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LIÇÃO Nº 10 MANSIDÃO: TORNA O CRENTE APTO PARA EVITAR PELEJAS

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Academic year: 2021

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LIÇÃO Nº 10 – MANSIDÃO: TORNA O CRENTE APTO PARA EVITAR PELEJAS

Subsídio sendo elaborado por Inacio de Carvalho Neto, atualizado constantemente até 04/03/2017. E-mail do autor:ibcneto@inaciocarvalho.com.br.

Comentários iniciais:

Texto áureo: Efésio 4:1, 2

[...] que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade suportando-vos uns aos outros em amor.

Texto da leitura bíblica em classe: Efésios 4:1-7

1 Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados,

- Paulo repete o fato de que é o preso do Senhor (cf. 3.1). Sua intenção é provocar nos leitores reflexão séria sobre o modo em que vivem a vida. Eles os exorta a andar como é digno da vocação para a qual foram chamados (cf. Fp 1.27; Cl 1.10; 1 Ts 2.12). Andeis (peripateo), no Novo Testamento, significa “conduzir a vida”, “conduzir-se”, “comportar-se” (cf. BAB, BV, CH). Neste caso, o apelo é para viver de modo condizente (axios) à vocação ou “chamado” (CH; cf. BAB). A vocação com que fostes chamados não se refere ao chamado divinamente dado para o ministério. Como declara Moody competentemente: “Trata-se de um chamado para todos os cristãos pelo fato exclusivo de serem cristãos”. “Conversão” se aproxima da ideia que está por trás da palavra “chamado”. Porém, como observa Moule, a conversão enfatiza o lado humano na grande mudança, ao passo que o “chamado [...] indica o lado divino, a Voz do poder prevalecente”. A tônica do versículo é dizer que eles foram graciosamente convidados para ter uma nova relação com Deus e que eles ainda não se apoderaram de todos os seus benefícios. Pesa sobre eles a obrigação de continuar este andar com Deus e de vivenciar esse “chamado” de tal modo a dar honra ao nome daquele a quem eles pertencem, promovendo a paz entre os homens.

2 Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor,

- O andar digno, que fornece a base e o ambiente para a unidade, manifesta-se em pelo menos quatro graças ou virtudes: humildade, mansidão, longanimidade e suportando-vos uns aos outros em amor. Estas graças não são características do espírito humano natural. São dons do Espírito Santo aos seguidores de Cristo (cf. Gl 5.22), e emanam do próprio Redentor. O chamado para um andar digno é um chamado para conduzir a vida em conformidade com a imagem de Cristo, para viver em santidade e justiça entre os homens.

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- Humildade (tapeinophrosyne) é “um sentimento de gratidão pela dependência a Deus” e é o antônimo de orgulho e vaidade. A postura da humildade é da pessoa que olha pra cima. Westcott observa: “O orgulhoso só olha para o que está (ou para ao que pensa que está) debaixo dele; e assim perde a influência elevadora do que está mais alto”. Mansidão (praotes) significa mais que modéstia ou moderação. É a “disposição de animo submissa e dócil, que nos capacita a suportar sem irritação ou ressentimento as faltas e injúrias dos outros”. Jesus sempre é o exemplo supremo. Sem contestação de quem quer que fosse, ele afirmou: “[Eu] sou manso e humilde de coração” (Mt 11.29). Em 2 Coríntios 10.1, o apóstolo fala da “benignidade de Cristo”. Já se disse que mansidão é “a disposição de cordeiro”.

- A terceira graça é a longanimidade (makrothymia). Segundo definição de Moule, é “o ‘espírito’ resistente e infatigável, que sabe resistir ao sofrimento ou provocação na força aprendida aos pés do Redentor”. O oposto desta virtude é “a irritabilidade, a irascibilidade”. É notável que a Vulgata, a Bíblia em latim, utilize a palavra longanimitas para traduzir makrothymia. Longanimidade seria a disposição de ânimo de pacientemente suportar o sofrimento e os maus tratos com a forte esperança de melhoria (cf. Rm 2.4; 1 Pe 3.20).

- Suportando-vos uns aos outros em amor é o trabalho prático de um espírito paciente, no qual continuamos amando e respeitando os outros, apesar de suas faltas e fraquezas. A intenção principal da análise de Paulo destas virtudes não é apresentar um padrão de comportamento em geral para os homens. Sua preocupação é com as tensões e conflitos inevitáveis que surgem na comunidade cristã. Beare conclui: “A harmonia na irmandade, que é o precursor da harmonia universal, é mantida apenas na medida em que todos os cristãos praticam as virtudes aqui mencionadas”.

