ASSOOI A DOS 25 53 ISOLA DOS 22 47 TOTAL 47 1 OO FONTE: PRONTUÃ 210 111.10.TABELA 4 - DISTÚRBIOS ISOLADOS MAIS FREQUENTES
EM
47 PA-CIENTES- UTI - HIJG
01.03.83 - 02.08.82 - Florianópolis
N
7,0 ¡ . Po TA ssfo 12 26 cÃLc_ro 9 19 MA GNÉSIO 1 2 TOTAL “ 22 47-13-
TABELA 5 - 1110108111 008 .0181¬U.881'08 .U1DR0_E1E1'5›01Í11008
5
Ã011>0-8Ã8100 0888814008 EM 47 PAQIEUJES - UT1 111.10 - 01.08.82 - 02.08.82 - 1‹¬1oz~zazz0'p<›1z:s
N
%
81'P1¬10EU1.4 8 ' 1 0 2111/8 U1‹¬101Ê1/01.4 81':/VAL A GU./1.4 9 19
DIA RRÉIA 7 15 H81/01188 4 9 U80 D1U8É1¬1008 4 9 10111108 2 4 0.4 1.4 80118110 2 4 › 11108188/1111 1108 5 - 10 OUTROS ~ 4 . 9 'E ' 47 100%
FO./VTE: PRO./IÍTUÃRIO HI*/ÍG. `
TABELA 8 - 11000 DE 118180040 D0 D18TÚ8810 U1D80E1Efl-20111100
g
Á 01110-BA' 8100EU
47 .PA 0111188- U1¬1 - HIJG01.03.82 - 02.08.82 - 1‹¬1or~zafzo'po1âs zv f7›} 811.4 18
E
811/101/A 8 ' 28 80 118021 1081.41 1 9 40 10114 1 47 1 00 80118: P120/JTUÁ 810 111,10,.._z4_
2xBEzA 7 - DISYÚRBIOS Â0IDo~BÂsIcos ENCONTRADOS EM 47 PA-
C'IE]VTES - UTI - .ÉÍIJG
01.03.82 - 02.08.82 - F¶orzan¿po1zs ~
%
ACIDOSE ME¶uBóLIcA 27 58 ALGALOSE ME¶¶3óLI0A 1 2 ALGALOSE RESPIRAIÓRIA 1 2 YUJML 29 .,»62 fwfiffiw PRONYWÃRIO HIJG'
-15-
DISCUSSÃO
IO organismo vivo e um sistema de transforma
~ I ¢\
çao de energia em equilibrio dinamico; se ocorrer alguma
alteração no meio aquoso, fica conseqüentemente prejudica
do a produçao de energia; por outro lado, se alterar oujhl
~ I ~ -
tar a energia, a composiçao eletrolitica do meio nao sera
mantida (4).
Os disturbios hidroeletroliticos podem ser
~ I
classificados baseando¬se na alteraçao da fase hidrica e/ ou eletrolitica e na deficiencia do fornecimento deenergia
ao sistema (1). O organismo como um todo pode dividir-se em
dois grandes compartimentos intra e extra celular, Quando
se procura comentar ou discutir os disturbios existentes,
deve-se te-los sempre em mente (2). Na criança,estes con
I _ I
ceitos basicos devem ser mais prontamente observados, Ja
que o pequeno ser apresenta relaçoes entre o intracelulare
extracelular diferentes do adulto.
Ao estudar o Na deve-se comentar dois-gran-
des disturbios: hiponatremia, freqüente em pediatria e ni
. ,I
pernatremia, mais raro, mas tambem encontrado com alguma
' - 16 -
A hiponatremia pode ser acompanhada de hipg
volemia, volemia normal ou hipervolemia e indica, na maio-
ria das vezes, hipoosmolaridade, exceto nos casos de acido
se diabética (l,5). As perdas de Na e de liquidos podem
ocorrer devido a doenças renais e extrarenais. Das causas
extrarenais as do trato gastro-intestinal podem ser mais
freqüentemente responsabilizadas devido a ocorrência fre
qüente de vomitos e/ou diarreia, muito comuns na faixa eté ria pediatrica, e peritonite, pancreatite, drenos ou fistu
las, nao muito freqüentes (l,4,6).
