Ronaldo Guimar˜
aes Corrˆ
ea
Aula #2: Configura¸
c˜
oes de Controle
Colunas de Destila¸c˜ao
O grande volume de l´ıquido acumulado nos pratos da co-luna, refervedor e condensador tornam a resposta do sis-tema de controle muito lenta.
Respostas em malha aberta na composi¸c˜ao dos
produ-tos, para perturba¸c˜oes na alimenta¸c˜ao (composi¸c˜ao ou
vaz˜ao), apresentam constantes de tempo de 1 a 3
ho-ras. Da mesma forma, devido ao ac´umulo de l´ıquido nos
pratos da coluna, atrasos da ordem de muitos minutos
s˜ao tamb´em observados na resposta em malha aberta na
composi¸c˜ao em pratos intermedi´arios, para perturba¸c˜oes
nas vaz˜oes de alimenta¸c˜ao e refluxo.
O efeito desses atrasos na dinˆamica da malha fechada
pode ser minimizado, localizando as malhas de controle
o mais pr´oximo poss´ıvel das extremidades da coluna.
Al´em do atraso nas composi¸c˜oes, atrasos nas vaz˜oes de
vapor e l´ıquido que percorrem a coluna tamb´em s˜ao
obser-vados. Especialmente, atrasos na vaz˜ao de l´ıquido afetam
o desempenho do sistema de controle.
Dimens˜ao do Problema de Controle
A coluna de destila¸c˜ao bin´aria tamb´em pode ser vista
como um sistema de controle 5 × 5: cinco malhas de con-trole precisam ser especificadas para atender aos objetivos do controle.
No que se refere ao controle da coluna de destila¸c˜ao
bin´aria tem-se:
Perturba¸c˜oes: A vaz˜ao de alimenta¸c˜ao F e a composi¸c˜ao
de alimenta¸c˜ao zF s˜ao as duas principais perturba¸c˜oes
Objetivos do Controle (vari´aveis controladas): At´e cinco objetivos do controle podem ser especificados.
Uma opera¸c˜ao aceit´avel da coluna bin´aria exige que
as seguintes vari´avies sejam mantidas nos valores de
projeto:
1. Conte´udo de l´ıquido no condensador MD
2. Conte´udo de l´ıquido no refervedor MB
3. Press˜ao do vapor no topo da coluna P
4. Composi¸c˜ao do destilado xD
5. Composi¸c˜ao do produto de fundo xB
As especifica¸c˜oes 1 a 3 caracterizam o chamado
con-trole de invent´ario, de dinˆamica mais r´apida e
envol-vendo vari´aveis de integra¸c˜ao. Essas malhas devem
ser primeiro implementadas para garantir a
estabili-dade da opera¸c˜ao; isto ´e, n˜ao se deseja que o
con-densador e o refervedor sejam imundados ou sequem
totalmente. As especifica¸c˜oes 4 e 5 caracterizam
o controle da qualidade do produto, apresentando
dinˆamica mais lenta e envolvendo a pureza dos
pro-dutos da destila¸c˜ao.
Essas malhas s˜ao implementadas em uma etapa
se-guinte. As vari´aveis de integra¸c˜ao n˜ao s˜ao
determi-nadas por balan¸cos estacion´arios. Elas s´o ”fazem
sentido” dinamicamente. J´a as demais vari´aveis
sa-tisfazem os balan¸cos estacion´arios de massa e
ener-gia. Esta diferen¸ca entre esses dois tipos de vari´aveis
de controle acabam por estabelecer situa¸c˜oes, onde
configura¸c˜oes de controle s˜ao vi´aveis dinamicamente,
Vari´aveis Manipuladas: As principais vari´aveis
manipu-ladas dispon´ıveis para o controle s˜ao:
1. Vaz˜ao de destilado D
2. Vaz˜ao do produto de fundo B
3. Vaz˜ao do fluido refrigerante no condensador QD
4. Vaz˜ao de refluxo L
5. Vaz˜ao de vapor no refervedor QB (ou V : vaz˜ao
de vapor na coluna)
Existem, entretanto, outras tantas escolhas para as
vari´aveis manipuladas. Essas escolhas envolvem
ra-z˜oes entre vaz˜oes ou outra combina¸c˜ao linear entre
elas, por exemplo, L/D, V /B, D/(L + D), etc.
