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TÍTULO: LINKAGE DAS BASES DE DADOS DE NASCIDOS VIVOS E ÓBITOS INFANTIS PARA ESTUDO DAS MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS NA CIDADE DO RECIFE(PE)

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE ÁREA:

SUBÁREA: MEDICINA SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): ALINE LUZIA SAMPAIO GUIMARÃES AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): CONCEIÇÃO MARIA DE OLIVEIRA, CRISTINE VIEIRA DO BONFIM ORIENTADOR(ES):

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RESUMO

Com o objetivo de caracterizar os óbitos infantis por malformações congênitas em uma coorte de nascidos vivos, na cidade do Recife, foi realizado um estudo epidemiológico descritivo de corte transversal. A população do estudo foi composta por uma coorte de nascidos vivos hospitalares, cujo nascimento ocorreu no período de 01/01/2011 a 31/12/2012, e dos óbitos infantis provenientes desta coorte, que ocorreram entre 01/01/2011 a 31/12/2012. A fonte de dados foi constituída pelo banco de dados do Sinasc de nascidos vivos ocorridos em hospitais, e o banco do SIM de óbitos de menores de um ano, gerenciados pela Secretaria de Saúde do Recife. Aplicou-se a técnica de linkage para vincular os dados sobre nascidos vivos e óbitos infantis que apresentaram registro de malformação. As malformações congênitas mais prevalentes segundo o Sinasc foram: MC e deformidades do aparelho osteomuscular (41,03%), seguidas de Outras MC (incluindo malformações múltiplas) (15,20%) e MC dos órgãos genitais (14,60%). A correção obtida ao empregar-se a técnica de relacionamento de base de dados foi de 27,66% (91/329). Verificou-se que o Sinasc foi responsável por 35,92% das notificações das malformações congênitas e o SIM notificou 64,08%. A vinculação das bases de dados do SIM e do Sinasc permitiu um monitoramento mais adequado das malformações congênitas, favorencendo a obtenção de uma estimativa mais fidedigna da prevalência dessas malformações nos nascidos vivos.

Palavras-chave: Malformação congênita; Mortalidade infantil; Sistemas de informação

1 INTRODUÇÃO

As malformações congênitas são definidas como anomalia funcional ou estrutural do desenvolvimento fetal decorrente de fator originado antes do nascimento, presente ao nascimento ou manifestando-se anos mais tarde, como certas enfermidades crônicas degenerativas. Podem se apresentar como formas isoladas (apresenta somente uma malformação, envolvendo sistemas corporais separadamente) ou associadas (quando coexistem múltiplas malformações envolvendo muitos órgãos) (POLITA et al., 2013).

As causas associadas as malformações congênitas são ainda incertas, estima-se que 15 a 25% devem-se a alterações genéticas, 8 a 12% estão entre as causadas por fatores ambientais, e 20 a 25% àqueles causadas por ambos. Porém, a maioria (40 a 60%) é de origem desconhecida (HOROVITZ et al., 2005, CASTRO et al., 2006).

A incidência total das malformações congênitas no Brasil varia entre 2 a 5% nos nascidos vivos (NHOCANSE; MELO, 2012). A influência das malformações sobre a mortalidade infantil esta relacionada com diversos fatores, incluindo a prevalência das malformações, a qualidade do tratamento médico e cirúrgico ofertado e a presença de efetividade das medidas de prevenção primária com o objetivo de diminuir a morbimortalidade fetal (AMORIM et al., 2006; ARRUDA; AMORIM; SOUZA, 2008).

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Atualmente as malformações constituem-se em importante causa de mortalidade infantil em vários países. A maioria dessas mortes afeta as crianças no primeiro ano de vida, influenciando, portanto, a taxa de mortalidade infantil. Há uma tendência de aumento na taxa de mortalidade por malformação congênita à medida que a mortalidade por outras causas diminui. Neste contexto, as malformações congênitas surgem como um problema de saúde pública e necessitam de atenção especial (GEREMIAS; ALMEIDA; FLORES, 2009, NHOCANSE; MELO, 2012, ARRUDA; AMORIM; SOUZA, 2008,).

Na medida em que os indicadores de saúde da população melhoram, ocorre redução da mortalidade infantil por doenças infecciosas, parasitárias e respiratórias. Diante desta situação as malformações têm assumido papel proporcionalmente maior na mortalidade infantil (GEREMIAS; ALMEIDA, FLORES, 2009, NHOCANSE; MELO, 2012). No Brasil, as malformações congênitas são a segunda causa de morte em menores de um ano em todas as regiões do país (BRASIL, 2010).