I
A resposta fisiologica do organismo em rela
~ I
çao ao Ha e a agua, faz-se conservando estes elementos a-
.
I ' ~
traves do rim, procurando manter uma concentraçao de Na na
urina abaixo de lO mEq/l. Existe na infancia uma forma de
I
hzponatremia com hipovolemia onde o Na urinario encontra -
V I
se com valores altos que e representada pela hiperplasia
congenita da supra-renal, caso este, inclusive, observado
em um dos pacientes aqui estudados (l,4). Outras causas
adrenais ainda podem ser responsabilizadas por hiponatre
mia com hipovolemia como a hiperplasia adrenal nao congeni
ta e o uso inadequado de corticoesteroides (l,25).
A hiponatremia com hipervolemia e comum
~ ~ A r
...._z7_.
f _ 1 f . .
congestzva, cirrose hepatica, sindrome nefrotico e ainda na
I A I
sintese inapropriada do hormonio anti-diuretico. Nesse caso
I ~ -
-~
o que ocorre e uma diminuiçao relativa do Na e nao uma ver-
dadeira hiponatremia (1).
`
O uso de substâncias capazes de aumentar a
osmolaridade intravascular funcionando como diureticos osmo
ticos, ou capazes de expandir o intra-vascular, aumentando a filtração glomerular, como albumina, plasma, expansores ,
6 ~ I
glicose nipertonica 3 sao tambem causas freqüentes de hipona
tremia com hipervolemia. A formação do 39 espaço, em queima
~
dos, obstruçao intestinal, politraumatizados, representam
também causas freqüentes de hiponatremia em pacientes inter
nados em unidades de terapia intensiva (6).
Pela urina pode ocorrer perda'de Na conse -
qüente a lesães do sistema nervoso central, destacando - se encefalites, poliomielites, acidentes vasculares cerebrais,
\ ou
hematomas subdurais, levando a desidrataçao e muitas vezes
I
Ô azotemia.
E
interessante observar que dois casos deste~
estudo apresentavam lesoes situadas no sistema nervoso cen
tral que acompanhavam-se de hiponatremia. Como os dois paci
entes estavam em uso de diureticos foi atribuido a estes
a responsabilidade do disturbio. Os casos de meningite tu
berculosa, de comatosos, de desnutrido e de doenças pulmona
'
-18-
res, embora possam apresentar hiponatremias severas, fre-
qüentemente nao manifestam qualquer sintomatologia nesse
aspecto. Nestes casos a determinação laboratorial faz- se
necessario, reforçando uma vez mais o objetivo do presen-
te trabalho, ou seja, valorizar o laboratorio e seu uso
mais precoce (2,5).
Foram citadas propositadamente condiçdes ia
0 ou I ~
trogenicas nao so com o fim de chamar atençao para a
pos-I
sibilidade de ocorrer disturbios conseqüentes as mesmas ,
I A
como tambem objetivando alertar suas consequencias.
O paciente portador de hiponatremia pode
se encontrar lucido ou-torporoso, prostado, com mucosas
secas, tugor diminuído, fontanela deprimida (l,2,6).Ha di
minuiçao real da volemia, podendo a criança apresentar hi
potensao, taquicardia, chegando, as vezes, ao estado de
` I
choque se a perda for muito intensa ou muito rapida, com
diminuição freqüente do volume urinario e portanto oligu-
ria (5).
A terapêutica da hiponatremia com hipovolg
mia deve ser a expansão do volume extracelular com
repo-z
~ 1 . / _
siçao no Na e agua. Esta conduta devera cercar-se de_ cai
`
~ r
dados, uma vez que implica em reposiçao hidrica e conse -
~ I .
qäentemente, reexpansao importante de líquidos intra e ci
-_1_9_
diaca congestiva. A quantidade adequada deve ser baseada em exame fisico cuidadoso e dados laboratoriais. Quando se tra
tar de uma hiponatremia com hipervolemia, o tratamento deve
se basear na causa basica que esta levando ao disturbio Íl,
6).