3 Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.

- Os cristãos têm a responsabilidade de manter a unidade. Paulo ressalta que seus leitores devem andar de modo digno diante do Senhor, procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz. A tradução procurando (spoudazontes) é moderada; tradução melhor seria “dando diligência em” ou “esforçando-se seriamente por” (cf. BAB, NTLH, NVI, RA). A exortação é para que eles estejam atentos em preservar a unidade da igreja. Espírito, neste caso, não significa o espírito humano ou “concordância de espírito” gerada naturalmente na comunidade cristã, mas refere-se ao Espírito Santo. Esta unidade é uma criação do Espírito Santo, fato confirmado pela referência de Paulo ao Espírito em 1 Coríntios 12.13: “Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo”. O dom do Espírito Santo gera no coração do crente a unidade de uma personalidade integrada e forma um lação de amor que une toda a comunidade de crentes. A unidade é, ao mesmo tempo, pessoal e social, e o Espírito Santo é a causa originária e sustentadora. - Certos comentaristas entendem que a expressão vínculo da paz é paralela à expressão “em amor” do versículo 2. Mais aceitável, porém, é a opinião que considera da paz (eirenes) como genitivo de equivalência. Isto permite interpretar que a “paz é o vínculo” que cria unidade. Como observa Salmond: “A unidade [...] será a medida deles, contanto que eles façam da paz a relação que eles mantêm uns com os outros, ou o vínculo no qual eles andam juntos”.

4 Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação;

- “Um só Corpo”. Esta é referência à igreja, o corpo de Cristo, previamente mencionado em 1.23 e 2.16. Paulo não tolera dois corpos de Cristo, um formado por judeus e o outro por gentios. Pelo poder da cruz, a reconciliação com Deus foi efetuada para judeus e gentios, criando a possibilidade

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da relação vertical de paz com Deus e a relação horizontal de paz com todos os homens. Assim nasceu um só corpo de crentes (2.16).

- “Um só Espírito”. A alusão é ao Espírito Santo. Isto está de acordo com a perspectiva trinitária implícita, pois os versículos seguintes se referem ao Pai e ao Filho. A filiação no corpo de Cristo ocorre pela atração, regeneração e habitação do Espírito (cf. Rm 8.9). Foulkes realça que “este fato impede ver a igreja como mera organização; pois a presença do Espírito constitui a igreja e é a base de sua unidade”. Em termos mais específicos, o Espírito é “o selo especial de Deus nos membros da comunidade. O ato mais desastroso que os cristãos podem fazer é ‘entristecer o Espírito Santo’. Pois assim, desaparecem ‘o amor, a alegria, a paz no Espírito Santo’, e, com eles, uma das mais preciosas unidades cristãs”.

- “Uma só Esperança”. A esperança já figurou na apresentação que Paulo faz do evangelho. Antigamente, os crentes efésios eram “estranhos aos concertos da promessa, não tendo esperança” (2.12). Mas agora eles têm uma “herança”, cuja “garantia” ou “antegosto” do seu recebimento é a posse do Espírito Santo (1.12-14). Paulo ora para que eles tenham um entendimento mais amplo da esperança (1.18). A esperança de nosso chamado, como também o deles, é aquilo que nos possuiu quando respondemos à proposta da graça. É a esperança de participarmos da glória de nosso Mestre no lar que está sendo preparado para nós (cf. 1 Jo 3.2).

5 Um só Senhor, uma só fé, um só batismo;

- “Um só Senhor”. Agora passamos para a segunda trilogia da unidade sétuplo da igreja. A referência ao senhorio de Cristo está em concordância com a mais antiga declaração de credo da igreja. Quando as pessoas naqueles dias aceitavam Jesus, a confissão que faziam era que Jesus é Senhor. Paulo escreve aos romanos que, se os homens confessarem com a boca que “Jesus é Senhor” (BAB, NTLH, NVI; cf. BV, CH, RA), e crerem no coração que Deus o ressuscitou dos mortos, eles serão salvos (Rm 10.9). Nessa passagem, Paulo também diz que Cristo é o Senhor de judeus e gregos (Rm 10.12). A unidade que ele enfatiza aqui em Efésios é a resultante de uma fidelidade comum ao Senhor ressurreto. Como Mestre, Cristo ordena nossa adoração e serviço da mais elevada qualidade, excluindo assim qualquer outra lealdade, quer a homens quer a deuses fabricados e ilusórios.

