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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 1ª. VARA DA COMARCA DE GRANJA - ESTADO DO CEARÁ. Assunto: HABILITAÇÃO NA CONDIÇÃO DE ASSISTENTE PROCESSUAL.

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Academic year: 2021

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Avenida Washington Soares, nº 800 – Guararapes Fortaleza/CE – CEP: 60.810-300 Fone.: +55.85.3216.1600 | www.oabce.org.br

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 1ª. VARA DA COMARCA DE GRANJA - ESTADO DO CEARÁ.

Ref. HC Nº 0050625-49.2020.8.06.0081

Assunto: HABILITAÇÃO NA CONDIÇÃO DE ASSISTENTE PROCESSUAL.

ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL – SEÇÃO CEARÁ (OAB/CE) entidade de serviço público independente dotado depersonalidade jurídica e forma federativa, conforme Lei nº. 8.906/94, inscrita no CNPJ sob o n. 07.375.512/0001-81, representado neste ato por seu Presidente, por intermédio de seus advogados infra-assinados, com instrumento procuratório incluso e endereço para comunicações na Av. Washington Soares, nº 800, Guararapes, CEP.: 60810-300, Fortaleza, Estado do Ceará, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, requerer o ingresso no feito na condição de ASSISTENTE do Impetrante JOÃO SALDANHA DE BRITO JÚNIOR, esteadvogado inscrito na OAB/CE sob o nº.31.277, com fundamentono art. 138 CPC e art. 49 da Lei nº 8.906/94, o que faz pelos fundamentos fáticos e jurídicos a seguir explicitados:

I – DO INTERESSE DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL – SEÇÃO CEARÁ:

Trata-se de Habeas Corpus impetrado pelo causídico nominado, para ver respeitado os direitos e garantias constitucionais de seu cliente e também as suas prerrogativas profissionais no que se refere ao livre exercício da advocacia (Art. 7º, I, da Lei Federal 8.906/94 - Estatuto da Advocacia e OAB), por ato ilegal da DD. Delegada de Polícia Civil de Granja, Estado do Ceará, pelas razões a seguir delineadas.

Como se vê, é relevante a matéria de modo a justificar a admissão da OAB/CE no feito, notadamente em razão da sua finalidade institucional.

Decorre da Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB), Art. 133, que –in

verbis: “O advogado é indispensável à administração da Justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.”.

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjce.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0050625-49.2020.8.06.0081 e código 7CD0759.

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possibilidade de inclusão da OAB/CE como assistente processual simples na presente demanda. A Lei Federal 8.906/94 dispõe em seu artigo 49, parágrafo único:

Art. 49. Os Presidentes dos Conselhos e das Subseções da OAB têm legitimidade para agir, judicial e extrajudicialmente, contra qualquer pessoa que infringir as disposições ou os fins desta lei.

Parágrafo único. As autoridades mencionadas no caput deste artigo têm, ainda, legitimidade para intervir, inclusive como assistentes, nos inquéritos e processos em que sejam indiciados, acusados ou ofendidos os inscritos na OAB. (gigou-se) Como não há no texto legal qualquer limitação estabelecida quanto à natureza da ação em que pode figurar a OAB na qualidade de assistente não cabe ao interprete limitar sua atuação.

Dessa forma, o Impetrante JOÃO SALDANHA DE BRITO JÚNIOR - OAB/CE nº.31.277 estando regularmente inscrito nos quadro da OAB/CE, a Entidade tendo o dever legal de atuar na defesa dos interesses dos advogados conclui-se que a instituição tem interesse e legitimidade para atuar quando o advogado for ofendido, bastando que esta ofensa ocorra à sua esfera jurídica, como é o caso em debate.

Neste sentido, a teor do artigo 44, inciso II da Lei 8.906/94 assim estabelece: Art. 44. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), serviço público, dotada de personalidade jurídica e forma federativa, tem por finalidade:

I – defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado democrático dedireito, os direitos humanos, a justiça social, e pugnar pela boa aplicação dasleis, pela rápida administração da justiça e pelo aperfeiçoamento da cultura edas instituições jurídicas;

II - promover, com exclusividade, a representação, a defesa, a seleção e a disciplina dos advogados em toda a República Federativa do Brasil.[grifou-se]

Por outro lado reza o Art. 15 do Regulamento Geral da OAB:

Art. 15. Compete ao Presidente do Conselho Federal, do Conselho Seccional ou da Subseção, ao tomar conhecimento de fato que possa causar, ou que já causou, violação de direitos ou prerrogativas da profissão, adotar as providências judiciais e extrajudiciais cabíveis para prevenir ou restaurar o império do Estatuto, em sua plenitude, inclusive mediante representação administrativa.