De todos os l0 disturbios hiponatremicos le
, .
vantados neste trabalho, 3 ja foram analisados acima e dos
outros 7, encontrou-se 4 devido a insuficiencia renal aguda
I
na fase poliurica, l por septicemia e 2 por causa, infeliz-
mente, nao determinada.
O sódio representa 90% a 95% do total de so lutos do espaço extracelular e a hipernatremia É uma causa comum de hipertonicidade (l,2). Pode-se dividir o estado ni
pernatremico em tres grupos: l- hidratação normal, 2 - com
desidratação e 3- com hiper-hidratação. A hipernatremia com
~ ' I A
_
desidrataçao pode ocorrer por diarreia, vomitos, muito co-
muns em pediatria, ou ainda por hipertemia, hiperventilaçaq
I I
ingesta aumentada de Na, uso de diureticos osmoticos e inca
pacidade do rim em concentrar a urina (6,7,8). A nipernatre
mia representa uma emergencia pelo fato de poder levar a
~ ›
_
›
_/ -
_ \
uma lesao cerebral irreversivel ou, eventialmente, a morte.
~ A I
Sua detecçao pode ser prejudicada e a evidencia clinica
-' zm'
ocorrer somente quando Ja houver uma perda de lOp do gcóo
_20_
I
maneira , o laboratorio contribui de modo decisivo para a pre lí
_.
vençao de graves sequelas para o lado do sistema nervoso cen
tral. .
~
Os sintomas sao representados por alteraçoes
I
ao nivel de sistema nervoso central, traduzidas por diminui-
ção do sensorio, letargia, irritabilidade, podendo levar ate
ao coma (2,6).
Na terapêutica, deve-se tomar o maximo cuida-
do para nao ocorrer edema cerebral e subseqüente morte.Às vg
zes se torna dificil o estabelecimento de uma correta tera -
peutica. Deve-se iniciar com reposição do volume intravascu-
lar e posteriormente corrigir cautelosamente o déficit de
agua. Se o paciente começar a demonstrar sinais de edema ce
rebral, deve-se parar imediatamente a terapeutica e iniciar
soluçao salina hipertÕnica_ou manitol (9). _
A hipernatremia com hidratação normal e raro,
podendo ocorrer em pacientes com hipodipsia ou insensibilida
I
.
de aos osmoreceptores. Ja a hipernatremia com hiperhzdrata -
~ ~ ~ I ll
çao nao tao raro, e encontrada como forma iatrogenica ou aci
u ` o ~ A Q n ^ z
dental, devido a infusao de substancias hipertonzcas. Estes
~ I I
acidentes sao, evidentemente, tambem serios, porque podem
causar hemorragia cerebral, edema pulmonar e hipertensão sis
A ~ ‹
temica. A sua correçao pode ser executada, simplesmente,atra
r ~ I _ . _
. ..¿>_z_
bom estado funcional,ou dialise peritonial quando existir
uma funçao renal deficiente (1). Concordando com a litera
tura a hipernatremia foi um disturbio pouco encontrado na
serie estudada totalizando apenas 9% do total de pacien - tes. Não foi em nenhum dos casos um disturbio isolado, 2
correndo sempre acompanhado de um ou ate dois
disturbi-~
os. Apenas um (l) paciente apresentava desidrataçao asso-
I I
ciada tendo como causa uma sindrome diarreica. Dos ou
tros tres pacientes, todos com graus de hidratação consi- derados normal, 1 foi por sepsis, 1 por iatrogenese e em
1 paciente não se definiu a causa que levou ao disturbio.
