RELATÓRIO
ECONÔMICO
OUTUBRO
ÍNDICE
RELATÓRIO ECONÔMICO
SANTANDER ASSET MANAGEMENTIndicadores Financeiros
Pág. 3Projeções
Pág. 402
01
Cenário Externo
Pág. 5Cenário Doméstico
Pág. 604
03
Renda Fixa e Renda Variável
Pág. 73
SANTANDER ASSET MANAGEMENT01 INDICADORES FINANCEIROS
Fonte: Bloomberg.SETEMBRO 2018
02 PROJEÇÕES ECONOMIA
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03 CENÁRIO EXTERNO
Não subestime a produtividade
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A economia mundial continua forte, apesar da desaceleração gradual dos últimos meses. O nosso indicador que mensura a atividade manufatureira passou de 53,9 pontos em agosto para 53,0 pontos em setembro, compatível com PIB real global acima de 3,5% ao ano.
O destaque positivo continua sendo os EUA. Os indicadores recentes sinalizam que o PIB real do terceiro trimestre apresentará crescimento em torno de 0,8% em relação ao segundo trimestre desse ano. Esse forte ritmo de expansão da produção incentiva a contratação de novos trabalhadores. Assim, a taxa de desemprego está em apenas 3,7% e os salários estão acelerando gradualmente.
Importante destacar que aumento de salários não significa necessariamente pressão inflacionária. Se um trabalhador aumentar a sua produção em 5,0% e, consequentemente, a sua remuneração subir 3,0%,
podemos afirmar que o custo por unidade produzida diminuiu! Menor custo unitário do trabalho não implica em necessidade de aumento de preços ao consumidor.
Nos últimos trimestres, a produtividade dos trabalhadores americanos subiu mais rápido do que a compensação salarial e, consequentemente, o custo por unidade produzida permanece sob controle. Isso ajuda a explicar porque a inflação permanece na meta de 2,0% e, naturalmente, permite que o banco central americano (FED) mantenha o processo gradual de normalização da taxa de juros.
Portanto, o aumento de produtividade dos trabalhadores americanos está propiciando um período de forte crescimento econômico e inflação controlada. Enquanto isso . . .
Figura 1. Atividade manufatureira mundial.
Figura 2..Inflação americana na meta
SETEMBRO 2018
04 CENÁRIO DOMÉSTICO
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Efeito renda na inflação
Enquanto isso, no Brasil, a atividade continua fraca. A taxa de desemprego permaneceu alta em agosto, 12,2% com nosso ajuste sazonal. A situação frágil do mercado de trabalho tem reduzido a confiança dos consumidores nos últimos meses.
Assim, a fraqueza do mercado de trabalho inibe efeitos secundários da desvalorização cambial sobre a inflação de produtos que não possuem componente importado, como serviços.
Apesar do aumento recente da inflação total para 4,5% em setembro (ante 2,9% no início do ano), os preços de serviços desaceleraram de 4,3% em janeiro para apenas 3,2% no mês passado.
Dessa forma, estimamos que o IPCA atingirá 4,6% em 2019 e 4,0% em 2020. Também esperamos que o banco central inicie um processo de normalização gradual da taxa Selic somente no segundo trimestre do próximo ano. Importante destacar que esse cenário inclui a expectativa de aprovação da reforma da previdência.
SETEMBRO 2018
Figura 3. Confiança do consumidor
Esse ambiente mantém o consumidor sensível ao preço, o que dificulta o repasse da desvalorização cambial para a inflação no médio e longo prazo. Um exemplo é o impacto de um eventual aumento do preço da gasolina em 25% sobre o preço de alimentação fora do domicílio (restaurante). Um aumento do preço do combustível reduz o poder de compra em quase 1%. A redução do consumo de combustível deve ser pequena, pois é um produto essencial para o dia a dia. Assim, as famílias podem acomodar essa queda do orçamento através da redução do consumo de alimentação fora do domicílio, o que dificulta o aumento de preço de restaurantes.
Fonte: Bloomberg, FGV e Santander Asset Management
Figura 4. Inflação de serviços.