Q D V T M D D , x D L = L T P F , z F L B V = V T M B B , x B Q B
Controle da Vaz˜ao
A vaz˜ao de alimenta¸c˜ao, F , ´e normalmente controlada por
um controlador de vaz˜ao. Assim sendo, o controle direto
das vaz˜oes D e B tornar´a o sistema sobre-determinado,
conduzindo a uma opera¸c˜ao inst´avel. Lembre que do
balan¸co de massa global F = D + B. Se F ´e constante,
n˜ao se pode especificar D e B independentemente.
Q D V T M D D , x D L = L T P F , z F L B V = V T M B B , x B Q B C F C F C F
Controle das vaz˜oes F , D e B: sistema
sobre-determinado.
Sobre-determina¸c˜ao tamb´em deve ser evitada em ambas
as extremidades da coluna. Balan¸cos de massa nesses
locais mostram que LB = V + B e V = L + D,
respectiva-mente, na base e no topo da coluna. Assim, por exemplo
na base, n˜ao ´e adequado usar controladores de vaz˜ao em
Controle da Qualidade do Produto
O controle da qualidade do produto ´e usado aqui na sua
forma geral e inclui o controle da temperatura de ebuli¸c˜ao
ou outra medida de composi¸c˜ao realizada em algum ponto
da coluna.
O elemento sensor ´e colocado pr´oximo ao topo da coluna,
caso o produto de topo seja o mais importante na
sepa-ra¸c˜ao. O elemento sensor ´e colocado pr´oximo ao fundo
da coluna, caso agora o produto de fundo seja o de maior interesse. Caso ambos os produtos de fundo e topo
se-jam importantes, sensores ser˜ao colocados em ambas as
extremidades da coluna.
Controle do Produto de Topo
A forma mais direta de controlar a composi¸c˜ao do produto
de topo, xD, ´e ajustando a vaz˜ao de destilado, D. Nesse
caso, o n´ıvel no condensador ´e controlado com a vaz˜ao
de refluxo, L.
Outra op¸c˜ao ´e controlar xD com a vaz˜ao de refluxo, L,
enquanto agora a vaz˜ao de destilado, D, controla o n´ıvel
no condensador. Esta tem sido a configura¸c˜ao mais
uti-lizada para o controle do produto de topo, embora sem
vantagens aparentes frente a outras configura¸c˜oes. Por
sinal, essa configura¸c˜ao ´e bem sens´ıvel a perturba¸c˜oes,
especialmente quando a raz˜ao de refluxo, L/D, ´e bem
e-levada. N˜ao ´e aconselh´avel controlar o n´ıvel de um tanque
com vaz˜ao reduzida, pois o ganho do processo ´e pequeno.
C N
M
DD
( p e q u e n o )
L
( e l e v a d o )Q
DV
TM
DD , x
DL = L
TP
C N C CQ
DV
TM
DD , x
DL = L
TP
C C C N( a )
( b )
Configura¸c˜ao no topo: (a) D → xD e (b) L → xD.
Controle do Produto de Fundo
O controle direto do produto de fundo, xB, ´e realizado
pela manipula¸c˜ao da vaz˜ao de fundo, B, enquanto o n´ıvel
no refervedor ´e manipulado pela vaz˜ao de vapor, V (ou
QB).
Uma segunda configura¸c˜ao considera exatamente um
es-quema inverso: xB ´e controlado com a manipula¸c˜ao de V
(ou QB), enquanto o n´ıvel ´e controlado com B.