O K`cOnstitui o principal Íon intracelular
- I I n 0 1
e esta intimamente relacionado com o metabolismo, manuten
~ ~ / _ _/ _ I _ r
çao da pressao osmotica e equilibrio eletrico da celula
-~
(6). A relaçao da concentraçao de K intracelular e extra-
celular e extremamente importante devido a seu efeito de
restabelecimento do pontecial de membrana dos nervos e
células (6,1o).
Os efeitos decorrentes de uma hipocalemia
ou de uma hipercalemia sao variados e dependem da veloci-
I ' I
dade com que ocorrem a mudança dos niveis sericos e as
~ I
variaçoes associadas de outros ions, como Ga, Mg e Na(l,fl.
Desta maneira nota-se a importancia em se estabelecer, du
I
-22-
I I
dadeiros niveis globais de todos os ions. Neste levantamento
I ~ _
observou-se 53% de disturbios associados; visando-se funda -
mentalmente atingir , a uma terapeutica mais precisa e um me
í
.
-,
lhor prognostico decorrentes desses dados, fez-se o estudo
em conjunto.
Em terapia intensiva sao bastante freqüentes
~ I I ~
as alteraçoes patologicas do ion KL razao que torna imperig
so o seu reconhecimento precoce e tratamento eficaz, uma vez
que negligencias nesse sentido poderão resultar morte preco
ce do paciente. Este estudo reforça a afirmação acima,
dawns
I I
trando um franco predomínio dos disturbios do K) representa
I
ram 68% dos pacientes estudados, tendo-se como o ion mais
freqüentemente alterado em seu conjunto, ou seja, levando em
consideração hipocalcemia.
I I
Muitas vezes o dignostico da hipocalemza e di
ficil ja que nem a depleção de
K
esta associada a hipocalemia (6). Os pacientes pediátricos internados em unidade de
terapia intensiva, freqüentemente, apresentam o disturbio
consequente ao uso de diureticos, presença de diarreias e/ou
vomitos e fistulas entericas (l,5,6,ll). Doenças renais com
comprometimento tubular e o hiperaldosteronismo tambem podem
levar a uma hipocalemia. Pode ocorrer a perda de K pelaurina
na chamada nefropatia kaliopenica que seria a incapacidade
'W
_¿›__,_
do rim em concentrar a urina (l,2,5,6,ll). Deve-se lembrar
~ - ' N A
ainda, uma condiçao na qual ocorre_migraçao de K_e hidroge
nio do extracelular para o intracelular e que acarretarazmu
I
alcalose metabolica (l,2,ll). Este interessante acontecimen
to ocorreu em um dos pacientes estudados que apresentava o
I I
disturbio isolado do
K
com uma grave alcalose metabolica , ' .- ~
1 .
sendo ele inclusive, assintomatico com relaçao ao zons aqui
estudado.
f _ . .
O quadro clinico dos pacientes com hipocale-
mia caracteriza-se, principalmente , por manifestaçoes mui
I A; A
culares, arritmias cardíacas, alteraçoes do transito intes-
~ I I ~
tinal com formaçao de ileo paralitico, distensao abdominal
e relevo de alças (2,7,9,lO) visíveis. O eletrocardiograma
fornece dados importantes para o diagnostico.
As alteraçoes eletrocardiograficas da hipoca
~
lemia são caracterizadas, atraso na repolarizaçao ventricu-
lar e disritmias que podem ser mais acentuadas quando o pa
ciente esta em uso de digital (1,1l).
Dentre os pacientes estudados, foram observa
dos que 2 (dois) apresentavam alteraçoes eletrocardiografi
I
cas tipicas de hipocalemia.
Q A ¡ o u I
Evidentemente a terapeutica consistzra na
~ ~ I I
administraçao de K. A reposiçao podera ser oral, o que e im
I
Justa-_24_
mente a via de escolha. Devido a capacidade limitada das ~
celulas de conter o KL a reposiçao rapida pode ser perigo
sa e fatal. A quantidade e concentração de potássio admi -
nistrada deve ser cuidadosamente calculada, recomendando -
se monitorização cardíaca (l,2,4). Nos 12 pacientes selg
cionados para o estudo, observoufise que a causa, em 4, foi
I ` I 1
pelo uso de diureticos, em 2 por sindrome diarreica aguda, em 2 por sepsis,em 2 por insuficiência renal aguda na fase
I ~
poliurica. Em dois nao foram detectadas as causas.