As informações acerca da prevalência das malformações congênitas na população são essenciais para o reconhecimento do problema e do planejamento de ações voltadas para prevenção e assistência. Sabe-se que fatores maternos e fetais como sexo, idade das mulheres e condições socioeconômicas tem influência na prevalência de alguns tipos de malformação (GUERRA et al., 2008).

Os dados sobre malformações congênitas, até então, eram obtidos a partir das Declarações de Óbito (DO), cujas informações são organizadas pelo Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). Este sistema foi implantado em 1975 com a finalidade compreender o perfil epidemiológico da mortalidade no país e auxiliar na correção das falhas dos Registros Civis. As informações contidas no SIM possibilitam a formulação de indicadores de saúde, traçar o perfil epidemiológico da população, como também a prevalência das malformações congênitas, auxiliando no direcionamento das ações de saúde (MELLO JORGE; LAURENTI; GOTLIEB, 2007).

Em 1990 foi implantando pelo Ministério da Saúde (MS) o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), com o objetivo de reunir informações epidemiológicas sobre as características da mãe, da gestação, do parto, do recém-nascido e do local de nascimento. Essas informações permitem subsidiar as ações voltadas para a saúde da criança e da mulher (BRASIL, 2006). O documento de entrada do Sinasc é a Declaração de Nascido Vivo (DNV) que é padronizada pelo MS e preenchida em todo o território nacional, para todas as crianças nascidas em estabelecimentos de saúde ou domicílio (NHONCANSE; MELO, 2012). A DNV é gerada pelo serviço de saúde que atende a

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gestante durante o parto, ou que recebe o recém-nascido (RN) logo após o parto, e sem ela os pais não podem realizar o registro da criança (RIGHETTO et al., 2008).

A partir de 1999, passou a ser incluído nas DNV um campo onde deve ser registrada a presença ou ausência de malformação congênita e caso alguma alteração seja detectada, deve ser feita uma descrição sucinta da mesma. Sendo assim o Sinasc tornou-se um instrumento importante no monitoramento das malformações congênitas. A inclusão deste campo possibilitou a implantação de um programa nacional de vigilância epidemiológica das anomalias congênitas com o objetivo de monitorar a prevalência dessas condições, nortear estudos de fatores de risco, monitorar exposição a teratógenos e planejar programas de prevenção e tratamento das malformações congênitas (LUQUETTI; KOIFMAN, 2010, NHONCANSE; MELO, 2012).

A implantação desses dois sistemas, o SIM e o Sinasc, viabilizou o emprego da técnica de linkage entre esses bancos de dados para estudos relacionados à mortalidade infantil, visando melhoria da qualidade da informação em ambos os sistemas (ROCHA et al., 2011).

A técnica de linkage de base de dados é cada vez mais utilizada nas pesquisas de saúde, pois permite melhorar a qualidade da informação, com a vantagem de apresentar um baixo custo operacional (REIS, 2006, SILVA et al., 2006). De acordo com o clássico estudo de Almeida (1996) linkage consiste na ligação de dois ou mais bancos de dados independentes, mas que têm a característica de possuírem variáveis em comum. Assim, é possível identificar registros de um mesmo indivíduo que fazem parte de dois ou mais bancos de dados. A ligação permite o estabelecimento de um banco de dados único, contendo variáveis dos diferentes bancos de dados.

O relacionamento dos bancos de dados de nascimentos e óbitos possibilita complementar as informações disponíveis no Sinasc com os dados registrados no SIM. Essa técnica, ao permitir a identificação do indivíduo em dois ou mais bancos de dados, possibilita a recuperação de informações e, consequentemente, aprimora a qualidade dos dados produzidos pelos sistemas de informação (SILVA et al., 2009, ROCHA et al., 2011).

Atualmente a base de dados do Sinasc constitui a principal fonte de informação sobre as malformações, sendo assim, o preenchimento adequado da DNV é importante na prevenção de subnotificações e no delineamento do perfil epidemiológico, tornando possível traçar as estimativas sobre a real prevalência das malformações congênitas de

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um determinado local, permitindo planejamentos estratégicos para a melhoria da qualidade e da efetividade das ações de saúde aos portadores das malformações.

