O Brasil precisa crescer, ganhar competitividade, imprimir valor às suas exportações, incentivar a produção de conhecimento, a pesquisa e a inovação tecnológica. Precisa, ao mesmo tempo, equacionar suas desigualdades sociais, qualificar processos educacionais e oferecer melhores condições de vida e trabalho à população. Tudo parece óbvio e não são poucos os analistas que repetem à exaustão o diagnóstico acima. A grande questão é: como podemos chegar lá?
Algumas empresas, que vivem e se desenvolvem sob essas condições conjunturais, parecem ter uma resposta, nascida de um olhar mais estruturado sobre a gestão da empresa. Ao absorver internamente os princípios e valores da Excelência em Gestão, em todos os níveis de atuação e áreas, essas organizações ganham categoria “Classe Mundial” e estão prontas para competir com qualquer outra do mercado globalizado. Hoje, 14 anos após a criação do Prêmio Nacional da Qualidade®, a quantidade de pessoas que acredita e abraça a Excelência como caminho para melhorar a competitividade das empresas e, conseqüentemente, a qualidade de vida dos colaboradores e das comunidades de entorno é um dos fatores determinantes para o desenvolvimento do País.
É claro que ainda não é a solução macroeconômica desejada, que nenhum de nós sabe ao certo quando poderá ser implementada, mas é um caminho consistente, construído no dia-a-dia de trabalho de alguns milhares de brasileiros, colaboradores, executivos e lideranças das organizações.
CPFL Paulista,
Petroquímica
União, Serasa
e Suzano
Petroquímica
venceram o
Prêmio Nacional
da Qualidade®
2005. A Albras, do
Pará, foi finalista.
Essas empresas
vivem a Excelência
em Gestão e
contribuem para
construir uma nova
forma de pensar e
exercer a atividade
empresarial
no Brasil.
ciclo 2005 PNQA revolução da
excelência
Foto: Acervo CPFLDurante o anúncio dos resultados do 14º ciclo do PNQ, a visão ampliada da Excelência em Gestão foi destacada pelas lideranças da FNQ - Fundação Nacional da Qualidade e das empresas premiadas. O presidente do Conselho Curador da FNQ, Pedro Passos, ressaltou a dimensão que o movimento adquiriu ao longo dos últimos anos. “Estamos construindo empresas pautadas na Excelência e, com isso, geramos empregos com muito mais qualidade e contribuímos para um Brasil melhor”, disse o também co-presidente do Conselho de Administração da Natura Cosméticos. Participação, maior integração, comprometimento das pessoas, aprendizado e flexibilidade nas relações internas foram os principais ganhos que a Petroquímica União, uma das vencedoras do PNQ 2005, contabilizou durante o processo de implementação do Modelo de Excelência da FNQ. “Após o processo de privatização, buscamos um novo modelo. Descobrimos que contávamos com pessoas de extrema competência e investimos nisso, com uma média de 200 horas/ano dedicadas ao aperfeiçoamento pessoal”, afirmou Wilson Matsumoto, diretor-superintendente da organização.
Geração de empregos,
comprometimento das pessoas,
aprendizado e desenvolvimento
das comunidades de entorno. Esses
são alguns dos ganhos citados
pelas empresas reconhecidas na
14ª edição do Prêmio Nacional da
Qualidade®.
A contribuição das melhores
A paraense Albras, finalista do PNQ 2005, é outra testemunha do quanto a Excelência em Gestão contribui para aprofundar os compromissos entre empresa e sociedade. “Vamos difundir nossa experiência dentro da Cia. Vale do Rio Doce, da qual fazemos parte, e continuar a levar melhorias para a comunidade. Atuamos em uma região importante, no norte do País, e estamos engajados em melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem ali”, ressaltou Reinaldo Castanheira Filho, presidente da Albras. Para Wilson Ferreira Jr., presidente da CPFL, a Excelência aperfeiçoa tudo o que uma empresa pode oferecer à sociedade. “Conseguimos melhorar o que já era bom adotando os Critérios da FNQ”, disse. Entre os ganhos efetivos, está a criação de 10 mil novos empregos diretos por meio do Grupo CPFL de Energia. Elcio de Lucca, presidente da Serasa, premiada pela terceira vez no PNQ, atribui o triplo reconhecimento aos valores claros e consistentes da empresa. “Um dos propósitos de ser excelente em gestão é contribuir para a melhoria não só do seu negócio, mas do seu País”, afirmou o presidente da Serasa.