L
BV = V
TM
BB , x
BQ
B C NL
BV = V
TM
BB , x
BQ
B C C C N C C( a )
( b )
Controle de Ambos os Produtos
O controle simultˆaneo de ambos os produtos de topo
e fundo tem sido aplicado em algumas colunas, embora
ainda com restri¸c˜oes. A maior dificuldade de sua
uti-liza¸c˜ao est´a na intera¸c˜ao entre ambas as malhas, afetando
a performance do sistema de controle. Entretanto, o con-trole de ambos os produtos tem a vantagem de apresentar um consumo reduzido de utilidades e menor quantidade
de produtos fora de especifica¸c˜ao.
Q D V T M D D , x D L = L T P F , z F L B V = V T M B B , x B Q B C C C N C N C C Q D V T M D L = L T P F , z F L B V = V T M B B , x B Q B D , x D C N C C C N C C ( a ) ( b )
Controle de topo e fundo: configura¸c˜oes (a) LV e (b)
Controle da Press˜ao
A press˜ao ´e normalmente medida no topo da coluna ou no
condensador. Com isso evitam-se atrasos caso a press˜ao
no meio ou no fundo da coluna fosse controlada.
Diferentes maneiras de controlar a press˜ao na coluna
po-dem ser usadas. A forma mais simples de controle ´e
manipulando a vaz˜ao de ´agua de refrigera¸c˜ao no
con-densador. Se a press˜ao na coluna decresce, a vaz˜ao de
refrigerante tamb´em decresce, reduzindo a quantidade de
vapor condensado at´e a press˜ao na coluna se recuperar,
aumentando. Essa configura¸c˜ao de controle ´e r´apida e
acaba por utilizar uma menor quantidade de ´agua de
re-frigera¸c˜ao, quando comparado com outras configura¸c˜oes.
Q
DV
TM
DD , x
DL = L
TP
C PModos de Opera¸c˜ao
sem controle: malha aberta, opera¸c˜ao manual
1. por exemplo: L e V manipuladas pelo operador
(malhas de press˜ao e n´ıvel fechadas!!)
2. importˆancia: quando a perturba¸c˜ao ´e realizada
em F , a configura¸c˜ao L/D V /B ´e praticamente
”auto-regul´avel” (sem necessidade de controle);
a configura¸c˜ao LV ´e bem mais sens´ıvel a essa
per-turba¸c˜ao e para a configura¸c˜ao DB o efeito ´e bem
pior. Quando a perturba¸c˜ao ´e feita em xF, todas
as configura¸c˜oes LV , DB e L/D V /B s˜ao sens´ıveis
a essa perturba¸c˜ao, pois ela n˜ao afeta as vaz˜oes
e n˜ao s˜ao detectadas pelos controles de n´ıvel. De
uma maneira geral, do ponto de vista pr´atico, o
perfil de composi¸c˜ao ao longo da coluna requer
monitoramento cont´ınuo para manter opera¸c˜ao
est´avel, o que leva os operadores a uma aten¸c˜ao
constante e, portanto, considerar a op¸c˜ao de
con-trolar pelo menos uma das composi¸c˜oes de sa´ıda
controle em um ponto: uma composi¸c˜ao controlada
automaticamente
1. por exemplo: xD controlado com L usando
con-trole PI; V em manual com xB flutuando
2. importˆancia: bastante utilizado na ind´ustria;
co-luna operando na sua capacidade m´axima (V em
seu valor m´aximo, portanto n˜ao dispon´ıvel para
controle autom´atico). Para a configura¸c˜ao LV ,
as composi¸c˜oes de ambos os produtos de topo e
fundo est˜ao fortemente acopladas; isto ´e,
contro-lando-se um deles, efetivamente controla-se
tam-b´em o outro. Para as outras configura¸c˜oes, esse
controle em dois pontos: xD e xB controlados
automa-ticamente
1. por exemplo:
• malhas simples (PI, PID): L → xD e V → xB
– problema: intera¸c˜oes (afeta performance)
– vantagem: robustez
• multivari´avel (controle preditivo: evita-se a
se-le¸c˜ao da configura¸c˜ao de controle)
– problema: normalmente n˜ao robusto
(sens´ı-vel a erros de modelagem)
– vantagem: incorpora restri¸c˜oes
2. importˆancia: grande potencial para redu¸c˜ao de
Equa¸c˜oes do Modelo
• Simplifica¸c˜oes: coluna bin´aria ideal
1. O conte´udo de vapor em cada prato ´e considerado
desprez´ıvel.