A hiperpotassemia tem suas causas divididas
I 'I
em dois grandes grupos: endogenos e exogenos. Dentre as
primeiras destacam-se as condiçoes hipercatabolicas graves,
I ~
`
a hemolise maciça, a reabsorçao de grandes hematomas, a
I ~ I
acidose metabolica, a mobilizaçao de potassio intracelular
e as insuficiencias renais agudas e cronicas.'Dentre as
~
I I
causas exogenas, salientam-se a administraçao rapida de
potassio por via endovenosa ou de drogas que veiculam po-
tassio como a penicilina cristalina a transfusão de- san
gue estocado, e o uso de diureticos antogonistas de aldos-
terona (l,2,6).
A insuficiência renal aguda representou a
causa mais freqüente de hiperpotassemia dos pacientes esta
dados (40% do total): em seguida verificou-se a ocorrencia
de 4 por septicemias, 4 por hemolise, l por acidose metabá
×
_¿>5_
lica, l por catabolismo celular, l por iatrogenia, l por hipe
A ~ r
`
' '
plasia congenita da supra renal. Em 5 nao foi possivel identi
I
ficar a causa que levou ao disturbio. '
Os efeitos da hipercalemia são essencialmente
I
limitados a musculatura esqueletica e anormalidades da condu-
~ z 1 . f . ~
çao cardiaca. O quadro clinico e pobre, confundindo-se, as vg
~ I
zes, com hipocalcemia quando essa apresenta manifestaçoes cli
~ ~
nicas. Clinicamente, as mais importantes manifestaçoes sao as
I ~
eletrocardiograficas, observadas durante a realizaçao de um
eletrocardiograma (l,2,l2).
I
Destaca-se, tambem, o grande valor do laboraté
. . f _ r . . . .f .
rio, no diagnostico clinico da hipercalemia, Ja que como ci
I
tou-se anteriormente, a sintomatologia e pobre e ainda poden
I
do confundir facilmente com outros disturbios completamentedi
I I I
versos. Deste modo, so o laboratorio e capaz de definir com
precisao e antecipar de maneira bastante precoce o correto
; ` A
disturbio e orientar a mais correta terapeutica. Para tal ,
deve-se levar em conta 4 pontos fundamentais: diluição do lí
V . ~ . .' .
quido extracelular, criaçao de um antagonismo quimico para
Ê
feito de membrana do potassio removendo-o do corpo , e aumenta Ç-Q
r 1 _ A
do o seu nivel intracelular. O armamentario para esta terapeu
. `
. , o o
V
, 1 u
tica inclui: cloreto de sodio, bicarbonato de sodio, glicose,
gluconato de calcio, resinas de troca e dialise peritonial ,
1 '¬ fr.
- ao
"'
~ I
A importante funçao desempenhada pelo calcio
na formaçao e preservação da estrutura Óssea não deve dei
xar passar despercebido suas demais funçoes essenciais no
processo vital, ou seja, aquelas relacionadas com as ativi-
dades de permeabilidade da membrana celular, adesividadecg
I
lular, resposta contratil e secretora aos estímulos quimi
R: 'NN
I , ' u n
cos ou eletricos (6). O calcio encontra-se diminuto no
quido extracelular , estando 50% na forma de Ca ionico ati
vo, 40% ligado a proteinas e lO% na forma ndo ionizada (4).
Os disturbios do metabolismo do calcio
rara-I
mente constituem doença basica em crianças internadas nos
centros de terapia intensiva; pode, no entanto, se-lo duran
te'o periodo neonatal (l,2,l3).