Para a Suzano Petroquímica, o próximo passo é disseminar esses valores junto a outras empresas, clientes, parceiros e fornecedores. “Sabemos que este é um movimento que vai continuar cada vez mais forte”, completou José Ricardo Roriz Coelho, diretor-superintendente da Unidade de Polipropileno da empresa.
Conquistar a
sociedade
Após atender aos parâmetros adotados pelas mais
importantes empresas do planeta, há novos desafios para que as organizações brasileiras, que já alcançaram a excelência, assegurem constante evolução. O primeiro é compartilhar o aprendizado e disseminar ainda mais as boas práticas entre as partes interessadas, dando um foco maior à cadeia de fornecedores. Com isso, mantém-se o aperfeiçoamento contínuo da própria gestão, os resultados são ampliados e há maior viabilidade financeira a longo prazo.
O segundo desafio é
“contaminar” o consumidor e o cliente, tornando-os atores privilegiados da revolução da Excelência. Como conceito mediador da transformação, o consumo consciente pode produzir a influência decisiva para impulsionar empresas de todos os portes e setores ao caminho contínuo da Excelência em Gestão.
ciclo 2005 PNQ
FNQ
A busca da Excelência no Brasil
A implementação do Sistema da Qualidade avançou significativamente na última década no Brasil, alcançando grandes, pequenas e médias empresas.
Mas foi preciso ir além e incorporar à gestão um conjunto de princípios e valores capaz de contemplar o novo papel que as empresas passaram a exercer na sociedade. Nesse contexto, a FNQ- Fundação Nacional da Qualidade construiu a sua história e vem materializando a missão de apoiar as empresas na busca da Excelência em Gestão.
Desde a sua criação, em 1991, o Modelo de Excelência em Gestão® passou por mudanças, acompanhando a transformação do mercado global. Se, no início, os Fundamentos e Critérios do PNQ baseavam-se em realidades distantes da nossa, hoje eles estão cada vez mais próximos da cultura empresarial e da sociedade brasileira.
“Nos últimos quatro anos, as organizações passaram a ver no modelo da FNQ uma forma consistente para estruturar a gestão, diminuir custos, aumentar a competitividade, reduzir o desperdício e satisfazer as pessoas”, afirma Antonio Tadeu Pagliuso, superintendente geral da FNQ.
Na opinião do presidente do Conselho Curador, Pedro Passos, os fundamentos e critérios do PNQ são simples e fáceis de aplicar em empresas de qualquer porte ou setor de atuação. “Precisamos ampliar esta rede, aperfeiçoar nossos mecanismos de comunicação, compartilhar conhecimento, promover debates nacionais e atualizar continuamente nossos critérios para alcançar o estado da arte na Excelência em Gestão”, diz.
A complexidade dos processos globais de produção e de
consumo exige um novo Modelo de Excelência capaz de
ampliar a idéia da Qualidade e agregar um conjunto de
princípios e valores à gestão empresarial. Construir esse
modelo e disseminá-lo são os objetivos da FNQ - Fundação
Nacional da Qualidade.
Conquistar a
sociedade
Após atender aos parâmetros adotados pelas mais
importantes empresas do planeta, há novos desafios para que as organizações brasileiras, que já alcançaram a excelência, assegurem constante evolução. O primeiro é compartilhar o aprendizado e disseminar ainda mais as boas práticas entre as partes interessadas, dando um foco maior à cadeia de fornecedores. Com isso, mantém-se o aperfeiçoamento contínuo da própria gestão, os resultados são ampliados e há maior viabilidade financeira a longo prazo.
O segundo desafio é
“contaminar” o consumidor e o cliente, tornando-os atores privilegiados da revolução da Excelência. Como conceito mediador da transformação, o consumo consciente pode produzir a influência decisiva para impulsionar empresas de todos os portes e setores ao caminho contínuo da Excelência em Gestão.
“É importante não confundir responsabilidade social com
ação social ou filantropia. Responsabilidade social precisa
estar integrada à gestão. É crescer e fazer a sociedade
crescer junto”, resume Silvio Olivo.