2. Os calores molares de vaporiza¸c˜ao dos
compo-nentes A e B s˜ao aproximadamente iguais. Isto
significa que 1 mol de vapor condensado libera energia suficiente para vaporizar 1 mol de l´ıquido.
3. O calor perdido para o ambiente ´e considerado
desprez´ıvel.
4. A volatilidade relativa α entre os dois compo-nentes A e B permanece constante ao longo da coluna.
5. Cada prato da coluna possui eficiˆencia de 100%
(isto ´e, o vapor que deixa o prato encontra-se em
equil´ıbrio com o l´ıquido no prato).
6. Desprezar o balan¸co de quantidade de movimento
em cada prato e assumir que a vaz˜ao molar de
l´ıquido que deixa o prato ´e fun¸c˜ao do conte´udo
de l´ıquido no prato, de acordo com a f´ormula de
Francis.
As 3 primeiras simplifica¸c˜oes eliminam a necessidade
Est´agio em uma Coluna de Destila¸c˜ao
I
L
V
L
V
i+1
i
i+1 i-1 i iy
i-1x
i+1M
Viy
M
Lix
iM
Li+1 iP
iP
i-1• Balan¸cos de Massa Prato de Alimenta¸c˜ao (i = F ) d(MF) dt = F + LF +1 − LF (1) d(MFxF) dt = F zF + LF +1xF +1 + VF −1yF −1 − LFxF − VFyF (2) Prato de Topo (i = N) d(MN) dt = L − LN (3) d(MNxN) dt = LxD + VN −1yN −1 − LNxN − VNyN (4) Prato da Base (i = 1) d(M1) dt = L2 − L1 (5) d(M1x1) dt = L2x2 + V yB − L1x1 − V1y1 (6)
Prato Intermedi´ario i (i = 2, . . . , N − 1 e i 6= F )
d(Mi)
dt = Li+1 − Li (7)
d(Mixi)
dt = Li+1xi+1 + Vi−1yi−1 −
Lixi − Viyi (8) Condensador d(MD) dt = VN − L − D (9) d(MDxD) dt = VNyN − (L + D)xD (10)
Refervedor
d(MB)
dt = L1 − V − B (11)
d(MBxB)
dt = L1x1 − V yB − BxB (12)
• Rela¸c˜oes de Equil´ıbrio
yi = αxi
1 + (α − 1)xi
(13) i = 1, 2, . . . , F, . . . , N, B
• Rela¸c˜oes Hidrodinˆamicas
Li = f (Mi) (14)
i = 1, 2, . . . , F, . . . , N
• Rela¸c˜oes de Press˜ao
P1 = f (V ) (15)
Pi = Pi−1 + ∆P (16)
i = 2, . . . , F, . . . , N − 1
Graus de Liberdade para Controle
N´umero de Origem
Equa¸c˜oes – NE
N + 1 Rela¸c˜oes de Equil´ıbrio [eq. 13]
N Rela¸c˜oes Hidrodinˆamicas [eq. 14]
N Rela¸c˜oes de Press˜ao [eqs. 15, 16, 17]
2 Balan¸cos no Prato de Alimenta¸c˜ao
[eqs. 1, 2]
2 Balan¸cos no Prato de Topo
[eqs. 3, 4]
2 Balan¸cos no Prato da Base
[eqs. 5, 6]
2(N − 3) Balan¸cos nos Pratos Intermedi´arios;
i 6= 1, N , F [eqs. 7, 8]
2 Balan¸cos no Refervedor [eqs. 11, 12]
2 Balan¸cos no Condensador [eqs. 9, 10]
Total = 5N + 5 N´umero de Tipo Vari´aveis – NV N + 2 xi, i = 1, 2, . . . , F, . . . , N, D, B composi¸c˜ao do l´ıquido N + 1 yi, i = 1, 2, . . . , F, . . . , N, B composi¸c˜ao do vapor N + 2 Mi, i = 1, 2, . . . , F, . . . , D, B