- “Uma só Fé”. Fé (pistis) se refere ao ato de crer ou àquilo em que se crê. Denota subjetivamente a aceitação de Cristo como Salvador pessoal, ou, por outro lado, significa objetivamente a “fé que uma vez foi dada aos santos” (Jd 3). Visto que Paulo havia acabado de mencionar o senhorio de Jesus, talvez tivesse em mente a experiência de crer em Cristo para salvação. A alegria comum de perdão e adoção fornece igualmente o fundamento para a unidade na igreja. A alegria, que é o resultado de uma experiência comum, derruba barreiras entre estranhos e os as une em um único grupo social.

- “Um só Batismo”. Três pontos de vista prevalecem sobre o que Paulo quis dizer com esta expressão. Primeiro, alguns sustentam veementemente que ele está falando do rito do batismo nas águas que servia de cerimônia iniciadora para admissão na comunidade cristã. Todos os membros entram na igreja por esta experiência de ser batizado no nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Segundo, há quem acredita que Paulo está se referindo ao batismo com o Espírito, relacionando-o, então, ao ministério do Espírito no Dia de Pentecostes. Este era o batismo de Cristo, o que quer dizer que ele o supriu enviando o Espírito (cf. Mt 3.11; At 1.5). Esta interpretação não afirma que o batismo nas águas foi anulado, mas enfatiza o fato de que recebeu “uma significação mais valiosa da obra salvífica de Cristo e da concessão do Espírito Santo”.

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- O ponto de vista que diz que um só batismo é o batismo com o Espírito Santo suprido por Cristo apoia a interpretação metodista. Este terceiro ponto de vista diz que Paulo está falando do “batismo com o Espírito Santo”, o que, para certos intérpretes, é uma segunda obra da graça. O argumento central em defesa desta interpretação é o fato de Paulo não se referir à Ceia do Senhor nesta lista de unidades. Ao falar do batismo, ele não tem o ritual ou a cerimônia em mente. A única verdadeira unidade da igreja é “a unidade do Espírito”.

6 Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos vós.

- “Um só Deus e Pai de todos”. Certos comentaristas veem nesta lista uma progressão no pensamento, partindo da igreja para Cristo e de Cristo para Deus, “que é o Único no sentido mais alto e mais absoluto”. Deus é a Fonte de tudo. Fazendo um comentário sobre esta unidade, Dale escreve: “Todos nós somos pináculos na igreja por Cristo e pelo Espírito. Ele é sobre todos – é soberano e supremo. Ele é por todos – seu poder impregna a igreja inteira. Ele é em todos – seu Espírito habita na adoração diante do próprio trono eterno e, em Cristo, todos somos filhos do mesmo Pai celestial”.

7 Mas a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo.

- “A Lei da Concessão de Dons”. A conjunção mas nos leva para outro pensamento. Salmond diz que “coloca um contra todos, e isto com relação à determinação de manter a unidade do Espírito”. A mudança passa da unidade do todo para as partes que compõem o todo, isto é, os membros. O apóstolo reconhece a falta de uniformidade na concessão de dons para o serviço na igreja e esta é a origem da diversidade na distribuição dos dons. Paulo já enfrentara este problema em sua correspondência com os coríntios, a quem escreveu que “há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo” (1 Co 12.4).

- Cada crente recebe graça... segundo a medida do dom de Cristo. Neste contexto, graça não se refere à graça salvadora, mas ao dom especial conforme ilustra a missão de Paulo aos gentios (3.7). A lei que rege a concessão de dons é a variação na capacidade humana e o prazer do Senhor soberano. “Cada um receba a graça que Cristo tem para dar, e cada um a recebe na proporção à qual o Doador se agrada em dá-la; um a tem em medida maior e outro em medida menor, mas cada um a obtém da mesma Mão e com o mesmo propósito”. Todas as diferenças estão no plano divino, e relacionam-se com o propósito salvador de Deus ao dar o seu Filho.

Referências bibliográficas:

- Bíblia Apologética de Estudo. 2ª. edição. Editora ICP, 2006.

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- DAKE, Finis Jennings. Bíblia de Estudo Dake. Editoras CPAD e Atos, 2009.

- DEVER, Mark. A mensagem do Antigo Testamento: uma exposição teológica e homilética. Tradução Lena ARANHA. CPAD, 2012.

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- HENRY, Matthew. Comentário Bíblico – Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2008. - LIMA, Elinaldo Renovato de. Lições bíblicas: A igreja e o seu testemunho – Mansidão: torna o crente apto para evitar pelejas. Rio de Janeiro: CPAD, 2015.

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Referências

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