Parágrafo único. O Presidente pode designar advogado, investido de poderes bastantes, para as finalidades deste artigo.

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjce.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0050625-49.2020.8.06.0081 e código 7CD0759.

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No presente caso, o advogado requestou pela obediência ao que preceitua o inciso XXI do Art.7º. da Lei Federal nº.8.906/94 (Estatuto da OAB) para acompanhamento de todo o procedimento policial (Inquérito Policial) naquela Unidade, o que não foi permitido.

Daí o interesse da OAB/CE em ingressar nos autos na qualidade de assistente processual simples, em cumprimento aos artigos 44, II e 49 da Lei 8.906/94, entendendo que oposicionamento da Delegada está em completa dissonância com a legislação, doutrina e jurisprudência.

Além de legalmente possível a participação da Ordem dos Advogados do Brasil Seção Ceará na presente ação mandamental é salutar, recomendável e de interesse de toda a classe, porque envolve discussão acerca da prerrogativa de advogado, que restou violada, em razão da negativa de acompanhamento de inquérito policial.

A jurisprudência admite a assistência em HC conforme posicionamento do STF:

”Quanto à possibilidade de a OAB intervir em habeas corpus, na qualidade de assistente, impende assinalar que esta Corte, em diversos julgados, já reconheceu a legitimidade da referida entidade de classe para a propositura, na condição de impetrante, da ordem de habeas corpus, a fim de assegurar ao paciente – advogado inscrito na OAB, suas prerrogativas profissionais: HC 91.551/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio; HC 98.237/SP, Rel. Min. Celso de Mello; HC 98.839/PE, Rel. Min. Cezar Peluso; entre outros”.

De todo modo, entendo que o interesse em participar do presente caso justifica-se em virtude da matéria de fundo veiculada na impetração, qual seja, a garantia das prerrogativas funcionais do advogado, mais especificamente aquela prevista no inciso V do art. 7º da Lei 8.906/1994 (Estatuto da Advocacia).

Diante do exposto, defiro em parte o pedido, apenas no tocante à admissão do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil na condição de assistente, recebendo o processo no estado em que se encontra, a fim de ser intimado regularmente dos próximos atos processuais para se manifestar. (Referente à Petição 15.847/2017-STF - Brasília, 11 de abril de 2017 - MinistroRicardo Lewandowski –Relator).

Assim, diante da repercussão da matéria no seio da advocacia, comparece a OAB/CE para solicitar seu ingresso no processo, na condição de ASSISTENTE, passando, ainda, a aduzir as seguintes razões:

II - PEDIDO ALTERNATIVO: HABILITAÇÃO COMO AMICUS CURIAE

Os argumentos expostos demonstram claramente a possibilidade da inclusão da OAB/CE na qualidade de assistente processual simples.

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjce.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0050625-49.2020.8.06.0081 e código 7CD0759.

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assistencial, requer como pedido alternativo, sua habilitação como amicus curiae, nos termos do artigo 138 do Código de Processo Civil, que assim dispõe:

Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação.

Os fundamentos utilizados para a habilitação como assistente, se adequam à eventual habilitação como amicus curiae, uma vez que o tema objeto da demanda – prerrogativas profissionais – repercute diretamente na atividade profissional de todos os advogados inscritos na OAB. Por outro lado, a entidade tem a adequada representatividade, cumprindo assim, o requisito do mencionado dispositivo.

III – DA VIOLAÇÃO ÀS PRERROGATIVAS PROFISSIONAIS DO ADVOGADO. VIOLAÇÃO AO ART. 7º, XXI DA LEI N. 8.906/94:

O objeto discutido nos autos está consubstanciado na violação à Lei Federal nº 8.906/94 (EOAB), diante da decisão que negou a participação do advogado no inquérito policial, repita-se, notadamente no acompanhamento de oitiva de testemunhas no âmbito policial.