conte´udo de l´ıquido
N Li, i = 1, 2, . . . , F, . . . , N
vaz˜oes de l´ıquido
N Pi, i = 1, 2, . . . , F, . . . , N
press˜ao nos pratos
7 F , zF, D, B, L, V , QD
N´umero de Graus de Liberdade para Controle – f f = N V − N E = (5N + 12) − (5N + 5) = 7
especificando perturba¸c˜oes: F , zF
N´umero de Graus de Liberdade para Controle (final)
Propriedades do Controle e suas Configura¸c˜oes 1. controle em um ponto Configura¸c˜ao LV melhor L/D V /B razo´avel DB n˜ao funciona
(viola balan¸co material)
2. controle em dois pontos
Configura¸c˜ao Malha Simples
LV ruim (forte intera¸c˜ao)
L/D V /B bom
DB bom
3. implementa¸c˜ao
Configura¸c˜ao
LV f´acil
(exceto para refluxo elevado)
L/D V /B dif´ıcil
(necessita medir L, D, V e B!)
Configura¸c˜ao LV
Q
DV
TM
DD , x
DL = L
TP
F , z
FL
BV = V
TM
BB , x
BQ
B C C C N C N C C C F C P Configura¸c˜ao LV : L → xD e V → xB.Configura¸c˜ao DB
Q
DV
TM
DL = L
TP
F , z
FL
BV = V
TM
BB , x
BQ
BD , x
D C N C C C N C C C F C P Configura¸c˜ao DB: D → xD e B → xB.Configura¸c˜ao L/D V /B
Q
DV
TM
DL = L
TP
F , z
FL
BV = V
TM
BB , x
BQ
BD , x
D C N C F C P XV / B
C N XL / D
C C C C Configura¸c˜ao L/D V /B: L/D → xD e V /B → xB.Reatores Qu´ımicos
O cora¸c˜ao de um processo qu´ımico ´e o reator qu´ımico,
onde ocorre uma rea¸c˜ao qu´ımica envolvendo mat´
erias-primas, para formar um ou mais produtos de maior valor.
Uma vez que as condi¸c˜oes ´otimas para conduzir a rea¸c˜ao
s˜ao estabelecidas, o sistema de controle ´e projetado para
mantˆe-las.
O sucesso de um sistema de controle de um reator qu´ımico
depende, em grande extens˜ao, ao projeto do reator. ´E
poss´ıvel projetar um reator totalmente incontrol´avel,
qual-quer que seja o sistema de controle aplicado.
O reator deve ser bem regulado para reduzir a propaga¸c˜ao
de perturba¸c˜oes para as opera¸c˜oes a jusante (de
separa-¸
c˜ao dos produtos). Da mesma forma, as opera¸c˜oes a
montante (de prepara¸c˜ao dos reagentes) devem ser bem
controladas para reduzir as perturba¸c˜oes no reator.
Estabilidade do Reator Exot´ermico
Um reator exot´ermico produz calor, o qual aumenta a
temperatura do meio reacional, a qual por sua vez,
au-menta a taxa de rea¸c˜ao, aumentando a produ¸c˜ao de calor.
Essa seq¨uˆencia de eventos, formando uma malha de
re-alimenta¸c˜ao positiva, pode resultar em um aumento
ex-cessivo da temperatura (uma explos˜ao ´e uma rea¸c˜ao
exo-t´ermica sem controle).
