Inovação em Projetos
Design Thinking
Marcelo Marinho
marinho@deinfo.ufrpe.br
“design thinking can be described as a discipline that uses the designer’s sensibility and methods to match people’s needs with what is technologically feasible and what a viable business strategy can convert into customer value and market opportunity” (Tim Brown)
design thinking
abordagem à inovação integrável a todos os aspectos de negócios e da sociedade
usada para gerar ideias inovadoras que possam ser implementadas e que se distanciem do
status quo
integra o desejável do ponto de vista humano ao tecnológica e economicamente viável
design thinking: espaços que se sobrepõem
inspiração – circunstâncias (problema, oportunidade, ou ambos) que motivam a busca por soluções
ideação – processo de geração, desenvolvimento e testes de ideias que podem levar a soluções
design thinking: abordagem experimental
compartilhar processos, incentivar a
propriedade coletiva de ideias e permitir que as equipes aprendam umas com as outras
“falhe muitas vezes para ter sucesso mais cedo”
restrições do design thinking
praticabilidade – o que é funcionalmente possível num futuro próximo
viabilidade – o que provavelmente se tornará parte de um modelo de negócios sustentável desejabilidade – o que faz sentido para as
design thinking guiado por projeto
o projeto é o veículo que transporta a ideia do conceito à realidade
tem começo, meio e fim
cria prazos que impõem disciplina
possibilita avaliar o progresso, fazer correções no meio do caminho e redirecionar atividades futuras
briefing
ponto de partida do projeto
conjunto de restrições que proporcionam à equipe de projeto uma referência a partir da qual começar
benchmarks para um conjunto de objetivos a serem atingidos: nível de preço, tecnologia disponível, segmento de mercado, etc.
equipe do projeto
“todos nós somos todos mais inteligentes do que qualquer um de nós”
multidisciplinar – cada pessoa defende a própria especialidade técnica
interdisciplinar – todos se sentem donos da ideias e assumem responsabilidade por elas
culturas de inovação
pré-requisito: ambiente – social e espacial – em que as pessoas possam fazer experimentos,
assumir risco e explorar suas aptidões os espaços físico e psicológico de uma
organização funcionam em conjunto para
como remover obstáculos à geração de
novas ideias?
acreditar que é melhor pedir perdão
depois
, em vez de permissãoantes
recompensar as pessoas pelo sucesso, mas lhes dá permissão para falhar
espaços físicos do projeto
os materiais de pesquisa, fotos,
storyboards
, conceitos e protótipos devem estar disponíveis o tempo todoampliado por um website ou wiki para melhorar a comunicação da equipe internamente e com os parceiros externos
converter necessidade em demanda
técnicas tradicionais que apenas perguntam às pessoas o que elas querem levam a melhorias incrementais
consiste em descobrir o que as pessoas querem e dar isso a elas
insight
aprender com a vida alheia
observar as experiências e o comportamento das pessoas pode resultar em valiosas dicas sobre suas necessidades não atendidas
analisar as relações entre pessoas e produtos, e entre pessoas e pessoas
observação
ver o que as pessoas fazem (e não fazem) e escutar o que dizem (e não dizem)
baseia-se na qualidade, e não na quantidade focar na massa de pessoas que compõem o
centro da curva de distribuição normal nos leva a apenas confirmar o que já sabemos
para aprender algo novo e surpreendente devemos nos voltar aos extremos da curva
empatia
desenvolver conexão com as pessoas que estamos observando
ver o mundo através dos olhos dos outros,
compreender o mundo através de experiências alheias e sentir o mundo por suas emoções
visa identificar necessidades latentes,
necessidades que podem ser críticas, mas que as pessoas podem não ser capazes de articular
ferramentas do design thinking
pensamento divergente e convergente análise e síntese atitude de experimentação brainstorming prototipagem cenários
storytelling
design de experiênciaspensamento convergente e divergente
“para ter uma boa ideia, você antes precisa ter muitas ideias”
o pensamento divergente cria opções, já o convergente faz escolhas
o pensamento divergente é o caminho, não o obstáculo, para a inovação
análise e síntese
são os complementos naturais ao pensamento divergente e convergente
a análise é usada para decompor problemas complexos, a fim de compreende-los melhor o processo criativo se baseia na síntese, o ato
coletivo de juntar as partes para criar ideias completas
atitude de experimentação
as melhores ideias emergem do ecossistema organizacional, incluindo todos os stakeholders
as pessoas mais suscetíveis de serem estimuladas por fatores externos (tecnologias, necessidades de
usuários) são as mais bem posicionadas e motivadas para ter novas ideias
não favorecer ideias baseado no autor; favorecer a relevância do conteúdo
favorecer ideias que criam um buzz na organização usar os recursos da liderança sênior para cultivar, cuidar, podar e colher ideias
brainstorming
tão essencial para a criatividade quanto exercitar-se é essencial para um coração saudável
regras para brainstorming
adie as críticas
incentive ideias malucas
mantenha-se concentrado no tópico tome por base as ideias dos outros