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral projeto

 Caracterizar os óbitos infantis por malformações congênitas em uma coorte de nascidos vivos (NV), vinculando-se os bancos de dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) e do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) na cidade do Recife-PE, nos anos de 2011 e 2012;

2.2 Objetivos específicos do projeto

 Avaliar a qualidade do preenchimento dos campos relacionados às malformações congênitas das Declarações de Nascido Vivo, nos anos de 2011 e 2012;

 Verificar a prevalência de malformações congênitas nos nascidos vivos na cidade do Recife;

3 MÉTODOS

Tratou-se de um estudo epidemiológico descritivo de corte transversal. Foi realizado no Recife, capital do estado de Pernambuco. A cidade ocupa uma área de 218.500 km2 e está dividida em 94 bairros que, por sua vez, estão distribuídos em seis Distritos Sanitários (DS). Possui uma população residente de 1.537.704 habitantes, com densidade demográfica de 7.037,61 habitantes/km².

A fonte de dados foi constituída pelo banco de dados do Sinasc de nascidos vivos ocorridos em hospitais, e o banco do SIM de óbitos de menores de um ano, que são alimentados pelas DNV e DO, respectivamente, gerenciados pela Secretaria de Saúde do Recife. A população de estudo foi composta por uma coorte de nascidos vivos hospitalares de mães residentes na cidade do Recife (PE), cujo nascimento ocorreu no período de 01/01/2011 a 31/12/2012, e dos óbitos infantis provenientes desta coorte, que ocorreram entre 01/01/2011 a 31/12/2012. Foram selecionadas as DNV e as DO que apresentaram algum código do capítulo XVII do Código Internacional de Doença na sua 10ª revisão (CID-10), que corresponde as malformações congênitas. Para os nascidos vivos da coorte a DNV foi a única fonte de informação. Para os óbitos infantis

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da coorte, utilizou-se as informações dos campos seis e 41 da DNV (presença de malformação congênita) e o campo 49 da DO (causas básicas e associadas de morte que se encontrem codificadas como malformação congênita).

Para a categorização das malformações congênitas apresentadas pelos recém-nascidos, designou-se a classificação descrita pelo CID – 10ª revisão, conforme o Capítulo XVII intitulado Malformações congênitas, deformidades e anomalias cromossômicas (OMS, 2008). A vinculação dos dados sobre nascidos vivos e óbitos infantis foi realizada com base na comparação dos dados contidos na DNV e DO, resultando na criação de um novo banco de dados empregando-se a técnica do linkage determinístico. Para o linkage dos dados foi escolhida como variável-chave o número da DNV, pois é única para cada nascido vivo e na DO contém um campo específico para seu preenchimento.

Após avaliar o preenchimento dos campos seis (detectada alguma anomalia ou defeito congênito) e 41 (descrever todas as anomalias ou defeitos congênitos observados) das DNV, obteve-se a proporção de DNV com presença de registro sobre malformação congênita e foram calculadas as taxas de prevalência das malformações congênitas para os nascidos vivos, segundo informações do Sinasc. Depois de selecionar as DO que apresentaram algum registro de malformação empregou-se a técnica do linkage, resultando na criação de um novo banco com os dados obtidos em cada uma das fontes. Novamente foram calculadas as taxas de prevalência das malformações congênitas para os nascidos vivos e óbitos infantis, de acordo com as informações provenientes do linkage entre Sinasc e SIM.

Com o banco de dados estruturado foram realizadas análises no EpiInfo 7, foi empregada a estatística descritiva (distribuição de frequências). Foi calculada a prevalência total de malformações congênitas para o período estudado, assim como as prevalências específicas segundo aparelhos ou sistemas acometidos. O número de casos ignorados foi quantificado, entretanto foram excluídos do estudo para efeito de cálculo. A pesquisa foi submetida à análise e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Fundação Joaquim Nabuco (CAEE: 27426914.1.0000.5619).

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Do total da coorte de nascidos vivos dos anos de 2011 e 2012 (N = 44.790), 44.724 (99,85%) apresentaram o preenchimento do campo seis da DNV (sim e não) e 66 (0,15%) não estavam preenchidos (ignorados ou em branco). De acordo com o

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Sinasc, 329 (0,73%) apresentaram registro de malformação congênita na DNV. Destes, 51 (15,50%) foram a óbito e 278 (85,50%) sobreviveram. A taxa de prevalência total de Malformações Congênitas (MC) na coorte foi de 7,34/1.000 NV. As taxas de prevalência entre os óbitos infantis e sobreviventes foram de 1,14/1.000 NV e 6,20/1.000 NV, respectivamente (Tabela 1).