A maioria dos reatores exot´ermicos s˜ao est´aveis no
es-tado estacion´ario, desde que tenham a raz˜ao entre a ´area
de transferˆencia de calor e o volume reacional
CSTR com Rea¸c˜ao Irrevers´ıvel Exot´ermica F i T i F T, F c Q B R e f r i g e r a n t e T c i C a i C a F c T c A B
Q
T
Q
BQ
AT
1T
2T
3 Q A : c a l o r g e r a d o p e l a r e a ç ã o Q B : c a l o r r e m o v i d o p e l o r e f r i g e r a n t e V Regime EstabelecidoQA = QB → 3 estados estacion´arios: P1, P2 e P3
t T 3 T 2 T 1 T t T 3 T 2 T 1 T t T 3 T 2 T 1 T t T 3 T 2 T 1 P 1 e P 3 : e s t á v e i s P 2 : i n s t á v e l
Por quˆe operar em P2?
1. P1: baixa convers˜ao (T baixa)
Equa¸c˜oes do Modelo
• Balan¸cos de Massa
dV dt = Fi − F (1) V dCa dt = Fi(Cai − Ca) − V ra (2) • Balan¸co de Energia ρCpV dT dt = ρCpFi(Ti − T ) + (−∆H)V ra − Q (3) • Cin´etica ra = koe− E RTCa (4) • Troca T´ermica Q = U A(T − Tc) (5)
Graus de Liberdade para Controle
N´umero de Origem
Equa¸c˜oes – NE
2 Balan¸cos de Massa [eqs. 1, 2]
1 Balan¸co de Energia [eq. 3]
2 Equa¸c˜oes Auxiliares [eqs. 4, 5]
Total =5
N´umero de Tipo
Vari´aveis – NV
6 V , Fi, F , Cai, Ca, ra
balan¸cos de massa e cin´etica
3 T , Ti, Q
balan¸co de energia
1 Tc
troca t´ermca
Graus de Liberdade para Controle
N´umero de Graus de Liberdade para Controle – f
f = N V − N E = 10 − 5 = 5
especificando perturba¸c˜oes: Fi, Cai, Ti
N´umero de Graus de Liberdade para Controle (final)
f = 5 − 3 = 2 → V e T Configura¸c˜ao de Controle F i T i F T, F c Q B R e f r i g e r a n t e T c i C a i C a F c T c A B V C N C T 2 1 Malhas de controle:
1 controle do invent´ario: afeta tempo de residˆencia
(convers˜ao) e pode afetar troca t´ermica
2 controle de temperatura: afeta troca t´ermica e
Reatores Cont´ınuos
Reatores cont´ınuos s˜ao projetados para operar sob
con-di¸c˜oes de vaz˜ao de alimenta¸c˜ao, retirada de produtos e
remo¸c˜ao ou suprimento de calor constantes.
Entretanto, essa situa¸c˜ao ´e incomum na pr´atica, j´a que
perturba¸c˜oes afetam a opera¸c˜ao (estacion´aria) dos
rea-tores:
• o mercado promove mudan¸cas na taxa de produ¸c˜ao
(vaz˜ao de alimenta¸c˜ao), afetando o tempo de
resi-dˆencia e a convers˜ao
• mudan¸cas na qualidade da mat´eria-prima
• mudan¸cas na atividade catal´ıtica
• mudan¸cas na ´area de troca t´ermica por incrusta¸c˜oes
Para acomodar algumas dessas perturba¸c˜oes, malhas de
controle s˜ao implementadas para manter as exigˆencias da
produ¸c˜ao.
Inicialmente, a quantidade (invent´ario) dos componentes
que participam da rea¸c˜ao (incluindo os catalisadores)
de-vem ser reguladas. Na recupera¸c˜ao de reagentes,
cor-rentes de reciclo s˜ao utilizadas. Vaz˜oes de reciclo acabam
por introduzir realimenta¸c˜ao positiva no processo,
elimi-nando auto-regula¸c˜ao do invent´ario de alguns
compo-nentes.
O n˜ao cumprimento dessas considera¸c˜oes pode levar `a
redu¸c˜ao da convers˜ao, perdas elevadas e o n˜ao
Como providˆencia inicial, deve-se identificar todos os
com-ponentes que requerem controle material (invent´ario) e
encontrar maneiras de medi-los.