Destacam-se como principais causas de hipg
calcemia, em primeiro lugar, a hipoproteinemia; nestes cg
~ [ A
sos a concentraçao de calcio ionica permanece inalterada e,
por conseguinte, o paciente não apresenta qualquer sintoma-
tologia relacionada ao calcio (2,l3). Dos pacientes inclui-
dos neste estudo, nenhum apresentava hipoproteinemia pelo
fato de poder existir falsos positivos e negativos, masca
-I
rando desta maneira os valores reais para um estudo _serio
que se pretende realizar. Em segundo lugar, encontram-se ni
~ r r _
_.27_.
\ nv ' \ A
cipalmente: a diminuiçao de vitaminas D, a insuficiencia re
\ _ _ \ _ \ . r _ \ ~
nal, a hipomagnesemia, a sepsis, a hipoxia e a lesao cere -
bral. Todas as causas foram observadas neste estudo (l,2,l3,
14).
Ainda maisraro em pediatria, observa-se hi
pocalcemia por: hipoparateroidismo, pseudohiparatiroidismo,
I I
metastase esteoblasticas, pancreatites, acidose tubular re
nal e uso de drogas aminoglicosiadeas (l,2,5,l4,l5).
O quadro clinico da hipocalcemia nao esta
. . . ! . .
obrigatoriamente relacionado com o nivel serico de calcio
e sim com a rapidez da instalaçao do processo. As manifesta
çães mais freqüentes em crianças, sao: tetania, convulsão ,
astenia, letargia, irritabilidade; sintomas extrapiramidaid
A I 1
tremores, laringoespasmos e insuficiencia cardíaca congesti
va, sendo esta ultima um achado pouco freqüente (l,2,5,7,l5)
No estudo aqui elaborado, esteve-se sempre
atento a estes evidentes sintomas e foram encontrados com
^ I ~
uma frequencia variavel, tremores, convulsao, tetania e hi
I
pertonia, mas muitos, apesar de valores sericos baixos para
I ~ .
0 calcio, nao apresentavam qualquer sintomatologia.
~ I
O tratamento baseia-se na reposiçao do cal -_
~
I I ~ ›
cio, atraves de soluçoes de gluconato de calcio, nao sendo
I
utilizado na maioria das vezes, o cloreto de calcio, por es
esque-_28_
~ I A
cida a monitorizaçao cardiaca, durante a terapeutica, para se
detectar o aparecimento de bradicardia (l,2,l3,l5); a presen-
- ^
' ~
ça destes deve limitar a administraçao.
1
`
V
Ao contrario do que ocorre nos adultos a hiper
I I
calcemia e uma desordem rara na faixa pediatrica. Como ocorre
. . . ~ . . { _
na hipocalcemia, os sintomas sao proporcionais aos niveis sá
I
ricos de calcio, ligados a albumina (l,2). O diagnostico cau
I
sal esta basicamente relacionado a hiperparatiroidismo pri
I I ~
i
mario, hipercalcemia idiopatica intoxicaçao por vitamina D ,
~ \
imobilizaçao aguda, levando a osteoporose, neoplasias e insu-
4 I I
ficiencia renal aguda(l,2,13,l4).
E
facil observar que a maioria das causas de nipercalcemia, constituem ocorrências raras
em unidades de terapia intensiva e que corrobora com o fato
I
de ter-se poucos casos do disturbio neste estudo. Nos dois ca
sos encontrados foi por insuficiencia renal aguda e outro por
~
causa nao detectada.
Embora seja descrito na literatura a ocorren -
cia freqüente de hipercalcemia com hipocalemia (3,l3), o ob
- I
servado nestes dois casos foi justamente o contrario: valores
altos para o potassio.
~ ~ I
As manifestaçoes sao varias, notando-se prazo-
I I '
cemente poliuria e nicturia; subsequentemente aparecem, nau -
A ~ ^ _
seas, vomitos, constipaçao, letargia, fadiga, sonolencia, 901
da da consciencia (l,l3,l4),-nipotomia (5) e fecalomas (U) .