Tabela 1 – Número de óbitos infantis, sobreviventes e nascidos vivos com malformação congênita segundo informações do Sinasc. Recife, 2011 e 2012.

Malformação Congênita (MC)

Óbitos Sobreviverntes Nascidos Vivos

N % Prev.* N % Prev.* N % Prev.*

Com MC 51 9,39 1,14 278 0,63 6,20 329 0,73 7,34

Sem MC 492 90,61 - 43969 99,37 - 44461 99,27 -

Total 543 100 - 44247 100 - 44790 100 -

Fonte: Secretaria de Saúde do Recife

Nota:* Taxa de prevalência por 1.000 NV.

A qualidade das informações sobre as malformações congênitas no Sinasc pode ser considerada boa, pois a ausência de registro da informação foi de 0,15% (ignorados e em branco), indicando a possibilidade de utilizar esses dados no monitoramento das malformações congênitas. Estudo realizado na região sul, em 2009, mostrou que a ausência de informação foi de 12,8% (GEREMIAS; ALMEIDA; FLORES, 2009). O acesso a essas informações permite a caracterização da prevalência dos diferentes tipos de malformações congênitas auxiliando no planejamento e implementação de programas e políticas de saúde que atendam as demandas dos portadores dessas condições (LUQUETTI; KOIFMAN, 2010).

Do total de malformações registradas na DNV, as mais prevalentes foram: MC e deformidades do aparelho osteomuscular (41,03%), seguidas de Outras MC (incluindo malformações múltiplas) (15,20%) e MC dos órgãos genitais (14,60%) e Outras MC (incluindo malformações múltiplas) (14,04,%) (Tabela 2). As malformações congênitas mais prevalentes entre os óbitos foram: Outras MC (41,19%), logo após MC e deformidades do aparelho osteomuscular. Entre os sobreviventes as mais prevalentes foram: MC e deformidades do aparelho osteomuscular (45,32%), MC dos órgãos genitais (15,47%) e Outras MC (10,43%) (Tabela 2).

Alguns estudos apresentaram concordância com o predomínio do acometimento do aparelho osteomuscular, tais resultados foram encontrados nos Municípios do Vale do Paraíba (47,3%) e São Paulo (44,7%). (PINTO; NASCIMENTO, 2007, GEREMIAS; ALMEIDA; FLORES, 2009). A predominância de malformações

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osteomusculares pode estar relacionada à facilidade de diagnóstico, consequentemente, ao diagnóstico precoce pós-natal imediato, pois se tratam de malformações macrossômicas, visíveis e detectáveis ao exame físico (REIS; SANTOS; MENDES, 2011).

Tabela 2 – número, percentual e taxa de prevalência* de malformações congênitas registradas no Sinasc para os óbitos e sobreviventes da coorte. Recife, 2011 e 2012.

Fonte: Secretaria de Saúde do Recife

Nota: * Taxa de prevalência por 1.000 NV.

Do total de óbitos infantis, 142 (26,15%) apresentaram registros de malformação congênita no SIM dos 543 óbitos da coorte. Dos 142 registros de óbitos por MC, 106 (74,65%) apresentavam-se na causa básica de morte e 36 (25,35%) como causa associada de morte. Os óbitos infantis são investigados pela Vigilância do Óbito Infantil (VOI) que foi implantada no Recife em 2003, após as investigações, 16 registros foram excluídos por não se tratar de malformação congênita e 5 registros foram incluídos por constatar que o RN apresentava malformação congênita. O trabalho da VOI consiste em analisar todos os documentos disponíveis, desde o pré-natal até o nascimento da criança, reconstituindo a história, analisando as complicações que levaram ao óbito, determinando a evitabilidade, os critérios de evitabilidade, as medidas de prevenção, além de definir a causa básica que pode ou não coincidir com a constante na DO. A partir da investigação detalhada do óbito, é possível estabelecer a causa básica dos Malformações Congênitas

(MC)

Óbitos Sobreviventes Total

N % Prev.* N % Prev.* N % Prev.* MC. sist. nervoso

(Q00 – Q07)

5 9,80 0,11 13 4,68 0,29 18 5,47 0,40 MC. olho, ouvido, face, pescoço

(Q10 – Q18) 1 1,96 0,02 16 5,75 0,36 17 5,17 0,38 MC. ap. circulatório (Q20 – Q28) 2 3,92 0,05 15 5,39 0,33 17 5,17 0,38 MC. ap. respiratório (Q30 – Q34) 1 1,96 0,02 3 1,08 0,07 4 1,21 0,10 Fenda labial e fenda palatina