prototipagem
construir para pensar
quanto mais rapidamente tornarmos nossas ideias tangíveis, mais cedo poderemos avaliá-las, lapidá-las e identificar a melhor solução protótipos iniciais devem ser rápidos, baratos
e rudimentares – cria a oportunidade de
prototipagem: saber a hora de parar
protótipos só devem consumir o tempo e o empenho necessários para gerar feedbacks úteis e levar uma ideia adiante
o escopo de um protótipo deve ser limitado
a ‘prototipagem suficiente’ significa escolher o que queremos saber e chegar à decisão de
storytelling
cenários que descrevem alguma situação futura potencial utilizando palavras e imagens
jornada do cliente – mapeia os estágios pelos quais um cliente imaginário passa, do início ao final de uma experiência de serviço
design de experiências
economia da experiência – as pessoas passam do consumo passivo à participação ativa
melhores experiências não são definidas na matriz corporativa, mas proporcionadas na hora por prestadores de serviços
implementação é tudo – uma experiência deve ser tão primorosamente elaborada e projetada quanto qualquer outro produto
o design thinking na organização
iniciar a partir da divergência centrar no ser humano
fracassar cedo e com frequência
procurar usuários nos extremos da curva fortalecer equipes
iniciar a partir da divergência
a divergência é a tentativa deliberada de expandir a variedade de opções, em vez de restringi-las
centrar no ser humano
observar como as pessoas se comportam, como o contexto de uma experiência afeta sua
reação a produtos e serviços
levar em consideração o sentido emocional das coisas, bem como seu desempenho funcional
identificar as necessidades latentes das pessoas e traduzi-las em oportunidades fundamentar novas ofertas e aumentar as
chances de sua aceitação ao vinculá-las a comportamentos existentes
como determinar o sucesso do
produto/serviço
satisfaz as necessidades de seu público-alvo? cria significado além do valor?
inspira um novo comportamento que será para sempre associado a ele?
fracassar logo e com frequência
incentivar a experimentação e aceitar o
fracasso, contato que ele ocorra no começo e seja fonte de aprendizado
incentivar a prototipagem como parte do processo criativo, e não apenas como uma forma de validar ideias acabadas
os protótipos precisam ser testáveis, mas não precisam ser físicos - cenários e animações
procurar usuários nos extremos da curva
usuários radicais muitas vezes são a chave para insights inspiracionais
eles são os especialistas, entusiastas e os fanáticos que vivem o mundo de forma
inesperada
eles nos forçam a projetar nosso modo de pensar além dos limites de nossa base de clientes existente e que, de outra forma, permaneceriam ocultas
fortalecer equipes
o tempo que as pessoas passam juntas lhes possibilita cultivar relacionamentos e
fortalecer laços
torne esse tempo mais produtivo e criativo possível
fica mais fácil desenvolver ideias alheias
quando as pessoas se conhecem e confiam umas nas outras
identificar design thinkers
quem gosta de observar e ouvir os clientes? quem prefere construir um protótipo a
escrever um memorando?
quem parece mais produtivo trabalhando em equipe do que enfiado em um cubículo?
quem entra na organização com um formação estranha que pode ser um indicativo de um modo diferente de ver o mundo?
o design thinking e você
pergunte
por quê
abra os olhos visualize
desenvolva as ideias alheias exija opções
pergunte
por quê
é uma oportunidade de reformular um
problema, redefinir as restrições e abrir a mente para uma resposta mais inovadora melhora as chances de alocar energia aos
problemas certos
não há nada mais frustrante do que sair com a resposta certa para a pergunta errada
abra os olhos
quanto mais estamos acostumados com uma situação, mais a negligenciamos
siga a regra de pelo menos uma vez ao dia para refletir sobre alguma situação corriqueira
podemos obter insights incomuns das regras tácitas que nos orientam ao longo da vida
visualize
registre visualmente suas observações e ideias, ainda que sejam esboços grosseiros
essas imagens se tornarão um baú de tesouro de ideias para consultar e compartilhar
ser visual nos permite analisar um problema de modo diferente do que se apenas nos
basearmos em palavras e números
desenvolva ideias alheias
se uma ideia se torna propriedade privada, provavelmente se fragilizará com o tempo
se migrar por uma organização, passando por permutações, combinações e mutações
contínuas, a ideia provavelmente florescerá as corporações precisam de uma cultura de
exija opções
não se contente com a primeira boa ideia que lhe venha à mente nem adote a primeira
solução promissora que lhe apresentam
se você não explorou muitas opções, não foi divergente o suficiente – suas ideias serão incrementais e fáceis de copiar
a melhor forma de saber quando parar é definindo prazos finais – o tempo pode ser nossa restrição mais criativa
uma boa ideia não é suficiente
inovação pode ser definida como “uma boa ideia bem executada”
boas ideias não conseguem se firmar se a execução for insatisfatória
referências
BROWN, Tim. Design Thinking – uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas ideias. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2010