_2_9_
~ ' I
Devido a nao especificidade dos sinais clinicos, recomenda-se a monitorização precoce em todos os pacientes internados, pa
ra se evitar problemas graves decorrentes de uma alteração
dessa natureza que levaria a desordens na despolarizaçdo mio
I n
cardica (l,l4).
O tratamento básico visa fundamentalmente o au
~ I
mento da excreçao de calcio na urina, recomendando-se, ainda,
I
fosfato intravenoso, corticoesteroides, calciotonina, furose-
I I
mide e dialise peritonial com que se obtem bons resultadoszra
ticos (l,2,l3,l5).
O magnésio, localizado basicamente dentro da cá
I I I
lula e ativador de inumeros sistemas enzimaticos.Participa
mm
I I I _ I
bem, da sintese de acidos nucleicos, proteinas, carbohidratos
e desempenha importante funçao na excitação de membranas celu
~
lares (l,6). Sua localizaçao intracelular dificulta o estudo,
havendo, sem duvida, muitos aspectos ainda desconhecidos, tan
to no que diz respeito as funçdes citadas anteriomente, como
a possiveis novas funçoes.
r r I _
O magnesio serico a exemplo do calcio, encon -
\ I I .
'
tra-se ligado as proteinas plasmaticas e isso faz com que con
sideremos também hipomagnesemia apenas quando se tiver valo-
res normais para estas (2).
. - 30 -
I ~
ma doença basica, ou administraçao de determinadas drogas ,
^ I
mas a sua correta prevalencia ainda e desconhecida (14).
Suas causas mais comuns sao doenças do apare-
I A
lho gastrintestinal, como diarreia, vomitos (l2,l7,l8) e sin
~ I I
drome de mal absorçao; perdas atraves o aparelho urinario ,
I I
secundarias ao uso de diureticos, diabetes podem levar à hi-~
pomagnawmia . Ainda mais raramente temos a ingestao
defi-~
I
ciente deste ion, praticamente nao encontrada em unidades
de terapia intensiva (19). Alguns autores referem o uso de
I
aminoglicosideos como causa relativamente freqüente em servi ços intensivistas (20).
Em muitos aspectos, os sintomas da hipomagne-
' I I
semia lembram os da hipocalcemia, disturbio este, alias,
frg
qäentemente associado. Q
I
A diarreia foi a causa-mais freqüente das hi
pomagnesemias observadas neste estudo com um total de 4 _ re
presentantes, observando-se ainda, uma criança com sepsis, l
com vomitos e 3 com causas que não puderam ser identificadas
`
. ~
Cabe aqui salientar que embora a sepsis nao seja descrita na
literatura como uma causa de nipomagnesemia, deve ser aqui
colocada como uma possibilidade a mais.
O quadro clinico do paciente que apresentazmm
manifesta-._3l._
~
çoes neuromusculares como tremores; convulsão, irritabilidg
de, tetania, ataxia, desvio conjugado do olhar e alteraçães
do comportamento (2,5,l4,l8,,2¶). As dificuldades de
corre-~
laçao direta entre esta entidade e suas manifestaçães, de
0 I
correm da inexistencia deste disturbio isolado, uma vez que
~
vem na maioria das vezes, acompanhado com alteraçoes de ou
, .
tros ions.
O disturbio esteve associado com hipocalce -
mia em 8 dos 9 pacientes aqui estudados, concordando desta
I
maneira com a literatura. Desta maneira ficou dificil a cor
~ I ~
reta verificaçao clinica e perfeita identificaçao do mesmo;
I
o laboratorio foi mais uma vez um instrumento de muito va -
lor.
A baixa do Mg pode ser facilmente evitada
Q
través da administração de sulfato de magnésio, podendo fg
ze-lo por via endovenosa ou intramuscular e mais raramente,
oral (l4,l7).
A hipermagnesemia É entidade rara e geralmen ._
~ A A
te decorre de administraçao iatrogenica, insuficiencia rg
A I
nal aguda ou cronica e medicamentos a_base de magnesio (14).