Portanto, a fraqueza da atividade mantém os núcleos de inflação comportados e as projeções de inflação de médio e longo prazo ancoradas no centro da meta. Esse cenário continuará válido se aprovarmos as reformas necessárias no próximo mandato presidencial. Boa sorte.
05 MERCADO
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Renda Fixa
Em setembro, o Ibovespa apresentou variação positiva de 3,85%, desempenho acima dos seus pares globais, revertendo parcialmente a diferença de retornos do mês anterior. A redução na volatilidade dos mercados emergentes em comparação ao mês anterior voltou a atenção dos investidores para o cenário eleitoral no Brasil e para as propostas de cada candidato. Ainda que em um cenário internacional mais calmo, a alta frequência de pesquisas eleitorais (com divergência de resultados entre elas) e um resultado ainda em aberto, mantêm o nível de volatilidade dos ativos brasileiros em patamares altos. No ambiente externo destacamos a mais recente reunião do Federal Reserve, o banco central americano, realizada no final do mês, quando seus dirigentes indicaram uma rota mais suave de alta de juros para o futuro, o que deu ânimo aos mercados. Seguimos com a visão de que juros menores e a alavancagem operacional das empresas, devido a uma estrutura de custos mais enxuta, continuarão a gerar valor para os acionistas nos próximos meses, beneficiando-se da recuperação econômica, ainda que tímida, com a saída da recessão dos últimos anos. Em relação a performances, destacamos do lado positivo
Bradespar (BRAP4, +19,3%) e Vale (VALE3, +11,6%), ambas reagindo aos preços mais altos do minério de ferro e ao fim de um litígio entre Bradespar e Litel, em decorrência de uma disputa que envolvia o bloco de controle da Vale. Do lado negativo destacamos Cielo (CIEL3, -18,9%) que continua sofrendo com a piora do cenário competitivo no setor. Destacamos também a aprovação da fusão entre Suzano e Fibria pelas assembleias das empresas, o que significa sinal verde para o prosseguimento da operação por parte dos acionistas, restando agora algumas aprovações regulatórias. Além disso, a performance negativa da Minerva, (BEEF3, -13,9%) que anunciou um aumento de capital juntamente com planos de abertura de capital dos seus ativos no Chile visando redução da dívida da empresa. Vale mencionar também a realização do leilão de subsidiárias da Eletrobrás realizado dia 27, quando foram vendidos 11 dos 18 lotes oferecidos, entre operações de geração e transmissão que a estatal detinha participação, gerando uma arrecadação de R$ 1,3 bilhão para a empresa.
O cenário externo foi positivo para os ativos brasileiros ao longo de setembro. A melhora deve ser atribuída majoritariamente a alta nos preços das commodities, principalmente o petróleo. Notícias positivas também vieram dos US, a economia norte americana continua mostrando atividade robusta. Em setembro tivemos seu relatório de emprego apresentando aceleração dos salários e o FED, ratificando as expectativas do mercado, elevando os juros pela terceira vez no ano. Do fronte norte-americano, a notícia negativa foi a implementação da sobretaxa às importações chinesas, impactando cerca de US$ 200bi em importações. Pelo lado dos emergentes, Turquia e Rússia aumentaram os juros. Na Argentina, além de mais um aperto monetário, em meio a um novo acordo com o FMI, o presidente do BC pediu demissão. Apesar desses eventos, vimos
uma melhora do cenário para os países emergentes, que culminou num risk-on com dólar mais fraco, queda do DXY e alta na Treasury de 10 anos.
O cenário doméstico segue com volatilidade elevada, a proximidade das eleições presidenciais e as incertezas que a permeiam, foram determinantes. Vimos ainda, o Banco Central mantendo juros estáveis pela quarta reunião no ano. Apesar disso, o BCB sinalizou que caso haja necessidade de aumento, será de forma gradual. No entanto, o cenário externo mais positivo com os preços de commodities em alta, ajudou na melhora dos preços dos ativos locais.
Por fim, a combinação mais benigna dos cenários local e externo, contribuíram para a valorização da Bolsa de Valores, e quedas no dólar e juros locais.
Renda Variável
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