(Q35 – Q37)

2 3,92 0,05 12 4,32 0,27 14 4,25 0,31 Outras MC ap. digestivo

(Q38 – Q45) 5 9,80 0,11 10 3,60 0,22 15 4,56 0,33 MC. órgãos genitais (Q50 – Q56) 5 9,80 0,11 43 15,47 0,96 48 14,60 1,07 MC. ap. urinário (Q60 – Q64) 0 0 0 6 2,16 0,13 6 1,82 0,13 MC e deform. ap. osteomuscular

(Q65- Q79)

9 17,65 0,20 126 45,32 2,81 135 41,03 3,01 Outras MC (MC múltiplas)

(Q80 – Q89)

21 41,19 0,47 29 10,43 0,65 50 15,20 1,12 A.C não clas. em outra parte

(Q90 – Q99)

0 0 0 5 1,80 0,11 5 1,52 0,11

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óbitos e aprimorar os dados nos sistemas de informações (MATHIAS, ASSUNÇÃO, SILVA, 2008, ROCHA et al., 2011).

Utilizando os dados provenientes da ligação entre o SIM e o Sinasc tornou-se possível identificar que havia um total de 420 recém-nascidos portadores de malformações congênitas, sendo que 280 (66,67%) apresentava este registro apenas na DNV, 49 (11,67%) na DNV e DO e 91 (21,66%) tinha esse registro apenas na DO. Após o uso da técnica de linkage, o total de portadores de malformações congênitas da coorte, que a princípio eram 329, foram acrescidos 91 RN, e total foi de 420 indivíduos com malformações. A correção obtida ao empregar-se a técnica de relacionamento de base de dados foi de 27,66% (91/329) (Tabela 3). A partir da ligação entre o banco de óbitos e nascidos vivos obteve-se uma maior completude das informações e possibilitando, também, a recuperação de informações relacionadas a malformação congênita (MORAIS; TAKANO; SOUZA, 2011, ROCHA et al., 2011).

Tabela 3 – número, percentual e taxa de prevalência de malformações congênitas para os nascidos vivos e óbitos infantis, segundo fonte de registro. Recife, 2011 e 2012.

Fonte Óbitos Sobreviverntes Total

N % Prev.* N % Prev.* N % Prev.*

Sinasc 51 12,14 1,14 278 0,62 6,20 329 0,73 7,34

SIM/Sinasc 142 33,81 3,17 0 0,00 0 420 0 9,38

Fonte: Secretaria de Saúde do Recife

Nota: * Taxa de prevalência por 1.000 NV. (total: 44.790 – coorte)

A taxa de prevalência para as malformações dos nascidos vivos hospitalares de 2011 e 2012, segundo o Sinasc, foi de 7,34/1.000 NV. Após a correção dos dados pelo SIM, a prevalência foi de 9,38/1.000 NV, ou seja, a técnica do linkage aumentou a prevalência de malformações congênitas em 27,66% (Tabela3). A unificação de duas bases de dados, SIM e Sinasc, por meio de informações comuns aos dois bancos, permitiu estimar a real prevalência das malformações congênitas na população estudada (GEREMIAS; ALMEIDA; FLORES, 2009, MORAIS; TAKANO; SOUZA, 2011).

Através dos dados do SIM constatou-se que as malformações congênitas mais relevantes foram: MC do aparelho circulatório (N=44), Outras MC (27), MC do sistema nervoso (7), Outras MC do aparelho digestivo (5) e MC e deformidades do aparelho osteomuscular (4) (Tabela 4). A análise dessas informações permite conhecer a epidemiologia dos casos de crianças portadoras dessas malformações. Pois constitui uma parcela da população que requer cuidados específicos de saúde (REIS; SANTOS; MENDES, 2011, LUQUETTI; KOIFMAN, 2010).

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Tabela 4 – número, percentual e taxa de prevalência* de malformações congênitas registradas no Sinasc e no SIM para os óbitos da coorte. Recife, 2011 e 2012.