Quando um dos reagentes difere em fase dos produtos e outros reagentes, seu consumo afeta diretamente o
in-vent´ario daquela fase. Portanto, o controle do invent´ario
dessa fase deve ser realizado pelo vaz˜ao do respectivo
Controle do Invent´ario G´as + L´ıquido → G´as CF IF CN CP produto gasoso separação ( + reagente gasoso) produto purga líquida 1 2 3 reagente líquido reagente gasoso
Malhas de controle do invent´ario:
1 controle da press˜ao: remove os produtos e gases
que n˜ao reagiram
2 controle de n´ıvel: o invent´ario do reagente l´ıquido
´
e controlado. O fluxo de reagente l´ıquido ´e uma
indica¸c˜ao da taxa de produ¸c˜ao
3 controle de fluxo: manter quantidade estequiom´
e-trica necess´aria para a rea¸c˜ao
purga l´ıquida: eliminar os produtos n˜ao-vol´ateis para
que n˜ao se acumulem no reator; minimizada para n˜ao
G´as + L´ıquido → L´ıquido CF IF CN CP purgagasosa separação ( + reagente líquido) produto produto líquido 1 2 3 reagente líquido reagente gasoso
Malhas de controle do invent´ario:
1 controle de n´ıvel: remove o produto l´ıquido
2 controle da press˜ao: o reagente gasoso ´e
alimen-tado conforme ´e consumido, mantendo quantidade
estequiom´etrica
3 controle de fluxo: quantidade de reagente l´ıquido
alimentado determina a taxa de produ¸c˜ao
Controle da Temperatura
Reatores endot´ermicos s˜ao auto-regul´aveis, n˜ao
necessi-tando de qualquer precau¸c˜ao especial para controlar a
temperatura.
Reatores exot´ermicos, entretanto, necessitam de
aqueci-mento para atingirem a temperatura de rea¸c˜ao, e
refrige-rante para mantˆe-la, n˜ao sendo auto-regul´aveis Portanto,
o projeto do sistema de aquecimento-refriamento ´e
cru-cial. Controle da Temperatura C T I F C N C P v a p o r a b a i x a p r e s s ã o v a p o r a a l t a p r e s s ã o p a r a p a r t i d a d o r e a t o r 1 2 3 c o n d e n s a d o q u e n t e ( á g u a ) s e t p o i n t p a r a C P c o n t r o l e e m c a s c a t a Malhas de controle:
1 controle de n´ıvel: rep˜oe ´agua evaporada. O fluxo
de ´agua ´e uma boa indica¸c˜ao da taxa de produ¸c˜ao
2 controle da press˜ao: o ponto de ebuli¸c˜ao da ´agua ´e
determinado pela press˜ao mantida na jaqueta
3 controle de temperatura: um aumento na
tempe-ratura do reator ´e compensado por uma redu¸c˜ao na
press˜ao na jaqueta, pela diminui¸c˜ao do valor de
re-ferˆencia do controle de press˜ao → controle em
Controle em Cascata
No controle em cascata, o valor de referˆencia da malha
se-cund´aria (mais interna) ´e determinado pela malha prim´aria
(mais externa) S e n s o r / T r a n s d u t o r ( T T ) S e n s o r / T r a n s d u t o r ( T P ) P r o c e s s o ( j a q u e t a ) V á l v u l a C o n t r o l a d o r ( C T ) y 2( P ) y 1( T ) y 1 m ( T m ) y 1 s p ( T s p ) + -e 1 + -y 2 m ( P m ) 1 2 1 m a l h a p r i m á r i a 2 m a l h a s e c u n d á r i a y 2 s p ( P s p ) P r o c e s s o ( r e a t o r ) C o n t r o l a d o r ( C P ) e 2
Diagrama de blocos do controle em cascata. Algumas vantagens:
• aumenta a velocidade da malha prim´aria (quando
a malha interna ´e fechada, a malha externa
torna-se mais r´apida do que quando a malha interna est´a
aberta)
• perturba¸c˜oes que entram na malha secund´aria s˜ao
compensadas adequadamente antes de afetarem a