De mais a mais, tanto a Delegada ora Autoridade Coatora, nas informações prestadas ao juízo, quanto o Representante do Ministério Público, limitam, equivocadamente, a extensão do inciso XXI do artigo 7º da Lei nº 8.906/94, entendendo que tal dispositivo só garantiria a participação do advogado no acompanhamento do interrogatório de seu cliente e não no acompanhamento do depoimento das testemunhas e vítimas inquiridas no curso da investigação.

Contudo, a parte final do citado dispositivo, ao garantir a assistência do advogado a todos os elementos investigatórios e probatórios subsequentes, obviamente abrange a participação na oitiva das testemunhas, possibilitando ainda, que possa ele apresentar razões e quesitos.

É de se ressaltar que o argumento da autoridade coatora para impedir a participação do advogado na oitiva das testemunhas se fundamenta no § 11 do artigo 7º da Lei 8.906/94 que dispõe:

§ 11. No caso previsto no inciso XIV, a autoridade competente poderá delimitar o acesso do advogado aos elementos de prova relacionados a diligências em andamento e ainda não documentados nos autos, quando houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia ou da finalidade das diligências

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Nota-se excelência, que o mencionado dispositivo permite a limitação do acesso do advogado nos casos previstos no inciso XIV, que trata apenas do exame dos autos, e não se refere a qualquer limitação ao direito estatuído no inciso XXI acima citado, que contempla, repita-se, a possibilidade de acompanhamento da oitiva das testemunhas.

O legislador, ao editar a Lei 13.245/2016 alterando o art. 7º, XXI da Lei 8.906/94, objetivou ampliar a atuação do advogado de defesa, buscando assim, garantir umamaior eficácia aos direitos constitucionais conferidos a todos os cidadãos que, por algum motivo, sejam investigados em procedimentos inquisitivos. O novel dispositivo, se por um lado não retirou o caráter inquisitivo do Inquérito Policial, proporcionou que esta fase da persecução penal tenha uma efetiva participação da defesa, com um contraditório mitigado, que efetivamente fortalece em muito o valor probatório da investigação policial.

Portanto, excelência, ao não permitir a participação do advogado na oitiva das testemunhas, a autoridade coatora, num entendimento vesgo e equivocado, violou as prerrogativas profissionais do advogado consagradas na Lei n. 8.906/94.

IV– CONCLUSÃO:

Pelo exposto, dada a relevância da matéria e a representatividade daOrdem dos Advogados do Brasil – Seção Ceará, requer a Vossa Excelência:

1 - a sua admissão nos autos do presente Habeas Corpus, na condição de ASSISTENTE do Impetrante, para combater a violação de prerrogativas e em consequência que seja restabelecido o império da lei.

Na hipótese remota de não ser admitido o ingresso da OAB/CE no presente feito na condição de assistente do Impetrante, requer subsidiariamente sua admissão como amicus

curiae.

Nestes Termos, pede-se o justo e providencial deferimento. Fortaleza – CE, 25 de novembro de 2020.

José Erinaldo Dantas Filho Presidente da OAB/CE

Rafael Pereira Ponte

Presidente da OAB – Subsecção Sobral

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Avenida Washington Soares, nº 800 – Guararapes Fortaleza/CE – CEP: 60.810-300 Fone.: +55.85.3216.1600 | www.oabce.org.br Márcio Vitor Meyer de Albuquerque – OAB/CE 13.099 Diretor de Prerrogativas da OAB-CE

José Navarro – OAB/CE 15.980

Coordenador do Centro de Apoio e Defesa do Advogado e da Advocacia Francisco Cesar Azevêdo Lima - OAB/CE 6.077

Advogado do Centro de Apoio e Defesa do Advogado e da Advocacia

Pedro Paulo Silva de Oliveira - OAB/CE 23.929

Advogado do Centro de Apoio e Defesa do Advogado e da Advocacia

Francisco Meira Barbosa Filho- OAB/CE 21.957

Advogado do Centro de Apoio e Defesa do Advogado e da Advocacia

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