Malformações Congênitas (MC) Sinasc SIM Total

N % Prev.* N % Prev.* N % Prev.* MC. sist. Nervoso

(Q00 – Q07)

5 41,67 0,11 7 58,33 0,16 12 100,0 0,27 MC. olho, ouvido, face, pescoço

(Q10 – Q18) 1 100,0 0,02 0 0,00 0 1 100,0 0,02 MC. ap. circulatório (Q20 – Q28) 2 4,35 0,05 44 95,65 0,98 46 100,0 1,03 MC. ap. respiratório (Q30 – Q34) 1 33,33 0,02 2 66,67 0,04 3 100,0 0,07 Fenda labial e fenda palatina

(Q35 – Q37)

2 100,0 0,05 0 0 0 2 100,0 0,05 Outras MC ap. digestivo

(Q38 – Q45) 5 50,00 0,11 5 50,00 0,11 10 100,0 0,22 MC. órgãos genitais (Q50 – Q56) 5 100,0 0,11 0 0,00 0 5 100,0 0,11 MC. ap. urinário (Q60 – Q64) 0 0,00 0 1 100,0 0,02 1 100,0 0,02 MC e deform. ap. Osteomuscular

(Q65- Q79)

9 69,23 0,20 4 30,77 0,09 13 100,0 0,29 Outras MC (MC múltiplas)

(Q80 – Q89)

21 43,75 0,47 27 56,25 0,60 48 100,0 1,07 A.C não clas. em outra parte

(Q90 – Q99)

0 0,00 0 1 100 0,02 1 100,0 0,02

TOTAL 51 35,92 1,14 91 64,08 2,03 142 100,0 3,17

Fonte: Secretaria de Saúde do Recife

Nota: * Taxa de prevalência por 1.000 NV.

Constatou-se que o Sinasc foi responsável por 35,92% das notificações das malformações congênitas e o SIM notificou 64,08%, sendo assim, o SIM se mostrou um sistema de informação indispensável para recuperar os dados sobre malformações na população (Tabela 4). Após a vinculação, ocorreu uma recuperação de 95,65% de portadores de MC do aparelho circulatório, 58,33% de portadores de MC do sistema nervoso e 56,25% de portadores de Outras MC. Tais resultados podem ser explicados pelo fato de que as malformações microssômicas e anomalias cromossômicas não aparentes necessitam de diagnóstico com maior precisão em um longo espaço de tempo, resultando em diagnóstico tardio e é provável que sejam identificados, posteriormente, na DO. Essas informações mostram a importância do uso simultâneo das duas bases de dados (REIS; SANTOS; MENDES, 2011, NHONCANSE; MELO, 2012).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados evidenciaram que as malformações congênitas, de acordo com o Sinasc, mais prevalentes entre os óbitos foram: Outras MC (41,19%), logo após MC e

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deformidades do aparelho osteomuscular. Entre os sobreviventes as mais prevalentes foram: MC e deformidades do aparelho osteomuscular (45,32%), MC dos órgãos genitais (15,47%) e Outras MC (10,43%).

Após o uso da técnica de linkage, o total de portadores de malformações congênitas da coorte, que a princípio eram 329, foram acrescidos 91 RN, e o total foi de 420 indivíduos com malformações. A correção obtida ao empregar-se a técnica de relacionamento de base de dados foi de 27,66% (91/329). Verificou-se que o Sinasc foi responsável por 35,92% das notificações das malformações congênitas e o SIM notificou 64,08%.

Ressalta-se a importância do preenchimento adequado da DNV, principal fonte de dados para estudos estatísticos, pois é importante na prevenção de subnotificações e permite traçar o perfil epidemiológico. A vinculação das bases de dados do SIM e do Sinasc permitiu um monitoramento mais adequado das malformações congênitas, favorecendo a real estimativa da prevalência de MC na população.

6 REFERÊNCIAS

ALMEIDA, M. F., MELLO JORGE, M. H. P. O uso da técnica de "Linkage" de sistemas de informação em estudos de coorte sobre mortalidade neonatal. Revista Saúde Pública, v. 30, n. 2, p. 141-147, 1996.

AMORIM, M. M. R., VILELA, P. C., SANTOS, A. R. V. D., LIMA, A. L. M. V., MELO, E. F. P., BERNARDES, H. F., MENEZES FILHO, P. F. B., GUIMARÃES, V. B. Impacto das malformações congênitas na mortalidade perinatal e neonatal em uma maternidade-escola do Recife. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, v. 6, n. 1, p. 19-25, 2006.

ARRUDA, T. A. M., AMORIM, M. M. R., SOUZA, A. S. R. Mortalidade determinada por anomalias congênitas em Pernambuco, Brasil, de 1993 a 2003. Revista da Associação Médica Brasileira, v. 54, n. 2, p. 122-126, 2008.

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Referências

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