Devido sua inexistencia neste estudo e agran
~ I ~ _
de.raridade dentre as condiçoes patologicas, nao cabe evi -
_Q›¿_
ooN`cLU'sõ_.›:.s'
1) O disturbio mais freqüente foi a hipocal
cemia com 53% dos pacientes, ficando a hipercalcemia em 29
lugar com 43%.
2) o potássio foi o íon mais al toroozo, ob
-~
servando-se em cerca de 68% dos pacientes alguma alteraçao.
-
3) Dos disturbios isolados o potássio foi
o íon mais atingido individualmente, com 26% dos pacientes estudados.
4) A ausencia de sintomatologia foi consta-
tado em cerca de 40% dos pacientes estudados.
5) A acidose metabolica foi o disturbio ga
sometrico associado com disturbios eletroliticos, apresen-
tando-se 58%.
`
6) As causas mais freqüentes de disturbios
eletroliticos na Unidade de Terapia Intensiva foram sepsis
com 2l,O%, insuficišncia renal 19%, diarreia 15% e o uso
10 3%
I I
de diureticos com 9% , hemolise com
7) Dos casos estudados, cerca da metade de
les estavam isolados (47%), e a outra metade apresentava -
se associado (53%). A
5
8) A hipomagnesemia estava associada em sua
maioria com a hipocalcemia, sendo observado em 8 dos 9 pa
cientes;
9) Discordando com a bibliografia, não
seen
-mia.
_33_
10) Os Óbitos ocorreram em cerca de 30% dos
pacientes, sendÕÀ 70% transferidds para outras unidadesiní
__3>4_
B I B L_I_oÍG R A F-I A
PERKIN,R.M. & LEVIN,D.L - Common Fluid and E¶ectro1yte Problems in the Pediatric Intensive Care Unit.Pedi~
atr.G1in.North.Amer., 27 (3): Aug., 1980.
GÁRVALHO,J.M. - Disturbios Hidnxfletroliticos. In: Dis-
turbios Hidroeletroliticos Intra e Extracelulares em
em Pediatria. 19 ed., Rio de Janeiro, Guanabra~Koo - gan, 1974, Gap.5: 99-140.
ALDINGEP,K1Á. & SAMAAN,N}A. - Hypokalemia with Hypercaá
cemis. Ánn.Intern.Med., 87: 571-573, Nov., 1977.
I \ ~ I
GOLDBERGER,E. - Sindrome devido as alteraçoes do equili
brio acido-base. In: Alteraçoes do Equi1ibrio Hidroe-
1eiro1í:i¢o`e Ácido-Base. 42 ea. Rio de Janeiro.Guzz¿
bara-Koogan. 1973. Cap.4: 239-321.
VÁUGHAN,V.G. & McKay, R.J. - Fisiopatologia dos Líquidos
do Organismo. In: Pediatria. 109 ed.Rio de Janeiro,Ií
teramericana, 1977, Cap.5, p.241-257.
sIMÃo,A.T. - Equilibrio Hidroeleirolíiico. In: Iêrapza
Intensiva. São Paulo, Atheneu, 1976. 0ap.3,p.57-92.
FEIG,P.A. & Mc0URDY,D.K}- Ibe hypertonic State. N.Enc1 .
J.Med. 297:1444-1454, 1977. .
HÀDDON,J.E. & GOHEN, D.L. - Undertanding and Managing
Hypernatremic Dehydration. Pediatr.C1in.North.Amer .
..35_
20. OHERNOW, B. et alli - Hypomagnesemia: implications gor
the critical care specialist. Critical Gare Med. 10
(3): 193-196, Mar., 1962.
21. FEWWANDEZ, F. - Nbnketotic Hyperosmolar Diabetic Coma
TCC UFSC PE 0078 Ex.l N-Cilflflh TCC UFSC PE 00"/8
Autor: Valentim, Lairton
Titulo: Estudo clínico dos distúrbios hi
97280i88l Ac. 253726