O aumento no número de candidatas e premiadas no PNQ 2005 em relação ao ano passado reflete um cenário de transformação do País, em que a necessidade de buscar a Excelência em Gestão para obter melhores resultados e consolidar uma atuação de longo prazo não pode mais ser ignorada. Melhor ainda quando essas empresas alcançam níveis mais altos na avaliação, em relação aos anos anteriores, e se destacam pela observância de critérios importantes, como Responsabilidade Social e Liderança.
“Hoje, não basta ter um produto com qualidade. A questão social começa a ter valor intrínseco à gestão. A competência do sistema de liderança também é, cada vez mais, determinante para a disseminação do Modelo da Excelência em Gestão® entre as partes interessadas das empresas”, avalia Antonio Tadeu Pagliuso,
superintendente da FNQ.
Segundo o professor universitário e consultor em gestão, Silvio Olivo, que participa da banca examinadora do PNQ desde 1992, a FNQ sempre abordou a questão social para avaliar as empresas.
“Relacionávamos, inicialmente, esse critério com o de Liderança. Em seguida, evoluímos para uma abordagem que passou a unir a visão do cliente e da sociedade. Mais tarde, com o redesenho do papel socioeconômico e ambiental das empresas, a FNQ criou o atual Critério Sociedade e inseriu nele a avaliação dos itens Responsabilidade Socioambiental, Ética e Desenvolvimento Social”, explica.
Responsabilidade
social integrada à
gestão e sistema
de liderança foram
destaques na
avaliação das 41
empresas candidatas
ao Prêmio Nacional
da Qualidade®
2005.
ANO NÚMEROCANDIDATASDE NÚMEROPREMIADASDE
2004
25
1
2005
41
4
Liderança e Responsabilidade
Social avançam no País
Números dos 14
ciclos do PNQ
318 empresas candidatas 68 organizações visitadas 34 finalistas 23 premiadas 390 mil exemplares distribuídos dos Critérios de Excelência do PNQ Mais de 14 mil profissionais capacitados pela FNQ 8.212 candidatos à banca examinadora do PNQ 3.105 examinadores 183 mil horas de trabalho voluntárioNúmeros do Ciclo
2005 do PNQ
41 empresas inscritas para o PNQ
27 mil horas de trabalho voluntário 389 examinadores voluntários 4 premiadas 1 finalista
Quem ganha
Empresas Acionistas Colaboradores Prestadores de Serviços Fornecedores Consumidores Comunidade Governo Meio AmbienteVisão Sistêmica
Aprendizado organizacional Inovação
Agilidade
Ao adotar o Modelo de Excelência em Gestão®, as organizações obtêm benefícios consistentes:
• Aplicação de Fundamentos e Critérios de Excelência reconhecidos e utilizados mundialmente
• Visão sistêmica da empresa • Foco nos resultados • Maior cooperação interna
• Compartilhamento de informações e aprendizado
• Identificação de pontos fortes e de oportunidades de melhorias • Comprometimento das pessoas • Medição de desempenho perante os referenciais
• Capacitação para se auto-avaliar
O que as empresas
ganham
Lider ança e constância de pr opósitos Visão de futur oFoco no cliente e no mer
cado
Responsabilidade social Gestão baseada em fatos Valorização das pessoas Abor
dagem por pr ocessos Orientação par a r esultados
Fundamentos X Critérios de
Excelência
A avaliação realizada pela FNQ obedece a um método rigoroso, em que o sigilo sobre as empresas candidatas é resguardado até o momento em que as selecionadas recebem a visita da equipe da banca examinadora. “Temos um código de ética que, entre outras condutas, exige que o examinador não receba remuneração por seu trabalho e não tenha nenhuma espécie de relação ou conflito de interesses com a empresa avaliada”, afirma Silvio Olivo. No ciclo 2005 do PNQ, a banca examinadora contou com a participação de 389 profissionais. Foram 27 mil horas de trabalho voluntário - 10 mil a mais do que no ano passado. Neste ano, durante a cerimônia de entrega do PNQ, a FNQ promove uma homenagem a essas pessoas que contribuem com a missão de criar uma cultura voltada à Excelência em Gestão em nosso País.